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ARRASA-QUARTEIRÃO - Revista Filme Cultura

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gUSTAVO dAhL<br />

Me r c a d o é c u l t u r a<br />

Publicado em revista <strong>Cultura</strong>, Brasília, v. VI, n. 24,<br />

p. 125-127, jan.-mar. 1977<br />

Quando Humberto mauro, na década de 20, em cataguases,<br />

produzia seus filmes, praticamente todo o seu esforço<br />

concentrava-se na criação do objeto fílmico. certa vez,<br />

com um filme na lata, ele e vários companheiros, entre<br />

os quais Pedro comello, foram ao rio de Janeiro tentar<br />

colocar esse filme em algum cinema da capital. muitas<br />

vezes, tentativas como essa não obtinham sucesso, e os<br />

filmes ficavam restritos ao público de cataguases.<br />

Quando, na década de 50, a vera cruz organizou uma<br />

grande linha de produção, com estúdios, grandes contratos,<br />

etc., a noção do processo econômico cinematográfico<br />

terminava na produção. a distribuição dos filmes da<br />

vera cruz, como é do conhecimento de todos, foi dada à<br />

columbia Pictures.<br />

na década de 60, o cinema novo repetiu esses ciclos de<br />

produção brasileira e realizou mais uma série de filmes, mas<br />

o estímulo básico era mais uma vez calcado na produção.<br />

Um pouco mais tarde, já amadurecido o cinema novo, houve<br />

uma tentativa de se adentrar pela comercialização, com a<br />

criação de uma cooperativa distribuidora chamada Difilm.<br />

Quando o Governo brasileiro, através da embrafilme, fomenta<br />

– como faz há alguns anos – a produção do cinema<br />

brasileiro, o enfoque dado ainda permanece o mesmo, isto<br />

é, permanece o mesmo até que seja fundada uma distribuidora.<br />

Praticamente, todos os estímulos governamentais<br />

ao cinema brasileiro se referem à produção. isso nos dá a<br />

sensação de que o cinema brasileiro vê a si mesmo como<br />

uma árvore que se satisfaz em produzir frutos e que esses<br />

frutos ali permaneçam, ou caiam, sejam comidos por<br />

pássaros ou por algum passante eventual.<br />

cinema entretanto não é um produto da natureza, mas<br />

uma empresa humana, e seu destino, fundamentalmente,<br />

é ser projetado numa tela. a referência deve-se ao fato de<br />

Xica da Silva

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