17.04.2013 Views

Nós temos câncer renal - Kidney Cancer Association

Nós temos câncer renal - Kidney Cancer Association

Nós temos câncer renal - Kidney Cancer Association

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> apresenta...<br />

<strong>Nós</strong> <strong>temos</strong> <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

Um guia prático para pacientes e familiares<br />

Edição 2010


PREFÁCIO<br />

É com prazer que apresento a mais recente versão do “<strong>Nós</strong> <strong>temos</strong> <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>”. Um diagnóstico de<br />

<strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> pode ser desafiador e devastador. Este livro serve como ponto de partida e pode ajudá-lo a<br />

compreender o básico sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, além de oferecer informações sobre os vários recursos<br />

disponíveis para pacientes, seus familiares e profissionais de saúde.<br />

Nos últimos anos, diversas novas terapias para o tratamento do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> foram aprovadas pela FDA,<br />

agência responsável pela aprovação de medicamentos nos Estados Unidos. Muitos anos de pesquisa e<br />

dedicação de cientistas, médicos e enfermeiros resultaram na oferta dessas terapias para nós, embora<br />

continuemos a enfrentar os muitos desafios apresentados pela doença. Quando, há 14 anos, recebi um<br />

diagnóstico de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> em estágio 3, minhas opções de tratamento eram lamentavelmente<br />

limitadas. Somente a primeira edição do “<strong>Nós</strong> <strong>temos</strong> <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>” estava disponível. Sinto-me<br />

verdadeiramente privilegiada por poder contribuir com o Prefácio desta nova edição.<br />

Um sobrevivente de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, que já passou pelo que você está passando, é uma boa fonte de<br />

informações e de inspiração. Este livro conta com depoimentos de sobreviventes. Deixe que as palavras<br />

deles sirvam como elemento catalisador para impulsionar você pela estrada da cura. Minha própria<br />

experiência me ensinou que é possível ter qualidade de vida, mesmo depois de um diagnóstico de<br />

<strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Espero que você considere este livro útil. Nosso objetivo foi torná-lo o mais abrangente e preciso<br />

possível. Nosso site, www.kidneycancer.org, obviamente contém as informações mais atualizadas, além<br />

de oferecer recursos valiosos para você.<br />

Paula E. Bowen<br />

Diretora<br />

<strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> (Associação do Câncer Renal - EUA)<br />

Observe que, embora este livro seja uma adaptação da edição dirigida a pacientes e suas famílias nos<br />

Estados Unidos (EUA), muitas das informações contidas nesta tradução serão úteis para pessoas que<br />

enfrentam o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> em diversos países.<br />

Os direitos e deveres relacionados às políticas de seguro saúde descritos neste livro afetam somente as<br />

pessoas cobertas por seguro saúde nos Estados Unidos. Regulamentos distintos dos aqui descritos<br />

podem se aplicar a outros países, tanto no sistema de saúde público quanto no privado. Dados<br />

estatísticos alternativos, que podem ser mais relevantes para você, podem ser disponibilizados por<br />

fontes locais no Brasil. Recomendamos procurar o Serviço Unificado de Saúde (SUS) OU operadora de<br />

assistência médica privada responsável pelo seu atendimento médico para obter informações sobre os<br />

recursos disponíveis para você no que diz respeito à cobertura de procedimentos e medicamentos e às


opções farmacêuticas disponíveis para o seu tratamento de <strong>câncer</strong>. Os procedimentos obrigatoriamente<br />

cobertos por planos de saúde são os que estão codificados na tabela da Associação Médica Brasileira<br />

(AMB), mas a cobertura pode variar conforme o plano contratado. Em caso de dúvida, consulte a<br />

Associação Nacional de Saúde Suplementar.


Agradecimentos<br />

Agradecemos a colaboração e as importantes contribuições dos pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> que<br />

revisaram este livro e ofereceram seus conselhos para ajudar outros pacientes. Somos muito gratos por<br />

seus esforços.<br />

Também queremos agradecer às pessoas que revisaram e comentaram este livro:<br />

Diretores editoriais:<br />

Nancy Moldawer, enfermeira e mestre em ciências da enfermagem<br />

City of Hope Comprehensive <strong>Cancer</strong> Center<br />

Laura Wood, enfermeira, mestre em ciências da enfermagem e enfermeira oncológica<br />

Cleveland Clinic Foundation<br />

Comitê Consultivo de Enfermagem da <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong><br />

Nancy Ainslie, enfermeira, bacharel em ciências da enfermagem<br />

M.D. Anderson <strong>Cancer</strong> Center<br />

Laurie Appleby, mestre em ciências, enfermeira especializada em cuidados avançados, bacharel em<br />

ciências<br />

Dana-Farber <strong>Cancer</strong> Institute<br />

Patricia A Creel, enfermeira, bacharel em ciências da enfermagem, enfermeira oncológica, profissional<br />

certificada em estudos clínicos<br />

Duke University Medical Center<br />

Patty Fischer, enfermeira, mestre em ciências da enfermagem, enfermeira oncológica<br />

Memorial Sloan-Kettering <strong>Cancer</strong> Center<br />

Marisa Lozano, enfermeira, enfermeira oncológica<br />

M.D. Anderson <strong>Cancer</strong> Center<br />

Beth Manchen, mestre em ciências, enfermeira, enfermeira oncológica<br />

University of Chicago Medical Center<br />

Nancy Moldawer, enfermeira, mestre em ciências da enfermagem, copresidente<br />

City of Hope Comprehensive <strong>Cancer</strong> Center<br />

Lynda Pyle, enfermeira certificada, bacharel em ciências - oncologia, certificação em educação<br />

continuada<br />

Royal Marsden Hospital, Londres


Jon Smith, enfermeiro, bacharel em ciências<br />

Seattle <strong>Cancer</strong> Care Alliance<br />

Laura Wood, enfermeira, mestre em ciências, enfermeira oncológica, copresidente<br />

Cleveland Clinic Foundation<br />

Diretoria da <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong><br />

Paula E. Bowen, Diretora<br />

Ronald M. Bukowski, médico, Diretor<br />

Cleveland Clinic Taussig <strong>Cancer</strong> Center<br />

Sarah Wise Miller, Presidente<br />

Eric D. Perakslis, Vice-presidente<br />

Centocor Research and Development<br />

David Perry, Diretor<br />

K&L Gates<br />

William J. Perry, Tesoureiro<br />

GGF, Inc.<br />

Lois Stulberg, Diretor<br />

David A. Swanson, médico, Diretor<br />

M. D. Anderson <strong>Cancer</strong> Center<br />

Peter Telford, Diretor<br />

Advogado<br />

Christopher G. Wood, MD, Diretor<br />

M. D. Anderson <strong>Cancer</strong> Center<br />

Comissão Médica Consultiva do Comitê Diretor da <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong><br />

Michael B. Atkins, médico<br />

Beth Israel Deaconess Medical Center<br />

Ronald M. Bukowski, médico, Presidente<br />

Cleveland Clinic Taussig <strong>Cancer</strong> Center<br />

Steven Campbell, médico<br />

Cleveland Clinic Taussig <strong>Cancer</strong> Center


Bernard Escudier, médico<br />

Institut Gustave-Roussy, Villejuif<br />

Thomas Hutson, osteopata, farmacêutico, membro do American College of Phlebology<br />

Baylor University Medical Center<br />

Walter Stadler, médico<br />

University of Chicago Medical Center<br />

Christopher G. Wood, médico<br />

M. D. Anderson <strong>Cancer</strong> Center<br />

Equipe da <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong><br />

William P. Bro<br />

Diretor executivo<br />

Juby Chacko<br />

Administrador de eventos<br />

Carolyn E. Konosky<br />

Vice-presidente de desenvolvimento e relações públicas<br />

Donna Yesner<br />

Diretora de serviços educacionais<br />

In memoriam<br />

Esta edição do “<strong>Nós</strong> <strong>temos</strong> <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>” é dedicada à memória do Dr. Andrew C. Novick, por sua<br />

dedicação, liderança e suas numerosas contribuições para a gestão cirúrgica do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Notas sobre o texto<br />

A ciência e a tecnologia mudam rapidamente, e é provável que haja avanços no tratamento do <strong>câncer</strong><br />

<strong>renal</strong> nos anos seguintes à publicação deste livreto. Isso pode tornar o texto um tanto desatualizado.<br />

Informações mais recentes podem ser encontradas na Internet. Sabemos que os endereços, números de<br />

telefone e sites de organizações listados neste livro podem mudar e pedimos desculpas por qualquer<br />

inconveniente que isso possa causar.<br />

DESIGN: McGuire Associates<br />

PROJETO EDITORIAL: Paul Larson Communications


IMPRESSÃO: WalMac Color Graphics


ÍNDICE<br />

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO<br />

CAPÍTULO 2 COMPREENDENDO O CÂNCER RENAL<br />

CAPÍTULO 3 TRATAMENTO CIRÚRGICO<br />

CAPÍTULO 4 TERAPIAS PARA O CÂNCER RENAL AVANÇADO<br />

CAPÍTULO 5 ESTUDOS CLÍNICOS<br />

CAPÍTULO 6 FORTALECIMENTO DO PACIENTE<br />

CAPÍTULO 7 VIVENDO COM O CÂNCER DIA A DIA<br />

CAPÍTULO 8 BEM-ESTAR EMOCIONAL<br />

CAPÍTULO 9 RECURSOS PARA PACIENTES E FAMILIARES<br />

SOBRE A KIDNEY CANCER ASSOCIATION<br />

REFERÊNCIAS<br />

<strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong><br />

1234 Sherman Ave. Suite 203<br />

Evanston, IL 60202<br />

Tel.: 1-800-516-8051<br />

www.kidneycancer.org<br />

office@kidneycancer.org<br />

© 2009 <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong>. Todos os direitos reservados.


Comprometa-se consigo mesmo<br />

Paciente: Rob<br />

Idade: 45 anos<br />

“Para mim, houve um momento em meio ao choque inicial (em meio à incredulidade e o terror) que se<br />

provou essencial para minha recuperação. Foi o momento em que eu tomei uma decisão consciente de<br />

que toda minha energia, física e mental, seria aplicada na superação da doença. Não era uma questão<br />

de otimismo cego, mas uma decisão por viver, me informar sobre a doença, me cercar de gente com<br />

espírito positivo e capaz de oferecer apoio, encontrar os melhores recursos médicos disponíveis. Não<br />

sei se eu estaria vivo hoje se não tivesse enfrentado esse momento e me comprometido com essa<br />

atitude.<br />

Fui diagnosticado com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> no estágio III e, em seis meses, a metástase tinha atingido os meus<br />

dois pulmões e meu cérebro. A situação era aterrorizante. Mas eu havia me decidido a lutar. Não ia<br />

desistir. Tive a sorte de encontrar um especialista que me orientou a utilizar a terapia Gamma Knife, o<br />

tratamento com IL2 e um estudo clínico. Recebi o diagnóstico há cinco anos e hoje estou em fase de<br />

remissão.<br />

Ao tomar a decisão de assumir o controle e lutar ativamente contra a doença, você se sente movido por<br />

energia positiva e percebe que há mais opções do que poderia imaginar. Depois do diagnóstico, passei<br />

dois dias inteiros na Internet, pesquisando para aprender tudo o que pudesse sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. E foi<br />

assim que encontrei o especialista que, depois, me levaria a fazer os tratamentos que trouxeram a<br />

minha saúde de volta.”


CAPÍTULO 1<br />

INTRODUÇÃO<br />

“Eu tenho <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. E agora?”<br />

[photo caption:]<br />

Um diagnóstico inicial de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> pode ser difícil. Mas, com apoio e uma boa dose de informações,<br />

você consegue enfrentar o desafio.<br />

Seu médico acabou de dizer que você tem <strong>câncer</strong>. Sua cabeça dá um nó. De repente, você tem um<br />

problema de saúde grave. Agora, mais do que nunca, você precisa pensar com clareza, apesar das fortes<br />

emoções.<br />

Este livro contém informações de cientistas, médicos e outros profissionais de saúde especializados na<br />

compreensão e no tratamento do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. O objetivo deste livro é ajudá-lo a enfrentar o desafio<br />

do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, ajudando-o a se informar melhor.<br />

Sua capacidade de pensar, de usar as informações de fazer escolhas relacionadas com o tratamento<br />

podem ajudar a fazer os ventos soprarem a seu favor. Ler este livro é o primeiro passo.<br />

Esta seção oferece um breve histórico do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> e alguns recursos imediatos que podem ser úteis.<br />

Os capítulos a seguir oferecem informações mais detalhadas, desde as abordagens cirúrgicas e<br />

terapêuticas atuais até aconselhamento prático para viver com o <strong>câncer</strong> dia a dia.<br />

Melhorar sua saúde começa agora!<br />

Você não está sozinho<br />

Estima-se que, em 2007, mais 1,4 milhão de novos casos de <strong>câncer</strong> foram diagnosticados nos Estados<br />

Unidos 1 . E, de acordo com estimativas da American <strong>Cancer</strong> Society, cerca de 51 mil casos de diagnóstico<br />

de <strong>câncer</strong> por ano nos EUA são de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> 2 . Ainda assim, há esperança: Estima-se a existência de<br />

100 a 200 mil sobreviventes do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> nos Estados Unidos atualmente 3 . Os recentes avanços no<br />

diagnóstico, nos procedimentos cirúrgicos e opções de tratamento permitirão que um número ainda<br />

maior de pacientes conviva com a doença, mantendo suas rotinas e estilos de vida.<br />

Uma importante nova era para os pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> iniciou-se em 2005, com a aprovação de<br />

dois medicamentos orais para o tratamento da doença pela Food and Drug Administration (FDA), órgão<br />

regulador de produtos alimentícios e medicamentos nos Estados Unidos. Um terceiro medicamento foi<br />

aprovado em 2007. Esses medicamentos, que serão discutidos posteriormente neste livro, atacam as


células cancerosas de maneira diferente da utilizada pelos medicamentos anteriores para tratamento<br />

de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> e terão um efeito muito positivo em vários pacientes. Os esforços contínuos de<br />

pesquisa aumentarão ainda mais nossa compreensão da doença e ampliará o leque de opções<br />

disponíveis para a luta contra o <strong>câncer</strong>.<br />

Cada pessoa diagnosticada com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> passa por um grande choque ao saber que tem a doença. É<br />

uma experiência difícil. Sentimentos de descrença, de solidão, alienação, medo, frustração, raiva e dor<br />

são reações naturais em qualquer doença que ameaça a vida. É normal ter esses sentimentos, chorar e<br />

ficar angustiado.<br />

Depois do diagnóstico, é hora de iniciar o processo de cura. Não deixe que suas emoções e seu <strong>câncer</strong><br />

destruam sua vida em família ou suas relações com pessoas importantes para você. Essas pessoas<br />

também podem estar sentindo sua dor, temendo por você e por elas mesmas. Ao surgir, um <strong>câncer</strong><br />

sempre atinge a família toda. Seus amigos e familiares desempenharão um importante papel na sua<br />

luta contra a doença.<br />

Vamos começar<br />

Algumas vezes, o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> é chamado por seu nome médico - carcinoma de células renais. Renal<br />

vem do latim, <strong>renal</strong>is, que significa rins. O <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> tem várias formas, como, entre outras, o de<br />

células claras, o papilar, sarcomatoide e de células de transição. Há explicações mais detalhadas sobre<br />

cada uma delas mais adiante.<br />

Alguns pacientes são diagnosticados antes de o <strong>câncer</strong> sofrer metástase (espalhar-se) em outras partes<br />

do corpo, enquanto outros apresentam a doença metastática no diagnóstico inicial. Em caso de doença<br />

metastática, pode ser recomendado fazer primeiro uma cirurgia ou terapia médica sistêmica (um<br />

tratamento injetado na corrente sanguínea ou engolido), dependendo do estado do paciente. Se a<br />

cirurgia for o primeiro passo, pode-se recomendar outro tratamento para a doença metastática ou para<br />

retardar o reaparecimento do <strong>câncer</strong>.<br />

O que determina a escolha do tratamento, nos casos em que for administrado, a frequência dos checkups<br />

e muitos outros aspectos da administração da sua doença são informações fornecidas por você.<br />

Quanto mais você souber, melhores serão suas decisões e mais controle você terá sobre a doença. O<br />

conhecimento da doença o ajudará a comunicar-se melhor com seu médico e enfermeiro, além de<br />

aumentar a sua confiança no tratamento que recebe. Saber mais sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> é um passo<br />

importante na luta efetiva contra a doença.<br />

Como obter mais informações sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Seu médico


Seu próprio médico pode ser uma das melhores fontes de informações sobre sua doença e seu<br />

tratamento. Médicos especializados no tratamento do <strong>câncer</strong> são conhecidos como oncologistas.<br />

Depois do diagnóstico inicial, não tenha medo de fazer várias perguntas ao seu médico. Você também<br />

deve considerar uma segunda opinião de outro médico especializado em <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Se não conhecer<br />

nenhum especialista, você pode obter nomes na <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> (envie sua solicitação pelo<br />

site da associação, no endereço www.kidneycancer.org ou pelo telefone +1 847 332 1051). Seu médico<br />

não se ofenderá se você buscar uma segunda opinião. Essa é uma prática comum. Na verdade, seu<br />

médico normalmente oferece segundas opiniões para outros pacientes e colegas. É possível que você<br />

não precise repetir os exames, porque, em geral, os resultados dos exames que já fez podem ser<br />

enviados para o segundo médico. Uma segunda opinião dificilmente mudará seu diagnóstico, mas pode<br />

lhe oferecer informações úteis e novas ideias sobre alternativas de tratamento. Além disso, nos Estados<br />

Unidos, seu seguro-saúde pode exigir uma segunda opinião. Você encontrará mais informações sobre o<br />

trabalho com seu médico no capítulo “Fortalecimento do paciente”.<br />

A <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong><br />

A <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> está à disposição para ajudá-lo de várias formas, inclusive a oferta de<br />

informações por escrito sobre a doença, opções de tratamento e recursos. Você pode entrar em<br />

contato com a associação pelo telefone +1 847 332 1051 ou visitar o site www.kidneycancer.org. O site<br />

da <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> tem informações valiosas para você ler, imprimir ou compartilhar com<br />

familiares e amigos.<br />

Uma observação especial sobre este livro<br />

“<strong>Nós</strong> <strong>temos</strong> <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>” é um recurso essencial para pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Agora em sua<br />

terceira edição, o livro passa por atualizações periódicas. Embora este livro ofereça as informações mais<br />

atuais sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> no momento de sua publicação, é possível que informações e tratamentos<br />

mais recentes não constem desta edição. Portanto, é sempre bom verificar o site da associação para<br />

obter as mais recentes informações e atualizações que podem ser relevantes. Uma versão eletrônica do<br />

“<strong>Nós</strong> <strong>temos</strong> <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>” está disponível no site, e todas as atualizações em quaisquer seções do livro<br />

estão claramente marcadas.<br />

Outros pacientes<br />

Pacientes de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> podem aprender muito com pessoas na mesma situação. A melhor maneira<br />

de fazer isso é participar de uma reunião de pacientes da <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> ou grupos de apoio<br />

patrocinados pelo seu hospital local. Os grupos de apoio oferecem ambientes abertos excelentes para o<br />

intercâmbio franco e honesto entre pacientes e conselheiros profissionais.<br />

Outros sites<br />

Há muitos outros sites que podem ajudá-lo a compreender a doença e seu diagnóstico, as opções de<br />

tratamento, como lidar com a doença e efeitos colaterais do tratamento, trabalho e como enfrentar um<br />

diagnóstico que representa ameaça à vida. Há, no final deste livro, uma lista de sites confiáveis. Você


deve ficar atento, porque algumas informações médicas disponíveis na Internet são publicadas por não<br />

profissionais e, portanto, não confiáveis. Sempre verifique o site para obter mais informações sobre a<br />

fonte de qualquer informação. Procure fontes conhecidas e estabelecidas e não deposite toda a sua<br />

confiança em um único site. Sites considerados confiáveis pelos pacientes algumas vezes são<br />

credenciados (aprovados) por um órgão governamental, como o “Health on the NET”. De todo modo,<br />

use o bom senso e compare site cuidadosamente ao considerar material on-line.<br />

Bibliotecas<br />

Depois de obter uma compreensão básica de sua doença, você talvez queira ir a uma biblioteca e<br />

vasculhar livros e periódicos médicos. A pesquisa está se intensificando na medida em que cientistas e<br />

médicos obtêm novos conhecimentos sobre a maneira como o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> se desenvolve e se espalha,<br />

para aumentar sua capacidade de tratar e curar mais pacientes. A literatura da área de enfermagem<br />

pode ser útil no que diz respeito a opções de tratamento e gestão dos efeitos colaterais.<br />

Um simples dicionário médico pode ajudá-lo a compreender muitos dos termos e abreviações que vai<br />

encontrar em suas pesquisas sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Dê uma olhada em sua livraria local.<br />

Conferências e reuniões<br />

A quantidade de pesquisas sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> apresentadas em congressos médicos e de<br />

enfermagem nacionais e internacionais e publicações com os resultados dessas pesquisas aumentou<br />

significativamente nos últimos cinco anos. Há muitas reuniões voltadas para o conhecimento e o<br />

diálogo aberto, e pesquisadores constantemente fazem novas descobertas sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Médicos e enfermeiros fornecerão essas informações a você ao discutir as opções terapêuticas e<br />

cuidados durante o seu tratamento.<br />

O que causou seu <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>?<br />

A maioria dos <strong>câncer</strong>es ocorre por obra do acaso. Mutações em células individuais resultam em<br />

crescimento desordenado das células. Mas alguns fatores externos, como tabagismo e obesidade,<br />

também têm sido relacionados a uma maior incidência de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Na tentativa de responder à<br />

pergunta “Por que eu?”, algumas pessoas tentam identificar esses fatores como causa do seu <strong>câncer</strong>.<br />

Embora seja importante saber que fatores ou comportamentos estão associados a um maior risco de<br />

desenvolver o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, culpar-se pelo comportamento passado não ajuda e não cura. O fato de<br />

haver um fator de risco no comportamento de uma pessoa, como, por exemplo, o tabagismo, não<br />

significa necessariamente que esse fator tenha causado o <strong>câncer</strong>.<br />

Câncer <strong>renal</strong> hereditário<br />

Fatores genéticos têm sido relacionados ao aumento do risco de desenvolver <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Por<br />

exemplo, um distúrbio hereditário chamado doença de von Hippel-Lindau (síndrome da VHL) está<br />

associado com um alto risco de desenvolvimento de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> 4 . Os cientistas isolaram o gene


esponsável pela síndrome da VHL, e essa descoberta oferece possibilidades futuras estimulantes para<br />

melhor diagnóstico e tratamento de alguns tipos de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> 5 . Outra mutação genética que pode<br />

estar associada com o CCR (carcinoma de células renais) é a esclerose tuberosa. Trata-se de uma<br />

doença caracterizada por pequenos tumores benignos dos vasos sanguíneos que resultam em<br />

numerosos inchaços na pele, retardo mental, convulsões e cistos nos rins, fígado e pâncreas 6 . A<br />

síndrome de Birt-Hogg-Dubé é outro distúrbio associado ao <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> que se caracteriza pela<br />

presença de vários pequenos inchaços (nódulos) na pele que recobre o nariz, as bochechas, testa,<br />

orelhas e o pescoço 7 .<br />

Informações e medo<br />

Alguns pacientes não acreditam que buscar informações sobre sua doença de forma ativa lhes fará<br />

bem. Eles acham que o médico diz tudo o que eles querem ou precisam saber. Outros têm medo de<br />

saber mais sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Em particular, as estatísticas de sobrevivência os amedrontam.<br />

Contudo, é importante lembrar que essas estatísticas baseiam-se em médias populacionais e<br />

normalmente já têm muitos anos quando são publicadas. Assim, é possível que informações e fatores<br />

mais atualizados que afetam os riscos e benefícios do tratamento ainda não tenham sido publicados.<br />

Seu médico e enfermeiro fornecerão essas informações para você. Perguntar é uma maneira importante<br />

de combater o medo e a ansiedade e, também, a única forma de se preparar bem para tomar as<br />

melhores decisões sobre o seu tratamento.<br />

Alguns pacientes acham que as informações sobre <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> contêm muitos termos médicos<br />

complicados e difíceis de entender. Porém, boa parte dessas informações, inclusive os recursos<br />

recomendados neste livro, são especificamente escritos para pacientes, em linguagem de fácil<br />

compreensão, e não requerem conhecimentos especializados. Médicos e enfermeiros em geral gostam<br />

de responder perguntas suas, pois, quanto mais você souber, melhor será sua participação como<br />

membro ativo de sua equipe de tratamento.<br />

Acreditamos que saber mais sobre sua doença e suas opções de tratamento ajudará você. Dados<br />

históricos demonstram que pacientes assertivos que se esforçam ativamente para superar o <strong>câncer</strong><br />

sempre se beneficiam de um aumento nas chances de sobrevivência, vivem mais e aproveitam mais a<br />

vida. Você pode ser uma vítima passiva ou um guerreiro ativo. A escolha é sua. Nossa recomendação é<br />

lutar. Não se entregue!


O que os rins fazem<br />

Os rins estão localizados nos dois lados do corpo, na região das costas, na base da sua caixa torácica. São<br />

cercados de tecido gorduroso, que serve como uma almofada protetora. Uma glândula ad<strong>renal</strong> localizase<br />

na parte superior de cada rim. <strong>Nós</strong> <strong>temos</strong> dois rins, mas é possível levar uma vida normal com apenas<br />

um deles.<br />

Cada rim pesa cerca de 150 g e mede de 10 a 12 cm de altura por 5 ou 6 cm de largura. Com forma<br />

curva, o rim adulto é semelhante a um feijão e tem um corte no centro, onde se conectam a artéria<br />

<strong>renal</strong>, a veia <strong>renal</strong> e o ureter. O sangue entra no rim pela artéria <strong>renal</strong> e sai pela veia <strong>renal</strong>. A principal<br />

função dos rins é filtrar o sangue e eliminar resíduos, como ureia, excesso de sal e outras substâncias,<br />

do organismo. O fluido excretado pelos rins e que contém esses produtos de resíduos dissolvidos é<br />

chamado de urina. A urina é drenada pelo ureter, um tubo longo e delgado que conecta o rim à bexiga.<br />

O rim é envolto em uma membrana chamada cápsula. Essa membrana é flexível e se expande quando<br />

se forma um tumor dentro do rim. Se diagnosticado precocemente, o tumor pode permanecer dentro<br />

da cápsula e ser tratado com mais facilidade por remoção cirúrgica do rim. Conhecer os sintomas do<br />

<strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> e consultar o médico o quanto antes ajuda no diagnóstico precoce.<br />

[text from graphics:]<br />

Localização dos rins no corpo [location of the kidneys in the body]<br />

Veia cava inferior [inferior vena cava]<br />

Glândula ad<strong>renal</strong> [ad<strong>renal</strong> gland]<br />

Aorta [aorta]<br />

Artéria <strong>renal</strong> [<strong>renal</strong> artery]<br />

Veia <strong>renal</strong> [<strong>renal</strong> vein]<br />

Rim [kidney]<br />

Ureter [ureter]<br />

Bexiga [bladder]<br />

Uretra [urethra]<br />

Próstata (só em homens) [prostate (male only)]


Encontre a melhor equipe médica possível<br />

Paciente: Bobby<br />

Idade: 71<br />

“A primeira coisa que eu recomendaria a qualquer pessoa com diagnóstico de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> é encontrar<br />

uma ótima equipe médica. Isso faz toda a diferença. Participei de um estudo clínico depois do meu<br />

diagnóstico e digo com sinceridade que os médicos e enfermeiros do estudo foram quem me ajudou a<br />

vencer. Vou à clínica a cada 28 dias para o tratamento, e eles são maravilhosos. Eu recomendo a<br />

participação em estudos clínicos a qualquer pessoa que possa participar de um.<br />

Também descobri que um dos benefícios de participar de um estudo clínico é conhecer pessoas. Entrar<br />

em contato com outras pessoas com <strong>câncer</strong> faz você se sentir menos só e ajuda a manter o ânimo.<br />

Outra coisa que me ajudou foi sair de casa com a maior frequência possível. De vez em quando, tiro um<br />

dia para sair e encontrar pessoas. Isso me ajuda a manter o espírito positivo. Às vezes, até fazer<br />

compras ajuda.<br />

Algumas pessoas perguntam sobre a cirurgia e eu digo que não foi difícil, que provavelmente foi menos<br />

dolorosa que meu tratamento de substituição do joelho. Fiz uma laparoscopia e fiquei no hospital por<br />

apenas três dias.”


CAPÍTULO 2<br />

COMPREENDENDO O CÂNCER RENAL<br />

Um olhar abrangente nos tipos, sintomas, tratamentos e muito mais... Use esta seção para formular<br />

perguntas a fazer para seu médico sobre a situação do seu <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

De acordo com a American <strong>Cancer</strong> Society (ACS), mais de um milhão de novos casos de <strong>câncer</strong> são<br />

diagnosticados a cada ano nos Estados Unidos 8 . Nos últimos anos, o percentual de casos envolvendo o<br />

<strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> foi inferior a 4% do total 9 . Em 2008, a ACS estimou que mais de 54 mil novos casos de<br />

<strong>câncer</strong> fossem de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> 10 .<br />

O <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> ocorre praticamente duas vezes mais em homens que em mulheres, mas essa diferença<br />

está diminuindo. Aproximadamente 13 mil pessoas morreram da doença em 2008 11 . Entretanto, estimase<br />

que haja entre 100 mil e 200 mil sobreviventes de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> nos Estados Unidos atualmente 12 .<br />

Essas estatísticas incluem adultos e crianças, abrangendo todas as formas de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

O carcinoma de células renais (CCR) é o tipo mais comum de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Na comparação com todos os<br />

<strong>câncer</strong>es, o carcinoma de células renais é relativamente raro. Normalmente é tratado inicialmente com<br />

cirurgia, para remoção do tumor. Se esse <strong>câncer</strong> for detectado precocemente, a chance de vir a<br />

retornar é baixa. Infelizmente, esse <strong>câncer</strong> apresenta poucos sintomas nos estágios iniciais, de modo<br />

que normalmente não é diagnosticado, ou é diagnosticado de forma incorreta e não é detectado, até o<br />

crescimento significativo do tumor. Nesse estágio, o <strong>câncer</strong> desloca órgãos próximos, causando<br />

sintomas. Cada vez mais, muitos dos tumores renais são encontrados incidentalmente em raios-X ou<br />

exames de ultrassom realizados por motivos não relacionados ao tumor ou qualquer de seus sintomas<br />

potenciais.<br />

Há vários fatores de risco associados com o desenvolvimento do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Entre eles, estão o<br />

tabagismo, que praticamente dobra o risco; a obesidade; e a exposição a elementos químicos tóxicos,<br />

como amianto, cádmio e derivados do petróleo (como, por exemplo, gasolina). Ter casos de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

na família também aumenta o risco.<br />

O sintoma mais comum do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> é a presença de sangue na urina sem queixa de dor, conhecida<br />

por hematúria. De 20% a 25% dos pacientes têm esse sintoma. Muitas vezes, o sangue na urina ocorre<br />

em dias alternados. (Observe que sangue na urina pode indicar outras doenças além do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>,<br />

como cálculos renais ou infecção nos rins. A presença de sangue na urina requer avaliação médica<br />

imediata.)<br />

Outros sintomas comuns do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> são a presença de massa abdominal, inchaço sólido ou caroço<br />

sob a pele que pode ser visto ou sentido conforme o tumor cresce. Também há dor ou pressão nas<br />

costas ou na região das costelas. O <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> ocorre mais frequentemente em indivíduos entre 40 e


60 anos. Como dores nas costas são comuns em pessoas com mais de 40 anos, é comum ignorá-la,<br />

retardando a detecção do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Nos casos em que o tumor afeta órgãos distantes, os sintomas podem variar de acordo com o órgão<br />

afetado, embora os pacientes possam notar perda de peso inexplicada, febre, anemia ou hipertensão.<br />

Mesmo que se espalhe por outros órgãos, o <strong>câncer</strong> com origem nos rins será considerado <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

A lista a seguir inclui sintomas e/ou sinais em pacientes no momento de seus diagnósticos. Lembre,<br />

porém, que alguns pacientes não apresentam sintomas:<br />

Sangue na urina<br />

Massa abdominal<br />

Dor ou pressão nas costas ou costelas<br />

Perda de peso<br />

Baixa contagem de glóbulos sanguíneos (anemia)<br />

Calcificação de tumor no raio-X<br />

Sintomas de metástases<br />

Febre<br />

Níveis elevados de cálcio no sangue<br />

Subtipos de carcinoma de células renais (CCR)<br />

Nem todos os <strong>câncer</strong>es são iguais. Há uma compreensão crescente entre médicos e pesquisadores de<br />

que há diferentes subtipos de CCR, que se comportam de maneiras diversas no que diz respeito tanto à<br />

agressividade quanto à resposta ao tratamento. Há dez ou quinze anos, era comum um registro<br />

patológico de paciente com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> conter apenas a expressão “Carcinoma de células renais”. Esse<br />

diagnóstico simples hoje é considerado incompleto. A identificação do subtipo específico ou tipo de<br />

célula (histologia) do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> pode ser tão importante para a determinação das chances de<br />

recuperação (prognóstico) quanto saber o estágio em que o CCR se encontra ou seu grau. Seu médico<br />

deve lhe fornecer informações sobre a histologia, o grau e o estágio do seu <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Caso contrário,<br />

sinta-se à vontade para pedir essas informações, que são parte importante do planejamento do seu<br />

tratamento.<br />

Os subtipos de CCR vêm da descrição da aparência das células e de outras características. São subtipos<br />

de CCR:<br />

CCR de células claras (convencional)<br />

É a forma mais comum de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> e responde por 66% a 75% da totalidade dos casos. O CCR de<br />

células claras é o tipo de célula associado à mutação do gene de von Hippel-Lindau (VHL) no <strong>câncer</strong><br />

<strong>renal</strong> hereditário. Na verdade, aproximadamente 70% dos casos não hereditários de CCR de células<br />

claras também apresentam mutação do VHL. A maior parte da pesquisa atual, que tenta identificar<br />

novos tratamentos eficazes para pacientes com doença localmente avançada ou metastática,<br />

concentra-se nesse subtipo da doença, que é o tipo mais comum de CCR. Nos casos em que o tumor


não se espalhou, o prognóstico pode ser muito bom após a excisão cirúrgica (remoção do tumor). O<br />

prognóstico do paciente está diretamente relacionado com o estágio (tamanho e taxa de crescimento<br />

do tumor) e o grau (as características estruturais das células tumorais) do <strong>câncer</strong>. O estadiamento e o<br />

grau são explicados mais adiante, neste capítulo. Pacientes com CCR de células claras metástico, ou<br />

seja, um tumor que tenha se espalhado para outras partes do corpo, têm prognóstico menos favorável.<br />

CCR papilar<br />

Esta é a segunda forma mais comum de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> e representa aproximadamente 15% dos casos. O<br />

CCR papilar divide-se em dois subtipos, conforme a aparência das células: tipo I (5%) e tipo II (10%). Há<br />

maior incidência de CCR papilar entre afrodescendentes e da doença bilateral (envolvendo ambos os<br />

rins) associados a esse subtipo. Também há formas hereditárias de CCR papilar tipo I e tipo II. Nos casos<br />

em que o tumor não se espalhou, a remoção cirúrgica em geral está associada a um excelente<br />

prognóstico. Entretanto, quando o CCR papilar sofre metástase, espalhando-se para outras partes do<br />

corpo, a maioria das terapias convencionais para o CCR é ineficaz.<br />

CCR cromófobo<br />

Esta forma rara de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> representa aproximadamente 5% dos casos de CCR. Acredita-se que<br />

esse tipo de CCR tenha origem no mesmo tipo de célula que forma os oncocitomas renais (ver abaixo).<br />

Também têm sido diagnosticados tumores híbridos, com característica de CCR cromófobo e de<br />

oncocitoma <strong>renal</strong>. Há uma forma familiar ou hereditária de CCR cromófobo (em associação com o<br />

oncocitoma <strong>renal</strong>) chamada síndrome de Birt-Hogg-Dubé, que também está associada com uma<br />

mutação genética específica. Raramente ocorre metástase do CCR cromófobo até as últimas fases de<br />

seu avanço clínico, e a remoção cirúrgica da doença localizada ou até avançada localmente em geral<br />

tem excelente prognóstico. O CCR cromófobo metastático é bastante raro, e não há nenhuma terapia<br />

padrão atualmente.<br />

Oncocitoma <strong>renal</strong><br />

Trata-se de um tumor benigno no rim que representa aproximadamente 5% dos tumores renais. Não há<br />

metástase desses tumores, que, no entanto, podem crescer bastante no rim e invadir estruturas locais,<br />

algumas vezes causando sintomas que exigem cirurgia. Acredita-se que os tumores estejam<br />

relacionados ao CCR cromófobo, e diferenciar os dois tipos de tumor pode ser bem difícil. O tumor é<br />

tratado com a remoção parcial ou total do rim.<br />

CCR não classificado<br />

Menos de 1% dos carcinomas de células renais são de tipo não classificado. Esses tumores não se<br />

enquadram em nenhum dos subtipos comuns de CCR relacionados acima. Quando examinadas no<br />

microscópio, as células cancerosas não classificadas apresentam estrutura e características genéticas<br />

que não correspondem à descrição dos subtipos mais comuns de CCR. Essa categoria normalmente<br />

inclui tumores agressivos que não respondem à terapia tradicional para CCR.<br />

Carcinoma dos dutos coletores


É uma variante rara e muito agressiva do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, que corresponde a menos de 1% dos casos. Essa<br />

forma de CCR normalmente está em metástase no momento do diagnóstico e é mais comum em<br />

indivíduos mais jovens. O tratamento tem sido direcionado com base em regimes de quimioterapia<br />

semelhantes aos utilizados no tratamento do carcinoma de células transicionais (ver abaixo), pois esses<br />

tumores não respondem às terapias tradicionais do CCR, como a imunoterapia.<br />

CCR medular<br />

Trata-se, também, de um tipo muito raro e agressivo do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, considerado variante do<br />

carcinoma dos dutos coletores. Normalmente está associado ao traço falciforme e, portanto, é mais<br />

frequente na população afrodescendente. Representa menos de 1% de todos os tipos de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

diagnosticados. A quimioterapia continua a ser o principal tratamento dessa doença.<br />

CCR sarcomatoide<br />

Trata-se de uma condição que se caracteriza pela baixa diferenciação do tumor e pode ocorrer em<br />

qualquer subtipo do CCR. O termo se refere ao fato de que as células CCR, quando vistas no<br />

microscópio, têm aparência de células de sarcoma. O percentual de diferenciação sarcomatoide em<br />

geral se reflete no relato da patologia do tumor e está relacionado com sua agressividade. Já se<br />

considerou o prognóstico do CCR sarcomatoide em geral desfavorável, mas novos medicamentos<br />

aumentaram a esperança de tratamento. A condição normalmente é encontrada em pacientes de<br />

<strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> com ampla metástase. Essa forma de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> algumas vezes é tratada com<br />

quimioterapia.<br />

Carcinoma de células transicionais do rim<br />

O carcinoma de células transicionais (CCT) do rim é um tumor raro e potencialmente muito agressivo,<br />

que não deve ser considerado <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> propriamente dito, mas agrupado no <strong>câncer</strong> da bexiga. Se o<br />

<strong>câncer</strong> não tiver se espalhado, o tumor poderá ser tratado por remoção cirúrgica do rim e seu ureter,<br />

embora as recorrências do CCT na bexiga sejam comuns. O prognóstico dos casos em que o tumor é<br />

grande ou sofreu metástase é desfavorável, e as opções de tratamento são semelhantes às do <strong>câncer</strong><br />

de bexiga metastático, que incluem quimioterapia.<br />

Detecção, diagnóstico e estadiamento<br />

Como o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> pode se espalhar para outras partes do corpo, é importante fazer exames<br />

minuciosos para detectar sua presença. Todas as abordagens começam com um exame físico<br />

cuidadoso, combinado com uma discussão completa dos problemas médicos passados e presentes. Seu<br />

médico pode pedir alguns ou todos os exames a seguir para determinar a extensão do seu <strong>câncer</strong> e criar<br />

seu plano de tratamento.<br />

Tomografia computadorizada (TC)


Uma tomografia, comumente chamada de TC, é um exame altamente especializado que possibilita a<br />

visualização de órgãos internos e oferece um quadro muito preciso de áreas específicas do corpo. É<br />

utilizada como uma das principais ferramentas de diagnóstico por imagem na avaliação do CCR. Se o<br />

sinal inicial do tumor for uma massa ou espessamento na região dos rins detectado em exame raio-X<br />

realizado por outras razões, ou for visto ou percebido durante um exame físico, normalmente o médico<br />

pedirá uma tomografia.<br />

As TCs são mais detalhadas que os raios-X comuns, fotografando os órgãos em fatias finas e de<br />

diferentes ângulos Um computador então une as imagens para mostrar o tamanho e a localização de<br />

quaisquer anormalidades. Para intensificar a visualização das imagens dos órgãos abdominais, pode-se<br />

tomar uma solução de bário, por via oral (pela boca), antes do exame. Contraste adicional também<br />

pode ser administrado por injeção intravenosa. Geralmente a tomografia não provoca dor, mas o meio<br />

de contraste intravenoso pode causar sensação de calor e rubor. Algumas pessoas também podem<br />

apresentar reação alérgica ao contraste intravenoso, especialmente as que têm alergia a iodo.<br />

Dependendo da parte do corpo a ser visualizada, pode haver restrições alimentares antes do<br />

procedimento. O contraste intravenoso em geral não será aplicado caso a função <strong>renal</strong> não esteja<br />

dentro de determinada faixa, com base no nível de creatinina. Alguns departamentos de radiologia<br />

usam a taxa de filtração glomerular estimada (eGFR) para determinar se há função <strong>renal</strong> suficiente para<br />

a administração de contraste intravenoso.<br />

[photo caption:]<br />

Uma tomografia típica. A imagem por ressonância magnética (IRM) e a tomografia computadorizada<br />

(TC) são exames frequentemente utilizados para o diagnóstico do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Imagem por ressonância magnética (IRM)<br />

Uma IRM é um exame altamente especializado semelhante à TC que pode ser mais apropriado para<br />

avaliar determinadas áreas do corpo, como ossos, cérebro ou espinha. Gera um quadro transversal<br />

preciso de órgãos específicos do corpo, para permitir um exame camada por camada. O procedimento<br />

de IRM normalmente causa dor. Como utiliza um magneto potente para produzir as imagens, pessoas<br />

com metais no corpo (como substituição protética do quadril, marca-passo ou placas de metal) devem<br />

discutir a utilização de IRM com seu médico e o técnico de IRM antes de realizar o exame. O teste pode<br />

exigir que o paciente fique deitado e imóvel por um longo período, normalmente em um espaço<br />

estreito, o que pode ser difícil para algumas pessoas que não se sentem à vontade em espaços<br />

fechados. Os exames de IRM normalmente são usados em casos em que a TC não conseguiu<br />

proporcionar uma boa visão de determinada área do corpo. O tipo de contraste intravenoso usado em<br />

exames de IRM é o gadolínio, com as mesmas precauções quanto à função <strong>renal</strong>.<br />

Varredura óssea


Pode-se usar uma varredura óssea para verificar se o <strong>câncer</strong> se espalhou para os ossos. O exame é feito<br />

com a injeção de pequenas quantidades material radioativo na corrente sanguínea por via venosa. Esse<br />

material é levado ao osso, onde se junta em áreas de grande atividade óssea. O exame pode identificar<br />

doenças cancerosas e não cancerosas, mas, isoladamente, não consegue distinguir entre <strong>câncer</strong> e<br />

outras afecções. Em alguns casos, o CCR ósseo não aparece na varredura óssea. Portanto, pode ser<br />

necessário realizar outros exames, como raios-X ou tomografias.<br />

Tomografia por emissão de pósitrons (PET)<br />

A PET é um exame diagnóstico muito especializado, que oferece informações sobre o tamanho da<br />

metástase de um <strong>câncer</strong>, com base em determinadas atividades celulares. PETs são tipicamente<br />

utilizadas para <strong>câncer</strong> de mama, colorretal, de ovário, linfomas, pulmões, melanomas e da cabeça e<br />

pescoço. A eficácia das PETs para o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> ainda está em estudo.<br />

Diferente das TCs e IRMs, que produzem imagens de órgãos ou outras estruturas internas, a PET produz<br />

imagens com base nas alterações químicas e fisiológicas relacionadas ao metabolismo de uma célula.<br />

Isso é importante porque alterações químicas e fisiológicas nas células normalmente ocorrem antes de<br />

ser possível ver alterações estruturais nos tecidos. Assim, as PETs podem contribuir na distinção de<br />

tumores benignos e malignos e ajudam os médicos a determinar o estágio da metástase do <strong>câncer</strong> no<br />

paciente. A PET também pode verificar se o tratamento está funcionando ou não. PETs muitas vezes são<br />

utilizadas em combinação com TCs e IRMs. Uma PET pode levar de 15 minutos a 2 horas, dependendo<br />

da área do corpo em exame.<br />

Ultrassonografia (ultrassom ou US)<br />

Se houver sangue na urina, o médico pode pedir um ultrassom do abdome com atenção especial nos<br />

rins, ureteres e bexiga. O US também pode ser usado para ajudar a distinguir entre um cisto e uma<br />

massa sólida. Normalmente não é necessário nenhum preparo antes do exame, que em geral não causa<br />

desconforto. O US utiliza ondas sonoras para produzir imagens dos órgãos internos, ajudando o<br />

radiologista a detectar a presença de quaisquer massas. Um bastão chamado de transdutor é passado<br />

sobre a pele e emite ondas sonoras, que são detectadas como ecos ressoados dos órgãos internos. As<br />

imagens do padrão de eco produzidas por tumores nos rins são diferentes das imagens do tecido <strong>renal</strong><br />

normal. Esse exame pode ser usado para diagnóstico inicial de massa <strong>renal</strong> ou para ajudar a visualizar<br />

uma massa quando uma biópsia por agulha fina é realizada (ver procedimento de biópsia abaixo).<br />

Pielograma intravenoso (PIV)<br />

Um exame de PIV pode ser usado. Um corante especial é injetado em um vaso sanguíneo, normalmente<br />

do braço. O corante circula pela corrente sanguínea, chegando aos diversos órgãos do corpo, inclusive<br />

os rins. Então, tiram-se raios-X dos rins conforme o corante circula por eles. Com isso, é possível<br />

identificar quaisquer anormalidades nos rins. Se o ultrassom ou o PIV estiverem anormal, uma TC<br />

poderá ser solicitada.<br />

Radiografia do tórax


Uma radiografia do tórax pode ser feita para ver se o <strong>câncer</strong> se espalhou para os pulmões. Se algo for<br />

visto no raio-X, o médico pode pedir também uma TC do tórax para ajudar a determinar o que é.<br />

Procedimento de biópsia<br />

Se depois da conclusão dos exames diagnósticos o médico suspeitar de que a massa no rim seja<br />

cancerosa (maligna), será realizada imediatamente a remoção cirúrgica de todo o rim ou parte dele<br />

(nefrectomia). Em alguns casos, pode-se fazer uma biópsia da massa, mas isso não é comum. Durante<br />

um procedimento de biópsia, uma pequena amostra de tecido é removida da massa e examinada para<br />

determinar se é benigna ou maligna. Há várias formas de realizar uma biópsia de massa <strong>renal</strong>, mas o<br />

método mais comum é um procedimento chamado de aspiração por agulha fina (AAF) ou biópsia por<br />

agulha fina. Com a orientação de um ultrassom ou TC, o médico insere uma agulha longa e fina pela<br />

pele, diretamente na massa, e remove uma amostra do tecido. Um patologista avalia o tecido para<br />

biópsia com um microscópio, para determinar se é benigno ou maligno. Se for maligno, o patologista<br />

também identifica a histologia, ou tipo de célula.<br />

Se houver clara evidência de metástase no momento da descoberta da massa <strong>renal</strong>, pode-se fazer uma<br />

biópsia em uma área da metástase, em vez do rim. Isso pode ser recomendado para reduzir o risco de<br />

sangramento se a área metastática for mais acessível que o rim. Uma biópsia pode ajudar a planejar a<br />

terapia subsequente e as opções de tratamento, mesmo se o diagnóstico não estiver em questão.<br />

Outros exames<br />

Além dos exames descritos acima, seu médico pode pedir um ou mais dos seguintes exames<br />

laboratoriais para concluir sua avaliação.<br />

Exame de urina<br />

O exame de urina normalmente faz parte de um exame físico completo. Testes microscópicos e<br />

químicos são realizados para detectar pequenas quantidades de sangue e outras substâncias que não<br />

são visíveis a olho nu. Cerca de metade dos pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> apresentará sangue na urina. O<br />

exame microscópico de amostras de urina (chamado de citologia urinária) também pode detectar<br />

células cancerosas na urina.<br />

Exames de sangue<br />

Um hemograma completo e teste químico do sangue podem detectar indicadores associados ao CCR. A<br />

anemia (baixa contagem de glóbulos vermelhos) é muito comum. A eritrocitose (excesso de glóbulos<br />

vermelhos) também pode ocorrer, pois alguns <strong>câncer</strong>es renais produzem um hormônio (eritropoietina),<br />

que aumenta a produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea.


Altos níveis de enzimas de função hepática no sangue (por razões desconhecidas) e hipercalcemia (altos<br />

níveis de cálcio) também ocorrem em alguns casos.<br />

O papel do estadiamento e avaliação do grau<br />

O estadiamento de um <strong>câncer</strong> é o processo para estabelecer até onde o <strong>câncer</strong> se espalhou, e o grau<br />

determina as características e a forma das células cancerosas. Os dois sistemas desempenham papéis<br />

diferentes, mas tanto o estadiamento quanto a definição do grau são indicadores importantes do<br />

desenvolvimento da doença e eficácia do tratamento (prognóstico). São úteis na determinação da<br />

terapia mais adequada e das chances do sucesso do tratamento.<br />

Estadiamento<br />

Certos exames de imagem, incluindo a TC e a IRM, podem ajudar a detectar se o <strong>câncer</strong> se espalhou<br />

para certos órgãos e para determinar o estágio em que está. Exames de sangue também são realizados<br />

para avaliar seu estado de saúde geral.<br />

Um sistema de estadiamento é uma forma padronizada pela qual a equipe de tratamento do <strong>câncer</strong><br />

descreve a extensão do <strong>câncer</strong>. O sistema de estadiamento mais utilizado foi desenvolvido pelo<br />

American Joint Committee on <strong>Cancer</strong> (AJCC).<br />

Sistema de estadiamento TNM, do American Joint Committee on <strong>Cancer</strong> (AJCC) .<br />

O sistema de estadiamento do AJCC baseia-se na classificação do tamanho do tumor no rim (T), no<br />

número de gânglios linfáticos (N) e na extensão da metástase (M). A classificação dos componentes T, N<br />

e M é seguida de um agrupamento por estágios.<br />

O componente T está relacionado ao tamanho do tumor primário. O valor numérico aumenta com o<br />

tamanho do tumor e sua invasividade. A letra T seguida por um número de 0 a 4 descreve o tamanho do<br />

tumor e difusão para os tecidos próximos. Alguns desses números se subdividem em letras, como T1a e<br />

T1b. Valores mais elevados de T indicam tumor maior ou com maior difusão para os tecidos próximos ao<br />

rim.<br />

O componente N designa a presença ou ausência de tumor nos gânglios linfáticos próximos. Os gânglios<br />

linfáticos são estruturas do tamanho de um feijão com coleções de células imunes (linfócitos) que<br />

ajudam a combater infecções e <strong>câncer</strong>es. A letra N seguida de um número de 0 a 2 indica se um <strong>câncer</strong><br />

se espalhou para os gânglios linfáticos próximos ao rim e, se afirmativo, quantos foram afetados.<br />

O componente M identifica a extensão da difusão do <strong>câncer</strong> a partir do tumor primário. A letra M<br />

seguida por 0 ou 1 indica se o <strong>câncer</strong> se espalhou ou não para órgãos distantes, como os pulmões ou<br />

ossos, ou para os gânglios linfáticos em outras partes do corpo.


Definições detalhadas das categorias T, N e M<br />

Tumor primário (T):<br />

TX: O tumor primário não pode ser avaliado (informações indisponíveis).<br />

T0: Nenhuma evidência de tumor primário.<br />

T1a: O tumor tem menos de 4 cm de diâmetro e está confinado ao rim.<br />

T1b: O tumor tem de 4 a 7 cm e está confinado ao rim.<br />

T2: O tumor tem mais de 7 cm e ainda está confinado ao rim.<br />

T3a: O tumor se espalhou para a glândula ad<strong>renal</strong> ou o tecido gorduroso perir<strong>renal</strong>, mas não além do<br />

tecido fibroso, chamado fáscia de Gerota, que envolve o rim e o tecido gorduroso próximo.<br />

T3b: O tumor se espalhou para uma grande veia que sai do rim (veia <strong>renal</strong>) e/ou pela parte da grande<br />

veia que vai para o coração (veia cava), no abdome.<br />

T3c: O tumor alcançou parte da veia cava no tórax ou invadiu a parede da veia cava.<br />

T4: O tumor se espalhou além da fáscia de Gerota (tecido fibroso que envolve o rim e o tecido<br />

gorduroso próximo ao rim).<br />

Gânglios linfáticos regionais (N):<br />

NX: Não há como avaliar os gânglios linfáticos regionais (informações indisponíveis).<br />

N0: Sem metástase para gânglios linfáticos regionais.<br />

N1: Metástase para um gânglio linfático regional (próximo).<br />

N2: Metástase para mais de um gânglio linfático regional (próximo).<br />

Extensão da metástase (M):<br />

MX: Não é possível avaliar se há metástase distante (informações indisponíveis).<br />

M0: Sem metástase distante.<br />

M1: Presença de metástase distante. Inclui metástase para gânglios linfáticos não regionais (não<br />

próximos ao rim) e / ou para outros órgãos (como pulmões, ossos ou cérebro).<br />

Agrupamento por estágios do <strong>câncer</strong> das células renais conforme o TNM


Depois da determinação das categorias T, N e M, essas informações combinam-se em um agrupamento,<br />

para determinar o estágio geral da doença do paciente. O resultado é expresso em algarismos romanos,<br />

indo do Estágio I (menos grave, ou estágio inicial) ao Estágio IV (mais grave, ou estágio avançado).<br />

Estágio I: T1a-T1b, N0, M0. O tumor tem no máximo 7 cm e está limitado ao rim. Não há difusão para<br />

os gânglios linfáticos ou órgãos distantes.<br />

Estágio II: T2, N0, M0. O tumor tem mais de 7 cm, mas ainda está limitado ao rim. Não há difusão para<br />

os gânglios linfáticos ou órgãos distantes.<br />

Estágio III: T1a-T3b, N1, M0 ou T3a-T3c, N0, M0. Várias combinações das categorias T e N incluem-se<br />

nesse estágio. Entre elas, qualquer tumor que tenha se espalhado só para um gânglio linfático próximo,<br />

mas não para outros órgãos. O Estágio III também inclui tumores que não se espalharam para os<br />

gânglios linfáticos ou órgãos distantes, mas que se espalharam para as glândulas adrenais, o tecido<br />

gorduroso ao redor do rim e/ou que tenham crescido na grande veia que vai do rim para o coração (veia<br />

cava).<br />

Estágio IV: T4, N0-N1, M0 ou qualquer T, N2, M0 ou qualquer T, qualquer N, M1. Várias combinações<br />

das categorias T, N e M incluem-se nesse estágio, no qual se classificam quaisquer <strong>câncer</strong>es que tenham<br />

se espalhado diretamente pelo tecido gorduroso e além da fáscia de Gerota, o tecido fibroso que<br />

envolve o rim. O Estágio IV também inclui qualquer <strong>câncer</strong> que tenha se espalhado para mais de um<br />

gânglio linfático próximo ao rim, para qualquer gânglio linfático distante do rim ou para quaisquer<br />

outros órgãos, como pulmões, ossos ou cérebro.<br />

[text from graphics:]<br />

Estágio I<br />

Estágio II<br />

Estágio III<br />

Estágio IV<br />

Definição do grau<br />

O sistema para determinar as características das células cancerosas é chamado de grau de Fuhrman. O<br />

grau de Fuhrman é determinado por um patologista, que avaliará detalhadamente os aspectos celulares<br />

do tumor. O grau baseia-se em um exame de até que ponto o núcleo da célula cancerosa (parte da<br />

célula onde o DNA é armazenado) parece-se com um núcleo de célula <strong>renal</strong> normal.<br />

Nos <strong>câncer</strong>es renais, o grau de Fuhrman normalmente varia de 1 a 4. O grau 1 compreende <strong>câncer</strong>es<br />

renais com núcleos celulares muito parecidos com o núcleo das células renais normais. Em geral, esses<br />

<strong>câncer</strong>es têm crescimento lento e espalham-se lentamente para outras partes do organismo. Sua<br />

perspectiva tende a ser boa (prognóstico favorável). O <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> de grau 4, no topo da escala de


Fuhrman, é bem diferente das células renais normais e tem prognóstico menos favorável. Em geral,<br />

quanto mais alto o grau de Fuhrman, menos favorável é o prognóstico.<br />

É importante observar que, embora seja possível fazer previsões com base no grau e no estadiamento,<br />

os prognósticos podem variar muito, mesmo no Estágio I, e costumam variar bastante no Estágio IV.<br />

Perguntar ao médico deve ser um procedimento básico. Ele o ajudará a obter uma avaliação precisa do<br />

desenvolvimento de sua doença.


Com cirurgia e tratamentos de seguimento avançados,<br />

há esperança<br />

Paciente: Beverly<br />

Idade: 67<br />

“Eu fiz minha nefrectomia há 14 anos. Na época, eu e meu marido morávamos nas Filipinas. Eu voltei<br />

para os Estados Unidos e fiz a cirurgia aqui, no Johns Hopkins.<br />

A cirurgia foi muito simples. Foi uma nefrectomia radical e, felizmente, o resultado foi bom, pois o<br />

tumor não tinha sofrido metástase.<br />

Fiquei um pouco frustrada com a recuperação porque, ao contrário do que aconteceu com outros<br />

pacientes da minha ala, eu não consegui levantar e sair andando imediatamente. Senti muita dor nos<br />

primeiros dias. Minha caixa torácica estava muito sensível. Mas logo eu pude levantar e começar a me<br />

movimentar, e minhas filhas me estimularam a me exercitar um pouco todos os dias. Acho que isso<br />

ajudou muito na minha recuperação. Sentar à mesa para uma refeição foi um pouco difícil por algum<br />

tempo, mas, gradualmente, a dor foi embora. Depois de seis semanas, pude enfrentar uma viagem de<br />

volta para as Filipinas.<br />

Agora, faço um trabalho voluntário de defesa dos pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> no programa de educação<br />

de pacientes com <strong>câncer</strong> do centro médico da minha cidade. Meu conselho para pacientes com <strong>câncer</strong><br />

<strong>renal</strong> sempre foi manter a esperança. Com os novos medicamentos desenvolvidos nos últimos anos,<br />

hoje há ainda mais motivos para ter esperança. Saber que finalmente há um tratamento eficaz entre os<br />

novos medicamentos aprovados abre muito espaço para o otimismo. O <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> não tem que ter o<br />

prognóstico terrível que costumava ter.”


CAPÍTULO 3<br />

TRATAMENTO CIRÚRGICO<br />

Compreendendo as diversas abordagens cirúrgicas para a forma mais comum de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

A cirurgia é considerada o tratamento padrão para a maioria dos <strong>câncer</strong>es renais. Uma série de<br />

procedimentos cirúrgicos está disponível, dependendo do tipo de <strong>câncer</strong>, tamanho do tumor, extensão<br />

da doença e condição física geral do paciente. Seu médico discutirá as opções de cirurgia adequadas<br />

para você.<br />

Cirurgia tradicional: Remoção total ou parcial do rim<br />

O tratamento da maioria dos casos de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> começa com a remoção do tumor primário em uma<br />

operação chamada nefrectomia. Em alguns casos, é necessário remover todo o rim; em outros,<br />

somente parte do rim é removida. O objetivo da cirurgia é remover o tumor primário e o tecido <strong>renal</strong><br />

envolvido. A nefrectomia pode ser benéfica mesmo se o <strong>câncer</strong> já tiver se espalhado, pois, com ela, o<br />

organismo tem de enfrentar menos <strong>câncer</strong> durante os tratamentos que seu médico recomendar após a<br />

cirurgia. Na verdade, um estudo com 245 pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> metastático operável demonstrou<br />

que os pacientes que passaram por nefrectomia antes da terapia sistêmica com interferon alfa tiveram<br />

maior taxa de sobrevivência que os pacientes tratados somente com interferon alfa 13.<br />

[photo caption:]<br />

A nefrectomia, que pode ser radical ou parcial, é considerada o tratamento padrão para a maioria dos<br />

<strong>câncer</strong>es renais.<br />

A nefrectomia é um procedimento bem definido e comum. Milhares de nefrectomias são realizadas<br />

todos os anos para tratar o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> e outras doenças. Embora seja uma grande cirurgia, os riscos<br />

potenciais são bem definidos e o procedimento em geral é seguro se você não tiver nenhuma outra<br />

doença subjacente, como, por exemplo, doenças do coração ou do fígado. As taxas de mortalidade<br />

normalmente são inferiores a 1% em pacientes de <strong>câncer</strong> sem metástase e de cerca de 1% em<br />

pacientes com doença metastática. As complicações não são comuns, a menos que o tumor esteja<br />

avançado localmente, como nos casos em que o tumor se estende para a veia <strong>renal</strong> ou a veia cava<br />

inferior (a grande veia pela qual o sangue de suas pernas e órgãos internos retorna o coração), ou se o<br />

tumor tiver se espalhado além do rim. A extensão do tumor na veia exige cirurgia dos vasos sanguíneos,<br />

para remover o tumor da veia ou até a própria veia. Esse problema é bem conhecido, mas prolonga a


cirurgia e muitas vezes há necessidade de transfusões de sangue. Transfusões de sangue normalmente<br />

não são necessárias em casos de tumores menores e localizados.<br />

Embora a nefrectomia seja o tratamento mais comum para <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, é importante observar que,<br />

em alguns casos, a opção cirúrgica pode não ser adequada. Seu médico explicará os fatores que<br />

influenciam sua decisão de realizar ou não uma nefrectomia.<br />

Há dois tipos básicos de nefrectomia para o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Em uma nefrectomia parcial aberta, o<br />

cirurgião remove somente a parte do rim que contém o tumor. Uma nefrectomia aberta radical envolve<br />

a remoção de todo o rim, normalmente incluindo também a glândula ad<strong>renal</strong>, acima do rim, o tecido<br />

gorduroso adjacente e qualquer gânglio linfático aumentado próximo ao rim.<br />

Na maioria dos casos, o cirurgião opta pela nefrectomia radical, porque é mais eficaz para erradicar o<br />

<strong>câncer</strong>. Entretanto, muitas vezes a nefrectomia parcial pode alcançar os mesmos resultados em<br />

pacientes com <strong>câncer</strong>es pequenos e médios. A nefrectomia parcial é particularmente indicada para<br />

pacientes com insuficiência <strong>renal</strong> ou problema no outro rim 14 . O tamanho do tumor também pode<br />

determinar se é o caso de realizar uma nefrectomia parcial. Nefrectomias parciais algumas vezes estão<br />

associadas com um conjunto específico de complicações, incluindo parada temporária do rim ou<br />

drenagem prolongada de urina, mas isso normalmente está relacionado com o tamanho e local do<br />

tumor. No passado, a nefrectomia parcial era usada somente em pacientes com um só rim. Agora, é<br />

considerada suficientemente segura e frequentemente apropriada para pacientes nos quais o outro rim<br />

é normal. Na verdade, em centros acadêmicos e médicos que atendem muitos pacientes com <strong>câncer</strong><br />

<strong>renal</strong>, o número de nefrectomias parciais pode superar o das nefrectomias totais. Entretanto,<br />

nefrectomias parciais exigem muita habilidade cirúrgica. Você deve procurar um cirurgião com<br />

experiência comprovada, que realize muitos procedimentos de nefrectomia parcial.<br />

[photo caption:]<br />

Procedimentos “minimamente invasivos”, como cirurgia laparoscópica, podem abreviar a internação e a<br />

recuperação.<br />

Uma nefrectomia radical requer é um procedimento de maior porte. A nefrectomia radical em geral<br />

remove também a glândula ad<strong>renal</strong>, que fica imediatamente acima do rim. Entretanto, pode ser<br />

indicado deixar a glândula ad<strong>renal</strong>, especialmente quando o tumor é relativamente pequeno ou está<br />

localizado na parte inferior do rim. A remoção parcial ou completa dos gânglios linfáticos durante a<br />

cirurgia também pode ser útil para determinar se o tumor se espalhou, mas, mais uma vez, essa decisão<br />

depende de uma série de fatores. Um patologista fará um exame microscópico dos gânglios linfáticos e<br />

da glândula ad<strong>renal</strong> para ver se as células do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> estão presentes nesses tecidos.<br />

Laparoscopia e <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>


Técnicas cirúrgicas menos invasivas foram desenvolvidas e são muito utilizadas. Agora conhecidos como<br />

“cirurgias minimamente invasivas”, esses procedimentos envolvem o uso de um laparoscópio,<br />

instrumento inserido através de uma série de pequenas incisões ou “portas” na parede abdominal. A<br />

laparoscopia pode ser usada para nefrectomias radicais e parciais e garante os mesmos resultados que<br />

as técnicas cirúrgicas tradicionais.<br />

A nefrectomia radical ou parcial laparoscópica pode resultar em menor perda de sangue, menor tempo<br />

de internação, menor quantidade de medicamentos analgésicos e menor tempo de recuperação que a<br />

nefrectomia radical aberta 15.<br />

A maioria dos centros médicos e muitos cirurgiões fazem nefrectomia radical laparoscópica. O próprio<br />

uso da instrumentação laparoscópica pode ser, porém, tecnicamente difícil. Assim, técnicas com auxílio<br />

manual foram desenvolvidas para facilitar o procedimento em determinados casos 16 . Os cirurgiões<br />

algumas vezes fazem uma pequena incisão em conjunto com as portas do instrumento com o objetivo<br />

de inserir uma mão para auxiliar as manobras laparoscópicas. A laparoscopia assistida com a mão pode<br />

tornar as nefrectomias laparoscópicas mais amplamente disponíveis, sem deixar de oferecer os<br />

benefícios de uma cirurgia minimamente invasiva.<br />

Também podem ser realizadas nefrectomias parciais laparoscópicas, mas o número de cirurgiões que as<br />

realizam no momento é menor, devido à necessidade de grande perícia técnica e experiência. Além<br />

disso, essas cirurgias só são aplicáveis a pacientes com um único tumor pequeno.<br />

Nefrectomia parcial laparoscópica assistida por robô<br />

A nefrectomia parcial laparoscópica assistida por robô é um tratamento introduzido recentemente aos<br />

pacientes em várias clínicas. Embora a instrumentação robótica seja utilizada no tratamento de <strong>câncer</strong><br />

da próstata há anos, seu uso na remoção parcial do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> é uma nova aplicação. A<br />

instrumentação robótica basicamente torna o procedimento laparoscópico mais fácil para o cirurgião. O<br />

robô cirúrgico tem dois componentes: o componente robótico e o console do cirurgião. O robô tem um<br />

braço que controla uma câmera laparoscópica e dois ou três braços que controlam instrumentos<br />

laparoscópicos em miniatura, responsáveis por várias funções. O cirurgião senta separadamente em um<br />

console que lhe oferece uma visão tridimensional da área e controla os instrumentos robóticos. A<br />

laparoscopia padrão requer experiência para remover o tumor com segurança, suturar os vasos<br />

sanguíneos dentro do rim e suturar o rim. O uso do robô pode ajudar a tornar a nefrectomia parcial<br />

laparoscópica mais fácil para o cirurgião. Entretanto, como se trata de um procedimento bem novo, não<br />

há muitas informações sobre ele atualmente. Não se sabe se a nefrectomia parcial aberta (considerada<br />

“padrão ouro”) é mais eficaz do que a laparoscópica. É importante perguntar ao seu cirurgião se ele<br />

tem experiência em nefrectomia parcial laparoscópica ou cirurgia robótica.<br />

Terapias ablativas


A laparoscopia também tem sido combinada com sucesso com uma técnica chamada criocirurgia, que<br />

destrói pequenos tumores renais em certos pacientes 17 . A criocirurgia, ou crioablação, utiliza<br />

temperaturas de congelamento (atingidas com uso de nitrogênio líquido ou gás argônio) para destruir o<br />

tecido doente. A Ablação por radiofrequência (ARF) é outra técnica utilizada para destruir pequenos<br />

tumores. A ARF destrói tumores com energia térmica (calor). Em determinados pacientes, ambos<br />

procedimentos também podem ser feitos por meio da passagem de sondas pequenas pela pele até o<br />

tumor com a orientação de raio-X, sem incisão.<br />

Ainda não se pode determinar os benefícios de longo prazo dessas técnicas ablativas não cirúrgicas. Por<br />

isso, esses procedimentos ainda são considerados como abordagens experimentais. Pergunte ao seu<br />

médico qual das técnicas é a mais adequada para o seu caso.<br />

O papel da nefrectomia na doença avançada<br />

A nefrectomia tornou-se parte integrante da gestão de pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> metastático. No<br />

passado, a realização de nefrectomia nessas condições limitava-se a determinadas circunstâncias –<br />

algumas vezes, era usada para aliviar a dor ou como resposta a hemorragias incuráveis nos rins.<br />

Indicações de que alguns pacientes tiveram regressão espontânea de sua doença metastática após a<br />

nefrectomia e o fato de que o tumor primário raramente, se tanto, respondeu à terapia sistêmica,<br />

porém, estimularam a ampla integração da nefrectomia na gestão de pacientes com doença<br />

metastática. Os pacientes respondem melhor a terapias sistêmicas, particularmente as imunoterapias,<br />

se o rim for removido.<br />

Mas a realização da nefrectomia em pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> avançado não está isenta de riscos. A<br />

chance concreta de progressão significativa da doença metastática no período pós-operatório ou de<br />

complicações antes ou durante a cirurgia que possam prolongar o tempo de recuperação pode atrasar e<br />

até inviabilizar a administração da terapia sistêmica no período pós-operatório. A seleção de pacientes<br />

para cirurgia continua sendo essencial para o sucesso. Os pacientes devem ser elegíveis para a cirurgia e<br />

ter tumores passíveis de remoção total, com segurança, pela cirurgia. Pacientes com fatores<br />

complicadores, incluindo extensão de metástase para o fígado, o cérebro ou os ossos, podem não ser<br />

elegíveis para a cirurgia devido ao seu prognóstico geral desfavorável.<br />

Embolização arterial<br />

Em circunstâncias especiais, um procedimento chamado embolização arterial é realizado antes de uma<br />

operação para facilitar a nefrectomia radical. Pequenas partes de uma esponja gelatinosa especial ou<br />

outro material são injetadas através de um cateter, para bloquear a artéria que alimenta o rim no qual<br />

está o tumor. Esse procedimento pode contrair o tumor, privando-o de oxigênio e dos nutrientes<br />

necessários para crescer e, mais importante, pode reduzir a hemorragia durante a operação. A


embolização também é utilizada para aliviar a dor ou deter hemorragias quando a remoção cirúrgica do<br />

tumor não é possível devido a más condições de saúde ou outros motivos.<br />

O que fazer com o seu tumor<br />

Seu tumor e o tecido removido podem ser úteis – tanto para você, como paciente com <strong>câncer</strong>, quanto<br />

para a pesquisa do <strong>câncer</strong> em geral. O tumor e outros tecidos removidos cirurgicamente oferecem<br />

informações potencialmente importantes para seu médico sobre o seu <strong>câncer</strong> específico, que podem<br />

ajudar a estimar seu risco de recorrência, a orientar outros tratamentos ou contribuir com a pesquisa.<br />

Por exemplo, o tumor é um depósito de glóbulos brancos e vários outros elementos que constituem o<br />

sistema imunológico que o seu corpo recrutou para combater o <strong>câncer</strong>. Em alguns casos, sempre<br />

integrando um protocolo de pesquisa que você precisa aceitar por escrito antes de remover o tumor, o<br />

tecido pode ser usado para preparar vacinas ou guardado para outros fins. O tecido não estará<br />

disponível se o seu tumor for destruído pela criocirurgia ou ARF, embora uma biópsia deva ser feita<br />

antes desses tratamentos.<br />

Algumas terapias experimentais utilizam materiais extraídos de tumores removidos cirurgicamente para<br />

combater quaisquer células malignas remanescentes. É importante observar que essas terapias, entre<br />

as quais estão, por exemplo, vacinas, estão em estudo e seus resultados ainda não são precisos. Antes<br />

da cirurgia, você deve discutir com seu médico o melhor uso a ser dado a seu tumor depois da<br />

remoção. Por enquanto, lembre-se de que, rotineiramente, não há motivo para guardar tecido. E<br />

tecidos em geral não podem ser guardados para terapia posterior se isso não fizer parte de um<br />

protocolo de pesquisa aprovado da instituição onde a cirurgia for realizada. Converse com o seu médico<br />

para obter uma recomendação.<br />

Antes da operação<br />

Se o seu médico recomendar uma nefrectomia, você provavelmente terá muitas dúvidas e<br />

preocupações. Não deixe de compartilhá-las com seu médico. Você vai querer saber onde a cirurgia<br />

será realizada e quem será o cirurgião. Sua cirurgia deve ser realizada em um hospital ou centro médico<br />

com experiência comprovada em procedimentos envolvendo pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. O cirurgião<br />

deve ser um cirurgião especializado em urologia. Se você não souber se o hospital ou se o seu médico<br />

atende esses requisitos, faça perguntas antes de agendar ou concordar com a cirurgia. Sua prudência<br />

não ofenderá ninguém. Você também pode querer saber como se sentirá após a cirurgia e como será o<br />

tratamento de possíveis dores. Você pode querer saber quando terá alta e quando poderá retomar as<br />

atividades normais, além do tipo de tratamento de acompanhamento que está planejado. Obter<br />

respostas a essas perguntas pode ajudar a aliviar ou reduzir sua ansiedade, para que você possa se<br />

concentrar na cura e combater o seu <strong>câncer</strong>.


O dia anterior à cirurgia<br />

Antes de sua cirurgia, alguns exames finais simples serão realizados, normalmente quando você<br />

consultar o anestesiologista para que ele obtenha informações sobre a quantidade de anestésico a ser<br />

administrada durante a operação. Você também pode precisar tomar um laxante e ingerir líquidos para<br />

limpar os intestinos. Para reduzir o risco de infecção durante a cirurgia, seu cirurgião não permitirá que<br />

você tenha nada no estômago ou nos intestinos. Pode ser que solicitem que você tome banho com<br />

sabonete antibacteriano especial. Os homens devem fazer a barba na noite anterior. Não será possível<br />

fazer a barba por vários dias após a cirurgia e não faz sentido deixar a barba, que pode causar coceira<br />

no rosto.<br />

Mesmo que você seja o tipo de pessoa que dorme bem, um pouco de ansiedade na noite anterior à<br />

cirurgia é perfeitamente normal. Pode ser que seu médico receite um calmante para garantir uma boa<br />

noite de sono. Tome sem preocupações.<br />

O dia da cirurgia<br />

]photo caption:]<br />

Nos primeiros dias após a cirurgia, a equipe médica fornecerá mais informações sobre exames<br />

patológicos, que determinarão o tipo de tumor, se ele se difundiu e outros fatos importantes.<br />

A maioria dos pacientes se apresenta no hospital no dia da cirurgia. Ao chegar à sala pré-operatória no<br />

dia da cirurgia, o anestesiologista vai prepará-lo para a cirurgia. Diferentes técnicas de anestesia podem<br />

sem utilizadas para que você não sinta dor. Uma técnica comum envolve o uso de um cateter epidural<br />

para administrar um fluxo de anestésico diretamente no sistema nervoso. Esse procedimento<br />

normalmente começa com uma injeção de anestésico local em suas costas, seguida da inserção do<br />

cateter em sua espinha, bem acima dos rins. O cateter é conectado com um fino tubo plástico a uma<br />

bomba que libera pequenas doses de anestésico para evitar a dor. Ao administrar uma dose pequena e<br />

precisa, em intervalos predeterminados, o anestesiologista pode obter mais segurança e alívio da dor. A<br />

administração de menos anestésico reduz os efeitos colaterais, se houver algum. (Esse sistema também<br />

é muito utilizado em partos.)<br />

Você será levado à sala de cirurgia e o anestesiologista o colocará para dormir, utilizando uma<br />

combinação de gases anestésicos. A cirurgia começa. Você estará dormindo e não sentirá qualquer dor<br />

durante a cirurgia.<br />

Depois da conclusão da cirurgia, a incisão é fechada e suturada. Você passará algum tempo em uma sala<br />

de recuperação cirúrgica. Você será observado com atenção e deverá acordar lentamente, conforme<br />

terminar o efeito dos gases anestésicos.


Você também estará muito “relaxado” com os medicamentos utilizados para controlar a dor cirúrgica.<br />

Seu cirurgião vai querer que você sinta o mínimo de dor possível, porque, sentindo-se bem, você terá<br />

um melhor processo de cura. Tente relaxar e dormir.<br />

Se a sua cirurgia tiver sido grande, você deverá ser levado para a unidade de terapia intensiva (UTI),<br />

onde a recuperação pode ser monitorada de perto por vários dias. Você provavelmente não se<br />

lembrará da cirurgia ou de ter ficado na sala de recuperação. Sua primeira lembrança provavelmente<br />

será de acordar no quarto do hospital ou na UTI.<br />

Se você nunca tiver ficado em uma UTI, pode se surpreender ao acordar. Os frascos de soro, tubos de<br />

oxigênio, monitores cardíacos eletrônicos e outros aparelhos são utilizados lá por uma única razão: a<br />

segurança da sua recuperação. Embora possam chamar atenção, eles desempenham um papel<br />

importante em sua recuperação.<br />

Na unidade de terapia intensiva, você será monitorado de perto por enfermeiros e médicos. Em alguns<br />

hospitais, poderá contar com enfermeiros dedicados exclusivamente a você, 24 horas por dia. Sua<br />

pressão arterial e temperatura serão verificadas de hora em hora. Amostras de sangue serão<br />

frequentemente coletadas. Certos medicamentos podem ser administrados para contribuir com sua<br />

recuperação segura.<br />

Se você quiser alguma coisa ou se sentir desconfortável, comunique suas necessidades à equipe do<br />

hospital. A equipe está lá para ajudá-lo. Dependendo do hospital e do seu estado, você pode receber<br />

visitas na UTI. Geralmente, as visitas são limitadas aos parentes diretos e só podem ocorrer em horários<br />

determinados. Entretanto, devido ao efeito dos medicamentos, suas visitas não devem esperar que<br />

você fale muito. Não mantenha expectativa de se lembrar detalhes das suas conversas enquanto estiver<br />

na UTI. As visitas à UTI também pode ser um tanto incômodas para seus familiares, que podem não<br />

entender que todo aquele aparato está lá para ajudá-lo a melhorar e têm uma razão médica. A melhor<br />

política pode ser dizer à equipe do hospital para restringir as visitas até você que esteja melhor.<br />

Alguns dias após a cirurgia<br />

A recuperação da cirurgia após dois ou três dias dependerá do tipo de cirurgia pelo qual você passou.<br />

Os vários tubos e outros equipamentos de apoio serão retirados. Você poderá receber mais visitas.<br />

Também poderá ler, ouvir música, ver televisão e receber ligações telefônicas.<br />

Seus médicos o visitarão regularmente para verificar seu estado clínico. A equipe médica verificará sua<br />

incisão e trocará o curativo.<br />

Conforme for se recuperando, a forma de administração de sua medicação analgésica mudará e o<br />

cateter epidural em suas costas será removido. Analgésicos mais fracos poderão ser administrados por<br />

injeção intravenosa e/ou oralmente. Alguns desses medicamentos, particularmente os analgésicos<br />

orais, podem causar constipação intestinal. Se isso ocorrer, informe o seu médico sobre o problema. Ele<br />

pode decidir mudar a medicação ou receitar algo para aliviar a constipação.


Fazer exercícios é uma parte importante da recuperação. Exercitar-se melhora a circulação e respiração,<br />

além de ajudar a evitar a formação de coágulos sanguíneos nas pernas. No dia seguinte à cirurgia,<br />

pedirão que você se levante da cama e, se possível, caminhe um pouco. Sair da cama pode não ser fácil<br />

no começo, ainda que andar um pouco ou dar alguns passos possa não ser problema. Levantar e deitar<br />

é difícil porque, durante uma nefrectomia aberta total, o cirurgião pode precisar fazer uma incisão nos<br />

músculos da região das costelas. É possível que ele tenha tido de remover uma ou mais costelas.<br />

Mesmo se houver algum desconforto, saia da cama e ande. Isso lhe fará bem. Observe que, se tiver<br />

passado por um procedimento laparoscópico, você pode se recuperar mais rapidamente após a cirurgia.<br />

Em geral, os pacientes submetidos a laparoscopias receber alta com mais rapidez.<br />

Quando seu sistema gastrointestinal estiver pronto, você receberá alimentos sólidos. Alimente-se bem.<br />

Seu corpo estará em processo de reconstrução de músculos e outros tecidos. A boa alimentação ajudará<br />

no processo de cicatrização.<br />

Volta para casa<br />

Se você passou por um procedimento cirúrgico aberto, em uma semana, ou até menos, os pontos serão<br />

removidos de sua incisão. Essa remoção não dói. A incisão receberá um curativo simples. Você receberá<br />

alta e poderá se recuperar em casa. É possível que ainda esteja tomando medicamentos para aliviar a<br />

dor e um medicamento para dormir bem à noite. Você ainda terá dificuldade para se deitar e levantar<br />

sozinho, porque seus músculos das costas ainda estarão em cicatrização. Você pode achar mais<br />

confortável sentar-se em uma cadeira macia ou até mesmo dormir em uma cadeira, de preferência uma<br />

com braços fortes para apoiá-lo ao sentar-se e levantar-se.<br />

Caminhar um pouco todos os dias é uma boa ideia. Você não poderá fazer esforço físico nem levantar<br />

muito peso. Aproveite esse tempo para relaxar. Não há muito que você possa fazer para acelerar o<br />

processo de cura. Portanto, não se irrite. Um conselho importante: como uma boa gargalhada pode<br />

doer, tenha cuidado com filmes de comédia e cenas muito engraçadas. Espirrar e tossir também pode<br />

ser doloroso.<br />

Dependendo do tipo de bandagem na incisão, você poderá tomar banho. Se isso não for possível, use<br />

uma esponja para fazer sua higiene pessoal regularmente. Tente se cuidar bem. Isso o fará se sentir<br />

melhor.<br />

Seu cirurgião provavelmente marcará uma consulta em cerca de duas semanas depois de sua alta. O<br />

objetivo dessa consulta é verificar a cicatrização da incisão, saber se houve complicações, realizar<br />

exames de sangue e urina e examinar sua saúde após a cirurgia. Também é o momento para seu<br />

médico informar os resultados patológicos finais e discutir com você o tratamento oncológico a ser<br />

adotado daí para frente. Se você tiver problemas ou se achar que algo não está bem, não deixe de<br />

discutir suas preocupações com seu médico.


Em aproximadamente três semanas, com a permissão do seu médico, você poderá voltar a trabalhar,<br />

se estiver se sentindo bem. Mas ainda terá que manter um ritmo lento e calmo. Para que seus músculos<br />

cicatrizem e você readquira sua força, são necessários três meses.<br />

Cerca de dois meses após a cirurgia, você poderá começar a fazer mais exercícios. Aumente o nível de<br />

exercício para trabalhar eficientemente os músculos de forma confortável para você. Os exercícios o<br />

ajudarão a recuperar o tônus muscular e a energia.<br />

O processo de recuperação descrito acima é típico das nefrectomias radicais abertas. Com os novos<br />

procedimentos laparoscópicos, os tempos de recuperação podem ser consideravelmente menores. Um<br />

estudo indicou, por exemplo, que pacientes retomaram atividades não extenuantes 64% mais rápido<br />

depois da cirurgia laparoscópica do que os pacientes submetidos a cirurgia aberta 18 . É sempre bom<br />

pedir orientação ao seu médico antes de retomar a atividade física após a cirurgia. Seu médico pode<br />

adotar um procedimento diferente de outros médicos, e o porte da sua cirurgia também influencia a<br />

decisão.<br />

Prognóstico<br />

Durante os primeiros dias ou semanas depois da cirurgia, seu médico discutirá com você todos os<br />

detalhes dos resultados patológicos. Os detalhes podem incluir o tipo de tumor, se o tumor se espalhou<br />

para os gânglios linfáticos ou órgãos adjacentes e outros fatos sobre os quais é importante você ter<br />

informações, pois afetarão seu prognóstico. Você deve sentir-se à vontade para fazer perguntas sobre<br />

seus resultados, incluindo o tipo (histologia), o estágio e o grau do seu tumor.<br />

A boa notícia é que as taxas de sobrevivência do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> aumentaram, assim como as de todos os<br />

tipos de <strong>câncer</strong>. A probabilidade de longa sobrevivência depende de uma combinação de fatores,<br />

particularmente da difusão do tumor, definida por seu estágio.<br />

Cerca da metade dos pacientes apresenta doença localizada (Estágio I ou II) e tem excelente<br />

prognóstico de sobrevivência em longo prazo.<br />

Além do estágio TNM do seu tumor, a sobrevivência é afetada por seu grau. O grau reflete o quanto as<br />

células cancerosas se assemelham às células renais normais. O grau do tumor se define pelo tamanho e<br />

densidade do núcleo da célula cancerosa, conforme avaliação patológica microscópica. O grau dos<br />

<strong>câncer</strong>es renais normalmente varia de 1 a 4. Mais informações sobre a definição do grau e o<br />

estadiamento do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> podem ser encontradas no Capítulo 2 deste livro.<br />

Células de grau 1 são, em sua maioria, células normais. Essas células em geral crescem lentamente, e os<br />

pacientes com células de grau 1 normalmente têm bom prognóstico. No outro extremo, as células de<br />

grau 4 são muito diferentes das células normais. São mais invasivas e têm maior probabilidade de sofrer<br />

metástase.


Conforme aumenta a difusão do tumor, também aumenta a probabilidade de envolvimento dos<br />

gânglios linfáticos e a chance de células malignas serem carregadas para outras partes do corpo.<br />

Apesar das estatísticas de sobrevivência, tenha o cuidado de não avaliar o seu caso à luz dos resultados<br />

genéricos. As estatísticas de sobrevivência variam de estudo para estudo. Muitos estudos sobre<br />

sobrevivência utilizaram amostras pequenas, de modo que seus resultados podem não se aplicar a<br />

populações de pacientes maiores. Além disso, nenhum caso de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> é um caso médio. Cada<br />

caso é único. E frisar isso para você, como paciente, nunca é demais.<br />

Sua probabilidade de sobrevivência em longo prazo também depende de sua idade e condição física, do<br />

acompanhamento que você receber após a nefrectomia e de diversos outros fatores relacionados ao<br />

tumor. Você deve discutir seu prognóstico de sobrevivência com seu médico, porque ele tem mais<br />

familiaridade com as características clínicas exclusivas do seu caso. Mas não se surpreenda se o seu<br />

médico relutar em dar uma resposta exata. Seu médico tem consciência das diversas variáveis que<br />

podem afetar a sobrevivência e sabe que não há resposta precisa.<br />

Você também deve lembrar-se disso: quanto mais você sobreviver, com ou sem doença, maiores serão<br />

suas chances de receber um tratamento novo e mais eficaz. Avanços significativos foram feitos nas<br />

últimas duas décadas, e muitas pesquisas promissoras estão em andamento. Quanto mais tempo você<br />

viver, mais poderá se beneficiar desses estudos clínicos,<br />

Acompanhamento médico<br />

Depois da nefrectomia, você deve passar por avaliações médicas frequentes. A frequência e os exames<br />

a ser feitos serão determinados pelo seu médico, com base em seu estado no momento do diagnóstico,<br />

a patologia do seu tumor e outros fatores. Seu médico pode agendar exames diagnósticos regulares. Se,<br />

depois de alguns anos, não houver mais evidência de <strong>câncer</strong>, seu médico poderá decidir reduzir a<br />

frequência desses exames.<br />

O estágio do seu <strong>câncer</strong> (I, II, III ou IV), que ajuda a determinar as opções de tratamento a ser<br />

consideradas pela sua equipe médica, também afeta o acompanhamento que você receberá após o<br />

tratamento inicial.<br />

Em geral, quando mais elevado for o estágio do <strong>câncer</strong> no momento do tratamento inicial, mais<br />

agressivo será o acompanhamento. A frequência das consultas médicas, por exemplo, será maior para<br />

pacientes com Estágio III do que para pacientes com Estágio I. Os procedimentos de acompanhamento<br />

podem também ser mais intensos. Um raio-X, por exemplo, pode ser suficiente no acompanhamento<br />

de pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> em estágio inicial, enquanto que para pacientes em estágios mais<br />

avançados pode ser necessário fazer uma TC.<br />

Normalmente, os pacientes em estágio I e II se submetem somente a um acompanhamento rigoroso.<br />

Pacientes com doença no estágio III podem ser tratados com acompanhamento mais agressivo, que<br />

inclui algum tratamento adicional (conhecido como terapia adjuvante), sempre no contexto do estudo


clínico. Pacientes com doença no estágio IV quase sempre recebem tratamento incluindo alguma forma<br />

adicional de acompanhamento regular programado.<br />

Durante seu período de acompanhamento, você deve ficar atento aos sinais e sintomas específicos que<br />

ocorreram quando você notou a doença pela primeira vez. Para algumas pessoas, alguns sintomas ou<br />

anormalidades nos exames de sangue podem ser indicadores úteis de recidiva da doença.<br />

Você também deve manter um diário de suas dores e desconfortos e qualquer outra indisposição física<br />

que sentir. Leve o diário consigo ao passar por consultas. Se sentir qualquer dor ou sintomas incomuns<br />

entre as consultas, ligue para o seu médico. Se algo estiver errado, você conseguirá ajuda mais rápido.<br />

Se não houver nada errado, falar com seu médico o tranquilizará. Mesmo que seu prognóstico seja<br />

excelente, você e seu médico deverão se manter vigilantes. Se ocorrer qualquer metástase, será bom<br />

detectar o problema no início e tratá-la imediatamente, pois o cuidado imediato prolongará sua<br />

sobrevivência.<br />

O que observar durante as consultas<br />

Seu médico não trabalha sozinho para mantê-lo saudável. Ele espera que você relate qualquer<br />

problema que tenha. Se você tiver qualquer um dos seguintes problemas, não se esqueça de comunicálos<br />

a seu médico: perda de peso, perda de apetite, fraqueza, dores de cabeça, alterações no estado de<br />

saúde mental, febre ou aumento de temperatura, dor abdominal ou óssea, tosse, falta de ar, aumento<br />

das glândulas linfáticas ou sangue na urina. Tenha cuidado. Não descarte sintomas de doença como se<br />

não tivessem importância. Seu médico não o criticará por ser cauteloso.<br />

Considerações sobre o tratamento<br />

Se não houver evidência de metástase depois da nefrectomia, seu médico poderá decidir, com base nas<br />

informações clínicas atuais, que nenhum outro tratamento é necessário, além das avaliações médicas.<br />

Contudo, se estiver na categoria de alto risco de recidiva, você pode se beneficiar de tratamentos<br />

adicionais, conhecido como terapias adjuvantes, depois de sua nefrectomia (o próximo capítulo oferece<br />

mais informações sobre o assunto). Esses tratamentos podem diferir muito entre si. Não há nenhuma<br />

terapia adjuvante padrão recomendada atualmente, mas estudos clínicos estão investigando seus<br />

possíveis benefícios.<br />

Muitos pacientes perguntam sobre o uso da radiação ou quimioterapia como tratamento do <strong>câncer</strong><br />

<strong>renal</strong>. É importante observar que o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> típico não responde a essas terapias como as outras<br />

formas de <strong>câncer</strong>. Portanto, a radiação e a quimioterapia não são usadas como tratamento padrão.<br />

Mais informações sobre esses tratamentos podem ser encontradas no capítulo “Terapias para <strong>câncer</strong><br />

<strong>renal</strong> avançado”.


Resumo<br />

A nefrectomia radical ou parcial fará parte do plano de tratamento da maior parte dos pacientes com<br />

<strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Essa cirurgia é realizada milhares de vezes por ano e é bastante segura e eficaz. Novos<br />

avanços nas técnicas cirúrgicas oferecem formas menos invasivas de cirurgia e menores períodos de<br />

internação. Se o seu <strong>câncer</strong> for tratado com cirurgia bem precocemente, as chances de complicações<br />

serão poucas e o prognóstico pode ser bom. Para pacientes com <strong>câncer</strong> em estágio mais avançado,<br />

pode ser necessário tratamento adicional. Ainda assim, para muitos desses pacientes, a cirurgia tem um<br />

papel muito importante.


Medicamentos orais oferecem muitos benefícios<br />

Paciente: Steve<br />

Idade: 57<br />

“Fui diagnosticado com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> no dia de ano novo, em 2004. Pensei que tinha tido uma crise de<br />

cólica <strong>renal</strong>, comum em minha família. Mas uma radiografia mostrou um grande tumor em meu único<br />

rim. Fiz uma nefrectomia parcial e segui minha vida.<br />

Mas, em dezembro do mesmo ano, outra radiografia detectou um aumento nos gânglios linfáticos atrás<br />

de minha aorta. Fui informado de que o <strong>câncer</strong> tinha se espalhado. Foi um choque. Os médicos<br />

disseram que eu provavelmente teria cerca de seis meses de vida. Mas meu urologista me sugeriu uma<br />

opção: participar de uma pesquisa com medicamentos orais experimentais em uma clínica em outro<br />

estado. Eu me inscrevi no programa.<br />

Nunca me esquecerei do dia que fui até a clínica para ver se seria elegível para o estudo. Era Dia dos<br />

Namorados. Quando a enfermeira chegou, sorriu e me deu as pílulas que eu deveria tomar como parte<br />

do tratamento, bem, foi um grande momento. Eu tinha muitos altos e baixos desde o diagnóstico, mas<br />

aquele foi um dos verdadeiros pontos altos para mim.<br />

Comecei a receber o medicamento oral em fevereiro de 2005 e, em seis meses, dois dos tumores<br />

desapareceram e o maior gânglio linfático envolvido tinha voltado ao seu tamanho normal. Ainda estou<br />

tomando o medicamento do estudo clínico, que foi finalmente aprovado e agora está disponível para<br />

prescrição, e estou livre dos tumores.<br />

Como ocorre com qualquer medicamento, há alguns efeitos colaterais. Senti algum desconforto nas<br />

mãos e nos pés, pois é comum a formação de bolhas. Ocasionalmente, também tive náuseas. Mas, com<br />

o tempo, eu me adaptei. Você aprende quais são os alimentos que pode e os que deve evitar, e há<br />

outras coisas que você pode fazer para ajudar a minimizar os efeitos colaterais. Por exemplo, às vezes<br />

eu uso luvas para desempenhar algumas tarefas, para evitar a formação de bolhas. Os efeitos colaterais<br />

mudam um pouco seu estilo de vida, mas isso não é ruim. Eu realmente prefiro poder tomar o<br />

medicamento em casa a ser tratado no hospital. O medicamento literalmente salvou minha vida. Agora,<br />

em 2008, estou bem e faço planos para o futuro.<br />

Acho que o segredo na luta contra o <strong>câncer</strong> é o seguinte: não deixe que ele paralise você. Continue<br />

fazendo planos, vivendo sua vida, se motivando a permanecer tão ativo quanto puder. Concentre-se na<br />

vida que você tem agora. Mantenha-se positivo e aproveite cada dia que tiver. Estou muito melhor hoje<br />

do que antes de ter o <strong>câncer</strong>. Eu sei o que é importante na vida e me tornei uma pessoa melhor com a<br />

experiência.”


CAPÍTULO 4<br />

TERAPIAS PARA CÂNCER RENAL AVANÇADO<br />

O tratamento do seu <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> pode não se limitar a cirurgia. Uma série de outras terapias sistêmicas<br />

que podem ser muito bem-sucedidas está à sua disposição.<br />

Algumas vezes, o procedimento cirúrgico não é suficiente para tratar o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Se você<br />

apresentava doença metastática (o <strong>câncer</strong> se espalhou para outros órgãos) ao ser diagnosticado, ou se<br />

desenvolveu <strong>câncer</strong> metastático depois da nefrectomia, seu médico muito provavelmente recomendará<br />

um tratamento adicional. Os tratamentos mais frequentemente empregados no combate <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

são as várias formas de terapias-alvo ou a imunoterapia. As terapias-alvo, assim chamadas por terem<br />

como objetivo o <strong>câncer</strong> em nível celular, expandiram as opções para o tratamento do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Outros tratamentos tradicionais, mas bem menos usados, incluem terapia por radiação e quimioterapia.<br />

Várias terapias experimentais, incluindo vacina, também estão disponíveis.<br />

Terapia-alvo<br />

Um dos mais novos e empolgantes desenvolvimentos dos últimos anos foi a introdução de<br />

medicamentos que interferem no crescimento das células cancerosas no nível molecular.<br />

Concentrando-se em vias específicas do crescimento molecular, esses medicamentos podem interferir<br />

no crescimento celular, prevenir a replicação celular ou interromper o suprimento de sangue para a<br />

célula.<br />

Muitas pesquisas em andamento em todo o mundo estão rendendo novas terapias-alvo, além de<br />

fornecerem informações sobre como elas funcionam. Quanto mais se aprender a respeito das vias das<br />

células, provavelmente muito mais medicamentos e tratamentos são introduzidos.<br />

[photo caption:]<br />

A introdução, nos últimos anos, de medicamentos que interferem no crescimento das células do <strong>câncer</strong><br />

<strong>renal</strong> tem renovado as esperanças dos pacientes.<br />

Inibidores da angiogênese<br />

Para crescer e entrar em metástase, os tumores malignos precisam formar novos vasos sanguíneo, em<br />

um processo chamado de angiogênese. Os tumores produzem em excesso “fatores de crescimento”,<br />

que estimulam o desenvolvimento de novos vasos sanguíneos para fornecer oxigênio e nutrição. Entre


eles, estão o “fator de crescimento endotelial vascular” (VEGF) e o “fator de crescimento derivado das<br />

plaquetas” (PDGF). Esses fatores de crescimento ativam certas tirosina quinases (TKIs), proteínas<br />

internas às células cancerosas de grande importância nas funções celulares, inclusive o desenvolvimento<br />

de novos vasos sanguíneos. Isso permite que os tumores cresçam e entrem em metástase, espalhandose<br />

por outras partes do organismo.<br />

Em 2005 e 2006, a FDA (Food and Drug Administration [EUA]) aprovou os primeiros novos<br />

medicamentos para tratar o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> em mais de uma década: Nexavar® (tosilato de sorafenibe) e<br />

Sutent® (malato de sunitinibe). Esses dois medicamentos interrompem o processo de angiogênese. Em<br />

2009, a FDA aprovou dois outros inibidores da angiogênese, o Votrient® (pazopanibe) e o Avastin<br />

(bevacizumabe), administrados em combinação com o Intron (interferon). Você pode querer obter<br />

informações sobre últimos medicamentos aprovados para uso no Brasil, para isso, entre em contato<br />

com a ANVISA ou com o fabricante dos medicamentos.<br />

O sorafenibe, sunitinibe e pazopanibe são conhecidos como inibidores das TKIs. Esses medicamentos<br />

interferem nas proteínas internas às células cancerosas, surtindo efeito, assim, em certas funções<br />

celulares. Todos são administrados via oral e são muito promissores para os pacientes com <strong>câncer</strong><br />

<strong>renal</strong>. Esses medicamentos também são conhecidos como “inibidores multiquinases”, por terem como<br />

alvo tanto a estrutura das células tumorais quanto a estrutura dos vasos sanguíneos. Agem interferindo<br />

na reprodução de células cancerosas, na medida em que essas células tentam crescer e se dividir de<br />

forma incontrolável.<br />

O objetivo do tratamento com qualquer desses medicamentos é desacelerar a taxa de crescimento do<br />

<strong>câncer</strong> e, se possível, reduzir o tamanho dos tumores existentes. Alguns pacientes podem apresentar<br />

redução significativa na quantidade de <strong>câncer</strong> no organismo. Outros podem não apresentar redução no<br />

tamanho dos tumores, apresentando, porém, longos períodos de doença “estável”. (Consultar a seção<br />

“Administrando suas expectativas quanto à terapia”, mais adiante neste capítulo). Alguns pacientes<br />

receberam sorafenibe ou sunitinibe por mais de três anos. Esforços de pesquisa contínuos buscam<br />

outros medicamentos eficazes no tratamento do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> (consultar o Capítulo 5, “Estudos<br />

clínicos”). Seu médico informará como o <strong>câncer</strong> está respondendo ao tratamento e terá várias opções<br />

adicionais, que devem ser consideradas para o tratamento, quando necessário.<br />

Deve-se observar que alguns pacientes não terão nenhum benefício com o uso de um medicamento.<br />

Em alguns casos, um medicamento que foi eficaz ao tratar o <strong>câncer</strong> de um paciente para de funcionar e<br />

outras opções de tratamento devem ser consideradas.<br />

Nexavar® (tosilato de sorafenibe)<br />

O Nexavar® (tosilato de sorafenibe) é um medicamento que alveja a irrigação sanguínea do tumor,<br />

desprovendo-o de oxigênio e nutrientes necessários para ao seu crescimento. Ao bloquear o fator de<br />

crescimento endotelial vascular (VEGF) e o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), o<br />

Nexavar® pode interferir na capacidade das células tumorais de aumentar seu suprimento de sangue.<br />

Ao bloquear a via raf-quinase, o Nexavar® também pode interferir no crescimento e proliferação das


células do tumor. Estudos clínicos demonstram que o medicamento pode diminuir significativamente a<br />

progressão de tumores. No estudo de Fase III que levou à aprovação do Nexavar® pela FDA, o tempo<br />

médio de progressão do tumor dobrou para pacientes que receberam Nexavar®, em relação aos que<br />

receberam 19 .<br />

O Nexavar® está disponível em comprimidos de 200 mg. A dose aprovada de Nexavar® é de 400 mg<br />

(dois comprimidos de 200 mg) duas vezes ao dia, aproximadamente a cada 12 horas. Como a<br />

alimentação afeta a absorção do Nexavar®, é importante ingerir o medicamento de 1 a 2 horas antes da<br />

refeição. O Nexavar® é tomado diariamente, de forma contínua, e cada quatro semanas são<br />

consideradas um “ciclo” do tratamento. Alguns medicamentos e terapias complementares afetarão a<br />

absorção do Nexavar®. Assim, é importante que os pacientes informem aos médicos e dentistas sobre<br />

os medicamentos, vitaminas e terapias complementares que estão recebendo. Alguns medicamentos<br />

podem ser trocados para evitar redução da eficácia ou aumento dos efeitos colaterais associados ao<br />

Nexavar® em função de interações medicamentosas.<br />

Os efeitos colaterais comuns do Nexavar® são erupções cutâneas, diarreia, fadiga, aumento da pressão<br />

arterial, boca seca, vermelhidão, dor e inchaços ou formações semelhantes a calos nas palmas das mãos<br />

ou solas dos pés, em pontos de pressão. Essas formações são chamadas de “reações cutâneas nas mãos<br />

e nos pés”. Seu médico e seu enfermeiro oferecerão informações adicionais sobre a administração do<br />

Nexavar® e como lidar com os efeitos colaterais que podem ocorrer durante o tratamento. Os efeitos<br />

colaterais que podem ocorrer e sua gravidade variam de acordo com o paciente. É muito importante<br />

notificar seu médico e/ou enfermeiro quando tiver efeitos colaterais, para que o tratamento possa ser<br />

iniciado. A identificação precoce dos efeitos colaterais ajuda a diminuir sua gravidade, reduzir o impacto<br />

negativo em seu estilo e qualidade de vida e aumentar as chances de ter um tratamento ser eficaz. Seu<br />

médico pode interromper o tratamento ou diminuir sua dose de Nexavar® se você apresentar efeitos<br />

colaterais graves.<br />

Sutent® (malato de sunitinibe)<br />

Sutent® (malato de sunitinibe) também priva as células tumorais de sangue e nutrientes necessários<br />

para crescer, interferindo nas vias de sinalização do PDGF e VEGF. O Sutent® foi aprovado pela FDA, em<br />

2006, para pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> devido à sua capacidade de reduzir o tamanho dos tumores.<br />

Estudos clínicos demonstraram uma taxa de resposta favorável em pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

metastático cujos tumores haviam progredido após imunoterapia 20 . O Sutent® recebeu aprovação total<br />

para o tratamento do CCR avançado em fevereiro de 2007, com base nos dados do estudo de primeira<br />

linha do Sutent® versus Interferon em pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> metastático que não haviam<br />

recebido tratamento anterior.<br />

O Sutent® está disponível em cápsulas de 50 mg, 25 mg e 12,5 mg. Seu médico receitará a cápsula<br />

adequada, de acordo com sua dosagem diária. A dosagem aprovada para começar o tratamento com o<br />

Sutent® é de 50 mg por dia, administrada uma vez ao dia por 28 dias, seguido de um descanso de 14<br />

dias (sem tomar o Sutent®). Um “ciclo” de tratamento com Sutent® dura seis semanas, com 28 dias de<br />

Sutent e um descanso de 14 dias. Trata-se do que se chama de “cronograma de dosagem intermitente”.


A dose de Sutent® pode ser ajustada com base nos efeitos colaterais sofridos pelo paciente durante o<br />

tratamento. Como alguns medicamentos e terapias complementares afetarão a absorção do Sutent®, é<br />

importante que os pacientes informem aos médicos e dentistas sobre os medicamentos, vitaminas e<br />

terapias complementares que estão recebendo. Alguns medicamentos podem ser trocados para evitar<br />

diminuição da eficácia ou aumento dos efeitos colaterais associados ao Sutent® em função de<br />

interações medicamentosas.<br />

Os efeitos colaterais comuns do Sutent® incluem diarreia, irritação na boca, alteração do paladar,<br />

náuseas, fraqueza, fadiga, hipertensão, hemorragia (normalmente hemorragias nasais moderadas),<br />

inchaço, síndrome do pé e mão e descoloração temporária da pele (aparência de bronzeado). Seu<br />

médico e seu enfermeiro oferecerão informações adicionais sobre a administração do Sutent® e como<br />

lidar com os efeitos colaterais que podem ocorrer durante o tratamento. Os efeitos colaterais que<br />

podem ocorrer e sua gravidade variam de acordo com o paciente. É muito importante notificar seu<br />

médico e/ou enfermeiro quando tiver efeitos colaterais, para que o tratamento possa ser iniciado. A<br />

identificação precoce dos efeitos colaterais ajuda a diminuir sua gravidade, reduzir o impacto negativo<br />

em seu estilo e qualidade de vida e aumentar as chances de ter um tratamento ser eficaz. Seu médico<br />

pode interromper o tratamento, diminuir sua dose de Sutent® ou retardar o início do próximo “ciclo” de<br />

tratamento conforme efeitos colaterais que você apresentar com o tratamento.<br />

Votrient® (pazopanibe)<br />

O Votrient® (pazopanibe) foi aprovado em outubro de 2009 para o tratamento de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

avançado. Como o Sutent e o Nexavar, o Votrient também priva as células tumorais de sangue e<br />

nutrientes necessários para crescer. Estudos clínicos demonstraram taxa de resposta favorável em<br />

pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> metastático. O Votrient® é um medicamento oral, e a dose inicial<br />

recomendada é de 800mg, uma vez por dia, sem alimentos (pelo menos 1 hora antes ou 2 horas depois<br />

da refeição). Seu oncologista pode recomendar a interrupção temporária do seu tratamento e/ou<br />

diminuir sua dose de Votrient® se você apresentar efeitos colaterais graves. Pacientes com função<br />

hepática reduzida devem iniciar com 200 mg, uma vez ao dia. Seu médico fará essa recomendação caso<br />

se aplique a você.<br />

Os efeitos colaterais mais comuns apresentados em mais de 20% dos pacientes em estudos que<br />

receberam Votrient® incluíram diarreia, hipertensão, alterações na cor dos cabelos, náuseas, anorexia e<br />

vômito. Outras reações adversas incluem função hepática anormal, fraqueza, dor abdominal, aumento<br />

de transaminases, hiperglicemia, leucopenia, hiperbilirrubinemia, neutropenia, hipofosfatemia,<br />

trombocitopenia, linfocitopenia, hiponatremia, hipomagnesemia e hipoglicemia. Efeitos colaterais<br />

raros, mas graves, incluíram insuficiência hepática, derrame cerebral e perfuração gastrointestinal.<br />

O Votrient® foi aprovado pela FDA pouco antes da publicação desta edição revisada de “<strong>Nós</strong> <strong>temos</strong><br />

<strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>”. Para obter informações atualizadas sobre o Votrient®, visite o site da GlaxoSmithKline, em<br />

www.gsk.com.


Inibidores da mTOR<br />

A proteína alvo da rapamicina em mamíferos (mTOR) é uma enzima envolvida na regulação da resposta<br />

celular aos nutrientes e fatores de crescimento. A mTOR é um dos principais reguladores do crescimento<br />

e da proliferação celular 21-23 . Há diversas vias em que a mTOR é regulada 24-26 . Em diferentes <strong>câncer</strong>es, as<br />

vias de sinalização que ativam a mTOR são alteradas e afetam o crescimento do tumor. Dois inibidores<br />

da mTOR usados no CCR são o temsirolimo (aprovado pela FDA) e o everolimo (experimental).<br />

TM<br />

Torisel (temsirolimo)<br />

O Torisel TM (temsirolimo) é um medicamento para o tratamento de pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

avançado. O Torisel TM inibe especificamente a quinase mTOR (alvo da rapamicina em mamíferos), uma<br />

proteína importante nas células, que regula a proliferação, o crescimento e a sobrevivência celular. Em<br />

um ensaio clínico de Fase III com três braços, envolvendo 626 pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> avançado e<br />

fatores de prognóstico desfavorável que não receberam terapia anterior, o Torisel TM aumentou<br />

significativamente a média de sobrevivência geral, em relação ao interferon alfa. O Torisel foi aprovado<br />

pela FDA com base nos resultados desse estudo. O medicamento é administrado uma vez por semana,<br />

por infusão intravenosa. Os efeitos colaterais comuns do Torisel TM incluem hipersensibilidade ou reação<br />

à infusão, erupções cutâneas, fadiga/fraqueza, mucosite, náuseas, edema, anorexia, anemia,<br />

hiperglicemia, hiperlipemia, hipertrigliceridemia e aumento da creatinina sérica. Alguns dos efeitos<br />

colaterais podem ser solucionados com medicamentos adicionais, o que permite a continuidade da<br />

terapia. A hipersensibilidade ou reação à infusão pode ocorrer na primeira ou segunda infusão. Você<br />

pode ter urticárias, sentir o peito apertado, falta de ar ou dificuldade de respirar. Você receberá<br />

Benadryl (difenidramina) 30 minutos antes de cada infusão, para diminuir o risco de reação. Outros<br />

medicamentos serão receitados se você apresentar esses sintomas, mas a maioria dos pacientes<br />

consegue seguir com o tratamento.<br />

Afinitor® (everolimo)<br />

O Afinitor® (everolimo) é um inibidor da mTOR aprovado para pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> avançado<br />

com base em um estudo de Fase III com pacientes cuja doença se agravou durante o tratamento com<br />

sunitinibe, sorafenibe, bevacizumabe, interleucina-2 ou interferon. O estudo clínico demonstrou que o<br />

Afinitor® pode retardar o crescimento ou a difusão do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, na comparação com pacientes que<br />

não receberam Afinitor®.<br />

As reações adversas mais comuns do Afinitor® incluem estomatite (aftas), infecções, fraqueza, fadiga,<br />

tosse e diarreia. Outros efeitos colaterais incluem mucosite, erupções cutâneas, ulcerações na boca,<br />

pneumonite, hipercolesterolemia, trombocitopenia, anemia e resultados elevados em exames da<br />

função hepática (TFH) 27 . Infecções localizadas e sistêmicas, incluindo pneumonia, outras infecções<br />

bacterianas e infecções fúngicas invasivas, como aspergilose ou candidíase, ocorreram em pacientes<br />

tomando Afinitor®.<br />

O uso de vacinas vivas e contato próximo com pessoas que recebem vacinas vivas devem ser evitados<br />

durante o tratamento com Afinitor®. Não há estudos apropriados e bem controlados de Afinitor® em


gestantes. Entretanto, pode-se presumir que, com base no mecanismo de ação, Afinitor® possa causar<br />

danos ao feto quando administrado em gestantes. O medicamento não foi estudado em crianças.<br />

Afinitor® é administrado via oral, em comprimidos. A dose recomendada de Afinitor® é de 10 mg, a ser<br />

tomada uma vez por dia, no mesmo horário todos os dias. O Afinitor® deve ser mantido no pacote<br />

original até o momento do uso, para assegurar sua proteção contra a luz e umidade e nunca deve ser<br />

mastigado ou esmagado. A dose de Afinitor® pode ser diminuída para 5 mg por dia em razão de efeitos<br />

colaterais graves.<br />

Anticorpos monoclonais<br />

Um anticorpo é uma proteína produzida pelo sistema imunológico que age contra infecções e a<br />

presença de substâncias estranhas no organismo. Anticorpos monoclonais são anticorpos<br />

geneticamente projetados que se copiam perfeitamente. São usados em vários exames diagnósticos e<br />

estão sendo ativamente estudados para possível uso no tratamento do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> metastático. Os<br />

anticorpos monoclonais podem ser projetados para se ligar a áreas específicas de um tumor e usados<br />

para produzir imagens para fins de diagnóstico ou para fornecer medicamentos contra <strong>câncer</strong> a<br />

tumores com grande especificidade.<br />

Avastin® (bevacizumabe)<br />

O Avastin® (bevacizumabe) é aprovado pela FDA para <strong>câncer</strong> do cólon e <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, além de <strong>câncer</strong> de<br />

mama, pulmões e glioma.<br />

Foi objeto de uma série de estudos clínicos. O Avastin® tem como alvo a molécula VEGF na corrente<br />

sanguínea e evita que o VEGF estimule a formação de novos vasos sanguíneos. Diversos estudos clínicos<br />

demonstraram o benefício potencial do Avastin® em combinação com interferon alfa no tratamento do<br />

<strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. (Mais informações sobre os interferons podem ser encontradas mais adiante, na seção<br />

“Interferons”.) Diversos estudos demonstraram que os pacientes que receberam Avastin® mais<br />

interferon alfa tiveram controle ou melhora em sua doença, em relação aos que receberam somente<br />

interferon alfa.<br />

Os possíveis efeitos colaterais do Avastin® incluem sangramentos nasais, dores de cabeça, irritação<br />

nasal, presença de proteína na urina, alteração do paladar, pele seca, hemorragia retal, distúrbio na<br />

produção lacrimal, dores nas costas, inflamações cutâneas, perfuração gastrointestinal, problemas de<br />

cicatrização posteriores a cirurgias e ferimentos, hemorragia grave, formação de fístula não<br />

gastrointestinal, derrame cerebral ou problemas cardíacos, hipertensão e distúrbios do sistema nervoso<br />

e da visão. O Avastin® pode causar problemas para mulheres que estejam tentando engravidar.<br />

Lactantes devem suspender o aleitamento durante o tratamento com Avastin®.<br />

Imunoterapia


Seu sistema imunológico é responsável por protegê-lo de vírus, bactérias e células cancerosas. A<br />

imunoterapia, também chamada de terapia biológica, é uma forma de tratamento que aumenta as<br />

defesas imunológicas do seu organismo. A imunoterapia é considerada uma das opções padrão no<br />

tratamento de pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> com doença metastática avançada.<br />

Casos bem documentados, mas muito raros, de regressões espontâneas em pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

com doença metastática sugerem que o sistema imunológico pode desempenhar um papel importante<br />

no controle e potencial tratamento da doença 28 .<br />

Os pilares de sustentação da imunoterapia são os modificadores da resposta biológica (MRBs). Trata-se<br />

de substâncias que melhoram o sistema imunológico e aumentam sua capacidade de lutar contra o<br />

<strong>câncer</strong>. Os MRBs atuam regulando a intensidade e a duração das respostas imunes. Um BRM pode ser<br />

um medicamento fabricado ou uma substância natural produzida pelo corpo.<br />

Vários MRBs podem aumentar as defesas imunológicas naturais do organismo. As citosinas são uma<br />

importante família de MRBs que incluem a interleucina-2 (IL-2) e os interferons. Usadas isoladamente<br />

ou associadas a outros medicamentos, os MRBs representam o tratamento padrão do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Interleucina-2<br />

A interleucina-2 é usada no tratamento de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> avançado. Estimula o crescimento de dois tipos<br />

de glóbulos brancos: células T e células NK (“assassinas naturais”). As células T são muito importantes<br />

na luta do seu organismo contra o <strong>câncer</strong>, porque reconhecem as células cancerosas e disparam um<br />

alarme para o organismo. As células NK respondem a esse alarme e se transformam em células LAK<br />

(células assassinas ativadas por linfocina), que são capazes de destruir as células cancerosas.<br />

A FDA aprovou a interleucina-2 para o tratamento do CCR metastático em 1992. Um produto<br />

geneticamente desenvolvido, a IL-2 recombinante, é fabricada pela Novartis e comercializada sob o<br />

nome de Proleukin®. Está disponível para uso em vários regimes terapêuticos.<br />

Diversas vias de administração podem ser utilizadas: por bolus intravenoso (IV), subcutânea (SC) e<br />

infusão intravenosa contínua (CIV). Essas apresentações do medicamento também são classificadas<br />

como alta dosagem (bolus IV) ou baixa dosagem (SC e CIV). “Alta dosagem ou bolus IV” significa uma<br />

dose relativamente alta do medicamento (IL-2), administrada de forma intravenosa, como infusão de<br />

15 minutos a cada 8 horas, por um máximo de 14 infusões para acelerar ou aumentar a resposta<br />

terapêutica. Nesse tipo de administração, os pacientes ficam internados durante o ciclo de tratamento<br />

e são cuidadosamente monitorados.<br />

Estatísticas recentes sobre a sobrevivência em longo prazo de pacientes tratados com alta dosagem de<br />

IL-2 continuam a demonstrar que essa terapia é eficaz para pacientes com CCR metastático<br />

selecionados. Os estudos estão determinando quais são os pacientes que mais se beneficiam.<br />

Esses resultados confirmam a premissa de que a imunoterapia tem potencial curativo no CCR<br />

metastático. Em alguns casos, a terapia com IL-2 produz o que conhecemos como “respostas completas


duráveis” (resultados que duram mais de 10 anos) em uma pequena porcentagem dos pacientes,<br />

representando um marco significativo no tratamento do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Níveis significativos de toxicidade estão associados ao tratamento com IL-2. Os efeitos colaterais<br />

incluem náuseas, vômitos, hipotensão, disfunção <strong>renal</strong>, arritmias cardíacas, diarreia, perda de apetite,<br />

sangramento gastrointestinal, erupções cutâneas, desorientação, alucinações, febre e calafrios. A<br />

maioria desses efeitos colaterais é totalmente reversível mediante a interrupção da administração do<br />

medicamento, mas os problemas podem ser graves. É fundamental que o médico do tratamento tenha<br />

experiência no uso de IL-2 e que assegure um monitoramento clínico diligente do paciente durante o<br />

tratamento.<br />

Interferons<br />

Os interferons são amplamente utilizados para tratar o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, isoladamente ou associados a<br />

outros medicamentos. A terapia com interferon normalmente é autoadministrada, com injeções<br />

subcutâneas várias vezes por semana. Os interferons atuam “interferindo” nos processos de vida<br />

internos às células cancerosas, evitando seu crescimento e tornando as células mais suscetíveis a<br />

ataque de outros elementos do sistema imunológico.<br />

Há três tipos principais de interferons: alfa, beta e gama. O interferon alfa tem sido o mais amplamente<br />

estudado no tratamento do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Diversos produtos contendo interferon alfa estão disponíveis<br />

nos EUA e são utilizados no tratamento do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. O INTRON®, da Schering Corporation, foi<br />

designado como interferon alfa-2b. O Roferon®-A é fabricado pelos Laboratórios Roche e foi designado<br />

como interferon alfa-2a. Esses medicamentos são muito semelhantes, e é possível tratar o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

com qualquer deles.<br />

Em diversos estudos clínicos, o uso interferon alfa resultou em taxa geral de resposta de cerca de 13% 29 .<br />

Também se reconhece que os pacientes que recebem interferon alfa, quando comparados aos tratados<br />

com hormônios ou quimioterapia, têm melhores taxas de sobrevivência. A resposta ao interferon alfa<br />

caracteriza-se pela lenta regressão dos tumores. O tempo médio entre o início do tratamento e a<br />

redução do tumor é de três a quatro meses 30 .<br />

Os efeitos colaterais mais comuns da terapia com interferon são parecidos com os da gripe. Incluem<br />

febre, calafrios, dores de cabeça, perda de apetite e fadiga. Em geral, esses sintomas se tornam menos<br />

graves com a continuação da terapia. Administrar interferon pela manhã e tomar um medicamento<br />

analgésico de venda livre pode ajudar a aliviar esses sintomas. Entretanto, outros sintomas podem<br />

surgir com o uso prolongado do interferon, inclusive perda de peso, baixa contagem de glóbulos<br />

brancos, aceleração dos batimentos cardíacos, perda da libido, confusão mental e depressão. Se<br />

surgirem efeitos colaterais graves, pode ser necessário interromper a terapia. Felizmente, os efeitos<br />

colaterais do interferon não são permanentes. Uma dose de 5 a 20 milhões de unidades de interferon<br />

alfa por dia parece ter eficácia máxima e evitou os níveis mais altos de toxicidades associados a doses<br />

mais elevadas 31 . Atualmente, o interferon é recomendado em dose menor, e uma maior intermitência<br />

das doses é utilizada com eficácia e melhor tolerância.


Outros tratamentos:<br />

Radioterapia<br />

Embora não seja considerada uma terapia padrão, a radiação pode ser usada no tratamento do <strong>câncer</strong><br />

<strong>renal</strong> com metástase para os ossos, cérebro ou espinha. É possível utilizá-la para controlar os sintomas,<br />

como, por exemplo, aliviar a dor.<br />

Há vários tipos de radioterapia. Todos eles agem conforme o mesmo princípio básico, que é a utilização<br />

da alta energia da radiação para matar as células cancerosas ou desacelerar sua taxa de crescimento. A<br />

radioterapia é um tratamento “localizado”, cujo objetivo é atingir uma área específica do tumor com a<br />

maior precisão possível. Atua danificando as moléculas de DNA do interior das células cancerosas,<br />

evitando, assim, que cresçam e se dividam. De forma geral, esse tratamento é feito em pacientes<br />

ambulatoriais, em um hospital ou clínica. O local do tumor é fator determinante na definição do tipo de<br />

radiação.<br />

Radiação por feixe externo<br />

Esse tipo de radioterapia envolve deitar o paciente em uma mesa enquanto uma máquina aplica um<br />

feixe de radiação no tumor, passando através da pele. A máquina mais comum é chamada de<br />

acelerador linear. A localização exata que o feixe deve “atingir” é calculada durante a sessão de<br />

“simulação”, antes do início da radioterapia.<br />

A radiação é aplicada por vários dias (normalmente de 4 a 14) e cada sessão leva cerca de 30 minutos. A<br />

aplicação da dose de radiação leva de segundos a minutos, mas preparar você e equipamento para a<br />

administração da dose precisa de radiação prescrita pelo médico demanda tempo. O número total de<br />

dias é determinado pela quantidade de radiação que seu médico queira usar. Algumas áreas do seu<br />

organismo são mais sensíveis e precisarão de menos radiação que outras. Muitas vezes, a radioterapia<br />

por feixe externo é usada para tratar metástase óssea que cause dor ou áreas dos ossos que tenham se<br />

enfraquecido pelo <strong>câncer</strong> (para evitar fraturas). Essas áreas incluem as costelas, o fêmur (o osso<br />

superior da perna), úmero (osso superior do braço) e as vértebras (os ossos das costas). Caso ocorra<br />

uma fratura, a radioterapia pode ser administrada para matar as células cancerosas no osso, permitindo<br />

a cicatrização da fratura. Quando o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> se espalha para o fêmur ou úmero, pode ser feita uma<br />

cirurgia para inserir uma haste metálica e estabilizar o osso, aplicando-se radioterapia após a cirurgia.<br />

[photo caption:]<br />

Embora não seja considerada terapia padrão, várias formas de radioterapia são usadas para tratar<br />

algumas situações no <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Efeitos colaterais da radioterapia


Infelizmente, a radiação também pode danificar tecidos saudáveis e normais. Os efeitos colaterais da<br />

radioterapia ocorrem na área tratada, que leva o nome de “campo de radiação”. Esses efeitos colaterais<br />

são temporários e variam de acordo com a área do organismo em tratamento. Um dos efeitos<br />

colaterais mais comuns é pele seca, irritada (avermelhada) e sensível. Seu oncologista ou técnico em<br />

radiologia fornecerá informações e instruções por escrito para o tratamento da pele e de outros efeitos<br />

colaterais específicos das suas terapias com radiação. A pele pode levar de 6 a 12 meses para voltar ao<br />

normal.<br />

Podem ocorrer constipação ou diarreia se os intestinos estiverem no “campo de radiação”. Anemia<br />

(hemoglobina baixa), neutropenia (baixa contagem de neutrófilos) e trombocitopenia (baixa contagem<br />

de plaquetas) podem ocorrer se você estiver recebendo radioterapia nos ossos da pelve ou no fêmur.<br />

Também podem ocorrer náuseas, vômitos e desconforto ao urinar.<br />

Alguns efeitos colaterais ocorrem durante a radiação ou logo após o final dela, ao passo que outros<br />

efeitos podem começar várias semanas depois da conclusão da radioterapia. O paciente pode sentir<br />

fadiga no final do tratamento ou logo depois de sua conclusão. A fadiga não é incomum, mas é<br />

importante discutir o momento e a gravidade da fadiga com seus médicos e enfermeiros. É importante<br />

descansar, mas os médicos normalmente recomendam que os pacientes mantenham-se o mais ativos<br />

possível.<br />

É importante fazer perguntas antes do início do tratamento, nas consultas e durante sua recuperação<br />

da radiação, para assegurar-se da eficácia de seu tratamento, de que os efeitos colaterais sejam<br />

mínimos e de que qualquer efeito colateral que surja possa ser tratado no início. Todos esses fatores o<br />

ajudarão a tolerar o tratamento com o mínimo de efeitos colaterais e complicações.<br />

Radiocirurgia<br />

A radiocirurgia é uma técnica não cirúrgica que permite o tratamento do <strong>câncer</strong> em metástase para o<br />

cérebro. Os médicos direcionam feixes de alta dosagem de radiação para os tumores. Isso permite um<br />

tratamento mais preciso e concentrado do que outros tipos de radiação. A decisão de usar a<br />

radiocirurgia baseia-se no tamanho e número de lesões metastáticas.<br />

Uma forma de radiocirurgia é a terapia com faca gama para metástases cerebrais. Trata-se de um<br />

procedimento ambulatorial realizado em uma instalação especializada em faca gama, utilizando<br />

estrutura ajustada à cabeça e um aparelho de TC e de IRM. O paciente deita em uma cama vestindo<br />

uma estrutura ajustada à cabeça (capacete) e desliza na máquina de faca gama. A radiação é aplicada<br />

através de portas no interior capacete, com os feixes fazendo intersecção no tumor.<br />

Quimioterapia<br />

A quimioterapia atua conforme os mesmos princípios da radioterapia, exceto pelo fato de que<br />

elementos químicos são utilizados para matar as células malignas ou desacelerar seu crescimento. O<br />

tipo específico de quimioterapia depende da área da metástase, do tipo e grau do tumor e condição<br />

física do paciente. Muitos programas de quimioterapia combinam vários medicamentos diferentes para


matar as células malignas, que podem ser resistentes a um único fármaco. A quimioterapia pode ser<br />

administrada em um hospital ou de forma ambulatorial. Os medicamentos podem ser tomados via oral,<br />

infusão intravenosa ou simples injeção.<br />

Embora a quimioterapia seja o tratamento padrão para tumores mais sólidos, o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> geralmente<br />

é resistente à quimioterapia 32 . Ainda não se compreende totalmente a razão dessa resistência das<br />

células do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> à quimioterapia. Já se sabe, porém, que as células do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> produzem um<br />

excesso de proteínas associadas à resistência a multimedicamentos, ajudando a repelir diversos<br />

reagentes quimioterápicos da célula cancerosa.<br />

O 5-Fluorouracil (5FU) parece ser o agente quimioterapêutico mais eficaz atualmente disponível para o<br />

<strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, mas as taxas de resposta limitam-se a 5% a 8% 33, 34 . Por isso, no momento, a quimioterapia<br />

é geralmente usada em combinação com outras terapias ou reservada para pacientes que participam<br />

de estudos clínicos para testar novos agentes e aqueles que não responderem à imunoterapia 35 . Os<br />

pesquisadores continuam a estudar novos medicamentos, novas combinações de medicamentos e<br />

novas abordagens de tratamento.<br />

Como na radioterapia, os elementos químicos podem danificar as células normais. Em consequência<br />

disso, pode haver efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreia, erupções cutâneas, reações<br />

alérgicas e baixa contagem de glóbulos brancos. A gravidade dos efeitos colaterais depende da<br />

dosagem, do medicamento específico em utilização, do paciente, do desenvolvimento do tratamento e<br />

de outros fatores. Esses efeitos podem durar de algumas horas a alguns dias.<br />

Terapias experimentais<br />

Vacina<br />

A terapia com vacina é um tratamento experimental que utiliza as próprias células do tumor do<br />

paciente ou produtos associados ao tumor para vacinar o paciente. O objetivo é impulsionar o sistema<br />

imunológico para lutar contra o <strong>câncer</strong>. Diferentemente de outras vacinas, que são preventivas, as<br />

vacinas contra o <strong>câncer</strong> são terapêuticas, ou seja, tratam a doença, em vez de preveni-la. Depois da<br />

cirurgia para remover o tumor, uma parte dele é usada para criar a vacina, que então será reintroduzida<br />

no seu corpo. Espera-se que essas substâncias, que ocorrem naturalmente, estimulem o sistema<br />

imunológico a atacar quaisquer novas células com o código genético do tumor original que venham a<br />

reaparecer. A vacina com células do tumor deve ser discutida como opção de tratamento antes da sua<br />

nefrectomia, se isso estiver planejado.<br />

A terapia ainda está em estudo, com diversos programas de pesquisa em progresso. Inicialmente, a<br />

vacina produziu resultados mistos, mas as técnicas evoluíram e essa terapia se tornou mais promissora.<br />

Tratamentos adjuvantes


Os estudos adjuvantes testam a eficácia de tratamentos projetados para reduzir o risco de recidiva do<br />

<strong>câncer</strong>. Você pode participar de um estudo para testar o tratamento adjuvante depois de sua primeira<br />

cirurgia. Pacientes sem indicação de <strong>câncer</strong> nas TCs depois da remoção cirúrgica do tumor <strong>renal</strong><br />

primário podem ser candidatos a participar de estudos clínicos adjuvantes. Há critérios específicos que<br />

determinam se um paciente é “elegível” para um estudo clínico adjuvante, e esses estudos começam<br />

logo após a sua recuperação da cirurgia. É melhor discutir a opção de um estudo adjuvante antes da<br />

cirurgia, para que você não perca possíveis oportunidades de tratamento adjuvante.<br />

Esses estudos são importantes, pois novos estudos adjuvantes estão acontecendo em todo o mundo.<br />

Com a introdução do Nexavar® (tosilato de sorafenibe) e do Sutent® (malato de sunitinibe), uma<br />

importante nova rodada de ensaios clínicos agora está disponível para pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Também pode haver estudos com tratamentos como anticorpos monoclonais, vacinas e imunoterapia<br />

adotiva.<br />

Terapias associadas / experimentais<br />

A primeira vez em que dois medicamentos são associados consiste em uma abordagem experimental.<br />

Tipicamente, isso é feito em uma instituição / ambiente de pesquisa, em um estudo clínico. Esses<br />

estudos procuram melhores taxas de resposta, mas também monitoram de perto os efeitos colaterais,<br />

para assegurar a segurança dos pacientes.<br />

Outras terapias experimentais e novos medicamentos estão sendo considerados quanto à eficácia<br />

contra o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. São considerados estudos de Fase I.<br />

Transplantes de células-tronco<br />

As células-tronco sanguíneas residem na medula óssea e desempenham o papel fundamental de<br />

reabastecer continuamente o suprimento de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.<br />

Quando transplantadas, as células-tronco e os linfócitos T podem provocar um efeito contra o tumor<br />

sob determinadas condições 36.<br />

Trata-se de um procedimento altamente experimental, e pacientes com <strong>câncer</strong> metastático avançado<br />

que não responderam ao interferon alfa ou terapia com IL-2 receberam o transplante de células-tronco<br />

periféricas 37 . Os resultados dessa abordagem permanecem experimentais e, devido à gravidade dos<br />

efeitos colaterais que alguns pacientes apresentaram, o procedimento ainda precisa ser refinado. O<br />

transplante de células-tronco é um procedimento intensivo, recomendado somente em situações<br />

limitadas. Converse com seu médico sobre o assunto.<br />

Administrando suas expectativas quanto à terapia<br />

Quando você e sua equipe médica considerarem as opções, incluindo todas as terapias listadas aqui, é<br />

importante avaliar bem. Seu médico fará sua recomendação com base em uma série de fatores. É<br />

importante entender porque um tratamento em especial é escolhido. Pergunte à vontade.


A situação da sua doença será acompanhada em TCs programadas. Seu médico discutirá os resultados<br />

com você, indicando se os exames mostram estabilização (“doença estável”), resposta parcial, resposta<br />

completa ou progressão da doença.<br />

Aqui estão as definições desses termos:<br />

Resposta completa: Desaparecimento de todos os tumores.<br />

Resposta parcial: Redução de pelo menos 30% no tamanho dos tumores. (Observação: a Organização<br />

Mundial de Saúde define resposta “parcial” como redução de pelo menos 50% no tamanho dos<br />

tumores.)<br />

Progressão da doença: Aumento de pelo menos 20% no tamanho dos tumores ou surgimento de novos<br />

tumores. (Observação: a Organização Mundial de Saúde define como “progressão” da doença um<br />

aumento de 25% no tamanho dos tumores.)<br />

Doença estável: A redução dos tumores não é suficiente para classificação como resposta parcial nem<br />

há crescimento suficiente de tumores para classificação como doença em progressão.<br />

Seu médico mede o tamanho dos tumores nos exames de TC e/ou IRMs, para determinar se há<br />

crescimento ou redução.<br />

Cada um de nós quer e precisa acreditar que qualquer terapia que seja usada vai ajudar e “curar”. As<br />

informações dos resultados dos exames podem desapontá-lo. Porém, fale com seu médico para ter<br />

certeza de que você entende o significado de termos como “resposta parcial” e “doença estável”. Eles<br />

devem ser encarados como sucesso parcial, não como derrota. Mesmo se não houver resposta a uma<br />

determinada terapia (condição conhecida como “doença estável”), você pode entrar em compasso de<br />

espera, até que um tratamento ou estudo clínico mais novo esteja disponível.<br />

O <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> também é imprevisível, e as terapias são muito recentes para você desistir de lutar por<br />

causa de uma “doença estável” ou “resposta parcial”. Por isso, é importante não deixar que o<br />

desapontamento leve sua determinação ou seu desejo de viver. Simplesmente aprenda com a<br />

experiência e vá em frente a cada dia.


Procure hospitais de última geração<br />

Paciente: Greg<br />

Idade: 54<br />

“Em junho de 2004, consultei o médico pensando ter apenas um cisto no couro cabeludo. Depois de<br />

passar por uma série de exames, os médicos determinaram que, na verdade, eu tinha <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, já<br />

em metástase e avançado, incluindo diversos tumores nos pulmões. Meu médico disse que<br />

provavelmente eu não sobreviveria até o Natal.<br />

Um urologista local então sugeriu que eu consultasse um médico especializado em <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> de fora<br />

do estado. Fui consultá-lo e, em agosto, um dos meus rins foi retirado, na expectativa de que isso me<br />

desse mais 19 meses. Naquela época, eu decidi pesquisar tratamentos de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> na Internet e<br />

comecei a ler sobre os novos medicamentos que estavam sendo testado em estudos clínicos (tosilato<br />

de sorafenibe e malato de sunitinibe). O estudo mais próximo estava sendo realizado a dois estados de<br />

distância, mas eu telefonei para eles e perguntei se poderia participar. Em duas semanas eu já estava<br />

tomando meus primeiros comprimidos do estudo. Depois de vários ciclos do medicamento, meus<br />

tumores pulmonares diminuíram em 60% e, após seis meses, os médicos não os detectavam mais. Faz<br />

muitos anos que os tumores desapareceram. Sofri efeitos colaterais, mas todos se provaram<br />

contornáveis.<br />

O mais difícil para mim foi receber o diagnóstico inicial de <strong>câncer</strong> em estado terminal. Ao receber a<br />

notícia de que tem seis meses de vida, em geral você perde o chão. Isso derruba a gente. É difícil<br />

encontrar forças para procurar outras opções, mas felizmente eu consegui.<br />

Para mim, o momento da virada foi ir a uma clínica de tratamento avançado para realizar minha<br />

nefrectomia. Meu médico foi extremamente cuidadoso e dedicado, e eu confiei na sua experiência.<br />

Procurar ativamente um estudo clínico também foi muito importante. Depois, eu me senti muito bem,<br />

porque sei que minha participação no estudo pode ajudar muitas outras pessoas.<br />

Meu conselho para pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> é que procurem orientações sobre o estado da doença,<br />

pois esse campo muda muito rápido. Procurem uma clínica de última geração. Encontrar um<br />

oncologista com experiência em <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> é essencial.”


Considere a possibilidade de participar de um estudo<br />

clínico<br />

Paciente: Eugene<br />

Idade: 64<br />

“Em março de 2002, fui ao meu clínico geral para fazer eu checkup anual me sentindo ‘em ótima<br />

forma’. Eu tinha entrado em uma academia, estava fazendo musculação e caminhava 3 quilômetros por<br />

dia. Durante meu exame, o médico achou que meu baço estava aumentado e pediu que fizesse um<br />

exame. Três dias depois, descobri que tinha <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> já em metástase. Minha família e eu ficamos<br />

em choque. Como alguém que se sentia tão bem podia estar tão doente? Meu clínico geral me<br />

aconselhou a colocar a vida em ordem. Ele não aconselhou cirurgia ou quimioterapia porque o <strong>câncer</strong><br />

estava muito avançado. Mas, depois de consultar um cirurgião, optei por um tratamento agressivo.<br />

Minha nefrectomia ocorreu tranquilamente e meu cirurgião me disse que, então, eu seria bom<br />

candidato a um estudo clínico.<br />

Seis semanas após a cirurgia, entrei em um estudo clínico com alta dosagem de interleucina e injeções<br />

de Peg-intron. Minha esposa aprendeu a aplicar as injeções em mim três vezes por semana, e<br />

conseguimos concluir o tratamento em casa. O tratamento foi difícil, mas manteve meu <strong>câncer</strong> estável<br />

por 18 meses. Então entrei em um estudo de Fase III de um dos novos medicamentos para <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

que, depois, foi aprovado pela FDA. Minha esposa e eu ficamos preocupados porque, esse seria um<br />

estudo “cego”. O sentimento de não saber se iria receber o medicamento e a possibilidade de o <strong>câncer</strong><br />

avançar era angustiante, mas o médico explicou que eu passaria por exames em seis semanas e, se meu<br />

<strong>câncer</strong> tivesse piorado, poderia sair do estudo. Qualquer pessoa que entra em um estudo clínico tem a<br />

opção de encerrar a participação devido à progressão de sua doença ou incapacidade de tolerar efeitos<br />

colaterais. Eu tomava dois comprimidos por dia com alguns efeitos colaterais e, em seis semanas, meus<br />

exames mostraram que os tumores haviam diminuído. Minha esposa disse que tinha que lembrar a si<br />

mesma que eu era um paciente de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> em quimioterapia.<br />

Mais uma vez o medicamento do estudo deteve meu <strong>câncer</strong> por meses, até que um pequeno<br />

crescimento foi detectado novamente. Depois de 18 meses, meu médico me ofereceu outro estudo<br />

clínico, e estou muito contente por estar participando dele agora. Mais uma vez, estou obtendo<br />

resposta. Alguns tumores desapareceram e outros diminuíram.<br />

Posso dizer, com toda sinceridade, que esses estudos clínicos me ofereceram outra chance te ter boa<br />

qualidade de vida. Eu acredito muito em estudos clínicos e disse ao meu médico que participaria com<br />

satisfação de qualquer estudo que ele recomendasse. Eu aconselho outros pacientes elegíveis a<br />

participar de estudos clínicos. Mantenha uma atitude positiva e jamais se renda”.


CAPÍTULO 5<br />

ESTUDOS CLÍNICOS<br />

O que você deve saber sobre a participação como paciente de uma pesquisa sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

[photo caption:]<br />

Ao participar de um estudo clínico, você pode ajudar a ampliar conhecimentos para ajudar na luta<br />

contra o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Uma das opções de tratamento que seu oncologista pode recomendar é um estudo clínico. Estudos<br />

clínicos são estudos de pesquisa cuidadosamente projetados que respondem algumas perguntas<br />

específicas quanto à eficácia e segurança de novos medicamentos, combinações de medicamentos,<br />

técnicas cirúrgicas ou dispositivos médicos. Voluntários com condições de saúde específicas são<br />

avaliados durante os estudos, para determinar a eficiência das novas abordagens testadas neles. Talvez<br />

você queira considerar a possibilidade de participar de um estudo clínico. Frequentemente, os estudos<br />

oferecem acesso a novas e promissoras opções de tratamento que ainda não estão disponíveis para o<br />

público em geral.<br />

Alguns estudos clínicos são realizados em condições “controladas”, o que significa que um grupo de<br />

participantes recebe a terapia em teste e outros não. Em outro estágio, as informações dos dois grupos<br />

são comparadas para determinar se a nova terapia teve efeito. Um processo essencial nesses estudos<br />

clínicos é a “randomização”, na qual os grupos de pacientes são aleatoriamente escolhidos para receber<br />

um tratamento ou outro, reduzindo-se assim as chances de resultados tendenciosos.<br />

Os estudos clínicos podem ser realizados por uma só instituição (os chamados de estudos iniciados pelo<br />

pesquisador) ou em cooperação com várias instituições (chamados de estudos multicêntricos),<br />

dependendo do tipo de estudo clínico e do número de participantes inscritos. Estudos clínicos são<br />

organizados em cooperação com indústrias farmacêuticas e com órgãos governamentais de pesquisa.<br />

Você deve participar?<br />

Os estudos clínicos têm sido amplamente responsáveis por importantes avanços no tratamento do<br />

<strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> nos últimos anos. A chave do sucesso desses estudos é encontrar voluntários adequados.<br />

Ao participar, você pode ter acesso a tratamentos inovadores, ao mesmo tempo em que ajuda os<br />

pesquisadores a compreender melhor o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Os voluntários nos estudos clínicos desempenham<br />

uma função essencial na constante busca pela cura para a doença.


Estudos clínicos são altamente regulados e monitorados pela FDA e por órgãos com a mesma função<br />

em outros países e regiões. Não podem começar sem antes passar por uma revisão intensiva rigorosa,<br />

para assegurar que a validade de seus fundamentos científicos e o equilíbrio justo entre o risco e o<br />

benefício para o paciente. Ainda assim, apesar da regulação cuidadosa dos estudos clínicos, você deve<br />

ter consciência de que, além de possíveis benefícios, a participação em estudos também tem<br />

desvantagens potenciais.<br />

O Instituto Nacional do Câncer nos EUA lista os seguintes possíveis benefícios e desvantagens para os<br />

indivíduos que estão pensando em participar de estudos clínicos 38 .<br />

Possíveis benefícios<br />

Você receberá atendimento médico de alta qualidade, oferecido pelos melhores médicos da área da<br />

pesquisa sobre o <strong>câncer</strong>.<br />

Você terá acesso a novos medicamentos e intervenções antes de ser amplamente disponibilizadas.<br />

Seu tratamento e qualquer efeito colateral relacionado ao tratamento serão cuidadosamente<br />

monitorados.<br />

Você desempenhará um papel mais ativo no seu próprio tratamento.<br />

Se a abordagem em estudo se provar útil, você poderá estar entre os primeiros a se beneficiar dela.<br />

O estudo será uma oportunidade de dar uma contribuição valiosa à pesquisa sobre o <strong>câncer</strong>.<br />

Possíveis riscos<br />

Novos medicamentos e procedimentos podem ter efeitos colaterais ou riscos desconhecidos para os<br />

médicos.<br />

Novos medicamentos e procedimentos podem ser ineficazes ou menos eficazes do que as abordagens<br />

atuais.<br />

Mesmo que tenha benefícios, é possível que a nova abordagem não funcione para você.<br />

Alguns planos de saúde proíbem ou restringem a cobertura para estudos clínicos. Consulte a seção<br />

“Plano de Saúde” no capítulo “Vivendo com o <strong>câncer</strong> dia a dia”.<br />

O fato de você ter <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> não o torna automaticamente elegível para um estudo clínico específico.<br />

Você terá de atender aos critérios de elegibilidade do estudo. Os estudos clínicos têm cronogramas de<br />

tratamento que podem exigir várias visitas ao centro médico que realiza o estudo. Isso exige que o<br />

paciente se submeta a um calendário rigoroso, que não permite muita flexibilidade no cronograma de<br />

tratamento.


Tipos de estudos clínicos<br />

Os estudos clínicos dividem-se em várias categorias.<br />

Estudos Fase I<br />

Os estudos Fase I são estudos iniciais de um novo medicamento, combinação de medicamentos ou<br />

tratamento para estabelecer a dose mais segura. Avaliam a segurança de um medicamento em<br />

diferentes doses e determinam se há necessidade de mais estudos clínicos. A maioria dos pacientes em<br />

estudos Fase I recebeu vários tipos de tratamentos anteriores para seu <strong>câncer</strong>. Os estudos Fase I podem<br />

envolver pacientes com toda uma série de diagnósticos de <strong>câncer</strong> para avaliar a segurança e determinar<br />

a dosagem apropriada, bem como o cronograma de um medicamento ou tratamento para vários tipos<br />

de <strong>câncer</strong>.<br />

Estudos Fase II<br />

Os estudos de Fase II avaliam a atividade antitumoral e a segurança de um medicamento ou tratamento<br />

em um grupo mais definido de pacientes, com uma dosagem e um cronograma padrão. Esses estudos<br />

envolvem pacientes com o mesmo tipo e no mesmo estágio de <strong>câncer</strong> e são muito específicos quanto<br />

ao tipo e número de tratamentos anteriores permitidos. Para participar, alguns estudos Fase II não<br />

permitem que nenhum tratamento anterior tenha sido oferecido. Outros exigem que o paciente tenha<br />

passado por um tipo específico de tratamento.<br />

Estudos Fase III<br />

Os estudos de Fase III comparam a eficácia e segurança de dois ou mais tratamentos em um grande<br />

número de pacientes. Podem envolver até 1.000 pacientes. Esses estudos são normalmente<br />

internacionais, devido ao número de pacientes participantes. Em estudos de Fase III, novos<br />

medicamentos ou tratamentos são comparados com um tratamento “padrão” do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Estudos clínicos “randomizados” normalmente são realizados em estudos Fase III e, ocasionalmente, em<br />

estudos Fase II. Comparam dois ou mais tratamentos e podem incluir um grupo placebo. Os estudos<br />

randomizados envolvem um número maior de pacientes, que são designados para uma das categorias<br />

de tratamento com técnicas de seleção aleatórias, normalmente por computador. Isso assegura a<br />

validade dos resultados do estudo.<br />

Um grupo “placebo” pode ser incluído em um estudo Fase II ou Fase III quando não há um tratamento<br />

padrão para comparar com o novo medicamento. O grupo placebo recebe o mesmo tratamento para<br />

<strong>câncer</strong> e para sintomas relacionados ao tratamento, permitindo que a eficácia da nova terapia seja<br />

avaliada. Seu oncologista explicará em detalhes se o tratamento recomendado envolver um grupo<br />

placebo.<br />

Os critérios de elegibilidade dos estudos clínicos são cuidadosamente identificados, para assegurar que<br />

o grupo de pacientes tratados tenha o mesmo tipo, estágio e extensão de <strong>câncer</strong>. Eles são chamados de<br />

critérios de “inclusão” e de “exclusão”, e atendê-los é fundamental para que o paciente seja elegível


para participar do estudo. Os critérios específicos são listados quanto a requisitos anteriores de cirurgia<br />

e tratamento. Alguns estudos exigem que os pacientes tenham passado por nefrectomia (remoção<br />

cirúrgica do tumor <strong>renal</strong>), outros não. Critérios adicionais são utilizados para assegurar que o<br />

tratamento apropriado baseie-se no funcionamento do órgão. Entre eles, estão exames laboratoriais,<br />

cardíacos e de função pulmonar, além de exames radiológicos, para garantir a segurança dos indivíduos.<br />

Selecionando um estudo clínico<br />

É importante que você entenda o que é um estudo clínico, por que está sendo realizado e como você<br />

pode obter mais informações sobre o estudo, caso se interesse. Discuta todos os detalhes do estudo<br />

com seu oncologista e não se esqueça de sanar qualquer dúvida que você possa ter sobre o tratamento<br />

e possível participação.<br />

A qualquer momento, pode haver dezenas de estudos clínicos para o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. O site da <strong>Kidney</strong><br />

<strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> www.kidneycancer.org oferece um serviço gratuito, com links para diversos outros<br />

sites que oferecem informações sobre estudos clínicos. A lista proporciona uma descrição de cada<br />

estudo, critérios de elegibilidade, nome, endereço e telefone do médico responsável pelo estudo<br />

clínico. Para obter informações sobre um estudo específico, peça a seu médico que entre em contato<br />

com o pesquisador responsável pelo estudo. Você também pode ligar diretamente para o local de<br />

realização do estudo.<br />

É possível que você, antes de tomar qualquer decisão, queira ler “Participando de estudos clínicos: o<br />

que os pacientes de <strong>câncer</strong> precisam saber” (publicação do NIH 97-4250). O folheto pode ser obtido online.<br />

Você também pode obter informações sobre terapias e tratamentos semelhantes a partir de<br />

artigos publicados em periódicos médicos.<br />

Bancos de dados on-line, como a MEDLINE, contêm resumos de artigos publicados nos periódicos que<br />

os médicos leem. Seu bibliotecário local pode ajudá-lo a localizar esses resumos, mas lembre-se de que<br />

essas informações são altamente técnicas, e você pode precisar que seu médico as analise com você.<br />

Você também deve estar ciente de que, devido ao tempo que leva para coletar dados, preparar um<br />

artigo científico e publicá-lo, pode haver ou não resultados publicados sobre a terapia que você está<br />

considerando. De qualquer forma, você pode querer procurar ajuda de um especialista em <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

antes de tomar a decisão final de participar no estudo. A <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> pode ajudá-lo a<br />

encontrar um oncologista especialista em <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Ligue para a associação no tel. +1 847 332 1051.<br />

Ao receber informações sobre as opções de tratamento que podem incluir a participação em um estudo<br />

clínico, analise-as cuidadosamente. Entre em contato com o médico do estudo (o pesquisador principal)<br />

e o enfermeiro (enfermeiro da pesquisa) para sanar quaisquer dúvidas que você tenha sobre as opções<br />

de tratamento, possíveis efeitos colaterais e a frequência das consultas. Os médicos e enfermeiros têm<br />

todo o interesse em ajudá-lo a se tornar um membro ativo da equipe e podem oferecer informações<br />

que permitirão que você tome uma decisão bem informada com relação ao tratamento.


Advogue ao seu favor e explore todas as opções<br />

Paciente: Rick<br />

Idade: 55<br />

“O que aprendi é que, com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, é importante advogar ao seu favor. Você pode ter muitas<br />

escolhas depois do diagnóstico e deve fazer tudo o que puder para obter informações sobre o <strong>câncer</strong> e<br />

o melhor atendimento para o seu caso. Conhecimento é poder.<br />

Após minha nefrectomia radical inicial, fui informado de que o cirurgião “havia removido tudo”. Voltei à<br />

minha vida normal de homem de 50 anos, ocupado com a carreira e com a família. Após 18 meses,<br />

foram encontrados tumores em meus pulmões, e eu estava no estágio IV do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> metastático.<br />

O plano de ação do meu oncologista depois do segundo diagnóstico parecia incerto, mas eu hesitava<br />

em mudar de médico ou procurar outra opinião, porque não queria ser desleal.<br />

Com a ação e influência de minha esposa, consultamos um oncologista em um centro de <strong>câncer</strong> de<br />

nosso estado e dois dos maiores especialistas do país. O oncologista no centro de <strong>câncer</strong> recomendou<br />

IL2 e os dois especialistas concordaram. Aquilo me deu confiança de que estávamos fazendo a coisa<br />

certa. Passei pela terapia de alta dosagem de IL2 e senti que isso foi decisivo para que, hoje, eu esteja<br />

no quinto ano de sobrevivência.<br />

Aprendi que o tratamento para o <strong>câncer</strong> não é consistente e que não é padronizado. Eu estava<br />

emocionalmente afetado quando recebi o diagnóstico e, no início não me sentia realmente motivado a<br />

buscar informações e alternativas. Graças à minha esposa, consegui sair da letargia em que me<br />

encontrava e tomar uma atitude. Estou convencido de que a razão pela qual estou aqui hoje é o<br />

fortalecimento e uma busca proativa do oncologista certo, do hospital certo e da terapia certa.”


CAPÍTULO 6<br />

FORTALECIMENTO DO PACIENTE<br />

Os pacientes e familiares têm direitos, responsabilidades e muitas opções ao enfrentar o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Aqui estão etapas importantes de fortalecimento a seguir após seu diagnóstico.<br />

Uma forma de aumentar todas as suas chances de sobrevivência depois de um diagnóstico de <strong>câncer</strong> é<br />

tornar-se seu próprio advogado, em todas as fases do seu tratamento.<br />

Lembre-se de que você e sua família têm opções e direitos, bem como responsabilidades, a cada etapa<br />

da sua luta contra o <strong>câncer</strong>. Ao exercer suas opções, direitos e responsabilidades, você se fortalecerá e<br />

será capaz de tomar decisões corretas. E sua tranquilidade aumentará.<br />

Aqui estão as etapas básicas para se fortalecer e aumentar suas chances de sobrevivência.<br />

Advogar a seu favor<br />

Não tenha pressa<br />

Não tenha pressa de fazer uma cirurgia ou tratamento sem antes tomar conhecimento de alguns fatos<br />

básicos sobre seu tipo de <strong>câncer</strong> específico. Seu médico e suas emoções podem estar lhe dizendo para<br />

agir rápido. Mas seu tumor está com você há meses, talvez anos. Nem todos os tipos de <strong>câncer</strong> têm<br />

crescimento rápido. Dedique algum tempo a obter fatos básicos para poder tomar decisões bem<br />

informadas. Os primeiros passos podem afetar o curso de sua doença ou as opções de tratamento<br />

futuras. O tempo é importante, mas obter o tratamento correto é mais importante do que ganhar<br />

alguns dias ou uma semana.<br />

Obtenha fatos<br />

É importante se informar sobre seu diagnóstico e opções o quanto antes. Um bom primeiro passo é<br />

visitar bibliotecas ou pesquisar informações sobre a doença na Internet. Visite a biblioteca de um<br />

hospital ou faculdade de medicina. Se tiver algum conhecimento técnico, leia periódicos médicos. Ou vá<br />

até a sua biblioteca pública para fazer uma pesquisa de literatura computadorizada para obter<br />

informações sobre a doença. Muitas bibliotecas farão a pesquisa gratuitamente para você. Você pode<br />

ver quais médicos estão fazendo mais pesquisas e considerar a possibilidade de obter uma segunda<br />

opinião sobre as opções de tratamento. Veja a seção de recursos para o paciente incluída neste livro.<br />

Entre em contato com seu grupo de pacientes


A <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> (KCA), nos EUA, atende pacientes de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> e oferece informações<br />

que podem ser úteis. Além deste livro, a KCA distribui um boletim via e-mail mensal gratuito, o <strong>Kidney</strong><br />

<strong>Cancer</strong> News. Publicação trimestral, o <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> Journal é distribuído para médicos e pode ser<br />

acessado no site da KCA, www.kidneycancer.org. Essas informações atualmente só estão disponíveis em<br />

inglês.<br />

O site dos Centers for Disease Control & Prevention (www.cdc.gov) também publica uma lista de links<br />

com informações sobre <strong>câncer</strong>.<br />

Finalmente, procure um grupo de apoio em um centro de pacientes local ou encontros de pacientes em<br />

sua comunidade e participe.<br />

Obtenha uma segunda opinião<br />

Encontrar um médico especializado no seu tipo de <strong>câncer</strong> é uma boa ideia. Seu médico pode ser<br />

excelente, mas alguns tipos de <strong>câncer</strong> são muito raros, e é possível que ele não tenha lidado com casos<br />

suficientes para ser bom no tratamento da sua doença. Em medicina, a prática leva à perfeição.<br />

Comece pedindo ao seu médico que indique um colega para uma segunda opinião. Não hesite em fazer<br />

isso, os médicos não ficam ressentidos quando você procura uma segunda opinião. Isso é seu direito e<br />

sua responsabilidade.<br />

Ligue para um ou dois especialistas e agende consultas. Algumas vezes esses “supermédicos” estão<br />

muito ocupados e você pode precisar de encaminhamento de uma organização de pacientes com<br />

<strong>câncer</strong>. Peça esse tipo de ajuda.<br />

[photo caption:]<br />

Uma das coisas mais importantes que você pode fazer como paciente é manter seus registros médicos<br />

bem organizados e atualizados. Um diário médico pessoal pode ser muito útil.<br />

Suas responsabilidades<br />

Mantenha bons registros<br />

Adquira o hábito de colecionar relatórios e registros no momento das consultas com médicos ou outros<br />

profissionais de saúde e mantenha tudo organizado. Você deve manter os resultados de exames<br />

patológicos de todas as cirurgias e/ou biópsias, relatórios e CDs de exames de imagem e outros exames,<br />

além de registros de quaisquer tratamentos administrados. Um fichário com abas separadoras é a<br />

forma ideal de organizar suas informações de saúde e resultados médicos ou cirúrgicos.<br />

Leve esses registros a todas as consultas, especialmente quando for receber uma segunda opinião. Leve<br />

também vídeos ou um CD com seus exames de imagem mais comuns (não os deixe lá, a menos que o<br />

médico peça). Mantenha uma lista atualizada e legível de todos os seus medicamentos e forneça uma


cópia ao médico. Certifique-se de incluir quaisquer medicamentos de venda sem prescrição e terapias<br />

complementares.<br />

Você tem direito de obter cópias de seus registros médicos, cirúrgicos e patológicos. Não se surpreenda<br />

se o seu médico pedir que assine um recibo das radiografias ou se cobrar pela cópia dos documentos.<br />

Um recibo é simplesmente um registro escrito de que você recebeu os materiais que solicitou. Não<br />

hesite em solicitar seus registros. Se você tiver qualquer dificuldade de obtê-los, entre em contato com<br />

a ouvidoria do hospital.<br />

Procure um especialista<br />

Procure o médico mais qualificado para tratá-lo. Não confunda simpatia e boas maneiras com<br />

conhecimentos especializados. Você quer receber o melhor tratamento, não ser paparicado.<br />

Você tem maior probabilidade de encontrar um médico experiente em um grande centro de <strong>câncer</strong><br />

associado a um centro médico universitário, particularmente quando se trata de um tipo de <strong>câncer</strong><br />

raro. Entretanto, há muitos médicos excelentes em hospitais comunitários. Não hesite em ser tratado<br />

por eles, se tiverem experiência em seu tipo de doença. Simplesmente pergunte ao médico quantos<br />

pacientes com seu tipo de <strong>câncer</strong> ele tratou nos últimos 12 meses. Então, compare este número com os<br />

de outros médicos que você está pesquisando.<br />

Alguns centros médicos são famosos. Entretanto, em se tratando de <strong>câncer</strong>es raros, um centro de<br />

<strong>câncer</strong> menos conhecido pode oferecer atendimento mais avançado e ter mais médicos especializados<br />

nesse tipo específico de doença.<br />

Certifique-se de pedir estatísticas de sucesso cirúrgico, morbidade e taxas de complicação associadas a<br />

tratamentos.<br />

Estabeleça uma comunicação profissional com seu médico<br />

Estabelecer boa comunicação com seu médico é essencial para um bom resultado. Para começar, envie<br />

por fax todos os seus registros antes da consulta e leve-os com você. Você também pode querer enviar<br />

uma carta ou fax contando ao médico as mudanças em seu estado de saúde desde a última consulta.<br />

Inclua novos sintomas, como dores e hemorragias, e quaisquer novas doenças, como gripes, ou<br />

qualquer crise em sua vida, como demissão. Peça ao seu médico que indique uma “pessoa de contato”<br />

no consultório para comunicar suas dúvidas e determine o método preferido: e-mail, fax, telefone etc.<br />

Se você utilizar o telefone para se comunicar com seu médico ou enfermeiro e deixar uma mensagem,<br />

seja proativo e ligue de volta caso não receba resposta em um período de tempo razoável. As<br />

mensagens por telefone algumas vezes não chegam. Também é possível que ou o correio de voz não<br />

possa ser claramente ouvido, prejudicando o recebimento de sua mensagem. Não pense que sua<br />

mensagem está sendo ignorada. Ligue novamente para verificar se a mensagem foi recebida. Se você<br />

deixar mensagem em correio de voz, inclua o máximo de informações de identificação possível.<br />

Grandes clínicas têm muitos pacientes, alguns com nomes semelhantes. Quando mais informações você


fornecer na mensagem, mais rápido o enfermeiro ou médico poderá identificá-lo e responder suas<br />

dúvidas ou preocupações.<br />

É sempre uma boa ideia escrever as perguntas antes da consulta. Seja honesto e claro com suas dúvidas<br />

e seja direto em todas as comunicações com seu médico. Você tem direito de esperar respostas<br />

honestas e claras. Se possível, leve um acompanhante para ajudá-lo a anotar tópicos e apoiá-lo.<br />

Seguindo essas etapas, você estará mais bem preparado para encontrar seu médico. O médico deve<br />

poder responder suas perguntas e mostrar-se receptivo à sua participação ativa na determinação do<br />

melhor plano de tratamento para você. Essa abordagem do tipo “comercial” fará com que seu médico o<br />

respeite. E estabelecerá o tom de sua relação médico-paciente. Se o seu médico não responder suas<br />

perguntas, procure outro médico. Você tem direito a comunicações claras.<br />

Seja um cético<br />

Seu médico não poderá garantir que “removeu tudo”. Se você passar por tratamento cirúrgico, deve<br />

adotar uma postura cética sobre essa afirmação. O que o cirurgião realmente quer dizer é que removeu<br />

todo o tumor que podia ser visto. Ou seja: o cirurgião não removeu aquilo que não viu.<br />

Alguns tumores têm muitos vasos sanguíneos. Pequenos pedaços de tumor ou mesmo algumas células<br />

cancerosas podem ser levadas pela corrente sanguínea e assentar em outros locais do corpo. Alguns<br />

anos após a remoção do seu tumor primário, essas células podem formar novos tumores e matá-lo.<br />

Você precisa passar por check-ups médicos regulares. Você quer detectar e tratar imediatamente<br />

qualquer novo tumor que venha a aparecer. Nunca baixe a guarda. Assegure-se de obter<br />

acompanhamento regular.<br />

Seja responsável pelo seu acompanhamento<br />

Não presuma que alguém do consultório do seu médico é responsável pelo seu acompanhamento. Você<br />

deve assumir a responsabilidade de comparecer às consultas de acompanhamento agendadas e por<br />

manter o tratamento.<br />

Realize exames de acompanhamento regulares, incluindo tomografias, varreduras ósseas e<br />

hemogramas. Obtenha os resultados desses exames por escrito e peça encaminhamento ou consulte<br />

um especialista em caso de resultados anormais. Se você se sentir desconfortável com resultados<br />

anormais que seu médico não esteja tratando, procure uma segunda opinião.<br />

Não banque o médico<br />

Não tome vitaminas, preparações com ervas ou outros medicamentos sem falar com seu médico.<br />

Muitos pacientes querem ajudar a si mesmos. Suplementos vitamínicos e boa nutrição podem<br />

desempenhar um papel importante no tratamento contra o <strong>câncer</strong>. Entretanto, altas doses de<br />

suplementos podem interferir em alguns medicamentos ou radioterapia. Não se automedique, mesmo<br />

se for médico. Informações excelentes sobre nutrição estão disponíveis no American Institute for<br />

<strong>Cancer</strong> Research.


Não desperdice seu dinheiro com tratamentos sem justificativa médica. Algumas terapias alternativas<br />

são baseadas em teorias bem fundamentadas. Entretanto, sem conhecimento científico e sem<br />

pesquisar os detalhes, você não poderá dizer quais têm alguma validade e quais estão explorando<br />

pacientes vulneráveis.<br />

Se o seu <strong>câncer</strong> não responder aos primeiros tratamentos que você experimentar, converse com seu<br />

médico e vá para o próximo. Há muitas terapias válidas para cada tipo de <strong>câncer</strong>. E há novas terapias<br />

em constante desenvolvimento.<br />

Participe e seja ativo<br />

Participe de uma organização para pacientes com <strong>câncer</strong> que se especialize em seu tipo de <strong>câncer</strong>.<br />

Muitas organizações oferecem apoio emocional para pacientes com <strong>câncer</strong>. Mas não fique só no apoio<br />

emocional. O que você quer não é apenas se sentir emocionalmente bem; é vencer o <strong>câncer</strong>. Se ler<br />

livros populares sobre o <strong>câncer</strong>, lembre-se da mensagem realmente importante sobre o apoio<br />

emocional: “A boa saúde mental é necessária para a boa saúde física”. Mas não espere que os tumores<br />

simplesmente desapareçam porque você está se envolvendo com técnicas imaginativas, meditação,<br />

relaxamento ou algum outro método de autoajuda.<br />

As melhores organizações têm programas de informações contínuos para pacientes. A <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong><br />

<strong>Association</strong>, por exemplo, publica um boletim eletrônico mensal e realiza conferências para pacientes e<br />

médicos.<br />

A ciência está fazendo enormes progressos em muitos tipos de <strong>câncer</strong>. Informe-se. Envolva-se. Conheça<br />

outros pacientes bem informados. Conheça médicos e cientistas que são verdadeiros especialistas em<br />

seu tipo de <strong>câncer</strong>. Se tiver uma recidiva, você saberá quais são suas opções de tratamento e quem<br />

pode oferecer o melhor tratamento. Seja um ativista, apoie a sua organização de pacientes para que ela<br />

possa apoiar você. Aja na defesa de seus próprios interesses.<br />

Procure e pergunte<br />

Busque informações continuamente. Se um médico disser a você que um tumor é inoperável, procure<br />

uma segunda opinião. Ligue para o Serviço de Informações sobre o Câncer local para obter uma lista<br />

dos estudos clínicos envolvendo seu tipo de <strong>câncer</strong>. Quanto conseguir a listagem, analise-a com seu<br />

médico. Pergunte por que o tratamento proposto é melhor para você. Converse com outros pacientes<br />

que tenham experimentado alguma nova terapia proposta, para saber o que esperar. Se houver efeitos<br />

colaterais, lembre-se que nem todos os pacientes apresentam todos os sintomas indesejáveis. Pergunte<br />

ao seu médico o que ele pode fazer para controlar os efeitos colaterais.<br />

Resumo<br />

O fortalecimento do paciente leva a uma melhor compreensão de sua doença, uma maior sensação de<br />

controle sobre seu <strong>câncer</strong> e a melhor abordagem para tratar seu <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Há muitos recursos


disponíveis para ajudar a você e sua família a se ajustar ao diagnóstico. Não tenha medo de perguntar<br />

sobre eles.<br />

Você é parte da equipe que toma decisões sobre o seu plano de tratamento. Como paciente, tem<br />

direitos e responsabilidades. Você precisa trabalhar com seu médico e os outros membros de sua<br />

equipe de saúde para melhorar seu tratamento e utilizar os recursos disponíveis para você.


Famílias podem fazer toda a diferença<br />

Jason<br />

Idade: 34<br />

(O pai de Jason foi diagnosticado com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> em 2005)<br />

“Depois do diagnóstico, meu pai removeu um rim. Agora ele está participando de um estudo clínico<br />

agora e está indo bem.<br />

Um diagnóstico de <strong>câncer</strong> é um desafio para a família. Meu pai precisou de ajuda para entender os<br />

termos médicos e instruções, e alguém precisava acompanhá-lo em todas as consultas. E tivemos que<br />

organizar todos os registros médicos para ele. Eu acabei sendo a pessoa que fez a maior parte da<br />

coordenação, pois meus outros irmãos não tinham muito tempo livre.<br />

O meu conselho para qualquer familiar que esteja ajudando alguém com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> é: organize-se ao<br />

máximo. Organize <strong>Nós</strong> compramos um portfólio de artista grande, com laterais com zíperes e alças, e<br />

guardamos nele todos os raio-X e registros médicos do meu pai. Levávamos essa pasta para todas as<br />

consultas. E eu mantive registros bem detalhados de cada conversa no notebook. Anotei os nomes de<br />

todas as pessoas, as datas, horários e o que elas disseram nos encontros que tivemos. As coisas podem<br />

acontecer muito rápido em reuniões médicas, e é fácil esquecer os detalhes.<br />

Além do lado prático, eu acho que é muito importante para as famílias conversar bastante entre si<br />

quando lidam com <strong>câncer</strong>. Você tem que aceitar o fato de que alguém da família está doente e falar<br />

sobre o que sente abertamente. Tentem se manter próximos e, quando tiverem um problema, falem<br />

sobre ele. Algumas vezes, os homens não querem mostrar tanto os seus sentimentos, mas você tem<br />

que ter uma válvula de escape.<br />

O maior desafio é não saber se o <strong>câncer</strong> vai voltar, e isso significa que a esperança se torna muito<br />

importante. Você deve continuar a sua vida depois do diagnóstico e concentrar-se em coisas positivas.<br />

Se ficar parado pensando negativamente, nunca vai conseguir vencer esse desafio. Para mim, isso<br />

significa tornar-se mais envolvido espiritualmente. Outros podem encontrar a esperança de outra<br />

maneira, mas você tem que encontrá-la em algum lugar.”


CAPÍTULO 7<br />

VIVENDO COM O CÂNCER DIA A DIA<br />

O impacto do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> na sua vida é complexo. Aqui estão sugestões sobre o que esperar – desde<br />

temas ligados a emprego e plano de saúde até dieta, estilo de vida e relacionamentos familiares.<br />

[photo caption:]<br />

O <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> pode ter impacto importante na sua vida doméstica. Construir uma atmosfera de<br />

comunicação aberta e apoio ajuda o paciente a progredir na recuperação.<br />

À medida que você aprender mais sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> e, talvez, conhecer outros pacientes de <strong>câncer</strong><br />

<strong>renal</strong>, verá que é possível viver uma vida plena e satisfatória após o diagnóstico. Mas é óbvio que sua<br />

vida será afetada, tanto durante os tratamentos iniciais quanto na fase de recuperação.<br />

Atendimento de apoio<br />

À medida que você se adapta ao diagnóstico, pode lidar com diversas questões físicas, emocionais e<br />

práticas que podem apresentar desafios. É importante lembrar-se que lidar com esses assuntos é uma<br />

parte central do seu tratamento geral – e que existem recursos disponíveis para ajudar. Esse<br />

componente do seu plano geral de saúde chama-se atendimento de apoio e abrange todas as formas de<br />

atendimento com a finalidade de apoiar a sua qualidade de vida.<br />

Entre os elementos importantes do atendimento de apoio estão a gestão de náusea, dor, fadiga,<br />

nutrição, dos exercícios e terapias físicas, vida familiar e assuntos práticos, como plano de saúde.<br />

Quando começar a criar um plano de atendimento de apoio, não deixe de ter conversas francas com<br />

seu médico e equipe de atendimento médico sempre que se sentir ansioso ou incerto sobre o que deve<br />

fazer. Uma equipe especializada em oncologia deve ser capaz de abordar todas essas questões,<br />

oferecendo atendimento ou indicando onde conseguir ajuda. (Informações sobre questões de fim de<br />

vida, atendimento paliativo e prestação de serviços a pacientes terminais estão incluídos no capítulo<br />

“Bem-estar emocional”). À medida que você sabe mais sobre como lidar com sua doença, lembre-se<br />

que cada tipo de <strong>câncer</strong> tem propriedades e sintomas únicos. Esteja ciente de que os conselhos e apoio<br />

que podem ser úteis para pacientes de determinado tipo de <strong>câncer</strong> podem não ser aplicáveis a alguém<br />

com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Náusea, dor e fadiga<br />

Pacientes de <strong>câncer</strong> frequentemente devem lidar com náusea, dor e fadiga – que têm diversas causas.<br />

Algumas estão diretamente relacionadas com o próprio <strong>câncer</strong>, outras com o tratamento a que se


submetem os pacientes de <strong>câncer</strong>. Nem todos experimentam esses sintomas, mas, se você<br />

experimentar, existe tratamento disponível.<br />

Náusea A náusea pode ter diversas causas, incluindo o tratamento sistêmico (imunoterapia,<br />

quimioterapia, terapia alvo) ou tratamentos com radiação, crescimento do tumor ou ansiedade quanto<br />

à doença. Pode-se tentar diversas estratégias com a finalidade de reduzir a náusea, desde se alimentar<br />

com refeições menores até beber menores quantidades de água com maior frequência e fazer<br />

exercícios de relaxamento. Se essas técnicas não forem eficazes, o seu médico poderá receitar<br />

medicamentos contra a náusea. Também conhecidos como antieméticos, os medicamentos contra a<br />

náusea costumam ser de uso oral e podem reduzir consideravelmente os sintomas da náusea. Existem<br />

vários medicamentos disponíveis, e às vezes é preciso experimentar diversos tipos ou combinações até<br />

alcançar um resultado bem-sucedido.<br />

Dor A dor que você eventualmente sentir pode estar relacionada com o próprio <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> ou com<br />

algum dos tratamentos aos quais está se submetendo. Você deve sempre comunicar-se clara e<br />

honestamente com a sua equipe de atendimento médico sobre qualquer dor que sentir. Descreva a<br />

qualidade da sua dor – ou seja, onde se encaixa em uma escala de 0 a 10 (0 sendo “sem dor” e 10 “a<br />

pior dor possível”)? Alguma coisa aumenta ou diminui a sua dor (ou seja, mudança na posição do corpo<br />

para deitado, sentado, de pé; aplicação de calor ou frio na área dolorida)?<br />

Ao trabalhar com seu médico e equipe médica, você pode desejar estabelecer objetivos para gestão da<br />

dor. Considere o que você deve conseguir fazer para melhorar a sua qualidade de vida (ajudar seus<br />

filhos com a lição de casa da escola, por exemplo). Muitos analgésicos estão disponíveis para controlar<br />

a dor – tanto receitados quanto de venda livre. Observação: O medo de dependência de analgésicos<br />

pode levar a ansiedade e dor desnecessárias e à incapacidade de fazer as coisas que são importantes<br />

para você. Esse medo não procede, pois existem os “problemas de dependência“ são muito raros em<br />

pacientes de <strong>câncer</strong>. É muito importante discutir essa e outras dúvidas sobre analgésicos que você<br />

possa ter com o seu médico e enfermeiro.<br />

Alguns pacientes com <strong>câncer</strong> podem achar que usar analgésicos significa que estão perto do fim das<br />

suas vidas. Isso nem sempre é verdade. Se você tiver essa dúvida ou preocupação, informe seu médico,<br />

que poderá explicar o uso de analgésicos no seu plano de recuperação. Os analgésicos podem ser<br />

complementados ou, em alguns casos, substituídos por intervenções não médicas, como terapias de<br />

meditação e relaxamento.<br />

Fadiga Um dos mais perturbadores efeitos colaterais do <strong>câncer</strong>, a fadiga pode afetar consideravelmente<br />

a sua vida. A fadiga pode ser causada por diversos fatores, incluindo depressão, insônia, anemia, efeitos<br />

do tratamento do <strong>câncer</strong> e distúrbios metabólicos causados pelo seu <strong>câncer</strong>. A fadiga relacionada ao<br />

tratamento é bastante comum.<br />

Para combater a fadiga, recomenda-se que os pacientes organizem suas atividades e escolham onde<br />

desejam gastar energia. Organizar sua casa e ambiente de trabalho de forma a ajudar a acomodar os<br />

seus níveis de energia mais baixos pode ajudar, e você deve tentar limitar suas demandas físicas antes,


durante e após o tratamento de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. O tratamento da anemia (níveis abaixo do normal de<br />

glóbulos vermelhos do sangue) também pode ser útil, bem como regimes de exercício, nutrição e<br />

técnicas de gestão do estresse. A terapia com medicamentos para a fadiga é usada ocasionalmente. É<br />

importante que você discuta o seu nível de fadiga com a sua equipe de atendimento médico.<br />

Constipação intestinal Não é incomum que pacientes de <strong>câncer</strong> fiquem constipados. Os fatores que<br />

contribuem são analgésicos, tratamento do <strong>câncer</strong>, falta de exercício e nutrição deficiente. Em muitos<br />

casos, ajustes nutricionais e um maior consumo de água podem ajudar bastante. Outras abordagens<br />

também estão disponíveis – e, mais uma vez, discutir o assunto com a sua equipe de atendimento<br />

médico é um primeiro passo importante.<br />

Depressão Não é incomum que pacientes de <strong>câncer</strong> fiquem deprimidos. Os antidepressivos de baixa<br />

dosagem atuais são seguros, bem tolerados e eficazes como tratamento. O uso de antidepressivos não<br />

deve ser considerado um sinal de fraqueza – eles são parte importante de um plano de tratamento geral<br />

para alguns pacientes.<br />

O papel da dieta<br />

A relação precisa entre dieta e <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> é desconhecida. No entanto, estima-se que a dieta seja um<br />

fator causal em cerca de 35% de todos os <strong>câncer</strong>es 39 . Alguns acreditam que uma dieta rica em proteínas<br />

pode ser um fator de risco. A obesidade também pode desempenhar um papel no <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, bem<br />

como em outros <strong>câncer</strong>es 40 . Não há, no entanto, muitas evidências sugerindo que mudanças na dieta<br />

previnam a recidiva ou curem o <strong>câncer</strong>.<br />

Uma dieta saudável e bem equilibrada ajuda o paciente a manter o nível de energia, evita que os<br />

tecidos do corpo se decomponham, previne infecções e promove a regeneração de tecidos normais. A<br />

alimentação correta é particularmente importante se você estiver sob terapia de <strong>câncer</strong>. Muitos<br />

alimentos podem ser benéficos; os nutricionistas recomendam ingerir, por exemplo, alimentos ricos em<br />

fibras e incluir bastante frutas, vegetais e grãos integrais na sua dieta. Invista o tempo necessário para<br />

saber mais sobre boa nutrição e, se ajudar, consulte um nutricionista profissional.<br />

Alguns pacientes tornam-se vegetarianos ou adotam uma dieta macrobiótica. Essa dieta pode ser<br />

benéfica, desde que seja devidamente equilibrada e atenda às suas necessidades nutricionais. A adoção<br />

de uma dieta específica pode fazer com que você se sinta com mais “controle” sobre a sua doença. Mas<br />

há pouca evidência de que uma mudança na dieta afete o crescimento do seu <strong>câncer</strong>, e algumas dietas<br />

podem ser danosas ou dispersivas em um momento em que você precisa de energia para combater o<br />

seu <strong>câncer</strong>.<br />

Se você estiver com sobrepeso, não deixe de discutir o seu peso com o seu oncologista antes de iniciar<br />

um plano de emagrecimento, pois o seu médico pode considerar que tentar perder peso em momentos<br />

específicos de sua doença e terapia pode ser prejudicial ao seu plano de tratamento.<br />

Pacientes muitas vezes se perguntam se podem ingerir bebidas alcoólicas depois de remover um rim<br />

devido a <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. A resposta é “sim”. Um drinque de vez em quando, em encontros sociais, uma


cerveja em um evento esportivo ou um vinho em um jantar especial provavelmente não serão<br />

prejudiciais. Discuta isso com seu médico, pois a ingestão de álcool pode não ser recomendável em<br />

momentos específicos do tratamento. Depois que o <strong>câncer</strong> desestabilizou a sua vida, esses prazeres<br />

simples podem tornar-se mais significativos. Há até algumas evidências em pesquisas médicas<br />

sugerindo que tomar um copo de vinho regularmente pode ser benéfico à saúde. Também é possível<br />

que você goste das novas cervejas sem álcool. As bebidas preparadas com grãos integrais podem ter<br />

valor nutricional.<br />

Mais informações sobre o papel da nutrição no <strong>câncer</strong>, inclusive brochuras e folhetos para download,<br />

podem ser encontradas no site do American Institute of <strong>Cancer</strong> (www.aicr.org). Atualmente, essas<br />

informações só estão disponíveis em inglês.<br />

Automedicação<br />

Muitos pacientes de <strong>câncer</strong> se automedicam com suplementos alimentares e nutricionais. Alguns<br />

pacientes tomam, por exemplo, megadoses de vitaminas, acreditando que isso evitará a recidiva ou até<br />

curará o seu <strong>câncer</strong>. Não há muitas evidências de pesquisa de que essa automedicação possa influenciar<br />

diretamente a recidiva ou cura.<br />

Os pacientes ser extremamente cautelosos ao usar vitaminas. Estudos mostram que a ingestão de<br />

megadoses de algumas vitaminas, a A ou a E, pode ser prejudicial à saúde.<br />

Suplementos que contêm vitamina A podem interagir com alguns medicamentos e produzir efeitos<br />

colaterais e toxicidade indesejáveis. Também podem causar toxicidade ou danos ao fígado quando<br />

ingeridos em associação com retinoides.<br />

Pacientes que fizeram uma nefrectomia normalmente têm um rim funcional e metade da sua<br />

capacidade <strong>renal</strong> nominal. Sempre informe o seu médico de que você tem apenas um rim, pois isso<br />

pode afetar todas as suas futuras prescrições de medicamentos.<br />

Os pacientes também devem lembrar que os suplementos alimentares vendidos em lojas de alimentos<br />

saudáveis não são necessariamente regulados pela Anvisa.<br />

Embora existam vários bons fabricantes de suplementos dietéticos, você não pode ter certeza sobre a<br />

qualidade dos suplementos. Por exemplo, todos os medicamentos vendidos com receitas têm prazo de<br />

validade e não podem ser vendidos após sua expiração, para que sua eficácia e segurança estejam<br />

garantidas. Suplementos dietéticos não têm necessariamente um prazo de validade, e é difícil saber se<br />

um produto na prateleira de uma loja de alimentação saudável é recente.<br />

Não comece a ingerir megadoses de vitaminas, novas vitaminas ou outros suplementos nutricionais<br />

sem antes conversar com o seu médico. Alguns pacientes não querem que seu médico saiba de seu<br />

comportamento de automedicação, pois temem que esse comportamento não seja aprovado. Na<br />

verdade, todo médico experiente já trabalhou com pacientes que ingeriam suplementos. O seu médico<br />

não ficará surpreso se você manifestar interesse em suplementos nutricionais.


Embora ele possa não ser um especialista em nutrição, uma discussão franca pode evitar que você<br />

cometa um erro sério ou ajudar a prevenir uma perigosa interação de medicamentos. Se quiser seguir<br />

estratégias nutricionais, procure um médico que seja especialista em pesquisa nutricional.<br />

Medicina complementar e alternativa (CAM)<br />

Alguns pacientes acreditam que a medicina “convencional” não curará o seu <strong>câncer</strong>. Eles pensam que<br />

tratamentos “tóxicos” danificarão seu sistema imunológico. Esses pacientes não sabem como a<br />

imunoterapia funciona ou o quanto o tratamento científico do <strong>câncer</strong> avançou.<br />

Você pode ter ouvido falar na cartilagem de tubarão como um tratamento de <strong>câncer</strong>. Não há evidências<br />

de pesquisa de que a ingestão de cartilagem de tubarão funcione. O mesmo acontece com a cartilagem<br />

bovina, outro tratamento alternativo.<br />

Alguns pacientes tentam o chá Essiac, uma bebida preparada com cortiça de árvore e ervas. O chá<br />

Essiac contém alguns produtos químicos interessantes, mas não há evidências de pesquisa de que possa<br />

curar o <strong>câncer</strong> ou evitar a recidiva.<br />

As ervas são usadas na medicina há séculos. Na verdade, a maioria dos preparados farmacêuticos foi<br />

feita originalmente com plantas até os anos 50, quando a química orgânica foi desenvolvida, levando à<br />

síntese e fabricação de produtos químicos existentes na natureza. O taxol, um medicamento usado para<br />

tratar o <strong>câncer</strong> de ovário, foi feito originalmente a partir da cortiça do teixo canadense, até poder ser<br />

sintetizado.<br />

Muitas ervas não podem ser simplesmente ingeridas. Precisam de preparo para liberar seus<br />

ingredientes ativos e disponibilizá-los biologicamente no organismo. Além disso, algumas ervas podem<br />

interagir com medicamentos. Sem o conhecimento adequado, você pode causar danos a si mesmo.<br />

Alguns pacientes procuram clínicas em outros países. Não há comprovação, porém, de que os<br />

tratamentos disponíveis em clínicas do exterior ofereçam qualquer vantagem terapêutica em relação<br />

ao que está disponível nos centros de <strong>câncer</strong> do seu país. Além disso, seu plano de saúde pode não<br />

cobrir o tratamento nessas clínicas. Algumas delas podem até utilizar práticas médicas antiéticas e/ou<br />

perigosas.<br />

Por exemplo, enemas de café para “desintoxicar” pacientes causaram rupturas de cólon, resultando em<br />

infecções sérias e morte. Outro remédio continha carne de cascavel e foi constatado que estava<br />

contaminado por bactérias raras relacionadas à tuberculose. Vários pacientes morreram em<br />

consequência do uso desse remédio.<br />

Fumo<br />

Se você fuma, pare e nunca volte a fumar. Um histórico de fumante é um dos fatores de risco para o<br />

<strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Obtenha ajuda profissional pedindo a seu médico uma indicação de um programa para<br />

abandonar o fumo. Se estiver preocupado com o ganho de peso, pare de fumar mesmo assim e


combata o ganho de peso com dieta e exercícios. Incentive as pessoas a seu redor, particularmente os<br />

jovens, a parar de fumar cigarros ou a evitar começar a fumá-los.<br />

Exercícios<br />

Exercitar-se lhe fará bem. Depois da cirurgia, exercícios moderados podem ajudá-lo a recuperar o tônus<br />

muscular e a reconstruir os músculos cortados. Os exercícios podem complementar a dieta, facilitando a<br />

perda de peso.<br />

Tente fazer pelo menos meia hora de exercícios a cada dois dias. Caminhada vigorosa, jogging, natação<br />

ou outros exercícios aeróbicos promovem a boa saúde cardiovascular e podem ajudar a reduzir a<br />

hipertensão arterial. A caminhada é uma excelente forma de exercício, se praticada regularmente.<br />

Exercitar-se também é uma boa forma de reduzir e controlar o estresse. Também se acredita que o<br />

exercício regular retarde o processo de envelhecimento. Infelizmente, na sociedade moderna, onde<br />

muitas pessoas têm profissões sedentárias, muitas vezes não fazemos exercícios suficientes. Tente<br />

programar algum tempo para fazer exercícios com regularidade e incorpore isso a seu estilo de vida.<br />

Você pode começar com exercícios lentos e fáceis, aumentando a quantidade gradualmente até atingir<br />

seus objetivos. Sempre consulte seu médico antes de iniciar um regime de exercícios, para que as<br />

mudanças nos níveis de fadiga possam ser monitoradas com precisão e não haja estresse de ossos<br />

e/ou músculos frágeis.<br />

Vida familiar<br />

O <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> provavelmente terá um impacto importante na sua vida doméstica. Quando um membro<br />

da família tem <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, a família inteira tem a doença. O amor e apoio dos membros da família são<br />

importantes em todas as fases do diagnóstico e tratamento. No primeiro diagnóstico, a família pode<br />

consolar o paciente. Quando o paciente estiver no hospital, os membros da família frequentemente<br />

complementarão a equipe de enfermagem nos cuidados ao paciente. Quando o paciente volta do<br />

hospital para sua casa, são os membros da família que cuidam dele. Quando o acompanhamento e o<br />

tratamento continuam, os membros da família facilitam o processo.<br />

Médicos experientes sabem que a família sofre, e ajudar a família é outra maneira de ajudar o paciente.<br />

E, da mesma forma que desenvolvem um relacionamento com o paciente, os médicos frequentemente<br />

desenvolvem um relacionamento com a família do paciente. O relacionamento do médico com a família<br />

do paciente normalmente começa no momento do diagnóstico. A maioria dos médicos desejará<br />

informar o diagnóstico e fazer o planejamento para o paciente na presença de membros da família.<br />

Será útil se essa comunicação ocorrer em um só momento, para que todos os membros da família<br />

ouçam exatamente as mesmas coisas e possam ouvir as perguntas dos outros familiares.<br />

Em caso de nefrectomia, o cirurgião pode informar sobre o andamento da operação para os membros<br />

da família que estão aguardando. Depois da operação, o cirurgião também informará a família sobre a<br />

condição do paciente. À medida que o paciente se recuperar no hospital, os membros da família


provavelmente se reunirão com os médicos e enfermeiros. Esse contato pode oferecer à família uma<br />

oportunidade de fazer perguntas e obter mais informações.<br />

Pesquisas demonstram que uma pessoa vivendo com <strong>câncer</strong> se lembrará apenas de uma quantidade<br />

limitada das informações prestadas durante uma consulta médica. Isso acontece porque o paciente está<br />

tentando processar muitas informações novas e porque a memória às vezes falha ao lidar com uma<br />

situação estressante. Para melhorar a comunicação médico-paciente, você deve escrever as perguntas<br />

que deseja ver respondidas antes de chegar à sua consulta. Encontre um membro da família ou amigo<br />

disposto a acompanhá-lo a todas as consultas médicas. Essa pessoa pode tomar notas para você no<br />

consultório e, mais tarde, ajudá-lo a esclarecer as informações. Se você desejar, essa pessoa pode servir<br />

de contato para fornecer informações para as pessoas preocupadas e significativas da sua vida. Passar<br />

informações sobre a evolução da doença e do tratamento para os entes queridos é uma tarefa que<br />

pode se tornar exaustiva para os pacientes. Essa abordagem também evita que diferentes membros da<br />

família entrem em contato com o médico individualmente para obter informações sobre a condição do<br />

paciente. É importante ter um plano bem pensado para comunicar informações entre as pessoas<br />

queridas.<br />

Aqueles que experimentam o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> podem descobrir que a família se transforma em um dos<br />

fatores mais importantes na sua recuperação. Manter contato com outras famílias que passaram pelos<br />

mesmos desafios pode ajudar bastante. A <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> mantém uma sala de bate-papo<br />

para pacientes e famílias no seu site (www.kidneycancer.org), e é fácil encontrar outras salas de batepapo,<br />

quadros de avisos e grupos de apoio on-line para famílias enfrentando um diagnóstico de <strong>câncer</strong>.<br />

Você pode obter mais informações sobre esses recursos e outras questões ligadas à família no capítulo<br />

“Bem-Estar Emocional”. Pode ser difícil lidar com questões de plano de saúde e emprego quando a sua<br />

mente está ocupada com o seu <strong>câncer</strong>. É importante que você se familiarize com as políticas do seu<br />

plano de saúde e emprego.<br />

Plano de saúde<br />

Como ocorre com qualquer outra doença grave, os custos do tratamento de <strong>câncer</strong> podem ser altos. Se<br />

você tem plano de saúde, como cobertura da empresa na qual trabalha, deve ler todas as brochuras<br />

com informações e detalhes sobre sua apólice. Familiarize-se com os termos da sua cobertura e com os<br />

procedimentos para preencher pedidos de reembolso. Se o seu empregador for uma empresa de<br />

grande porte, você deve conversar com o gerente de benefícios e/ou diretor médico da sua empresa.<br />

Essas pessoas podem ajudá-lo. Também é uma boa ideia se um amigo ou membro da família ajudá-lo a<br />

revisar todas as suas contas médicas, pedidos de reembolso de despesas de saúde, pagamentos e<br />

reembolsos recebidos.<br />

Planos de saúde, incluindo seguros, são controlados por leis federais e estaduais, e essas leis podem<br />

variar. Esteja preparado para fazer sua lição de casa a respeito das leis de onde você reside.<br />

Cobertura de plano de saúde para estudos clínicos


Estudos clínicos de tratamentos experimentais (os não aprovados pela Anvisa para o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>) são<br />

opções médicas frequentemente utilizadas para pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> avançado. Muitas vezes, as<br />

seguradoras só reembolsam formas de tratamento padrão reconhecidas. Portanto, é importante que<br />

você verifique com a sua seguradora quais são as políticas de reembolso antes de começar algum<br />

tratamento específico.<br />

Se você já está em tratamento e a sua seguradora rejeitou um dos seus pedidos de reembolso, há<br />

diversas coisas que você pode fazer. Primeiro, você pode simplesmente enviar o pedido de reembolso<br />

novamente. Em muitos casos, um analista diferente processará o segundo pedido de reembolso e<br />

poderá aprová-lo. Segundo, várias seguradoras tem processos formais de apelo para pedidos de<br />

reembolso. Você pode apelar para que o seu pedido de reembolso seja revisto. Terceiro, se um pedido<br />

de reembolso for rejeitado e você trabalha em uma empresa de grande porte, deve notificar o<br />

administrador de benefícios do seu empregador, diretor médico corporativo ou representante de<br />

benefícios do sindicato. Eles podem fazer sugestões ou reenviar o pedido de reembolso por você. O seu<br />

empregador é o cliente da seguradora, e a seguradora quer manter seus clientes satisfeitos. Se o seu<br />

empregador interceder a seu favor, o pedido de reembolso poderá ser pago. Uma boa empresa tomará<br />

essa medida porque gasta bastante dinheiro para o programa de plano de saúde de seus funcionários.<br />

Seu empregador deseja obter valor como retorno por esse investimento. Quarto, você pode escrever<br />

para o comissário de seguros do seu estado e enviar uma cópia da carta para a sua seguradora. O setor<br />

de seguros é regulado, e a maioria dos estados tem uma comissão ou agente público que supervisiona<br />

as seguradoras operando no estado. A sua seguradora pode decidir pagar o seu pedido de reembolso<br />

em vez de ter que responder a uma consulta da comissão. Se a sua seguradora continuar impassível,<br />

você pode registrar uma reclamação formal na comissão de seguros do seu estado. Registre a data e<br />

nome da pessoa com quem conversou sempre que ligar para a sua seguradora.<br />

A <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> não sugere o confronto como uma tática para resolver pedidos de<br />

reembolso. A história mostra que pessoas bem-intencionadas ofereceram curas falsas para <strong>câncer</strong> e<br />

diversas outras doenças. Algumas registraram pedidos de reembolso falsos e cometeram fraude de<br />

seguros; outros abusaram de sua cobertura. É normal que as seguradoras sejam cuidadosas com os<br />

fundos de seus segurados. A prudência no pagamento de pedidos de reembolso mantém o custo dos<br />

seguros baixo e os tornam mais acessíveis para todos os pacientes.<br />

Você tem mais chances de ser reembolsado por um tratamento experimental se tiver o apoio do seu<br />

médico e de outros médicos, se o tratamento for administrado por um importante hospital escola de<br />

uma universidade e se experiências prévias com o tratamento indicarem que ele pode ajudá-lo. Esses<br />

fatores demonstram para a sua seguradora que o seu pedido de reembolso não é frívolo e que o<br />

tratamento é apropriado, mesmo que ainda não comprovado. Envolva o seu médico e centro de<br />

tratamento do hospital se tiver dificuldade em obter apoio de sua seguradora. Fale com o conselheiro<br />

financeiro do hospital onde você está fazendo o tratamento – ele pode trabalhar com a sua seguradora<br />

para garantir que os encargos sejam cobrados corretamente, que os “códigos” corretos sejam usados e<br />

que os encargos sejam esclarecidos. Os encargos para visitas do médico, exames e procedimentos são<br />

determinados levando-se em conta se eles são considerados “atendimento padrão” para um paciente


com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> ou não. A sua seguradora deve cobrir os encargos do “atendimento padrão”,<br />

enquanto que encargos de exames feitos especificamente para “pesquisa” em geral são cobertos pelo<br />

patrocinador do estudo clínico que está conduzindo a pesquisa. A sua equipe de atendimento médico<br />

ou o conselheiro financeiro pode ajudá-lo com as contas do tratamento e questões de seguro.<br />

Seguro de vida<br />

Pode parecer estranho pensar sobre obter ou aumentar a cobertura do seu seguro de vida depois de<br />

um diagnóstico <strong>câncer</strong>. No entanto, existem diversas razões para que você faça exatamente isso. Por<br />

exemplo, se você tentar obter um empréstimo ou desejar hipotecar sua casa, o seu banco pode exigir<br />

um seguro de vida válido do qual o banco seja o beneficiário. Se você tem um negócio ou tem sócios,<br />

sua empresa pode precisar ter uma política de seguro de vida para você, para recomprar suas ações em<br />

caso de morte.<br />

Um número crescente de pacientes de <strong>câncer</strong> sobrevive à doença. Quanto mais você sobreviver, maior<br />

a probabilidade de cura, e mais você será visto como um risco aceitável pelas seguradoras. Existem<br />

seguradoras preparadas para oferecer cobertura para pacientes de <strong>câncer</strong> que não demonstram sinais<br />

da doença e determinado tempo tiver transcorrido desde o tratamento e o diagnóstico iniciais.<br />

Se você quiser obter um seguro de vida ou aumentar a sua cobertura, converse com um agente de<br />

seguros profissional para explorar as opções disponíveis. Esteja ciente de que você poderá ser<br />

classificado um risco maior e, nesse caso, pagará mais pela cobertura que outra pessoa que não tenha<br />

tido <strong>câncer</strong>.<br />

Emprego e negócios<br />

O seu empregador provavelmente saberá que você tem <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, pois você se ausentará do<br />

trabalho por diversas semanas devido à nefrectomia. Você também pode ausentar-se do trabalho se<br />

participar em determinados estudos clínicos ou tratamentos. Além disso, é possível que seus pedidos<br />

de reembolso tenham de ser podem ter que ser assinadas pelo seu empregador.<br />

O seu relacionamento com o trabalho é um fator importante para a sua qualidade de vida. Se você<br />

estiver insatisfeito com o seu trabalho, o seu <strong>câncer</strong> pode ser uma motivação para pensar em mudar de<br />

emprego. Se você tem um trabalho com alto nível de estresse ou que exige muitas horas extras ou<br />

longas viagens, talvez prefira exercer outra função na mesma organização.<br />

Mesmo que você se cure do <strong>câncer</strong>, um empregador pode considerá-lo um funcionário de risco ou um<br />

funcionário que vai ter um custo de seguro maior ou que precisará ausentar-se. Ainda assim, existem<br />

leis para protegê-lo contra a discriminação. Recomendamos que você pesquise seus direitos e proteções<br />

com relação à discriminação de pessoas com histórico de <strong>câncer</strong> no trabalho.


A sua condição de saúde também será um fator considerado se estiver procurando um novo emprego.<br />

A maioria dos empregadores mantêm política de submeter os candidatos a emprego a exames médicos<br />

antes da contratação. O seu histórico de saúde também será parte de qualquer solicitação de seguro<br />

pelo empregador, que poderá ter que assinar esses formulários quando forem enviados para a<br />

seguradora para aprovação.<br />

Discriminação no trabalho (EUA)<br />

Seu país pode classificá-lo como incapacitado para o trabalho conforme suas condições como paciente<br />

com <strong>câncer</strong>. Você pode ter direito a determinadas proteções contra a discriminação no trabalho com<br />

base nessas condições.<br />

Se uma vaga de trabalho lhe for negada em razão do <strong>câncer</strong>, você pode entrar com processo judicial. As<br />

informações sobre leis e regulamentações com relação a esse procedimento podem ser disponibilizadas<br />

pelo Ministério do Trabalho.<br />

Benefícios trabalhistas<br />

Por outro lado, nos EUA, se o sistema de saúde declará-lo incapacitado, seu empregador pode ser<br />

elegível para créditos trabalhistas federais e estaduais, concessões de treinamentos ou outras formas<br />

de assistência financeira por empregá-lo. Para obter mais informações, informe-se no o Ministério do<br />

Trabalho antes de procurar um novo emprego.<br />

O impacto das leis sobre os pacientes de <strong>câncer</strong><br />

Leis são as regras formais que governam uma sociedade. Muitas leis afetam você como paciente de<br />

<strong>câncer</strong>.<br />

Essas leis influenciam a qualidade e disponibilidade do seu atendimento de saúde, o quanto você paga<br />

pelo atendimento e diversos outros aspectos do seu atendimento. É importante que você conheça seus<br />

direitos e restrições nos termos de diversas leis.


Procure outras pessoas para conseguir apoio<br />

Paciente: Julia<br />

Idade: 65<br />

“Fui diagnosticada com um tumor no rim direito em 2000. Dois outros médicos analisaram meus<br />

exames e não viram mais nada, mas um quarto médico detectou outro tumor no rim esquerdo. Eu tinha<br />

tumores nos dois rins, o que era raro. Depois do diagnóstico bilateral, fiquei em choque. Mas continuei<br />

esperançosa até minha terceira e mais invasiva cirurgia: uma nefrectomia parcial com remoção de<br />

costela, em 2003. Depois disso, fiquei muito deprimida.<br />

Eu estava quase perdendo as esperanças quando uma notificação de uma conferência sobre o <strong>câncer</strong><br />

<strong>renal</strong> que iria acontecer chegou pelo correio. Meu marido viu o convite e sugeriu que fôssemos, mas eu<br />

resisti. Com a insistência dele, acabei por concordar. Até então, eu me sentia totalmente sozinha com<br />

minha doença, mas, na conferência, encontrei várias outras pessoas com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> e comecei a me<br />

sentir melhor. As informações da conferência foram ótimas, e eu comecei a achar que talvez pudesse<br />

compartilhá-las com outros. A <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> me estimulou a ir a outras conferências, e<br />

aquilo me levou a reunir pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> em meu bairro. Na primeira reunião, tínhamos<br />

pelo menos 30 pessoas, e a sala estava lotada.<br />

Agora nos reunimos três ou quatro vezes ao ano, sempre convidando um médico para participar.<br />

Trocamos novas informações que coletamos em conferências ou estudos e pesquisas. Quais são os<br />

novos tratamentos? Há alguma novidade na área de cirurgias? E assim por diante. As reuniões são<br />

muito informativas, estamos lá para trocar informações, não para sentir pena de nós mesmos. Uma<br />

reunião dura cerca de uma hora. Temos algumas pausas e tudo flui.<br />

A interação com outros pacientes é fantástica. Eu fiz novas amizades, nós almoçamos juntos, tomamos<br />

café e apoiamos uns aos outros. Eu aconselho outras pessoas a considerara organização de reuniões em<br />

seu bairro. O primeiro passo é ligar para a <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong>, que oferecerá conselhos e<br />

assistência para começar. Ter esse tipo de envolvimento foi um grande incentivo para mim. Eu<br />

continuei a me reunir com outras pessoas porque sei que muitas pessoas sentem-se isoladas, como eu<br />

me sentia. Quando elas vêm à reunião eu sei que ajudei alguém, e eles normalmente vão embora<br />

sentindo que há esperança.”


CAPÍTULO 8<br />

BEM-ESTAR EMOCIONAL<br />

A boa saúde mental caminha lado a lado com a boa saúde física. Preste atenção em seu bem-estar<br />

emocional.<br />

[photo caption:]<br />

A boa saúde mental caminha lado a lado com a boa saúde física.<br />

Seu estado de espírito é uma parte importante da luta contra o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Saúde mental<br />

Ao passar por um <strong>câncer</strong>, você encontrará livros e artigos que remetem a uma atitude mensal positiva,<br />

relações íntimas e de afeto, redução do estresse, bons pensamentos, meditação e outras técnicas de<br />

relaxamento. A mensagem real desses documentos é que os processos mentais e estados de espírito<br />

podem contribuir com a sobrevivência e cura dos pacientes com <strong>câncer</strong>. Em resumo, a boa saúde<br />

mental caminha lado a lado com a boa saúde física. Ter uma atitude mental positiva não custa nada.<br />

Isso não depende de um médico, um hospital ou de uma seguradora.<br />

Há um ramo de pesquisa sobre como os processos psicológicos e o sistema nervoso central interagem<br />

com o sistema imunológico. Os processos mentais envolvem comunicações químicas entre neurônios,<br />

no cérebro, e o sistema nervoso central. O sistema imunológico também se comunica quimicamente<br />

com o sistema nervoso central para executar uma série de funções.<br />

Pesquisas indicam que o estresse pode alterar a função do sistema imunológico. Por sua vez, a função<br />

do sistema imunológico pode alterar o crescimento e resposta do tumor. A doença e o tratamento são<br />

estressantes, e esse estresse também pode alterar o funcionamento imunológico. A redução do<br />

estresse, o pensamento positivo e o uso de técnicas de visualização são considerados úteis no<br />

tratamento do <strong>câncer</strong> devido a essa ligação.<br />

Câncer e bem-estar<br />

O bem-estar com <strong>câncer</strong> é a promoção da saúde e do bem-estar em geral das pessoas com <strong>câncer</strong> e<br />

daqueles que as cercam. O bem-estar opera em quatro níveis: físico, funcional, emocional e social.<br />

A condição física do <strong>câncer</strong> domina os outros três níveis. Se você não tivesse um tumor e a doença, o<br />

bem-estar com <strong>câncer</strong> não estaria em questão. O aspecto físico do <strong>câncer</strong> se apresenta com sintomas e<br />

possíveis efeitos colaterais do tratamento. A sua condição física pode limitar a sua capacidade de


funcionar normalmente em seu trabalho, no lazer e na vida diária. O seu desempenho, do sono às<br />

tarefas domésticas, pode ser afetado.<br />

Se o desempenho funcional diminui, podem ocorrer angústia emocional, frustração e perda de bemestar.<br />

O lado espiritual da sua vida pode ser afetado, resultando em mudança de personalidade. A<br />

sociabilidade, a capacidade de intimidade e o funcionamento familiar também podem diminuir. Podem<br />

ocorrer conflitos familiares estressante à medida que a tensão familiar se acumula. Trata-se de<br />

sintomas de doença emocional e social, que podem ser eliminados ou reduzidos com psicoterapia.<br />

Os pacientes de <strong>câncer</strong> tipicamente experimentam três tipos de dificuldades psicológicas: a “síndrome<br />

de Dâmocles”, ou incerteza sobre a própria saúde e o medo de que o <strong>câncer</strong> possa voltar, a “síndrome<br />

de Lázaro”, ou a dificuldade que os pacientes sentem ao ser tratados normalmente quando voltam ao<br />

mundo saudável e produtivo, e a “síndrome do estresse pós-traumático”, ou a ansiedade decorrente<br />

ter tido <strong>câncer</strong>. Trata-se de consequências normais para quem teve <strong>câncer</strong>. Em parte, assim como você<br />

pode ter uma cicatriz física gerada por uma cirurgia, você tem uma “cicatriz mental” gerada pela sua<br />

experiência de <strong>câncer</strong>.<br />

Se você ou sua família tiverem aflições incomuns devido a um <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, você pode querer procurar<br />

aconselhamento profissional. Esses serviços podem ser cobertos por seu seguro. O seu médico pode<br />

indicar um profissional de saúde mental. Muitos centros de <strong>câncer</strong> têm psicólogos e assistentes sociais<br />

especializados na assistência a paciente de <strong>câncer</strong> e suas famílias. Não se envergonhe de usar esses<br />

serviços. Muitas famílias procuram ajuda e se beneficiam consideravelmente.<br />

Ajudando a si mesmo<br />

David F. Cella, PhD, um psicólogo clínico que trabalha com pacientes com <strong>câncer</strong>, desenvolveu uma<br />

doutrina de bem-estar para pacientes com <strong>câncer</strong> que consiste em oito crenças populares e oito<br />

modificadores 41 . Você deve manter esses oito modificadores em mente ao procurar o bem-estar com<br />

<strong>câncer</strong>:<br />

Minha saúde é minha responsabilidade. (Mas eu não causei minha doença). Assuma o controle, mas<br />

não se culpe. Ninguém sabe exatamente o que causa determinado caso de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

Eu sempre terei esperança. (Mas o objetivo da minha esperança pode mudar com o tempo). As metas e<br />

aspirações mudam ao longo da vida, mesmo que você não tenha <strong>câncer</strong>.<br />

Meu médico e eu somos parceiros. (Ambos <strong>temos</strong> o que aprender). Esteja aberto a novas ideias e<br />

envolva-se diretamente no seu tratamento.<br />

A morte não é um fracasso. (Dignidade pessoal e qualidade de vida são meus indicadores de sucesso).<br />

Trabalhe para melhorar a sua vida.


O <strong>câncer</strong> me dá uma oportunidade. (Mas eu não tenho que estar grato por ela e não precisava dela). É<br />

correto não gostar da experiência do <strong>câncer</strong>, mas convém aproveitá-la ao máximo.<br />

Eu posso mudar a maneira como lido com o estresse. (O passado não importa, a não ser que eu lhe dê<br />

importância). Evite o estresse excessivo e mantenha a expectativa de prazeres e experiências futuras.<br />

O <strong>câncer</strong> é uma doença de família. (Portanto, a minha família também precisa de atenção). Não<br />

desvalorize seus relacionamentos familiares. Construa novas dimensões em seus relacionamentos.<br />

Eu posso fazer uma diferença nos meus cuidados. (Preciso olhar para dentro de mim mesmo para<br />

encontrar a direção correta). Você realmente sabe o que deve fazer. Proceda cuidadosamente e confie<br />

em si mesmo.<br />

Grupos de apoio<br />

Os grupos de apoio costumam ser benéficos na redução dos níveis de ansiedade dos pacientes com<br />

<strong>câncer</strong> e seus profissionais de saúde. Os pacientes e membros da família podem participar, conjunta ou<br />

separadamente, de grupos criados para atender às suas necessidades específicas. Pacientes com<br />

diagnóstico recente e as pessoas que os apoiam frequente obtêm informações úteis e recebem apoio<br />

emocional conversando com um sobrevivente de <strong>câncer</strong> que passou por um tipo similar de tratamento<br />

e pode compartilhar suas experiências. Os benefícios emocionais que esses grupos oferecem são<br />

consideráveis. Grupos de apoio melhoraram muito a qualidade de vida de várias pessoas que<br />

receberam diagnóstico de <strong>câncer</strong> 42.<br />

Uma pessoa que vive com o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> precisa ser cuidadosa ao escolher um grupo. Como o <strong>câncer</strong> é<br />

raro e os tratamentos recomendados são muitas vezes diferentes dos de outros <strong>câncer</strong>es, o paciente de<br />

<strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> pode ter dificuldade para obter as informações necessárias de outros sobreviventes de<br />

<strong>câncer</strong> ou para relacionar-se com eles.<br />

Como falar com crianças sobre <strong>câncer</strong> e tratamento<br />

Embora este tópico possa ser difícil, é importante ser honesto e claro com as crianças ao falar sobre o<br />

<strong>câncer</strong>. Levar as crianças a uma consulta para que elas possam ver “como as coisas funcionam” e<br />

conhecer a equipe médica pode ajudá-las bastante a entender melhor o seu diagnóstico de <strong>câncer</strong>.<br />

Numa consulta médica, as crianças terão a oportunidade de compartilhar os seus sentimentos e fazer<br />

perguntas. Pode ser necessário que as crianças faltem na escola, mas o resultado pode ser bastante<br />

positivo, ajudando-as a sentir-se parte da situação, em vez de sentir-se fora dela. Essa participação<br />

também ajuda você e outros membros da família a lidar com as necessidades das crianças ao longo de<br />

todo o processo de diagnóstico e tratamento.


Como encontrar apoio on-line<br />

Se você tiver um computador e acesso à Internet, pode também participar de grupos de apoio on-line<br />

como quadros de avisos eletrônicos, salas de bate-papo ou leitura de blogs individuais. Um quadro de<br />

avisos eletrônico permite que participantes individuais se comuniquem com um grupo de pessoas que<br />

compartilham ideias e perguntas. Novas mensagens são publicadas ao longo do dia. A <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong><br />

<strong>Association</strong> oferece, em seu site, um quadro de avisos onde os pacientes podem compartilhar<br />

informações.<br />

Salas de bate-papo são também uma ferramenta on-line útil, possibilitando que os participantes se<br />

encontrem on-line em tempo real. A sala de bate-papo da <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> proporciona aos<br />

participantes a oportunidade de visualizar mensagens no momento em que são digitadas e<br />

“conversam” entre si. A sala de bate-papo está sempre aberta, e um grupo se encontra semanalmente.<br />

Para obter mais informações sobre o quadro de avisos ou a sala de bate-papo da <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong><br />

<strong>Association</strong>, visite www.kidneycancer.org.<br />

Blogs individuais também podem ser úteis, pois podem oferecer as experiências pessoais de indivíduos<br />

com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>.<br />

O site <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> também tem um recurso de apoio ao vivo, que possibilita aos<br />

visitantes entrar em contato direto com o escritório da associação e interagir com pessoas bem<br />

informadas sobre o tratamento do <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. O serviço está disponível de segunda à sexta-feira, no<br />

horário comercial. Você também pode entrar em contato com o escritório da associação pelo telefone<br />

+1 847 332 1051.<br />

Como sempre, esteja ciente de que nem tudo na Internet tem origem confiável. Considere<br />

cuidadosamente a credibilidade do site antes de tirar qualquer conclusão. O capítulo de recursos deste<br />

livro oferece os endereços de vários sites confiáveis.<br />

Cuidados paliativos e atendimento a pacientes terminais<br />

A vida é preciosa, apesar de todos seus problemas. No entanto, não é possível comemorar<br />

verdadeiramente a vida sem pensar também sobre a morte. A morte é uma parte natural da vida e<br />

todos nós compartilharemos a experiência. A partir do momento que chegamos ao mundo, é certo que<br />

deveremos deixá-lo. O que conta é o longo caminho que trilhamos nessa viagem.<br />

Os cuidados paliativos são uma abordagem o <strong>câncer</strong> que enfatiza o controle da dor e o alívio dos<br />

sintomas. Discuta-a com o seu médico para que ele ou ela possam abordar suas necessidades. Houve<br />

grandes progressos no desenvolvimento de opções de cuidados paliativos nos últimos anos. Comunique<br />

o que é importante para você e não se sinta culpado.<br />

É perfeitamente normal que alguém com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> pense sobre a possibilidade de morrer em razão<br />

da doença. Tenha em mente, porém, que pacientes de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> também morrem devido a


acidentes e por outros motivos. Não há maneira certa ou errada de responder à possibilidade de morte.<br />

Raiva, medo, frustração e uma ampla gama de emoções são normais. Os membros da família podem<br />

não querer discutir a morte e é possível que você mesmo não queira discuti-la. Mas reconheça que uma<br />

discussão aberta sobre a morte pode ser melhor para todos, principalmente para os membros da<br />

família.<br />

Negar que você tem <strong>câncer</strong> ou negar a possibilidade de morte não é a melhor coisa a fazer. A negação<br />

da realidade provavelmente lhe causará mais problemas e estresse do que encarar os fatos de frente.<br />

Você pode não gostar da sua situação, mas deve, pelo menos, tentar entendê-la e melhorá-la. Você não<br />

deve desistir da vida ou de viver porque tem <strong>câncer</strong>. Aproveite a vida e saboreie cada momento. Defina<br />

novos objetivos e trabalhe para alcançá-los.<br />

O reconhecimento de sua própria mortalidade pode modificar o seu sistema de valores. Coisas que<br />

antes eram muito importantes perdem importância, e coisas que eram normais tornam-se mais<br />

relevantes. Essa mudança de valores é normal. Aceite que a sua vida está mudando e prepare-se para<br />

as mudanças que estão por vir. Se você se incomoda por ter “assuntos não resolvidos”, resolva-os<br />

enquanto tiver tempo, mas não transforme a possibilidade de morte na única força motriz da sua vida.<br />

Cuidados para pacientes terminais Em algum momento durante a sua doença, pode ser tomada a<br />

decisão de mudar para cuidados que se concentrem na qualidade de vida e conforto em vez de<br />

tratamentos anti<strong>câncer</strong> adicionais. Essa decisão é tomada por você, juntamente com seu médico e sua<br />

família. O foco dos “cuidados para pacientes terminais” é controlar os sintomas, com ênfase no apoio<br />

psicológico, espiritual e social aos pacientes e famílias que enfrentam uma doença que causará a morte.<br />

Os cuidados para pacientes terminais ajudam você a aproveitar ao máximo o tempo que lhe resta, com<br />

ênfase em qualidade, em vez de quantidade.<br />

Se a morte for iminente, certifique-se de comunicar suas preocupações sobre o fim da vida ao seu<br />

médico e família. Por exemplo, se você deseja permanecer no hospital ou quer passar o resto do seu<br />

tempo em casa. Evite a hospitalização quando o objetivo do seu tratamento for tomar medidas para<br />

assegurar seu conforto. Pergunte ao seu médico ou assistente social do hospital sobre programas de<br />

cuidados para pacientes terminais.<br />

Reserve um tempo para você e procure aconselhamento espiritual, se isso o ajudar a se organizar. Uma<br />

atividade importante a ser considerada é passar um tempo especial com cada um de seus entes<br />

queridos. Esse tempo especial pode criar memórias duradouras para eles.<br />

Vida e morte são experiências únicas e pessoais. Nenhum de nós tem exatamente a mesma experiência<br />

que nenhuma outra pessoa, embora possamos compartilhar alguns aspectos dessa experiência.<br />

Ninguém pode viver por nós. Ninguém pode morrer por nós. Alcançaremos o sucesso quando tivermos<br />

paz de espírito – quando estivermos confortáveis conosco e em harmonia com o mundo ao nosso<br />

redor.<br />

Se você quiser mais orientações sobre essas questões, a <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> oferece um livro,<br />

“Reflections: A Guide to End of Life Issues” (“Reflexões; um guia para as questões de fim de vida”),


escrito pelo Dr. Roger C. Bone, médico e paciente de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. O download pode ser feito em<br />

www.kidneycancer.org. O livro atualmente está disponível somente em inglês.<br />

A importância da esperança e das emoções positivas<br />

Um diagnóstico de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> pode ser traumático para você e para sua família. Lembre-se, contudo,<br />

de que há esperança – novas drogas e tratamentos avançam rapidamente, e o prognóstico para<br />

pacientes de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> hoje é melhor do que era há apenas alguns anos. Depois do diagnóstico,<br />

várias ferramentas serão apresentadas a você para auxiliar na sua recuperação, desde cirurgia até<br />

cuidados terapêuticos. Entre essas ferramentas, uma das mais importantes é o seu próprio estado de<br />

espírito – não subestime seu poder para recuperar a boa saúde.


Escolha o médico certo e construa uma atitude mental<br />

positiva<br />

Paciente: Keith<br />

Idade: 63<br />

“Eu fui diagnosticado com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> em um sábado e fui submetido a uma nefrectomia na quartafeira<br />

seguinte. Isso mostra bem a gravidade da minha situação. Assim, não tive muito tempo para<br />

pesquisar a doença. Tivemos que agir rapidamente.<br />

O meu sintoma era dor muscular no meu ombro. Pensei que tinha me machucado ao me exercitar, e<br />

meu médico inicialmente prescreveu um anti-inflamatório. Mas, quando a dor persistiu, uma IRM<br />

mostrou que eu tinha um crescimento na coluna. O meu <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> tinha passado para uma vértebra<br />

cervical por metástase. Eu tive que fazer uma laminectomia nessa vértebra e, em seguida, tratamento<br />

com IL2.<br />

Mais tarde, aprendi bastante, principalmente ao passar bastante tempo procurando informações online.<br />

Há muitas informações na Internet. Isso foi importante para a minha preparação para a terapia<br />

com IL2. Depois de concluir esse tratamento, minha vida voltou ao normal. Tive que fazer alguns ajustes,<br />

principalmente devido à laminectomia, mas, de modo geral, está tudo bem.<br />

Meu conselho para outros pacientes de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> é, antes de qualquer coisa, certificar-se de<br />

encontrar o oncologista correto. Converse com três ou quatro, se necessário. Encontre um que<br />

realmente seja especializado na sua doença. Procure o melhor que puder encontrar.<br />

Se tiver que passar pelo tratamento com IL2 ou qualquer outra terapia auxiliar, reserve algum tempo<br />

para construir uma atitude positiva. Eu usei exercícios de visualização durante minha terapia, e há<br />

diversas outras maneiras para trabalhar o seu estado mental e emocional, que é vital para a sua<br />

recuperação. Não se deve subestimar esse fator. Você precisa de uma atitude mental positiva e da<br />

própria terapia. Os dois trabalham juntos. É claro que ter uma esposa maravilhosa e solidária ajudou<br />

bastante. Um forte apoio da família pode ser um ingrediente importante na recuperação.”


CAPÍTULO 9<br />

RECURSOS PARA PACIENTES E FAMÍLIAS<br />

Saiba mais e conecte-se – além de ajudar a si mesmo, você poderá ajudar outra pessoa.<br />

Este livro oferece informações essenciais para ajudá-lo a entender os fatos básicos de um diagnóstico<br />

de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Informações muito mais detalhadas estão disponíveis em diversas outras fontes. Utilize<br />

este capítulo para ampliar seus conhecimentos. Algumas ou todas as informações a seguir podem estar<br />

disponíveis somente em inglês.<br />

Angiogênese e tratamentos antiangiogênese<br />

www.Newfrontierincancer.org<br />

Organizações sobre o Câncer<br />

<strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong><br />

Publicações, reuniões com pacientes, eventos com pacientes, apoio on-line, vídeos, boletim eletrônico:<br />

<strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> News.<br />

Ligue para +1 847 332 1051.<br />

Web: www.kidneycancer.org<br />

E-mail: office@kidneycancer.org<br />

National <strong>Cancer</strong> Institute (EUA)<br />

Web: http://cis.nci.nih.gov<br />

Site sobre <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>: http://web.ncifcrf.gov/research/kidney<br />

Site sobre estudos clínicos: http://cancertrials.nci.nih.gov<br />

American <strong>Cancer</strong> Society (EUA)<br />

Programas educacionais e informações sobre grupos de apoio por meio de uma rede de escritórios<br />

locais. Os materiais incluem livretos, vídeos e fitas de áudio; muitos estão disponíveis também em<br />

espanhol.<br />

Web: www.cancer.org<br />

National Coalition for <strong>Cancer</strong> Survivorship


Publicações, incluindo Teamwork: The <strong>Cancer</strong> Patient’s Guide to Talking with Your Doctor (Guia do<br />

paciente com <strong>câncer</strong> nas conversas com o seu médico) e um programa de áudio para a autonomia do<br />

paciente: <strong>Cancer</strong> Survival Toolbox (Caixa de ferramentas para a sobrevivência no <strong>câncer</strong>).<br />

Web:http://www.canceradvocacy.org<br />

<strong>Cancer</strong> Information Service<br />

O National <strong>Cancer</strong> Institute opera o Physician Data Query (PDQ), um banco de dados que sumariza a<br />

atual literatura sobre a terapia do <strong>câncer</strong> e a classifica por recomendações de tratamentos específicos.<br />

O banco de dados PDQ também contém uma lista abrangente de todos os tratamentos padrão e<br />

experimentais para <strong>câncer</strong> e um diretório de médicos e organizações envolvidas no tratamento e<br />

pesquisa do <strong>câncer</strong>. Embora o PDF tenha sido projetado inicialmente para médicos, agora também inclui<br />

informações para pacientes.<br />

O <strong>Cancer</strong> Information Service inclui também informações sobre estudos clínicos.<br />

Centros de Câncer<br />

Escritórios de informações sobre o <strong>câncer</strong> podem fazer parte de vários hospitais, particularmente os<br />

grandes centros de <strong>câncer</strong>. Entre em contato com seu hospital para obter mais informações sobre tais<br />

centros ou serviços semelhantes no Brasil.<br />

Informações sobre estudos clínicos<br />

National <strong>Cancer</strong> Institute (EUA)<br />

www.clinicaltrials.gov<br />

Ferramenta de busca sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> da biblioteca nacional de medicina KCA dos EUA<br />

http://kidneycancertrials.com<br />

NexCura <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> Profiler<br />

www.cancerprofiler.nexcura.com<br />

<strong>Cancer</strong>411.org<br />

www.<strong>Cancer</strong>411.org<br />

www.EmergingMed.com<br />

Comunicação com sua equipe de assistência médica<br />

National Coalition for <strong>Cancer</strong> Survivorship


Solicite uma <strong>Cancer</strong> Survival Toolbox gratuita, com CDs de treinamento de habilidades comunicativas da<br />

coalisão no site www.canceradvocacy.org.<br />

Medicina complementar e alternativa (CAM)<br />

Center for Mind-Body Medicine<br />

www.cmbm.org, clique em “Research & Resources”<br />

National Center for Complementary and Alternative Medicine<br />

http://nccam.nih.gov<br />

Quark Watch<br />

www.quackwatch.com<br />

Informações ao paciente sobre medicamentos para tratamento<br />

Site sobre antiangiogênese<br />

www.newfrontierincancer.org<br />

Avastin® (Bevacizumabe)<br />

www.avastin.com<br />

Intron A® (Interferon)<br />

www.introna.com<br />

Nexavar® (Sorafenibe)<br />

www.nexavar.com<br />

Proleukin® (Interleucina-2)<br />

www.proleukin.com<br />

Roferon® (Interferon)<br />

www.rocheusa.com/products/roferon<br />

Sutent® (Sunitinibe)<br />

www.sutent.com<br />

Torisel® (Temsirolimo)<br />

www.wyeth.com/hcp/torisel/resources/patient<br />

Recursos de apoio emocional<br />

<strong>Cancer</strong>care<br />

www.cancercare.org<br />

<strong>Cancer</strong> Net (site ASCO para pacientes e familiares)<br />

www.cancer.net/<strong>Cancer</strong>/cancer.html<br />

Programa de apoio 4th Angel<br />

www.clevelandclinic.org/cancer/scottcares/4thangel/about.asp<br />

Comunidade de bem-estar<br />

www.thewellnesscommunity.org<br />

Gilda’s Club<br />

www.gildasclub.org


Revista Coping<br />

www.copingmag.com<br />

Informações gerais sobre <strong>câncer</strong><br />

American <strong>Association</strong> for <strong>Cancer</strong> Research<br />

www.aacr.org<br />

ChemoCare.com<br />

www.chemocare.com<br />

Lance Armstrong Foundation<br />

www.laf.org<br />

National <strong>Cancer</strong> Institute (EUA)<br />

www.cancer.gov<br />

Medlineplus<br />

www.medlineplus.gov<br />

Oncolink<br />

www.oncolink.upenn.edu<br />

Informações gerais sobre tratamento<br />

www.caring4cancer.com<br />

www.<strong>Cancer</strong>.gov<br />

Humor e esperança<br />

<strong>Cancer</strong>Med’s Humor/Hope<br />

http://www.cancer.med.umich.edu/share/1share.htm<br />

Simpósios internacionais sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

A <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> patrocina o International <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> Symposium, o European <strong>Kidney</strong><br />

<strong>Cancer</strong> Symposium e o Asia-Pacific <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> Symposium. Essas reuniões, para urologistas,<br />

oncologistas, pesquisadores, enfermeiros e outros profissionais de saúde, são um fórum para se<br />

informar sobre o que há de novo na área de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> e novos agentes de tratamento. A cobertura<br />

completa do International <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> Symposium, incluindo apresentações em vídeo e<br />

apresentações de slides, está disponível em www.kidneycancer.org<br />

Serviços de biblioteca


Medline. A National Library of Medicine oferece uma grande quantidade de informações sobre<br />

assuntos médicos, acessíveis através do seu serviço MEDLINE. O MEDLINE é um banco de dados com<br />

citações e resumos de centenas de milhares de artigos publicados em periódicos médicos em todo o<br />

mundo. Se você tiver um computador e acesso à Internet, pode fazer uma pesquisa on-line no endereço<br />

http://www.ncbi.nlm.nih.gov, navegando para a opção PubMed.<br />

Bibliotecas públicas, universitárias, hospitalares e corporativas também podem acessar o MEDLINE e<br />

outros bancos de dados para você, oferecendo uma relação abrangente de artigos sobre <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>,<br />

em geral mediante a cobrança de uma taxa simbólica. Cópias desse artigos podem ser compradas por<br />

meio da sua biblioteca.<br />

A National Library of Medicine também opera o MEDLARS, um serviço de informações bibliográficas<br />

computadorizado. Por meio do MEDLARS, você pode acessar o CANCERLINE e pesquisar o CANCERLIT,<br />

um banco de dados com mais de 4.000 estudos clínicos. Através do MEDLARS, você também pode<br />

acessar o PDQ. Para usar o MEDLARS, entre em contato com a biblioteca de escola médica mas próxima.<br />

Bibliotecas públicas, universidades e hospitalares. Para localizar artigos sobre <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, vá à sua<br />

biblioteca pública e use o Readers’ Guide to Periodical Literature para localizar artigos de caráter<br />

genérico. Para obter jornais médicos, tente o Index Medicus. Se a sua biblioteca pública local não tiver<br />

essa publicação, procure-a na biblioteca da faculdade de medicina mais próxima. Alguns hospitais<br />

também podem ter essa publicação.<br />

Nutrição<br />

American <strong>Association</strong> for <strong>Cancer</strong> Research (AICR)<br />

www.aicr.org<br />

American <strong>Cancer</strong> Society<br />

www.cancer.org<br />

Dicas de alimentação para pacientes com <strong>câncer</strong>: antes, durante e depois do tratamento.<br />

www.cancer.gov/cancerinfo/eatinghints<br />

Suplemento Boost<br />

www.boost.com<br />

Suplemento Ensure<br />

www.ensure.com<br />

Publicações e editores<br />

Publicações da <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong><br />

Para obter mais informações sobre como solicitar publicações sobre <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>, visite<br />

www.kidneycancer.org.<br />

“Reflections: A Guide to End of Life Issues for You and Your Family”<br />

“Wilms Tumor: What Now? A Practical Guide for the Parents of Children with Wilms Tumor”


The <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> Journal<br />

www.kidneycancerjournal.org<br />

Patient Centered Guides<br />

www.patientcenters.com<br />

Publicações do National <strong>Cancer</strong> Institute dos EUA<br />

O <strong>Cancer</strong> Information Service, do National <strong>Cancer</strong> Institute, publica uma ampla variedade de brochuras<br />

sobre diferentes aspectos do <strong>câncer</strong>. As publicações estão disponíveis gratuitamente para pacientes<br />

com <strong>câncer</strong> e podem ser obtidas em https://cissecure.nci.nih.gov/ncipubs.<br />

Os seguintes panfletos (com seus números de publicação do NIH) serão de grande interesse para<br />

pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>:<br />

“What You Need to Know About <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong>” (P023)<br />

“Why Do You Smoke?” (P145)<br />

“Advanced <strong>Cancer</strong>: Living Each Day” (P084)<br />

“Chemotherapy and You: A Guide to Self-Help During Treatment” (P117)<br />

“Eating Hints For <strong>Cancer</strong> Patients: Before, During and After Treatment” (P118)<br />

“Radiation Therapy and You: A Guide to Self-Help During <strong>Cancer</strong> Treatment” (P123)<br />

“Talking With Your Child About <strong>Cancer</strong>” (P130)<br />

“When <strong>Cancer</strong> Recurs: Meeting the Challenge Again” (P129)<br />

“When Someone in Your Family Has <strong>Cancer</strong>” (P619)<br />

“Taking Time: Support for People With <strong>Cancer</strong>” (P126)<br />

“Taking Part in Clinical Trials: What <strong>Cancer</strong> Patients Need to Know” (P353)<br />

Media America, Inc.<br />

Publica a revista Coping with <strong>Cancer</strong>®, dirigida a pacientes e familiares.<br />

Apoio a vários subtipos de <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

VHL Family Alliance (Apoio global)


http://vhl.org/support/intlsprt.htm#affiliates<br />

Tuberous Sclerosis Alliance<br />

www.tsalliance.org


Sobre a <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong><br />

Em 1989, um grupo de pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> começou a se reunir e discutir suas experiências e a<br />

falta de informações disponíveis sobre sua doença. Dessas reuniões surgiu a <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong>,<br />

que foi oficialmente criada como organização sem fins lucrativos em março de 1990.<br />

A associação tem três propostas básicas. A primeira é fornecer informações a pacientes e médicos. Este<br />

livro é um exemplo. A associação também pode oferecer outras informações sobre reuniões regionais<br />

de pacientes e via site, no endereço www.kidneycancer.org. A segunda proposta da associação é<br />

patrocinar pesquisas sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> e estimular a pesquisa sobre a doença. O <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

representa somente de 2% a 3% de todos os casos de <strong>câncer</strong>. Em relação a outros <strong>câncer</strong>es mais<br />

comuns, há pouca pesquisa sobre o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. A terceira proposta da associação é atuar como<br />

defensora dos pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> e seus familiares, representando-os. A associação tem voz<br />

ativa em audiências públicas para apoiar políticas que melhorem o atendimento e tratamento de<br />

pacientes com <strong>câncer</strong>.<br />

Como participar<br />

Os pacientes, familiares, médicos, enfermeiros, outros profissionais de saúde, empresas e o público em<br />

geral podem fazer parte da <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> ligando ou escrevendo para a sede:<br />

<strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong><br />

1234 Sherman Ave. Suite 203<br />

Evanston, IL 60202 EUA<br />

+1 847 332 1051<br />

E-mail: office@kidneycancer.org<br />

Deixe seu nome, endereço, telefone e e-mail. Você também pode se associar visitando o site<br />

www.kidneycancer.org e clicando em “Membership”. Você será incluído na lista de correspondência da<br />

associação e receberá o <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> News, o boletim eletrônico da associação. Também receberá<br />

avisos de reuniões e outras atividades da associação.<br />

Para cumprir suas propostas, a associação solicita doações dos associados e de outras organizações<br />

(empresas patrocinadoras). Mesmo que não possa fazer uma doação mínima, você poderá participar da<br />

associação. Ninguém é rejeitado. Entretanto, os serviços e pesquisas patrocinados pela associação<br />

custam caro. Por favor, seja generoso. Essa é a única forma de atender às necessidades dos pacientes.<br />

A associação também recebe doações em memória e honoríficas, feitas por amigos em nome de<br />

pacientes com <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> falecidos. Você pode querer, por exemplo, incluir a <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong>


<strong>Association</strong> como beneficiária de seu testamento. Se estiver interessado nessas formas de doação, ligue<br />

para nós.<br />

Seu envolvimento na <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> <strong>Association</strong> beneficiará a você, a sua família e aos pacientes com<br />

<strong>câncer</strong> <strong>renal</strong>. Aja em seu próprio interesse e no interesse dos outros. Associe-se hoje mesmo!<br />

Observação especial para médicos<br />

Os médicos são especialmente bem-vindos como associados. A associação patrocina um simpósio<br />

internacional anual para médicos e oferece bolsas de pesquisa para médicos e cientistas. A associação é<br />

dirigida por um conselho médico formado por importantes oncologistas e urologistas disponíveis para<br />

consulta.


REFERÊNCIAS<br />

Capítulo 1: Introdução<br />

1. American <strong>Cancer</strong> Society, Estimated New <strong>Cancer</strong> Cases and Deaths by Sex for All Sites, 2008;<br />

disponível em www.cancer.org<br />

2. American <strong>Cancer</strong> Society, Estimated New <strong>Cancer</strong> Cases and Deaths by Sex for All Sites, 2008;<br />

disponível em www.cancer.org<br />

3. National <strong>Cancer</strong> Institute, Surveillance, Epidemiology and End Results (SEER), <strong>Cancer</strong> of the <strong>Kidney</strong><br />

and Renal Pelvis; disponível em http://seer.cancer.gov/statfacts<br />

4. Neumann HP, Bender BU, Berger DP, et al. Prevalence, morphology and biology of <strong>renal</strong> cell<br />

carcinoma in von Hippel-Lindau disease compared to sporadic <strong>renal</strong> cell carcinoma. J Urol. 1998;<br />

160:1248-1254.<br />

5. Gnarra JR, Lerman MI, Zbar B, Linehan WM. Genetics of <strong>renal</strong>-cell carcinoma and evidence for a<br />

critical role for von Hippel-Lindau in <strong>renal</strong> tumorigenesis. Semin Oncol. 1995; 22:3-8.<br />

6. Urology Forum; <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong>; disponível em<br />

http://www.urologychannel.com/kidneycancer/benign.shtml, acesso em 6 de janeiro de 2007.<br />

7. Zbar B. Renal cancer and skin tumors: the Birt Hogg Dube syndrome. <strong>Kidney</strong> <strong>Cancer</strong> News. 2000; XI:5.<br />

Capítulo 2: Compreendendo o <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong><br />

8. American <strong>Cancer</strong> Society, Estimated New <strong>Cancer</strong> Cases and Deaths by Sex for All Sites, 2008;<br />

disponível em www.cancer.org<br />

9. American <strong>Cancer</strong> Society, Estimated New <strong>Cancer</strong> Cases and Deaths by Sex for All Sites, 2008;<br />

disponível em www.cancer.org<br />

10. American <strong>Cancer</strong> Society, Estimated New <strong>Cancer</strong> Cases and Deaths by Sex for All Sites, 2008;<br />

disponível em www.cancer.org<br />

11. American <strong>Cancer</strong> Society, Estimated New <strong>Cancer</strong> Cases and Deaths by Sex for All Sites, 2008;<br />

disponível em www.cancer.org<br />

12. National <strong>Cancer</strong> Institute, Surveillance, Epidemiology and End Results (SEER), <strong>Cancer</strong> of the <strong>Kidney</strong><br />

and Renal Pelvis; disponível em http://seer.cancer.gov/statfacts


Capítulo 3: Tratamento cirúrgico<br />

13. Flanigan RC, Blumenstein BA, Salmon S, et al. Cytoreduction nephrectomy in metastatic <strong>renal</strong><br />

cancer: the results of southwest oncology group trial 8949 (resumo). J Urol. 2000; 163:154. Resumo<br />

685.<br />

14. Fergany AF, Hafez KS, Novick AC. Long-term results of nephron sparing surgery for localized <strong>renal</strong> cell<br />

carcinoma: 10-year followup.J Urol. 2000; 163:442-445.<br />

15. Gill IS, Schweizer D, Hobart MG, Sung GT, Klein EA, Novick AC. Retroperitoneal laparoscopic radical<br />

nephrectomy: the Cleveland Clinic experience. J Urol. 2000; 163:1665-1670.<br />

16. Wolf JS JR, Seifman BD, Montie JE. Nephron sparing surgery for suspected malignancy: open surgery<br />

compared to laparoscopy with selective use of hand assistance. J Urol. 2000; 163: 1659-1664.<br />

17. Rodriguez R, Chan DY, Bishoff JT, et al. Renal ablative cryosurgery in selected patients with<br />

peripheral <strong>renal</strong> masses. Urology. 2000; 55:25-30.<br />

18. Wolf JS JR, Seifman BD, Montie JE. Nephron sparing surgery for suspected malignancy: open surgery<br />

compared to laparoscopy with selective use of hand assistance. J Urol. 2000; 163: 1659-1664.<br />

Capítulo 4: Terapias para <strong>câncer</strong> <strong>renal</strong> avançado<br />

19. Escudier B, Szczylik C, Eisen T, et al: Randomized phase III trial of the Raf kinase and VEGFR inhibitor<br />

sorefenib (BAY 43-9006) in patients with advanced <strong>renal</strong> cell carcinoma (RCC). J Clin Oncol 23: 1093s,<br />

2005 (supl.; resumo 4510)<br />

20. Motzer RJ, Michaelson MD, Racman, BG, et al: Activity of SU11246, a multitargeted inhibitor of<br />

vascular endothelial growth factor receptor and platelet-derived growth factor receptor in patients with<br />

metastatic <strong>renal</strong> cell carcinoma. J Clin Oncol 24:16-24, 2006. Motzer RJ, Rini BI, Bukowski, RM, et al:<br />

Sunitinib in patients with metastatic <strong>renal</strong> cell carcinoma. JAMA 295-2516-2524, 2006.<br />

21. Averous JJ, Proud CCG. When translation meets transformation; the mTOR story. Oncogene. 2006;<br />

25(48):6423-6435.<br />

22. Easton JJB, Houghton PPJ. mTOR and cancer therapy. Oncogene. 2006; 25(48):6436-6446.<br />

23. Wullschleger S, LoewithR, Hall MN. TOR signaling in growth and metabolism. Cell 2006; 124 (3); 471-<br />

484.<br />

24. Bjornsti and Houghton. Nat Rev <strong>Cancer</strong>, 2004; 4:335-348.<br />

25. Crespo and Hall. Microbiol Mol Biol Rev, 2002; 66:579-591.


26. Huang et al. <strong>Cancer</strong> Biol Ther.2003; 2:222-232.<br />

27. Speca JC, Mears AL, CreelPA, etal. Phase I study of PTK/ZK222584 (PTK/ZK) and Rad001 for patients<br />

with advanced solid tumors and dose expansion in <strong>renal</strong> cell carcinoma patients. J Clin Oncol (Resumos<br />

de reuniões). 2007:25 (18s): Resumo #5039.<br />

28. Bukowski RM. Immunotherapy in <strong>renal</strong> cell carcinoma. Oncology (Huntingt). 1999; 13:801-810;<br />

discusssão 810, 813.<br />

29. Coppin C, Porzsoit F, Awa, A et al: Immunotherapy for advanced <strong>renal</strong> cell cancer. Cochrane Database<br />

Syst Rev: CD001425, 2005.<br />

30. Coppin C, Perzsek F, Avvo A et al: Immunotherapy for advanced <strong>renal</strong> cell cancer. Cochrane Database<br />

Syst Rev: CD001426, 2005.<br />

31. Krown SE. Interferon treatment of <strong>renal</strong> cell carcinoma: current status and future prospects. <strong>Cancer</strong>.<br />

1987; 59:647-651.<br />

32. Yagoda A, Abi-Rached B, Petrylak D. Chemotherapy for advanced <strong>renal</strong>-cell carcinoma: 1983-1993.<br />

Semin Oncol. 1995; 22:42-60.<br />

33. Elias L, Blumenstein BA, Kish J, et al: A phase II trial of interferon-alpha and 5-fluorouracil in patients<br />

with advanced <strong>renal</strong> cell carcinoma: A Southwest Oncology Group study. <strong>Cancer</strong> 78:1085-1088, 1996<br />

34. Hartmann JT, Bokemeyer C. Chemotherapy for <strong>renal</strong> cell carcinoma. Anticancer Res. 1999; 19:1541-<br />

1543.<br />

35. Figlin RA. Renal cell carcinoma: management of advanced disease. J Urol. 1999; 161:381-386;<br />

discussion 386-387.<br />

36. Moscovitch M, Slavin S. Anti-tumor effects of allogeneic bone marrow transplantation in (NZB X<br />

NZW)F1 hybrids with spontaneous lymphosarcoma. J Immunol. 1984; 132:997-1000.<br />

37. Childs RW, Clave E, Tisdale J, Plante M, Hensel N, Barrett J. Successful treatment of metastatic <strong>renal</strong><br />

cell carcinoma with a nonmyeloablative allogeneic peripheral-blood progenitor-cell transplant: evidence<br />

for a graft-versus-tumor effect. J Clin Oncol. 1999; 17:2044.<br />

Capítulo 5: Estudos clínicos<br />

38. National Institutes of Health. Taking Part in Clinical Trials: What <strong>Cancer</strong> Patients Need to Know.<br />

Washington, DC: National <strong>Cancer</strong> Institute; 1998. Publicação 98-4270.<br />

Capítulo 6: Fortalecimento do paciente


Sem referências<br />

Capítulo 7: Vivendo com o <strong>câncer</strong> dia a dia<br />

39. Schapira DV. Nutrition and cancer prevention. Primary Care. 1992; 19:481-491.<br />

40. Carroll KK. Obesity as a risk factor for certain types of cancer. Lipids. 1998; 33:1055-1059.<br />

Capítulo 8: Bem-estar emocional<br />

41. Cella DF. Health promotion in oncology: a cancer wellness doctrine. J Psychos Oncol. 1990; 8:17-31.<br />

42. Site da American <strong>Association</strong> for <strong>Cancer</strong> Research, acesso em janeiro de 2009. http://www.aacr.org

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!