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Descarregue - Câmara Municipal de Évora

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«Passos Seguros»<br />

Manual <strong>de</strong> Apoio aos Professores<br />

Monumentos<br />

Toponímia<br />

Informação Histórica<br />

1


«Passos Seguros»<br />

Manual <strong>de</strong> Apoio aos Professores<br />

Monumentos<br />

Toponímia<br />

Informação Histórica


4<br />

Indíce<br />

• Bairro da <strong>Câmara</strong><br />

Percurso e Pontos <strong>de</strong> Interesse.......................................................8<br />

História e Toponímia.....................................................................10<br />

• Chafariz d´El Rei<br />

Percurso e Pontos <strong>de</strong> Interesse.....................................................16<br />

História e Toponímia.....................................................................18<br />

• Heróis do Ultramar<br />

Percurso e Pontos <strong>de</strong> Interesse.....................................................24<br />

História e Toponímia.....................................................................26<br />

• André <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong><br />

Percurso e Pontos <strong>de</strong> Interesse.....................................................32<br />

História e Toponímia.....................................................................34<br />

• São Mame<strong>de</strong><br />

Percurso e Pontos <strong>de</strong> Interesse.....................................................40<br />

História e Toponímia.....................................................................42<br />

• Senhora da Glória<br />

Percurso e Pontos <strong>de</strong> Interesse.....................................................48<br />

História e Toponímia.....................................................................50


6<br />

Porque <strong>de</strong>vemos andar a pé?<br />

São muitos os benefícios <strong>de</strong> andar a pé, quer para<br />

a nossa saú<strong>de</strong> quer para a saú<strong>de</strong> do ambiente. Caminhar<br />

algumas horas por semana fortalece os nossos músculos e<br />

ossos. O coração é um dos órgãos mais beneficiados, mas<br />

este é também um óptimo exercício para as pernas e para<br />

os pulmões.<br />

Andar a pé previne, ainda, o aparecimento <strong>de</strong> várias<br />

doenças como a diabetes, a obesida<strong>de</strong>, o colesterol elevado,<br />

etc.<br />

Também é fácil, acessível a todos, barato e não requer<br />

muita prática!<br />

Caminhar é igualmente importante para o bem-estar<br />

da nossa mente. Enquanto nos <strong>de</strong>slocamos a pé po<strong>de</strong>mos<br />

apreciar melhor as pequenas coisas que nos ro<strong>de</strong>iam, <strong>de</strong><br />

forma calma, saudável e bem disposta.<br />

Andar a pé ou <strong>de</strong> bicicleta é também importante para<br />

o bem-estar das nossas cida<strong>de</strong>s. Como os veículos a motor<br />

estão na origem da poluição do ar e <strong>de</strong> problemas relacionados<br />

com o ruído e a mobilida<strong>de</strong> urbana, a locomoção sem<br />

o recurso a veículos poluentes é um contributo importante<br />

para termos cida<strong>de</strong>s mais bonitas, limpas e saudáveis.<br />

Por tudo isto, po<strong>de</strong>mos dizer que caminhar é um óptimo<br />

exercício para todas as ida<strong>de</strong>s, que nos faz viver mais<br />

anos e termos uma vida melhor.


Cuidados a ter ao<br />

andar no trânsito<br />

Todos os dias acontecem aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito em algum<br />

lugar. Para evitar esses aci<strong>de</strong>ntes tens que respeitar as<br />

regras <strong>de</strong> trânsito porque elas foram feitas para nos auxiliar<br />

a todos. Por isso é importante que prestes bastante atenção<br />

nas dicas e cuidados a teres com o trânsito:<br />

- Tem muita atenção porque existem<br />

motoristas que não cumprem as regras;<br />

- Olha para os dois lados quando fores<br />

atravessar e espera que os veículos parem;<br />

- Atravessa sempre nas passa<strong>de</strong>iras.<br />

Elas foram feitas para te ajudar;<br />

- Se a rua não tiver passa<strong>de</strong>ira ou semáforo<br />

atravessa em local com boa visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

forma a po<strong>de</strong>res avistar os carros;<br />

- Anda sempre no passeio;<br />

- Se não houver passeio circula sempre junto<br />

à berma em direção contrária à dos veículos.<br />

7


Escola<br />

Bairro da <strong>Câmara</strong><br />

8 Percurso e Pontos <strong>de</strong> interesse:


10<br />

Escola<br />

Bairro da <strong>Câmara</strong><br />

HISTÓRIA E TOPONÍMIA:<br />

(segundo o percurso estipulado)<br />

• Ermida da Nossa Senhora da Cabeça<br />

Esta pequena ermida tem mais <strong>de</strong> 300 anos, tendo sido fundada<br />

pelo Guarda da Universida<strong>de</strong> Luis Rodrigues e pelo colegial do Colégio<br />

da Purificação, João Vardom, para substituir um antigo oratório<br />

situado na mesma zona. Durante o século XVIII, esta igreja <strong>de</strong>finia<br />

inclusive toda a rua, que era conhecida por Rua da Senhora<br />

da Cabeça. Foi construida para prestar o culta<br />

à Senhora da Cabeça, que, no século XVII, se dizia ser<br />

curan<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> dores <strong>de</strong> cabeça e enxaquecas. Nesta<br />

ermida trabalhou um dos mais famosos ceramistas<br />

<strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong> seu nome Oliveira Bernar<strong>de</strong>s.<br />

• Rua <strong>de</strong> Mendo Estevens<br />

Esta rua é uma das mais antigas<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>. Des<strong>de</strong> o século<br />

XIV que é referida sempre<br />

pela mesma <strong>de</strong>nominação, sendo<br />

que pouco se sabe acerca <strong>de</strong><br />

Mendo Estevens. Uma das hipóteses<br />

avançadas é a <strong>de</strong> que seria<br />

um juiz da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> no<br />

início do século XIV, e que provavelmente<br />

teria moradia na rua.<br />

Por outro lado, sabemos que era<br />

uma rua on<strong>de</strong> existiram imensas<br />

casas do bispo <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> entre o<br />

século XIV e XV. No fim da rua<br />

existia uma porta da antiga muralha<br />

medieval: A Porta <strong>de</strong> Mendo<br />

Estevens.


• Jardim do Paraíso<br />

Este jardim foi construido entre os finais do século<br />

XIX e o início do século XX. Tem pouco mais <strong>de</strong> 100<br />

anos. O seu nome <strong>de</strong>riva do facto <strong>de</strong> ter sido<br />

construido num local on<strong>de</strong> existiu um Convento<br />

<strong>de</strong> mulheres durante cerca <strong>de</strong> 400<br />

anos: O Convento do Paraíso.<br />

• Largo da Porta <strong>de</strong> Moura<br />

O Largo da Porta <strong>de</strong> Moura é uma das<br />

primeiras praças medievais da cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Évora</strong>. É conhecida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os finais do<br />

século XIII. Foi, durante muitos anos, o<br />

sítio on<strong>de</strong> assentou o maior número<br />

<strong>de</strong> famílias da nobreza local, razão<br />

pela qual ainda conserva<br />

inúmeras casas nobres nas<br />

suas imediações. No século<br />

XVI, foi mandada construir<br />

a fonte que ainda hoje<br />

observamos e que constitui<br />

um dos mais singulares<br />

monumentos <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>.<br />

Outro dos elementos mais<br />

relevantes centra-se na<br />

janela da casa consagrada<br />

à moradia do antigo dramaturgo,<br />

poeta e cronista,<br />

Garcia <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>.<br />

11


12<br />

Escola<br />

Bairro da <strong>Câmara</strong><br />

• Rua da Misericórdia<br />

Esta rua é das mais recentes do Centro Histórico <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>. “Só” tem<br />

cerca <strong>de</strong> 500 anos. Foi aberta a expensas das casas nobres do Infante D.<br />

Luis, ainda na primeira meta<strong>de</strong> do século XVI, e <strong>de</strong>sdobra-se ao longo<br />

da fachada lateral da Igreja que lhe dá nome: a Igreja da Misericórdia.<br />

• Igreja da Misericórdia<br />

A Igreja da Misericórdia foi começada a construir no ano <strong>de</strong> 1554. Foi,<br />

no entanto, uma obra <strong>de</strong>morada, que ainda <strong>de</strong>corria passados 100<br />

anos. Da fachada austera, entramos num interior rico em motivos <strong>de</strong>corativos<br />

típicos da arte portuguesa: a talha dourada, os azulejos e as tábuas<br />

pintadas. Trabalharam neste igreja artesãos da mesma oficina <strong>de</strong><br />

Oliveira Bernar<strong>de</strong>s, que <strong>de</strong>corou a Ermida da Nossa Senhora da Cabeça.<br />

(Recomendável a visita ao interior, se possível, com as crianças)


• Rua Miguel Bombarda<br />

Chamada antigamente <strong>de</strong> Rua <strong>de</strong> S. Vicente, por causa<br />

da construção da Igreja, e já no século XVI por Rua dos Infantes,<br />

por aqui ter nascido o Car<strong>de</strong>al D. Afonso, e por aqui<br />

terem residido os seus irmãos. O nome actual está relacionado<br />

com a mesma implantação da República, pois Miguel Bombarda<br />

foi um dos principais impulsionadores do movimento político<br />

que <strong>de</strong>stronou a Monarquia Portuguesa. Foi assassinado 2<br />

dias antes <strong>de</strong> ver triunfar a República.<br />

• Igreja <strong>de</strong> São Vicente<br />

O actual edifício surgiu em 1560, em substituição<br />

<strong>de</strong> anteriores oratórios. Assenta em<br />

parte da antiga muralha romana e no interior<br />

conserva interessante retábulo do altar e a<br />

Capela <strong>de</strong> N.ª Sr.ª da Vitória.<br />

Ao Mestre André <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ve, no século<br />

XVI, a divulgação da lenda dos Mártires<br />

<strong>de</strong> <strong>Évora</strong>, os Santos Vicente, Sabina e Cristeta<br />

(titulares <strong>de</strong> Ávila), mártires das perseguições<br />

romanas, consi<strong>de</strong>rados naturais <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>. No<br />

presbitério existe uma pedra on<strong>de</strong>, segundo<br />

a tradição, está inserida a marca <strong>de</strong> um pé do<br />

mártir S. Vicente.<br />

13


14<br />

Escola<br />

Bairro da <strong>Câmara</strong><br />

• Praça do Giraldo<br />

A Praça do Giraldo (<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> 1869) é o centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> irradiam as principais ruas. A sua configuração aproximadamente<br />

rectangular, com arcadas, é o resultado <strong>de</strong> transformações ao<br />

longo dos séculos, com <strong>de</strong>molições, construções e modificações arquitectónicas<br />

nas suas edificações (Ermida <strong>de</strong> Santo Antoninho e Igreja <strong>de</strong><br />

Santo Antão, Chafariz dos Leões e Fonte Henriquina, <strong>Câmara</strong> e Banco<br />

<strong>de</strong> Portugal, Arco romano [?], Pelourinho, entre outras).<br />

Não conhecemos a sua evolução urbanística até ao século<br />

XIII, quando é <strong>de</strong>signada por Terreiro ou Praça da<br />

Porta <strong>de</strong> Alconchel e a partir do século XIV até ao XIX é<br />

o centro económico, <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r concelhio e judicial. Foi,<br />

e continua a ser, um local privilegiado para a realização<br />

<strong>de</strong> eventos políticos, religiosos, recreativos, ligados à<br />

história da cida<strong>de</strong>.<br />

O nome da Praça visa homenagear o cavaleiro Giraldo<br />

sem-Pavor, que foi quem conquistou a cida<strong>de</strong><br />

aos mouros no ano <strong>de</strong> 1165, entregando-a <strong>de</strong>pois<br />

ao Primeiro Rei <strong>de</strong> Portugal, D. Afonso<br />

Henriques


• Paço dos Estáus<br />

O Palácio dos Estáus começou a ser<br />

construido no século XV, e foi-o para servir <strong>de</strong><br />

Palácio dos Reis <strong>de</strong> Portugal. Tal não aconteceu, e todo<br />

o edifício foi doado à <strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> para instalação <strong>de</strong><br />

uma Pousada. Já no século XIX, foi comprado por um famoso<br />

lavrador da cida<strong>de</strong>, que o modificou quase por completo e <strong>de</strong>u-<br />

-lhe a actual imagem.<br />

• Igreja <strong>de</strong> Santo Antão<br />

Esta igreja substituiu a primitiva ermida <strong>de</strong> Santo Antoninho,<br />

comenda da Or<strong>de</strong>m do Templo. Foi construída entre 1557 –<br />

63, a instâncias do Car<strong>de</strong>al Infante D. Henrique, o primeiro<br />

Arcebispo <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>.<br />

Frontaria severa, flanqueada por torres sineiras<br />

e aberta com três portais maneiristas.<br />

No seu interior, a traça é da renascença<br />

tardia, com as características <strong>de</strong><br />

templo-salão. Tem interessantes capelas<br />

<strong>de</strong>coradas <strong>de</strong> talha policromada maneirista<br />

e barroco-rococó e painéis <strong>de</strong><br />

azulejos do século XVII. Na capela-mor:<br />

retábulo <strong>de</strong> talha dourada, barroco, e<br />

no altar subsiste o precioso frontal <strong>de</strong><br />

mármore, com o Apostolado, do século<br />

XIV, que pertencia à primitiva ermida.<br />

Segundo a tradição, <strong>de</strong>fronte <strong>de</strong>sta<br />

igreja existia um magnífico arco romano,<br />

<strong>de</strong>struído em 1570.<br />

15


Escola<br />

Chafariz D´El Rei<br />

16 Percurso e Pontos <strong>de</strong> interesse:


18<br />

Escola<br />

Chafariz D´El Rei<br />

HISTÓRIA E TOPONÍMIA:<br />

(segundo o percurso estipulado)<br />

• Igreja do Senhor Jesus da Pobreza<br />

A igreja do Senhor Jesus da Pobreza foi construida no século<br />

XVIII, a partir <strong>de</strong> 1729 e pensa-se que o seu arquiteto terá<br />

sido Manuel da Cruz Matoso.<br />

O local da sua construção foi ocupado durante cerca <strong>de</strong><br />

400 anos por uma das portas das antigas muralhas<br />

medievais, a chamada Porta da Mesquita, cujo<br />

nome <strong>de</strong>riva da possível proximida<strong>de</strong><br />

que <strong>de</strong>tinha com uma mesquita que<br />

serviu o primeiro bairro mouro da<br />

cida<strong>de</strong>, entre os finais do século XII<br />

e a primeira meta<strong>de</strong> do século XIV e<br />

que se localizava na actual Rua Dr. Joaquim<br />

Henriques da Fonseca e Largo<br />

da Porta <strong>de</strong> Moura.<br />

No exterior vemos uma frontaria<br />

flanqueada por duas torres <strong>de</strong> remates<br />

gomeados, frontão <strong>de</strong> pináculos<br />

flamejantes e pilastras integradas no<br />

alpendre <strong>de</strong> três aberturas <strong>de</strong> colunas<br />

dóricas <strong>de</strong> granito.<br />

É valorizada, axialmente, por cúpulas<br />

<strong>de</strong> forma octógona iluminada por lanternim<br />

hexagonal.<br />

No interior temos uma nave <strong>de</strong> planta<br />

hexagonal com quatro altares <strong>de</strong>corados<br />

com talha dourada. Por cima do<br />

altar-mor, <strong>de</strong>corado com talha dourada,<br />

subsiste a primitiva capela <strong>de</strong> N.ª<br />

Sr.ª do Amparo.


• Rua da Madre <strong>de</strong> Deus<br />

O nome da Rua da Madre <strong>de</strong> Deus liga-se directamente com a antiga<br />

Rua da Mesquita (actual Rua Dr. Joaquim Henriques da Fonseca), pois<br />

pensa-se que a antiga mesquita do bairro mouro do século XIII estaria<br />

on<strong>de</strong> se instalou o Colégio da Madre <strong>de</strong> Deus, o edifício que hoje se vê<br />

como Hospital Militar. Esse edifício esteve para ser o primeiro local <strong>de</strong><br />

instalação dos Jesuítas na cida<strong>de</strong>, tendo sido <strong>de</strong>cidido <strong>de</strong>pois que ficassem<br />

no Colégio do Espírito Santo, mais tar<strong>de</strong> a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>.<br />

• Largo dos Castelos<br />

O «Largo dos Castelos» é uma <strong>de</strong>signação que surge no século XVI, quando<br />

o rei D. Manuel manda aqui construir o “Castelo manuelino”. Até essa<br />

data, toda esta zona era conhecida como a Vila Nova, por ter sido um dos<br />

espaços <strong>de</strong> maior crescimento urbano durante a Ida<strong>de</strong> Média <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>.<br />

No entanto, é possível que, dado o termo “castelos” ser utilizado no plural,<br />

que o Castelo <strong>de</strong> D. Manuel tivesse sido edificado na proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

um ou mais palácios fortificados, sendo ainda hoje interessante tentar<br />

reconhecer torres encravadas nos edifícios que lhe estão próximos.<br />

• Quartel dos Dragões. Castelo Manuelino<br />

O Castelo manuelino foi mandado construir<br />

em 1518, pelo rei D. Manuel, possivelmente<br />

com base em <strong>de</strong>senhos italianos, mas erguido<br />

por um dos maiores arquitetos do século<br />

XVI português, <strong>de</strong> seu nome Diogo <strong>de</strong> Arruda.<br />

Foi alterado no século XVIII para servir<br />

<strong>de</strong> Quartel General <strong>de</strong> um Regimento<br />

particular, chamados dos Dragões,<br />

<strong>de</strong> tal forma que ainda hoje é<br />

conhecido por «Quartel dos<br />

Dragões». As 4 torres dos<br />

cantos são ainda originais do<br />

século XVI, e <strong>de</strong>finem o perímetro<br />

do antigo castelo.<br />

19


20<br />

Escola<br />

Chafariz D´El Rei<br />

• Rua do Cicioso<br />

A rua do Cicioso teve origem no século XV, e era chamada por então <strong>de</strong><br />

Rua <strong>de</strong> João Cobelos. A sua família fazia parte da nobreza local, eventualmente<br />

ligada ao rei e tinha algures nesta rua as suas casas apalaçadas.<br />

João Men<strong>de</strong>s Cicioso foi vereador da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> no século XVI, e<br />

terá sido o principal promotor da construção dos antigos Paços do Concelho<br />

na Praça do Giraldo.<br />

• Travessa da Caraça<br />

A origem da actual Travessa da Caraça é <strong>de</strong>sconhecida, mas <strong>de</strong>riva da<br />

existência <strong>de</strong> uma pitoresca escultura numa dada zona da rua, já na<br />

escadaria que liga à Rua Miguel Bombarda.<br />

(Sugestão <strong>de</strong> jogo para <strong>de</strong>scobrir a Caraça).<br />

• Convento e Igreja da Graça<br />

A igreja, panteão da Casa Vimioso, apresenta na<br />

sua fachada uma composição inédita <strong>de</strong> elementos<br />

renascentistas e maneiristas, <strong>de</strong>stacando-se os<br />

Meninos da Graça, estátuas <strong>de</strong> gigantes simbolizando<br />

as quatro partes do Mundo e o po<strong>de</strong>r universal<br />

<strong>de</strong> D. João III. A estas figuras estão ligadas<br />

várias histórias populares, nomeadamente a lenda<br />

urbana <strong>de</strong> que as esculturas andam pela cida<strong>de</strong><br />

numa dada altura do ano.<br />

Construídos entre 1537 e 1546, sob a responsabilida<strong>de</strong><br />

do arq. Miguel <strong>de</strong> Arruda (sobrinho do arquitecto<br />

do Castelo) com a colaboração artística <strong>de</strong><br />

Nicolau Chanterenne, <strong>de</strong>staca-se, no Convento, o<br />

claustro, o primitivo refeitório e as escadarias revestidas<br />

<strong>de</strong> azulejos <strong>de</strong> finais do século XVII. Sofreu<br />

danos terríveis no terramoto <strong>de</strong> 1755 e foi uma das<br />

igrejas mais violentadas pelas invasões francesas.<br />

Vai ainda sofrer um grave incêndio que a <strong>de</strong>sproverá<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte da <strong>de</strong>coração interior.


• Rua da República<br />

O nome da Rua da República foi instituido em 1911, <strong>de</strong> forma a homenagear<br />

o instituido regime político a 5 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1910, terminando-se<br />

assim quase 800 anos <strong>de</strong> Monarquia. Curiosamente, a Rua da<br />

República substitui a antiga Rua do Paço, que conduzia ao Palácio Real<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> no século XVI, e que ficava junto da Igreja <strong>de</strong> São<br />

Frrancisco e da Capela dos Ossos<br />

• Rua Miguel Bombarda<br />

Chamada antigamente <strong>de</strong> Rua <strong>de</strong> S. Vicente, por causa da construção<br />

da Igreja, e já no século XVI por Rua dos Infantes,<br />

por aqui se terem situado casas dos filhos dos<br />

reis <strong>de</strong> Portugal, o nome actual está relacionado<br />

com a mesma implantação da República, pois<br />

Miguel Bombarda foi um dos principais impulsionadores<br />

do movimento político que <strong>de</strong>stronou<br />

a Monarquia Portuguesa. Foi assassinado 2<br />

dias antes <strong>de</strong> ver triunfar a República.<br />

• Igreja <strong>de</strong> São Vicente<br />

O actual edifício surgiu em 1560, em substituição<br />

<strong>de</strong> anteriores oratórios. Assenta em<br />

parte da antiga muralha romana e no interior<br />

conserva interessante retábulo do altar e a<br />

Capela <strong>de</strong> N.ª Sr.ª da Vitória.<br />

Ao Mestre André <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ve, no século<br />

XVI, a divulgação da lenda dos Mártires<br />

<strong>de</strong> <strong>Évora</strong>, os Santos Vicente, Sabina e Cristeta<br />

(titulares <strong>de</strong> Ávila), mártires das perseguições<br />

romanas, consi<strong>de</strong>rados naturais <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>. No<br />

presbitério existe uma pedra on<strong>de</strong>, segundo<br />

a tradição, está inserida a marca <strong>de</strong> um pé do<br />

mártir S. Vicente.<br />

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Escola<br />

Chafariz D´El Rei<br />

• Praça do Giraldo<br />

A Praça do Giraldo (<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> 1869) é o centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> irradiam as principais ruas. A sua configuração aproximadamente<br />

rectangular, com arcadas, é o resultado <strong>de</strong> transformações ao<br />

longo dos séculos, com <strong>de</strong>molições, construções e modificações arquitectónicas<br />

nas suas edificações (Ermida <strong>de</strong> Santo Antoninho e Igreja <strong>de</strong><br />

Santo Antão, Chafariz dos Leões e Fonte Henriquina, <strong>Câmara</strong> e Banco<br />

<strong>de</strong> Portugal, Arco romano [?], Pelourinho, entre outras).<br />

Não conhecemos a sua evolução urbanística até ao século<br />

XIII, quando é <strong>de</strong>signada por Terreiro ou Praça da<br />

Porta <strong>de</strong> Alconchel e a partir do século XIV até ao XIX é<br />

o centro económico, <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r concelhio e judicial. Foi,<br />

e continua a ser, um local privilegiado para a realização<br />

<strong>de</strong> eventos políticos, religiosos, recreativos, ligados à<br />

história da cida<strong>de</strong>.<br />

O nome da Praça visa homenagear o cavaleiro Giraldo<br />

sem-Pavor, que foi quem conquistou a cida<strong>de</strong><br />

aos mouros no ano <strong>de</strong> 1165, entregando-a <strong>de</strong>pois<br />

ao Primeiro Rei <strong>de</strong> Portugal, D. Afonso<br />

Henriques


• Paço dos Estáus<br />

O Palácio dos Estáus começou a ser<br />

construido no século XV, e foi-o para servir <strong>de</strong><br />

Palácio dos Reis <strong>de</strong> Portugal. Tal não aconteceu, e todo<br />

o edifício foi doado à <strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> para instalação <strong>de</strong><br />

uma Pousada. Já no século XIX, foi comprado por um famoso<br />

lavrador da cida<strong>de</strong>, que o modificou quase por completo e <strong>de</strong>u-<br />

-lhe a actual imagem.<br />

• Igreja <strong>de</strong> Santo Antão<br />

Esta igreja substituiu a primitiva ermida <strong>de</strong> Santo Antoninho,<br />

comenda da Or<strong>de</strong>m do Templo. Foi construída entre 1557 –<br />

63, a instâncias do Car<strong>de</strong>al Infante D. Henrique, o primeiro<br />

Arcebispo <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>.<br />

Frontaria severa, flanqueada por torres sineiras<br />

e aberta com três portais maneiristas.<br />

No seu interior, a traça é da renascença<br />

tardia, com as características <strong>de</strong><br />

templo-salão. Tem interessantes capelas<br />

<strong>de</strong>coradas <strong>de</strong> talha policromada maneirista<br />

e barroco-rococó e painéis <strong>de</strong><br />

azulejos do século XVII. Na capela-mor:<br />

retábulo <strong>de</strong> talha dourada, barroco, e<br />

no altar subsiste o precioso frontal <strong>de</strong><br />

mármore, com o Apostolado, do século<br />

XIV, que pertencia à primitiva ermida.<br />

Segundo a tradição, <strong>de</strong>fronte <strong>de</strong>sta<br />

igreja existia um magnífico arco romano,<br />

<strong>de</strong>struído em 1570.<br />

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Escola<br />

Heróis do Ultramar<br />

24 Percurso e Pontos <strong>de</strong> interesse:


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Escola<br />

Heróis do Ultramar<br />

HISTÓRIA E TOPONÍMIA:<br />

(segundo o percurso estipulado)<br />

• Igreja do Senhor Jesus da Pobreza<br />

A igreja do Senhor Jesus da Pobreza foi construida no século<br />

XVIII, a partir <strong>de</strong> 1729 e pensa-se que o seu arquiteto terá<br />

sido Manuel da Cruz Matoso.<br />

O local da sua construção foi ocupado durante cerca <strong>de</strong><br />

400 anos por uma das portas das antigas muralhas<br />

medievais, a chamada Porta da Mesquita, cujo<br />

nome <strong>de</strong>riva da possível proximida<strong>de</strong><br />

que <strong>de</strong>tinha com uma mesquita que<br />

serviu o primeiro bairro mouro da<br />

cida<strong>de</strong>, entre os finais do século XII<br />

e a primeira meta<strong>de</strong> do século XIV e<br />

que se localizava na actual Rua Dr. Joaquim<br />

Henriques da Fonseca e Largo<br />

da Porta <strong>de</strong> Moura.<br />

No exterior vemos uma frontaria<br />

flanqueada por duas torres <strong>de</strong> remates<br />

gomeados, frontão <strong>de</strong> pináculos<br />

flamejantes e pilastras integradas no<br />

alpendre <strong>de</strong> três aberturas <strong>de</strong> colunas<br />

dóricas <strong>de</strong> granito.<br />

É valorizada, axialmente, por cúpulas<br />

<strong>de</strong> forma octógona iluminada por lanternim<br />

hexagonal.<br />

No interior temos uma nave <strong>de</strong> planta<br />

hexagonal com quatro altares <strong>de</strong>corados<br />

com talha dourada. Por cima do<br />

altar-mor, <strong>de</strong>corado com talha dourada,<br />

subsiste a primitiva capela <strong>de</strong> N.ª<br />

Sr.ª do Amparo.


• Rua da Madre <strong>de</strong> Deus<br />

O nome da Rua da Madre <strong>de</strong> Deus liga-se directamente com a antiga<br />

Rua da Mesquita (actual Rua Dr. Joaquim Henriques da Fonseca), pois<br />

pensa-se que a antiga mesquita do bairro mouro do século XIII estaria<br />

on<strong>de</strong> se instalou o Colégio da Madre <strong>de</strong> Deus, o edifício que hoje se vê<br />

como Hospital Militar. Esse edifício esteve para ser o primeiro local <strong>de</strong><br />

instalação dos Jesuítas na cida<strong>de</strong>, tendo sido <strong>de</strong>cidido <strong>de</strong>pois que ficassem<br />

no Colégio do Espírito Santo, mais tar<strong>de</strong> a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>.<br />

• Largo dos Castelos<br />

O «Largo dos Castelos» é uma <strong>de</strong>signação que surge no século XVI, quando<br />

o rei D. Manuel manda aqui construir o “Castelo manuelino”. Até essa<br />

data, toda esta zona era conhecida como a Vila Nova, por ter sido um dos<br />

espaços <strong>de</strong> maior crescimento urbano durante a Ida<strong>de</strong> Média <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>.<br />

No entanto, é possível que, dado o termo “castelos” ser utilizado no plural,<br />

que o Castelo <strong>de</strong> D. Manuel tivesse sido edificado na proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

um ou mais palácios fortificados, sendo ainda hoje interessante tentar<br />

reconhecer torres encravadas nos edifícios que lhe estão próximos.<br />

• Quartel dos Dragões. Castelo Manuelino<br />

O Castelo manuelino foi mandado construir<br />

em 1518, pelo rei D. Manuel, possivelmente<br />

com base em <strong>de</strong>senhos italianos, mas erguido<br />

por um dos maiores arquitetos do século<br />

XVI português, <strong>de</strong> seu nome Diogo <strong>de</strong> Arruda.<br />

Foi alterado no século XVIII para servir<br />

<strong>de</strong> Quartel General <strong>de</strong> um Regimento<br />

particular, chamados dos Dragões,<br />

<strong>de</strong> tal forma que ainda hoje é<br />

conhecido por «Quartel dos<br />

Dragões». As 4 torres dos<br />

cantos são ainda originais do<br />

século XVI, e <strong>de</strong>finem o perímetro<br />

do antigo castelo.<br />

27


28<br />

Escola<br />

Heróis do Ultramar<br />

• Rua do Cicioso<br />

A rua do Cicioso teve origem no século XV, e era chamada por então <strong>de</strong><br />

Rua <strong>de</strong> João Cobelos. A sua família fazia parte da nobreza local, eventualmente<br />

ligada ao rei e tinha algures nesta rua as suas casas apalaçadas.<br />

João Men<strong>de</strong>s Cicioso foi vereador da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> no século XVI, e<br />

terá sido o principal promotor da construção dos antigos Paços do Concelho<br />

na Praça do Giraldo.<br />

• Travessa da Caraça<br />

A origem da actual Travessa da Caraça é <strong>de</strong>sconhecida, mas <strong>de</strong>riva da<br />

existência <strong>de</strong> uma pitoresca escultura numa dada zona da rua, já na<br />

escadaria que liga à Rua Miguel Bombarda.<br />

(Sugestão <strong>de</strong> jogo para <strong>de</strong>scobrir a Caraça).<br />

• Convento e Igreja da Graça<br />

A igreja, panteão da Casa Vimioso, apresenta na<br />

sua fachada uma composição inédita <strong>de</strong> elementos<br />

renascentistas e maneiristas, <strong>de</strong>stacando-se os<br />

Meninos da Graça, estátuas <strong>de</strong> gigantes simbolizando<br />

as quatro partes do Mundo e o po<strong>de</strong>r universal<br />

<strong>de</strong> D. João III. A estas figuras estão ligadas<br />

várias histórias populares, nomeadamente a lenda<br />

urbana <strong>de</strong> que as esculturas andam pela cida<strong>de</strong><br />

numa dada altura do ano.<br />

Construídos entre 1537 e 1546, sob a responsabilida<strong>de</strong><br />

do arq. Miguel <strong>de</strong> Arruda (sobrinho do arquitecto<br />

do Castelo) com a colaboração artística <strong>de</strong><br />

Nicolau Chanterenne, <strong>de</strong>staca-se, no Convento, o<br />

claustro, o primitivo refeitório e as escadarias revestidas<br />

<strong>de</strong> azulejos <strong>de</strong> finais do século XVII. Sofreu<br />

danos terríveis no terramoto <strong>de</strong> 1755 e foi uma das<br />

igrejas mais violentadas pelas invasões francesas.<br />

Vai ainda sofrer um grave incêndio que a <strong>de</strong>sproverá<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte da <strong>de</strong>coração interior.


• Rua da República<br />

O nome da Rua da República foi instituido em 1911, <strong>de</strong> forma a homenagear<br />

o instituido regime político a 5 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1910, terminando-se<br />

assim quase 800 anos <strong>de</strong> Monarquia. Curiosamente, a Rua da<br />

República substitui a antiga Rua do Paço, que conduzia ao Palácio Real<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> no século XVI, e que ficava junto da Igreja <strong>de</strong> São<br />

Frrancisco e da Capela dos Ossos<br />

• Rua Miguel Bombarda<br />

Chamada antigamente <strong>de</strong> Rua <strong>de</strong> S. Vicente, por causa da construção<br />

da Igreja, e já no século XVI por Rua dos Infantes, por<br />

aqui ter nascido o Car<strong>de</strong>al D. Afonso, e por aqui<br />

terem residido os seus irmãos. O nome actual<br />

está relacionado com a mesma implantação da<br />

República, pois Miguel Bombarda foi um dos principais<br />

impulsionadores do movimento político<br />

que <strong>de</strong>stronou a Monarquia Portuguesa. Foi assassinado<br />

2 dias antes <strong>de</strong> ver triunfar a República.<br />

• Igreja <strong>de</strong> São Vicente<br />

O actual edifício surgiu em 1560, em substituição<br />

<strong>de</strong> anteriores oratórios. Assenta em<br />

parte da antiga muralha romana e no interior<br />

conserva interessante retábulo do altar e a<br />

Capela <strong>de</strong> N.ª Sr.ª da Vitória.<br />

Ao Mestre André <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ve, no século<br />

XVI, a divulgação da lenda dos Mártires<br />

<strong>de</strong> <strong>Évora</strong>, os Santos Vicente, Sabina e Cristeta<br />

(titulares <strong>de</strong> Ávila), mártires das perseguições<br />

romanas, consi<strong>de</strong>rados naturais <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>. No<br />

presbitério existe uma pedra on<strong>de</strong>, segundo<br />

a tradição, está inserida a marca <strong>de</strong> um pé do<br />

mártir S. Vicente.<br />

29


30<br />

Escola<br />

Heróis do Ultramar<br />

• Praça do Giraldo<br />

A Praça do Giraldo (<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> 1869) é o centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> irradiam as principais ruas. A sua configuração aproximadamente<br />

rectangular, com arcadas, é o resultado <strong>de</strong> transformações ao<br />

longo dos séculos, com <strong>de</strong>molições, construções e modificações arquitectónicas<br />

nas suas edificações (Ermida <strong>de</strong> Santo Antoninho e Igreja <strong>de</strong><br />

Santo Antão, Chafariz dos Leões e Fonte Henriquina, <strong>Câmara</strong> e Banco<br />

<strong>de</strong> Portugal, Arco romano [?], Pelourinho, entre outras).<br />

Não conhecemos a sua evolução urbanística até ao século<br />

XIII, quando é <strong>de</strong>signada por Terreiro ou Praça da<br />

Porta <strong>de</strong> Alconchel e a partir do século XIV até ao XIX é<br />

o centro económico, <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r concelhio e judicial. Foi,<br />

e continua a ser, um local privilegiado para a realização<br />

<strong>de</strong> eventos políticos, religiosos, recreativos, ligados à<br />

história da cida<strong>de</strong>.<br />

O nome da Praça visa homenagear o cavaleiro Giraldo<br />

sem-Pavor, que foi quem conquistou a cida<strong>de</strong><br />

aos mouros no ano <strong>de</strong> 1165, entregando-a <strong>de</strong>pois<br />

ao Primeiro Rei <strong>de</strong> Portugal, D. Afonso<br />

Henriques


• Paço dos Estáus<br />

O Palácio dos Estáus começou a ser<br />

construido no século XV, e foi-o para servir <strong>de</strong><br />

Palácio dos Reis <strong>de</strong> Portugal. Tal não aconteceu, e todo<br />

o edifício foi doado à <strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> para instalação <strong>de</strong><br />

uma Pousada. Já no século XIX, foi comprado por um famoso<br />

lavrador da cida<strong>de</strong>, que o modificou quase por completo e <strong>de</strong>u-<br />

-lhe a actual imagem.<br />

• Igreja <strong>de</strong> Santo Antão<br />

Esta igreja substituiu a primitiva ermida <strong>de</strong> Santo Antoninho,<br />

comenda da Or<strong>de</strong>m do Templo. Foi construída entre 1557 –<br />

63, a instâncias do Car<strong>de</strong>al Infante D. Henrique, o primeiro<br />

Arcebispo <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>.<br />

Frontaria severa, flanqueada por torres sineiras e<br />

aberta com três portais maneiristas. No<br />

seu interior, a traça é da renascença tardia,<br />

com as características <strong>de</strong> templo-<br />

-salão. Tem interessantes capelas <strong>de</strong>coradas<br />

<strong>de</strong> talha policromada maneirista<br />

e barroco-rococó e painéis <strong>de</strong> azulejos<br />

do século XVII. Na capela-mor: retábulo<br />

<strong>de</strong> talha dourada, barroco, e no altar<br />

subsiste o precioso frontal <strong>de</strong> mármore,<br />

com o Apostolado, do século XIV, que<br />

pertencia à primitiva ermida. Segundo<br />

a tradição, <strong>de</strong>fronte <strong>de</strong>sta igreja existia<br />

um magnífico arco romano, <strong>de</strong>struído<br />

em 1570.<br />

31


Escola<br />

André <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong><br />

32 Percurso e Pontos <strong>de</strong> interesse:


34<br />

Escola<br />

André <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong><br />

HISTÓRIA E TOPONÍMIA:<br />

(segundo o percurso estipulado)<br />

• Ermida da Nossa Senhora da Cabeça<br />

Esta pequena ermida tem mais <strong>de</strong> 300 anos, tendo sido fundada<br />

pelo Guarda da Universida<strong>de</strong> Luis Rodrigues e pelo colegial do Colégio<br />

da Purificação, João Vardom, para substituir um antigo oratório<br />

situado na mesma zona. Durante o século XVIII, esta igreja <strong>de</strong>finia<br />

inclusive toda a rua, que era conhecida por Rua da Senhora<br />

da Cabeça. Foi construida para prestar o culta<br />

à Senhora da Cabeça, que, no século XVII, se dizia ser<br />

curan<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> dores <strong>de</strong> cabeça e enxaquecas. Nesta<br />

ermida trabalhou um dos mais famosos ceramistas<br />

<strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong> seu nome Oliveira Bernar<strong>de</strong>s.<br />

• Rua <strong>de</strong> Mendo Estevens<br />

Esta rua é uma das mais antigas<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>. Des<strong>de</strong> o século<br />

XIV que é referida sempre<br />

pela mesma <strong>de</strong>nominação, sendo<br />

que pouco se sabe acerca <strong>de</strong><br />

Mendo Estevens. Uma das hipóteses<br />

avançadas é a <strong>de</strong> que seria<br />

um juiz da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> no<br />

início do século XIV, e que provavelmente<br />

teria moradia na rua.<br />

Por outro lado, sabemos que era<br />

uma rua on<strong>de</strong> existiram imensas<br />

casas do bispo <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> entre o<br />

século XIV e XV. No fim da rua<br />

existia uma porta da antiga muralha<br />

medieval: A Porta <strong>de</strong> Mendo<br />

Estevens.


• Jardim do Paraíso<br />

Este jardim foi construido entre os finais do século<br />

XIX e o início do século XX. Tem pouco mais <strong>de</strong> 100<br />

anos. O seu nome <strong>de</strong>riva do facto <strong>de</strong> ter sido<br />

construido num local on<strong>de</strong> existiu um Convento<br />

<strong>de</strong> mulheres durante cerca <strong>de</strong> 400<br />

anos: O Convento do Paraíso.<br />

• Largo da Porta <strong>de</strong> Moura<br />

O Largo da Porta <strong>de</strong> Moura é uma das<br />

primeiras praças medievais da cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Évora</strong>. É conhecida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os finais do<br />

século XIII. Foi, durante muitos anos, o<br />

sítio on<strong>de</strong> assentou o maior número<br />

<strong>de</strong> famílias da nobreza local, razão<br />

pela qual ainda conserva<br />

inúmeras casas nobres nas<br />

suas imediações. No século<br />

XVI, foi mandada construir<br />

a fonte que ainda hoje<br />

observamos e que constitui<br />

um dos mais singulares<br />

monumentos <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>.<br />

Outro dos elementos mais<br />

relevantes centra-se na<br />

janela da casa consagrada<br />

à moradia do antigo dramaturgo,<br />

poeta e cronista,<br />

Garcia <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>.<br />

35


36<br />

Escola<br />

André <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong><br />

• Rua da Misericórdia<br />

Esta rua é das mais recentes do Centro Histórico <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>. “Só” tem<br />

cerca <strong>de</strong> 500 anos. Foi aberta a expensas das casas nobres do Infante D.<br />

Luis, ainda na primeira meta<strong>de</strong> do século XVI, e <strong>de</strong>sdobra-se ao longo<br />

da fachada lateral da Igreja que lhe dá nome: a Igreja da Misericórdia.<br />

• Igreja da Misericórdia<br />

A Igreja da Misericórdia foi começada a construir no ano <strong>de</strong> 1554. Foi,<br />

no entanto, uma obra <strong>de</strong>morada, que ainda <strong>de</strong>corria passados 100<br />

anos. Da fachada austera, entramos num interior rico em motivos <strong>de</strong>corativos<br />

típicos da arte portuguesa: a talha dourada, os azulejos e as tábuas<br />

pintadas. Trabalharam neste igreja artesãos da mesma oficina <strong>de</strong><br />

Oliveira Bernar<strong>de</strong>s, que <strong>de</strong>corou a Ermida da Nossa Senhora da Cabeça.<br />

(Recomendável a visita ao interior, se possível, com as crianças)


• Rua Miguel Bombarda<br />

Chamada antigamente <strong>de</strong> Rua <strong>de</strong> S. Vicente, por causa<br />

da construção da Igreja, e já no século XVI por Rua dos Infantes,<br />

por aqui ter nascido o Car<strong>de</strong>al D. Afonso, e por aqui<br />

terem residido os seus irmãos. O nome actual está relacionado<br />

com a mesma implantação da República, pois Miguel Bombarda<br />

foi um dos principais impulsionadores do movimento político<br />

que <strong>de</strong>stronou a Monarquia Portuguesa. Foi assassinado 2<br />

dias antes <strong>de</strong> ver triunfar a República.<br />

• Igreja <strong>de</strong> São Vicente<br />

O actual edifício surgiu em 1560, em substituição<br />

<strong>de</strong> anteriores oratórios. Assenta em<br />

parte da antiga muralha romana e no interior<br />

conserva interessante retábulo do altar e a<br />

Capela <strong>de</strong> N.ª Sr.ª da Vitória.<br />

Ao Mestre André <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ve, no século<br />

XVI, a divulgação da lenda dos Mártires<br />

<strong>de</strong> <strong>Évora</strong>, os Santos Vicente, Sabina e Cristeta<br />

(titulares <strong>de</strong> Ávila), mártires das perseguições<br />

romanas, consi<strong>de</strong>rados naturais <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>. No<br />

presbitério existe uma pedra on<strong>de</strong>, segundo<br />

a tradição, está inserida a marca <strong>de</strong> um pé do<br />

mártir S. Vicente.<br />

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Escola<br />

André <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong><br />

• Praça do Giraldo<br />

A Praça do Giraldo (<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> 1869) é o centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> irradiam as principais ruas. A sua configuração aproximadamente<br />

rectangular, com arcadas, é o resultado <strong>de</strong> transformações ao<br />

longo dos séculos, com <strong>de</strong>molições, construções e modificações arquitectónicas<br />

nas suas edificações (Ermida <strong>de</strong> Santo Antoninho e Igreja <strong>de</strong><br />

Santo Antão, Chafariz dos Leões e Fonte Henriquina, <strong>Câmara</strong> e Banco<br />

<strong>de</strong> Portugal, Arco romano [?], Pelourinho, entre outras).<br />

Não conhecemos a sua evolução urbanística até ao século<br />

XIII, quando é <strong>de</strong>signada por Terreiro ou Praça da<br />

Porta <strong>de</strong> Alconchel e a partir do século XIV até ao XIX é<br />

o centro económico, <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r concelhio e judicial. Foi,<br />

e continua a ser, um local privilegiado para a realização<br />

<strong>de</strong> eventos políticos, religiosos, recreativos, ligados à<br />

história da cida<strong>de</strong>.<br />

O nome da Praça visa homenagear o cavaleiro Giraldo<br />

sem-Pavor, que foi quem conquistou a cida<strong>de</strong><br />

aos mouros no ano <strong>de</strong> 1165, entregando-a <strong>de</strong>pois<br />

ao Primeiro Rei <strong>de</strong> Portugal, D. Afonso<br />

Henriques


• Paço dos Estáus<br />

O Palácio dos Estáus começou a ser<br />

construido no século XV, e foi-o para servir <strong>de</strong><br />

Palácio dos Reis <strong>de</strong> Portugal. Tal não aconteceu, e todo<br />

o edifício foi doado à <strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> para instalação <strong>de</strong><br />

uma Pousada. Já no século XIX, foi comprado por um famoso<br />

lavrador da cida<strong>de</strong>, que o modificou quase por completo e <strong>de</strong>u-<br />

-lhe a actual imagem.<br />

• Igreja <strong>de</strong> Santo Antão<br />

Esta igreja substituiu a primitiva ermida <strong>de</strong> Santo Antoninho,<br />

comenda da Or<strong>de</strong>m do Templo. Foi construída entre 1557 –<br />

63, a instâncias do Car<strong>de</strong>al Infante D. Henrique, o primeiro<br />

Arcebispo <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>.<br />

Frontaria severa, flanqueada por torres sineiras<br />

e aberta com três portais maneiristas.<br />

No seu interior, a traça é da renascença<br />

tardia, com as características <strong>de</strong><br />

templo-salão. Tem interessantes capelas<br />

<strong>de</strong>coradas <strong>de</strong> talha policromada maneirista<br />

e barroco-rococó e painéis <strong>de</strong><br />

azulejos do século XVII. Na capela-mor:<br />

retábulo <strong>de</strong> talha dourada, barroco, e<br />

no altar subsiste o precioso frontal <strong>de</strong><br />

mármore, com o Apostolado, do século<br />

XIV, que pertencia à primitiva ermida.<br />

Segundo a tradição, <strong>de</strong>fronte <strong>de</strong>sta<br />

igreja existia um magnífico arco romano,<br />

<strong>de</strong>struído em 1570.<br />

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Escola<br />

São Mame<strong>de</strong><br />

Percurso e Pontos <strong>de</strong> interesse:


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Escola<br />

São Mame<strong>de</strong><br />

HISTÓRIA E TOPONÍMIA:<br />

(segundo o percurso estipulado)<br />

• Largo Evaristo Cutileiro<br />

O Largo Evaristo Cutileiro tem o seu nome em homenagem a um<br />

dos mais famosos escultores <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>. Foi, durante muitos séculos,<br />

chamado <strong>de</strong> Terreiro <strong>de</strong> São Mame<strong>de</strong>, por causa da<br />

existência da Igreja <strong>de</strong> invocação ao santo Mame<strong>de</strong>,<br />

pastor do século III, morto pelos romanos<br />

no ano <strong>de</strong> 260 e elevado a mártir cristão.<br />

• Igreja <strong>de</strong> São Mame<strong>de</strong><br />

Esta igreja terá sido fundada há mais <strong>de</strong><br />

700 anos, junto do Bairro da Mouraria<br />

(referir a rua da Mouraria), mas sofreu<br />

profundas remo<strong>de</strong>lações no século XVI.<br />

Foi seu capelão o Mestre e cronista dos<br />

reis, André <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>. O pórtico é <strong>de</strong><br />

inspiração tardo renascentista e <strong>de</strong>nota<br />

influências tri<strong>de</strong>ntinas. O corpo da nave,<br />

<strong>de</strong> planta rectangular, está <strong>de</strong>corado por<br />

painéis <strong>de</strong> azulejos polícromos, formando<br />

preciosos conjuntos <strong>de</strong> motivos variados,<br />

<strong>de</strong> tapete, brutescos, rótulos e pendurados,<br />

etc., do século XVII, e a abóbada,<br />

nervurada, está pintada a fresco (1691).<br />

No altar da capela-mor estão expostas<br />

pinturas <strong>de</strong> temática sacra, oriundas do<br />

extinto Convento <strong>de</strong> Santa Mónica.


• Palácio dos Con<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Basto<br />

O Palácio foi construido no século XIV, no espaço que foi do castelo medieval<br />

da cida<strong>de</strong>. Ainda hoje se conseguem ver as muralhas romanas<br />

(referir as muralhas ao longo do percurso), alteradas no século X, estando<br />

ainda preservada a antiga entrada do castelo na chamada “Porta da<br />

Traição”.<br />

O Palácio é um conjunto <strong>de</strong> edifícios <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> arquitectónica e<br />

artística, com elementos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o romano até ao manuelino-mudéjar.<br />

O maior edifício tem janelas geminadas, <strong>de</strong> arcos <strong>de</strong> ferradura, <strong>de</strong> ladrilho<br />

e <strong>de</strong>licada capitulação <strong>de</strong> pedra regional, sobrepujadas pelo friso<br />

<strong>de</strong> esgrafitos <strong>de</strong> inspiração mudéjar. Na sua estrutura existem duas<br />

interessantes galerias <strong>de</strong> arcadas clássicas e colunelos marmóreos; no<br />

seu interior subsistem curiosas pinturas do<br />

estilo renascentista e outras maneiristas<br />

(séculos XVI e XVII), <strong>de</strong> temática mitológica<br />

ou histórica, <strong>de</strong>stacando-se as <strong>de</strong> autoria<br />

<strong>de</strong> Francisco <strong>de</strong> Campos. Ainda são vivos<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes dos primeiros Con<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Basto, a mesma família que ocupou o<br />

Palácio há 600 anos e junto da sua<br />

estrutura localiza-se a mais antiga<br />

Igreja da Cida<strong>de</strong>: a Igreja <strong>de</strong><br />

S. Miguel, fundada pelos<br />

Templários.<br />

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44<br />

Escola<br />

São Mame<strong>de</strong><br />

• Rua Con<strong>de</strong> Serra da Tourega<br />

Esta rua foi, até ao século XIX, conhecida por Carreira do Colégio, por<br />

conduzir ao Colégio do Espírito Santo. O Con<strong>de</strong> Serra da Tourega era um<br />

membro da nobreza local da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> no século XIX e foi mesmo<br />

presi<strong>de</strong>nte da <strong>Câmara</strong> nessa altura.<br />

• Largo da Porta <strong>de</strong> Moura<br />

O Largo da Porta <strong>de</strong> Moura é uma das primeiras praças medievais<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>. É conhecida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os finais do século XIII. Foi,<br />

durante muitos anos, o sítio on<strong>de</strong> assentou o maior número <strong>de</strong><br />

famílias da nobreza local, razão pela qual ainda conserva<br />

inúmeras casas nobres nas suas imediações. No século<br />

XVI, foi mandada construir a fonte que ainda hoje observamos<br />

e que constitui um dos mais singulares monumentos<br />

<strong>de</strong> <strong>Évora</strong>.<br />

Outro dos elementos mais relevantes centra-se na janela<br />

da casa consagrada à moradia do antigo dramaturgo,<br />

poeta e cronista, Garcia <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>.


• Sé Catedral<br />

A Catedral <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> começou a ser construida<br />

no ano <strong>de</strong> 1185, tendo sido remo<strong>de</strong>lada nos<br />

finais do século XIII. É a maior Catedral do País e é consi<strong>de</strong>rada<br />

o primeiro gran<strong>de</strong> estaleiro do gótico em Portugal. Nela<br />

trabalharam dos maiores mestres <strong>de</strong> pedraria do Portugal medieval<br />

e ainda hoje as esculturas dos Apóstolos são consi<strong>de</strong>radas<br />

uma das maiores obras primas da Ida<strong>de</strong> Média<br />

portuguesa.<br />

• Museu <strong>de</strong> <strong>Évora</strong><br />

Foi criado oficialmente em 1915 e passou por várias<br />

vicissitu<strong>de</strong>s até ser instalado em <strong>de</strong>finitivo<br />

no antigo Palácio Arquiepiscopal. As suas origens<br />

históricas ligam-se às colecções reunidas por Frei<br />

Manuel do Cenáculo Vilas Boas e muito acrescentadas<br />

por valores artísticos oriundos das extintas<br />

casas religiosas e doações particulares. Sofreu uma<br />

profunda remo<strong>de</strong>lação em 1940, sob a orientação<br />

do Prof. Mário Chicó, valorizando-se as seguintes<br />

secções: Arqueologia, Arquitectura, Escultura, Epigrafia,<br />

Heráldica, Ourivesaria, Artes Decorativas e<br />

Pintura, sendo este núcleo o mais notável.<br />

• Biblioteca Pública<br />

Foi fundada em 1805, por Frei Manuel do Cenáculo Vilas Boas, arcebispo<br />

<strong>de</strong> <strong>Évora</strong>, com a sua livraria particular, e a do seu antecessor, Frei Joaquim<br />

Xavier Botelho <strong>de</strong> Lima, e muito acrescentada, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 1834, com os<br />

fundos conventuais da cida<strong>de</strong> e do distrito <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>, <strong>de</strong> alguns legados e<br />

aquisições. Em 1931 foi consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>pósito legal das publicações editadas<br />

em Portugal. Possui documentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor histórico e cultural,<br />

manuscritos e impressos, dos séculos XIII-XX. É consi<strong>de</strong>rada uma das mais<br />

ricas bibliotecas portuguesas.<br />

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46<br />

Escola<br />

São Mame<strong>de</strong><br />

• Templo Romano<br />

Exemplar <strong>de</strong> arquitectura religiosa romana, situado na Acrópole, à<br />

cota máxima <strong>de</strong> 302m, que fazia parte do forum. Estava enquadrado<br />

por tanques, criando um raro efeito <strong>de</strong> espelho <strong>de</strong> água. Deve ter<br />

sido <strong>de</strong>dicado ao culto imperial e não à <strong>de</strong>usa Diana, como é <strong>de</strong>signado<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o séc. XVII até aos nossos dias (Templo <strong>de</strong> Diana). Foi<br />

reutilizado ao longo dos séculos, sobretudo, como açougue municipal.<br />

O seu aspecto actual <strong>de</strong>ve-se às obras <strong>de</strong> libertação das pare<strong>de</strong>s<br />

em 1870, dirigidas por Cinatti. Em várias escavações arqueológicas<br />

realizadas nas suas proximida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>scobriu-se que <strong>de</strong>teria uma<br />

galeria <strong>de</strong> esculturas na praça fronteira, sendo que algumas<br />

<strong>de</strong>las teriam dimensões agigantadas.<br />

• Rua 5 <strong>de</strong> Outubro<br />

A Rua 5 <strong>de</strong> Outubro já <strong>de</strong>veria <strong>de</strong> existir por alturas da<br />

ocupação romana. Tudo indica que seria umas das principais<br />

vias da cida<strong>de</strong> da altura, contida <strong>de</strong>ntro das muralhas.<br />

No entanto, somente com os muçulmanos ganhará<br />

protagonismo urbano, assumindo-se como o mercado<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Èvora, então chamada <strong>de</strong> Yabura. Durante<br />

a Ida<strong>de</strong> Média manteve este estatuto e teve muitas <strong>de</strong>nominações,<br />

como é o caso <strong>de</strong> Rua dos Mercadores, Rua<br />

da Selaria, Sapataria, etc. A 5 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1910 mudou<br />

o nome para o actual, em homenagem à Implantação da<br />

República Portuguesa.


• Praça do Giraldo<br />

A Praça do Giraldo (<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> 1869) é o centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> irradiam as principais ruas. A sua configuração aproximadamente<br />

rectangular, com arcadas, é o resultado <strong>de</strong> transformações ao<br />

longo dos séculos, com <strong>de</strong>molições, construções e modificações arquitectónicas<br />

nas suas edificações (Ermida <strong>de</strong> Santo Antoninho e Igreja <strong>de</strong><br />

Santo Antão, Chafariz dos Leões e Fonte Henriquina, <strong>Câmara</strong> e Banco<br />

<strong>de</strong> Portugal, Arco romano [?], Pelourinho, entre outras).<br />

Não conhecemos a sua evolução urbanística até ao século XIII, quando<br />

é <strong>de</strong>signada por Terreiro ou Praça da Porta <strong>de</strong> Alconchel e a partir do século<br />

XIV até ao XIX é o centro económico, <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r concelhio e judicial.<br />

Foi, e continua a ser, um local privilegiado para a realização <strong>de</strong> eventos<br />

políticos, religiosos, recreativos, ligados à história da cida<strong>de</strong>.<br />

O nome da Praça visa homenagear o cavaleiro Giraldo sem-Pavor, que<br />

foi quem conquistou a cida<strong>de</strong> aos mouros no ano <strong>de</strong> 1165, entregando-<br />

-a <strong>de</strong>pois ao Primeiro Rei <strong>de</strong> Portugal, D. Afonso Henriques<br />

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Escola<br />

Senhora da Glória<br />

48 Percurso e Pontos <strong>de</strong> interesse:


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Escola<br />

Senhora da Glória<br />

HISTÓRIA E TOPONÍMIA:<br />

(segundo o percurso estipulado)<br />

• Igreja e Convento dos Remédios<br />

Foram construídos no primeiro quartel do século XVII,<br />

em substituição do existente na Rua do Raimundo, sob<br />

a protecção do arcebispo D. Alexandre <strong>de</strong> Bragança. A<br />

igreja, sagrada em 1614, é um admirável testemunho do<br />

primeiro barroco em <strong>Évora</strong>, tem nave <strong>de</strong> planta rectangular,<br />

com quatro tramos e a capela-mor está <strong>de</strong>corada com<br />

opulento altar <strong>de</strong> talha dourada dos artistas eborenses<br />

irmãos Abreu do Ó (século XVIII), e também autores do<br />

púlpito <strong>de</strong> entalhamento dourado, consi<strong>de</strong>rado um dos<br />

mais notáveis do Alentejo.<br />

Do antigo convento <strong>de</strong>staca-se a sacristia e o seu notável<br />

paramenteiro, os silhares <strong>de</strong> azulejo, o claustro e as celas<br />

dos monges. Des<strong>de</strong> 1840 a sua cerca é utilizada como Cemitério<br />

Público, e possui um portal renascentista oriundo<br />

da <strong>de</strong>molida Igreja <strong>de</strong> S. Domingos, atribuído a Nicolau<br />

Chanterene.<br />

• Muralhas Medievais e Mo<strong>de</strong>rnas<br />

O início da sua construção ocorreu cerca <strong>de</strong> 1350, no reinado <strong>de</strong><br />

D. Afonso IV. Surgiu pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> protecção do importante<br />

aglomerado que existia fora do primeiro perímetro amuralhado. O<br />

seu anel amuralhado compreen<strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 4 km <strong>de</strong><br />

extensão, on<strong>de</strong> se abriam 10 portas, das quais subsistem as da Lagoa,<br />

Moinho <strong>de</strong> Vento, Mesquita e Avis, o reforço <strong>de</strong> quadrelas e 40 torres<br />

paralelepipédicas ou cilíndricas.<br />

As fortificações mo<strong>de</strong>rnas (séc. XVII) surgiram da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

adaptar as praças à evolução da pirobalística, pelo que foram construídos<br />

sete baluartes, o forte <strong>de</strong> Santo António e o Reduto do Príncipe<br />

(Penedos), e realizadas gran<strong>de</strong>s obras no Castelo Novo.


• Rua <strong>de</strong> Serpa Pinto<br />

A Rua <strong>de</strong> Serpa Pinto chamou-se, até 1890, <strong>de</strong> Rua <strong>de</strong> Alconchel. É uma<br />

das ruas mais antigas <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>, pois pensa-ve que terá quase 800 anos.<br />

No ano <strong>de</strong> 1890 passou a ser conhecida pelo nome actual, em memória<br />

do explorador e cartógrafo português, Alexandre <strong>de</strong> Serpa Pinto.<br />

• Convento <strong>de</strong> Santa Clara<br />

Convento fundado no século XV, pelo Bispo <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> D. Vasco Perdigão,<br />

no antigo Paço dos Falcões, sofreu profundas obras no século<br />

XVI, <strong>de</strong>stacam-se, estruturalmente, o claustro, o antigo refeitório<br />

e a Sala do Capítulo.<br />

Foi a última comunida<strong>de</strong> religiosa eborense a encerrar (1903) e foi<br />

utilizado para instituições militares e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1951, para estabelecimentos<br />

<strong>de</strong> ensino.<br />

A igreja, da segunda meta<strong>de</strong> do século XVI, apresenta características<br />

do estilo barroco, com vestígios clássicos. A frontaria com portais<br />

<strong>de</strong> granito, com os símbolos da or<strong>de</strong>m franciscana e robustecidos<br />

por arcobotantes e torres <strong>de</strong> grilhagem <strong>de</strong> ladrilho do gosto e<br />

tradição mourisca. No interior, <strong>de</strong>staca-se a nave, o tecto revestido<br />

<strong>de</strong> pintura a fresco, os alçados forrados por silhares <strong>de</strong> azulejos até<br />

à cornija, com pintura mural obstruída por telas, e a talha dourada<br />

na capela-mor. Possui pinturas maneiristas.<br />

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52<br />

Escola<br />

Senhora da Glória<br />

• Palácio do Barrocal<br />

O Palácio do Barrocal foi construido no século XVI por Rui <strong>de</strong> Melo,<br />

conselheiro do Rei D. João III. No século XIX foi completamente remo<strong>de</strong>lado,<br />

absorvendo o chafariz que ainda se vislumbra, e rematado<br />

com um brasão da família, que estava no Monte do Barrocal, a<br />

servir <strong>de</strong> tampo a um poço.<br />

• Praça do Giraldo<br />

A Praça do Giraldo (<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> 1869) é o centro da cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Évora</strong>, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> irradiam as principais ruas. A sua<br />

configuração aproximadamente rectangular, com<br />

arcadas, é o resultado <strong>de</strong> transformações ao longo<br />

dos séculos, com <strong>de</strong>molições, construções e modificações<br />

arquitectónicas nas suas edificações (Ermida<br />

<strong>de</strong> Santo Antoninho e Igreja <strong>de</strong> Santo Antão, Chafariz<br />

dos Leões e Fonte Henriquina, <strong>Câmara</strong> e Banco<br />

<strong>de</strong> Portugal, Arco romano [?], Pelourinho, entre outras).<br />

Não conhecemos a sua evolução urbanística<br />

até ao século XIII, quando é <strong>de</strong>signada por Terreiro<br />

ou Praça da Porta <strong>de</strong> Alconchel e a partir do século<br />

XIV até ao XIX é o centro económico, <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

concelhio e judicial. Foi, e continua a ser, um local<br />

privilegiado para a realização <strong>de</strong> eventos políticos,<br />

religiosos, recreativos, ligados à história da cida<strong>de</strong>.<br />

O nome da Praça visa homenagear o cavaleiro Giraldo<br />

sem-Pavor, que foi quem conquistou a cida<strong>de</strong><br />

aos mouros no ano <strong>de</strong> 1165, entregando-a <strong>de</strong>pois ao<br />

Primeiro Rei <strong>de</strong> Portugal, D. Afonso Henriques


• Paço dos Estáus<br />

O Palácio dos Estáus começou a ser<br />

construido no século XV, e foi-o para servir <strong>de</strong><br />

Palácio dos Reis <strong>de</strong> Portugal. Tal não aconteceu, e todo<br />

o edifício foi doado à <strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> para instalação <strong>de</strong><br />

uma Pousada. Já no século XIX, foi comprado por um famoso<br />

lavrador da cida<strong>de</strong>, que o modificou quase por completo e <strong>de</strong>u-<br />

-lhe a actual imagem.<br />

• Igreja <strong>de</strong> Santo Antão<br />

Esta igreja substituiu a primitiva ermida <strong>de</strong> Santo Antoninho,<br />

comenda da Or<strong>de</strong>m do Templo. Foi construída entre 1557 –<br />

63, a instâncias do Car<strong>de</strong>al Infante D. Henrique, o primeiro<br />

Arcebispo <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>.<br />

Frontaria severa, flanqueada por torres sineiras<br />

e aberta com três portais maneiristas.<br />

No seu interior, a traça é da renascença<br />

tardia, com as características <strong>de</strong><br />

templo-salão. Tem interessantes capelas<br />

<strong>de</strong>coradas <strong>de</strong> talha policromada maneirista<br />

e barroco-rococó e painéis <strong>de</strong><br />

azulejos do século XVII. Na capela-mor:<br />

retábulo <strong>de</strong> talha dourada, barroco, e<br />

no altar subsiste o precioso frontal <strong>de</strong><br />

mármore, com o Apostolado, do século<br />

XIV, que pertencia à primitiva ermida.<br />

Segundo a tradição, <strong>de</strong>fronte <strong>de</strong>sta<br />

igreja existia um magnífico arco romano,<br />

<strong>de</strong>struído em 1570.<br />

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<strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong><br />

Departamento do Centro Histórico,<br />

Património e Cultura

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