INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA – INMET 5º DISME ...
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I. DIAGNÓSTICO<br />
Comportamento das Chuvas<br />
<strong>INSTITUTO</strong> <strong>NACIONAL</strong> <strong>DE</strong> <strong>METEOROLOGIA</strong> <strong>–</strong> <strong>INMET</strong><br />
<strong>5º</strong> <strong>DISME</strong> <strong>–</strong> BELO HORIZONTE<br />
BOLETIM AGROMETEOROLÓGICO <strong>DE</strong>CENDIAL<br />
01 a 10 de Fevereiro de 2011<br />
Ausência de chuva e forte calor marcaram o primeiro decêndio de fevereiro em Minas Gerais,<br />
ampliando o veranico que iniciara na segunda quinzena de janeiro. Como fora também observado<br />
no decêndio anterior, os sistemas frontais provenientes do sul do continente foram<br />
sistematicamente bloqueados e desviados para o oceano nas imediações do litoral carioca,<br />
influenciando muito pouco as condições de tempo no Estado e, assim mesmo, restringindo-se ao<br />
Sul e ao Triângulo Mineiro, onde ocorreu fraca atividade convectiva. As imagens do Quadro 1<br />
ilustram a condição de tempo dominante e sugerem a atuação de um VCAN 1 ao longo do<br />
decêndio, com posicionamento preferencial entre Minas e Bahia, confinando-se sobre Minas Gerais<br />
no dia 10, favorecendo a formação de instabilidades na Bahia e o aumento de nebulosidade no<br />
Norte Minas.<br />
01/02/2011 ás 16:00 horas<br />
(a)<br />
05/02/2011 ás 16:00 horas<br />
(b)<br />
08/02/2011 às 16:00 horas<br />
10/02/2011 às 16:00 horas<br />
(c)<br />
(d)<br />
Quadro 1 <strong>–</strong> Imagens de satélite ilustrativas dos fenômenos que atuaram durante o decêndio. O<br />
horário abaixo de cada imagem corresponde ao horário local.<br />
1 VCAN <strong>–</strong> Vórtice Ciclônico de Altos Níveis <strong>–</strong> é um centro de baixa pressão em altos níveis da atmosfera, caracterizado por manter céu claro<br />
abaixo de sua área central e convecção nas bordas, principalmente a oeste e sul.
<strong>INSTITUTO</strong> <strong>NACIONAL</strong> <strong>DE</strong> <strong>METEOROLOGIA</strong> <strong>–</strong> <strong>INMET</strong><br />
<strong>5º</strong> <strong>DISME</strong> <strong>–</strong> BELO HORIZONTE<br />
No Quadro 2 são apresentados os gráficos com a contribuição diária percentual das chuvas, em<br />
relação ao volume total esperado para o mês de fevereiro, no Triângulo Mineiro e Sul. Nessas<br />
duas regiões, o volume de chuva acumulado correspondeu a 42% e 15%, respectivamente, do<br />
volume mensal esperado. Nas demais regiões mineiras, o volume acumulado foi inferior a 10%.<br />
%<br />
Porcentagem de chuva acumulada<br />
em relação a normal<br />
Triângulo<br />
200,0<br />
180,0<br />
160,0<br />
140,0<br />
120,0<br />
100,0<br />
80,0<br />
60,0<br />
40,0<br />
20,0<br />
0,0<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
Dias<br />
Porcentagem de chuva acumulada<br />
em relação a normal<br />
Sul<br />
200,0<br />
180,0<br />
160,0<br />
140,0<br />
120,0<br />
100,0<br />
80,0<br />
60,0<br />
40,0<br />
20,0<br />
0,0<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
Quadro 2: percentual acumulado de chuvas ocorridas até o final do primeiro decêndio, em relação<br />
ao total esperado para o mês de fevereiro, no Triângulo Mineiro e Sul do Estado de Minas Gerais.<br />
(Fonte: <strong>INMET</strong>)<br />
Apesar das poucas chuvas, houve registro de precipitação de granizo em Uberlândia, no dia<br />
primeiro de fevereiro. Chuvas isoladas na faixa Norte decorreram de instabilidades observadas no<br />
último dia do decêndio. Na faixa Leste, o transporte de umidade de origem oceânica favoreceu a<br />
variação da nebulosidade, mas pouco contribuiu para chuva, que ocorreu de forma isolada e com<br />
fraca intensidade. Os totais acumulados no decêndio chegaram a 112 mm no Triângulo Mineiro,<br />
precisamente em Capinópolis, mas na maior parte do Estado não choveu, como se vê na Figura<br />
1(a). Em relação à climatologia decendial de chuva, prevaleceram valores abaixo da média em<br />
todo o Estado, exceto no Pontal do Triângulo, como ilustram as Figuras 1(b) e 2, esta última<br />
referente ao número de dias com ocorrência de chuvas iguais ou superiores a 5 mm diários. No<br />
Sul, apenas algumas localidades registraram 1 ou 2 dias chuvosos.<br />
Na Figura 3 verifica-se que o veranico iniciado em janeiro já contabilizava, até 10 de fevereiro,<br />
mais de 24 dias secos consecutivos na Zona da Mata, Vale do Rio Doce, em grande parte do<br />
Centro, Alto São Francisco, Norte e Noroeste. Localidades do Jequitinhonha, Norte e Noroeste, não<br />
registram chuva há mais de 28 dias.<br />
%<br />
Dias
<strong>INSTITUTO</strong> <strong>NACIONAL</strong> <strong>DE</strong> <strong>METEOROLOGIA</strong> <strong>–</strong> <strong>INMET</strong><br />
<strong>5º</strong> <strong>DISME</strong> <strong>–</strong> BELO HORIZONTE<br />
(a)<br />
Figura 1 <strong>–</strong> Total acumulado (a) e anomalia (b) de chuvas no primeiro decêndio mês de fevereiro<br />
de 2011.<br />
Figura 2 <strong>–</strong> Número total de dias com registro diário de chuva igual ou superior a 5 mm, ao longo<br />
do primeiro decêndio.<br />
(b)
<strong>INSTITUTO</strong> <strong>NACIONAL</strong> <strong>DE</strong> <strong>METEOROLOGIA</strong> <strong>–</strong> <strong>INMET</strong><br />
<strong>5º</strong> <strong>DISME</strong> <strong>–</strong> BELO HORIZONTE<br />
Figura 3 <strong>–</strong> Número de dias consecutivos sem registros de chuva igual ou superior a 5<br />
mm, após o registro da última chuva.<br />
Umidade Relativa do Ar<br />
A ausência de chuvas significativas por mais de dois decêndios consecutivos gerou expressiva<br />
queda nos índices de umidade do ar em grande parte do Estado. Na Figura 4(a) verifica-se que<br />
valores médios diários superiores a 70% restringiram-se a áreas do Triângulo, Sul e Mata. Em<br />
grande parte do Norte, Noroeste, Centro e Alto São Francisco, a média diária situou-se entre 50%<br />
e 60%. Nestes setores do Estado e em localidades do Sul, Leste e Jequitinhonha, os valores<br />
mínimos, à tarde, Figura 4(b), situaram-se abaixo de 40%.<br />
(a)<br />
Figura 4<strong>–</strong>Média decendial da umidade relativa do ar em Minas Gerais, (a) diária e (b) as 15:00<br />
horas local.<br />
(b)
Marcha Diária das Temperaturas<br />
<strong>INSTITUTO</strong> <strong>NACIONAL</strong> <strong>DE</strong> <strong>METEOROLOGIA</strong> <strong>–</strong> <strong>INMET</strong><br />
<strong>5º</strong> <strong>DISME</strong> <strong>–</strong> BELO HORIZONTE<br />
Os gráficos de temperatura da Figura 5 revelam predomínio de tempo aberto na maior parte do<br />
Estado, com a ocorrência de grande amplitude térmica ao longo do dia. Apenas o gráfico de Monte<br />
Verde sugere maior nebulosidade no início do decêndio. A temperatura máxima absoluta<br />
manteve-se por volta dos 36°C, sendo registrada em localidades do Norte, Nordeste e Leste do<br />
Estado.<br />
36,0<br />
30,0<br />
24,0<br />
18,0<br />
12,0<br />
6,0<br />
0,0<br />
36,0<br />
30,0<br />
24,0<br />
18,0<br />
12,0<br />
6,0<br />
0,0<br />
36,0<br />
30,0<br />
24,0<br />
18,0<br />
12,0<br />
6,0<br />
0,0<br />
Evolução diária de Temperatura<br />
Almenara - 1º Dec. Fevereiro/2011<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
tmax tmin tmed<br />
Evolução diária de Temperatura<br />
Unaí - 1° Dec. Fevereiro/2011<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
tmax tmin tmed<br />
Evolução diária de Temperatura<br />
B. Horizonte - 1° Dec. Fevereiro/2011<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
tmax tmin tmed<br />
36,0<br />
30,0<br />
24,0<br />
18,0<br />
12,0<br />
6,0<br />
0,0<br />
36,0<br />
30,0<br />
24,0<br />
18,0<br />
12,0<br />
6,0<br />
0,0<br />
36,0<br />
30,0<br />
24,0<br />
18,0<br />
12,0<br />
6,0<br />
0,0<br />
Evolução diária de Temperatura<br />
M. Claros - 1º Dec. Fevereiro/2011<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
tmax tmin tmed<br />
Evolução diária de Temperatura<br />
Ituiutaba - 1º Dec. Fevereiro/2011<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
tmax tmin tmed<br />
Evolução diária de Temperatura<br />
Gov. Valadares - 1º Dec. Fevereiro/2011<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
tmax tmin tmed
36,0<br />
30,0<br />
24,0<br />
18,0<br />
12,0<br />
6,0<br />
0,0<br />
<strong>INSTITUTO</strong> <strong>NACIONAL</strong> <strong>DE</strong> <strong>METEOROLOGIA</strong> <strong>–</strong> <strong>INMET</strong><br />
<strong>5º</strong> <strong>DISME</strong> <strong>–</strong> BELO HORIZONTE<br />
Evolução diária de Temperatura<br />
Juiz de Fora - 1º Dec. Fevereiro/2011<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
tmax tmin tmed<br />
36,0<br />
30,0<br />
24,0<br />
18,0<br />
12,0<br />
6,0<br />
0,0<br />
Evolução diária de Temperatura<br />
Monte Verde - 1º Dec. Fevereiro/2011<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
tmax tmin tmed<br />
Figura 5 <strong>–</strong> Evolução diária da temperatura em algumas localidades do Estado.<br />
Condições Hídricas dos Solos<br />
Sob condições de veranico que já superavam, até 10 de fevereiro, 20 dias de estiagem em grande<br />
parte do Estado, observava-se déficit hídrico em todas as regiões mineiras, exceto no Pontal do<br />
Triângulo Mineiro, Figura 6(a). Consequentemente, o armazenamento de água no solo, Figura<br />
6(b), continuou em queda, mostrando-se inferior a 40% da capacidade de campo em expressivas<br />
áreas do Centro-Norte, Nordeste e Leste de Minas Gerais, o que resultou no aumento espacial e<br />
na profundidade do índice de aridez, como ilustra o índice da Figura 7.<br />
(a)<br />
Figura 6 <strong>–</strong> Déficit e excesso hídrico (a) e armazenamento de água no solo (b), no decêndio,<br />
considerando a capacidade de campo igual a 100 mm.<br />
(b)
PROGNÓSTICO<br />
<strong>INSTITUTO</strong> <strong>NACIONAL</strong> <strong>DE</strong> <strong>METEOROLOGIA</strong> <strong>–</strong> <strong>INMET</strong><br />
<strong>5º</strong> <strong>DISME</strong> <strong>–</strong> BELO HORIZONTE<br />
Figura 7 <strong>–</strong> Índice de Aridez Agrometeorológico no final do decêndio.<br />
Previsão do tempo para o período de 23 a 26 de fevereiro de 2011:<br />
Nesta quarta-feira, a aproximação de uma frente fria, associada ao forte calor, favorece a<br />
formação de áreas de instabilidade e consequentemente a ocorrência das típicas chuvas de verão<br />
em Minas Gerais. Há risco de chuva forte, com possibilidade de queda de granizo, em áreas<br />
isoladas do Centro-Sul e Zona da Mata. As temperaturas, principalmente as máximas, tendem a<br />
declinar devido ao aumento de nebulosidade.<br />
23/02/2011: Céu parcialmente nublado a nublado com pancadas de chuva e trovoadas no<br />
Noroeste, Triângulo Mineiro, Centro, Sul e Zona da Mata. Demais áreas, claro a parcialmente<br />
nublado passando a nublado com chuva isolada.<br />
24/02/011: Céu nublado com pancadas de chuva e trovoadas no Sul, Centro, Leste e Zona da<br />
Mata. Demais áreas, parcialmente nublado a nublado com pancada de chuva isolada.<br />
25/02/2011: Céu nublado a encoberto com pancadas de chuva e trovoadas no Centro, Zona da<br />
Mata, Leste e Nordeste. Demais áreas, nublado com pancadas de chuva.<br />
26/02/2011: Céu nublado com pancadas de chuva e trovoadas em Minas Gerais.<br />
Para maiores informações sobre a previsão do tempo, assim como, para acompanhar a<br />
atualização diária da previsão, sugerimos consultar o site do <strong>INMET</strong>: www.inmet.gov.br
<strong>INSTITUTO</strong> <strong>NACIONAL</strong> <strong>DE</strong> <strong>METEOROLOGIA</strong> <strong>–</strong> <strong>INMET</strong><br />
<strong>5º</strong> <strong>DISME</strong> <strong>–</strong> BELO HORIZONTE<br />
EQUIPE <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>SENVOLVIMENTO E ANÁLISE: Rubens Leite Vianello, Anete dos Santos<br />
Fernandes, Lizandro Gemiacki, Cléber Afonso de Souza, Claudemir de Azevedo Félix e Jorge<br />
Moreira.<br />
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:<br />
As análises contidas neste Boletim são baseadas nos dados meteorológicos diariamente coletados nas redes<br />
de estações de superfície, convencionais e automáticas, pertencentes ao Instituto Nacional de Meteorologia,<br />
<strong>INMET</strong>. Como a densidade das redes é limitada, a tomada de decisão, em nível de propriedade, deve ser<br />
também baseada em observações locais, onde o conhecimento do agricultor e do extensionista é muito<br />
importante. Portanto, o uso das informações aqui contidas é de inteira responsabilidade do usuário.