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a arte de ler: uma análise entre hugo de saint victor ea educação

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temas sobre a formação intelectiva <strong>de</strong> <strong>uma</strong> pessoa. É, pois, esta <strong>uma</strong> das razões que justificam<br />

os aspectos que trataremos a seguir.<br />

A LEITURA E A SABEDORIA: ELEMENTOS NECESSÁRIOS À FORMAÇÃO DA<br />

PESSOA<br />

O primeiro <strong>de</strong>sses conceitos apresentado na obra é a sabedoria. Cumpre mencionar<br />

que a conotação <strong>de</strong> sabedoria ao qual o mestre Vitorino se refere, evi<strong>de</strong>ntemente, é <strong>de</strong> chegar<br />

a Deus, pois para os homens medievais do século XII, qualquer sabedoria procedia <strong>de</strong> Deus e<br />

alcançá-la significava encontrá-lo por meio do saber, tanto que Hugo esclarece que Sapiência 2<br />

é a Mente Divina “[...] porque [...] em maneira clara é expresso o advento <strong>de</strong> Cristo, que é a<br />

Sapiência do Pai”. (HUGO DE SAINT-VICTOR, 2001, p. 187). Com isso, observa-se que em<br />

cada momento histórico há concepções e ações ímpares em seu contexto.<br />

É necessário, também, consi<strong>de</strong>rar que para o mestre Vitorino é o intelecto que leva o<br />

homem a Deus e proporciona toda natureza <strong>de</strong> conhecimento: a religiosa e a filosófica.<br />

Assim, <strong>de</strong>vemos usar o intelecto para tomar <strong>de</strong>cisões, quando necessárias, agir e viver com o<br />

outro. Afinal, é esse conhecimento/discernimento que nos torna capazes da convivência<br />

social.<br />

Com efeito, essa discussão se justifica por enten<strong>de</strong>rmos que o conhecimento e,<br />

consequentemente, a leitura estão intrínsecos ao pensamento/ao saber e essencial à formação<br />

da pessoa. Desse modo, acreditamos que as formulações que este mestre trilhou e as<br />

evi<strong>de</strong>nciou, tenha influenciado sua época e <strong>de</strong> outros autores que lhe era contemporâneo<br />

acerca <strong>de</strong>sta questão, sobre o conceito e os sentidos <strong>de</strong> sabedoria e a or<strong>de</strong>nação dos estudos (a<br />

questão <strong>de</strong> método).<br />

Cumpre mencionar que, com base na leitura da obra do mestre Vitorino, a sabedoria<br />

ainda que seja divina é h<strong>uma</strong>na. É divina porque o mundo é explicado pela religiosida<strong>de</strong> cristã<br />

e, também, é h<strong>uma</strong>na porque é explicitado a partir <strong>de</strong> seu contexto, ou seja, o mundo<br />

medieval. Athay<strong>de</strong> (2007) menciona que Hugo <strong>de</strong> Saint-Victor:<br />

[...] sustenta que a alma h<strong>uma</strong>na é por natureza dividida em sentido e inteligência.<br />

Essa divisão estabelece os modos <strong>de</strong> sua atuação. Desta forma, o homem atua pelos<br />

sentidos quando se aplica às coisas sensíveis (razão h<strong>uma</strong>na), tratando <strong>de</strong> sua<br />

2 Em toda a obra analisada aparece o termo Sapiência ao invés <strong>de</strong> sabedoria, pois sua conotação para o período é<br />

distinta <strong>de</strong> outros contextos históricos, como por exemplo, da atualida<strong>de</strong>. (HUGO DE SAINT-VICTOR,<br />

Didascálion: Da <strong>arte</strong> <strong>de</strong> <strong>ler</strong>. Petrópolis: Vozes, 2001).<br />

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