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história das religiões e mística no pensamento de gershom ... - Unig

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Para Michel Löwy 3 , estes pensadores quase todos nascidos <strong>no</strong> final do último quarto<br />

do século <strong>de</strong>ze<strong>no</strong>ve, recorreram simultaneamente às fontes <strong>de</strong> <strong>pensamento</strong> romântico-<br />

alemão e judaico-messiânico. Eles exprimiam uma “esperança cabalista” pelo advento do<br />

Tikkoun (Erlösen: restituição, reparação, salvação) como irrupção <strong>de</strong> um mundo totalmente<br />

outro. Não era por me<strong>no</strong>s, as suas trajetórias intelectuais expressam-se em meios aos<br />

diversos massacres provocados pelas configurações políticas européias aconteci<strong>das</strong> <strong>no</strong><br />

período circunscrito às duas gran<strong>de</strong>s guerras. É neste sentido que a esperança pelo Tikkoun<br />

ascen<strong>de</strong> um sentimento crítico à <strong>história</strong> (Geschichte), pois suas cidadanias foram vítimas<br />

<strong>das</strong> políticas recorrentes e suas individualida<strong>de</strong>s foram traga<strong>das</strong> pela <strong>história</strong>.<br />

A gran<strong>de</strong>za do <strong>pensamento</strong> <strong>de</strong> Gershom Scholem po<strong>de</strong> ser apreciada em seus<br />

trabalhos <strong>de</strong> reconstrução histórica do <strong>pensamento</strong> e da <strong>mística</strong> judaica. Consi<strong>de</strong>rando a<br />

máxima epistemológica <strong>de</strong> J. Habermas, <strong>de</strong> que todo conhecimento é orientado por um<br />

interesse, po<strong>de</strong>mos adiantar que a sua “historiosofia” representa uma <strong>de</strong>codificação da ação<br />

religiosa <strong>no</strong> espaço social teuto-judaico, como resistência político-intelectual às<br />

simplificações da burguesa Ciência do Judaísmo (Wissenschaft <strong>de</strong>s Ju<strong>de</strong>ntums) – escola<br />

histórica criada por ju<strong>de</strong>us acadêmicos, surgida na Alemanha do século XIX. Esta<br />

historiografia consi<strong>de</strong>rava as <strong>mística</strong>s judaicas como movimentos periféricos ao judaísmo<br />

predominante. Ora, por serem variações secundárias, as pon<strong>de</strong>rações <strong>de</strong>stes historiadores<br />

sobre as incursões dos movimentos místicos e apocalípticos, os excluíam <strong>de</strong> qualquer<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> possível com o judaísmo tradicional. A crítica <strong>de</strong> Scholem a estes métodos<br />

tradicionais <strong>de</strong> interpretação da religiosida<strong>de</strong> judaica também se aplica às ciências que<br />

tratam da religião. Scholem acredita que as Ciências envolvi<strong>das</strong> com o religioso <strong>de</strong>vem<br />

aprimorar seus métodos com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitarem o horizonte teológico do objeto<br />

investigado e suas sincronias lingüísticas, ambas distantes <strong>de</strong> qualquer pretensão tradicional<br />

<strong>de</strong> objetivação científica. Por isso, este artigo procurará expor algumas idéias <strong>de</strong> Scholem a<br />

partir <strong>de</strong> suas idéias sobre método e religião.<br />

opostos, Walter Benjamin, o amigo íntimo <strong>de</strong> Scholem, ligado a Ernst Bloch, profundamente influenciado por<br />

Lukács, Rosenzweig e Kafka, leitor crítico <strong>de</strong> Landauer, Buber e Fromm”.<br />

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