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produção integrada de leite e carne bovina - Simcorte

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PRODUÇÃO INTEGRADA DE LEITE E CARNE BOVINA<br />

BEEF AND MILK PRODUCTION – AN INTEGRATED SYSTEM<br />

José Reinaldo Men<strong>de</strong>s Ruas 1 ; Reginaldo Amaral 2 ; José Joaquim Ferreira 3 ;<br />

Alberto Marcatti Neto 2<br />

1 Pesquisador D.S., Epamig/Bolsista CNPq – jrmruas@epamig.ufv.br, Epamig – Viçosa – MG.;<br />

2 Pesquisador M.S., Epamig – Belo Horizonte – MG.; 3 Pesquisador PHD, Epamig – Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

Morais – MG.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Embora ainda em patamares tecnológicos que preocupam, a<br />

<strong>produção</strong> brasileira <strong>de</strong> <strong>leite</strong> posiciona-se como uma das mais<br />

importantes, pelo volume produzido, ocupando a sexta colocação no<br />

ranking mundial com cerca <strong>de</strong> 23 bilhões <strong>de</strong> litros anuais. A ativida<strong>de</strong><br />

tem gran<strong>de</strong> importância no contexto econômico e social do país, não só<br />

pelos valores nutricionais, mas, também pela geração <strong>de</strong> emprego e<br />

renda. A pecuária no Brasil tem realida<strong>de</strong>s bastante distintas. Os<br />

sistemas <strong>de</strong> <strong>produção</strong> caracterizam-se pela diversida<strong>de</strong>, tanto na<br />

composição racial do rebanho, quanto nas práticas <strong>de</strong> manejo, que vão<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los sofisticados, com gado especializado, a extensivo, com<br />

gado azebuado. O rebanho mestiço no país é o gran<strong>de</strong> responsável<br />

pela <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>leite</strong> (MARTINEZ e TEODORO, 1992).<br />

Em Minas gerais, o <strong>leite</strong> é produzido comercialmente em todos<br />

os municípios, situação reveladora da importância econômico-social <strong>de</strong><br />

uma ativida<strong>de</strong> praticada, substancialmente, com animais mestiços.<br />

Sabe-se que os animais mestiços são menos exigentes, adaptam-se<br />

melhor às limitações <strong>de</strong> meio, prevalecentes na maioria das fazendas e<br />

os preços pagos pelo <strong>leite</strong> não encorajam investimentos a favor <strong>de</strong><br />

genótipos mais especializados. Contudo, o cruzamento <strong>de</strong> gado<br />

especializado com zebuínos para a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> mestiços vem,<br />

historicamente, sendo realizado. Com foco apenas no <strong>leite</strong>, os<br />

produtores, <strong>de</strong> um modo geral, não fazem uso <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong><br />

re<strong>produção</strong> a<strong>de</strong>quadas para obter cruzamentos lucrativos (MADALENA,<br />

2001). A reposição, na maioria das fazendas, vem sendo feita com<br />

animais oriundos do próprio plantel, produzidos via cruzamentos, que<br />

provocam gradativo holan<strong>de</strong>samento do rebanho. Decorrente das<br />

restrições <strong>de</strong> meio e da falta <strong>de</strong> alternativas tecnológicas econômicas,<br />

esses animais, mais holan<strong>de</strong>sados, ficam impedidos <strong>de</strong> manifestar todo<br />

seu potencial produtivo. Via <strong>de</strong> conseqüência, o mesmo caminho


512 - V Simpósio <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte<br />

utilizado para produzir fêmeas <strong>de</strong> reposição com elevado grau <strong>de</strong><br />

sangue da raça holan<strong>de</strong>sa, leva à <strong>produção</strong> também, <strong>de</strong> bezerros sem<br />

valor comercial que, por medida <strong>de</strong> economia, acabam sendo<br />

<strong>de</strong>scartados ao nascer. Alternativas econômicas para criar e engordar<br />

bezerros produzidos em rebanhos <strong>leite</strong>iros são necessárias, até para<br />

evitar perdas, que, segundo a Embrapa, no Brasil, em 1998, eram da<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 450 milhões <strong>de</strong> dólares pelo seu não aproveitamento (FOLHA<br />

DE SÃO PLAULO, 1998). Por outro lado, os rebanhos <strong>leite</strong>iros, sem<br />

prejuízos para a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>leite</strong>, têm condições <strong>de</strong> produzir, também,<br />

bezerros com potencial econômico para recria e engorda. Apenas é<br />

preciso ter alguma estratégia. É provável que, num futuro próximo, a<br />

pecuária <strong>leite</strong>ira se organize por ativida<strong>de</strong>s específicas. Algumas<br />

fazendas vão-se concentrar na <strong>produção</strong> <strong>de</strong> novilhas, outras,<br />

exclusivamente na or<strong>de</strong>nha. Assim, a reposição será feita com novilhas<br />

adquiridas <strong>de</strong> fazendas especializadas em produzi-las. As vacas dos<br />

rebanhos <strong>leite</strong>iros vão, <strong>de</strong>ssa forma, ficar disponíveis para produzir<br />

bezerros <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para o mercado. Cobertas com touros<br />

terminadores <strong>de</strong> corte, produzirão bezerros para ser comercializados<br />

para as fazendas <strong>de</strong> recria e engorda, após a <strong>de</strong>smama (MARCATTI<br />

NETO et al., 2000). Esse tipo <strong>de</strong> bezerro po<strong>de</strong> garantir sustentabilida<strong>de</strong><br />

econômica aos sistemas <strong>de</strong> <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>leite</strong> com vacas mestiças. A<br />

<strong>produção</strong> <strong>de</strong> bezerros terminais em rebanhos <strong>leite</strong>iros é atualmente uma<br />

estratégia crescente e, nessas circunstâncias, conhecer a performance<br />

<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> animal traduz-se por necessida<strong>de</strong>,<br />

Na formação <strong>de</strong> rebanho <strong>leite</strong>iro mestiço, adota-se o cruzamento<br />

entre raças selecionadas para <strong>leite</strong>, sendo a preferência pelas raças<br />

holan<strong>de</strong>sa da subespécie bos taurus e a raça gir da subespécie bos<br />

indicus. Consi<strong>de</strong>rando o efetivo do rebanho gir e a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> animais<br />

mestiços, ocorrerá gran<strong>de</strong> déficit para esse grupo genético – vacas ½<br />

gir x holandês. Vacas F1 oriundas do cruzamento <strong>de</strong> fêmeas da raça<br />

guzerá com touros da raça holan<strong>de</strong>sa também <strong>de</strong>monstraram boa<br />

<strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>leite</strong> (MADALENA et al. 1990 e SAULITYS 2004).<br />

Alternativas têm sido estudadas como: o cruzamento <strong>de</strong> vacas da raça<br />

Nelore com touros da raça holan<strong>de</strong>sa, produzindo uma fêmea F1 nelore<br />

x holandês; a formação <strong>de</strong> fêmea zebuína a partir do cruzamento <strong>de</strong><br />

vacas nelore com touro gir <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> nelogir, as quais serão<br />

cruzadas com touro holandês, produzindo assim, uma F1 ½ nelogir x<br />

holandês (AMARALl et al. 2004). Nesse contexto, verifica-se a<br />

possibilida<strong>de</strong> da integração da pecuária <strong>de</strong> corte com a pecuária <strong>leite</strong>ira,


I Simpósio Internacional <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte - 513<br />

ou seja, região produtora <strong>de</strong> gado <strong>de</strong> corte utilizaria as matrizes<br />

zebuínas para produzir fêmeas F1 <strong>de</strong>stinadas ao rebanho <strong>leite</strong>iro e os<br />

machos seriam utilizados para recria e engorda.<br />

Fornecedores Produção Indústria Comércio Consumo<br />

Insumos<br />

Máquinas<br />

Equipamentos<br />

Serviços...<br />

Mo<strong>de</strong>lo EPAMIG<br />

<strong>de</strong> organização<br />

do rebanho<br />

Processamento Distribuição Varejo<br />

Núcleo – Melhoramento<br />

Núcleo e<br />

Melhoramento<br />

Produção <strong>de</strong><br />

e<br />

Zebu<br />

Produção <strong>de</strong> Zebu<br />

Multiplicador<br />

Produção <strong>de</strong> Fêmeas F1<br />

Comercial<br />

Produção <strong>de</strong> Leite e<br />

Bezerros <strong>de</strong> Corte<br />

Figura 1 - Ca<strong>de</strong>ia Produtiva do Leite (simplificada) e organização e<br />

composição estrutural básica do rebanho.<br />

Fonte: Marcatti Neto A. et al 2000.


514 - V Simpósio <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte<br />

O SISTEMA DE PRODUÇÃO DA EPAMIG<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> estabelecer sistemas mais eficientes <strong>de</strong><br />

<strong>produção</strong> e privilegiar a rentabilida<strong>de</strong>, principal norte <strong>de</strong> qualquer<br />

negócio, a EPAMIG vem implementando, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997, nas suas<br />

Fazendas Experimentais, o programa Organização e Gestão da<br />

Pecuária Bovina. O esquema representativo da organização do rebanho<br />

da EPAMIG po<strong>de</strong> ser visto na Figura 1.<br />

Os rebanhos foram organizados por ativida<strong>de</strong>s específicas. O<br />

rebanho Núcleo, constituído <strong>de</strong> animais zebuínos, é responsável pela<br />

<strong>produção</strong> <strong>de</strong> fêmeas para a reposição do próprio plantel e para serem<br />

comercializadas para o rebanho Multiplicador. No rebanho Núcleo são<br />

<strong>de</strong>senvolvidos trabalhos <strong>de</strong> seleção e melhoramento genético.<br />

A função do rebanho Multiplicador, constituído <strong>de</strong> fêmeas<br />

zebuínas, oriundas do rebanho Núcleo, é produzir fêmeas meio-sangue<br />

(F1), através da utilização <strong>de</strong> sêmen <strong>de</strong> touros provados da raça<br />

holan<strong>de</strong>sa, para abastecer os rebanhos comerciais produtores <strong>de</strong> <strong>leite</strong>.<br />

O cruzamento <strong>de</strong> touros Zebus com vacas holan<strong>de</strong>sas (cruzamento<br />

recíproco), também para produzir fêmeas F1, vem sendo praticado. A<br />

especialização em <strong>produção</strong> <strong>de</strong> novilhas, uma estratégia já adotada em<br />

outros locais, inclusive em rebanhos constituídos <strong>de</strong> gado<br />

especializado, é percebida como uma importante ferramenta <strong>de</strong><br />

gerenciamento.<br />

O rebanho Comercial, cuja função primordial é produzir <strong>leite</strong>, é<br />

constituído <strong>de</strong> fêmeas F1, oriundas do rebanho Multiplicador, cobertas<br />

ou inseminadas com sêmen <strong>de</strong> touros terminadores zebuínos, para a<br />

<strong>produção</strong> <strong>de</strong> bezerros e bezerras terminais, que são <strong>de</strong>stinados à recria<br />

e abate. O programa Organização e Gestão da Pecuária Bovina não<br />

propõe tirar <strong>leite</strong> <strong>de</strong> filhas <strong>de</strong> touros <strong>de</strong> corte. Boi <strong>de</strong> corte em vaca <strong>de</strong><br />

<strong>leite</strong>, longe <strong>de</strong> ser uma aventura, é uma estratégia <strong>de</strong> gerenciamento,<br />

capaz <strong>de</strong> proporcionar aumento da renda da proprieda<strong>de</strong>. Em algumas<br />

regiões estes rebanhos po<strong>de</strong>rão produzir animais <strong>de</strong>stinados a<br />

reposição <strong>de</strong> outros planteis <strong>leite</strong>iros, po<strong>de</strong>ndo ser ¾ Holandês-Zebu ou<br />

¾ Zebu-Holandês. "A comercialização dos bezerros e das bezerras à<br />

<strong>de</strong>smama, abre espaço para ampliar o plantel <strong>de</strong> vacas e,<br />

conseqüentemente, o crescimento tanto na <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>leite</strong> quanto<br />

na <strong>produção</strong> <strong>de</strong> bezerros". A estratégia da reposição contínua com<br />

fêmeas F1 produzidas em rebanhos especializados em novilhas<br />

possibilita a constituição <strong>de</strong> rebanhos <strong>leite</strong>iros homogêneos, compostos


I Simpósio Internacional <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte - 515<br />

<strong>de</strong> vacas <strong>de</strong> um único tipo genético (mesmo grau <strong>de</strong> sangue),<br />

procedimento que facilita o gerenciamento que é traduzido em<br />

benefícios produtivos e econômicos.<br />

Trabalhos <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>monstram maior eficiência do genótipo<br />

F1, quando comparado com suas <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente se<br />

filhas <strong>de</strong> touros zebuínos ou touros da raça holan<strong>de</strong>sa, muito embora se<br />

saiba que animais com maior fração <strong>de</strong> sangue da raça holan<strong>de</strong>sa têm<br />

maior potencial produtivo (volume <strong>de</strong> <strong>leite</strong>). Para esses animais<br />

expressarem seu potencial, é necessário oferecer condições<br />

a<strong>de</strong>quadas. Por outro lado, sob a ótica da eficiência (não é apenas<br />

produtivida<strong>de</strong>), como têm <strong>de</strong>monstrado resultados <strong>de</strong> pesquisa, a<br />

melhor fêmea <strong>de</strong> reposição <strong>de</strong> uma vaca F1, é outra F1. Esse<br />

entendimento e a oferta <strong>de</strong> novilhas produzidas em rebanhos<br />

especializados (fazendas multiplicadoras), propicia, ao produtor <strong>de</strong> <strong>leite</strong>,<br />

in<strong>de</strong>pendência e flexibilida<strong>de</strong> quanto a raça do touro a ser utilizado para<br />

cobrir as vacas <strong>leite</strong>iras.<br />

EFICIÊNCIAS PRODUTIVA E REPRODUTIVA NO SISTEMA DE<br />

PRODUÇÃO DA EPAMIG<br />

O <strong>de</strong>sempenho reprodutivo tem reflexos econômicos<br />

significativos sobre a pecuária <strong>leite</strong>ira. Acréscimos na eficiência<br />

reprodutiva po<strong>de</strong>m ser traduzidos por aumento <strong>de</strong> <strong>produção</strong> e<br />

produtivida<strong>de</strong>. Nesta direção, a <strong>produção</strong> por intervalo entre partos é<br />

mais importante do que a <strong>produção</strong> total <strong>de</strong> <strong>leite</strong> por lactação. Por outro<br />

lado, períodos curtos <strong>de</strong> lactação implicam em menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>leite</strong> produzido e, períodos longos estão, geralmente, associados a uma<br />

menor eficiência reprodutiva. O equilíbrio parece estar mesmo, em 305<br />

dias <strong>de</strong> lactação, situação que permite uma cria por ano, e 60 dias <strong>de</strong><br />

recuperação/repouso, especialmente da glândula mamária, necessários<br />

para o ciclo produtivo subseqüente. As eficiências da <strong>produção</strong> e da<br />

re<strong>produção</strong> são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> meio e do genótipo do<br />

animal. As condições <strong>de</strong> meio, prevalecentes na faixa tropical, não<br />

favorecem a expressão do potencial das raças especializadas e os<br />

zebuínos, mais adaptados a esse meio, não têm o mesmo potencial<br />

produtivo. O produto do cruzamento <strong>de</strong> bovinos <strong>de</strong> raças especializadas<br />

com zebuínos, tem sido o caminho utilizado para <strong>produção</strong> econômica<br />

<strong>de</strong> <strong>leite</strong> em ambiente tropical. MADALENA (1992), informa que no<br />

Brasil, o rebanho mestiço é responsável por gran<strong>de</strong> parte da <strong>produção</strong>


516 - V Simpósio <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte<br />

<strong>leite</strong>ira, <strong>de</strong>vido à melhor adaptação <strong>de</strong>sses animais ao meio<br />

prevalecente. Entretanto, a composição genética do rebanho contempla<br />

variados graus <strong>de</strong> sangue. MADALENA (1992), também apontou<br />

significativas vantagens <strong>de</strong> natureza produtiva, reprodutiva e econômica<br />

<strong>de</strong> vacas meio sangue (F1) europeu/zebu. Na tabela 1 são mostrados<br />

os dados referentes ao <strong>de</strong>sempenho produtivo e reprodutivo <strong>de</strong> vacas<br />

mestiças em diferentes or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> parto.<br />

Tabela 1 - Performance produtiva e reprodutiva <strong>de</strong> vacas F1 Holandês-<br />

Zebu<br />

n Primeiro n<br />

Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> parto<br />

Segundo n Terceiro<br />

Ida<strong>de</strong> - meses 221 33,8±4,8 194 48,8±5,7 126 59,5±5,4<br />

Peso - kg 197 449,5±49,2 b 179 487,9±61,0 a 118 495,8±50,0 a<br />

Período <strong>de</strong> serviço - dia 202 165,9±92,3 a 187 94,5±53,4 b 106 89,7±50,2 b<br />

Intervalo <strong>de</strong> partos - mês 194 14,9±3,1 a<br />

126 12,4±1,7 b<br />

43 12,3±1,8 b<br />

Produção total - kg 192 2.100±766 c 162 2.740±8231 b 75 3.070±989 a<br />

Duração lactação - dia 192 295±68 a 162 272±44 b 75 272±64 b<br />

Produção média dia - kg 192 7,07±1,80 c 162 10,02±2,37 b 75 11,20±2,38 a<br />

Pico <strong>produção</strong> - kg 211 11,68±2,816 a<br />

161 15,09±2,83 b 75 16,86,±3,34 a<br />

Dia do pico <strong>de</strong> <strong>produção</strong> 211 68,1±58,3 a 161 49,4±40,8 b 74 51,8±60,3 b<br />

Dados Epamig - Fazenda Experimental <strong>de</strong> Felixlândia – Período 2001 à 2004.<br />

abc -Médias com letras minúsculas distintas na mesma linha diferem (P


I Simpósio Internacional <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte - 517<br />

canalizado, e arraçoamento na sala, animais em fila indiana, com a<br />

presença momentânea das crias; obteve-se <strong>leite</strong> com qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

dos padrões exigidos pelo mercado comprador, cada dia mais exigente.<br />

DESEMPENHO ECONÔMICO.<br />

MORAES (2004) analisou os dados <strong>de</strong> <strong>produção</strong> e custo do ano<br />

<strong>de</strong> 2003, da Fazenda Experimental <strong>de</strong> Felixlândia. Neste ano o sistema<br />

<strong>de</strong> <strong>produção</strong> tinha as seguintes características: rebanho composto por<br />

220 vacas F1HZ, 81% <strong>de</strong>las na primeira ou segunda lactação; intervalo<br />

entre primeiro e o segundo partos <strong>de</strong> 14,3 meses e entre o segundo e<br />

terceiro <strong>de</strong> 12,1 meses; duração da lactação das vacas primíparas <strong>de</strong><br />

286 dias, as <strong>de</strong> segundo parto, <strong>de</strong> 268, e as <strong>de</strong> terceiro, <strong>de</strong> 312; taxa <strong>de</strong><br />

mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 7,57% para bezerros até um ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>; <strong>produção</strong><br />

média para as vacas <strong>de</strong> primeira lactação 1.990,16 kg <strong>de</strong> <strong>leite</strong>/ lactação,<br />

as <strong>de</strong> segunda, 2.512,15 kg e as <strong>de</strong> terceira 3.001,00 kg. Foram<br />

consi<strong>de</strong>rados os seguintes itens na avaliação econômica: alimentação<br />

volumosa e concentrada, medicamentos, controle sanitário,<br />

inseminação artificial, aluguel máquinas agrícolas, transporte,<br />

manutenção geral, mão-<strong>de</strong>-obra, custos operacionais fixos e custo<br />

alternativo. A rentabilida<strong>de</strong> no período foi <strong>de</strong> 37,64%. Quando<br />

analisado por estação do ano a rentabilida<strong>de</strong> no inverno foi <strong>de</strong> 11,18 %<br />

e no verão <strong>de</strong> 62,91%. Para MORAES (2004), a venda <strong>de</strong> bezerros (as)<br />

com aptidão para <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>carne</strong> representou parte significativa da<br />

receita da ativida<strong>de</strong>, sendo-lhe atribuída importante parcela <strong>de</strong><br />

contribuição ao expressivo resultado econômico positivo obtido pelo<br />

sistema; e com relação aos custos operacionais totais, os custos com<br />

alimentação representaram em torno <strong>de</strong> 50% dos mesmos, e os custos<br />

fixos correspon<strong>de</strong>ram a cerca <strong>de</strong> 10% do custo operacional total da<br />

ativida<strong>de</strong>, significando baixa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimentos em<br />

equipamentos e benfeitorias.<br />

PRODUÇÃO DE FÊMEAS F1 HZ PARA REPOSIÇÃO DO<br />

REBANHO LEITEIRO<br />

O cruzamento entre duas raças, gera um produto com 50% <strong>de</strong><br />

composição genética <strong>de</strong> origem paterna e 50% <strong>de</strong> composição genética<br />

<strong>de</strong> origem materna que são <strong>de</strong>nominados meio sangue ou animais F1.<br />

Quando se utilizam duas raças originadas <strong>de</strong> sub-espécies diferentes


518 - V Simpósio <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte<br />

(bos taurus taurus x bos taurus indicus) obtem-se um produto (F1) com<br />

máxima heterose. Este tipo <strong>de</strong> cruzamento já é bastante difundido. Na<br />

pecuária <strong>de</strong> corte é utilizado em cruzamento chamado <strong>de</strong> industrial ou<br />

terminal e na pecuária <strong>de</strong> <strong>leite</strong> é uma tecnologia emergente praticada<br />

por um número cada vez maior <strong>de</strong> produtores, na busca <strong>de</strong> animais<br />

mais adaptados a exploração <strong>leite</strong>ira em regime <strong>de</strong> pastagens.<br />

A <strong>produção</strong> <strong>de</strong> fêmeas F1 para a exploração <strong>leite</strong>ira<br />

normalmente é feita a partir <strong>de</strong> matrizes zebuínas acasaladas com<br />

touros holan<strong>de</strong>ses. As raças zebuínas mais utilizadas são Gir, Guzerá e<br />

Indubrasil, visto que esses animais apresentam características <strong>leite</strong>iras<br />

e são mais dóceis. Matrizes azebuadas, ou seja, aquelas com<br />

características raciais não <strong>de</strong>finidas, mas com 100% <strong>de</strong> sangue zebu<br />

também são utilizadas. Para filhas provenientes <strong>de</strong> matrizes da raça<br />

Nelore, há uma certa rejeição no mercado, temendo-se um<br />

comportamento mais bravio e menor <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>leite</strong>. Pesquisas estão<br />

sendo realizadas na EPAMIG com este genótipo para que no futuro seja<br />

possível caracterizar a <strong>produção</strong> e o comportamento <strong>de</strong>ste animal.<br />

Outra linha <strong>de</strong> pesquisa que está sendo <strong>de</strong>senvolvida é a <strong>produção</strong> <strong>de</strong><br />

uma fêmea oriunda do cruzamento <strong>de</strong> vacas nelore com touros gir. Esta<br />

fêmea, 100% zebuína, será utilizada no cruzamento com touro holandês<br />

para <strong>produção</strong> <strong>de</strong> animais F1. Esta estratégia visa aumentar a<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matrizes F1 para a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>leite</strong>. A <strong>produção</strong><br />

<strong>de</strong>sses animais <strong>de</strong>ve ser feita utilizando-se inseminação artificial, com<br />

touros da raça holan<strong>de</strong>sa, provados para <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>leite</strong>. A monta<br />

natural po<strong>de</strong> ser utilizada, mas tem o inconveniente <strong>de</strong> não se utilizar<br />

touro provado, bem como a possibilida<strong>de</strong> da ocorrência <strong>de</strong> efeitos do<br />

clima tropical sobre eficiência <strong>de</strong>ste touro. No segmento <strong>de</strong> cria, regiões<br />

produtoras <strong>de</strong> gado <strong>de</strong> corte po<strong>de</strong>rão funcionar como gran<strong>de</strong>s<br />

fornecedores <strong>de</strong> fêmeas F1, visto que é feita normalmente a pasto,<br />

on<strong>de</strong> as crias são mantidas com as mães, amamentando-se “ad<br />

libitum”. Esta prática é suficiente para proporcionar bom <strong>de</strong>sempenho<br />

<strong>de</strong>stes até a <strong>de</strong>smama. Na tabela 2 são mostrados os pesos <strong>de</strong> fêmeas<br />

F1 <strong>de</strong>smamadas e submetidas ao manejo acima <strong>de</strong>scrito:


I Simpósio Internacional <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte - 519<br />

Tabela 2 - Peso após a <strong>de</strong>smama <strong>de</strong> fêmeas F1 oriundas <strong>de</strong> diferentes<br />

cruzamentos<br />

Raça paterna Raça materna Ida<strong>de</strong> em dias Peso em kg<br />

Holandês Gir¹ 333 176<br />

Holandês Guzerá¹ 334 195<br />

Holandês Nelore² 210 171<br />

Fonte: EPAMIG ¹ - Fazenda Experimental <strong>de</strong> Felixlândia ² Faz. Exp. <strong>de</strong> Patos <strong>de</strong> Minas<br />

A recria em regime <strong>de</strong> pasto e com suplementação estratégica é<br />

suficiente para obter bom <strong>de</strong>senvolvimento da <strong>de</strong>smama até a ida<strong>de</strong> a<br />

cobrição. Na tabela 3 estão resultados <strong>de</strong> fêmeas F1 criadas em regime<br />

<strong>de</strong> pastagens e com suplementação na época da seca.<br />

Tabela 3 - Desempenho <strong>de</strong> fêmeas¹ F1 suplementadas com<br />

proteinado² durante a época da seca<br />

Variável ½ HOL. x GIR ½ HOL. x GUZERÁ ½ HOL. x ZEBU<br />

Número <strong>de</strong> animais<br />

Ida<strong>de</strong> inicial<br />

48<br />

333<br />

43 32<br />

a<br />

334 a<br />

496 b<br />

Ida<strong>de</strong> final 440 a 441 a<br />

603 b<br />

Peso inicial 176 b<br />

195 a<br />

182 ab<br />

Peso final 216 b 233 a<br />

220 ab<br />

Ganho diário 0,367 a 0,362 a 0,351 a<br />

Ganho período 39,25 a 38,76 a 37,53 a<br />

Consumo diário 0,416 0,416 0,416<br />

Consumo período 44,51 44,51 44,51<br />

Médias, na linha, seguidas <strong>de</strong> letras diferentes são diferentes pelo teste <strong>de</strong> SNK (P


520 - V Simpósio <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte<br />

Tabela 4 - Desempenho <strong>de</strong> fêmeas¹ F1 a pasto suplementadas com<br />

proteinado² durante verão<br />

Tratamento Pasto Pasto + 500g Proteinado<br />

Peso inicial kg 275 275<br />

Peso final kg 341 366<br />

Período – dias 83 83<br />

Ganho médio diário kg 0,676 a 0,920 b<br />

Médias, na linha, seguidas <strong>de</strong> letras diferentes são diferentes pelo teste <strong>de</strong> F (P


I Simpósio Internacional <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte - 521<br />

proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gado <strong>de</strong> corte, e que o mercado remunera bem esse<br />

produto, criadores <strong>de</strong> gado <strong>de</strong> corte po<strong>de</strong>m ser fornecedores <strong>de</strong>sse<br />

genótipo aos criadores <strong>de</strong> gado <strong>de</strong> <strong>leite</strong>, promovendo a integração entre<br />

as duas ca<strong>de</strong>ias. Regiões tradicionalmente produtoras <strong>de</strong> gado <strong>de</strong><br />

corte, como o Nor<strong>de</strong>ste, Leste e Norte <strong>de</strong> Minas, já foram gran<strong>de</strong>s<br />

fornecedores <strong>de</strong> fêmeas F1 – Holandês-Zebu. A busca do aumento da<br />

produtivida<strong>de</strong> fez com que os produtores <strong>de</strong> <strong>leite</strong> promovessem<br />

cruzamento absorvente com a raça holan<strong>de</strong>sa e, com isto, vacas F1<br />

eram vistas como matrizes para formar rebanhos <strong>leite</strong>iros e não como<br />

um genótipo a<strong>de</strong>quado para produzir <strong>leite</strong>, fato que levou à redução da<br />

<strong>produção</strong> <strong>de</strong> fêmeas F1 em regiões produtoras <strong>de</strong> gado <strong>de</strong> corte. Outro<br />

fator que contribui para essa redução foi a atribuição <strong>de</strong> comportamento<br />

mais bravio para animais oriundos <strong>de</strong>ssas regiões, fato que não foi<br />

avaliado. Não se po<strong>de</strong> esperar que animais criados como gado <strong>de</strong> corte,<br />

ou seja, mantidos em pasto, sejam extremamente dóceis nas salas <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>nha, sem que passem por um manejo <strong>de</strong> adaptação antes do parto.<br />

Como já estão disponíveis resultados <strong>de</strong> pesquisas sobre fêmeas F1<br />

Holandês-Zebu na fase <strong>de</strong> cria, na fase <strong>de</strong> recria, no manejo nutricional,<br />

no manejo reprodutivo <strong>de</strong> novilhas e vacas primíparas, no manejo da<br />

or<strong>de</strong>nha e do bezerro durante a lactação, nos aspectos produtivos e<br />

reprodutivos da vaca em lactação e na avaliação econômica, mostrando<br />

que esse genótipo é a<strong>de</strong>quado para produzir <strong>leite</strong> em regime <strong>de</strong> pasto;<br />

espera-se que os produtores <strong>de</strong>ssas regiões voltem a ser gran<strong>de</strong>s<br />

fornecedores <strong>de</strong> matrizes <strong>leite</strong>iras F1, criando assim mais uma<br />

alternativa <strong>de</strong> renda.<br />

PRODUÇÃO DE BEZERROS TERMINAIS DE CORTE EM SISTEMAS<br />

DE PRODUÇÃO DE LEITE<br />

O livre mercado expôs, <strong>de</strong> forma irreversível, o produtor <strong>de</strong> <strong>leite</strong><br />

e a rentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu negócio ficou vinculada a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

competir. A renda da pecuária <strong>leite</strong>ira, historicamente pequena, ficou<br />

mais comprimida e, para permanecer no negócio, o produtor tem que<br />

enfrentar o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> promover rearranjos produtivos. A pecuária vista<br />

como negócio exige mo<strong>de</strong>los mais rentáveis, já que os sistemas<br />

tradicionais ficaram com sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar renda, bastante<br />

afetados. Para modificar o quadro é preciso rever posturas, conceitos e<br />

até quebrar paradigmas. A favor da renda, a vaca <strong>de</strong> <strong>leite</strong> <strong>de</strong>ve produzir<br />

inclusive bezerros <strong>de</strong> corte. A invasão das terras <strong>de</strong> gado <strong>de</strong> corte


522 - V Simpósio <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte<br />

aconteceu via sistemas tradicionais <strong>de</strong> <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>leite</strong> que,<br />

justificadamente, privilegiam a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> fêmeas com atributos<br />

<strong>leite</strong>iros, mas não valorizam os machos. Sem prejuízo para a <strong>produção</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>leite</strong> e com divi<strong>de</strong>ndos econômicos, os rebanhos <strong>leite</strong>iros po<strong>de</strong>m<br />

tornarem-se bons fornecedores <strong>de</strong> bezerros(as) <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para o<br />

abate. O bezerro comercial <strong>de</strong> corte po<strong>de</strong>, portanto, representar<br />

excelente oportunida<strong>de</strong> para pecuária <strong>leite</strong>ira obter ou ampliar seu<br />

retorno econômico. De certa forma, muitos produtores <strong>de</strong> <strong>leite</strong> já<br />

usufruem <strong>de</strong>sta condição ainda que, quase sempre, aquém <strong>de</strong> seu<br />

potencial, pela pouca qualida<strong>de</strong> dos bezerros produzidos.<br />

Levantamentos realizados pelo SEBRAE (1996), i<strong>de</strong>ntificaram que em<br />

média 23% da receita das fazendas <strong>leite</strong>iras <strong>de</strong> Minas Gerais são<br />

obtidas com a venda <strong>de</strong> animais. Entretanto em <strong>de</strong>terminadas regiões<br />

este valor é significativamente maior, chegando a 41%.<br />

Alguns produtores aumentam a receita da fazenda <strong>leite</strong>ira,<br />

ven<strong>de</strong>ndo animais, outros, entretanto, não produzem animais com a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mandada pelo mercado e, <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> aproveitar uma ótima<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renda. Em sendo assim, é oportuno e perfeitamente<br />

possível aproveitar melhor o potencial das vacas <strong>de</strong> <strong>leite</strong>, relativamente<br />

à <strong>produção</strong> <strong>de</strong> bezerros para a engorda. O acasalamento das vacas<br />

<strong>leite</strong>iras com touros terminadores <strong>de</strong> raças zebuínas <strong>de</strong> corte não<br />

provoca perda <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>leite</strong>ira e resulta na <strong>produção</strong> <strong>de</strong> bezerros<br />

terminais <strong>de</strong> corte, muito valorizados pelos invernistas. É evi<strong>de</strong>nte que a<br />

adoção <strong>de</strong>sta estratégia não inibe outras alternativas. Touros <strong>de</strong> raças<br />

européias <strong>de</strong> corte e até touros <strong>de</strong> raças <strong>leite</strong>iras po<strong>de</strong>m ser utilizados,<br />

condicionados, entretanto, ao mercado <strong>de</strong> bezerros, machos e fêmeas.<br />

A opção é, obviamente função do lucro.<br />

O aproveitamento dos “machos <strong>leite</strong>iros” faz crer na<br />

predominância do mo<strong>de</strong>lo duplo-propósito, com animais mestiços<br />

criados, basicamente, em pastagens e vacas or<strong>de</strong>nhadas manualmente<br />

com bezerros ao pé, (BARBOSA e BUENO, 2000). Em geral o termo<br />

duplo-propósito é empregado para referir-se a uma característica<br />

intrínseca ao individuo; o animal é consi<strong>de</strong>rado apto para a <strong>produção</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>leite</strong> e para ganhar peso. Críticas, até certo ponto pertinentes,<br />

sustentam que esses animais não cumprem com eficiência nenhuma<br />

parte <strong>de</strong>ssa dupla missão. Na verda<strong>de</strong>, nos mo<strong>de</strong>los praticados em<br />

gran<strong>de</strong> parte das fazendas <strong>leite</strong>iras, os acasalamentos são orientados<br />

para a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> fêmeas <strong>de</strong> reposição, portanto, com flagrante<br />

domínio da vertente <strong>leite</strong>ira. Daí a <strong>de</strong>nominação “machos <strong>leite</strong>iros”, que


I Simpósio Internacional <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte - 523<br />

não são, exatamente, os animais mais apropriados para ganhar peso,<br />

principalmente sob as condições prevalecentes nos trópicos. A <strong>de</strong>speito<br />

do reconhecido potencial <strong>de</strong>sses animais, as alternativas apresentadas<br />

ainda não foram suficientes para motivar sua criação e por isso, esses<br />

bezerros são, na sua maioria, sacrificados ao nascer ou criados sob<br />

condições precárias, apresentando altos índices <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> e<br />

mortalida<strong>de</strong>, (CAMPOS e LIZIEIRE 2000). Os mesmos autores ainda<br />

registram que esses animais não interessam aos invernistas, uma vez<br />

que não apresentam bom <strong>de</strong>sempenho em criações extensivas. Os<br />

animais têm potencial <strong>de</strong> crescimento, mas, a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua criação<br />

esbarra nos elevados custo <strong>de</strong> <strong>produção</strong>. Dieta composta por alimentos<br />

<strong>de</strong> bom valor nutritivo, rações completas balanceadas ou pastagens<br />

bem manejadas em terrenos férteis são pré-requisitos para um bom<br />

<strong>de</strong>sempenho (RIBEIRO, 1997). Assim, fica bem perceptível porque os<br />

machos <strong>leite</strong>iros, não são os mais indicados para a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>carne</strong><br />

em situação ambiente <strong>de</strong> limitações como é o caso da maioria das<br />

fazendas brasileiras. Se o mercado não é comprador <strong>de</strong> machos<br />

<strong>leite</strong>iros e o próprio produtor não consegue engorda-los, sua <strong>produção</strong><br />

não se justifica.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista operacional, qualquer rebanho <strong>leite</strong>iro está<br />

apto a produzir bezerros <strong>de</strong> corte. A partir do entendimento da função<br />

do rebanho comercial <strong>leite</strong>iro, torna-se fácil tomar a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> iniciar a<br />

<strong>produção</strong> <strong>de</strong> bezerros <strong>de</strong> corte, até como estratégia para viabilizar<br />

sistemas <strong>de</strong> <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>leite</strong>. Entretanto a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> produzir<br />

bezerros para o abate não implica, em princípio, na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

abandonar por completo a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> novilhas <strong>de</strong> reposição. Em gado<br />

<strong>de</strong> corte, por exemplo, é prática comum fração do rebanho, composta<br />

<strong>de</strong> vacas superiores, ser inseminada com sêmen <strong>de</strong> touros<br />

melhoradores. As outras vacas ficam com a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

produzir bezerros comerciais.<br />

A EPAMIG conseguiu organizar seu rebanho bovino em três<br />

estratos produtivos com funções bem específicas e ações<br />

compartilhadas (MARCATTI NETO et al 2000), e, os resultados<br />

positivos do trabalho já são perceptíveis. O rebanho comercial <strong>leite</strong>iro<br />

vem cumprindo com eficiência a tarefa <strong>de</strong> produzir <strong>leite</strong> e bezerros e<br />

bezerras <strong>de</strong> corte. Na tabela 6 são mostrados dados sobre <strong>de</strong>sempenho<br />

<strong>de</strong> bezerros terminais.


524 - V Simpósio <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte<br />

Tabela 6 - Desempenho <strong>de</strong> bezerros e bezerras terminais, filhos <strong>de</strong> vacas<br />

F1HZ e <strong>de</strong> touros Nelore, Guzerá ou Gir, durante a fase <strong>de</strong> cria<br />

Sexo Nº <strong>de</strong> Nº <strong>de</strong> cab. Ida<strong>de</strong> meses C.V. Peso C.V.<br />

lotes lote<br />

% Kg %<br />

Macho 23 15 10,3 12,6 189,2 11,5<br />

Fêmea 5 12 11,9 10,0 179,7 7,8<br />

Fêmea 7 20 23,7 16,4 346,7 11,3<br />

Fonte: Epamig – Fazenda Experimental <strong>de</strong> Felixlândia – 2001 a 2004.<br />

Os bezerros e bezerras terminais receberam como alimento, o<br />

<strong>leite</strong> produzido por um teto (sucção direta no teto), até 80-90 dias <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> e, após este período, apenas o <strong>leite</strong> residual ao final da or<strong>de</strong>nha<br />

que, após este período, prosseguiu sendo realizada com a presença do<br />

bezerro apenas para o apojo. O único alimento volumoso ofertado aos<br />

bezerros até a <strong>de</strong>smama, foi a pastagem durante o verão e ou silagem<br />

durante o inverno. Os bezerros terminais, como se po<strong>de</strong> observar nos<br />

números exibidos na Tabela 6, apresentaram elevado ritmo <strong>de</strong><br />

crescimento sendo, inclusive, superior ao <strong>de</strong> muitos bezerros <strong>de</strong> corte<br />

oriundos <strong>de</strong> rebanhos comerciais, criados extensivamente. É pertinente<br />

registrar que touros terminadores selecionados primordialmente para a<br />

<strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>carne</strong>, po<strong>de</strong>m produzir bezerros terminais com melhor<br />

<strong>de</strong>sempenho do que os atualmente produzidos. Ainda relativo à<br />

presença do bezerro na sala <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha, embora haja alguma<br />

controvérsia, JUNQUEIRA (2002) cita trabalhos nos quais foram<br />

constatados que vacas or<strong>de</strong>nhadas em companhia dos bezerros<br />

produziram 5,7 a 16,0% mais <strong>leite</strong>, inclusive para a comercialização, do<br />

que as vacas or<strong>de</strong>nhadas sem a presença dos bezerros. Além da maior<br />

<strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>leite</strong> em vacas que amamentaram suas crias, BERAZAIN<br />

(1992), faz referência ao prolongamento da lactação, como<br />

conseqüência da presença do bezerro na sala <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha. Segundo<br />

MATOS (1978), isto <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> um maior estímulo para o completo<br />

esvaziamento do úbere, provocado pelo processo <strong>de</strong> sucção realizado<br />

pelo bezerro e também em conseqüência da redução da incidência <strong>de</strong><br />

infecções da glândula mamaria.<br />

O bezerro terminal tem alcançado expressivo valor <strong>de</strong> venda.<br />

Condicionado ao lucro proporcionado por litro <strong>de</strong> <strong>leite</strong> vendido, a receita<br />

obtida com a comercialização <strong>de</strong> um bezerro terminal é expressiva. Na<br />

tabela 7 são mostrados valores <strong>de</strong> comercialização.


I Simpósio Internacional <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte - 525<br />

Tabela 7 - Dados sobre a comercialização <strong>de</strong> bezerros (as) terminais<br />

produzidos por vacas F1 H x Z, acasalados com touros<br />

zebuínos <strong>de</strong> corte ou <strong>leite</strong><br />

Sexo Preço Preço C.V. Valor venda Equiv. L. <strong>de</strong> C.V.<br />

@ dólar @ Reais % R$<br />

<strong>leite</strong> %<br />

Macho 18,3 52,3 13,3 331,45 820,6 29,4<br />

Fêmea 16,5 46,4 15,5 276,86 704,1 28,4<br />

Fêmea 17,3 48,4 17,5 553,19 1.168,3 17,1<br />

Fonte: Epamig – Fazenda Experimental <strong>de</strong> Felixlândia – 2001 a 2004.<br />

Somado a esses aspectos, a or<strong>de</strong>nha com bezerro ao pé,<br />

permite flexibilida<strong>de</strong> ao sistema <strong>de</strong> <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>leite</strong>. MADALENA,<br />

(2001), lembra que alternativamente, condicionado ao preço do <strong>leite</strong> e<br />

da <strong>carne</strong>, po<strong>de</strong>-se privilegiar a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> um ou <strong>de</strong> outro produto. A<br />

flutuação dos preços pagos pelos dois produtos é histórica, tanto que<br />

BARBOSA e BUENO (2000), citados por MADALENA (2001),<br />

observaram que a relação entre o preço do quilo <strong>de</strong> bezerro e o preço<br />

do litro <strong>de</strong> <strong>leite</strong> variou <strong>de</strong> 3,8 a 12,6 vezes no período entre 1973 a<br />

1998. Variações análogas po<strong>de</strong>m ser percebidas nos números exibidos<br />

na Tabela 8.<br />

Tabela 8 - Dados sobre a <strong>produção</strong> e comercialização <strong>de</strong> bezerros (as)<br />

terminais produzidos por vacas F1 H x Z, acasalados com<br />

touros zebuínos <strong>de</strong> corte<br />

Época <strong>de</strong><br />

Venda<br />

Nº Sexo Ida<strong>de</strong><br />

em<br />

Meses<br />

Peso<br />

Kg<br />

Valor<br />

Venda<br />

R$<br />

Valor<br />

Venda<br />

U$<br />

Preço<br />

<strong>de</strong> Leite<br />

R$/L.<br />

Equivalência<br />

em litros <strong>de</strong><br />

<strong>leite</strong><br />

03/2001 22 M 11,11 198,70 238,42 115,74 0,29 822,13<br />

06/2001 14 M 9,49 149,80 185,32 80,40 0,33 561,57<br />

06/2001 15 F 13,11 192,50 211,71 89,64 0,33 641,54<br />

10/2001 11 M 9,71 154,36 245,38 89,14 0,25 981,50<br />

03/2002 13 M 9,24 205,31 349,02 149,36 0,28 1240,51<br />

02/2002 23 F 11,16 195,96 274,34 113,02 0,27 1016,07<br />

06/2002 9 M 9,80 167,00 222,11 79,58 0,36 616,97<br />

08/2002 15 M 10,30 182,53 333,31 110,28 0,39 854,63<br />

08/2002 11 F 10,00 159,64 250,15 80,08 0,39 641,41<br />

Média 10,60 182,16 257,92 103,68 0,32 815,06<br />

Fonte: Adaptado <strong>de</strong> RUAS, et al 2002.


526 - V Simpósio <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte<br />

No período <strong>de</strong> safra <strong>de</strong> <strong>leite</strong> um bezerro terminal valeu mais litros<br />

<strong>de</strong> <strong>leite</strong> do que na entressafra, quando o <strong>leite</strong>, geralmente alcança preço<br />

mais elevado. O bezerro po<strong>de</strong>, portanto apropriar-se, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />

conveniência, <strong>de</strong> maior ou menor porção <strong>de</strong> <strong>leite</strong>. Condicionado ainda<br />

ao tamanho do lucro, proporcionado por cada litro <strong>de</strong> <strong>leite</strong> vendido, a<br />

receita obtida com a comercialização <strong>de</strong> um bezerro terminal po<strong>de</strong> ser<br />

maior do que o lucro obtido com venda <strong>de</strong> todo <strong>leite</strong> produzido durante a<br />

lactação. Na medida em que contribui para viabilizar economicamente a<br />

pecuária <strong>leite</strong>ira, a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> bezerros terminais é estratégica e<br />

precisa ser melhor explorada.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

O projeto plataforma tecnológica do <strong>leite</strong>, (BRESSAN et al.<br />

2002), mostra que os principais <strong>de</strong>safios no segmento <strong>produção</strong> são<br />

sistemas competitivos nos aspectos <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong> e lucrativida<strong>de</strong>,<br />

que tenham sustentabilida<strong>de</strong> nos aspectos ambiental, econômico e<br />

social e que todos tenham acesso a tecnologia. Consi<strong>de</strong>rando estas<br />

necessida<strong>de</strong>s, vacas F1 são capazes <strong>de</strong> produzir <strong>leite</strong> a preços mais<br />

competitivos, em ambiente <strong>de</strong> muitas limitações e bezerros <strong>de</strong> corte <strong>de</strong><br />

ótima qualida<strong>de</strong>. A organização dos rebanhos sustentada no mo<strong>de</strong>lo<br />

que a EPAMIG está adotando é estratégica, permite flexibilida<strong>de</strong> e<br />

oferece vantagens econômicas, é <strong>de</strong> fácil aplicabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />

administração simples. Representa uma alternativa para a pecuária<br />

<strong>bovina</strong> tornar-se rentável e competitiva. Naturalmente que os benefícios<br />

relativos à qualida<strong>de</strong> serão maiores, na medida que o produtor <strong>de</strong> <strong>leite</strong><br />

tiver a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer usos <strong>de</strong> touros terminadores produtores<br />

<strong>de</strong> <strong>carne</strong> e não exatamente <strong>de</strong> touros <strong>de</strong> raças <strong>de</strong> corte, selecionados<br />

para produzir filhas. Condicionado a conveniência econômica, os<br />

rebanhos <strong>de</strong> corte po<strong>de</strong>m transformar-se em gran<strong>de</strong>s fornecedores <strong>de</strong><br />

matrizes F1. Potencial, estratégia e mercado não faltam.<br />

Ressalte-se também, que na pecuária <strong>leite</strong>ira, poucos<br />

investimentos são realizados na fase da cria, principalmente na cria <strong>de</strong><br />

machos, pois esses são consi<strong>de</strong>rados concorrentes a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>leite</strong> a<br />

ser entregue na indústria. Entretanto, quando se consi<strong>de</strong>ra que o bezerro <strong>de</strong><br />

<strong>leite</strong> será <strong>de</strong>stinado ao segmento gado <strong>de</strong> corte, esse não <strong>de</strong>ve sofrer<br />

restrição alimentar, e, <strong>de</strong>ve-se ainda, empregar as melhores tecnologias<br />

utilizadas em gado <strong>de</strong> corte, tornando-os <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e, assim,<br />

capazes <strong>de</strong> integrar qualquer sistema <strong>de</strong> recria e terminação. Outra


I Simpósio Internacional <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Gado <strong>de</strong> Corte - 527<br />

consi<strong>de</strong>ração, refere-se às pesquisas e técnicas capazes <strong>de</strong><br />

viabilizarem sua criação. Um dos caminhos é <strong>de</strong>senvolver mais<br />

pesquisas particularmente em nutrição para um bezerro já<br />

tradicionalmente produzido, outro é produzir bezerros <strong>de</strong> corte em vacas<br />

mestiças. Nesse caso o animal <strong>de</strong>ve receber manejo nutricional e <strong>de</strong><br />

cria a<strong>de</strong>quados, bem como atenção à escolha da raça paterna para o<br />

esse propósito. Mas, para produzir um animal com bom potencial para a<br />

recria e engorda, este <strong>de</strong>ve ser, <strong>de</strong> acordo com registros na literatura,<br />

proveniente <strong>de</strong> raças mais adaptadas ao meio tropical, como as raças<br />

zebuínas, e grau <strong>de</strong> sangue holandês não superior a três quarto,<br />

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