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Botânica 62 - Texto completo - Instituto Anchietano de Pesquisas ...

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REVISÃO TAXONÔMICA DE APHELANDRA R. BR... 9<br />

Mildbr. apresentavam a mesma forma <strong>de</strong> corola curto-bilabiada do gênero<br />

Geissomeria.<br />

Nees von Esenbeck (1847b) na sua classificação infragenérica <strong>de</strong><br />

Aphelandra tomou como base a variação morfológica da corola para<br />

estabelecer as seções – Stenochila, cujos lobos laterais me<strong>de</strong>m 1/3 do<br />

comprimento do lobo mediano e Platychila, cujos lobos laterais e o lobo<br />

mediano são subiguais. Na última meta<strong>de</strong> do século <strong>de</strong>zenove e durante todo o<br />

século vinte foram <strong>de</strong>scritas novas espécies, acrescentados dados<br />

morfológicos e <strong>de</strong> distribuição ao gênero Aphelandra. Nesse contexto a<br />

morfologia da corola foi consi<strong>de</strong>rada um caráter artificial para a divisão<br />

infragenérica <strong>de</strong> Aphelandra (Rizzini 1948; Leonard 1953; Wasshausen 1975;<br />

Daniel 1991). Contudo, McDa<strong>de</strong> (1984) <strong>de</strong>fine os integrantes do complexo<br />

A.pulcherrima, pela forma da corola com o lobo mediano <strong>de</strong>senvolvido e os<br />

laterais reduzidos ou vestigiais. Além disso, observou que em Aphelandra há<br />

diversos grupos monofiléticos e estes po<strong>de</strong>riam ser reconhecidos por diversos<br />

caracteres <strong>de</strong>rivados.<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se a diversida<strong>de</strong> morfológica da corola bilabiada do<br />

gênero Aphelandra, a circunscrição <strong>de</strong> Geissomeria com base, apenas, na<br />

forma da corola revelou-se inconsistente para manter este gênero segregado<br />

<strong>de</strong> Aphelandra, um gênero neotropical com aproximadamente 200 espécies.<br />

Além <strong>de</strong>sse dado morfológico, análises moleculares sustentam a inclusão <strong>de</strong><br />

espécies <strong>de</strong> Geissomeria em uma nova linhagem <strong>de</strong> Aphelandra (McDa<strong>de</strong> et<br />

al. 2005).<br />

O presente trabalho tem por objetivo investigar atributos que possam<br />

contribuir para a <strong>de</strong>limitação do gênero Aphelandra, através do estudo<br />

aprofundado da taxonomia das espécies com corola curto-bilabiada, que na<br />

sua maioria foram <strong>de</strong>scritas em Geissomeria <strong>de</strong> modo a reavaliar seu real<br />

posicionamento no gênero Aphelandra.<br />

Afinida<strong>de</strong>s taxonômicas<br />

Nees von Esenbeck (1847b) na obra De Candolle Prodromus ocupouse<br />

com a elaboração <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> classificação para a família<br />

Acanthaceae. Posicionou Aphelandra e Geissomeria na sufamília<br />

Echmatacantheae, tribo Aphelandreae circunscrita pela corola com limbo subregular,<br />

fendido, bilabiada e 4 estames com anteras monotecas, ao lado dos<br />

gêneros Crossandra, Stenandrium, Salpixantha, Polythrix, Lagochilium e<br />

Strobilorhachis.<br />

Baillon (1891) na obra Histoires <strong>de</strong>s Plantes, no volume <strong>de</strong>dicado à<br />

família Acanthaceae, foi o primeiro a questionar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> taxonômica do<br />

gênero Geissomeria. Com base na corola curto-bilabiada do gênero, ele<br />

estabeleceu uma nova seção, sem <strong>de</strong>signar um nome, em Aphelandra. Apesar<br />

<strong>de</strong> ter incluído Geissomeria na sinonímia <strong>de</strong> Aphelandra, não publicou novas<br />

combinações para as espécies <strong>de</strong>scritas em Geissomeria. Finalmente, colocou<br />

Aphelandra na tribo Justicieae por apresentar entre outros caracteres corola<br />

bilabiada e estames didínamos.

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