17.04.2013 Views

Guia de plantas aquáticas

Guia de plantas aquáticas

Guia de plantas aquáticas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Guia</strong><br />

<strong>de</strong><br />

Plantas<br />

Aquáticas<br />

Instituto da Conservação da Natureza<br />

2004


PROGRAMA INTERREG III B - SUDOE<br />

O presente trabalho foi elaborado no âmbito do projecto MW/SUDOE,<br />

co-financiado pelo programa INTERREG III B Sudoeste Europeu<br />

2000 - 2006 – N.º S0/2.1/P20.<br />

Ficha técnica:<br />

Fonseca, J.P., S. Chozas & A. Paiva 2004. <strong>Guia</strong> <strong>de</strong> Plantas Aquáticas.<br />

Instituto da Conservação da Natureza/ Centro <strong>de</strong> Zonas Húmidas.<br />

Ano: 2004<br />

Edição: Instituto da Conservação da Natureza /<br />

Centro <strong>de</strong> Zonas Húmidas<br />

Fotografias: A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> Clemente (AC), Ana Paiva (AP), Eduardo<br />

Gameiro (EG), João Carlos Farinha, (JCF), João Paulo<br />

Fonseca (JPF), Paulo Lucas (PL), Sergio Chozas (SC) e<br />

Intituto da Conservação da Natureza (ICN.)<br />

Depósito legal: xxxxxx/xx<br />

ISBN: xxx-xxx-xxx-x<br />

Impresso por: Palmigráfica<br />

Tiragem: 1000 exemplares<br />

2<br />

Com a participação da União Europeia<br />

Projecto cofinanciado pelo FEDER


Índice<br />

Introdução ..............................................................................................<br />

Vegetação Aquática<br />

Vasculares flutuantes<br />

Azolla caroliniana Willd. (Azola) ................................................................<br />

Eichhornia crassipes (Mart.) Solms (Jacinto-<strong>de</strong>-água) ............................<br />

Lemna minor L. (Lentilha-<strong>de</strong>-água-menor) .................................................<br />

Ranunculus peltatus Schrank (Ranúnculo-aquático) ...............................<br />

Folhas flutuantes / Vasculares radiculares<br />

Marsilea quadrifolia L. (Trevo-<strong>de</strong>-quatro-folhas) ......................................<br />

Nymphaea alba L. (Golfão-branco) ...........................................................<br />

Potamogeton polygonifolius Pourret (Colher) ...........................................<br />

Emergentes<br />

Emergentes não persistentes<br />

Alisma plantago-aquatica L. (Orelha-<strong>de</strong>-mula) ........................................<br />

Aster tripolium L. (Malmequer-da-praia) ..................................................<br />

Cistanche phelypaea (L.) Coutinho ........................................................<br />

Drosera intermedia Hayne (Orvalhinha) ..................................................<br />

Iris pseudacorus L. (Lírio-amarelo-dos-pântanos) .................................<br />

Limonium ovalifolium (Poiret) Kuntze (Sempre-viva) ...............................<br />

Narcissus jonquilla L. (Jonquilho) ...........................................................<br />

Narcissus papyraceus Ker-Gaeler (Narciso-branco) .............................<br />

Nasturtium officinale R. Br. (Agrião) .......................................................<br />

Oenanthe crocata L. (Embu<strong>de</strong>) ...............................................................<br />

Panicum repens L. (Alcarnache) .............................................................<br />

Paspalum paspalo<strong>de</strong>s (Michx) Scribne (Graminhão) ..............................<br />

Pinguicula lusitanica L. (Pinguícola) .......................................................<br />

Polygonum persicaria L. (Erva-pessegueira) ..........................................<br />

Woodwardia radicans L. (Feto-do-botão) ................................................<br />

3


Emergentes persistentes<br />

Arundo donax L. (Cana) .........................................................................<br />

Carex pendula Huds. (Palha-<strong>de</strong>-amarrar-vinha) ...................................<br />

Inula crithmoi<strong>de</strong>s L. (Madorneira-bastarda)<br />

Juncus acutus L. (Junco-agudo) ...........................................................<br />

Juncus conglomeratus L. (Junco-glomerado) ........................................<br />

Juncus maritimus Lam. (Junco-marítimo) ..............................................<br />

Mentha pulegium L. (Poejo) .....................................................................<br />

Myriophyllum aquaticum (Vell.) Verdc. (Erva-pinheirinha) ......................<br />

Phragmites australis (Cav.) Trin. (Caniço) .............................................<br />

Scirpus cernuus Vahl (Cabeleira-<strong>de</strong>-velha) ..........................................<br />

Scirpus holoschoenus L. (Bunho) ..........................................................<br />

Scirpus maritimus L. (Junco-triângular) ..................................................<br />

Typha dominguensis Pers. (Tabúa-estreita) ............................................<br />

Arbustos<br />

Arthrocnemum fruticosum (L.) Moq. ........................................................<br />

Atriplex halimus L. (Salga<strong>de</strong>ira) ..............................................................<br />

Dorycnium rectum Ser. (Erva-mata-pulgas)<br />

Myrica gale L. (Samouco-do-brabante) .................................................<br />

Nerium olean<strong>de</strong>r L. (Alandro) ..................................................................<br />

Rubus ulmifolius Schott (Silva) ..............................................................<br />

Árvores<br />

Alnus glutinosa (L.) Gaertn. (Amieiro) ...................................................<br />

Betula celtiberica Rothm. & Vasc. (Vidoeiro) ........................................<br />

Celtis australis L. (Lodão-bastardo) .......................................................<br />

Frangula alnus Miller (Sanguinho-<strong>de</strong>-água) ............................................<br />

Fraxinus angustifolia Vahl (Freixo) .........................................................<br />

Populus alba L. (Choupo-branco) ...........................................................<br />

Populus nigra L. (Choupo-preto) ............................................................<br />

Salix alba L. (Salgueiro-dourado) ...........................................................<br />

Salix atrocinerea Brotero (Salgueiro-negro) ...........................................<br />

Salix salvifolia Brot. (Borrazeira-branca) ..............................................<br />

Tamarix africana Poir. (Tamariz)<br />

Ulmus minor Miller (Ulmeiro) ..................................................................<br />

4


Introdução<br />

O Sistema <strong>de</strong> Classificação <strong>de</strong> Habitats MedWet (Farinha et al.<br />

1996), apresentado durante o projecto MedWet 1 (1993-1996),<br />

é um sistema <strong>de</strong> classificação que permite <strong>de</strong>screver os habitats<br />

duma zona húmida.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um sistema direccionado para a análise estrutural<br />

dos ecossistemas, portanto, distinto da classificação da flora<br />

em “tipos biológicos”, usualmente utilizada em botânica. Visa,<br />

sobretudo, <strong>de</strong>finir tipologias <strong>de</strong> habitats para a fauna, uma vez<br />

que os animais respon<strong>de</strong>m mais intensamente às características<br />

estruturais dos habitats, do que à sua composição<br />

florística.<br />

A sua principal utilida<strong>de</strong> é a cartografia das zonas húmidas, um<br />

instrumento para monitorização e gestão dos sítios, um elemento<br />

imprescindível para i<strong>de</strong>ntificar problemas, quantificar a sua<br />

extensão, ou para avaliar, <strong>de</strong> forma expedita, a a<strong>de</strong>quação dos<br />

habitats para espécies alvo <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> conservação.<br />

Neste contexto, o principal objectivo <strong>de</strong>sta publicação consiste<br />

em fornecer aos não especialistas em botânica informação que<br />

permita i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong> forma fácil, mas correcta, algumas das<br />

espécies mais abundantes no continente português. Optou-se<br />

por incluir critérios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação simples e macroescópicos<br />

e, sempre que possível, evitar a utilização <strong>de</strong> termos técnicos<br />

botânicos. Para os casos em que não foi possível evitar a sua<br />

utilização, apresenta-se no final da brochura um breve glossário.<br />

ESTRUTURA DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO<br />

A estrutura do Sistema <strong>de</strong> Classificação <strong>de</strong> Habitats MedWet é<br />

hierárquica, isto é, <strong>de</strong>senvolve-se através <strong>de</strong> vários níveis, do<br />

mais abrangente para o mais específico. O primeiro nível <strong>de</strong>signase<br />

por Sistema, e os níveis subsequentes por Subsistema, Classe<br />

e Subclasse. O sistema conta ainda com outras categorias –<br />

5


Modificadores – que permitem a <strong>de</strong>scrição dos tipos <strong>de</strong> regime<br />

hídrico, salinida<strong>de</strong>, artificialização dos habitats , e ainda o tipo <strong>de</strong><br />

dominância, que permite i<strong>de</strong>ntificar tipos <strong>de</strong> habitats importantes.<br />

Consoante a percentagem <strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado habitat<br />

(mais <strong>de</strong> 30%), classifica-se o tipo <strong>de</strong> vegetação em Classes<br />

e Subclasses: Vegetação aquática (Vasculares radiculares,<br />

Folhas flutuantes e Vasculares flutuantes), Emergentes (Não<br />

persistente e Persistente), Arbustos e Árvores.<br />

O presente <strong>Guia</strong> preten<strong>de</strong> facilitar a <strong>de</strong>scrição da estrutura do<br />

habitat, ao nível da Classe/Subclasse, através do apoio à<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> <strong>plantas</strong> <strong>aquáticas</strong>.<br />

Classe e Subclasses <strong>de</strong>scritos no presente <strong>Guia</strong>:<br />

Classe<br />

Sub-<br />

Classe<br />

6<br />

Vegetação<br />

aquática<br />

Vasculares<br />

radiculares<br />

Folhas<br />

flutuantes<br />

Vasculares<br />

flutuantes<br />

Emergentes<br />

Não<br />

persistentes<br />

Persistentes<br />

Arbustos Arvoredo<br />

Folha<br />

caduca<br />

Folha<br />

caduca<br />

Folha Folha<br />

persistente persistente


Classe: Vegetação aquática<br />

Inclui habitats dominados por <strong>plantas</strong> que crescem<br />

geralmente à superfície da água ou imediatamente<br />

abaixo da superfície durante a maior parte da época <strong>de</strong><br />

crescimento, na maior parte dos anos. A Classe Vegetação<br />

aquática ocorre geralmente em águas com profundida<strong>de</strong>s<br />

inferiores a 2 metros.<br />

SUBCLASSE: VASCULARES FLUTUANTES<br />

Inclui habitats com a vegetação dominada por espécies que<br />

flutuam livremente na água ou à sua superfície. A cobertura<br />

<strong>de</strong>sta vegetação é superior a 30%. As populações <strong>de</strong>stas<br />

<strong>plantas</strong> po<strong>de</strong>m ser movimentadas pela acção do vento ou<br />

das correntes.<br />

SUBCLASSE: FOLHAS FLUTUANTES<br />

Esta Subclasse inclui habitats em que a vegetação é dominada<br />

por espécies vasculares submersas em que as folhas se<br />

encontram, total ou parcialmente, à superfície.<br />

SUBCLASSE: VASCULARES RADICULARES<br />

Esta Subclasse inclui habitats com a vegetação dominada<br />

por espécies vasculares enraizadas no substrato. Nos<br />

Sistemas Fluvial, Lacustre e Palustre as <strong>plantas</strong> vasculares<br />

radiculares ocorrem em diversas profundida<strong>de</strong>s em águas<br />

paradas ou movimentadas.<br />

7


Foto: SC<br />

Azolla caroliniana Willd.<br />

Azola<br />

8<br />

Vasculares flutuantes<br />

Descrição: Planta flutuante <strong>de</strong> pequenas<br />

dimensões, com 7 a 25 mm <strong>de</strong> diâmetro, muito<br />

ramificada. Folhas ver<strong>de</strong>s ou acastanhadas,<br />

imbricadas, com uma estreita margem<br />

membranácea. Raízes negras. Esporulação <strong>de</strong><br />

Maio a Junho.<br />

Distribuição geográfica: Originária da<br />

América foi introduzida em Portugal com a<br />

cultura do arroz. Actualmente, ocorre no Centro<br />

e Sul do país.<br />

Habitat: Cursos <strong>de</strong> água <strong>de</strong> corrente lenta e<br />

zonas pantanosas, por vezes com alguma<br />

salinida<strong>de</strong>.<br />

Espécies similares: Azolla filiculoi<strong>de</strong>s<br />

apresenta dimensões muito superiores (até 10<br />

cm). Menos frequente em Portugal.<br />

(Esp.: Azola)<br />

sli<strong>de</strong><br />

Foto: JPF


Foto: ICN<br />

Eichhornia crassipes (Mart.) Solms<br />

Jacinto-<strong>de</strong>-água<br />

Vasculares flutuantes<br />

(Esp.: Jacinto <strong>de</strong> agua, Buchón <strong>de</strong> agua)<br />

Descrição: Erva aquática vivaz, flutuante. As folhas são pecioladas e<br />

apresentam um limbo com 15 cm <strong>de</strong> comprimento máximo. A inflorescência,<br />

em espiga, tem cerca <strong>de</strong> 15 cm e 8 a 12 flores azul-violáceas. Floração<br />

em Junho e Julho.<br />

Distribuição geográfica: Originário <strong>de</strong> América do Sul, o Jacinto-<strong>de</strong>água<br />

foi introduzido em todas as áreas tropicais e subtropicais do Mundo.<br />

Em Portugal, foi introduzido no início do século XX, pelo seu valor ornamental.<br />

É muito abundante nas bacias do Tejo e Sado, sendo menos<br />

frequente a Norte e a Sul <strong>de</strong>stes rios.<br />

Habitat: Águas doces estagnadas ou <strong>de</strong> corrente lenta. A proliferação do<br />

Jacinto-<strong>de</strong>-água causa problemas ecológicos graves, <strong>de</strong>vido ao facto <strong>de</strong><br />

cobrir toda a superfície da água, impedindo que a luz chegue à água e<br />

evitando o crescimento da vegetação aquática imersa.<br />

9


Foto:<br />

Vasculares flutuantes<br />

Lemna minor L.<br />

Lentilha-<strong>de</strong>-água-menor<br />

Descrição: Planta flutuante <strong>de</strong> pequenas dimensões, reduzida a uma<br />

fron<strong>de</strong> e uma raiz central, elíptica e quase plana na página superior.<br />

Reproduz-se assexuadamente através da divisão das fron<strong>de</strong>s. Os frutos<br />

e as flores nunca foram observadas.<br />

Distribuição geográfica: Subcosmopolita. Em Portugal, ocorre <strong>de</strong> Norte<br />

a Sul.<br />

Habitat: Cursos <strong>de</strong> água <strong>de</strong> corrente lenta, lagos, charcos e zonas<br />

pantanosas.<br />

Espécies similares: Lentilha-<strong>de</strong>-água-maior (Lemna gibba) distingue-se<br />

facilmente <strong>de</strong> Lentilha-<strong>de</strong>-água-menor por apresentar uma fron<strong>de</strong> convexa<br />

na página inferior.<br />

10<br />

sli<strong>de</strong><br />

(Esp.: Lenteja <strong>de</strong> agua)


Foto: SC<br />

Ranunculus peltatus Schrank<br />

Ranúnculo-aquático<br />

Descrição: Apresenta dois tipos <strong>de</strong><br />

folhas: umas capilares que apresentam<br />

menor resistência à água,<br />

usualmente estão submersas, e<br />

outras laminares, geralmente flutuantes.<br />

As folhas laminares, relativamente<br />

pequenas e menores que<br />

os entrenós, não são profundamente<br />

fendidas. Os segmentos das folhas<br />

laminares apresentam lobos largos e<br />

contíguos. Tépalas com mais <strong>de</strong><br />

6 mm. Floresce e frutifica <strong>de</strong><br />

Fevereiro a Junho.<br />

Distribuição geográfica: Centro e<br />

Oeste da Europa. Em Portugal, ocorre<br />

<strong>de</strong> Norte a Sul.<br />

Habitat: Cursos <strong>de</strong> água.<br />

Vasculares flutuantes<br />

(Esp.: Hierba lagunera)<br />

11<br />

Foto: AP


Foto: ICN<br />

Folhas flutuantes / Vasculares radiculares<br />

Marsilea quadrifolia L.<br />

Trevo-<strong>de</strong>-quatro-folhas (Esp.: Trébol <strong>de</strong> cuatro hojas)<br />

Descrição: Feto aquático, emergente em algumas épocas do ano. Apresenta<br />

um amplo rizoma <strong>de</strong> on<strong>de</strong> saem folhas com um longo pecíolo. O limbo<br />

assoma frequentemente à superfície da água e apresenta quatro folíolos,<br />

com 1 a 2 cm <strong>de</strong> comprimento. Esporulação <strong>de</strong> Junho a Julho.<br />

Distribuição geográfica: Costas atlânticas do Sudoeste <strong>de</strong> Europa,<br />

Região Mediterrânica e Ilhas Canárias. Em Portugal, outrora distribuía-se<br />

pelas bacias hidrográficas dos rios Vouga, Douro, Lima e Minho.<br />

Actualmente, está restrita a um único local da bacia do Douro.<br />

Habitat: Charcos e margens <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água.<br />

Espécies similares: Marsilea batardae (Trevo-<strong>de</strong>-quatro-folhas-peludo)<br />

apresenta menores dimensões, folíolos <strong>de</strong> 5 a 15 mm, e ocorre<br />

exclusivamente nas Bacias do Tejo e do Guadiana. As folhas apresentam<br />

pêlos.<br />

12<br />

sli<strong>de</strong>


Foto: ICN<br />

Folhas flutuantes / Vasculares radiculares<br />

Nymphaea alba L.<br />

Golfão-branco (Esp.: Nenúfar)<br />

sli<strong>de</strong><br />

Descrição: Planta <strong>de</strong> folhas flutuantes, circulares ou elípticas, com um<br />

longo pecíolo submerso. As flores são emersas, gran<strong>de</strong>s e com pétalas<br />

brancas. Floresce e frutifica <strong>de</strong> Março a Outubro.<br />

Distribuição geográfica: Europa, Norte <strong>de</strong> África, Oeste da Ásia. Em<br />

Portugal é frequente <strong>de</strong> Norte a Sul e também nos Açores.<br />

Habitat: Lagoas e cursos <strong>de</strong> água <strong>de</strong> corrente fraca.<br />

Espécies similares: O Golfão-amarelo (Nuphar lutea) distingue-se <strong>de</strong><br />

Golfão-branco pelas folhas mais elípticas e pela flor, mais pequena, com<br />

pétalas amarelas.<br />

13


Foto: JPF<br />

Folhas flutuantes / Vasculares radiculares<br />

Potamogeton polygonifolius Pourret<br />

Colher<br />

Descrição: Planta até 25 cm. Folhas com um longo pecíolo, inteiras e<br />

coriáceas. Pecíolo até 18 cm. Limbo ovado a lanceolado, por vezes<br />

flutuante. Estípulas até 5 cm, membranosas. Floresce <strong>de</strong> frutifica <strong>de</strong><br />

Março a Agosto.<br />

Distribuição geográfica: Europa, Norte <strong>de</strong> África, Sudoeste asiático.<br />

Em Portugal, ocorre <strong>de</strong> Norte a Sul do país e também nos Açores e<br />

Ma<strong>de</strong>ira.<br />

Habitat: Pântanos e turfeiras. Frequentemente em águas ácidas.<br />

Espécies similares: Várias espécies <strong>de</strong> Potamogetum semelhantes ocorrem<br />

em Portugal. Distinguem-se <strong>de</strong>sta espécie, essencialmente, por pormenores<br />

do fruto.<br />

14


Classe: Emergentes<br />

É caracterizada pela existência <strong>de</strong> vegetação hidrófita<br />

erecta, radicular e herbácea. Esta vegetação encontra-se<br />

presente durante a maior parte da época <strong>de</strong> crescimento na<br />

maior parte dos anos, mantendo geralmente a mesma<br />

aparência ano após ano. São geralmente dominados por<br />

<strong>plantas</strong> perenes.<br />

SUBCLASSE NÃO PERSISTENTES<br />

Inclui habitats com vegetação dominada por espécies<br />

hidrófitas vasculares que geralmente caem para a superfície<br />

do substrato ou da água no fim da época <strong>de</strong> crescimento.<br />

Em certas épocas do ano, po<strong>de</strong>m não existir sinais evi<strong>de</strong>ntes<br />

da existência <strong>de</strong>sta vegetação. Esta Subclasse ocorre<br />

extensivamente nas margens dos Sistemas Lacustre e Fluvial<br />

e particularmente no Sistema Palustre.<br />

SUBCLASSE PERSISTENTES<br />

inclui habitats com a vegetação dominada por espécies<br />

vasculares hidrófitas que se mantêm erectas até ao início<br />

da época <strong>de</strong> crescimento do ano seguinte. Esta Subclasse<br />

ocorre extensivamente nas margens dos Sistemas Estuarinos<br />

e em sapais salgados. Estes habitats ocorrem também<br />

extensivamente no Sistema Palustre, on<strong>de</strong> existe uma gran<strong>de</strong><br />

varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies, como por exemplo Phragmites sp. e<br />

Scirpus sp.<br />

15


Foto: AP<br />

Foto: AP<br />

Emergentes não persistentes<br />

Alisma plantago-aquatica L.<br />

Orelha-<strong>de</strong>-mula (Esp.: Llantén <strong>de</strong> agua)<br />

16<br />

Descrição: Erva vivaz com 20 a<br />

120 cm <strong>de</strong> altura, com folhas<br />

emergentes, ovadas a lanceoladas,<br />

<strong>de</strong> 2 a 3,6 vezes mais compridas<br />

do que largas, com longos pecíolos.<br />

Flores com 3 pétalas, brancas,<br />

rosadas ou liláses. Floresce e<br />

frutifica <strong>de</strong> Maio a Agosto.<br />

Distribuição geográfica: Europa,<br />

Norte e Este <strong>de</strong> África, e Ásia. Em<br />

Portugal, ocorre <strong>de</strong> Norte a Sul.<br />

Habitat: Locais encharcados,<br />

margens <strong>de</strong> rios, lagos e lagoas.<br />

Geralmente em águas pouco<br />

profundas e <strong>de</strong> corrente fraca ou<br />

nula.<br />

Espécies similares: Tanchagem<strong>de</strong>-água<br />

(Alisma lanceolatum With.)<br />

distingue-se principalmente pelas<br />

folhas mais alongadas, com o<br />

comprimento 3 a 12 vezes maior<br />

que a largura.


Foto: JPF<br />

Aster tripolium L.<br />

Malmequer-da-praia<br />

Emergentes não persistentes<br />

Descrição: Arbusto pequeno, até 80 cm. Folhas um pouco carnudas,<br />

longas e lanceoladas. A inflorescência é constituída por flores liguladas<br />

azuis ou liláses, e por flores não liguladas amarelas. Floresce <strong>de</strong> Outubro<br />

a Novembro.<br />

Distribuição geográfica: Norte <strong>de</strong> África e litoral europeu excepto no<br />

Norte.Em Portugal ocorre no Centro e Sul do país.<br />

Habitat: Sapais e solos salgados.<br />

17


Foto: ICN<br />

Emergentes não persistentes<br />

Cistanche phelypaea (L.) Coutinho<br />

Descrição: Planta parasita, sem<br />

clorofila, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> outras <strong>plantas</strong><br />

para obter alimento. Após a<br />

germinação, procuram as raízes<br />

das <strong>plantas</strong> que irão parasitar. Uma<br />

vez encontradas, começam a<br />

absorver directamente a seiva da<br />

planta hospe<strong>de</strong>ira. O caule é<br />

cilíndrico e carnudo <strong>de</strong> 20 a 100<br />

cm. As folhas são cinzento<br />

acastanhado a amarelas. As flores<br />

são <strong>de</strong> cor amarela muito viva,<br />

agrupam-se numa inflorescência <strong>de</strong><br />

10 a 20 cm. Corola tem entre 35 a<br />

45 mm. Floresce <strong>de</strong> Março a Abril<br />

e frutifica <strong>de</strong> Junho a Outubro.<br />

Distribuição geográfica: Península<br />

Ibérica, Norte <strong>de</strong> África e<br />

Arábia. Em Portugal, ocorre no<br />

Centro e no Sul.<br />

Habitat: Encontra-se em sapais e<br />

solos salgados, menos frequentemente nas areias do litoral.<br />

Espécies similares: Algumas espécies do Género Orobanche, por<br />

apresentarem a corola amarelada, po<strong>de</strong>m ser confundidas com Cistanche<br />

phelypaea, mas a sua dimensão é sempre inferior a 35 mm. Acresce<br />

que,Orobanche, raramente ocorre em terrenos salgados.<br />

18


Foto: JPF<br />

Drosera intermedia Hayne<br />

Orvalhinha<br />

Emergentes persistentes<br />

(Esp.: Atrapamoscas)<br />

Descrição: Planta carnívora, <strong>de</strong> folhas basilares elípticas. Parte superior<br />

do limbo coberta com pêlos compridos, vermelhos, glandulares, que<br />

produzem uma substância pegajosa na forma <strong>de</strong> pequenas gotículas<br />

brilhantes. O seu brilho atrai os insectos que, ao pousarem, ficam presos<br />

nas folhas, sendo digeridos por enzimas libertadas pela planta. O escapo<br />

é lateral é pouco mais comprido do que as folhas. Flores brancas. Floresce<br />

<strong>de</strong> Abril a Novembro.<br />

Distribuição geográfica: América do Norte, Europa e Ásia. Em Portugal,<br />

ocorre nas regiões elevadas do Noroeste e, para Sul, em zonas húmidas<br />

do litoral arenoso, até à bacia do Sado.<br />

Habitat: Sítios húmidos pantanosos e turfeiras. O habitat <strong>de</strong>sta espécie<br />

caracteriza-se pela presença <strong>de</strong> baixos níveis <strong>de</strong> nutrientes, o que faz da<br />

obtenção <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> azoto a partir dos insectos uma importante vantagem<br />

adaptativa. Calcula-se que cada planta consuma 2-3 insectos <strong>de</strong> pequena<br />

dimensão por mês.<br />

Espécies similares: Drosera rotundifolia L. tem as folhas basilares<br />

arredondadas e o escapo, aparentemente terminal, <strong>de</strong> 4 a 8 cm, é muito<br />

mais comprido que as folhas.<br />

19


Foto: JPF<br />

Emergentes persistentes<br />

Iris pseudacorus L.<br />

Lírio-amarelo-dos-pântanos<br />

Descrição: Lírio <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões, até<br />

120 cm, com rizoma. Ramificado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a parte<br />

inferior. Folhas planas (<strong>de</strong> secção não<br />

arredondada). Flores amarelas. Floresce <strong>de</strong><br />

Março a Junho.<br />

Distribuição geográfica: Europa, Oeste da<br />

Ásia Norte <strong>de</strong> África. Em Portugal Continental<br />

ocorre <strong>de</strong> Norte a Sul e também na Ma<strong>de</strong>ira.<br />

Habitat: Cursos <strong>de</strong> água e zonas pantanosas<br />

<strong>de</strong> água doce.<br />

Espécies similares: Para além do Lírio-amarelodos-pantanos,<br />

o Maio-amarelo (Iris xiphium var.<br />

lusitanicum) é o único lírio amarelo da flora<br />

portuguesa, mas apresenta bolbos e não<br />

rizomas, as folhas são estreitas, arredondadas,<br />

e as flores são <strong>de</strong> dimensões muito menores.<br />

20<br />

sli<strong>de</strong><br />

sli<strong>de</strong><br />

Foto: JPF


Foto: SC<br />

Limonium ovalifolium (Poiret) Kuntze<br />

Sempre-viva<br />

Descrição: Planta com uma roseta <strong>de</strong><br />

folhas basilares com 3 a 20 cm <strong>de</strong><br />

comprimento por 1 a 4 <strong>de</strong> largura, com<br />

5 a 7 nervuras paralelas entre si no<br />

pecíolo e divergentes no limbo,<br />

obovadas a lanceoladas e terminadas<br />

numa ponta aguda. Constitui uma das<br />

maiores espécies <strong>de</strong>ste género,<br />

chegando a alcançar 105 cm. Floresce<br />

<strong>de</strong> Junho a Setembro.<br />

Distribuição geográfica: Des<strong>de</strong> a<br />

Costa Atlântica <strong>de</strong> França até Gibraltar.<br />

Em Portugal ocorre no Centro e Sul.<br />

Habitat: Arribas costeiras e sapais.<br />

Emergentes persistentes<br />

21<br />

Foto: SC


Foto: AC<br />

Foto: SC<br />

Emergentes não persistentes<br />

Narcissus jonquilla L.<br />

Junquilho<br />

22<br />

(Esp.: Junquillo)<br />

Descrição: Flor amarelo-vivo e<br />

com pedicelos bem evi<strong>de</strong>ntes.<br />

Tubo hipantial recto. Flor muito<br />

aromática. O comprimento das<br />

tépalas (10-15 mm) exce<strong>de</strong> o dobro<br />

do comprimento da corola. Folhas<br />

com 15 a 50 cm <strong>de</strong> comprimento e<br />

1.5 a 4 mm <strong>de</strong> largura, lineares e<br />

erectas. Floresce <strong>de</strong> Fevereiro a<br />

Abril.<br />

Distribuição geográfica: En<strong>de</strong>mismo<br />

do Centro e Sul da Península<br />

Ibérica.<br />

Habitat: Em solos ácidos, frequentemente<br />

junto a cursos <strong>de</strong> água.<br />

Espécies similares: Narcissus<br />

fernan<strong>de</strong>sii, espécie muito rara e<br />

não aromática, apresenta folhas<br />

rígidas. Tépalas com 8 a 11 mm.<br />

Aparentemente, restrito às bacias<br />

hidrográficas do Tejo e do Sado.<br />

O Narciso-do-Algarve (Narcissus<br />

willkommii), igualmente muito raro<br />

e não aromático, apresenta folhas<br />

flexíveis e tépalas com 6 a 9 mm.<br />

É conhecido um único núcleo<br />

populacional localizado na ribeira <strong>de</strong><br />

Quarteira.


Foto: AP<br />

Narcissus papyraceus Ker-Gaeler<br />

Narciso-branco<br />

Emergentes não persistentes<br />

Descrição: É o único Narciso<br />

silvestre com a corola completamente<br />

branco-puro. Apresenta<br />

um escapo <strong>de</strong> 20 a 45 cm e folhas<br />

até 55 cm <strong>de</strong> comprimento.<br />

Floresce <strong>de</strong> Dezembro a Março.<br />

Distribuição geográfica: Região<br />

Mediterrânica, Açores e Canárias.<br />

Habitat: Solos húmidos, mais<br />

frequentemente em zonas ripícolas.<br />

Espécies similares: Narciso-do-<br />

Inverno (Narcissus tazetta), com<br />

tépalas brancas mas corola amarelo<br />

vivo, e Narcissus triandrus,<br />

com flor amarelo-esbranquiçada e<br />

tépalas mais compridas e viradas<br />

para trás (retroflexas).<br />

23


Foto: SC<br />

Emergentes não persistentes<br />

Nasturtium officinale R. Br.<br />

Agrião (Esp.: Berro)<br />

Descrição: Planta com 20 a 90 cm. Flores com<br />

quatro pétalas, com 4 a 5 mm. Os frutos são<br />

silíquas ligeiramente arqueadas. Folhas<br />

penatiseptas, com os folíolos ovados ou<br />

ligeiramente lanceolados. O folíolo terminal é<br />

mais longo. Floresce <strong>de</strong> Março a Agosto.<br />

Distribuição geográfica: Cosmopolita. Comum<br />

em todo o território nacional.<br />

Habitat: Ribeiras e margens <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água<br />

Espécies similares: Cardamine é o único<br />

género da família do Agrião com folhas<br />

semelhantes. No entanto, apresenta pétalas com<br />

menos <strong>de</strong> 4 mm e as silíquas são rectas.<br />

24<br />

sli<strong>de</strong><br />

Foto: SC


Foto: ICN<br />

Foto: ICN<br />

Oenanthe crocata L.<br />

Embu<strong>de</strong><br />

sli<strong>de</strong><br />

Emergentes não persistentes<br />

(Esp.: Nabo <strong>de</strong>l diablo)<br />

Descrição: Erva <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões,<br />

até 150 cm. Flores<br />

brancas e dispostas em umbela.<br />

Caules ver<strong>de</strong>s, ocos, pelo menos<br />

na base, e bastante estriados.<br />

Folhas penatisectas, divididas até<br />

3 a 5 vezes. Dentes do cálice <strong>de</strong><br />

0,5 a 1,0 mm. Floresce <strong>de</strong> Maio a<br />

Julho.<br />

Distribuição geográfica: Oeste<br />

da Europa e Região Mediterrânica.<br />

Frequente <strong>de</strong> Norte a Sul do país.<br />

Habitat: Margens <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong><br />

água.<br />

Espécies similares: Oenanthe<br />

pimpinelloi<strong>de</strong>s, apresenta o caule<br />

maciço. Conium maculatum apresenta<br />

pequenas manchas purpúreas<br />

no caule. Bunium sp. atinge<br />

uma altura mais pequena, até<br />

40cm, e não possui <strong>de</strong>ntes no<br />

cálice.<br />

25


Foto: SC<br />

Emergentes não persistentes<br />

Panicum repens L.<br />

Alcarnache (Esp.: Grama bor<strong>de</strong>)<br />

26<br />

Descrição: Erva com espigueta<br />

até 3 mm e bainhas sem pêlos.<br />

Folhas até 25 cm <strong>de</strong> comprimento<br />

e 8 mm <strong>de</strong> largura, planas, rígidas,<br />

com pêlos compridos na página<br />

interna da folha e sem pêlos na<br />

página externa. Floresce <strong>de</strong> Maio a<br />

Outubro.<br />

Distribuição geográfica: Sul da<br />

Europa. Em Portugal é frequente<br />

em todo o território.<br />

Habitat: Solos arenosos e húmidos.<br />

Por vezes, parcialmente emersos.<br />

Espécies similares: Panicum<br />

dichotomiflorum distinguem-se<br />

facilmente pelas folhas mais<br />

flácidas e compridas, até 50 cm.


Foto: JCF<br />

Foto: SC<br />

Emergentes não persistentes<br />

Paspalum paspalo<strong>de</strong>s (Michx) Scribne<br />

Graminhão (Esp.: Grama)<br />

Descrição: Erva anual, estolhosa,<br />

com caules rastejantes e entrenós<br />

ocos, por meio dos quais a planta<br />

enraíza. Folhas membranosas,<br />

lineares e ligeiramente enroladas<br />

sobre si mesmas. As inflorescências,<br />

não pecioladas, formam<br />

dois cachos com 1,5 a 7 cm <strong>de</strong><br />

comprimento, ao longo dos quais<br />

se dispõem as espiguetas. As<br />

espiguetas são formadas por duas<br />

flores, uma estéril e outra fértil.<br />

Floresce <strong>de</strong> Maio a Novembro.<br />

Distribuição geográfica: América<br />

tropical e subtropical. Naturalizado<br />

em quase todo o Mundo.<br />

Habitat: Solos arenosos e húmidos.<br />

Por vezes, parcialmente<br />

emersos.<br />

Espécies similares: Paspalum<br />

vaginatum é muitas vezes confundido<br />

com Paspalum paspalo<strong>de</strong>s.<br />

Porém, as inflorescências são<br />

marcadamente pecioladas em<br />

Paspalum vaginatum.<br />

27


Foto: JPF<br />

Foto: JPF<br />

Emergentes persistentes<br />

Pinguicula lusitanica L.<br />

Pinguícola<br />

28<br />

sli<strong>de</strong><br />

sli<strong>de</strong><br />

Descrição: Planta carnívora, <strong>de</strong><br />

folhas dispostas em roseta, com<br />

10 a 25 mm (máximo 30) <strong>de</strong><br />

comprimento e 3 a 8 mm <strong>de</strong> largura,<br />

fortemente recurvadas para <strong>de</strong>ntro,<br />

e recobertas <strong>de</strong> pêlos que segregam<br />

um muco a<strong>de</strong>sivo. Durante o<br />

período <strong>de</strong> floração (Março a Maio)<br />

apresenta vários escapos longos<br />

(até 20 cm) suportando uma única<br />

flor. Corola, branca a lilás, com<br />

fauce amarela e 7 a 9 mm (máximo<br />

11). Floresce e frutifica <strong>de</strong> Março a<br />

Maio.<br />

Distribuição geográfica: Oeste<br />

Europeu e Noroeste <strong>de</strong> África. Em<br />

Portugal, embora pouco abundante,<br />

ocorre por todo o país.<br />

Habitat: Sítios húmidos, por vezes<br />

turfosos, e margens <strong>de</strong> rios,<br />

charcos e lagoas.<br />

Espécies similares: Pinguicula<br />

vulgaris <strong>de</strong> folhas maiores 20 a 45<br />

mm (máximo 90) <strong>de</strong> comprimento<br />

e 14 a 20 (máximo 25) <strong>de</strong> largura.<br />

Corola com 15 a 22 (máximo 30),<br />

lilás a roxa e fauce branca. Em<br />

Portugal, está restrita às áreas<br />

montanhosas do Noroeste.


Foto: JPF<br />

Emergentes não persistentes<br />

Polygonum persicaria L.<br />

Erva-pessegueira (Esp.: Hierba pejiguera)<br />

Descrição: Erva anual, com 30 a<br />

80 cm <strong>de</strong> comprimento. Caules<br />

erectos ou ascen<strong>de</strong>ntes, entumescidos<br />

nos nós. Folhas <strong>de</strong> 30 a<br />

150 mm <strong>de</strong> comprimento, usualmente<br />

com uma marca escura no<br />

centro. Tal como todas as espécies<br />

da família das Poligonáceas,<br />

apresenta ócreas que, neste caso,<br />

são longamente ciliadas. Floresce<br />

<strong>de</strong> Junho a Novembro.<br />

Distribuição geográfica: Em Portugal<br />

é abundante no Norte e Centro<br />

do país. Mais raro no Sul.<br />

Habitat: Solos húmidos e frequentemente<br />

ru<strong>de</strong>ralizados.<br />

Espécies similares: Várias espécies<br />

<strong>de</strong>ste género ocorrem em Portugal,<br />

e muitas <strong>de</strong>las apresentam<br />

habitat e morfologia semelhantes,<br />

<strong>de</strong>signadamente: P. hydropiper, P.<br />

lapathifolium e P. saliciforme.<br />

29


Foto ICN:<br />

Emergentes não persistentes<br />

Woodwardia radicans L.<br />

Feto-do-botão<br />

30<br />

(Esp.: Helecho <strong>de</strong> cumbre)<br />

Descrição: Feto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

dimensões, com folhas <strong>de</strong> 1,5 a<br />

2,5 m, persistentes, limbo ovado a<br />

lanceolado, dividido em folíolos<br />

inteiros, lanceolados e pontiagudos.<br />

As restantes espécies <strong>de</strong><br />

fetos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões que<br />

ocorrem em Portugal também<br />

apresentam o limbo dividido em<br />

folíolos, mas estes são, por sua<br />

vez, divididos em folíolos mais<br />

pequenos.<br />

Habitat: Margens <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água<br />

<strong>de</strong> montanha.<br />

Distribuição geográfica: Subcosmopolita.<br />

Em Portugal Continental<br />

ocorre na Serra do Gerês, tendo<br />

sido <strong>de</strong>scoberta recentemente no<br />

rio Teixeira. Utilizada como planta<br />

ornamental nos parques históricos<br />

da serra <strong>de</strong> Sintra. Mais frequente<br />

nos Açores e Ma<strong>de</strong>ira.


Foto: JPF<br />

Emergentes persistentes<br />

Arundo donax L.<br />

Cana (Esp.: Caña común)<br />

Descrição: Planta perene, muito robusta, <strong>de</strong> rizoma grosso. Caules <strong>de</strong> 2<br />

a 6 m <strong>de</strong> altura e 1 a 4 cm <strong>de</strong> diâmetro. Folhas lanceoladas a lineares até<br />

60 cm <strong>de</strong> comprimento e com 1 a 8 cm <strong>de</strong> largura. Inflorescência <strong>de</strong> 30 a<br />

90 cm. Floresce <strong>de</strong> Agosto a Abril.<br />

Distribuição geográfica: Provavelmente originária do Sul da Ásia, foi<br />

introduzida praticamente em todo o Mundo. Em Portugal, ocorre <strong>de</strong> Norte<br />

a Sul. É uma espécie invasora, que frequentemente causa graves impactes<br />

na flora ribeirinha autóctone.<br />

Habitat: Margens <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água doce, sebes <strong>de</strong> campos agrícolas e<br />

zonas com intensa intervenção humana.<br />

Espécies similares: Cana-<strong>de</strong>-sequeiro (Arundo plinii), mais escassa em<br />

Portugal e mais pequena. Atinge cerca <strong>de</strong> 4 m e os seus caules têm<br />

apenas 1 a 1,5 cm <strong>de</strong> espessura máxima. Ocorre nas margens dos cursos<br />

<strong>de</strong> água, no Centro e Sul do país.<br />

Caniço (pág. 39), embora seja <strong>de</strong> menor tamanho e menos robusto. Ao<br />

contrário do caniço, a cana apresenta uma lígula é orlada <strong>de</strong> pêlos curtos.<br />

31


Foto: JPF<br />

Emergentes persistentes<br />

Carex pendula Huds.<br />

Palha-<strong>de</strong>-amarrar-vinha (Esp.: Espadaña)<br />

Descrição: Planta robusta e <strong>de</strong>nsa. As folhas<br />

são amarelo-verdosas por cima e mais claras<br />

por baixo, com 2 cm <strong>de</strong> largura máxima e 50 a<br />

180 cm <strong>de</strong> comprimento. Inflorescências com<br />

5 a 7 espigas com mais <strong>de</strong> 10 cm, pen<strong>de</strong>ntes,<br />

característica referida no seu nome científico. sli<strong>de</strong><br />

Floresce <strong>de</strong> Março a Maio.<br />

Distribuição geográfica: Europa, Norte <strong>de</strong><br />

África, e Oeste Ásia. Em Portugal ocorre no<br />

continente, sendo mais frequente no Norte, e<br />

também nos Açores e na Ma<strong>de</strong>ira.<br />

Habitat: Locais encharcados, ricos em matéria<br />

orgânica, usualmente, ao longo <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong><br />

água, mas também e em bosques húmidos.<br />

Espécies similares: Em geral, as espécies do género Carex são difíceis<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar. No entanto, a Palha-<strong>de</strong>-amarrar-vinha esta espécie diferenciase<br />

facilmente <strong>de</strong>vido às espigas pen<strong>de</strong>ntes e ao seu tamanho.<br />

32<br />

sli<strong>de</strong><br />

Foto: JPF


Foto: ICN<br />

Inula crithmoi<strong>de</strong>s L.<br />

Madorneira-bastarda<br />

Emergentes persistentes<br />

Descrição: Arbusto pequeno, até 1 m <strong>de</strong> altura. Folhas em forma <strong>de</strong><br />

lança, alongadas e carnudas. Flores amarelas. Floresce no fim do Verão<br />

e no Outono.<br />

Distribuição geográfica: Oeste e Sul <strong>de</strong> Europa, Norte <strong>de</strong> África e<br />

Sudoeste da Ásia. Em Portugal Continental ocorre do Algarve até à<br />

Estremadura.<br />

Habitat: Solos salgados incluindo salinas, sapais, mais raramente em<br />

arribas costeiras.<br />

Espécies similares: Devido à cor das suas flores, numerosas espécies<br />

da família das compostas po<strong>de</strong>m ser confundidas com a Madorneirabastarda.<br />

No entanto, na sua maioria, evitam solos salgados e raramente<br />

apresentam folhas carnudas.<br />

33


Foto: ICN<br />

Foto: ICN<br />

Emergentes persistentes<br />

Juncus acutus L.<br />

Junco-agudo<br />

34<br />

sli<strong>de</strong><br />

Descrição: Erva vivaz, apenas<br />

com folhas basais, sem folhas<br />

caulinares, formando moitas.<br />

Caules rígidos, <strong>de</strong> 50-180 cm <strong>de</strong><br />

comprimento e <strong>de</strong> 2-4 mm <strong>de</strong><br />

diâmetro. Com 2-5 folhas basais e<br />

roliças, pontiaguadas, muito<br />

semelhantes ao caule. Inflorescência<br />

<strong>de</strong> 10-25 cm, <strong>de</strong>nsa,<br />

globosa, aparentemente lateral, já<br />

que uma das brácteas simula um<br />

prolongamento do caule. Esta<br />

bráctea é rígida e, tal como as<br />

folhas, termina numa extremida<strong>de</strong><br />

aguçada, dolorosa ao toque.<br />

Floresce <strong>de</strong> Maio a Junho.<br />

Distribuição geográfica: Subcosmopolita.<br />

Em Portugal, ocorre<br />

no Continente e nos Açores.<br />

Habitat: Areias marítimas, sapais<br />

e linhas <strong>de</strong> água.<br />

Espécies similares: Várias espécies<br />

<strong>de</strong>ste género apresentam<br />

gran<strong>de</strong>s semelhanças entre si. No<br />

entanto, o Junco-agudo distinguese<br />

<strong>de</strong>vido à bráctea terminal muito<br />

rígida, característica que só partilha<br />

com o Junco-das-esteiras (Juncus<br />

maritimus). O Junco agudo, apresenta<br />

também uma inflorescência<br />

<strong>de</strong>nsa e frutos (cápsulas) gran<strong>de</strong>s,<br />

lustrosas e bem visíveis, não só<br />

pela sua dimensão (4 a 5,5 mm),<br />

mas também porque não estão<br />

recobertos pelas tépalas.


Foto: JCF<br />

Juncus conglomeratus L.<br />

Junco-glomerado<br />

sli<strong>de</strong><br />

Emergentes persistentes<br />

Descrição: Planta até 85 cm <strong>de</strong> altura, apenas com folhas basais, sem<br />

folhas caulinares. Inflorescência muito <strong>de</strong>nsa. Bráctea inferior sem<br />

extremida<strong>de</strong> dolorosa ao toque. O caule apresenta 11 a 30 estrias<br />

imediatamente abaixo da inflorescência. Floresce <strong>de</strong> Maio a Junho.<br />

Distribuição geográfica: Europa, Norte <strong>de</strong> África, Sudoeste da Ásia e<br />

algumas localida<strong>de</strong>s da América do Norte. Em Portugal, ocorre em todo o<br />

país.<br />

Habitat: Solos muito húmidos, usualmente junto a cursos <strong>de</strong> água ou<br />

zonas periodicamente inundadas.<br />

Espécies similares: Juncus effusus, que se distingue pela sua<br />

inflorescência menos <strong>de</strong>nsa e pelo número <strong>de</strong> estrias, que ultrapassam<br />

as 30.<br />

35


Foto: JPF Foto: JPF<br />

Emergentes persistentes<br />

Juncus maritimus Lam.<br />

Junco-marítimo (Esp.: Junco <strong>de</strong> playa)<br />

36<br />

sli<strong>de</strong><br />

Descrição: Planta apenas com<br />

folhas basais, geralmente até 1 m<br />

<strong>de</strong> altura. Folhas muito pontiagudas<br />

e dolorosas ao toque. Inflorescência<br />

pouco <strong>de</strong>nsa, com flores<br />

solitárias ou em grupos <strong>de</strong> 2-3<br />

(máximo 5). Floresce <strong>de</strong> Junho a<br />

Agosto.<br />

Distribuição geográfica: Europa,<br />

Norte <strong>de</strong> África e Sudoeste da Ásia.<br />

Em Portugal, ocorre no litoral, <strong>de</strong><br />

Norte a Sul do País.<br />

Habitat: Estuários, lagunas e zonas<br />

terminais das bacias hidrográficas.<br />

Usualmente, em solos<br />

salgados.


Foto: ICN<br />

Mentha pulegium L.<br />

Poejo<br />

Emergentes persistentes<br />

(Esp.: Poleo)<br />

Descrição: Planta <strong>de</strong> 15 a 45 cm,<br />

com ramos ascen<strong>de</strong>ntes e ligeiramente<br />

ramificados. Folhas com<br />

pecíolo, ligeiramente serradas e<br />

pequenas (20-30 x 4-15 mm).<br />

Inflorescência muito característica,<br />

com as flores agrupadas em volta<br />

do eixo, formando grupos aproximadamente<br />

esféricos e separados<br />

entre si. Floresce <strong>de</strong> Maio a<br />

Outubro.<br />

Distribuição geográfica: Centro<br />

e Sul da Europa, Norte <strong>de</strong> África,<br />

próximo Oriente e Macaronésia. Em<br />

Portugal é abundante <strong>de</strong> Norte a<br />

Sul.<br />

Habitat: Prados húmidos e cursos<br />

<strong>de</strong> água.<br />

Espécies similares: As restantes espécies <strong>de</strong> Mentha da flora portuguesa<br />

apresentam as folhas muito mais largas. A Hortelã-aquática (Mentha<br />

aquatica) apresenta folhas ovadas e a inflorescência, semi-esférica,<br />

dispõe-se frequentemente no final dos talos. A Hortelã-brava (Mentha<br />

sauveolens) apresenta uma inflorescência em forma <strong>de</strong> espiga.<br />

37


Foto: ICN<br />

Emergentes persistentes<br />

Myriophyllum aquaticum (Vell.) Verdc.<br />

Erva-pinheirinha<br />

Descrição: Planta total ou parcialmente imersa, raramente emersa.<br />

Constituída por caules muito longos po<strong>de</strong>ndo atingir 6 m, ao longo do qual<br />

estão dispostas 4 a 6 folhas por verticilo. As folhas são geralmente<br />

maiores do que os entrenós. Floresce <strong>de</strong> Abril a Junho.<br />

Distribuição geográfica: Espécie oriunda da América do Sul foi introduzida<br />

na Europa e na América do Norte. Em Portugal ocorre no litoral Centro e<br />

Norte.<br />

Habitat: Cursos <strong>de</strong> água <strong>de</strong> corrente lenta, lagoas e albufeiras, on<strong>de</strong> por<br />

vezes forma tapetes <strong>de</strong>nsos e extensos, cobrindo amplas extensões da<br />

superfície aquática.<br />

Espécies similares: Três espécies autóctones po<strong>de</strong>rão ser confundidas<br />

com a Erva-pinheirinha: Myriophyllum alterifolium, Myriophyllum spicatum e<br />

Myriophyllum verticillatum. A distinção, difícil, faz-se sobretudo através <strong>de</strong><br />

características da flor.<br />

38


Foto: JCF<br />

Descrição: Erva <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões, com<br />

folhas lineares até 3,5 cm <strong>de</strong> largura. Caules<br />

<strong>de</strong> 0,8 a 4 m e pouco ramificados. Espigas <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s dimensões, <strong>de</strong> 15 a 50 cm, frequentemente<br />

acastanhadas. A lígula é orlada e<br />

os pêlos longos. Floresce <strong>de</strong> Outubro a<br />

Fevereiro.<br />

Distribuição geográfica: Cosmopolita.<br />

Frequente <strong>de</strong> Norte a Sul do país.<br />

Habitat: Cursos <strong>de</strong> água <strong>de</strong> corrente fraca,<br />

lagoas, açu<strong>de</strong>s, zonas estuarinas e lagunares.<br />

Por vezes, também, em solos salinos.<br />

Emergentes persistentes<br />

Phragmites australis (Cav.) Trin.<br />

Caniço (Esp.: Carrizo)<br />

sli<strong>de</strong><br />

Foto: JPF<br />

39


Foto: JCF<br />

Emergentes persistentes<br />

Scirpus cernuus Vahl<br />

Cabeleira-<strong>de</strong>-velha<br />

Descrição: Planta anual, pequena e em forma <strong>de</strong> tufo, com caules não<br />

exce<strong>de</strong>ndo os 21 cm <strong>de</strong> comprimento, usualmente menores. As espiguilhas,<br />

solitárias ou, mais raramente em grupos <strong>de</strong> duas, dispõem-se na ponta<br />

dos caules, têm forma arredondada e cor amarelo-claro. Apresentam uma<br />

bráctea terminal no prolongamento do caule. Folhas basais apresentam<br />

uma bainha avermelhada e limbo até 7 cm. Floresce <strong>de</strong> Abril a Maio.<br />

Distribuição geográfica: Subcosmopolita.<br />

Habitat: Linhas <strong>de</strong> água e pequenos charcos.<br />

Espécies similares: Scirpus setaceus planta até 17 cm <strong>de</strong> altura, folhas<br />

com limbo até 9 cm e espiguilhas em grupos <strong>de</strong> 2 ou 3.<br />

Scirpus pseudosetaceus planta até 9 cm <strong>de</strong> altura, com folhas com limbo<br />

até 3 cm, e espiguilhas solitárias, ou em grupos <strong>de</strong> 2 ou 3.<br />

40


Foto: JCF<br />

Emergentes persistentes<br />

Scirpus holoschoenus L.<br />

Bunho (Esp.: Junco churrero)<br />

Descrição: Erva vivaz, com caules simples, roliços, sem nós e com 30-<br />

150 cm <strong>de</strong> comprimento. É a única espécie do género que <strong>de</strong>senvolve<br />

uma inflorescência esférica suportada por pedúnculos bem evi<strong>de</strong>ntes. As<br />

folhas são todas basais e sub-roliças, po<strong>de</strong>ndo atingir um comprimento<br />

até 22 cm. Floresce <strong>de</strong> Maio a Novembro.<br />

Distribuição geográfica: Europa, Ásia e América do Norte. Em Portugal,<br />

é muito abundante por todo o país.<br />

Habitat: Linhas <strong>de</strong> água e solos húmidos. Usualmente, permanentemente<br />

emerso.<br />

Espécies similares: Algumas Juncáceas e Ciperáceas po<strong>de</strong>m ser<br />

confundidas com o bunho. No entanto, a presença <strong>de</strong> inflorescências<br />

globosas suportdas por um pedúnculo é um caracter discriminante.<br />

41


Foto:<br />

Emergentes persistentes<br />

Scirpus maritimus L.<br />

Junco-triângular (Esp.: Junzón)<br />

Descrição: Erva vivaz, com altura até cerca<br />

<strong>de</strong> 80 cm. Os caules apresentam uma secção<br />

triangular, pelo menos a partir da meta<strong>de</strong> superior.<br />

Inflorescência com 2-4 brácteas semelhantes<br />

a pequenas folhas. Muito frequentemente,<br />

as inflorescências não são pedunculadas.<br />

As flores apresentam um cálice com<br />

<strong>de</strong>ntes evi<strong>de</strong>ntes. Caule ver<strong>de</strong> sem manchas<br />

e oco. Folhas tão ou mais largas que o caule,<br />

até 7 mm <strong>de</strong> largura, e sem pêlos. Floresce <strong>de</strong><br />

Abril a Junho.<br />

Distribuição geográfica: Cosmopolita.<br />

Habitat: Margens <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água, lagunas<br />

e estuários, frequentemente em solos com<br />

alguma salinida<strong>de</strong>.<br />

42<br />

sli<strong>de</strong><br />

sli<strong>de</strong><br />

Foto:


Foto: JCF<br />

Emergentes persistentes<br />

Typha dominguensis Pers.<br />

Tabúa-estreita (Esp.: Anea, Espadaña)<br />

Descrição: Inflorescência formada por uma espiga feminina, mais larga<br />

e em posição inferior e uma espiga masculina mais estreita em posição<br />

inferior. A espiga feminina é 10 ou mais vezes mais comprida do que<br />

larga, castanho escura, e separada da espiga masculina por 0,5 a 6 cm.<br />

Folhas com 5 a 14 mm <strong>de</strong> largura. Floresce e frutifica <strong>de</strong> Julho a Novembro.<br />

Distribuição geográfica: Regiões tropicais da América e África,<br />

Mediterrâneo e Ásia. Em Portugal ocorre no Centro e Sul.<br />

Habitat: Terrenos encharcados, <strong>de</strong> água doce ou ligeiramente salobra,<br />

frequentemente com elevada carga orgânica.<br />

Espécies similares: Tabúa-<strong>de</strong>-folha-estreita (Typha angustifolia) é mais<br />

pequena que Tabúa-estreita, apresenta folhas <strong>de</strong> 3 a 8 mm. A espiga<br />

feminina, tem 4 a 7 mm <strong>de</strong> espessura, é 6 a 10 vezes mais comprida do<br />

que larga e <strong>de</strong> cor castanho escuro a castanho avermelhadoa. Segundo<br />

alguns autores, em Portugal, ocorre apenas no Minho e nos Açores.<br />

Tabúa-larga (Typha latifolia) tem folhas com 8 a 20 mm <strong>de</strong> largura, e espiga<br />

feminina até 6 vezes mais comprida do que larga, castanho-escuro.<br />

43


Classe: Arbustos<br />

Inclui zonas dominadas por vegetação lenhosa com menos<br />

<strong>de</strong> 6 metros <strong>de</strong> altura. São caracterizados pela presença <strong>de</strong><br />

arbustos, árvores jovens, ou árvores <strong>de</strong> altura reduzida,<br />

<strong>de</strong>vido a condições ambientais adversas. Estes habitats<br />

são mais comuns em zonas ripárias com inundação temporária<br />

ou sazonal. Ocorrem ainda em planícies costeiras, áreas<br />

salgadas continentais e <strong>de</strong>ltas. Po<strong>de</strong>m constituir um estágio<br />

<strong>de</strong> recuperação da vegetação para a classe Arvoredo ou um<br />

sintoma <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação das formações arbóreas.<br />

SUBCLASSE: FOLHA CADUCA<br />

Inclui habitats com vegetação dominada por espécies<br />

lenhosas <strong>de</strong> arbustos em que mais <strong>de</strong> 50% das <strong>plantas</strong> têm<br />

folha caduca.<br />

SUBCLASSE: FOLHA PERSISTENTE<br />

Inclui habitats com vegetação dominada por espécies<br />

lenhosas <strong>de</strong> arbustos em que mais <strong>de</strong> 50% das <strong>plantas</strong> têm<br />

folha persistente. Este tipo <strong>de</strong> habitat é pouco comum em<br />

Portugal, sendo mais frequente no Su<strong>de</strong>ste Alentejano e no<br />

Algarve.<br />

45


Foto: JPF<br />

Arbustos<br />

Arthrocnemum fruticosum (L.) Moq.<br />

46<br />

Descrição: Arbusto até 1 m <strong>de</strong><br />

altura, com caules carnudos e, pelo<br />

menos os mais novos, articulados.<br />

Usualmente os caules são erectos<br />

e não produzem raízes. As folhas,<br />

muito reduzidas, são escamiformes.<br />

Floresce <strong>de</strong> Abril a Junho<br />

e frutifica <strong>de</strong> Julho a Outubro.<br />

Distribuição geográfica: Costas<br />

atlânticas do Sudoeste da Europa,<br />

Região Mediterrânica e Ilhas<br />

Canárias. Em Portugal ocorre no<br />

litoral Centro e Sul.<br />

Habitat: Sapais e solos salgados.<br />

Espécies similares: Arthrocnemum<br />

perenne apresenta os caules<br />

prostrados e com raízes. Usualmente,<br />

ocorre em pontos <strong>de</strong> cota<br />

mais baixa do que Arhrocnemum<br />

fruticosum.


Foto:<br />

Arbustos<br />

Atriplex halimus L.<br />

Salga<strong>de</strong>ira (Esp.: Orgaza)<br />

Descrição: Arbusto até 2,5 m, muito ramoso. Folhas 2 a 6 cm <strong>de</strong><br />

comprimento, branco-prateado, ovais a romboidais e com pecíolo. As<br />

flores, <strong>de</strong> pequeno tamanho, agrupam-se em inflorescências <strong>de</strong> cor<br />

acastanhada. Floresce <strong>de</strong> Junho a Dezembro.<br />

Distribuição geográfica: Sul da Europa, Norte <strong>de</strong> África, Macaronésia,<br />

Oeste e Sudoeste da Ásia. Em Portugal, ocorre no litoral Centro e Sul.<br />

Habitat: Solos salgados, por vezes azotados, não longe do mar.<br />

Normalmente em arribas marítimas ou sapais. Muito utilizado em jardins<br />

como planta ornamental.<br />

Espécies similares: Atriplex glauca L. apresenta um porte prostrado e<br />

folhas mais pequenas (5 a 1 mm <strong>de</strong> comprimento), sem pecíolo. Ocorre<br />

em sítios arenosos e salgados, no Estuário do Sado.<br />

47


Foto: JPF<br />

Arbustos<br />

Dorycnium rectum Ser.<br />

Erva-mata-pulgas<br />

Descrição: Arbusto <strong>de</strong> 30-150 cm, pubescente. Folhas compostas por 5<br />

folíolos. As flores, rosadas, agrupam-se em inflorescências arredondadas,<br />

com 20 a 40 flores. A vagem tem valvas contorcidas na maturação,<br />

permanecendo na planta bastante tempo após a dispersão das sementes.<br />

Floresce e frutifica <strong>de</strong> Abril a Julho.<br />

Distribuição geográfica: Região Mediterrânica. Em Portugal, ocorre no<br />

Litoral Centro, on<strong>de</strong> é muito frequente, e no Sul.<br />

Habitat: Sítios húmidos, margens <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água e valas.<br />

48


Foto:<br />

Myrica gale L.<br />

Samouco-do-brabante<br />

Arbustos<br />

Descrição: Pequeno arbusto com<br />

0,5 a 1,5 m, <strong>de</strong> folha caduca. Com<br />

folhas pequenas, <strong>de</strong> 3 a 6 cm <strong>de</strong><br />

comprimento, simples, alternadas,<br />

ligeiramente serradas, sem estípulas<br />

e com pêlos em ambas as<br />

páginas ou, pelo menos, na inferior.<br />

A floração e frutificação<br />

ocorem <strong>de</strong> Abril a Maio.<br />

Distribuição geográfica: Ampla<br />

distribuição geográfica na Europa,<br />

Ásia e América do Norte. Em Portugal<br />

é escassa, ocorrendo apenas<br />

no litoral.<br />

Habitat: Cursos <strong>de</strong> água, lagoas e<br />

turfeiras das terras baixas.<br />

Espécies similares: Samouco<br />

(Myrica faia), árvore <strong>de</strong> dimensões<br />

razoáveis, com folhas persistentes,<br />

maiores <strong>de</strong> 4 a 11 cm.<br />

49


Foto: JCF<br />

Arbustos<br />

Nerium olean<strong>de</strong>r L.<br />

Loendro (Esp.: A<strong>de</strong>lfa)<br />

Descrição: Arbustos até 4 m <strong>de</strong> altura. Folhas<br />

opostas, lineares a lanceoladas. Flores cor <strong>de</strong>rosa<br />

escuro a branco. Fruto longo e estreito,<br />

com 4-5 a 9-16 cm <strong>de</strong> comprimento. Floresce<br />

<strong>de</strong> Maio a Setembro.<br />

Distribuição geográfica: Região Mediterrânica<br />

e Macaronésia.<br />

Habitat: Cursos <strong>de</strong> água, sobretudo, no Sul e<br />

interior Centro do pais. Cultivada como ornamental,<br />

frequente em jardins ou ao longo <strong>de</strong><br />

estradas.<br />

Espécies similares: Rodo<strong>de</strong>ndro (Rhodo<strong>de</strong>ndrom<br />

ponticum), espécie muito rara em Portugal e<br />

restrita às Serras do Caramulo e Monchique,<br />

apresenta as folhas mais largas e coriáceas.<br />

50<br />

sli<strong>de</strong><br />

Foto: JPF


Foto: ICN<br />

Arbustos<br />

Rubus ulmifolius Schott<br />

Silva (Esp.: Zarza)<br />

sli<strong>de</strong><br />

Descrição: Arbusto com espinhos fortes, revirados para trás mais ou<br />

menos iguais entre si. Folhas com 3-5 folíolos serrados, ver<strong>de</strong>-escuro na<br />

página superior. Página inferior mais clara, com pêlos rasos. Inflorescência<br />

com múltiplas flores <strong>de</strong> esbranquiçadas. Os frutos estão reunidos em<br />

conjuntos aproximadamente esféricos e são conhecidos como amorassilvestres.<br />

Floresce e frutifica <strong>de</strong> Maio a Setembro.<br />

Distribuição geográfica: Frequente <strong>de</strong> Norte a Sul do país.<br />

Habitat: Ao longo <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> água, sebes e bosques húmidos.<br />

Espécies similares: Género <strong>de</strong> sistemática muito complexa, não havendo<br />

concordância entre os diversos autores. Para além, <strong>de</strong> Rubus ulmifolius,<br />

foram <strong>de</strong>scritas inúmeras espécies para Portugal, confinadas ao Norte do<br />

país e às regiões montanhosas do Centro. As roseiras-brava (Rosa spp.)<br />

po<strong>de</strong>rão também ser confundidas. No entanto, a base das suas folhas é<br />

sempre alada.<br />

Foto:<br />

51


Classe: Arvoredo<br />

É caracterizada por dominância <strong>de</strong> vegetação lenhosa com<br />

mais <strong>de</strong> 6 metros <strong>de</strong> altura. As zonas húmidas dominadas<br />

por árvores ocorrem sobretudo em matas com inundação<br />

temporária em leitos <strong>de</strong> cheia, cursos <strong>de</strong> água e <strong>de</strong>ltas.<br />

SUB-CLASSE: FOLHA CADUCA<br />

Inclui habitats com vegetação dominada por espécies<br />

lenhosas <strong>de</strong> árvores em que mais <strong>de</strong> 50% das <strong>plantas</strong> têm<br />

folha caduca.<br />

SUB-CLASSE: FOLHA PERSISTENTE<br />

Inclui habitats com vegetação dominada por espécies<br />

lenhosas <strong>de</strong> árvores em que mais <strong>de</strong> 50% das <strong>plantas</strong> têm<br />

folha persistente. Este tipo <strong>de</strong> habitat é muito raro em Portugal,<br />

estando restrito a linhas <strong>de</strong> água <strong>de</strong> regime torrencial<br />

das serras algarvias.<br />

53


Foto: PL<br />

Arvoredo<br />

Alnus glutinosa (L.) Gaertn.<br />

Amieiro<br />

Descrição: Árvore <strong>de</strong> folha caduca, até 20 m,<br />

<strong>de</strong> casca cinzenta a castanho-escuro. Folhas<br />

redondas a ovadas, com 4 a 12 cm <strong>de</strong><br />

comprimento e 5 a 8 pares <strong>de</strong> nervuras laterais.<br />

As inflorescências (amentos) são compostas<br />

exclusivamente por flores do mesmo sexo. sli<strong>de</strong><br />

Os amentos masculinos são pedunculados e<br />

pen<strong>de</strong>ntes, e os femininos, <strong>de</strong> menor tamanho,<br />

são cilíndricos, erectos e não peciolados. Os<br />

frutos, com 1 a 2 cm <strong>de</strong> comprimento, lembram<br />

uma pequena pinha. Floresce <strong>de</strong> Novembro a<br />

Fevereiro.<br />

Distribuição geográfica: Europa, Noroeste<br />

<strong>de</strong> África, Sudoeste e Sul Asiático. Em Portugal,<br />

ocorre em todo o país, excepto no Su<strong>de</strong>ste e em altitu<strong>de</strong>s elevadas.<br />

Habitat: Margem dos cursos <strong>de</strong> água e sítios inundados.<br />

54<br />

(Esp.: Aliso)<br />

Foto: SC


Foto:<br />

Betula celtiberica Rothm. & Vasc.<br />

Vidoeiro<br />

Arvoredo<br />

(Esp.: Abedul)<br />

Descrição: Árvore até 10 m, copa<br />

pouco <strong>de</strong>nsa, piramidal quando<br />

nova e arredondada em adulta. A<br />

casca é branco-prateada com<br />

fendas romboidais negras. Folhas<br />

triangulares a romboidais e serradas,<br />

<strong>de</strong> 5 a 6 cm <strong>de</strong> comprimento<br />

por 2,5 a 5 cm <strong>de</strong> largura. O fruto é<br />

alado. Floresce <strong>de</strong> Abril a Maio.<br />

Distribuição geográfica: Zonas<br />

montanhosas do Centro e Norte<br />

<strong>de</strong> Portugal e da Península Ibérica.<br />

Habitat: Margens <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água<br />

e terrenos húmidos das regiões<br />

elevadas.<br />

55


Foto:<br />

Foto: JPF<br />

Arvoredo<br />

Celtis australis L.<br />

Lodão-bastardo (Esp.: Almez)<br />

56<br />

sli<strong>de</strong><br />

Descrição: Árvore até 25 metros<br />

<strong>de</strong> folha caduca, copa arredondada<br />

e <strong>de</strong>nsa, casca cinzenta e lisa.<br />

Folhas muito características: <strong>de</strong> 4<br />

a 15 cm <strong>de</strong> comprimento por 1,5 a<br />

6 cm <strong>de</strong> largura, lanceoladas, com<br />

a extremida<strong>de</strong> alongada, arredondadas<br />

ou cordadas na base,<br />

com pêlos abundantes, e nervuras<br />

recurvadas. Fruto rugoso, arredondado,<br />

com um longo pecíolo,<br />

negro quando maduro. Floresce <strong>de</strong><br />

Abril e Junho.<br />

Distribuição geográfica: Sul da<br />

Europa, Norte <strong>de</strong> África e Oeste<br />

Asiático. Em Portugal, ocorre nas<br />

bacias do Douro e no troço superior<br />

da bacia do Tejo.<br />

Habitat: Próximo <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> água,<br />

por vezes em encostas escarpadas.<br />

Muito frequente como<br />

árvore ornamental.


Foto: JPF<br />

Arvoredo<br />

Frangula alnus Miller<br />

Sanguinho-<strong>de</strong>-água (Esp.: Arraclán)<br />

Descrição: Arbusto ou árvore até 5 m, <strong>de</strong> folha caduca. Casca cinzentoacastanhada.<br />

Ramos castanho-avermelhados. Folhas inteiras, obovadas.<br />

Fruto vermelho no início, tornando-se negro na maturação. Floresce <strong>de</strong><br />

Maio a Junho.<br />

Distribuição geográfica: Europa, Norte <strong>de</strong> África, Centro da Ásia.<br />

Naturalizada na América do Norte. Em Portugal, ocorre sobretudo no<br />

litoral, sendo mais abundante no Norte.<br />

Habitat: Margens dos cursos <strong>de</strong> água e sítios húmidos.<br />

57


Foto: JCF<br />

Arvoredo<br />

Fraxinus angustifolia Vahl<br />

Freixo (Esp.: Fresno)<br />

Descrição: Árvore caducifólia até 25 m, com<br />

copa alta e irregular. Casca acinzentada. Ramos<br />

pouco numerosos e ascen<strong>de</strong>ntes. Folhas<br />

divididas em 5-13 folíolos, sempre em número<br />

impar, serrilhados na parte terminal. Os frutos<br />

são alados. Floresce <strong>de</strong> Dezembro a Janeiro.<br />

Distribuição geográfica: Europa, Noroeste<br />

<strong>de</strong> África e Sudoeste da Ásia. Ocorre <strong>de</strong> Norte<br />

a Sul <strong>de</strong> Portugal.<br />

Habitat: Usualmente, em margens <strong>de</strong> cursos<br />

<strong>de</strong> água. No Noroeste do país po<strong>de</strong> ocorrer<br />

também em matas caducifólias. É utilizada<br />

frequentemente como árvore ornamental.<br />

58<br />

Foto: JPF


Foto: JPF<br />

Foto: JPF<br />

Arvoredo<br />

Populus alba L.<br />

Choupo-branco (Esp.: Álamo)<br />

sli<strong>de</strong><br />

Descrição: Árvore caducifólia e <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s dimensões, chegando a<br />

atingir 20 m <strong>de</strong> altura. Tronco <strong>de</strong><br />

casca branca e fendida. Folhas<br />

palmatilobadas ou <strong>de</strong>ntadas,<br />

ver<strong>de</strong>s na página superior, página<br />

inferior com pêlos <strong>de</strong>nsos e brancoprateada.<br />

Limbo <strong>de</strong> 6 a 12 cm. Os<br />

amentos masculinos são vermelhos<br />

e com lanugem cinzenta.<br />

Os femininos, inicialmente são<br />

ver<strong>de</strong>s, cobrindo-se com pelo<br />

quando a semente amadurece.<br />

Floresce <strong>de</strong> Fevereiro a Março.<br />

Distribuição geográfica: Em Portugal,<br />

é frequente <strong>de</strong> Norte a Sul<br />

do país.<br />

Habitat: Usualmente ao longo dos<br />

cursos <strong>de</strong> água. É muito utilizado<br />

como árvore ornamental.<br />

59


Foto: JPF<br />

Foto: JPF<br />

Arvoredo<br />

Populus nigra L.<br />

Choupo-preto (Esp.: Chopo, Álamo negro)<br />

60<br />

sli<strong>de</strong><br />

Descrição: Árvore <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

dimensões, até 20 a 25 m. Tronco<br />

recto e grosso, com casca acinzentada<br />

a negra, muito gretada.<br />

Copa estreita e cilíndrica. Folhas<br />

romboidais, com um longo pecíolo<br />

e ligeiramente serradas. Limbo <strong>de</strong><br />

5 a 10 cm <strong>de</strong> comprimento por 4 a<br />

8 cm <strong>de</strong> largura, tornando-se<br />

amarelo no Outono. Floresce <strong>de</strong><br />

Fevereiro a Março.<br />

Distribuição geográfica: Europa,<br />

Noroeste <strong>de</strong> África, Oeste da Ásia<br />

e Macaronésia. Introduzido em Portugal,<br />

sendo frequente <strong>de</strong> Norte a<br />

Sul do país.<br />

Habitat: Usualmente em margens<br />

<strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água. Muito frequente<br />

como árvore ornamental.


Foto: Foto: SC<br />

Arvoredo<br />

Salix alba L.<br />

Salgueiro-dourado (Esp.:Sauce blanco)<br />

sli<strong>de</strong><br />

Descrição: Árvore <strong>de</strong> médio porte,<br />

<strong>de</strong> folha caduca. Folhas entre 5 a<br />

10 vezes mais compridas do que<br />

largas, serrilhadas, lanceoladas e<br />

pubescentes, sobretudo na página<br />

inferior, ver<strong>de</strong>s na página superior<br />

e esbranquiçadas na página inferior.<br />

Os amentos, <strong>de</strong> 3,5 a 6 cm,<br />

surgem ao mesmo tempo que as<br />

folhas. Os masculinos são amarelos<br />

e os femininos são inicialmente<br />

ver<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>pois ver<strong>de</strong>s<br />

aveludados. Floresce <strong>de</strong> Março a<br />

Abril.<br />

Distribuição geográfica: Em Portugal<br />

distribui-se principalmente no<br />

Centro e no Sul.<br />

Habitat: Margens <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água<br />

e lagoas.<br />

61


Foto: SC<br />

Arvoredo<br />

Salix atrocinerea Brotero<br />

Salgueiro-negro (Esp.: Sauce, Mimbre)<br />

Descrição: Árvore <strong>de</strong> folha caduca até 9<br />

m <strong>de</strong> altura. Troncos grossos, com nós<br />

evi<strong>de</strong>ntes e casca <strong>de</strong> cor pardacenta.<br />

Folhas ver<strong>de</strong>-escuras na página superior<br />

e <strong>de</strong> tom ver<strong>de</strong>-azulado, com tomento<br />

arruivado, na página inferior. Usualmente,<br />

3 vezes mais compridas do que largas,<br />

oblongo-lanceoladas, alternas, inteiras ou<br />

serradas e com pecíolo curto. As flores<br />

formam amentos <strong>de</strong> 2 a 7 cm e <strong>de</strong> cor<br />

ver<strong>de</strong> amarelados. Estípulas nunca<br />

patentes. Floresce <strong>de</strong> Março a Abril.<br />

Distribuição geográfica: Oeste da Europa e da Região Mediterrânica.<br />

Em Portugal, ocorre <strong>de</strong> Norte a Sul.<br />

Habitat: Margens <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> água, lagoas e açu<strong>de</strong>s.<br />

62<br />

Foto: SC


Foto: SC<br />

Salix salvifolia Brot.<br />

Borrazeira-branca<br />

Descrição: Árvore <strong>de</strong> folha caduca até<br />

9 m <strong>de</strong> altura. Troncos grossos, com<br />

nós evi<strong>de</strong>ntes e casca <strong>de</strong> cor pardacenta.<br />

Folhas ver<strong>de</strong>-acinzentadas na página<br />

superior e com pêlos em ambas as<br />

páginas. Usualmente, 3 a 10 vezes mais<br />

compridas do que largas, oblongolanceoladas,<br />

alternas e com pecíolo<br />

curto. As flores formam amentos <strong>de</strong> 2 a<br />

7 cm e <strong>de</strong> cor ver<strong>de</strong> amarelados.<br />

Estípulas patentes. Floresce <strong>de</strong> Março a<br />

Abril.<br />

Arvoredo<br />

(Esp.: Bardaguera)<br />

Distribuição geográfica: En<strong>de</strong>mismo ibérico. Em Portugal, existe <strong>de</strong><br />

Norte a Sul.<br />

Habitat: Margens <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água. Mais frequente nas regiões <strong>de</strong> clima<br />

mais quente, ou nas cabeceiras dos rios.<br />

63<br />

Foto: SC


Foto: JPF<br />

Foto: JPF<br />

Arvoredo<br />

Ulmus minor Miller<br />

Ulmeiro<br />

64<br />

sli<strong>de</strong><br />

(Esp.: Olmo)<br />

Descrição: Árvore até 30 m.<br />

Folhas serradas, <strong>de</strong> base assimétrica,<br />

nervuras rectilíneas<br />

paralelas, e com 3 a 9 cm <strong>de</strong><br />

comprimento por 2 a 4 cm <strong>de</strong><br />

largura. Actualmente, exemplares<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões são muito<br />

raros porque as populações europeias<br />

têm sido dizimadas por uma<br />

doença originada por um fungo: a<br />

grafiose. Floresce <strong>de</strong> Fevereiro a<br />

Março<br />

Habitat: Margens <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong><br />

água, sebes <strong>de</strong> campos agrícolas,<br />

em solos húmidos. Por vezes,<br />

utilizado como árvore ornamental.<br />

Distribuição geográfica: Europa,<br />

Norte <strong>de</strong> África, Sudoeste asiático<br />

e Canárias. Em Portugal ocorre em<br />

todo o país.


Foto: JPF<br />

Tamarix africana Poir.<br />

Tamariz<br />

Arvoredo<br />

(Esp.: Taray)<br />

Descrição: Arbusto ou, em casos excepcionais,<br />

pequena árvore até 6 metros. Folhas reduzidas<br />

a escamas. Pétalas com 1,8 a 3,3 mm <strong>de</strong><br />

comprimento, brancas ou ligeiramente rosadas.<br />

O caule é ligeiramente avermelhado. Floresce<br />

<strong>de</strong> Março a Maio.<br />

Distribuição geográfica: Região Mediterrânica<br />

e Macaronésia. Ocorre <strong>de</strong> Norte a Sul do país,<br />

sendo mais frequente no litoral. É muito utilizada<br />

como árvore ornamental.<br />

Habitat: Solos ligeiramente salgados do troço<br />

terminal dos rios, margens <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água e<br />

arribas marítimas.<br />

Espécies similares: Género <strong>de</strong> taxonomia difícil, não havendo<br />

concordância entre vários autores. A Tamargueira-rosada (Tamarix<br />

canariensis) apresenta pétalas mais pequenas, <strong>de</strong> 1,25 a 1,5 mm, <strong>de</strong> cor<br />

rosada.<br />

65<br />

Foto: JCF


Glossário <strong>de</strong> termos botânicos<br />

utilizados no texto<br />

Amentos: Espiga <strong>de</strong> flores todas <strong>de</strong> um único sexo.<br />

Autóctone: Planta natural <strong>de</strong> uma dada região.<br />

Bráctea: Folha modificada situada na base <strong>de</strong> uma inflorescência<br />

ou <strong>de</strong> uma flor.<br />

Basilar: Que se encontra inserido na base.<br />

Cálice: Conjunto <strong>de</strong> sépalas <strong>de</strong> uma flor.<br />

Capítulo: Inflorescência globosa ou achatada, formada <strong>de</strong> flores<br />

sem pedúnculo, aglomeradas sobre uma base comum.<br />

Cápsula: Fruto seco que se abre naturalmente na maturação<br />

para libertar as sementes.<br />

Ciliado: Com pêlos (cílios).<br />

Cordado: Em forma <strong>de</strong> coração.<br />

Coriáceo: Da resistência do coiro, duro.<br />

Corola: Conjunto das pétalas <strong>de</strong> uma flor.<br />

Cosmopolita: De distribuição mundial.<br />

Drupa: Fruto carnudo com caroço.<br />

Emergente: À superfície da água ou do solo.<br />

En<strong>de</strong>mismo: Existente apenas num <strong>de</strong>terminado local ou região.<br />

Entrenó: Porção do caule compreendida entre dois nós<br />

consecutivos.<br />

Entumescido: Estrutura levemente dilatada.<br />

Escamiforme: Com forma <strong>de</strong> escama.<br />

Escapo: Caule ou pedúnculo simples e sem folhas, com a parte<br />

inferior ro<strong>de</strong>ada por folhas basilares e a superior que termina<br />

numa flor ou inflorescência.<br />

67


Espiga: Inflorescência <strong>de</strong> flores sésseis, inseridas ao longo <strong>de</strong><br />

um único eixo.<br />

Espigueta: Nome dado à unida<strong>de</strong> básica da inflorescência das<br />

gramíneas.<br />

Estípula: Apêndice situado na base <strong>de</strong> certas folhas, por vezes<br />

lembrando uma pequena folha na base do pecíolo.<br />

Folha caduca: Que cai durante o Outono.<br />

Folha capilar: Muito estreita, embora, por vezes ramificada.<br />

Folha composta: Folha composta por folíolos.<br />

Folha laminar: Com a forma <strong>de</strong> uma lâmina.<br />

Folha obovada: Em forma <strong>de</strong> pêra.<br />

Folha romboidal: Com forma semelhante a um losângulo.<br />

Folha serrada: Com <strong>de</strong>nte agudos voltados para cima,<br />

lembrando uma serra.<br />

Folha simples ou inteira: Folha não dividida nem recortada.<br />

Folíolo: Cada um dos limbos que constituem uma folha composta.<br />

Folhas alternas: Folhas inseridas em pontos distintos ao longo<br />

do caule.<br />

Folhas opostas: Folhas inseridas duas a duas no mesmo ponto<br />

ao longo do caule.<br />

Folhas verticiladas: Folhas inseridas à volta <strong>de</strong> um mesmo<br />

ponto do caule.<br />

Fron<strong>de</strong>: Partes da planta não diferenciadas que incluem os<br />

orgão reprodutores da planta.<br />

Hipanto: Parte inferior do cálice dos narciso, usualmente em<br />

forma <strong>de</strong> tubo ou <strong>de</strong> cone, situado entre o escapo e as tépalas.<br />

Imbricadas: Dispostas <strong>de</strong> forma a cobrirem-se parcialmente,<br />

como as telhas <strong>de</strong> um telhado.<br />

Inflorescência: Modo <strong>de</strong> disposição das flores na planta.<br />

Lanceolado: Em forma <strong>de</strong> lança.<br />

68


Lígula: Pequena lâmina membranosa que nas folhas separa a<br />

bainha do limbo, em algumas <strong>plantas</strong> como as gramíneas.<br />

Lígulada (flor): Diz-se das flores <strong>de</strong> algumas <strong>plantas</strong>, como os<br />

malmequeres que apresentam um prolongamento em forma <strong>de</strong><br />

língua.<br />

Limbo: Parte plana e mais ou menos larga das folhas.<br />

Nó: Região do caule on<strong>de</strong> se originam as folhas e as<br />

ramificações.<br />

Ócrea: Conjunto <strong>de</strong> estípulas soldadas entre si que reveste a<br />

base dos entrenós.<br />

Patente: Aberto em ângulo quase recto.<br />

Pecíolo: Porção da folha que liga o limbo ao caule, usualmente<br />

muito estreito.<br />

Penatisepto: Com o limbo dividido até a nervura central.<br />

Pétala: Folhas modificadas que constituem a corola e que,<br />

geralmente, dão cor a uma flor. Localizam-se imediatamente acima<br />

das sépalas.<br />

Prostrado: Com disposição horizontal. Deitado.<br />

Pubescente: Coberto por pêlos curtos. Contrário <strong>de</strong> glabro.<br />

Rizoma: Caule subterrâneo alongado com folhas reduzidas a<br />

escamas.<br />

Roseta: Grupo por folhas muito juntas.<br />

Romboidal: Em forma <strong>de</strong> losângulo.<br />

Ru<strong>de</strong>ral: Vegetação que se <strong>de</strong>senvolve em áreas fortemente<br />

humanizadas.<br />

Serrada ou serrilhada (folha): com <strong>de</strong>ntes na margem.<br />

Sépala: Folhas modificadas que constituem o cálice. Localizamse<br />

imediatamente abaixo das pétalas da flor.<br />

Séssil: Órgão inserido directamente sobre um outro órgão sem<br />

intermédio <strong>de</strong> um eixo.<br />

69


Valva: Cada uma das partes longitudinais em que se divi<strong>de</strong>m<br />

alguns frutos para libertarem as sementes.<br />

70

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!