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muito prazer, sou amapô. as trajetórias de travestis e transexuais ...

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SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES<br />

Direito, Relações Etnorraciais, Educação, Trabalho, Reprodução,<br />

Diversida<strong>de</strong> Sexual, Comunicação e Cultura<br />

04 a 06 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2011<br />

Centro <strong>de</strong> Convenções da Bahia<br />

Salvador - BA<br />

MUITO PRAZER, SOU AMAPÔ. AS TRAJETÓRIAS DE TRAVESTIS E<br />

TRANSEXUAIS FACE A IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA PÚBLICA DE<br />

SAÚDE 1 .<br />

Resumo:<br />

Luiza Carla C<strong>as</strong>emiro 2<br />

O presente trabalho tem como objetivo principal apresentar o cotidiano <strong>de</strong><br />

<strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong> face à implementação <strong>de</strong> polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>,<br />

especialmente a política <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Trabalhar com essa temática é importante<br />

para aprofundar uma reflexão acerca d<strong>as</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gênero e possibilitar<br />

<strong>de</strong>bates sobre direitos, em especial, os direitos à saú<strong>de</strong> para esse segmento.<br />

Enten<strong>de</strong>-se por i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero a constituição individual do “eu”, a partir<br />

do seu auto-reconhecimento psico-emocional <strong>de</strong>finido através do gênero<br />

m<strong>as</strong>culino/feminino, po<strong>de</strong>ndo ou não correspon<strong>de</strong>r com ao sexo atribuído à<br />

pessoa no momento do seu n<strong>as</strong>cimento. As <strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong> são um<br />

segmento da socieda<strong>de</strong> estigmatizado e negligenciado pel<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>,<br />

cujo cotidiano é marcado por discriminação, exclusão e violência, que<br />

influencia na construção e formação da própria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Portanto, faz-se<br />

necessário uma interlocução entre a Política Nacional da Saú<strong>de</strong> com <strong>as</strong> <strong>de</strong>mais<br />

polític<strong>as</strong> sociais, para efetivar e garantir direitos e para que todos os cidadãos e<br />

cidadãs sejam reconhecidos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero.<br />

Palavr<strong>as</strong>-chave: Travestis, Transexuais e Política <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

1 Este trabalho é fruto da minha dissertação <strong>de</strong> mestrado intitulada: “Tenho direito <strong>de</strong> ser<br />

Amapô: <strong>as</strong> trajetóri<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong> face s implementação d<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

Assistência Social e Saú<strong>de</strong>”, <strong>de</strong>fendida em julho <strong>de</strong> 2010, na PUC-Rio. Trabalho aprovado no<br />

Enlance 10: Saú<strong>de</strong>, Reprodução e Direitos Sexuais do II Seminário Internacional Enlaçando<br />

Sexualida<strong>de</strong>s.<br />

2 Mestre em Serviço Social pela PUC-Rio, docente do curso <strong>de</strong> Serviço Social do Centro<br />

Universitário Geraldo Di Bi<strong>as</strong>e e <strong>as</strong>sistente social do Centro <strong>de</strong> Referência <strong>de</strong> Promoção da<br />

Cidadania LGBT (Programa Rio sem Homofobia) da SEASDH. E-mail:<br />

luizac<strong>as</strong>semiro@hotmail.com.


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Direito, Relações Etnorraciais, Educação, Trabalho, Reprodução,<br />

Diversida<strong>de</strong> Sexual, Comunicação e Cultura<br />

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Salvador - BA<br />

Viver, ser feliz, ter uma c<strong>as</strong>a, participar dos movimentos políticos e<br />

sociais da comunida<strong>de</strong> e do país, ter <strong>as</strong>sistência médica, educação, lazer, são<br />

direitos <strong>de</strong> cada br<strong>as</strong>ileiro e apen<strong>as</strong> quando são postos em prática é que existe<br />

a cidadania. A cidadania é histórica, uma invenção humana em constante<br />

dinâmica <strong>de</strong> construção e reconstrução.<br />

Para Covre (2002):<br />

O tema cidadania p<strong>as</strong><strong>sou</strong> a ser ventilado no mundo contemporâneo,<br />

inclusive no Br<strong>as</strong>il. Ele aparece na fala <strong>de</strong> quem <strong>de</strong>tém o po<strong>de</strong>r público<br />

(políticos e capitalist<strong>as</strong>), na produção intelectual e nos meios <strong>de</strong> comunicação<br />

(rádio, jornal e televisão), e também junto às camad<strong>as</strong> mais <strong>de</strong>sprivilegiad<strong>as</strong> da<br />

população (p. 01).<br />

O movimento LGBT (lésbic<strong>as</strong>, gays, bissexuais e <strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong>)<br />

tem <strong>de</strong>sempenhado um papel fundamental para garantir a visibilida<strong>de</strong> do<br />

segmento que representa. Nesse sentido, realizou n<strong>as</strong> últim<strong>as</strong> décad<strong>as</strong> uma<br />

crescente pressão para que o Estado garanta direitos iguais, através <strong>de</strong><br />

mudanç<strong>as</strong> <strong>de</strong> leis que os discriminam e que também estabeleça polític<strong>as</strong><br />

públic<strong>as</strong> que criem condições para o exercício pleno <strong>de</strong> sua cidadania.<br />

Além <strong>de</strong> todo o conjunto <strong>de</strong> legislações específic<strong>as</strong> relacionad<strong>as</strong> às<br />

questões <strong>de</strong> orientação sexual e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero, o movimento LGBT tem<br />

lutado pela garantia da implementação <strong>de</strong> polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> dirigid<strong>as</strong> à garantia<br />

dos direitos, ao exercício da cidadania e à proibição e punição d<strong>as</strong> diferentes<br />

form<strong>as</strong> <strong>de</strong> discriminação.<br />

A luta por direitos é uma construção histórica. Estes não são dados, m<strong>as</strong><br />

sim conquistados por aqueles/<strong>as</strong> que vivem situações <strong>de</strong> opressão,<br />

invisibilida<strong>de</strong> e violação.<br />

Os problem<strong>as</strong> enfrentados pel<strong>as</strong> <strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong> em qualquer<br />

área, como Saú<strong>de</strong>, Assistência Social, Educação e Trabalho, têm como<br />

fundamento o preconceito e a intolerância às diversida<strong>de</strong>s, principalmente a<br />

uma diversida<strong>de</strong> tão <strong>de</strong>safiadora como é a dos <strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong>, que<br />

divergem totalmente do padrão pré-estabelecido do que seria homem ou<br />

mulher.


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A década <strong>de</strong> 1980 foi importante e crucial na luta da cidadania no Br<strong>as</strong>il<br />

e <strong>muito</strong>s dos direitos <strong>de</strong>fendidos pelos movimentos sociais consolidaram-se na<br />

Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988, garantindo a dignida<strong>de</strong> da pessoa humana,<br />

muit<strong>as</strong> vezes através <strong>de</strong> leis e <strong>de</strong>cretos complementares posteriores, no âmbito<br />

fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal.<br />

Em diversos estados e municípios esses direitos adquiridos ainda não<br />

são completamente <strong>as</strong>segurados, atitu<strong>de</strong>s preconceituos<strong>as</strong>, nesse c<strong>as</strong>o em<br />

particular, homofóbic<strong>as</strong> e discriminatóri<strong>as</strong> com relação à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero<br />

em setores que operacionalizam <strong>as</strong> polític<strong>as</strong> sociais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e etc.<br />

A Constituição <strong>de</strong> 1988 procurou garantir a Saú<strong>de</strong> como um direito <strong>de</strong><br />

todos e <strong>de</strong>ver do estado. M<strong>as</strong> o que <strong>as</strong>sistimos na mídia é uma crise no<br />

sistema <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, fil<strong>as</strong> freqüentes <strong>de</strong> pacientes nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

péssimos atendimentos; esc<strong>as</strong>sez <strong>de</strong> recursos materiais, financeiros, humanos<br />

e a não rep<strong>as</strong>se <strong>de</strong>sses recursos para os órgãos responsáveis e etc. M<strong>as</strong> o<br />

que <strong>as</strong>sistimos na mídia é um retrato fiel <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>.<br />

A política <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para <strong>as</strong> <strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong>: para além da AIDS<br />

Em 2010, o Ministério da Saú<strong>de</strong> apresentou um Plano Nacional <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> para Lésbic<strong>as</strong>, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Sua<br />

formulação foi sustentada pel<strong>as</strong> diretrizes do Programa Br<strong>as</strong>il Sem Homofobia,<br />

que foi coor<strong>de</strong>nado pela Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos Humanos da<br />

Presidência da República (SEDH/PR) e que atualmente compõe o Programa<br />

Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos (PNDH III).<br />

Durante a década <strong>de</strong> 1980, o órgão fe<strong>de</strong>ral apoiou projetos n<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> da<br />

prevenção d<strong>as</strong> DST/AIDS, disponibilizou <strong>as</strong>sessoria jurídica e fortalecimento <strong>de</strong><br />

re<strong>de</strong>s; <strong>de</strong>senvolveu campanh<strong>as</strong> <strong>de</strong> comunicação e ações para visibilida<strong>de</strong> da<br />

população LGBT como estratégia <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> e promoveu a<br />

participação do movimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos direitos LGBT. Esta estratégia<br />

fortaleceu a participação <strong>de</strong>sse segmento na luta pela saú<strong>de</strong>.<br />

Na década <strong>de</strong> 1990, <strong>as</strong> <strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong> participaram do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações específic<strong>as</strong> no Programa DST/AIDS, da execução<br />

<strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> prevenção DST/AIDS para <strong>as</strong> <strong>travestis</strong>, da realização dos


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ENTLAIDS (Encontro Nacional <strong>de</strong> Travestis e Liberados que trabalham na<br />

prevenção d<strong>as</strong> DST/AIDS) a partir <strong>de</strong> 1993; da inclusão formal <strong>de</strong> <strong>transexuais</strong> e<br />

su<strong>as</strong> <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> na agenda comum; bem como da articulação do Plano<br />

Nacional DST/AIDS, objetivando formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> organizações não-<br />

governamentais e ações estratégic<strong>as</strong> para o atendimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>mand<strong>as</strong><br />

específic<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong> quanto à prevenção e <strong>as</strong>sistência d<strong>as</strong><br />

DST e AIDS.<br />

A partir <strong>de</strong> 2000 para <strong>as</strong> <strong>travestis</strong> ocorreu também o estabelecimento<br />

jurídico da Articulação Nacional <strong>de</strong> Travestis, Transexuais e Transgêneros<br />

(ANTRA); a elaboração e implementação do Projeto TULIPA (Travestis Unid<strong>as</strong><br />

na Luta Incansável pela Prevenção da AIDS); o lançamento da campanha<br />

Travesti e Respeito e a elaboração e implementação <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Redução<br />

<strong>de</strong> Danos para o uso <strong>de</strong> silicone injetável.<br />

Em novembro <strong>de</strong> 2005, <strong>as</strong> <strong>transexuais</strong> tiveram gran<strong>de</strong>s mudanç<strong>as</strong>,<br />

entre <strong>as</strong> mais importantes: a realização do 1º Encontro Nacional <strong>de</strong><br />

Transexuais (Novembro/2005); a formação da primeira re<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação<br />

nacional <strong>de</strong> <strong>transexuais</strong>: o Coletivo Nacional d<strong>as</strong> Transexuais; o <strong>as</strong>sento no<br />

Comitê em Saú<strong>de</strong> da População LGBT e em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006 houve a<br />

proposta <strong>de</strong> confecção <strong>de</strong> material, com abordagens específic<strong>as</strong> d<strong>as</strong> questões<br />

<strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong>s para <strong>as</strong> <strong>transexuais</strong>.<br />

Ess<strong>as</strong> ações, program<strong>as</strong> voltados para a pessoa com i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gênero resultaram em avanços: <strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong> mais participativos na<br />

discussão da vulnerabilida<strong>de</strong> às DST/HIV/AIDS; <strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong><br />

tecnicamente mais capacitados e engajados na elaboração e execução <strong>de</strong><br />

projetos <strong>de</strong> prevenção e <strong>as</strong>sistência d<strong>as</strong> DST/AIDS voltados aos seus pares,<br />

bem como em ações <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> danos para uso <strong>de</strong> silicone injetável;<br />

realizando cada vez mais ações educativ<strong>as</strong> voltad<strong>as</strong> aos seus pares, parceiros<br />

institucionais e profissionais da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, sobre i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gênero e <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> divers<strong>as</strong>; atuação em parceria e estratégica dos<br />

Program<strong>as</strong> DST/AIDS na articulação intersetorial e protagonismo social <strong>de</strong>stes<br />

segmentos.


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Des<strong>de</strong> 2007, em âmbito institucional, o órgão fe<strong>de</strong>ral vem trabalhando<br />

na construção do Plano Integrado <strong>de</strong> Enfrentamento da Feminização da<br />

Epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> AIDS e outr<strong>as</strong> doenç<strong>as</strong> sexualmente transmissíveis, com ações<br />

voltad<strong>as</strong> para <strong>as</strong> mulheres lésbic<strong>as</strong>, bissexuais e <strong>transexuais</strong> e, também, o<br />

Plano Nacional <strong>de</strong> Enfrentamento <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>mia da AIDS e d<strong>as</strong> DST, entre os<br />

gays, bissexuais e <strong>as</strong> <strong>travestis</strong>.<br />

Com a abertura da perspectiva <strong>de</strong> integrar a atenção à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse<br />

segmento social, há um reconhecimento público <strong>de</strong> que a orientação sexual e a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero constituem situações específic<strong>as</strong> e complex<strong>as</strong>, na<br />

vulnerabilida<strong>de</strong> à saú<strong>de</strong> e não apen<strong>as</strong> por questões <strong>de</strong> prátic<strong>as</strong> sexuais e<br />

sociais, m<strong>as</strong> pelos agravamentos <strong>de</strong> processos discriminatórios, estigm<strong>as</strong> e<br />

exclusão social, violando seus direitos entre os quais o direito à saú<strong>de</strong>,<br />

dignida<strong>de</strong>, autonomia e a liberda<strong>de</strong>.<br />

No Ministério da Saú<strong>de</strong>, foi criado o Comitê Técnico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

População LGBT (Portaria nº 2.227, do Gabinete do Ministro em 14 <strong>de</strong> Outubro<br />

<strong>de</strong> 2004), coor<strong>de</strong>nado pela Secretaria <strong>de</strong> Gestão Estratégica e Participativa<br />

(SGEP), esse Comitê constitui-se em espaço <strong>de</strong> articulação, <strong>de</strong>bate <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>mand<strong>as</strong> <strong>de</strong> representantes do movimento, envolvendo tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> áre<strong>as</strong> do<br />

Ministério com o intuito <strong>de</strong> promover a inserção d<strong>as</strong> especificida<strong>de</strong>s na política<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse segmento e ações do SUS.<br />

Muitos foram os avanços referentes a ess<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho. Um<br />

<strong>de</strong>les foi a realização do Seminário Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da População LGBT na<br />

Construção do SUS em agosto <strong>de</strong> 2007, parceria do governo e movimentos<br />

sociais avaliaram <strong>as</strong> iniciativ<strong>as</strong> adotad<strong>as</strong>, como a inclusão <strong>de</strong> <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> d<strong>as</strong><br />

lésbic<strong>as</strong> n<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da mulher e o processo transexualizador 3 , a<br />

f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> inclusão dos procedimentos rotineiros do SUS, mantendo-se a visão<br />

critica sobre a medicalização d<strong>as</strong> transexualida<strong>de</strong>s.<br />

3 Transtorno transexualizador são procedimentos <strong>de</strong> modificação corporal solicitados pelo<br />

sujeito que vivencia a transexualida<strong>de</strong>, incluindo a cirurgia <strong>de</strong> transgenitalização, são<br />

condicionados a avaliação médico-psicológica para confirmação do estado psicológico e d<strong>as</strong><br />

evidênci<strong>as</strong> <strong>de</strong> sofrimento clinicamente significativos ou prejuízo em áre<strong>as</strong> importantes da vida<br />

do indivíduo.


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Embora a epi<strong>de</strong>mia da Aids tenha provocado no sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> um<br />

foco n<strong>as</strong> <strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong>, dando visibilida<strong>de</strong> a esse grupo, na atualida<strong>de</strong><br />

os problem<strong>as</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>st<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> já são vistos como bem mais<br />

complexos e su<strong>as</strong> <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> como mais numeros<strong>as</strong>.<br />

Segundo Pelúcio (2007) <strong>as</strong> <strong>travestis</strong> enfrentam questões além da AIDS:<br />

uso <strong>de</strong> silicone e su<strong>as</strong> possíveis conseqüênci<strong>as</strong> in<strong>de</strong>sejad<strong>as</strong>; câncer <strong>de</strong><br />

próstata; violência e su<strong>as</strong> conseqüênci<strong>as</strong> físic<strong>as</strong> e psicológic<strong>as</strong>; <strong>de</strong>pressão; uso<br />

sistemático <strong>de</strong> drog<strong>as</strong> e su<strong>as</strong> conseqüênci<strong>as</strong> e o uso dos hormônios femininos<br />

minimizando efeitos in<strong>de</strong>sejados.<br />

Por exemplo, no c<strong>as</strong>o d<strong>as</strong> <strong>travestis</strong> que são profissionais do sexo, não<br />

<strong>as</strong>socia apen<strong>as</strong> a sobrevivência financeira, m<strong>as</strong> também a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

pertencimento social, que é negado em outros espaços. Como explicita<br />

Bene<strong>de</strong>tti (2000), é na rua que <strong>as</strong> <strong>travestis</strong> exercitam o feminino, a afetivida<strong>de</strong>,<br />

<strong>as</strong> relações sociais, m<strong>as</strong> é também o espaço <strong>de</strong> consumo em geral, inclusive<br />

<strong>de</strong> drog<strong>as</strong>, silicone industrial, hormônios e outros medicamentos. A rua e a<br />

prostituição acarretam também maiores risco <strong>de</strong> contrair DST/AIDS e mais<br />

violência, o que torna esse grupo ainda mais vulnerável.<br />

Nos estudos <strong>de</strong> Peres (2008), o autor supõe que sintom<strong>as</strong> como<br />

<strong>de</strong>pressão, crises <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e sensações <strong>de</strong> pânico parecem freqüentes<br />

entre <strong>as</strong> <strong>travestis</strong>. Tudo isso é uma alerta para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais estudos<br />

sobre a saú<strong>de</strong> do grupo, focando também na saú<strong>de</strong> mental.<br />

Também relacionado nos estudos <strong>de</strong> Peres, outro <strong>as</strong>pecto importante<br />

são mortes <strong>de</strong> <strong>travestis</strong> <strong>de</strong>vido à aplicação do silicone industrial, utilizado para<br />

promover <strong>as</strong> mudanç<strong>as</strong> para a feminização do corpo. Mesmo não tendo<br />

estudos específicos sobre o <strong>as</strong>sunto, a dimensão do problema justifica a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir e praticar protocolos clínicos para os serviços do SUS.<br />

O serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> não é responsável por trabalhar com a<br />

transexualida<strong>de</strong> feminina, m<strong>as</strong> sim, é responsável por trabalhar como o<br />

processo transexualizador. Para Arán (2009), esta situação leva a diversos<br />

distúrbios <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m psicológica acompanhados <strong>de</strong> tendênci<strong>as</strong> à automutilação<br />

e ao suicídio. A implementação do Processo Transexualizador no SUS, não<br />

apen<strong>as</strong> regulamenta a rea<strong>de</strong>quação genital, aliás, essa é apen<strong>as</strong> a cereja do


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bolo. O processo transexualizador é extraordinariamente mais complexo,<br />

envolvendo suporte psicológico e social, hormonioterapia, alteração <strong>de</strong> vários<br />

<strong>as</strong>pectos dos caracteres sexuais secundários, entre outros.<br />

A Portaria da Secretária <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> SAS/MS nº 457, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong><br />

agosto <strong>de</strong> 2008, aprova a Regulamentação do Processo Transexualizador no<br />

âmbito do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), na forma dos seus anexos: Norm<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> Cre<strong>de</strong>nciamento/Habilitação <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Atenção Especializada no<br />

Processo Transexualizador; Formulário <strong>de</strong> Vistoria do Gestor para<br />

Cl<strong>as</strong>sificação e Cre<strong>de</strong>nciamento/Habilitação <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Atenção<br />

Especializada no Processo Transexualizador; Diretrizes <strong>de</strong> Atenção<br />

Especializada no Processo Transexualizador e a Relação dos Serviços com<br />

Expertise, Habilitados para a realização dos procedimentos previstos no<br />

Processo Transexualizador (DOU <strong>de</strong> 20/8/08, MS, pág. 69).<br />

A Portaria GM/MS nº 1.707, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2008, instituiu, no<br />

âmbito do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), o Processo Transexualizador a ser<br />

implantado n<strong>as</strong> unida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rad<strong>as</strong>, respeitad<strong>as</strong> <strong>as</strong> competênci<strong>as</strong> d<strong>as</strong> três<br />

esfer<strong>as</strong> <strong>de</strong> gestão (DOU <strong>de</strong> 19/8/08, MS, pág. 43).<br />

A publicação da norma sobre o Processo Transexualizador no SUS foi<br />

uma importante conquista do segmento populacional <strong>de</strong> <strong>transexuais</strong>, que<br />

aponta para a complexida<strong>de</strong> do avanço dos direitos sexuais no campo da<br />

Saú<strong>de</strong> Coletiva, campos <strong>de</strong> exclusão para <strong>as</strong> beneficiári<strong>as</strong> d<strong>as</strong> mesm<strong>as</strong> ações,<br />

<strong>as</strong> <strong>travestis</strong>.<br />

Alguns sujeitos confirmaram que o início do processo do uso <strong>de</strong><br />

hormônios se <strong>de</strong>u <strong>de</strong> forma arriscada e sem prescrição médica frequentemente<br />

durante ou no fim da adolescência.<br />

Existe que nos EUA e em outros países já existe uma hormonioterapia<br />

que é oferecida a adolescentes que manifestam discordância com o gênero<br />

com que foram <strong>as</strong>signados ao n<strong>as</strong>cerem. Tal hormonioterapia se <strong>de</strong>stina a<br />

apen<strong>as</strong> inibir o aparecimento dos caracteres sexuais secundários <strong>de</strong> ambos os<br />

sexos, até que os indivíduos sejam maiores <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e possam escolher como<br />

querem que seus corpos se tornem. A vantagem <strong>de</strong>ssa hormonização é que


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ela torna dispensáveis vári<strong>as</strong> cirurgi<strong>as</strong> que são realizad<strong>as</strong> nos indivíduos que<br />

só fazem hormonização na f<strong>as</strong>e adulta.<br />

Portanto, os <strong>de</strong>safios na reestruturação <strong>de</strong> serviços, rotin<strong>as</strong> e<br />

procedimentos na re<strong>de</strong> do SUS serão relativamente fáceis <strong>de</strong> serem<br />

superados. Mais difícil, entretanto, será a superação do preconceito e da<br />

discriminação que requer, <strong>de</strong> cada um e do coletivo, mudanç<strong>as</strong> <strong>de</strong> valores<br />

b<strong>as</strong>ead<strong>as</strong> no respeito às diferenç<strong>as</strong>.<br />

Vale lembrar que a freqüente reutilização e compartilhamento <strong>de</strong><br />

sering<strong>as</strong>, como <strong>as</strong>pecto <strong>de</strong> risco para infecções graves, como <strong>as</strong> hepatites e a<br />

própria AIDS.<br />

A falta <strong>de</strong> respeito ao nome social escolhido pel<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> <strong>travestis</strong> e<br />

<strong>transexuais</strong> se configura como uma violência que ocorre no cotidiano <strong>de</strong> su<strong>as</strong><br />

vid<strong>as</strong>.<br />

Destaca-se a inclusão da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero na Carta dos Direitos dos<br />

Usuários do SUS, que vem <strong>de</strong> encontro ao processo histórico <strong>de</strong> reivindicação<br />

do movimento, com o direito ao uso do nome social nos cad<strong>as</strong>tros do SUS.<br />

Outra importante conquista política <strong>de</strong>ssa população é a sua atual<br />

representação no Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. M<strong>as</strong>, isso ainda não foi<br />

regulamentado na saú<strong>de</strong> privada.<br />

Diante da complexida<strong>de</strong> da situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do grupo LGBT e,<br />

especialmente, diante d<strong>as</strong> evidênci<strong>as</strong> <strong>de</strong> que a orientação sexual e a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero têm na <strong>de</strong>terminação social e cultural da saú<strong>de</strong>, o<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong> vem construindo uma política para o SUS, evi<strong>de</strong>nciando a<br />

maturida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>bate, expressando um conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> e propost<strong>as</strong>,<br />

como a inclusão e articulação d<strong>as</strong> especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> orientação sexual e d<strong>as</strong><br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gênero, ampliando-se no nível nacional voltada para a<br />

população LGBT.<br />

Tais discussões pressupõem vári<strong>as</strong> ações: implementação <strong>de</strong> prátic<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> educação permanente para os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, incluindo a temática<br />

LGBT; <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> norm<strong>as</strong> não-discriminatóri<strong>as</strong> sobre a doação <strong>de</strong> sangue,<br />

com preservação do controle <strong>de</strong> riscos; realização <strong>de</strong> pesquis<strong>as</strong> científic<strong>as</strong>,<br />

inovações tecnológic<strong>as</strong> e compartilhamento dos avanços terapêuticos relativos


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ao tema; respeito ao direito à intimida<strong>de</strong> e à individualida<strong>de</strong> dos grupos e<br />

indivíduos pertencentes às populações LGBT; necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adotar o<br />

protocolo <strong>de</strong> atenção às pesso<strong>as</strong> em situação <strong>de</strong> violência; garantia dos<br />

direitos sexuais e reprodutivos extensiva a esses segmentos; implementação<br />

<strong>de</strong> campanh<strong>as</strong> e revisão dos currículos escolares; e mudanç<strong>as</strong> nos formulários,<br />

prontuários e sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong> informação do SUS.<br />

Tod<strong>as</strong> ess<strong>as</strong> conquist<strong>as</strong> são importantes, porque se vivemos num país<br />

<strong>de</strong>mocrático, ter a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolher a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero e social, é um<br />

reconhecimento e um direito que essa população vem galgando. O<br />

reconhecimento da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> social <strong>de</strong> <strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong> é um gran<strong>de</strong><br />

p<strong>as</strong>so para garantia <strong>de</strong> outros direitos e polític<strong>as</strong> necessári<strong>as</strong> para o segmento,<br />

<strong>de</strong>ntro dos serviços públicos e privados.<br />

Referênci<strong>as</strong><br />

ADELMAN, M. Travestis e <strong>transexuais</strong> e os Outros: I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e Experiênci<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> Vida. In: Gênero. Niterói: Ed. UFF, v.4, n.1, 2003, p.65-100.<br />

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CASSEMIRO, L. C. Transcen<strong>de</strong>ndo o i<strong>de</strong>ário <strong>de</strong> participação social: uma<br />

análise do acesso dos homossexuais m<strong>as</strong>culinos às polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>.


SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES<br />

Direito, Relações Etnorraciais, Educação, Trabalho, Reprodução,<br />

Diversida<strong>de</strong> Sexual, Comunicação e Cultura<br />

04 a 06 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2011<br />

Centro <strong>de</strong> Convenções da Bahia<br />

Salvador - BA<br />

2003.148f. Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso (Graduação em Serviço Social).<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté, Taubaté/SP, 2003.<br />

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<strong>transexuais</strong> face s implementação d<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> <strong>de</strong> Assistência Social<br />

e Saú<strong>de</strong>”. 2010. 135 f. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado (Serviço Social) – Pontifícia<br />

Universida<strong>de</strong> Católica do Rio <strong>de</strong> Janeiro – Rio <strong>de</strong> Janeiro, Departamento <strong>de</strong><br />

Serviço Social, 2010.<br />

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2005.<br />

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Campina Gran<strong>de</strong>. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado. PPGA/UFPE. Recife: 2002.<br />

Orientador: Prof. Dr. Russel Parry Scott.<br />

PELÚCIO, L. Nos nervos, na carne e na pele – ma etnografia sobre prostituição<br />

travesti e o mo<strong>de</strong>lo preventivo <strong>de</strong> Aids. São Carlos/SP: Programa <strong>de</strong> Pós-<br />

Graduação em Ciênci<strong>as</strong> Sociais, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Carlos. (Tese <strong>de</strong><br />

Doutorado). 2007.<br />

PERES, W. S. Subjetivida<strong>de</strong> d<strong>as</strong> <strong>travestis</strong> br<strong>as</strong>ileir<strong>as</strong>: da vulnerabilida<strong>de</strong> da<br />

estigmatização à construção da cidadania. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Programa <strong>de</strong> Pós-<br />

Graduação em Saú<strong>de</strong> Coletiva, Universida<strong>de</strong> Estadual do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

(Dissertação <strong>de</strong> Doutorado) 2005.<br />

________. Travestis: corpo, cuidado <strong>de</strong> si e cidadania In Fazendo Gênero 8<br />

Corpo, Violência e Po<strong>de</strong>r. Florianópolis, 25 a 28 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2008.<br />

________. Relações Sociais e <strong>de</strong> Gêneros entre Travestis <strong>de</strong> Londrina:<br />

construindo i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s cidadãs. Comunicação. II Seminário Internacional.<br />

Educação intercultural, Gênero e Movimentos Sociais. I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, diferenç<strong>as</strong><br />

e mediações, 2003.<br />

________. Travestis br<strong>as</strong>ileir<strong>as</strong>: construindo i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s cidadãs. In: GROSSI,<br />

Miriam Pillar et alii. Movimentos Sociais, Educação e Sexualida<strong>de</strong>s. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: Garamond, 2005 (pp. 53-68).<br />

VANNUCHI, P. Direitos Humanos e Polític<strong>as</strong> Públic<strong>as</strong>: o caminho para garantir<br />

a cidadania <strong>de</strong> gays, lésbic<strong>as</strong>, bissexuais, <strong>travestis</strong> e <strong>transexuais</strong>. In:Texto-


SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES<br />

Direito, Relações Etnorraciais, Educação, Trabalho, Reprodução,<br />

Diversida<strong>de</strong> Sexual, Comunicação e Cultura<br />

04 a 06 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2011<br />

Centro <strong>de</strong> Convenções da Bahia<br />

Salvador - BA<br />

b<strong>as</strong>e da Conferência Nacional <strong>de</strong> Gays, Lésbic<strong>as</strong>, Bissexuais, Travestis e<br />

Transexuais, 2008, Br<strong>as</strong>ília. Br<strong>as</strong>ília: Governo Fe<strong>de</strong>ral, 2008.<br />

VIANA, M. G.. Travestilida<strong>de</strong> e trajetóri<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho entre <strong>as</strong> usuári<strong>as</strong> da<br />

Política Nacional <strong>de</strong> Assistência Social. 2007. 88p. Monografia (Graduação em<br />

Serviço Social) – UNISUAM, RJ, 2007.

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