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A faculdade do pensar e as faculdades do - Sociedade Hegel ...

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José Pinheiro Pertille As <strong>faculdade</strong>s <strong>do</strong> <strong>pensar</strong> e <strong>as</strong> <strong>faculdade</strong> <strong>do</strong> espírito<br />

autodetermina<strong>do</strong> no objeto, é justamente esse <strong>as</strong>pecto totalizante <strong>do</strong> espírito subjetivo<br />

enquanto unidade <strong>do</strong> subjetivo e <strong>do</strong> objetivo no elemento da subjetividade que não<br />

transparece n<strong>as</strong> <strong>do</strong>utrin<strong>as</strong> psicológic<strong>as</strong> de então. É esse problema que <strong>Hegel</strong> constata na<br />

Observação <strong>do</strong> § 387 da Enciclopédia d<strong>as</strong> Ciênci<strong>as</strong> Filosófic<strong>as</strong>:<br />

A maneira psicológica de considerar [<strong>as</strong> cois<strong>as</strong>], aliás a maneira habitual, indica em forma<br />

narrativa o que é o espírito ou a alma, o que sucede à alma, o que a alma faz; de mo<strong>do</strong> que a alma<br />

é pressuposta como sujeito [to<strong>do</strong>] pronto, em que <strong>as</strong> determinações desse tipo vêm à luz apen<strong>as</strong><br />

como exteriorizações [Äusserungen] a partir d<strong>as</strong> quais se deve conhecer o que é a alma - o que<br />

possui nela como <strong>faculdade</strong>s e potênci<strong>as</strong>; sem [se ter] consciência de que a exteriorização <strong>do</strong> que<br />

ela é põe para ela em conceito aquilo mesmo por que a alma atingiu uma determinação mais<br />

alta. 19<br />

Trata-se, aqui, portanto, de um problema de méto<strong>do</strong> e de conteú<strong>do</strong> na Psicologia.<br />

Problema de méto<strong>do</strong> na medida em que ao dividir o espírito em <strong>faculdade</strong>s, isso faz<br />

pressupô-lo como algo da<strong>do</strong>, o que não aparece justifica<strong>do</strong> em nenhuma instância, e que<br />

faz perder de vista o seu movimento constitutivo especificamente espiritual, e não<br />

meramente o natural. É um problema de conteú<strong>do</strong> na medida em que essa justificação<br />

logicamente não pode ter lugar, pois ao tratar-se o espírito como algo da<strong>do</strong>, isso<br />

provoca justamente a perda de sua nota característica principal, que é a sua “<strong>faculdade</strong>”<br />

básica de autodeterminação. Assim, <strong>Hegel</strong> recusa tanto a perspectiva de fixar os<br />

elementos caracteriza<strong>do</strong>res <strong>do</strong> espírito por uma natureza exterior que determina a sua<br />

interioridade, quanto por um movimento interior de auto-posição, o qual, por sua vez,<br />

não se põe na exterioridade de um mun<strong>do</strong> objetivo. Ou seja, o espírito subjetivo não<br />

pode ser reduzi<strong>do</strong> aos elementos de uma exterioridade determinante objetiva, nem à<br />

pura atividade determinante de uma interioridade meramente subjetiva.<br />

Em outr<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>, tais posições tomam o espírito como se ele fosse uma<br />

“coisa”. Nessa direção, como <strong>Hegel</strong> afirma, na Ciência da Lógica da Enciclopédia d<strong>as</strong><br />

Ciênci<strong>as</strong> Filosófic<strong>as</strong>, a propósito <strong>do</strong> conceito de “coisa” (Ding) como último momento<br />

da Essência como fundamento da existência, antes da p<strong>as</strong>sagem ao Fenômeno<br />

(Erscheinung):<br />

Os poros não são algo empírico, m<strong>as</strong> ficções <strong>do</strong> entendimento, que dessa maneira representa o<br />

momento da negação d<strong>as</strong> matéri<strong>as</strong> autônom<strong>as</strong>, e encobre o desenvolvimento ulterior d<strong>as</strong><br />

contradições por essa confusão nebulosa, em que tod<strong>as</strong> [<strong>as</strong> matéri<strong>as</strong>] são autônom<strong>as</strong> e tod<strong>as</strong><br />

igualmente negad<strong>as</strong>, um<strong>as</strong> n<strong>as</strong> outr<strong>as</strong>. Quan<strong>do</strong> de igual maneira se hipost<strong>as</strong>iam no espírito <strong>as</strong><br />

Revista Eletrônica Estu<strong>do</strong>s <strong>Hegel</strong>ianos ano. 7, n. 13, v.1<br />

52

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