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Luzes no Crepúsculo - Atalanta Filmes

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SINOPSE<br />

LUZES NO CREPÚSCULO conclui a trilogia iniciada por “Nuvens Passageiras” e “Um Homem<br />

sem Passado”. O primeiro filme da trilogia foi sobre o desemprego, o segundo sobre os<br />

desalojados, e o tema de LUZES NO CREPÚSCULO é a solidão. Como o peque<strong>no</strong> vagabundo de<br />

Chaplin, o protagonista, um homem chamado Koistinen, procura <strong>no</strong> duro mundo uma<br />

pequena brecha pela qual possa rastejar. No entanto, tanto os seus semelhantes como o<br />

aparato da sociedade sem rosto fazem questão de esmagar as suas modestas esperanças,<br />

uma após outra. Elementos crimi<strong>no</strong>sos exploram a sua ânsia por amor e a sua posição de<br />

guarda-<strong>no</strong>ctur<strong>no</strong> num roubo que executam, deixando Koistinen abandonado às<br />

consequências. Tudo isto é feito com a ajuda da mulher mais apelativa desde “All About Eve”<br />

de Joseph L. Mankiewicz. E eis como Koistinen é privado do seu emprego, da sua liberdade e<br />

dos seus sonhos. Felizmente para o <strong>no</strong>sso protagonista que o autor do filme tem a reputação<br />

de ser um velho de coração mole, portanto podemos assumir que há uma centelha de<br />

esperança iluminando a cena final.<br />

******<br />

A minha alma não poderia tolerar o género de realismo agreste necessário para descrever a<br />

moderna cidade de Helsínquia – sinto-me como se fosse forçado a ir contra um muro de<br />

pedra. Sinto-me, também, forçado a redesenhar todas as cidades escondidas em várias<br />

décadas. Não consigo mostrar um carro moder<strong>no</strong> porque eles são tão feios e impessoais.<br />

Consegui fotografar Londres e Paris sem mostrar um único carro e, apesar disso, os meus<br />

filmes passam-se <strong>no</strong>s tempos moder<strong>no</strong>s. Defendo uma câmara que se identifique com os<br />

cenários da época que são descritos – e que represente essa época em toda a sua<br />

selvajaria.<br />

Aki Kaurismäki<br />

2


PETER VON BAGH sobre AKI KAURISMÄKI<br />

www.the-match-factory.com<br />

A visão de Kaurismäki é sempre demasiado preenchida. Quer o tempo, quer o espaço – Ariel foi “dedicado à<br />

memória da sociedade finlandesa” – são como se fossem um sonho, paisagens citadinas densas que Aki<br />

Kaurismäki consegue criar <strong>no</strong>s seus filmes e que, basicamente, não têm uma equivalência na “vida real”.<br />

Este factor fundamental atravessa todos os seus filmes, que podem ser, rudimentarmente, divididos em três<br />

ou quatro géneros.<br />

A primeira categoria consiste em: “Clássicos Literários”; em vez de serem traduções –“pretensiosas” estes<br />

filmes são diálogos animados com os colegas do passado do autor, como se fossem companheiros vividos<br />

de conversação. O Início quase megalomaníaco de Crime and Punishment (1983) seguiu-se de Hamlet goes<br />

Business (1987), um filme quase profético acerca da Finlândia dos a<strong>no</strong>s de 1980, que brevemente entraria<br />

em colapso num violento circulo de especulação financeira, e pela sua versão de Murger, La Vie de Bohème<br />

(1992), uma visão de França, elegante e poética, filmada na periferia de Paris e em francês (Kaurismäki fez<br />

outro “filme estrangeiro”, Contratei um Assassi<strong>no</strong> (1990), em Londres e em Inglês, com Jean-Pierre Léaud, o<br />

alter ego da sua juventude). Juha (1998), um clássico finlandês, já filmado anteriormente por três vezes, teve<br />

o seu tratamento mais firme e mais lúcido na sua versão e é a sua mais recente interpretação do silêncio (é<br />

o “último filme silencioso do século XX”) <strong>no</strong> país que vive na pseudo-comunicação dos telemóveis e da<br />

Internet (os quais têm o maior número de utilizadores na Finlândia).<br />

Segue-se um grupo de Road Movies estranhos, os charmosos “Cheapies” que atingiram um estatuto de culto<br />

em muitos países.<br />

Calamari Union (1985), de acordo com Jean-Pierre Gorin “I Vitelloni, filmado por Dreyer”, baseia-se numa<br />

anedota absurda e mostra a odisseia de um grupo de rapazes (interpretado pelo grupo de rock n’roll mais<br />

lumi<strong>no</strong>so da época) deslocando-se do lado mais pobre de Helsínquia até aos ambientes ricos do centro da<br />

cidade. Todas as personagens têm o <strong>no</strong>me de Frank, alguns morrem <strong>no</strong> trajecto… Take care of your scarf –<br />

Tatjana (1994) é outro golpe de génio, um filme sobre um fim-de-semana de dois trabalhadores finlandeses.<br />

Acontece, simultaneamente, <strong>no</strong> passado imaginário, <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 1960, e num mundo mais realista, onde os<br />

esforços, dos verdadeiros heróis finlandeses para serem eles próprios na sua solidão maníaca dominada<br />

pelo vodka Koskenkorva e pelo tango finlandês, são muito afectados pela presença e pela mentalidade<br />

sociedade dos seus vizinhos Orientais (Rússia, Estónia).<br />

3


Os filmes acerca dos Leningrad Cowboys introduzem “A pior banda de rock’n’roll do mundo” com os seus<br />

incríveis penteados cónicos e sapatos de pregos. Dois filmes de retratos completos (um é profundamente<br />

divertido, o outro é um olhar sobre as margens da Europa que os seus mundos separam da <strong>no</strong>va e brava<br />

Europa de Bruxelas e de Estrasburgo), foram complementados por uma meia dúzia (soberba) de curtas-<br />

metragens e por Total Balalaika Show (1993), uma documentação do fantástico concerto de encontro entre<br />

Este e Oeste <strong>no</strong> concerto dos Leningrad Cowboys em conjunto com o Exército Vermelho (com os seus 200<br />

cantores e músicos). Estas são as palavras de Chris Marker acerca “desse marco da cultura moderna kitsh”:<br />

“Existem momentos de pura emoção e quando os historiadores andarem à procura de um retrato que<br />

acompanhe o breve Outo<strong>no</strong> da utopia que se seguiu ao fim do império, duvido que possam encontrar um<br />

retrato mais significante e pungente que este”.<br />

A Terceira categoria é a dos filmes acerca dos oprimidos. A “Trilogia da Classe Operária” consiste em<br />

Shadows in Paradise (1986), Ariel (1988) e The Match Factory Girl (1990) – a lacónica obra-prima, quase<br />

cruel, mas que não deixa de irradiar uma ternura contida – faz parte, apesar da consideração internacional,<br />

das mais recentes e sensíveis descrições do meio da classe operária e da identidade proletária, que é feita<br />

com uma introspecção verdadeira. Eles revelam uma espécie de Finlândia colonial, uma Finlândia terceiro-<br />

mundista que se descobre nas profundezas e na periferia das cidades, onde uma alegria de autêntica<br />

humanidade prevalece apimentada com um humor aguçado e com um desdém saudável para com a<br />

burocracia e a vida oficial com os seus homens estudados e especuladores.<br />

O filme seguinte, Nuvens Passageiras (1996) assinalou o começo de uma <strong>no</strong>va trilogia (A trilogia dos<br />

falhados), complementada com O Homem sem Passado (2002) e com <strong>Luzes</strong> <strong>no</strong> <strong>Crepúsculo</strong> (2006),<br />

respectivamente abordando o tema do desemprego (“não teria coragem de me ver ao espelho se não<br />

fizesse um filme sobre desemprego neste momento”. São as palavras de Kaurismäki numa altura em que a<br />

Finlândia sofria, há a<strong>no</strong>s, de uma situação de desemprego dramática, estrutural e - como muitos afirmavam<br />

– terminal), dos desalojados e da solidão. Os seus protagonistas, os que nada têm ou os falhados, não vão<br />

desistir, ainda que as pressões os levem aos limites da resistência humana. Um raio de optimismo brilha<br />

através de toda esta escuridão (uma visão que muitos comparam a uma tradição de Capra ou de De Sica) –<br />

<strong>no</strong>s dois primeiros filmes. O terceiro rebenta com as delicadezas da fábula humana. E pode ser o mais<br />

optimista de todos uma vez que está tão implacavelmente centrado nas realidades e <strong>no</strong> tema da dignidade<br />

do homem como o valor mais precioso.<br />

4


LUZES NO CREPÚSCULO aborda a solidão, um tema frequentemente discutido.<br />

O espectador tem, contudo, talvez em quase todas as circunstâncias, dispensado a questão principal. A<br />

imagem da solidão não tem porta das traseiras, sentimentalismo ou peque<strong>no</strong>s toques idealizados com os<br />

quais perdemos – talvez tudo.<br />

A qualidade romântica da iluminação e de fantástico, frequentemente usada por Kaurismäki como uma<br />

espécie de estilo mágico, está ausente em LUZES NO CREPÚSCULO.<br />

A cena de abertura, com a cidade, é o melhor e mais complexo esboço feito pelo grande pintor de cidades,<br />

apresentando, em cada uma delas, a celebrada imagem lustrosa da Finlândia oficial e o impiedoso nível de<br />

rua – a área de Ruoholahti em Helsínquia, um labirinto de consciências e de arquitectura.<br />

A Finlândia prospera, está melhor que nunca. Koistinen, o segurança (Janne Koistinen), também está em<br />

contacto directo com o sucesso. Ele guarda grandes fortunas. O seu local de trabalho e a sua humilde casa<br />

situam-se ambos numa área da cidade que é uma metáfora do sucesso. Contudo, da sombra, emergem<br />

cidadãos atormentados. Um sadismo quotidia<strong>no</strong> infiltra-se, por todos os lados, como se uma<br />

condescendência se transmutasse <strong>no</strong> ser dos seus médicos. A violência reflecte a doença psicológica de<br />

toda a gente. Koistinen é agredido várias vezes, as agressões ocorrem como ciclos lunares.<br />

LUZES NO CREPÚSCULO termina a série de três filmes identificados como “A trilogia dos falhados”. Os dois<br />

filmes precedentes “Nuvens Passageiras” e “O Homem Sem Passado” também foram apresentados, em<br />

competição, <strong>no</strong> Festival de Cannes. “O Homem Sem Passado” é uma história sobre a necessidade de recriar<br />

a vida. LUZES NO CREPÚSCULO é um conto de um homem sombrio, ou, melhor, é uma história onde o mundo se<br />

tor<strong>no</strong>u sombrio para um homem que conserva a sua humanidade e as suas virtudes antiquadas. Em vez<br />

delas estão agora a traição e o enga<strong>no</strong>, em conjunto com o estado absurdo da divisão insolente dos<br />

rendimentos, cortante como o teorema: escondida ou abertamente, a propriedade é roubada.<br />

Não há nenhuma imagem em que outro realizador consiga deixar a sua assinatura, nem nenhum esboço de<br />

diálogo que conseguisse ser escrito por outra pessoa. O trabalho de som também é excepcional, contendo<br />

com um toque magnífico, as vozes de dois grandes reis do tango: o argenti<strong>no</strong> Carlos Gardel, que todos<br />

conhecem, e o finlandês Olavi Virta, conhecido por apenas alguns estrangeiros mas que deveria ser<br />

conhecido de toda a gente. E, <strong>no</strong> meio disto, um homem estranho, uma aparição <strong>no</strong>va e sonhadora, <strong>no</strong> mundo<br />

de Kaurismäki.<br />

5


Como aqueles que cometem grandes crimes querem agir livremente, encontram em Koistinen uma<br />

magnífica vítima que os substitua, nas palavras de um chefe crimi<strong>no</strong>so, “fiel como um cão, um louco<br />

romântico”.<br />

A imagem profissional de Koistinen exige que ele não conte histórias. Portanto ele nem sequer vai falar da<br />

rapariga que o traiu. Ele é um agente moral mas de uma maneira que é incompatível com o estado da<br />

sociedade. A sociedade, aparentemente, não tem nenhuma possibilidade de compreensão, deixando<br />

sozinhas pessoas como ele.<br />

Toda a crueldade da equação é atingida <strong>no</strong> carácter de Koistinen: através de um estado mental<br />

estritamente fechado abre-se um vasto cruzamento social.<br />

É este o paradoxo do trabalho e a sua beleza especial. A personagem principal está literalmente sozinha até<br />

às últimas imagens do filme. Então tudo muda, da mudança floresce todo o poder incrível das imagens. Uma<br />

das descrições de solidão mais incondicionais do cinema termina com a observação de que afinal o homem<br />

não está sozinho. Dois é a unidade mais pequena, talvez a única unidade, tal como <strong>no</strong> fim do filme de<br />

Nicholas Ray. Aki Kaurismäki realizou o seu trabalho mais incorruptível e confiante.<br />

6


CRÍTICAS<br />

O último e o melhor filme da “trilogia dos falhados”, do realizador finlandês Aki Kaurismäki… Um prazer<br />

profundo. David Gritten, The Telegraph<br />

LUZES NO CREPÚSCULO é puro Kaurismäki, por isso o filme vê-se como se fosse completamente <strong>no</strong>vo, sem<br />

precedentes. A encenação de Kaurismäki não nasce de nenhuma generalização, nasce antes de uma<br />

exigência virulenta da abertura do pla<strong>no</strong> e reencontra-se, seguindo o mesmo imperativo categórico, na<br />

montagem, na utilização da música, etc. (…)<br />

Diversos procedimentos de repetição e de variações, da atenção aos detalhes do mundo e<br />

simultaneamente às suas grandes linhas de tensão que emergem graças aos recursos de uma estilização<br />

sempre tão aparente quanto instituída. (…)<br />

Não há um sistema formal em Kaurismäki. Não há nada de comparável <strong>no</strong> que diz respeito às deslocações da<br />

câmara, à disposição dos enquadramentos, dos pla<strong>no</strong>s e da estrutura da narração… (…)<br />

Uma liberdade de argumento espantosa surge dessa ligação a uma exigência interior e rigorosa da<br />

encenação. Kaurismäki pode partir de um qualquer ponto narrativo, de uma qualquer situação dramática ou<br />

cómica, e elaborar metodicamente, através de um desenvolvimento implacável, os encadeamentos<br />

narrativos que podem derivar desse ponto de partida.<br />

O mais surpreendente é que o resultado é perfeitamente imprevisível, totalmente desprovido de<br />

conformismo. Como se esse rigor, esse movimento necessário vindo do interior do pla<strong>no</strong>, da tensão natural<br />

entre o mundo e a sua encenação, conduzissem sempre a um lugar onde o resto do cinema nunca vai. (…)<br />

Kaurismäki não “vende” o espectáculo dos seus episódios … Usa o potencial de artifício emocional, para<br />

esconder a nua realidade ficcional, num espaço que lhe pertence (e a outros muito raros, como Robert<br />

Bresson), um espaço ao lado das retóricas do símbolo e da metáfora, como aquelas do naturalismo. (…)<br />

Kaurismäki não destina a morte às suas personagens, elas não têm vocação para serem sacrificadas.<br />

Também não são redentoras. A sua sorte condensa qualquer coisa da condição humana mas mais do seu<br />

lado dramático, do social, do psicológico. É sempre o drama, por vezes, como aqui, levado a um grau extremo,<br />

mas nunca a tragédia. Não há nenhum absoluto <strong>no</strong> cinema de Kaurismäki, não há Desti<strong>no</strong>, não há apelo a<br />

maiúsculas, o que é uma das suas singulares grandezas. A mais bela, talvez a mais comovente.<br />

Jean-Michel Frodon, Cahiers du Cinéma<br />

7


Apesar do seu título chaplinesco, LUZES NO CREPÚSCULO, tem mais a ver com a forma keatoniana a que se<br />

dedica vulgarmente o mestre do cinema finlandês, o príncipe da embriaguez sóbria, o capitão do humor<br />

fúnebre, o papa da metafísica do humor irónico: acabámos de <strong>no</strong>mear Aki Kaurismäki. Acrescentemos uma<br />

reflexão explicitamente retirada da literatura russa sobre a natureza e a necessidade do mal absoluto para<br />

justificar a existência da compaixão absoluta e ficarão com uma imagem quase precisa do seu <strong>no</strong>vo filme.<br />

J.M., Le Monde<br />

O filme segue uma lógica singular de depressão que, contudo, não cai na vitimização. Por mais obstinados<br />

que sejam, os pla<strong>no</strong>s secos e despojados de Kaurismäki, conservam uma cor generosa (o cineasta é dos<br />

raros que mantém a seriedade na utilização da cor <strong>no</strong> cinema, poderíamos adorá-lo só por isso).<br />

Se Aki parece usar a sua encenação até ao limite parece fazê-lo como se acompanhasse a sua personagem<br />

até ao extremo de um sistema cinematográfico e social, consumindo-o e extraindo dessa secagem uma<br />

força ténue mas destrutível, como essa pobre grelha perdida <strong>no</strong> meio de um terre<strong>no</strong> vazio que pertence<br />

àquela que ajudará o <strong>no</strong>sso homem. Ironia do desti<strong>no</strong>: ela estava lá desde o início. Como diria Robert<br />

(Bresson), foi-lhe necessário percorrer todo este caminho para chegar a ela e a nós para chegar a este belo<br />

filme humanista.<br />

Amélie Dubois, Les Inrockuptibles<br />

8


FICHA ARTÍSTICA<br />

Koistinen JANNE HYYTIÄINEN<br />

Mirja MARIA JÄRVENHELMI<br />

Aila MARIA HEISKANEN<br />

Lindholm ILKKA KOIVULA<br />

FICHA TÉCNICA<br />

Escrito, realizado e produzido por AKI KAURISMÄKI<br />

Director de Fotografia TIMO SALMINEN<br />

Som JOUKO LUMME, TERO MALMBERG<br />

Assistente de som PIETU KORHONEN<br />

Montagem AKI KAURISMÄKI<br />

Décors MARKKU PÄTILÄ<br />

Assistente de Décors ANNA NISKANEN<br />

Guarda-roupa OUTI HARJUPATANA<br />

9


AKI KAURISMÄKI | FILMOGRAFIA<br />

2006 – LUZES NO CREPÚSCULO<br />

2004 - DOGS HAVE NO HELL (curta-metragem)<br />

2002 – O HOMEM SEM PASSADO<br />

1997 – JUHA<br />

1996 – NUVENS PASSAGEIRAS<br />

- LENINGRAD COWBOYS MEET MOSES<br />

1994 - TAKE CARE OF YOUR SCARF, TATJANA<br />

- TOTAL BALALAIKA SHOW – HELSINKI<br />

1993 - CONCERT (Documentário)<br />

- THESE BOOTS (curta-metragem)<br />

1992 – LA VIE DE BOHEME<br />

1991 - THOSE WERE THE DAYS (curta-metragem)<br />

1990 – CONTRATEI UM ASSASSINO<br />

- THE MATCH FACTORY GIRL<br />

1989 - DIRTY HANDS (filme para TV)<br />

- LENINGRAD COWBOYS GO AMERICA<br />

1988 – ARIEL<br />

- THRU THE WIRE (curta-metragem)<br />

1987 - HAMLET GOES BUSINESS<br />

- ROCKY VI (curta-metragem)<br />

1986 - SHADOWS IN PARADISE<br />

1985 - CALAMARI UNION<br />

1983 - CRIME AND PUNISHMENT<br />

1981 - THE SAIMAA GESTURE (co-realizado por Mika Kaurismäki)<br />

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