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Danilo Silvério Delafiori CARGAS MINERAIS EM PLASTISOL ...

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FATEC - SOROCABA<br />

TECNOLOGIA <strong>EM</strong> POLÍMEROS<br />

DANILO SILVÉRIO DELAFIORI<br />

<strong>CARGAS</strong> <strong>MINERAIS</strong> <strong>EM</strong> <strong>PLASTISOL</strong><br />

Sorocaba, 25 de Junho de 2012


DANILO SILVÉRIO DELAFIORI<br />

<strong>CARGAS</strong> <strong>MINERAIS</strong> <strong>EM</strong> <strong>PLASTISOL</strong> PARA A FABRICAÇÃO DE LAMINADOS SINTÉTICOS DE PVC<br />

Trabalho de Curso submetido à Fatec<br />

Sorocaba como parte dos requisitos<br />

necessários para a obtenção do Grau de<br />

Tecnólogo em Polímeros. Sob a orientação do<br />

Professor Dr. William Fortunato da Silva.<br />

Sorocaba/SP, 2012


<strong>Danilo</strong> Silverio <strong>Delafiori</strong><br />

Título: Cargas minerais em Plastisol para a fabricação de laminados sintéticos de PVC<br />

______________________________<br />

Prof. Dr. William Fortunato da Silva<br />

Orientador<br />

______________________________________<br />

Prof. Ms. Amilton Joaquim Cordeiro de Freitas<br />

Examinador<br />

__________________________________<br />

Prof. Ms. Milton Fogaça de Almeida Filho<br />

Examinador<br />

Trabalho de Curso submetido à Fatec<br />

Sorocaba, como parte dos requisitos<br />

necessários para a obtenção do Grau de<br />

Tecnólogo em Polímeros.<br />

Sorocaba, 25 de Junho de 2012


“Dedico este trabalho primeiramente à Deus que<br />

permitiu que eu conhecesse minha esposa Danieli<br />

antes da oportunidade de iniciar o curso, pois ela<br />

foi o pilar de sustentação da família que durante<br />

minha ausência sempre teve uma mãe dedicada e<br />

sempre após cada luta diária eu encontrava uma<br />

esposa carinhosa e sábia. Dedico também aos meus<br />

filhos Pedro, Maria e Lucas que fazem todo o<br />

esforço, cansaço e noites mal dormidas valerem a<br />

pena. E para finalizar dedico aos meus País Dirceu<br />

e Vani e aos País de minha esposa Manoel e Raquel<br />

que lutaram para nos criar e educar antes que Deus<br />

nos unisse”.


AGRADECIMENTOS<br />

Agradeço ao meu orientador Dr. William<br />

Fortunato da Silva e aos professores pelo nobre<br />

trabalho prestado para o aperfeiçoamento da minha<br />

capacitação profissional para que através dela eu<br />

possa conquistar e realizar os sonhos de minha<br />

família.


Um dia você aprende que não importa em<br />

quantos pedaços seu coração foi quebrado, o mundo<br />

nunca espera para que você o conserte. Aprende<br />

que o tempo não é algo que possa voltar para trás.<br />

Portando, plante seu jardim e decore sua alma, ao<br />

invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você<br />

aprende que pode suportar, que realmente é forte e<br />

que pode ir muito mais longe. E que realmente a<br />

vida tem valor e que você tem valor diante da vida.<br />

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o<br />

bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo<br />

de tentar.<br />

William Shakespeare


RESUMO<br />

Cargas minerais têm sido utilizadas em misturas com os mais variados tipos de polí-<br />

meros. Tais misturas são chamadas de compósitos e são usadas com a finalidade de baratea-<br />

mento de custos e, mais particularmente, para agregar melhorias nas características físicas e<br />

químicas das peças fabricadas. O estudo realizado neste trabalho visa avaliar e comparar o<br />

efeito de diferentes cargas minerais adicionadas na formulação do plastisol, o qual é utilizado<br />

para a fabricação de laminados sintéticos de PVC, comparando as propriedades físicas em<br />

função do tipo e quantidade de carga mineral utilizada.


ABSTRACT<br />

Mineral fillers have been used in mixtures with all kinds of polymers. These<br />

mixtures are called composite and are used in order to lower costs and more particularly to<br />

improvements in the aggregate physical and chemical characteristics of the fabricated parts.<br />

The study of this study is to evaluate and compare the effect of different mineral fillers added<br />

in the formulation of the plastisol, which is used for manufacturing laminated synthetic PVC,<br />

comparing the physical properties depending on the type and amount of mineral filler used.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES<br />

Figura 1: Representação esquemática de uma linha simples de espalmagem............ 23<br />

Figura 2: Representação esquemática de uma linha de três cabeças de espalmagem.<br />

.................................................................................................................................................. 24<br />

Figura 3: Espalmagem por meio de faca suspensa. .................................................... 25<br />

Figura 4: Espalmagem por meio de faca apoiada sobre cilindro. .............................. 25<br />

Figura 5: Espalmagem por meio de faca apoiada sobre esteira. ................................ 26<br />

Figura 6: Espalmagem por meio de faca invertida. .................................................... 26<br />

Figura 7: Perfis de faca mais utilizados no processo de espalmagem de pastas de<br />

PVC. ........................................................................................................................... 27<br />

Figura 8: Representação Gráfica do plastisol sem carga (TQ) x EDK 400. .............. 31<br />

Figura 9: Representação Gráfica do plastisol sem carga (TQ) x Wollastonita. ......... 32<br />

Figura 10: Representação Gráfica do plastisol sem carga (TQ) x Cretáceo. ............. 33<br />

Figura 11: Imagens dos corpos de prova após o ensaio de Estabilidade Térmica ..... 37<br />

Figura 12: Estabilidade Térmica x Quantidade de carga ........................................... 38<br />

Figura 13: Percentual de melhora da Estabilidade Térmica X Quantidade de carga . 39<br />

Figura 14: Espaço colorimétrico ................................................................................ 40


Figura 15: Variação da cor do laminado em função da quantidade e tipo de carga. .. 41


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1: Principais aditivos e seus efeitos nas formulações de PVC. ...................... 19<br />

Tabela 2: Características de algumas cargas minerais. .............................................. 21<br />

Tabela 3: Correlação entre os perfis de faca apresentados na figura 7 e as situações<br />

de utilização dos mesmos. .......................................................................................... 27<br />

Tabela 4: Combinações a serem avaliadas ................................................................. 30<br />

Tabela 5: Valores obtidos do plastisol sem carga (TQ) x EDK 400. ......................... 31<br />

Tabela 6: Valores obtidos do plastisol sem carga (TQ) x Nyad M325. ..................... 32<br />

Tabela 7: Valores obtidos do plastisol sem carga (TQ) x HI FIL CR 35. .................. 33<br />

Tabela 8: Resultado obtido em minutos no ensaio de estabilidade térmica. .............. 38<br />

Tabela 9: Aumento da Estabilidade Térmica: ............................................................ 38<br />

Tabela 10: Diferença de cor x Quantidade de carga .................................................. 40


LISTA DE ABREVIATURAS<br />

PVC – Policloreto de vinila<br />

PCR – Partes por cem de resina<br />

Tg – Temperatura de transição vítrea<br />

NBR – Borracha nitrílica<br />

EVA – Copolímero de etileno-acetato de vinila<br />

TPU – Poliuretanos termoplásticos<br />

VCM – Cloreto de vinila<br />

HI FIL CR 35 – Nome comercial de uma carga mineral<br />

EDK 400 – Nome comercial de uma carga mineral<br />

Nyad M325 – Nome comercial de uma carga mineral<br />

TQ – Formulação sem carga mineral


SUMÁRIO<br />

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14<br />

2. MATÉRIAS PRIMAS PARA A FABRICAÇÃO DO Plastisol .............................. 16<br />

2.1 Plastificantes .................................................................................................................. 16<br />

2.2 Resinas de policloreto de Vinila ..................................................................................... 17<br />

2.3 Estabilizantes para PVC ................................................................................................ 18<br />

2.4 Aditivos para plastisol .................................................................................................... 19<br />

2.5 Cargas e Reforços ......................................................................................................................... 20<br />

3. Processo de espalmagem ................................................................................ 22<br />

3.1 Equipamentos básicos de espalmagem .......................................................................................... 23<br />

3.2 Espalmagem por faca ...................................................................................................................... 24<br />

3.3 Espalmagem por transferência (espalmagem reversa) ................................................................... 28<br />

4. comparativo entre diferentes teores de 3 tipos de cargas minerais ............ 30<br />

4.1 Reologia das formulações ............................................................................................................. 30<br />

4.2 Estabilidade térmica ....................................................................................... 35<br />

4.2.1 Aparelhagem e materiais de laboratório .................................................................................... 35<br />

4.2.2 Preparação das amostras .......................................................................................................... 35<br />

4.2.3 Condições do equipamento ....................................................................................................... 36<br />

4.3 Resultados das medidas ............................................................................................................... 37<br />

4.4 Resistência a Flexão contínua em temperatura ambiente ............. Erro! Indicador não definido.<br />

4.5 Cor do laminado ............................................................................................................................ 39<br />

5. Considerações finais ........................................................................................ 42


1. INTRODUÇÃO<br />

Plastisol é um composto obtido através da mistura das resinas de PVC (policloreto de<br />

vinila), plastificantes, pigmentos, cargas minerais e aditivos para melhorar o produto final ou<br />

melhorar o seu processamento durante o processo de industrialização.<br />

As cargas minerais têm sido utilizadas em misturas com os mais variados tipos de po-<br />

límeros. Tais misturas, chamadas compósitos, são usadas com a finalidade de barateamento<br />

de custos, mais particularmente, porque agregam melhorias das características físicas e quí-<br />

micas das peças fabricadas. Cargas minerais são substâncias inorgânicas compostas por grãos<br />

muito pouco flexíveis que são incorporados à massa de polímero. Os polímeros, por sua vez,<br />

são substâncias orgânicas elaboradas a partir da polimerização de compostos orgânicos sendo<br />

constituídos por cadeias carbônicas flexíveis e moldáveis. Os polímeros, quando puros, apre-<br />

sentam propriedades que muitas vezes não atendem às especificações técnicas, cujas peças<br />

finais fabricadas a partir deles, devem possuir. As propriedades dos polímeros, tais como re-<br />

sistência à tração, resistências químicas a ataques ácidos e básicos, resistências à deformação<br />

ao calor, etc, são aprimoradas através da adição de cargas minerais, tratadas superficialmente,<br />

em quantidades adequadas. As interações entre as cargas minerais e os polímeros são dificul-<br />

tadas pelo fato de que as cargas minerais apresentam superfícies polares aliadas a elevados<br />

valores de áreas de superfície específica, enquanto que os polímeros, geralmente, apresentam<br />

superfícies apolares. Essa incompatibilidade faz com que a carga mineral tenha dificuldades<br />

em ser “molhada” pelo polímero, comprometendo, assim, a sua adequada dispersão. Para<br />

compatibilizar essas diferenças polares, são utilizados produtos químicos em tratamentos de<br />

superfícies da carga mineral objetivando minimizar as suas naturezas polares. A carga mineral<br />

corresponde a minerais, ou rochas, que são encontrados na natureza, tais como o calcário<br />

(calcita, dolomita), o filito, a mica (muscovita, flogopita, biotita), sílica (quartzo, zeólita), tal-<br />

co, pirofilita (agalmatolito), gesso, barita, wolastonita, esmectita (bentonita, montmorilonita,<br />

hectorita, saponita).<br />

No presente trabalho as cargas minerais foram adicionadas em uma formulação de<br />

plastisol e avaliadas de forma comparativa, onde as propriedades alteradas podem ajudar ou<br />

dificultar o processamento da mesma durante o processo de transformação do plastisol em<br />

laminados sintético de PVC. Em compósitos com polímeros, as cargas minerais são usadas<br />

devido a várias razões: redução de custo, melhorar o processamento, controle de densidade,<br />

efeitos óticos, controle da expansão térmica, retardamento de chama, modificações no que se


efere às propriedades de condutividade térmica, resistência elétrica e susceptibilidade mag-<br />

nética, além de melhorar as propriedades mecânicas, tais como a dureza e a resistência ao ras-<br />

go.<br />

15


2. MATÉRIAS PRIMAS PARA A FABRICAÇÃO DO <strong>PLASTISOL</strong><br />

2.1 Plastificantes<br />

De maneira geral, os produtos de PVC podem ser classificados como pertencentes a<br />

dois grandes grupos: rígidos e flexíveis. A resina de PVC é naturalmente rígida; entretanto,<br />

durante a produção dos compostos de PVC, uma classe especial de aditivos pode ser incorpo-<br />

rada à resina de PVC de modo a gerar compostos flexíveis: os plastificantes.<br />

Em função da presença do átomo de cloro, altamente eletronegativo, a molécula de<br />

PVC possui ligações químicas fortemente negativas nos átomos de cloro e positivas nos áto-<br />

mos de hidrogênio, ligados ao mesmo átomo de carbono. Devido à presença desses dipolos ao<br />

longo das cadeias, as moléculas de PVC sofrem forte atração eletrostática umas pelas outras,<br />

resultando em um polímero rígido. Esse mecanismo de atração intermolecular, ou seja, entre<br />

as moléculas do polímero, é conhecido como ligação secundária ou de van der Waals do tipo<br />

dipolo-dipolo.<br />

A IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry, ou União Internacio-<br />

nal de Química Pura e Aplicada) define os plastificantes como “substâncias incorporadas a<br />

plásticos ou elastômeros com a finalidade de aumentar sua flexibilidade, processabilidade ou<br />

capacidade de alongamento. Um plastificante pode reduzir a viscosidade do fundido, abaixar<br />

sua temperatura de transição de segunda ordem (temperatura de transição vítrea ou Tg) ou<br />

diminuir seu módulo de elasticidade.” Para fins práticos, podemos definir os plastificantes<br />

como toda e qualquer substância que, incorporada ao PVC, reduz sua dureza e aumenta sua<br />

flexibilidade. Os plastificantes comerciais são, de maneira geral, líquidos inodoros, incolores,<br />

insolúveis em água e de baixa volatilidade. São em sua grande maioria ésteres ou poliésteres,<br />

incluindo outros com base em ácidos adípicos, fosfóricos, sebáceos, trimelíticos ou azeláticos.<br />

A característica mais importante de um plastificante é sua compatibilidade com o PVC, o que<br />

leva à criação da seguinte classificação:<br />

- Plastificantes primários: são os que possuem alta compatibilidade com o PVC, pro-<br />

movendo sua rápida gelificação; não há necessidade de que sejam misturados com outros<br />

plastificantes, e podem ser utilizados em grandes quantidades (geralmente até acima de 150<br />

pcr) sem problemas de separação da resina de PVC.<br />

- Plastificantes secundários: Possuem em média boa compatibilidade com o PVC e-<br />

xercem menor influência em sua gelificação. São geralmente utilizados em mistura com os<br />

16


plastificantes primários, visando à obtenção de propriedades específicas ou substituição de<br />

parte do plastificante primário, reduzindo o custo da formulação. Quanto à estrutura química<br />

os plastificantes podem ser classificados como:<br />

- Plastificantes monoméricos: a utilização desse termo pode ser confusa, uma vez que<br />

nem todas as substâncias pertencentes a esse grupo são monômeros no sentido usual (que ge-<br />

ram a unidade de repetição de uma macromolécula). Esse termo deve ser entendido como<br />

uma referência ao tamanho da molécula do plastificante, sendo utilizado para classificar subs-<br />

tâncias com peso molecular até 500 g/mol.<br />

- Plastificantes poliméricos: novamente um termo que foge da definição utilizada em<br />

tecnologia de polímeros; apesar de fazer referência a substâncias de alto peso molecular, nem<br />

todos os aditivos pertencentes a essa classe são polímeros no sentido estrito da palavra, ou<br />

seja, nem todas as macromoléculas dessa classe possuem uma unidade de repetição. Os plasti-<br />

ficantes poliméricos mais utilizados são os poliésteres, que são polímeros no sentido correto<br />

da palavra; entretanto, são também assim classificados alguns ésteres complexos e alguns ó-<br />

leos epoxidados, macromoléculas que não possuem uma unidade de repetição definida. São<br />

ainda utilizados em algumas aplicações elastômeros de acrilonitrila-butadieno (NBR), copo-<br />

límeros de EVA com alto teor de acetato de vinila (> 50%) e poliuretanos termoplásticos<br />

(TPU’s), os quais oferecem flexibilidade ao PVC, aliada a características como elevadas re-<br />

sistências química, abrasão e baixa volatilidade.<br />

2.2 Resinas de policloreto de Vinila<br />

O PVC contém, em peso, 57% de cloro (derivado do cloreto de sódio - sal de cozinha)<br />

e 43% de eteno (derivado do petróleo). Como todo plástico, o vinil é feito a partir de repeti-<br />

dos processos de polimerização que convertem hidrocarbonetos, contidos em materiais como<br />

o petróleo, em um único composto chamado polímero. O vinil é formado basicamente por eti-<br />

leno e cloro. Este dá ao vinil duas vantagens, a de não ser tão susceptível às mudanças de pre-<br />

ço no mercado de petróleo e de não ser um bom combustível como os derivados de petróleo.<br />

Por uma reação química, o etileno e o cloro combinam-se formando o dicloreto de etileno,<br />

que por sua vez é transformado em um gás chamado "VCM" (Vinyl chloride monomer, em<br />

português cloreto de vinila). O passo final é a polimerização, que converte o monómero num<br />

polímero de vinil, que é o PVC, ou simplesmente, vinil. O processo de obtenção das resinas<br />

de PVC é o responsável por suas características únicas de processo. Enquanto que a maioria<br />

dos polímeros é obtida por processos diversos de polimerização e fornecida ao mercado con-<br />

17


sumidor na forma de grânulos regulares prontos para o processamento (geralmente aditivadas<br />

em alguma etapa de seu processo de produção), as resinas de PVC são comercializadas usu-<br />

almente na forma de um pó branco e fino, ao qual deverão ser adicionados aditivos que tor-<br />

nam o PVC processável, além de conferir-lhe características especificas.<br />

A tecnologia da utilização do PVC reside em sua morfologia e aditivos incorporados<br />

(Portingell 1982, Titow 1984 e Witenhafer 1986), uma vez que algumas das propriedades des-<br />

te polímero são atribuídas à sua estrutura única. A versatilidade de aplicações, por sua vez, é<br />

função direta da infinita gama de combinações de aditivos possíveis de serem incorporados à<br />

resina base. A mistura de resina de PVC com os aditivos é conhecida como composto de PVC<br />

ou composto vinílico, e dependendo das substâncias adicionadas e suas quantidades é possí-<br />

vel moldar artigos em PVC com aspecto desde o totalmente rígido (tal como um tubo para<br />

distribuição de água potável) ou ainda tão flexível e com aspecto borrachoso como uma man-<br />

gueira de jardim. Uma vez que a resina de PVC é totalmente atóxica e inerte, a escolha de<br />

aditivos com estas mesmas características permite a fabricação de filmes, lacres e laminados<br />

para embalagens, brinquedos e acessórios médico-hospitalares, tais como mangueiras para<br />

sorologia e cateteres. Davidson e Witenhafer (1980), Portingell (1982), Titow (1984), Wite-<br />

nhafer (1986) e Summers (1997) são unânimes ao listar que a versatilidade do PVC reside em<br />

dois pontos principais. A morfologia das partículas das resinas de PVC, responsável pela es-<br />

trutura de sub-partículas entremeadas por poros, os quais são receptivos aos aditivos incorpo-<br />

rados durante o processamento, permitindo a perfeita interação entre estes e o polímero, A<br />

necessidade de incorporação de aditivos para o adequado processamento do PVC implica o<br />

desenvolvimento de uma nova formulação de composto para cada produto a ser moldado,<br />

com características específicas de desempenho, propriedades e processabilidade.<br />

2.3 Estabilizantes para PVC<br />

O PVC e seus copolímeros são susceptíveis a reações adversas com perda de proprie-<br />

dades durante seu processamento e uso final, quando expostos ao calor, agentes oxidantes ou<br />

ainda ao intemperismo (radiação ultravioleta e infravermelho). Essas reações adversas são<br />

comumente denominadas reações de degradação. Considerando o fato de que o processamen-<br />

to do PVC requer temperaturas da ordem de 150 a 220°C e se dá em presença de oxigênio, o<br />

mesmo se torna instável, necessitando do uso de vários tipos de aditivos, tais como estabili-<br />

zantes térmicos, antioxidantes e estabilizantes ao ultravioleta.<br />

18


2.4 Aditivos para plastisol<br />

A utilização prática das resinas de PVC, salvo em aplicações extremamente específi-<br />

cas, demanda sua mistura com substâncias, compostos ou produtos químicos variados, conhe-<br />

cidos como aditivos. Definidas as características da resina de PVC adequadas ao processo de<br />

transformação e desempenho do produto final, incorporam-se os aditivos nas proporções sufi-<br />

cientes para promover características específicas, tais como rigidez ou flexibilidade, transpa-<br />

rência ou opacidade, ou, ainda, apresentar resistência à exposição ao intemperismo.<br />

A versatilidade do PVC deve-se basicamente à necessidade e à capacidade de incorpo-<br />

ração de aditivos antes de sua transformação em produtos finais; mediante a escolha dentro de<br />

uma ampla gama de substâncias químicas, permite ao formulador a obtenção de compostos de<br />

PVC com as características necessárias a cada aplicação. O desempenho do produto final<br />

também é fortemente dependente da escolha da resina de PVC. A tabela 1 abaixo mostra al-<br />

gumas famílias de aditivos e seus efeitos na formulação.<br />

Tabela 1: Principais aditivos e seus efeitos nas formulações de PVC.<br />

19


2.5 Cargas e Reforços<br />

Diversos materiais particulados ou fibrosos podem ser incorporados ao PVC com o intuito<br />

de modificar suas propriedades:<br />

- Reforços: são materiais particulados ou fibrosos adicionados aos compostos de PVC<br />

com o intuito exclusivo de melhorar algumas de suas propriedades mecânicas, muitas vezes<br />

em detrimento dos custos dos mesmos. Exemplos de reforços que podem ser incorporados a<br />

compostos de PVC são as fibras de vidro, as quais promovem o aumento da rigidez e resis-<br />

tência à tração.<br />

- Cargas: as cargas são incorporadas aos compostos de PVC basicamente com o intuito<br />

de redução de custo da formulação.<br />

Alguns autores diferenciam as cargas em cargas de enchimento, cujo efeito é exclusiva-<br />

mente a redução de custo do composto (por exemplo, pó de serra ou serragem), e cargas fun-<br />

cionais, que podem trazer benefícios adicionais como melhoria de algumas propriedades me-<br />

cânicas, além da redução de custo. Carbonatos de cálcio, em teores limitados, podem ser defi-<br />

nidos como cargas funcionais, enquanto em altos teores atuam como carga de enchimento em<br />

compostos de PVC. As cargas, quando apropriadamente selecionadas e incorporadas à resina<br />

de PVC, trazem outros benefícios aos compostos de PVC além da redução de custo, dentre os<br />

quais:<br />

- Aumento da estabilidade dimensional;<br />

- Aumento da rigidez;<br />

- Aumento da dureza;<br />

- Aumento da temperatura de amolecimento Vicat;<br />

- Aumento da tenacidade (resistência ao impacto), no caso de compostos rígidos, dentro<br />

de um limite de incorporação;<br />

- Melhoria das propriedades dielétricas;<br />

- Modificação da reologia e empacotamento de partículas em plastissóis.<br />

Com relação à redução de custo de compostos de PVC pela incorporação de cargas, vale<br />

destacar que existe uma importante relação entre o teor de incorporação das mesmas na for-<br />

mulação e a redução efetiva de seu custo. Teores excessivamente altos de carga na formula-<br />

ção, em função de sua maior densidade, podem eventualmente aumentar a densidade do com-<br />

posto. Nesses casos, deve-se comparar a quantidade de material necessário para preenchimen-<br />

20


to ou formação da peça e seu custo, que pode não ser economicamente interessante, ainda<br />

mais levando-se em conta que a incorporação excessiva de cargas prejudica o fluxo do com-<br />

posto fundido, em virtude do aumento da viscosidade, afetando negativamente sua processa-<br />

bilidade. Pode-se ainda acentuar o comprometimento de algumas propriedades físicas, tais<br />

como resistência ao impacto, alongamento na ruptura e resistência ao rasgamento. Um grande<br />

número de materiais pode ser incorporado aos compostos de PVC com funções de cargas. En-<br />

tretanto, os principais tipos usualmente adicionados são os carbonatos de cálcio (natural e<br />

precipitado), argilas, amianto, talco e algumas sílicas. A tabela 2 apresenta algumas caracte-<br />

rísticas de vários minerais utilizados como cargas em compostos de PVC.<br />

Tabela 2: Características de algumas cargas minerais.<br />

21


3. PROCESSO DE ESPALMAG<strong>EM</strong><br />

O processo de espalmagem pode ser considerado o mais importante para o mercado de<br />

pastas de PVC, e consiste em deposição de plastisol diretamente sobre um substrato, normal-<br />

mente tecido ou papel, ou sobre um meio de suporte da pasta, que nesse caso pode ser um pa-<br />

pel siliconado decorado em relevo. O plastisol sofre em seguida o processo de fusão em um<br />

forno, formando uma camada resistente sobre o suporte. Alguns exemplos de produtos obti-<br />

dos por esse processo são lonas, papéis de parede, pisos, couro sintético para vestuário, indús-<br />

tria calçadista e revestimento de móveis, correias transportadoras e alguns tipos de fitas ade-<br />

sivas, dentre outros. Os principais fatores de influência nesse processo são:<br />

(a) tipo do substrato: tecido, papel, manta, dentre outros;<br />

(b) composição do substrato: fibras naturais (algodão, por exemplo) ou sintéticas (polia-<br />

mida, polipropileno, poliéster, dentre outras);<br />

(c) propriedades físicas do substrato: espessura, peso (gramatura), rugosidade superficial,<br />

resistência ao calor e a solventes, tensão de ruptura quando seco e úmido, capacidade de ab-<br />

sorção da pasta;<br />

(d) largura do substrato;<br />

(e) viscosidade da pasta;<br />

(f) composição da pasta;<br />

(g) tamanho e configuração da distância entre o substrato e o elemento que irá promover a<br />

espalmagem (faca ou cilindro);<br />

(h) arranjo e perfil do elemento de espalmagem;<br />

(i) tensão aplicada ao substrato.<br />

O plastisol ideal para utilização em processos de espalmagem deve, preferencialmente,<br />

apresentar baixa viscosidade sob altas taxas de cisalhamento, de modo a permitir seu espa-<br />

lhamento uniforme sobre o substrato. Formulações de pastas com comportamento reológico<br />

do tipo pseudoplástico são particularmente adequadas ao processo de espalmagem, uma vez<br />

que apresentam alta viscosidade sob baixas taxas de cisalhamento, permitindo eficiente trans-<br />

ferência de energia no processo de mistura, e baixa viscosidade na aplicação, sob altas taxas<br />

de cisalhamento. Pastas de comportamento dilatante, ao contrário, provocam espalhamento<br />

irregular sobre o substrato, em função do aumento de viscosidade nas altas taxas de cisalha-<br />

22


mento durante o processo. A configuração e o ajuste adequados dos fatores citados anterior-<br />

mente permitem o controle das principais características do produto final, que são:<br />

(a) espessura da camada de pasta aplicada;<br />

(b) grau de penetração da pasta no substrato;<br />

(c) características superficiais como brilho, uniformidade, capacidade de impressão, den-<br />

tre outras.<br />

3.1 Equipamentos básicos de espalmagem<br />

Um processo típico e simplificado de espalmagem direta necessita de:<br />

- uma seção de aplicação de pasta, consistindo em um dispositivo de deposição (sistema<br />

de facas ou cilindros, também conhecido como cabeça ou cabeçote de aplicação);<br />

- um forno de gelificação e fusão da pasta;<br />

- uma unidade de resfriamento.<br />

Essa configuração, dotada ainda de dispositivos para desembobinar e tensionar o substra-<br />

to, além de reservatório para pasta e sistema de embobinamento do espalmado, constituem um<br />

sistema simples de espalmagem. A figura 1 mostra esquematicamente um sistema simples de<br />

espalmagem.<br />

Figura 1: Representação esquemática de uma linha simples de espalmagem.<br />

A linha de produção pode englobar mais de uma unidade de espalmagem (incluindo es-<br />

palmadeiras dupla face, em alguns casos), com os respectivos fornos de gelificação e estações<br />

de resfriamento apropriadas. Em adição a esses equipamentos podem ser acoplados cilindros<br />

para gravação em relevo e aplicadores de verniz em linha, porém essas operações de decora-<br />

23


ção e acabamento podem ser realizadas posteriormente, em unidades separadas. A figura 2<br />

mostra um sistema de espalmagem em três camadas, na qual se observa a presença de três sis-<br />

temas de aplicação de pasta e três fornos de gelificação/fusão.<br />

Figura 2: Representação esquemática de uma linha de três cabeças de espalmagem.<br />

Outros sistemas presentes nas linhas de espalmagem mais modernas são os controladores<br />

de tensão e direção do substrato e compensadores e medidores de espessura em linha, os quais<br />

podem promover o ajuste automático do processo, quando conectados a um controlador na<br />

estação de espalmagem.<br />

A largura de alguns substratos típicos varia entre 1 metro, como no caso de papéis de pa-<br />

rede ou tecidos de gramatura mais pesada, e 5 metros, como no caso de lonas e pisos. A tem-<br />

peratura dos fornos deve ser controlada levando-se em conta a intensidade e distribuição de<br />

calor para promover a fusão uniforme da pasta. A configuração em zonas de temperatura com<br />

controle separado proporciona excelentes resultados, particular mente no caso de espalmados<br />

com camada expandida, sendo possível melhor controle do processo de ativação dos agentes<br />

expansores e desenvolvimento da estrutura celular.<br />

3.2 Espalmagem por faca<br />

O arranjo mais comum nesse caso consiste em uma lâmina posicionada em linha, sendo a<br />

pasta adicionada ou bombeada a partir de um reservatório sobre o substrato que, em movi-<br />

mento, promove a formação de uma massa diante da faca, que espalha a pasta ao longo do<br />

substrato. Dependendo das propriedades do substrato e das características requeridas do es-<br />

palmado, a consistência da pasta a ser utilizada pode variar desde um líquido pouco viscoso<br />

até uma pasta relativamente viscosa. O perfil e a configuração (vertical ou inclinada) da faca,<br />

além da distância entre o substrato e a mesma, determinam a espessura do espalmado, sendo<br />

definidos caso a caso. A velocidade de espalmagem depende desses mesmos fatores, podendo<br />

24


variar entre 5 e 30 m/min. Com relação à disposição da faca em relação ao substrato, existem<br />

basicamente quatro alternativas:<br />

faca suspensa: é o arranjo mais simples, consistindo em uma faca posicionada e apoiada<br />

sobre o substrato, que deve ser fortemente tensionado.<br />

Figura 3: Espalmagem por meio de faca suspensa.<br />

faca apoiada sobre cilindro: o substrato é sustentado sob a faca por um cilindro de apoio.<br />

Este pode ser constituído ou revestido de borracha, sendo a espessura da camada de<br />

pasta aplicada controlada pela pressão da faca sobre o cilindro.<br />

Figura 4: Espalmagem por meio de faca apoiada sobre cilindro.<br />

faca apoiada sobre esteira: esse arranjo é utilizado quando o substrato é extremamente<br />

frágil, sendo a função da esteira apoiar o substrato e direcioná-lo contra a faca.<br />

25


Figura 5: Espalmagem por meio de faca apoiada sobre esteira.<br />

faca invertida: esse arranjo é similar ao de faca suspensa, sendo que a faca é posicionada abaixo<br />

do substrato.<br />

Figura 6: Espalmagem por meio de faca invertida.<br />

Para o arranjo do tipo faca apoiada sobre cilindro, o cilindro de suporte pode ser feito<br />

de borracha ou aço. Há uma relação direta entre a configuração da faca e a espessura do es-<br />

palmado. Assim, esse fator ajuda na configuração e controle da operação de espalmagem.<br />

Com o arranjo de faca sobre a esteira, temos uma situação que exige mais cuidado, pois a ten-<br />

são da esteira de borracha e sua velocidade possuem um efeito considerável sobre o espalma-<br />

do. Considerações similares são feitas com relação à tensão do substrato e sua velocidade de<br />

avanço no arranjo de facas suspensas, em que a ausência de um suporte sob a faca cria com-<br />

plicações adicionais, já que a tensão gerada no tecido pela pressão da faca é relativamente alta<br />

e varia com maior intensidade do que no sistema de faca sobre a esteira. Em tecidos relativa-<br />

mente finos e extensíveis isso pode resultar em penetração excessiva da pasta e peso excessi-<br />

vo do espalmado, bem como variações indesejadas dessas características. Os principais perfis<br />

26


de faca utilizados no processo de espalmagem são apresentados na figura 7, sendo que a tabe-<br />

la 2 relaciona esses perfis às situações de aplicação mais adequadas.<br />

Figura 7: Perfis de faca mais utilizados no processo de espalmagem de pastas de PVC.<br />

A tabela 3 apresenta onde os perfis das facas podem ser utilizados.<br />

Tabela 3: Correlação entre os perfis de faca apresentados na figura 7 e as situações de utilização dos mesmos.<br />

Os efeitos provocados pela escolha ou configuração incorreta de parâmetros básicos<br />

do processo, como o perfil e o posicionamento das facas, tensão e velocidade do substrato,<br />

além da reologia da pasta, são relativamente previsíveis. No processo, as manifestações des-<br />

ses problemas são facilmente detectáveis. Os problemas resultantes são desvios na espessura<br />

do espalmado, na gramatura e no grau de penetração da pasta no substrato. A magnitude des-<br />

ses defeitos depende do grau de afastamento da configuração ótima do processo. Por exem-<br />

plo, uma pasta altamente dilatante irá fluir e se espalhar de maneira insuficiente, de modo que<br />

algumas áreas do substrato não receberão uma camada suficiente de material. Esse problema é<br />

agravado especialmente se o perfil e a configuração da faca não forem adequados. Outras fa-<br />

27


lhas podem também ocorrer no processo, nem sempre originadas por problemas nos parâme-<br />

tros de processo:<br />

- Riscos: são linhas causadas principalmente pelo arraste de partículas sob a faca. Podem<br />

consistir em partículas grossas ou agregadas de pigmentos, cargas ou até mesmo de resina que<br />

restaram do processo de mistura da pasta; podem ser aglomerados de resina formados na regi-<br />

ão de maior cisalhamento sob a faca, especialmente em pastas de alta viscosidade, sob altas<br />

taxas de cisalhamento; em algumas composições a compatibilidade dos constituintes pode ser<br />

afetada por condições de alto cisalhamento sobre a faca, a um ponto em que separação e a-<br />

glomeração podem ocorrer, sendo esse problema prevenido pela utilização de formulações<br />

adequadas às condições de processo. A primeira providência a ser tomada nesse tipo de pro-<br />

blema é a moagem da pasta, sendo em geral prevenido pelo uso de componentes de boa qua-<br />

lidade, especialmente resinas, pigmentos e cargas, bem como pela boa mistura da pasta, para<br />

garantir excelente homogeneização.<br />

- Bolhas: podem ocorrer tanto na superfície quanto no interior de camadas compactas do es-<br />

palmado. A causa imediata desse problema é o acúmulo local de pasta na faca e o escorrega-<br />

mento periódico desse acúmulo, mas o motivo de formação do acúmulo não é totalmente co-<br />

nhecido. Acredita-se que esteja associado, de alguma maneira, à alta pressão à qual a pasta é<br />

submetida sob a faca, à reologia da pasta ou à turbulência excessiva da pasta sob a faca, o que<br />

pode ocasionalmente causar aprisionamento de ar. Duas outras falhas conhecidas que podem<br />

ocorrer em qualquer processo de espalmagem são furos e cavidades. A causa mais comum<br />

desses problemas é a excessiva evaporação de substâncias voláteis presentes na formulação<br />

da pasta quando a mesma é submetida a calor no processo de fusão, causando a expansão da<br />

camada de plastisol. Outras causas podem ser umidade no substrato ou em algum constituinte<br />

da formulação (por exemplo na resina ou em alguma carga), ou ainda, apesar de pouco co-<br />

mum, umidade adquirida pela pasta durante ou após sua preparação.<br />

3.3 Espalmagem por transferência (espalmagem reversa)<br />

O princípio do método de espalmagem por transferência é a produção de uma camada<br />

de pasta em uma superfície lisa ou em um suporte contínuo, que pode incorporar um agente<br />

antiaderente para facilitar o desprendimento do espalmado, e posterior laminação do substrato<br />

sobre a camada de pasta espalmada. O suporte temporário pode ser de aço inoxidável ou, mais<br />

usualmente, constituído de papel impregnado com um agente antiaderente baseado em silico-<br />

ne. A espalmagem por transferência possui a vantagem de produzir laminados com excelente<br />

28


acabamento superficial. Versões modernas desse processo possuem dispositivos para o con-<br />

trole preciso das características do laminado, sendo indicadas para a produção de espalmados<br />

multicamadas de excelente qualidade. O processo também é particularmente útil quando o<br />

substrato utilizado é frágil ou facilmente distorcível, tais como malhas entrelaçadas. O pro-<br />

cesso de produção do chamado couro sintético é um exemplo de espalmagem por transferên-<br />

cia, em que o produto final é um tecido que carrega uma camada intermediária espalmada ex-<br />

pandida e uma película espalmada compacta, chamada de camada top. Nesse processo, a pasta<br />

formulada para a camada top é espalhada na superfície do papel siliconado com acabamento<br />

superficial que imita o couro. Essa camada pode ser gelificada antes da aplicação seguinte,<br />

sendo o próximo passo o espalhamento de uma segunda camada de pasta cuja formulação<br />

contém agentes de expansão. Ambas as camadas devem ser prégelificadas (conjuntamente ou<br />

separadamente) antes da laminação do tecido, sendo todo o conjunto submetido à aplicação<br />

de calor para completa fusão das camadas de pasta, expansão da camada intermediária e ade-<br />

são completa do substrato. Em outra variante, faz-se a fusão das pastas antes da aplicação do<br />

tecido. A adesão do mesmo às camadas de pasta é feita pela aplicação de uma terceira camada<br />

fina de pasta sobre a qual será fixado o tecido pela ação de calor.<br />

29


4. COMPARATIVO ENTRE DIFERENTES TEORES DE 3 TIPOS DE<br />

<strong>CARGAS</strong> <strong>MINERAIS</strong><br />

Para avaliar o comportamento de diferentes tipos de cargas minerais foram elabora-<br />

das 13 fórmulas de plastisol conforme a tabela 4 abaixo. Além do tipo de carga mineral tam-<br />

bém se variou a quantidade da mesma, sendo que a resina de PVC e o plastificante foram<br />

sempre fixos em relação ao tipo e quantidade.<br />

Matéria prima<br />

Fórmulas<br />

30<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13<br />

Resina Solvin 374 MBN 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100<br />

Plastificante DINP 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60<br />

Carbonado de Cálcio - EDK 400 X 15 30 45 60 X X X X X X X X<br />

Wollastonita Nyad M325 X X X X X 15 30 45 60 X X X X<br />

Carbonato de Cálcio (Cretáceo) – Hifil CR35 X X X X X X X X X 15 30 45 60<br />

Tabela 4: Combinações a serem avaliadas<br />

4.1 Reologia das formulações<br />

As formulações foram submetidas ao viscosímetro capilar e viscosímetro RV<br />

20 de forma comparativa, os resultados das medidas de viscosidade geraram as tabelas<br />

e gráficos a seguir, onde a amostra padrão foi identificada como TQ e comparada com<br />

as formulações com cargas minerais. A viscosidade foi medida em Pascal-segundo e<br />

submetida a taxas de cisalhamento de variaram de 1 à 1000 1/s.<br />

A taxa de cisalhamento é o gradiente de velocidade de cisalhamento por uma<br />

determinada distância e a viscosidade é o termo comumente conhecido que descreve<br />

as propriedades de escoamento de um fluído ou seja o atrito das camadas internas den-<br />

tro do fluído que impõe resistência a fluir.<br />

A reologia é o estudo do escoamento e deformação da matéria, ou seja, a reo-<br />

logia é o estudo do comportamento de fluidez. Os componentes dos fluidos podem a-<br />

presentar diferentes formas geométricas, características diversas de ligação, tamanhos<br />

variados, que lhe conferem comportamentos distintos.


Os resultados de viscosidade obtidos em relação às fórmulas com a carga mi-<br />

neral EDK 400 demostraram um aumento da viscosidade do plastisol com a adição da<br />

carga mineral conforme a tabela 5.<br />

Reologia - Carbontao EDK 400<br />

Taxa<br />

(1/s)<br />

TQ<br />

EDK 400<br />

15 pcr<br />

EDK 400<br />

30 pcr<br />

EDK 400<br />

45 pcr<br />

EDK 400<br />

60 pcr<br />

1,4 13,2 21,1 27,5 34,1 48,5<br />

2 11,0 18,8 24,8 29,3 42,3<br />

8 8,7 13,5 16,7 18,9 25,5<br />

12 8,3 12,3 14,9 16,7 22,2<br />

16 7,9 11,5 13,8 15,4 20,5<br />

24 7,4 10,7 12,9 14,1 18,8<br />

32 6,8 10,3 12,3 13,4 17,9<br />

36 6,4 10,1 12,0 13,1 17,6<br />

100 12,7 13,2 15,4 28,5 30,7<br />

150 11,3 11,8 14,0 32,2 34,7<br />

200 10,8 10,9 13,1 32,7 32,7<br />

400 9,5 11,2 14,6 39,8 35,5<br />

600 8,1 10,6 13,3 33,6 33,3<br />

800 7,7 9,4 16,0 29,7 30,7<br />

1000 6,5 7,8 13,5 24,6 25,7<br />

Tabela 5: Valores obtidos do plastisol sem carga (TQ) x EDK 400.<br />

O gráfico da figura 8 demonstra o comportamento reológico das fórmulas com a car-<br />

ga mineral EDK 400 onde a viscosidade inicial subiu conforme a quantidade da carga mineral<br />

foi aumentada na formulação.<br />

Figura 8: Representação gráfica do plastisol sem carga (TQ) x EDK 400.<br />

31


Os resultados de viscosidade obtidos em relação às fórmulas com a carga mi-<br />

neral Nyad M325 demostraram um aumento da viscosidade do plastisol com a adição<br />

da carga mineral conforme a tabela 6.<br />

Taxa<br />

(1/s)<br />

Reologia - Wollastonita Nyad<br />

M325<br />

TQ<br />

NYAD<br />

M325<br />

15 pcr<br />

NYAD<br />

M325<br />

30 pcr<br />

NYAD<br />

M325<br />

45 pcr<br />

NYAD<br />

M325<br />

60 pcr<br />

1,4 13,7 19,9 31,4 49,1 71,3<br />

2 12,3 18,3 27,5 40,0 56,8<br />

8 9,4 12,9 17,4 22,4 29,2<br />

12 8,7 11,7 15,3 19,2 24,7<br />

16 8,3 11,0 14,1 17,5 22,6<br />

24 7,8 10,3 12,9 15,8 20,6<br />

32 7,5 9,8 12,2 15,0 19,4<br />

36 7,4 9,6 12,0 14,7 19,0<br />

100 12,9 9,5 12,2 16,2 21,2<br />

150 11,6 9,2 11,9 16,1 22,5<br />

200 10,4 9,0 11,7 16,9 25,0<br />

400 9,4 9,1 13,5 19,3 34,9<br />

600 8,9 9,5 13,0 25,8 36,4<br />

800 7,1 8,8 16,1 25,3 35,0<br />

1000 6,0 7,4 13,8 21,5 29,5<br />

Tabela 6: Valores obtidos do plastisol sem carga (TQ) x Nyad M325.<br />

O gráfico da figura 9 demonstra o comportamento reológico das fórmulas com a car-<br />

ga mineral Nyad M325 onde a viscosidade inicial subiu conforme a quantidade da carga mi-<br />

neral foi aumentada na formulação.<br />

Figura 9: Representação gráfica do plastisol sem carga (TQ) x Nyad M325.<br />

32


Os resultados de viscosidade obtidos em relação às fórmulas com a carga mi-<br />

neral HI FIL CR 35 demostraram um aumento da viscosidade do plastisol com a adi-<br />

ção da carga mineral conforme a tabela 7.<br />

Reologia - Carbonato HI FIL CR35<br />

Taxa<br />

(1/s)<br />

TQ<br />

HI FIL<br />

CR35<br />

15 pcr<br />

HI FIL<br />

CR35<br />

30 pcr<br />

HI FIL<br />

CR35<br />

45 pcr<br />

HI FIL<br />

CR35<br />

60 pcr<br />

1,4 13,4 28,1 50,6 63,5 87,4<br />

2 12,3 23,9 40,9 50,3 69,8<br />

8 9,4 14,3 20,7 23,8 31,2<br />

12 8,7 12,4 17,3 19,5 25,6<br />

16 8,3 11,3 15,4 17,3 22,8<br />

24 7,8 10,1 13,4 14,9 19,9<br />

32 7,5 9,4 12,5 13,8 18,2<br />

36 7,4 9,1 12,2 13,4 17,7<br />

100 11,9 10,9 13,7 20,9 19,2<br />

150 10,8 10,3 12,8 18,8 18,8<br />

200 9,1 9,9 12,2 20,1 21,2<br />

400 8,5 9,0 12,0 18,3 26,9<br />

600 7,2 8,9 11,2 22,1 31,7<br />

800 6,9 8,1 10,0 21,0 29,9<br />

1000 5,8 6,7 8,4 17,7 25,2<br />

Tabela 7: Valores obtidos do plastisol sem carga (TQ) x HI FIL CR 35.<br />

O gráfico da figura 10 demonstra o comportamento reológico das fórmulas com a<br />

carga mineral HI FIL CR 35 onde a viscosidade inicial subiu conforme a quantidade da carga<br />

mineral foi aumentada na formulação.<br />

Figura 10: Representação gráfica do plastisol sem carga (TQ) x HI FIL CR 35.<br />

33


Todas as cargas minerais alteraram viscosidade das fórmulas causando um aumento<br />

nos valores em relação à fórmula de referência (sem carga).<br />

34


4.2 Estabilidade térmica<br />

As resinas de PVC degradam sob ação do calor a uma velocidade que depende da<br />

temperatura e da natureza da resina. Avalia-se a resistência à degradação, através da passa-<br />

gem, por um estabilímetro Metrastat, de uma amostra de plastisol preparada em condições<br />

bem definidas. A amostra gelificada sai aumaticamente do forno e apresenta o espectro com-<br />

pleto de degradação térmica, a estabilidade convencional é determinada através de um dispo-<br />

sitivo óptico.<br />

4.2.1 Aparelhagem e materiais de laboratório<br />

Para comparar a estabilidade térmica das formulações foi realizado o experimento<br />

com os materiais e equipamentos conforme descrito abaixo:<br />

Estabilímetro Metrastat mod. IR 5.<br />

Porta amostra em teflon.<br />

Refletômetro Reflektomaster 517 composto por:<br />

- uma cabeça de medição, constituída por uma fonte de luz branca, de um filtro e de uma célu-<br />

la fotoresistente.<br />

- uma pequena mesa equipada com uma placa de fundo branco, que permite posicionar o cor-<br />

po de prova a analisar e de uma régua graduada em minutos, correspondente ao tempo de saí-<br />

da do forno Metrastat.<br />

Balança semi-analítica com sensibilidade de 0,1 g.<br />

Bomba de vácuo.<br />

Cronometro.<br />

Vidraria comum de laboratório.<br />

Agitador com haste em alumínio.<br />

Espátula.<br />

4.2.2 Preparação das amostras<br />

Para a preparação das amostras foi utilizado um recipiente na balança e as quantidades<br />

definidas na tabela 4.<br />

35


Colocar o mesmo sob o agitador e ajustar a haste até que a mesma toque o fundo do recipien-<br />

te.<br />

Ligar o agitador e em uma rotação de aproximadamente 100 rpm, deixar misturando por 1<br />

minuto, aumentar a rotação para 200 rpm e deixar misturando por mais 1minuto.<br />

Parar a agitação.<br />

Desaerar o plastisol colocando o copo na cuba do misturador.<br />

Ligar a bomba de vácuo e após não se perceber mais a queda de volume do palstisol, deixar<br />

desaerando por mais 5 minutos.<br />

4.2.3 Procedimento Experimental<br />

As amostras pesadas conforme as quantidades definidas na tabela 3 serão testadas con-<br />

forme descrito abaixo:<br />

Ligar o aparelho Metratast IR 5.<br />

Ajustar a temperatura para 190°C ± 3°C.<br />

Introduzir o porta amostra dentro da antecâmara. Deixar estabilizar a temperatura durante 1<br />

hora.<br />

Regular o tempo de saída do porta amostra para 30 minutos através dos botões “ Time Set-<br />

ting”.<br />

Colocar a amostra preparada em toda a extensão da placa de teflon.<br />

Eliminar o excedente com uma espátula.<br />

Fixar a placa no seu suporte com auxilio de garras metálicas e introduzi-lo no forno (Metras-<br />

tat).<br />

Acionar o botão “Quick Release” para assegurar que o porta amostra esteja bem posicionado<br />

no respectivo alojamento e após acionar o botão “Start” o porta amostra é introduzido auto-<br />

maticamente para dentro do forno aquecido.<br />

Decorrido o tempo pré-estabelecido, retirar as garras metálicas da placa e esta do seu suporte,<br />

colocando-a sobre uma superfície fria.<br />

Ligar o Reflektomaster e aguardar 30 minutos.<br />

Após este tempo, colocar a cabeça de medição do reflektomaster sobre a placa padrão branca,<br />

localizada dentro do compartimento de calibração da mesa e ajustar o valor da refletância,<br />

36


através do potenciômetro localizado na lateral da mesma, conforme especificado para a placa<br />

padrão.<br />

Em seguida colocar a cabeça de medição na posição de espera, mantendo o interruptor sobre a<br />

mesma na posição “zero”.<br />

Colocar o corpo de prova na ranhura da mesa de medida, de modo que, o inicio do mesmo<br />

coincida com o zero da régua graduada fixa na mesa.<br />

Colocar a cabeça de medição na posição “3 minutos”, em seguida acionar o interruptor locali-<br />

zado sobre a mesma, de maneira a fixar o sinal correspondente à 40% do valor da refletância<br />

a ser medida ( um símbolo “%” piscando, indica que o valor esta fixo).<br />

Fazer deslizar a cabeça de medição sobre o corpo de prova a medir, até o valor de o indicador<br />

digital vermelho coincidir com o valor fixo do reflectómetro.<br />

Ler o tempo (min, s) na régua graduada.<br />

Voltar a acionar o interruptor, sobre o aparelho (posição zero).<br />

Após a medição, fixar o corpo de prova em uma cartela adequada.<br />

4.3 Resultados das medidas<br />

A estabilidade térmica é definida como o tempo de exposição à 190°C que conduz a<br />

uma diminuição na refletância de 60 % no valor tricromático Y (iluminante C/2°, medido à<br />

45°/0°), refletivo ao valor à 3 minutos de exposição. A estabilidade térmica é expressa em<br />

minutos e segundos, onde os segundos são arredondados à 0 ou 30 e pode ser exposto na es-<br />

cala centesimal. A figura 11 demostra o aspecto dos corpos de prova após a realização do en-<br />

saio.<br />

Figura 11: Imagens dos corpos de prova após o ensaio de Estabilidade Térmica<br />

37


A tabela 8 e a figura 12 apresentam os valores do ensaio expresso em minutos onde o<br />

tipo e a quantidade de carga mineral na formulação influenciou no aumento da estabilidade<br />

térmica dos corpos de prova.<br />

Minutos<br />

EDK 400 Nyad M325 HI FIL CR35<br />

0 pcr 14 13,5 14,5<br />

15 pcr 15 16,5 17,5<br />

30 pcr 17 18,5 19<br />

45 pcr 18 19,5 21<br />

60 pcr 18 19,5 23<br />

Tabela 8: Resultado obtido em minutos no ensaio de estabilidade térmica.<br />

Figura 12: Estabilidade Térmica x Quantidade de carga<br />

A tabela 9 e figura 13 demonstram o percentual de melhora da estabilidade térmica das for-<br />

mulações testadas.<br />

% de melhora<br />

EDK 400 Nyad M325 HI FIL CR35<br />

0 pcr 0,00% 0,00% 0,00%<br />

15 pcr 7,14% 22,22% 20,69%<br />

30 pcr 21,43% 37,04% 31,03%<br />

45 pcr 28,57% 44,44% 44,83%<br />

60 pcr 28,57% 44,44% 58,62%<br />

Tabela 9: Aumento da Estabilidade Térmica:<br />

38


Figura 13: Percentual de melhora da Estabilidade Térmica X Quantidade de carga<br />

4.4 Cor do laminado<br />

As fórmulas da tabela 4 foram transformadas em laminados de PVC e submetidas à<br />

análise de cor de forma comparativa onde o padrão é a formulação sem carga. O equipamento<br />

utilizado foi um espectrofotômetro para mensurar as diferenças na cor dos laminados.<br />

Levando em consideração que o padrão está no centro absoluto temos:<br />

L*= Luminosidade (onde o valor positivo indica que a cor da amostra está mais<br />

clara que o padrão, e um valor negativo que está mais escura)<br />

verde(-a)<br />

azul(-b)<br />

a*= Coordenada de Cromaticidade correspondente ás tonalidades: vermelho(+a) e<br />

b*= Coordenada de Cromaticidade correspondente ás tonalidades: amarelo(+b) e<br />

h°= Tonalidade: variável angular partindo do eixo +a, tendo como sentido positi-<br />

vo o sentido anti-horário, descrevendo a tonalidade propriamente dita do objeto<br />

C*= Intensidade ou Saturação: variável radial partindo do centro do disco de co-<br />

res, tendo como sentido positivo o sentido do centro para a periferia do circulo, e descrevendo<br />

a intensidade da cor do objeto.<br />

DE*= Diferença total da cor<br />

A figura 14 representa o espaço colorimétrico utilizado pelo equipamento para<br />

a interpretação dos valores da tabela 10 para identificar as diferenças de cor entre as<br />

amostras analisadas.<br />

39


Figura 14: Espaço colorimétrico<br />

Iluminante<br />

DL* Da*<br />

Parâmetro<br />

Db* DC* DH* DE* DE cmc<br />

Amostra<br />

‐0,01 0 0,12 0 0 0,12 0,13 Padrão<br />

2,95 ‐0,43 0,81 0,85 0,36 3,09 1,75 EDK 400 ‐ 15 pcr<br />

4,47 ‐0,46 0,61 0,64 0,41 4,53 2,33 EDK 400 ‐ 30 pcr<br />

5,18 ‐0,43 0,32 0,36 0,4 5,21 2,59 EDK 400 ‐ 45 pcr<br />

5,41 ‐0,45 0,89 0,92 0,38 5,5 2,83 EDK 400 ‐ 60 pcr<br />

1,33 ‐0,1 3,28 3,28 ‐0,04 3,54 3,54 Nyad M325 ‐ 15 pcr<br />

D65 10 Deg 1,34 0,26 5,03 5,02 ‐0,35 5,21 5,39 Nyad M325 ‐ 30 pcr<br />

0,94 0,65 5,95 5,95 ‐0,63 6,06 6,39 Nyad M325 ‐ 45 pcr<br />

0,24 1,09 6,86 6,88 ‐0,92 6,95 7,41 Nyad M325 ‐ 60 pcr<br />

‐4,23 2,58 20,84 20,94 ‐1,57 21,42 22,43 HIFIL CR35 ‐ 15 pcr<br />

‐8,87 5,84 27,51 27,98 ‐2,81 29,49 30,25 HIFIL CR35 ‐ 30 pcr<br />

‐12,13 7,78 28,01 28,85 ‐3,55 31,5 31,54 HIFIL CR35 ‐ 45 pcr<br />

‐14,74 8,65 27,01 28,09 ‐3,92 31,96 31,1 HIFIL CR35 ‐ 60 pcr<br />

Tabela 10: Diferença de cor x Quantidade de carga<br />

Os resultados demostram uma alteração de cor no laminado produzido com as fór-<br />

mulas da tabela 4 quando há adição das cargas minerais, onde a quantidade e tipo de carga<br />

mineral interferiram diretamente nessa propriedade conforme os valores de DE* da tabela 10.<br />

40


A figura 15 demonstra a diferença total de cor dos laminados em função da quanti-<br />

dade e tipo de carga mineral utilizada na formulação sendo que quanto maior o valor de DE*<br />

significa que maior foi à alteração.<br />

Figura 15: Variação da cor do laminado em função da quantidade e tipo de carga.<br />

41


5. CONCLUSÃO<br />

O estudo demostrou que o plastisol utilizado para a fabricação de laminados sintéti-<br />

cos de PVC tem suas propriedades alteradas devido à quantidade e tipo de carga incorporada<br />

ao mesmo. No ensaio de reologia, a quantidade e tipo de carga adicionado na formulação in-<br />

terferiram diretamente no valor da viscosidade do plastisol. Em baixas taxas de cisalhamento,<br />

foi possível aumentar em até seis vezes o valor inicial da viscosidade, em relação ao padrão<br />

sem carga. Esse aumento na viscosidade pode ajudar na redução de aditivos reológicos para<br />

aumentar a viscosidade do mesmo. Em relação à estabilidade térmica do plastisol, as adições<br />

das cargas melhoraram o desempenho da formulação onde foi possível evidenciar melhoras<br />

de até 58% nos ensaios realizados. Tais ganhos na estabilidade térmica podem reduzir o uso<br />

de estabilizantes térmicos para a fabricação de laminados sintéticos de PVC. A propriedade<br />

visual também sofreu alterações em função da quantidade e tipo de carga, tornando-se um<br />

ponto negativo para a carga mineral HI FIL CR 35. Neste caso, foi observado que a cor do<br />

laminado sofreu grande alteração, conforme evidenciado no comparativo dos laminados no<br />

espectrofotômetro impossibilitando o seu uso para a fabricação de cores claras.<br />

42


REFERÊNCIAS<br />

BETEJTIN, A. Curso de mineralogia. 3.ed. Moscou: Editorial MIR, 1977.<br />

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Brookfield, v. 8, n. 2, p. 115-122, 2004.<br />

CANEVAROLO JR, S. V. Ciência dos Polímeros: um texto básico para tecnólogos e engenheiros.<br />

1.ed. São Paulo. ArtLiber Editora, 2002.<br />

CIMINELLI, R. R. Critério para a formulação de cargas e reforços minerais em termoplásticos.<br />

In: CONGRESSO BRASILEIRO DO PLÁSTICO REFORÇADO, 5., 1988, São Paulo.<br />

Anais. São Paulo: Associação Brasileira de Plástico Reforçado, 1988. p.71-73.<br />

NAVARRO, R. F. Fundamentos de reologia de polímeros. Caxias do Sul: EDUCS, 1997.<br />

NASS, L. I. (editor). (1977). Encyclopedia of PVC – Volume 3. New York: Marcel Dekker<br />

NASS, L. I.; Grossman, R. F. (editores). (1998). Encyclopedia of PVC – Volume 4: Conversion<br />

and fabrication processes. 2. ed. New York: Marcel Dekker.<br />

OWEN, E. D. (1984). Degradation and stabilisation of PVC. London: Elsevier Applied Science<br />

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SARVETNICK, H. A. (1972). Plastisols and organosols. New York: Van Nostrand Reihold.<br />

TECNOLOGIA DO PVC 2ª edição revista e ampliada Abril de 2006. ProEditores Associados<br />

Ltda.<br />

XANTHOS, M. Functional fillers for plastics. 2. ed. [S.l.]: WILEY-VCH Verlag, 2005.<br />

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