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Botânica 62 - Texto completo - Instituto Anchietano de Pesquisas ...

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REVISÃO TAXONÔMICA DE APHELANDRA R. BR... 45<br />

En<strong>de</strong>mismo Regional<br />

Espécie que habita a área <strong>de</strong> Mata Atlântica do Nor<strong>de</strong>ste, como<br />

Aphelandra nuda Nees, é exclusiva dos “brejos” <strong>de</strong> Pernambuco.<br />

Espécies restritas à área <strong>de</strong> Mata Atlântica do sul da Bahia até o<br />

Espírito Santo como A.variegata Morel, A.blanchetina (Nees) Hooker,<br />

A.phrinioi<strong>de</strong>s Lindau, A.margaritae E. Morr. e A.espirito-santensis Profice &<br />

Wassh. Além <strong>de</strong>ssas, cinco espécies <strong>de</strong> corola curto-bilabiada apresentam este<br />

mesmo padrão. A. harleyi Wassh. é uma espécie associada às florestas <strong>de</strong><br />

tabuleiro da Bahia e do Espírito Santo. Neste último Estado po<strong>de</strong>,<br />

eventualmente, ocorrer num trecho <strong>de</strong> mata <strong>de</strong> restinga, a uns 30 Km do mar,<br />

situada entre a foz do Rio Doce e Rio São Mateus, perto <strong>de</strong> Macuco e Linhares<br />

(Fig.23 A). A. bahiensis (Nees) Wassh. habita a mata <strong>de</strong> tabuleiro da Bahia, até<br />

o momento, conhecida pelo material-tipo proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Ilhéus e pela coleta<br />

realizada em Porto Seguro (Fig. 23 B). Três espécies são exclusivas das matas<br />

que revestem as ca<strong>de</strong>ias serranas do Espírito Santo, entre 300 e 800 m. A.<br />

maximiliana (Nees) Benth. é encontrada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Santa Teresa até Domingos<br />

Martins, enquanto A.grazielae Profice ocorre na região serrana <strong>de</strong> Ibiraçu e<br />

A.hymenobracteata Profice na área montanhosa <strong>de</strong> Santa Teresa (Fig.23 B).<br />

Espécies restritas à área <strong>de</strong> Mata Atlântica apenas do Su<strong>de</strong>ste<br />

encontram-se A.stephanophysa Nees, A.bra<strong>de</strong>ana Rizzini, A.clausenii Wassh.,<br />

A.nemoralis Nees, A.<strong>de</strong>corata (Nees) Wassh., A.colorata (Vell.) Wassh. e<br />

A.paulensis Wassh. Outras três espécies <strong>de</strong> corola curto-bilabiada apresentam<br />

esse mesmo padrão. A. rigida Glaz. ex Mildbr. é pouco representada no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, limitada a Serra do Mar, registrada no maciço <strong>de</strong> Macaé <strong>de</strong> Cima e ao<br />

norte do Estado, em Santa Maria Madalena (Fig.23 C). A. gigantea (Rizzini)<br />

Profice ocorre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o leste <strong>de</strong> Minas Gerais (Governador Valadares) até o sul<br />

do Espírito Santo (Cachoeira <strong>de</strong> Itapemirim) (Fig.23 D) e A.wasshausenii<br />

Profice parece ser exclusiva da Zona da Mata do estado <strong>de</strong> Minas Gerais,<br />

coletada em Viçosa, Araponga e Carangola (Fig.23 B).<br />

Em consonância com os dados obtidos, verifica-se que em área <strong>de</strong><br />

Mata Atlântica, entre o sul da Bahia e o Espírito Santo ocorrem <strong>de</strong>z táxons,<br />

sendo 50% <strong>de</strong>sse total <strong>de</strong> corola curto-bilabiada. Todas as espécies têm o<br />

centro <strong>de</strong> distribuição na própria área, o que implicaria estar aí o maior centro<br />

<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aphelandra no Brasil.<br />

Em síntese, os diversos padrões <strong>de</strong> distribuição estudados mostram<br />

que conjuntos <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> Aphelandra são exclusivos das três maiores<br />

províncias florísticas brasileiras. Pertencem à província Amazônica 19% das<br />

espécies (2 spp. <strong>de</strong> corola com lobos reduzidos e 6 spp. <strong>de</strong> corola bilabiada<br />

típica); a maioria, 76% das espécies (23 spp. <strong>de</strong> corola bilabiada típica e 9 spp.<br />

<strong>de</strong> corola curto-bilabiada), proce<strong>de</strong> da província Atlântica; somente 2,5% (1 sp.<br />

<strong>de</strong> corola bilabiada típica) ocorre na província Central e apenas 2,5% (1 sp. <strong>de</strong><br />

corola curto-bilabiada) distribui-se nas três províncias (Figs.26,27 ).<br />

A partir da análise <strong>de</strong> distribuição das espécies brasileiras <strong>de</strong><br />

Aphelandra, especula-se que a lacuna existente entre o grupo <strong>de</strong> espécies da<br />

província Amazônica e Atlântica ocorreu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> longa data, conforme<br />

evidências fitogeográficas propostas no trabalho <strong>de</strong> Rizzini (1979). Acentua-se

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