A luta contra a rebelião e a desagregação na igreja - Assembleia de ...
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QD 07 - Área Especial 01 Cruzeiro Velho<br />
(61) 3964-8624 / 3233-2527<br />
www.adcruz.org/ebd<br />
Presi<strong>de</strong>nte: Pastor João Adair Ferreira<br />
Dirigente e Consultor Doutrinário: Pastor Argileu Martins da Silva<br />
Superinten<strong>de</strong>nte: Presbítero Jorge Luiz Rodrigues Barbosa<br />
Lição 07<br />
A <strong>luta</strong> <strong>contra</strong> a <strong>rebelião</strong> e a <strong><strong>de</strong>sagregação</strong> <strong>na</strong><br />
<strong>igreja</strong><br />
Texto Áureo<br />
"A <strong>rebelião</strong> é como o pecado <strong>de</strong> feitiçaria, e a obsti<strong>na</strong>ção é como a idolatria e culto a ídolos<br />
do lar. Visto que rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti". 1 Sm 15.23<br />
Verda<strong>de</strong> Aplicada<br />
Os princípios <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> e submissão ao Todo-Po<strong>de</strong>roso e aos superiores humanos são<br />
os alicerces mais importantes da edificação cristã.<br />
Objetivos da Lição<br />
► Mostrar que os rebel<strong>de</strong>s não obe<strong>de</strong>cem aos superiores, agem <strong>contra</strong> a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Deus.<br />
► Deixar claro que a <strong>rebelião</strong> é uma prática contagiosa.<br />
► Conscientizar <strong>de</strong> que a <strong>rebelião</strong> é abomi<strong>na</strong>ção diante do Senhor e leva o rebel<strong>de</strong> à<br />
perdição eter<strong>na</strong>.<br />
Textos <strong>de</strong> Referência<br />
Nm 16.1 Corá, filho <strong>de</strong> Isar, filho <strong>de</strong> Coate, filho <strong>de</strong> Levi, tomou consigo a Datã e a<br />
Abirão, filhos <strong>de</strong> Eliabe, e a Om, filho <strong>de</strong> Pelete, filhos <strong>de</strong> Rúben,<br />
Nm 16.2 Levantaram-se perante Moisés com duzentos e cinquenta homens dos filhos<br />
<strong>de</strong> Israel, príncipes da congregação, eleitos por ela, varões <strong>de</strong> renome,<br />
Nm 16.3 E se ajuntaram <strong>contra</strong> Moisés e <strong>contra</strong> Arão e lhes disseram: Basta! Pois que<br />
toda a congregação é santa, cada um <strong>de</strong>les é santo, e o Senhor está no meio <strong>de</strong>les; por<br />
que, pois, vos exaltais sobre a congregação do Senhor?
Nm 16.30 Mas, se o Senhor criar alguma coisa i<strong>na</strong>udita, e a terra abrir a sua boca e os<br />
tragar com tudo o que é seu, e vivos <strong>de</strong>scerem ao abismo, então, conhecereis que estes<br />
homens <strong>de</strong>sprezaram o Senhor.<br />
Nm 16.31 E aconteceu que, acabando ele <strong>de</strong> falar todas estas palavras, a terra <strong>de</strong>baixo<br />
<strong>de</strong>les se fen<strong>de</strong>u.<br />
Caim, Balaão e Corá<br />
A lição 07 é um alerta para não seguirmos o caminho <strong>de</strong> Caim, que sentiu ódio <strong>contra</strong> seu<br />
irmão (Gn 4.3-8), nem o exemplo <strong>de</strong> Balaão, que agiu com ganância, avareza e<br />
imoralida<strong>de</strong> (Nm 22.1-35), nem a rebeldia <strong>de</strong> Corá, que se insurgiu <strong>contra</strong> a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Moisés como seu lí<strong>de</strong>r e pastor (Nm 16.1-35). O orgulho (que fez Caim rejeitar a soberania<br />
e os planos <strong>de</strong> Deus), a ganância (que levou ao profeta Balaão se tor<strong>na</strong>r um mercenário), e<br />
a <strong>rebelião</strong> (que levou Corá se tor<strong>na</strong>r um inimigo <strong>de</strong> Moisés) po<strong>de</strong>m, ainda hoje, <strong>de</strong>struir<br />
muitas pessoas que não se arrepen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> males que causam ao reino <strong>de</strong> Deus.<br />
Caim<br />
O ódio faz o homicida, e nenhum homicida tem parte no Reino <strong>de</strong> Deus.<br />
"Porque esta é a mensagem que ouvistes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio: que nos amemos uns aos<br />
outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o<br />
matou? Porque as suas obras eram más, e as <strong>de</strong> seu irmão, justas" (1Jo 3.11,12).<br />
Qual a origem da violência no mundo? Que perso<strong>na</strong>gem bíblica cometeu o primeiro<br />
assassi<strong>na</strong>to da história da humanida<strong>de</strong>? O que teria motivado tal homicídio? Por mais<br />
estranho que pareça, este lastimável episódio foi <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do pelo ódio religioso.<br />
Este fato revela o primeiro conflito entre fé e incredulida<strong>de</strong>. A raça huma<strong>na</strong> a partir daí<br />
dividiu-se, e está dividida até hoje.<br />
Caim não se saíra bem em sua vida espiritual: sua oferta não fora aceita pelo Criador. Ele<br />
pouco ou nenhum valor atribuía a forma correta <strong>de</strong> sacrificar e adorar ao Senhor. O<br />
primogênito <strong>de</strong> Adão não sabia que Deus não se importava tanto com as formalida<strong>de</strong>s e<br />
nem com o tipo <strong>de</strong> oferta, mas consi<strong>de</strong>rava principalmente as intenções do coração.<br />
Domi<strong>na</strong>do por súbita explosão <strong>de</strong> cólera, a <strong>de</strong>speito das oportunida<strong>de</strong>s que teve <strong>de</strong><br />
redimir-se e aceitar o caminho da verda<strong>de</strong>ira adoração, Caim lançou-se covar<strong>de</strong>mente<br />
sobre seu próprio irmão e o matou.<br />
Não tem sido essa a atitu<strong>de</strong> do homem <strong>de</strong>caído em relação a seus semelhantes quando<br />
entorpecido <strong>de</strong> inveja e ódio? Po<strong>de</strong>riam esses maléficos sentimentos invadir o coração dos<br />
membros da família <strong>de</strong> Deus? "Ai <strong>de</strong>les !", é a expressão que o apóstolo Judas usou para<br />
evi<strong>de</strong>nciar a serieda<strong>de</strong> do juízo divino <strong>contra</strong> os que <strong>de</strong>rramam sangue inocente.<br />
O que é mais importante para Deus: as ofertas em si ou as intenções do coração dos<br />
ofertantes?<br />
Não são poucos os homens, mulheres, adolescentes e até crianças que, <strong>de</strong>ixando-se<br />
contami<strong>na</strong>r pela inveja e pelo ódio, estão a trilhar o caminho <strong>de</strong> Caim. Mas, a advertência<br />
do apóstolo Judas, não <strong>de</strong>ixa esperar: "Ai <strong>de</strong>les! Porque entraram pelo caminho <strong>de</strong> Caim".<br />
O QUE É O CAMINHO DE CAIM
Com o <strong>na</strong>scimento <strong>de</strong> seu primogênito, ofereceu Eva um sacrifício <strong>de</strong> louvor e gratidão a<br />
Deus: "Alcancei do Senhor um varão" (Gn 4.1). Ela recebia a criança como prova <strong>de</strong> que a<br />
sua iniqüida<strong>de</strong> fora perdoada. Talvez até tivesse conjecturado estar ali, em seus braços,<br />
aquEle que viria a esmagar a cabeça da serpente.<br />
Como nossa bondosa mãe estava enga<strong>na</strong>da! Aquele bebezinho, cujo nome significava<br />
adquirido ou esperado, viria a esmagar não a cabeça da serpente, mas a do próprio irmão.<br />
Tudo começou quando ambos resolveram apresentar as primícias <strong>de</strong> seu trabalho ao<br />
Senhor.<br />
1. A oferta <strong>de</strong> Caim. Pensam alguns comentaristas que o Senhor rejeitou a oferta <strong>de</strong> Caim<br />
por ter sido esta uma oferenda vegetal e não cruenta como a <strong>de</strong> Abel. O Senhor, porém,<br />
jamais olhou para a espécie <strong>de</strong> oferta, mas sempre atenta para a qualida<strong>de</strong> do ofertante<br />
(Sl 51.16,17). Além disso, <strong>na</strong> Festa das Primícias(Celebração israelita, quando eram<br />
oferecidos ao Senhor os primeiros grãos colhidos. Reconhecimento público da provisão<br />
divi<strong>na</strong>. Comemorada a 16 <strong>de</strong> nisã (março-abril), mais tar<strong>de</strong>, passou a ser chamada<br />
Pentecostes.), requeria Jeová, dos filhos <strong>de</strong> Israel, os frutos da terra e não os primogênitos<br />
dos animais (Ex 34.22).<br />
Eis o que o Senhor diz a Caim ao ver-lhe <strong>de</strong>scaído o semblante: "Se bem fizeres, não<br />
haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu<br />
<strong>de</strong>sejo, e sobre ele domi<strong>na</strong>rás" (Gn 4.7). Tivesse Caim subjugado o seu ódio, não somente<br />
seria aceita a sua oferta como ele próprio tor<strong>na</strong>r-se-ia aceitável diante <strong>de</strong> Deus. Mas,<br />
agora, ainda que viesse ele a oferecer sacrifícios <strong>de</strong> sangue, far-se-ia abominável diante do<br />
Eterno (Is 66.3).<br />
2. O primeiro homicídio. Já tomado pela inveja e por um ódio incontrolável, Caim matou<br />
traiçoeiramente a Abel: "E falou Caim com o seu irmão Abel; e suce<strong>de</strong>u que, estando eles<br />
no campo, se levantou Caim <strong>contra</strong> o seu irmão Abel e o matou" (Gn 4.8).<br />
O primeiro assassi<strong>na</strong>to teve como cenário o campo que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aquela época, vem sendo<br />
marcado por violentas e inexplicáveis <strong>luta</strong>s. Todavia, o motivo para tantas mortes não é<br />
propriamente a posse da terra, e sim o ódio que Caim ainda não conseguiu controlar.<br />
Infelizmente, até mesmo por um campo ministerial há obreiros dispostos a matar a seu<br />
irmão. Esquecem-se <strong>de</strong> que a Seara é do Senhor e não <strong>de</strong>les. Muito cuidado! O sangue <strong>de</strong><br />
Abel está a clamar aos ouvidos <strong>de</strong> Deus.<br />
Você o<strong>de</strong>ia a seu irmão? Já não lhe consegue falar benig<strong>na</strong>mente? Dobre os joelhos agora<br />
mesmo, a fim <strong>de</strong> que o Senhor Jesus, através <strong>de</strong> seu sangue, limpe-lhe o coração <strong>de</strong> toda<br />
a ira. Caso contrário: será marcado para sempre com o estigma do assassino.<br />
3. O caminho <strong>de</strong> Caim. O caminho <strong>de</strong> Caim, por conseguinte, é a alter<strong>na</strong>tiva gerada pelo<br />
<strong>de</strong>samor, pela incompreensão e pela intolerância. É a inveja que leva ao ódio; é o ódio que<br />
induz ao homicídio.<br />
A MARCA DE CAIM<br />
Segundo alguns etimologistas, a palavra assassino provém do vocábulo haxixe. Esta era a<br />
erva que os matadores profissio<strong>na</strong>is da antiga Chi<strong>na</strong> usavam para executar a sua missão.<br />
Entorpecidos já pelo estupefaciente, tiravam a vida <strong>de</strong> seus semelhantes sem ligarem<br />
importância alguma aos seus atos.
Assim agiu Caim. Embriagado pelo ódio e tendo por entorpecente a inveja, matou ele a<br />
Abel, seu irmão. E, inquirido por Deus, saiu-se com uma evasiva que, ainda hoje, acha-se<br />
até mesmos nos lábios <strong>de</strong> muitos que se dizem servos <strong>de</strong> Deus.<br />
1. A <strong>de</strong>sculpa <strong>de</strong> Caim. Foi esta a resposta que Caim <strong>de</strong>u ao Senhor, quando o Justo Juiz<br />
lhe inquiriu acerca <strong>de</strong> Abel: "Não sei; sou eu guardador do meu irmão?" (Gn 4.9). Em<br />
hebraico, a expressão traduzida por guardador - shamer - é bastante significativa; evoca,<br />
entre outras coisas, os seguintes substantivos: guarda, protetor, mantenedor e<br />
reverenciador. Tudo isso <strong>de</strong>veria ser Caim em relação a Abel. Mas <strong>de</strong>ste não passava<br />
agora <strong>de</strong> um <strong>de</strong>salmado algoz.<br />
Você tem protegido a seu irmão? Tem-no ajudado em seus apertos e tribulações? Ou temno<br />
matado, pouco a pouco, com o seu ódio, inveja e incompreensões? Não se esqueça:<br />
você é o guardador <strong>de</strong> seu irmão. Tal incumbência é pessoal e intransferível.<br />
2. A marca <strong>de</strong> Caim. De repente, percebe o assassino quão vulnerável tor<strong>na</strong>ra-se ao matar<br />
a seu irmão. Daquele momento em diante, qualquer pessoa achar-se-ia no direito <strong>de</strong><br />
vingar o sangue <strong>de</strong> Abel. A fim <strong>de</strong> evitar que isso viesse a acontecer, pois a lei do <strong>de</strong>nte por<br />
<strong>de</strong>nte e olho por olho não havia sido ainda <strong>de</strong>cretada, o Senhor faz um si<strong>na</strong>l em Caim<br />
para que a sua vida fosse poupada.<br />
Que si<strong>na</strong>l era este? Não o sabemos. A Bíblia limita-se a <strong>de</strong>screver: "E pôs o SENHOR um<br />
si<strong>na</strong>l em Caim, para que não o ferisse qualquer que o achasse" (Gn 4.15). Em hebraico, a<br />
palavra usada para si<strong>na</strong>l é oth que, entre outras coisas, <strong>de</strong>nota: marca, indício,<br />
estandarte e até milagre. Ali estava a marca do homicida; o indício <strong>de</strong> que um crime fora<br />
praticado; o estandarte do sangue inocente e a mensagem dramática <strong>de</strong> um Deus que,<br />
conquanto vingue os justos, tudo faz por levar o culpado ao arrependimento.<br />
3. O primeiro código pe<strong>na</strong>l da história. O si<strong>na</strong>l que o Senhor Deus imprimiu em Caim<br />
funcionou como um admirável e sintético código pe<strong>na</strong>l. Todos os que para ele olhassem,<br />
conscientizar-se-iam <strong>de</strong> que nenhum crime haverá <strong>de</strong> ficar impune diante <strong>de</strong> Deus.<br />
A CIVILIZAÇÃO DE CAIM<br />
Fugindo da presença do Senhor, imigrou Caim para a região <strong>de</strong> No<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> fundou uma<br />
cida<strong>de</strong> a qual <strong>de</strong>u o nome <strong>de</strong> seu filho, Enoque. Tinha começo ali, bem ao oriente do É<strong>de</strong>n,<br />
uma civilização que, embora brilhante, seria marcada pela violência e por um<br />
materialismo extremado (Gn 4.16-26).<br />
1. Avanço tecnológico. Tubalcaim fez-se notório por domi<strong>na</strong>r a técnica metalúrgica (Gn<br />
4.22). Sem dúvida alguma, foi ele também o primeiro armeiro da história. Logo a seguir,<br />
temos o cântico da espada que seria entoado por seu pai, Lameque.<br />
2. O cântico da espada. Certo dia, o bígamo Lameque conclama suas esposas, e recitalhes<br />
um poema que ficaria conhecido como o cântico da espada: "Ada e Zilá, ouvi a minha<br />
voz; vós, mulheres <strong>de</strong> Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me<br />
ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque,<br />
setenta vezes sete" (Gn 4.23,24).<br />
Des<strong>de</strong> Caim o mundo continua o mesmo. A cada assassi<strong>na</strong>to, entoa-se o cântico <strong>de</strong><br />
Lameque. Haja vista as músicas <strong>de</strong> rock e funk que incitam os jovens às drogas e à<br />
violência. O mandamento divino, porém, é: "Amai-vos uns aos outros".<br />
Só há um caminho para se fugir ao caminho <strong>de</strong> Caim: Amar ao próximo como a si mesmo.
Esta é a Lei e os Profetas. Quem não ama ao semelhante jamais po<strong>de</strong>rá viver como<br />
discípulo <strong>de</strong> Nosso Senhor.<br />
Você ama a seu irmão? Ou está pronto a executá-lo como o fez Caim? Não se <strong>de</strong>ixe levar<br />
pela inveja nem pelo ódio. Curve-se diante <strong>de</strong> Deus, e consi<strong>de</strong>re a todos como superiores a<br />
si. E você verá como o amor <strong>de</strong> Deus será <strong>de</strong>rramado em seu coração.<br />
Balaão<br />
"Os quais, <strong>de</strong>ixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho <strong>de</strong> Balaão, filho <strong>de</strong><br />
Beor, que amou o prêmio da injustiça" (2Pe 2.15).<br />
Quem se põe a comercializar as coisas <strong>de</strong> Deus só terá um prêmio a receber: a maldição<br />
eter<strong>na</strong> no lago <strong>de</strong> fogo.<br />
Em que consistiu a "iniqüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Balaão"? Não era ele um professo adorador <strong>de</strong> Jeová?<br />
Que prêmio seria suficientemente tentador para <strong>de</strong>sviá-lo do Todo-Po<strong>de</strong>roso e motivá-lo a<br />
amaldiçoar os escolhidos <strong>de</strong> Deus?<br />
Por não po<strong>de</strong>r amaldiçoar a Israel, Balaão tentou corrompê-lo, levando os hebreus a<br />
adotarem idéias pagãs, envolverem-se com mulheres moabitas e mergulharem <strong>na</strong> idolatria<br />
e em seus vícios.<br />
Judas em sua epístola advertiu aos crentes a que não caíssem no engodo dos falsos<br />
obreiros que, seguindo a doutri<strong>na</strong> <strong>de</strong> Balaão, intentavam unir a Igreja <strong>de</strong> Cristo ao<br />
paganismo, conduzindo-a à imoralida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sonra.<br />
Balaão, o "profeta do erro", legou à posterida<strong>de</strong> um péssimo exemplo <strong>de</strong> apostasia,<br />
corrupção e merce<strong>na</strong>rismo. Abdicando da verda<strong>de</strong>, santida<strong>de</strong> e justiça, prerrogativas que<br />
bem caracterizam os profetas <strong>de</strong> Deus, ce<strong>de</strong>u à tentação do sucesso e do lucro material,<br />
fazendo Israel envolver-se no culto idólatra dos moabitas e em suas práticas imorais.<br />
Des<strong>de</strong> então, Balaão passou a ser símbolo dos falsos mestres, que fazem <strong>de</strong> tudo para<br />
<strong>de</strong>sencaminhar e corromper espiritual e moralmente o povo <strong>de</strong> Deus.<br />
Quem é o apóstata? É aquele que, embora convencido da veracida<strong>de</strong> das Sagradas<br />
Escrituras, não hesita em torcê-la, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que isso lhe traga ganhos e notorieda<strong>de</strong>. E como<br />
já ven<strong>de</strong>u a própria alma ao Diabo, não tem nenhum escrúpulo em comerciar com as<br />
almas dos santos.<br />
Veremos que prêmio recebeu esse obreiro mercenário, que Judas escolheu para tipificar<br />
todos os que <strong>de</strong>sprezam as coisas divi<strong>na</strong>s, e porfiam em buscar as terre<strong>na</strong>s e perecíveis.<br />
QUEM FOI BALAÃO<br />
Apesar <strong>de</strong> estrangeiro, possuía Balaão um conhecimento privilegiado <strong>de</strong> Deus. Era tido<br />
inclusive como profeta. Todos lhe procuravam o conselho, pois domi<strong>na</strong>va, e bem, a arte <strong>de</strong><br />
amaldiçoar (Nm 23.11). Não sabemos se ele sabia abençoar, pois a maldição era a sua<br />
ciência predileta. Segundo consta, era originário da Mesopotâmia (Dt 23.4).<br />
Tivera ele buscado a justiça e a pieda<strong>de</strong>, estaria no rol daqueles gentios <strong>de</strong>stacados no<br />
Sagrado Livro. Refiro-me a Melquise<strong>de</strong>que, a Jó, ao mancebo Eliú e a Jetro. Infelizmente,<br />
preferiu ele o prêmio da impieda<strong>de</strong>. Hoje é lembrado não como profeta <strong>de</strong> Deus, mas como<br />
um mero e cobiçoso adivinho (Js 13.22).
A DOUTRINA DE BALAÃO<br />
O pastor John H. Sailhamer afirmou que Balaão foi à procura <strong>de</strong> ganhos pessoais não se<br />
importando com a <strong>de</strong>struição da Obra <strong>de</strong> Deus. Era ele um negociante que não conhecia<br />
escrúpulos; não ligava importância quer à ética pessoal, quer à postura ministerial. Era<br />
um obreiro que gostava <strong>de</strong> levar vantagem em tudo.<br />
1. Ele sabia que não se po<strong>de</strong> amaldiçoar o povo <strong>de</strong> Deus. Como amaldiçoar a Israel, se<br />
Israel era o objeto <strong>de</strong> todas as bênçãos <strong>de</strong> Deus? Balaão o sabia muito bem (Nm 24.10).<br />
Todavia, preferiu <strong>na</strong>morar o prêmio <strong>de</strong> Balaque .<br />
Se tu, obreiro, não queres te corromper como Balaão, foge dos homens corruptos. Se com<br />
os corruptos ficares, corrompido tor<strong>na</strong>r-te-ás (2Tm 3.5).<br />
2. Ele sabia que Israel era povo <strong>de</strong> Deus. Haja vista as profecias que enunciou ao<br />
presenciar o arraial hebreu. Leia com atenção o capitulo 24 <strong>de</strong> Números.<br />
Não são poucos os obreiros e teólogos que, apesar <strong>de</strong> terem uma clara visão da Igreja<br />
como povo <strong>de</strong> Deus, induzem-<strong>na</strong> ao mundanismo e à frialda<strong>de</strong> espiritual, pois somente<br />
assim po<strong>de</strong>rão conquistar o prêmio <strong>de</strong> Balaão. Sabem eles muito bem que jamais po<strong>de</strong>rão<br />
corromper uma <strong>igreja</strong> avivada, por isso <strong>luta</strong>m por tirar da <strong>igreja</strong> todo o avivamento. Mas o<br />
que eles não sabem é que o Senhor Jesus zela por sua amada, e por sua amada há <strong>de</strong><br />
batalhar até às últimas consequências.<br />
3. Ele sabia usar a teologia para corromper. Nunca se criou tantas teologias e modismos<br />
para se corromper o povo <strong>de</strong> Deus. É a teologia da prosperida<strong>de</strong>. É a confissão positiva. É<br />
a profissio<strong>na</strong>lização do ministério. É a adoção dos costumes mundanos. É a glorificação<br />
da injustiça. E o que mais direi? Sofismando os mais caros enunciados bíblicos e<br />
teológicos, os tais obreiros lançam tropeços diante dos filhos <strong>de</strong> Deus.<br />
Assim agiu Balaão. Como não pu<strong>de</strong>sse amaldiçoar a Israel, tornou Israel objeto da<br />
maldição <strong>de</strong> Deus. O que fez ele? O próprio Cristo discorre sobre as proezas teológicas do<br />
profeta mercenário, corrupto e corruptor: "Mas umas poucas coisas tenho <strong>contra</strong> ti,<br />
porque tens lá os que seguem a doutri<strong>na</strong> <strong>de</strong> Balaão, o qual ensi<strong>na</strong>va Balaque a lançar<br />
tropeços diante dos filhos <strong>de</strong> Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se<br />
prostituíssem" (Ap 2.14).<br />
Devidamente instruído por ele, Balaque introduziu mulheres pagãs e <strong>de</strong>savergonhadas no<br />
arraial dos israelitas, induzindo-os a comerem comidas sacrificadas aos ídolos e a se<br />
prostituírem.<br />
Assim agem os obreiros fraudulentos. Corrompem sutilmente os santos, a fim <strong>de</strong> lhes<br />
roubar os haveres e <strong>de</strong> lhes arrebatar as almas. O que mais almejam é o prêmio <strong>de</strong><br />
Balaão.<br />
O PRÊMIO DE BALAÃO<br />
O prêmio <strong>de</strong> Balaão po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como o galardão daqueles obreiros que, além <strong>de</strong> se<br />
corromperem, fazem <strong>de</strong> tudo por corromper a Palavra <strong>de</strong> Deus e a Igreja <strong>de</strong> Cristo. Os que<br />
assim agem, afirma o comentarista inglês Mattew Henry, em <strong>na</strong>da diferem dos três mais<br />
notáveis criminosos do Antigo Testamento: Caim, Coré e o próprio Balaão.
Acerca <strong>de</strong>stes, brada o apóstolo Judas: "Ai <strong>de</strong>les! Porque... foram levados pelo engano do<br />
prêmio <strong>de</strong> Balaão" (Jd 11). A expressão engano, no origi<strong>na</strong>l grego, <strong>de</strong>nota um indivíduo<br />
errante e <strong>de</strong>sviado, que jamais conseguirá achar-se. E o substantivo prêmio - misthós -<br />
refere-se a uma recompensa, salário ou pagamento. A palavra é usada para <strong>de</strong>screver o<br />
mercenário que, em busca <strong>de</strong> seu prêmio, torce a Palavra <strong>de</strong> Deus e <strong>de</strong>ixa-se corromper<br />
no ministério cristão.<br />
É claro que o obreiro é digno <strong>de</strong> seu salário (Lc 10.7, 2Tm 2.15). Todavia não po<strong>de</strong>mos<br />
fazer comércio do povo <strong>de</strong> Deus (2Pe 2.3), nem agir por torpe ganância (1Tm 3.3). Eis o<br />
que recomenda Paulo: "Em tudo, te dá por exemplo <strong>de</strong> boas obras; <strong>na</strong> doutri<strong>na</strong>, mostra<br />
incorrupção, gravida<strong>de</strong>, sincerida<strong>de</strong>" (Tt 2.7).<br />
A sedução do obreiro começa quando, premido pelas circunstâncias, já não fala o que a<br />
<strong>igreja</strong> precisa ouvir, mas o que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos grupos querem escutar. Ele já não zela pela<br />
sã doutri<strong>na</strong>; está mais interessado em agradar aos po<strong>de</strong>rosos do que ao Todo-Po<strong>de</strong>roso.<br />
O obreiro se <strong>de</strong>ixa seduzir quando ven<strong>de</strong> a consciência para angariar os bens que aqui<br />
termi<strong>na</strong>m e aqui se acabam. Lembra-te, porém, querido obreiro: não foste chamado para<br />
seres um homem do povo, mas um provado e legitimado homem <strong>de</strong> Deus. Não te <strong>de</strong>ixes<br />
corromper pelo ouro <strong>de</strong> Balaque. Jamais coloques tropeço diante dos santos; os maus<br />
obreiros não ficarão impunes. O Deus que agiu no Antigo Testamento continua ativo e<br />
vigilante. Ele não tosqueneja.<br />
Como está a nossa consciência? Tentados pelos prêmios <strong>de</strong>ste mundo, respondamos como<br />
Daniel diante do oferecimento do corrompido Belsazar: "As tuas dádivas fiquem contigo, e<br />
dá os teus presentes a outro" (Dn 4.17).<br />
"Os israelitas, <strong>na</strong> fase fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> sua viagem à Terra Prometida, circundando Moabe,<br />
acamparam-se no vale do Jordão, <strong>de</strong>fronte a Jericó. Desse lugar, movimentaram-se rumo<br />
ao norte, e conquistaram Seom, rei dos amorreus, em Gilea<strong>de</strong>; e Ogue, rei <strong>de</strong> Basã. O rei<br />
Balaque, <strong>de</strong> Moabe, ao assistir toda essa movimentação, teve o bom senso para perceber<br />
que Israel obtinha suas vitórias não por causa <strong>de</strong> seus exércitos, mas porque Deus os<br />
abençoava, conduzindo-os <strong>de</strong> triunfo em triunfo. Balaque temia que Moabe fosse a<br />
próxima conquista <strong>de</strong> Israel. Mas os seus temores eram infundados, porque Deus havia<br />
instruído a Israel que o <strong>de</strong>ixasse em paz (Dt 2.9). Como Balaque não sabia disso, resolveu<br />
<strong>luta</strong>r <strong>contra</strong> Israel. Todavia, como vencer o povo <strong>de</strong> Deus ? Havia somente um jeito.<br />
En<strong>contra</strong>r alguém que pu<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>sviar os favores divinos <strong>de</strong> Israel. Assim, or<strong>de</strong>nou que<br />
trouxessem do Eufrates a Balaão. Em seguida, exigiu que o profeta amaldiçoasse o arraial<br />
hebreu. Através da jumenta, porém, o Senhor advertiu a Balaão que o não fizesse (Nm<br />
22.35).<br />
Embora dissesse ser Yahweh o seu Deus (Nm 22.18), ele <strong>de</strong>monstrou ser ainda levado por<br />
atitu<strong>de</strong>s pagãs. Pois instruiu a Balaque a oferecer vários sacrifícios, em lugares<br />
pre<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos, como o faziam os idólatras. O que ele buscava, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, era <strong>de</strong><br />
fato forçar a Deus a amaldiçoar a Israel. Mas, ao invés <strong>de</strong> amaldiçoar os israelitas, o<br />
Senhor os abençoou ainda mais.<br />
Corá<br />
"Porque a <strong>rebelião</strong> é como o pecado <strong>de</strong> feitiçaria, e o porfiar é como iniquida<strong>de</strong> e idolatria"<br />
(1Sm 15.23).<br />
De que maneira vocês gostariam <strong>de</strong> ser lembrados em relação a obra <strong>de</strong> Deus? Como<br />
obreiros diligentes e abençoados ou como tropeços e causadores <strong>de</strong> dissidências?
Corá, que era levita, não é lembrado por seus préstimos à liturgia do tabernáculo ou ao<br />
ensino da lei do Senhor, mas por sua rebeldia <strong>contra</strong> Moisés e o próprio Deus. Invejoso<br />
por Moisés ter sido escolhido por Deus para li<strong>de</strong>rar o povo, Corá pôs-se a criticá-lo e<br />
levantou um grupo para apoiar sua revolta, dificultando a li<strong>de</strong>rança do servo <strong>de</strong> Deus.<br />
Ainda hoje há obreiros que se enveredam pelo caminho <strong>de</strong> Corá. Eles se esquecem <strong>de</strong> que<br />
Deus não aceita o trabalho <strong>de</strong> quem é insubmisso aos seus reais representantes.<br />
Corá foi punido por sua rebeldia, e com ele todos os seus seguidores.<br />
O inspirado comentarista norte-americano, Warren Wiersbe, assim discorre acerca da<br />
<strong>rebelião</strong> <strong>de</strong> Corá, Datã e Abirão: "Os que imitam a Corá estão a <strong>de</strong>safiar a Palavra <strong>de</strong> Deus<br />
e aos ministros por ele constituído".<br />
Infelizmente, o pecado <strong>de</strong> Corá não pereceu com Corá. Muitos têm sido os imitadores do<br />
rebelado obreiro. Lembra-se <strong>de</strong> Abimeleque? Do jovem Absalão? E <strong>de</strong> Alexandre, o<br />
latoeiro? Eles todos imitaram a Corá, que era, por seu turno, um perfeito imitador do<br />
Diabo.<br />
Vejamos como o apóstolo Judas usa a imagem <strong>de</strong> Corá a fim <strong>de</strong> retratar os que se rebelam<br />
<strong>contra</strong> Deus e <strong>contra</strong> os seus ministros.<br />
QUEM ERA CORÁ<br />
Corá era um obreiro que tinha tudo para dar certo. Pertencia a tribo <strong>de</strong> Levi; possuía uma<br />
subsistência vitalícia e, por todos os seus irmãos, era ele honrado. Além disso, achava-se<br />
entre a nobreza <strong>de</strong> Israel.<br />
Só havia um problema com Corá; não tinha a cabeça no lugar. Assemelhava-se a muitos<br />
obreiros que, <strong>de</strong> ministério em ministério e <strong>de</strong> convenção em convenção, vivem a causar<br />
divisões e cismas <strong>na</strong> Obra <strong>de</strong> Deus.<br />
Tivesse ele mais paciência e humilda<strong>de</strong>, receberia certamente uma elevada honra <strong>na</strong> Casa<br />
<strong>de</strong> Levi. Infelizmente, Corá era um obreiro mui pretensioso; achava que o mundo girava<br />
em torno <strong>de</strong> si.<br />
A CONTRADIÇÃO DE CORÁ<br />
O capitulo 16 <strong>de</strong> Números revela-nos ter sido Corá um obreiro que era a mesma<br />
pretensão. Vejamos até on<strong>de</strong> chegavam o orgulho, a vaida<strong>de</strong> e as <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong>sse obreiro.<br />
1. Seu orgulho espiritual. Corá era do tipo <strong>de</strong> obreiro que se orgulhava <strong>de</strong> ser humil<strong>de</strong>. Eis<br />
o que disse a Moisés: "Demais é já; pois que toda a congregação é santa, todos eles são<br />
santos, e o SENHOR está no meio <strong>de</strong>les; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do<br />
SENHOR?" (Nm 16.3).<br />
Atrás <strong>de</strong> todo esse vocabulário piedoso, havia um irreprimível espírito <strong>de</strong> rebeldia. Nas<br />
entrelinhas, estava Corá a dizer que, já que toda a congregação era santa, por que<br />
precisaria <strong>de</strong> um pastor?<br />
Lembra-se daqueles crentes <strong>de</strong> Corinto que, batendo no peito, afirmavam ser ape<strong>na</strong>s <strong>de</strong><br />
Jesus? São os piores. Pelo menos os que se diziam <strong>de</strong> Paulo, a Paulo obe<strong>de</strong>ciam; os que<br />
diziam ser <strong>de</strong> Cefas, a Cefas se curvavam. Mas os que afirmavam pertencer ape<strong>na</strong>s a<br />
Jesus, implicitamente <strong>de</strong>claravam que, para eles, não havia pastor, nem presbítero, nem
diácono. Não aceitavam nenhum lí<strong>de</strong>r. Eles parecem espirituais e até santos, mas os seus<br />
frutos mostram que, <strong>na</strong> verda<strong>de</strong>, são soberbos, <strong>de</strong>sobediente e rebel<strong>de</strong>s.<br />
2. O inconformismo <strong>de</strong> Corá. Corá era do tipo <strong>de</strong> obreiro que jamais se conformou com o<br />
cargo que lhe confiara o Senhor. Não lhe bastava o sacerdócio; queria o lugar <strong>de</strong> Aarão.<br />
Aliás, já exigia o posto <strong>de</strong> Moisés.<br />
Infelizmente, não são poucos os obreiros que vem imitando a Corá. Se diáconos, não se<br />
preocupam em servir; cobiçam o presbiterado. Já presbíteros, almejam a ca<strong>de</strong>ira do<br />
pastor. Todavia, não servem, nem consolam nem pastoreiam. Buscam uma glória que,<br />
<strong>de</strong>finitivamente, <strong>de</strong> <strong>na</strong>da lhes aproveita.<br />
Ao pretensioso e inconformado Corá, exorta Moisés: "Porventura, pouco para vós é que o<br />
Deus <strong>de</strong> Israel vos separou da congregação <strong>de</strong> Israel para vos fazer chegar a si, a<br />
administrar o ministério do tabernáculo do SENHOR e estar perante a congregação para<br />
ministrar-lhe?" (Nm 16.9).<br />
Do Senhor, querido obreiro, tens recebido as maiores honras e <strong>de</strong>ferências. Por isso, não<br />
te <strong>de</strong>ixes levar pelas revoltas. Agra<strong>de</strong>ce a Deus pelo ministério que Ele te confiou.<br />
3. A <strong>de</strong>sobediência <strong>de</strong> Corá. Além <strong>de</strong> orgulhoso e inconformado, o bando <strong>de</strong> Corá era<br />
<strong>de</strong>sobediente. Quando Moisés convocou a Datã e a Abirão para uma reunião <strong>de</strong> prestação<br />
<strong>de</strong> contas, respon<strong>de</strong>ram eles: "Não subiremos" (Nm 16.13).<br />
Como é difícil lidar com o <strong>de</strong>sobediente! Ele não obe<strong>de</strong>ce a ninguém. Prestar contas? Nem<br />
pensar. Todavia, o obreiro que tem o hábito <strong>de</strong> prestar contas à sua convenção, ao seu<br />
pastor-presi<strong>de</strong>nte, ao seu ministério, à sua <strong>igreja</strong> e à sua família, jamais cairá em certas<br />
<strong>contra</strong>dições e pecados.<br />
4. A <strong>contra</strong>dição <strong>de</strong> Corá. Diz Judas que Corá pereceu em sua própria <strong>contra</strong>dição. Em<br />
grego, antilogía. O vocábulo não significa ape<strong>na</strong>s <strong>contra</strong>dição, mas também controvérsia.<br />
Isto significa que Corá vivia para criar controvérsia entre o povo <strong>de</strong> Deus. E as suas<br />
controvérsias acabaram por criar toda uma congregação <strong>de</strong> rebel<strong>de</strong>s.<br />
A CONGREGAÇÃO DOS REBELDES<br />
Diz o texto sagrado que Corá e o seu bando congregaram-se <strong>contra</strong> Moisés (Nm 16.3). Em<br />
tudo pareciam uma <strong>igreja</strong> bem constituída. Achavam-se organizados, possuíam um guia,<br />
faziam uso <strong>de</strong> um vocabulário místico e ostensivamente professavam o nome <strong>de</strong> Deus.<br />
Todavia, não passavam <strong>de</strong> uma congregação <strong>de</strong> rebel<strong>de</strong>s.<br />
Temos <strong>de</strong> estar bem atentos aos que se congregam para se rebelarem <strong>contra</strong> a Obra <strong>de</strong><br />
Deus.<br />
1. O rancho dos profetas. Não são poucos os profetas que se reúnem para jogar a <strong>igreja</strong><br />
<strong>contra</strong> o seu pastor e o pastor <strong>contra</strong> o ministério. Brincando com o nome <strong>de</strong> Deus e<br />
abusando dos dons espirituais, <strong>de</strong>stroem lares e reputações. Parecem ovelhas, mas não<br />
passam <strong>de</strong> lobos; dilapidam o patrimônio dos santos e o tesouro da <strong>igreja</strong>.<br />
Se você tem algum problema, não saia por aí à cata <strong>de</strong> profecias. Fale com o seu pastor.<br />
Se Deus lhe tem alguma palavra profética, esta certamente virá. Consulte a Bíblia - a<br />
inspirada, inerrante e infalível Palavra <strong>de</strong> Deus.<br />
Quanto aos que <strong>de</strong>tém o dom profético, que se conscientizem: 1) O dom não lhes pertence,<br />
é uma dádiva divi<strong>na</strong>; 2) A direção da <strong>igreja</strong> não foi confiada aos que receberam os dons
espirituais, mas aos que o Senhor confiou os dons ministeriais (Ef 4.8-11); 3) Insurgir-se<br />
<strong>contra</strong> o pastor da <strong>igreja</strong> e seu ministério significa rebeldia; é um pecado tão grave quanto<br />
o <strong>de</strong> feitiçaria (1Sm 15.23).<br />
Bibliografia Pr A. Gilberto - Em http://www.ebdareiabranca.com/Judas/Judas12.htm
OS MURMURADORES E SUAS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS<br />
Inveja<br />
Quando a grama parece mais ver<strong>de</strong> do outro lado <strong>de</strong> sua cerca, é bem possível que ela<br />
seja mais bem cuidada.<br />
A inveja é muito semelhante ao vento; açoita os cumes mais altos. José Ingenieros<br />
afirmou que "A inveja é um atestado <strong>de</strong> inferiorida<strong>de</strong> a serviço da superiorida<strong>de</strong> do<br />
invejado; estigma psicológico <strong>de</strong> humilhante inferiorida<strong>de</strong>, sentida, reconhecida".<br />
A inveja é uma confissão <strong>de</strong> inferiorida<strong>de</strong>. Uma das coisas mais tristes da inveja e a sua<br />
pequenez: o estrito espaço <strong>de</strong>ntro do qual ela se move. Ser invejoso é girar, eter<strong>na</strong>mente,<br />
como um rato preso numa gaiola, <strong>de</strong>ntro do alto-raio da malda<strong>de</strong>. A inveja <strong>na</strong>sce <strong>na</strong><br />
incapacida<strong>de</strong> própria.<br />
O motivo <strong>de</strong>ste sentimento se confun<strong>de</strong> com o da admiração, sendo ambos dois aspectos<br />
<strong>de</strong> um mesmo fenômeno: a admiração <strong>na</strong>sce no forte, e a inveja no subalterno. Todo<br />
invejoso é tirano e verdugo; sofre por que os outros são venturosos. Vejamos dois<br />
exemplos bíblicos:<br />
1- Os filisteus invejavam a prosperida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Isaque que, em pouco tempo, por fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> a<br />
Deus, tornou-se muito rico.<br />
Gn 26. 14-15 “possuía ovelhas e bois e gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> servos, <strong>de</strong> maneira que os<br />
filisteus lhe tinham inveja. E, por isso, lhe entulharam todos os poços que os servos <strong>de</strong><br />
seu pai haviam cavado, nos dias <strong>de</strong> Abraão, enchendo-os <strong>de</strong> terra”.<br />
2- Em Tessalônica, os ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong>sobedientes queriam matar Paulo, o apóstolo e Silas, pois<br />
muitos creram <strong>na</strong> Palavra. Uma verda<strong>de</strong>ira multidão <strong>de</strong> gregos religiosos "E não poucas<br />
mulheres distintas". O verso seguinte afirma que queriam matá-los:<br />
At 17. 4-5 “Alguns <strong>de</strong>les foram persuadidos e unidos a Paulo e Silas, bem como numerosa<br />
multidão <strong>de</strong> gregos piedosos e muitas distintas mulheres. Os ju<strong>de</strong>us, porém, movidos <strong>de</strong><br />
inveja, trazendo consigo alguns homens maus <strong>de</strong>ntre a malandragem, ajuntando a turba,<br />
alvoroçaram a cida<strong>de</strong> e, assaltando a casa <strong>de</strong> Jasom, procuravam trazê-los para o meio do<br />
povo. ”<br />
O estímulo é a paixão das almas nobres; a inveja, um suplício das almas vis. A inveja é<br />
vilania, é fuga, <strong>na</strong> <strong>de</strong>struição. Estímulo é coragem, é esforço, é i<strong>de</strong>al. A inveja provoca<br />
mais <strong>de</strong>sgraças do que a miséria.<br />
Essa doença terrível e malig<strong>na</strong> tomou conta dos sacerdotes e dos anciãos que, vendo o<br />
sucesso <strong>de</strong> Jesus, abriram as suas "Matracas" para prejudicá-lo e <strong>de</strong>negrir a sua imagem:<br />
Mt 27. 17-18 “Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes Pilatos: A quem quereis que<br />
eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo? Porque sabia que, por inveja, o<br />
tinham entregado”.<br />
Assim como a ferrugem consume o ferro, a inveja com somente o invejoso. O autor dos<br />
provérbios <strong>de</strong>clara que:<br />
Pv 14.30 “O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos”.
Os médicos afirmam que os invejosos, com facilida<strong>de</strong> adquirem doenças malig<strong>na</strong>s. É uma<br />
espécie <strong>de</strong> cárie dos ossos; é uma paixão abjeta e servil.<br />
A inveja não está isenta <strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> cobiça e, muitas vezes essas duas paixões se<br />
confun<strong>de</strong>m. "A inveja é o tributo que a mediocrida<strong>de</strong> paga ao mérito", disse alguém.<br />
Tg 3.14 “Se, pelo contrário, ten<strong>de</strong>s em vosso coração inveja amargurada e sentimento<br />
faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais <strong>contra</strong> a verda<strong>de</strong>”.<br />
A amarga inveja é o vício que impele a pessoa a cuidar somente dos seus próprios<br />
interesses. A inveja ou ambição egoísta <strong>na</strong> <strong>igreja</strong> é um câncer.<br />
Quando a inveja toma conta <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong>savisadas e mal orientadas, como a Arão e<br />
Miriã, irmãos <strong>de</strong> Moisés, as suas línguas se soltam e, pela insatisfação, surgem as<br />
murmurações.<br />
Malda<strong>de</strong><br />
A malda<strong>de</strong> sempre está no mesmo pacote da inveja e do ciúme. Quem pratica mal<br />
conscientemente, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra por completo a mensagem da Cruz.<br />
Todo serviço cristão, por mais sua do que seja, po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r completamente o seu valor, se<br />
houver malda<strong>de</strong> <strong>na</strong>quilo que é feito. O profeta Isaías falando ao povo <strong>de</strong> Judá faz uma<br />
advertência:<br />
Is 1.16 “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a malda<strong>de</strong> <strong>de</strong> vossos atos <strong>de</strong> diante dos meus olhos;<br />
cessai <strong>de</strong> fazer o mal. ”<br />
Toda malda<strong>de</strong> ofen<strong>de</strong> o coração santo <strong>de</strong> Deus. Tão certo como Deus é Amor, é<br />
i<strong>na</strong>dmissível a aceitar a tese <strong>de</strong> que existe um mal necessário. Normalmente, as pessoas<br />
maldosas estão envolvidas por sérios problemas, pois a seta do mal é como um <strong>de</strong><br />
bumerangue: sempre volta para o ponto <strong>de</strong> partida.<br />
Voltaire disse uma coisa certa: "O mal tem asas, mas o bem anda com passos <strong>de</strong><br />
tartaruga". Às vezes me parece que todo custo e dissimulação <strong>de</strong> coisas ruins fizeram<br />
curso <strong>de</strong> pós-graduação. Acho incrível como algumas pessoas possuem o dom <strong>de</strong> serem<br />
tão maldosas!<br />
Sou da opinião <strong>de</strong> que, por coisa nenhuma <strong>de</strong>ste mundo, nem por amor <strong>de</strong> quem quer<br />
que seja, se <strong>de</strong>ve praticar o mal. O mal é sempre <strong>de</strong>spótico e escravizador. É <strong>de</strong> suma<br />
importância conservar a livre do mal as gran<strong>de</strong>s janelas da nossa alma. O apóstolo Paulo<br />
aconselhou os crentes da Galácia:<br />
Gl 6.9 “E não nos cansemos <strong>de</strong> fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não<br />
<strong>de</strong>sfalecermos. ”<br />
Quando plantamos o bem, colhemos benefícios; quando semeamos a malda<strong>de</strong>, colhemos<br />
encrenca da pior espécie.<br />
Calúnia<br />
Contar o <strong>de</strong>feito <strong>de</strong> alguém é murmurar, quando não é caluniar.<br />
Os caluniadores são filhotes <strong>de</strong> <strong>de</strong>mônios que vieram à luz com uma missão maléfica e,<br />
como funcionários das trevas, não me<strong>de</strong>m esforços para difamar pessoas, <strong>de</strong>negrir
imagens e engendrar mentiras. Se, em algum ambiente, não há problemas, eles inventam;<br />
são inimigos da paz; questio<strong>na</strong>m <strong>de</strong>cisões; não respeitam autorida<strong>de</strong>s dissemi<strong>na</strong>m o mal.<br />
Os Caluniadores são cegos e, ao mesmo tempo, veem <strong>de</strong>mais. Não enxergam as virtu<strong>de</strong>s,<br />
mas ficam sabendo <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> todas as pessoas.<br />
Caluniar é fácil. Não exige nenhum preparo especial. Quem se a lista nesta profissão,<br />
basta colocar a língua à disposição <strong>de</strong> dos malfeitores. A inspiração, sem dúvida, virá das<br />
trevas. No Velho Testamento era muito comum a terra engolir os caluniadores. Na nova<br />
dispensação, eles <strong>de</strong>itam e rolam, pois a graça <strong>de</strong> Deus é paciente, e o amor Ágape tudo<br />
espera. Mas a calúnia está <strong>na</strong> lista das terríveis abomi<strong>na</strong>ções que aparece <strong>na</strong>s Escrituras.<br />
O caluniador é um assassino moral. Na hora oportu<strong>na</strong>, no tempo <strong>de</strong> Deus, todos os que<br />
estiverem arrolados neste serviço diabólico terão a sua paga. Nenhum pecado <strong>de</strong> calúnia<br />
ficará impune, pois o próprio Maligno é um patrão que nunca <strong>de</strong>ixa os seus funcionários<br />
sem receber o seu pagamento.<br />
Hipocrisia<br />
Hipocrisia é ocultar com arte dissimulação um vício sob a aparência <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong>.<br />
Hipocrisia é o ato da pessoa fingir ser aquilo que não é. Por exemplo, fingir em público ser<br />
crente piedoso e fiel, enquanto <strong>na</strong> realida<strong>de</strong>, acalenta pecados ocultos <strong>de</strong> imoralida<strong>de</strong>,<br />
cobiça, concupiscência e outros mais.<br />
Em Lucas Jesus afirma que o fermento dos fariseus é a hipocrisia, e acrescenta:<br />
Lc 12.1-3 “Posto que miría<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pessoas se aglomeraram, a ponto <strong>de</strong> uns aos outros se<br />
atropelarem, passou Jesus a dizer, antes <strong>de</strong> tudo, aos seus discípulos: Acautelai-vos do<br />
fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Nada há encoberto que não venha a ser<br />
revelado; e oculto que não venha a ser conhecido. Porque tudo o que dissestes às escuras<br />
será ouvido em ple<strong>na</strong> luz; e o que dissestes aos ouvidos no interior da casa será<br />
proclamado dos eirados”.<br />
O hipócrita é um enga<strong>na</strong>dor, em se tratando da retidão prática. Uma vez que a hipocrisia<br />
envolve viver a mentira, isto faz do hipócrita um cooperador e aliado <strong>de</strong> Satanás, o pai da<br />
mentira.<br />
Jo 8.44 “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os <strong>de</strong>sejos. Ele foi<br />
homicida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio e jamais se firmou <strong>na</strong> verda<strong>de</strong>, porque nele não há verda<strong>de</strong>.<br />
Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da<br />
mentira.”<br />
No texto acima, Jesus adverte seus discípulos, dizendo-lhe que toda hipocrisia e pecado<br />
oculto serão <strong>de</strong>scobertos, se não nesta vida, certamente o será no dia do juízo.<br />
Rm 2.16 “no dia em que Deus, por meio <strong>de</strong> Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens,<br />
<strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com o meu evangelho”.<br />
1Co 3.13 “manifesta se tor<strong>na</strong>rá a obra <strong>de</strong> cada um; pois o Dia a <strong>de</strong>monstrará, porque está<br />
sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra <strong>de</strong> cada um o próprio fogo o provará”.<br />
Ap 20.12 “Vi também os mortos, os gran<strong>de</strong>s e os pequenos, postos em pé diante do trono.<br />
Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram<br />
julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros”.
A hipocrisia é um si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> que a pessoa não teme a Deus, nem possui o Espírito Santo<br />
com sua graça regeneradora.<br />
Rm 8.5-14 “Porque os que se incli<strong>na</strong>m para a carne cogitam das coisas da carne; mas os<br />
que se incli<strong>na</strong>m para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para<br />
a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimiza<strong>de</strong><br />
<strong>contra</strong> Deus, pois não está sujeito à lei <strong>de</strong> Deus, nem mesmo po<strong>de</strong> estar. Portanto, os que<br />
estão <strong>na</strong> carne não po<strong>de</strong>m agradar a Deus. Vós, porém, não estais <strong>na</strong> carne, mas no<br />
Espírito, se, <strong>de</strong> fato, o Espírito <strong>de</strong> Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito <strong>de</strong><br />
Cristo, esse tal não é <strong>de</strong>le. Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, <strong>na</strong> verda<strong>de</strong>, está morto<br />
por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça. Se habita em vós o<br />
Espírito daquele que ressuscitou a Jesus <strong>de</strong>ntre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a<br />
Cristo Jesus <strong>de</strong>ntre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu<br />
Espírito, que em vós habita. Assim, pois, irmãos, somos <strong>de</strong>vedores, não à carne como se<br />
constrangidos a viver segundo a carne. Porque, se viver<strong>de</strong>s segundo a carne, caminhais<br />
para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificar<strong>de</strong>s os feitos do corpo, certamente, vivereis.<br />
Pois todos os que são guiados pelo Espírito <strong>de</strong> Deus são filhos <strong>de</strong> Deus”.<br />
1Co 6.9-10 “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino <strong>de</strong> Deus? Não vos<br />
enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efemi<strong>na</strong>dos, nem sodomitas,<br />
nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o<br />
reino <strong>de</strong> Deus.”<br />
Quem permanecer nesta condição não po<strong>de</strong>rá escapar da con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção do inferno.<br />
Mt 23.13 “Ai <strong>de</strong> vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante<br />
dos homens; pois vós não entrais, nem <strong>de</strong>ixais entrar os que estão entrando!”.<br />
A hipocrisia é um mal que ronda os corações daqueles que se dizem povo <strong>de</strong> Deus. A<br />
advertência bíblica geralmente é voltada para os religiosos ou para aqueles que estão<br />
cultuando a Deus. Paulo está escrevendo a crentes quando diz:<br />
Rm 12.9 “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem”.<br />
Escrevendo ao jovem o obreiro Timóteo, lembra:<br />
1 Tm 1.5 “Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> coração<br />
puro, e <strong>de</strong> consciência boa, e <strong>de</strong> fé sem hipocrisia”.<br />
O povo <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>ve se vestir com vestimentas <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />
Ef 4.25 “Por isso, <strong>de</strong>ixando a mentira, fale cada um a verda<strong>de</strong> com o seu próximo, porque<br />
somos membros uns dos outros”.<br />
A hipocrisia é a home<strong>na</strong>gem que a verda<strong>de</strong> presta à falsida<strong>de</strong>. O hipócrita é um santo<br />
pintado: tem as mãos postas, mas não ora: o livro <strong>na</strong>s mãos, mas não lê: os olhos no<br />
chão, mas não se <strong>de</strong>sestima. Um hipócrita é como um punhal: Uma lâmi<strong>na</strong> assassi<strong>na</strong><br />
engastada numa cruz. O padre Antônio Vieira escreveu: "Este mundo está cheio <strong>de</strong><br />
hipócritas, e quase todos são Cireneus que, levando a Cruz, não morrem nela".<br />
Vingança<br />
A vingança mesquinha é exercida sempre por aqueles que, sendo irremediavelmente<br />
pequenos, não aceitam que alguns sejam gran<strong>de</strong>s.
Os murmuradores, quando veem os seus intentos fracassarem, muitas vezes se tor<strong>na</strong>m<br />
vingativas, procurando prejudicar a pessoa que era alvo dos seus atos maléficos. A<br />
vingança é sempre um falaz prazer <strong>de</strong> uma mente estreita, ru<strong>de</strong> e obtusa. Francis Bacou<br />
disse que "Aquele que só pensa <strong>na</strong> vingança impe<strong>de</strong> que os seus próprios ferimentos<br />
cicatrizem". No livro Deuteronômio Deus foi taxativo:<br />
Dt 32.35 “A mim me pertence a vingança, a retribuição, a seu tempo, quando resvalar o<br />
seu pé; porque o dia da sua calamida<strong>de</strong> está próximo, e o seu <strong>de</strong>stino se apressa em<br />
chegar”.<br />
Esta palavra é repetida no Novo Testamento:<br />
Rm 12.19 “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está<br />
escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. ”<br />
Hb 10:30 “Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; Eu<br />
retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. ”<br />
Usar da vingança com o mais forte é loucura; com o igual é perigo; e com o inferior é<br />
vileza. De qualquer forma, a vingança é fruto <strong>de</strong> um coração amargurado. O <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />
vingança po<strong>de</strong> se transformar uma doença crônica que, paulati<strong>na</strong>mente, vai matando o<br />
vingador. Deus sempre foi muito claro com seu povo.<br />
Lv 19.18 “Não te vingarás, nem guardarás ira <strong>contra</strong> os filhos do teu povo; mas amarás o<br />
teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR”.<br />
Os filhos <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>vem fugir da vingança, como o diabo foge da cruz, porque a vingança<br />
é uma ambrósia: quem come sempre <strong>de</strong>seja mais; é como água <strong>de</strong> sal, quanto mais se<br />
bebe mais se<strong>de</strong> se tem.<br />
Os murmuradores transportam em suas aljavas muitas flechas inflamadas e a vingança é<br />
que mata mais rápido.<br />
Incredulida<strong>de</strong><br />
A <strong>de</strong>scrença não é um problema do intelecto, mas da vonta<strong>de</strong>.<br />
A incredulida<strong>de</strong> é a raiz da qual se origi<strong>na</strong>m todos os <strong>de</strong>mais pecados. Foi <strong>de</strong>pois que Eva<br />
permitiu a incredulida<strong>de</strong> penetrar no seu coração que ela respon<strong>de</strong>u favoravelmente ao<br />
tríplice apelo da tentação. A incredulida<strong>de</strong> é a irmã da ignorância e filha da vaida<strong>de</strong> e<br />
acompanha sempre os murmuradores. Ora, todo murmurador possui também este traço<br />
negativo, dureza do coração:<br />
Mc 16.14 “Fi<strong>na</strong>lmente apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes<br />
a incredulida<strong>de</strong> e dureza <strong>de</strong> coração, porque não <strong>de</strong>ram crédito aos que o tinham visto já<br />
ressuscitado”.<br />
Em todo o escopo das escrituras é a incredulida<strong>de</strong> que afasta o povo do seu Deus. Daí a<br />
recomendação tão incisiva do autor <strong>de</strong> Hebreus:<br />
Hb 3.12 “Ten<strong>de</strong> cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer <strong>de</strong> vós perverso<br />
coração <strong>de</strong> incredulida<strong>de</strong> que vos afaste do Deus vivo”;<br />
Uma geração incrédula se tor<strong>na</strong> perversa; Um povo incrédulo sintoniza os ídolos; um<br />
indivíduo incrédulo geralmente é um murmurador.
Mt 17.17 “Jesus exclamou: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco?<br />
Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino”.<br />
A incredulida<strong>de</strong> sufoca a fé; ata as mãos da onipotência divi<strong>na</strong>. On<strong>de</strong> há incredulida<strong>de</strong><br />
não há mover <strong>de</strong> Deus, não há manifestação da graça divi<strong>na</strong>. Em <strong>contra</strong>partida, o dom <strong>de</strong><br />
"Línguas compridas" prolifera à vonta<strong>de</strong>.<br />
Ingratidão<br />
Toda a <strong>na</strong>tureza respon<strong>de</strong> a Deus pelos benefícios que recebe, e o homem?<br />
A ingratidão é uma forma <strong>de</strong> fraqueza. Jamais conheci alguém <strong>de</strong> valor que fosse ingrato.<br />
A gratidão é a memória do coração, mas a ingratidão é a falta <strong>de</strong> memória. A ingratidão<br />
sofre <strong>de</strong> miopia. Timothy Dexter afirmou que "O homem <strong>de</strong> coração ingrato é semelhante a<br />
um porco que se refalseia com as bolotas do carvalho, mas nunca olha para cima a fim <strong>de</strong><br />
verificar a sua procedência".<br />
Quando Jesus aparece extremamente <strong>de</strong>cepcio<strong>na</strong>do? Imediatamente após a cura <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />
leprosos.<br />
Lc 17.11-19 “De caminho para Jerusalém, passava Jesus pelo meio <strong>de</strong> Samaria e da<br />
Galiléia. Ao entrar numa al<strong>de</strong>ia, saíram-lhe ao encontro <strong>de</strong>z leprosos, que ficaram <strong>de</strong><br />
longe e lhe gritaram, dizendo: Jesus, Mestre, compa<strong>de</strong>ce-te <strong>de</strong> nós! Ao vê-los, disse-lhes<br />
Jesus: I<strong>de</strong> e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados. Um<br />
dos <strong>de</strong>z, vendo que fora curado voltou, dando glória a Deus em alta voz, e prostrou-se com<br />
o rosto em terra aos pés <strong>de</strong> Jesus, agra<strong>de</strong>cendo-lhe; e este era samaritano. Então, Jesus<br />
lhe perguntou: Não eram <strong>de</strong>z os que foram curados? On<strong>de</strong> estão os nove? Não houve,<br />
porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe:<br />
Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.”<br />
Até hoje Jesus está esperando pelos nove leprosos curados. Isto não é incrível? A lepra era<br />
e é uma doença terrível, mas a ingratidão po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como a lepra do coração.<br />
Alguns teólogos, inclusive, acham que a ingratidão é o mais horrendo <strong>de</strong> todos os<br />
pecados. Não é <strong>de</strong> se admirar, pois, que os murmuradores possuam fortemente esta<br />
característica em suas vidas.<br />
Alguns comportamentos da nossa socieda<strong>de</strong> são profundamente <strong>de</strong>primentes, mas nunca<br />
vi <strong>na</strong>da mais dolorido do que a <strong>rebelião</strong> <strong>de</strong> um filho <strong>contra</strong> seus pais. Shakespeare chegou<br />
a dizer: "Mais cortante que o <strong>de</strong>nte da serpente é ter um filho ingrato".<br />
Toda a <strong>na</strong>tureza respon<strong>de</strong> a Deus pelos benefícios que recebe. A terra, agra<strong>de</strong>cida pela<br />
chuva, respondo enfeitando-se <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> produzindo flores e frutos. Os pássaros, um<br />
gorjeando, saltitam <strong>de</strong> galho em galho, louvando a Deus. O homem é o ser mais ingrato da<br />
face da terra. Mas Deus espera que o seu povo, no mínimo reconheça que todas as coisas<br />
ema<strong>na</strong>m dos céus. Esta revelação evita a murmuração.<br />
Talvez o ditado popular mais conhecido seja este: "Ninguém cuspa no prato que comeu".<br />
Quando alguém precisa justificar a sua postura ingrata, acaba por cometer o pecado da<br />
injúria e, quanto mais tenta se explicar, mais ten<strong>de</strong>nte fica a murmurar.<br />
Ingratidão tira afeição.<br />
Orgulho
É duro aturar uma pessoa orgulhosa. Ela cospe para todos os lados, consi<strong>de</strong>ra-se<br />
superior e jamais será capaz <strong>de</strong> dizer como A<strong>na</strong>xarco: "Só sei que <strong>na</strong>da sei". (pensamento<br />
<strong>de</strong> Sócrates)<br />
Jesus fala <strong>de</strong> um fariseu orgulhoso:<br />
Lc 181-14 “Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> orar sempre e nunca<br />
esmorecer: Havia em certa cida<strong>de</strong> um juiz que não temia a Deus, nem respeitava homem<br />
algum. Havia também, <strong>na</strong>quela mesma cida<strong>de</strong>, uma viúva que vinha ter com ele, dizendo:<br />
Julga a minha causa <strong>contra</strong> o meu adversário. Ele, por algum tempo, não a quis aten<strong>de</strong>r;<br />
mas, <strong>de</strong>pois, disse consigo: Bem que eu não temo a Deus, nem respeito a homem algum;<br />
todavia, como esta viúva me importu<strong>na</strong>, julgarei a sua causa, para não suce<strong>de</strong>r que, por<br />
fim, venha a molestar-me. Então, disse o Senhor: Consi<strong>de</strong>rai no que diz este juiz iníquo.<br />
Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça<br />
<strong>de</strong>morado em <strong>de</strong>fendê-los? Digo-vos que, <strong>de</strong>pressa, lhes fará justiça. Contudo, quando<br />
vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé <strong>na</strong> terra? Propôs também esta parábola a<br />
alguns que confiavam em si mesmos, por se consi<strong>de</strong>rarem justos, e <strong>de</strong>sprezavam os<br />
outros: Dois homens subiram ao templo com o propósito <strong>de</strong> orar: um, fariseu, e o outro,<br />
publicano. O fariseu, posto em pé, orava <strong>de</strong> si para si mesmo, <strong>de</strong>sta forma: Ó Deus,<br />
graças te dou porque não sou como os <strong>de</strong>mais homens, roubadores, injustos e adúlteros,<br />
nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por sema<strong>na</strong> e dou o dízimo <strong>de</strong> tudo<br />
quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os<br />
olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos<br />
que este <strong>de</strong>sceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será<br />
humilhado; mas o que se humilha será exaltado. ”<br />
E já inicia sua oração <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando um pobre publicano que também estava orando<br />
no templo. O fariseu orava <strong>de</strong> si para si mesmo, <strong>de</strong>sta forma:<br />
Lc 18.11 “O fariseu, posto em pé, orava <strong>de</strong> si para si mesmo, <strong>de</strong>sta forma: Ó Deus, graças<br />
te dou porque não sou como os <strong>de</strong>mais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem<br />
ainda como este publicano”;<br />
O fariseu era um religioso perfeito, mas presunçoso; e a presunção é a companheira mais<br />
íntima da ignorância do que do conhecimento.<br />
Aquele que se orgulha do que faz e se engran<strong>de</strong>ce pelo que sabe não passa <strong>de</strong> ignorante.<br />
Nós ascen<strong>de</strong>mos em glória quando abatemos o nosso orgulho; on<strong>de</strong> haja jactância<br />
termi<strong>na</strong>, começa a dignida<strong>de</strong>. É por isso que Jesus disse a respeito do publicando: "Ele foi<br />
justificada para casa". Ora o publicano orava assim: "Ó Deus, sê propício a mim pecador!"<br />
e batia no peito, humil<strong>de</strong>mente, reconhecendo a sua <strong>de</strong>pendência abso<strong>luta</strong> <strong>de</strong> Deus.<br />
Uma das maiores provas <strong>de</strong> mediocrida<strong>de</strong> é não reconhecer a superiorida<strong>de</strong> dos outros. O<br />
orgulho xinga, mente, exagera, julga, <strong>de</strong>spreza e aí por diante. O orgulho é uma flor que<br />
cresce no jardim <strong>de</strong> Satanás. "Foi um orgulho que transformou anjos em <strong>de</strong>mônios", disse<br />
um pregador.<br />
Isaac <strong>de</strong> Stella disse que "Mais cedo ou mais tar<strong>de</strong> os olhares orgulhosos dos homens<br />
serão abatidos e a soberba dos mortais será humilhada". O homem orgulhoso raramente é<br />
um homem grato por que ele nunca consi<strong>de</strong>ra que conseguiu tudo que merece.<br />
Não é por acaso que os murmuradores são todos orgulhosos. Falar mal dos outros e<br />
diminuir as pessoas são características dos orgulhosos. Eles olham as pessoas <strong>de</strong> cima
para baixo, levantam a cabeça e abrem as asas. Parece-me que todos os orgulhosos têm<br />
complexo <strong>de</strong> pavão. A bíblia diz:<br />
Pv 21.4 “Olhar altivo e coração orgulhoso, a lâmpada dos perversos, são pecado”.<br />
Paulo o apóstolo, diz nos como <strong>de</strong>ve ser o relacio<strong>na</strong>mento entre irmãos:<br />
Rm 12.16 “Ten<strong>de</strong> o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar <strong>de</strong> ser<strong>de</strong>s<br />
orgulhosos, con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>i com o que é humil<strong>de</strong>; não sejais sábios aos vossos próprios<br />
olhos”.<br />
Bibliografia Sinomar Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>s<br />
A VERDADEIRA LIBERDADE<br />
Uma das melhores maneiras <strong>de</strong> compartilhar o evangelho com os homens e as mulheres<br />
<strong>de</strong> hoje é apresentá-lo em termos <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>. Existem pelo menos três argumentos que<br />
po<strong>de</strong>m ser usados nessa abordagem.<br />
Primeiro, a liberda<strong>de</strong> é um assunto extremamente atraente. A revolta mundial <strong>contra</strong> a<br />
autorida<strong>de</strong>, iniciada <strong>na</strong> década <strong>de</strong> sessenta, é vista como sinônimo <strong>de</strong> uma busca mundial<br />
por liberda<strong>de</strong>. Muita gente é obcecada com a liberda<strong>de</strong> e passa a vida inteira a perseguila.<br />
Para alguns, é uma questão <strong>de</strong> libertação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, emancipação <strong>de</strong> um jugo colonial<br />
ou neocolonial. Para outros, trata-se <strong>de</strong> direitos civis, e assim protestam <strong>contra</strong><br />
discrimi<strong>na</strong>ção racial, religiosa ou étnica e exigem a proteção <strong>de</strong> opiniões das minorias. E<br />
ainda há outros cuja preocupação é a busca por liberda<strong>de</strong> económica, libertação da fome,<br />
da pobreza e do <strong>de</strong>semprego. Ao mesmo tempo, todos nós nos preocupamos com a nossa<br />
liberda<strong>de</strong> pessoal. Até aqueles que <strong>luta</strong>m mais ar<strong>de</strong>ntemente pelos outros tipos <strong>de</strong><br />
liberda<strong>de</strong> aqui mencio<strong>na</strong>das (<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, civil e económica) geralmente sabem que eles<br />
mesmos não são livres. Eles nem sempre conseguem dar um nome às tiranias que os<br />
oprimem. Todavia, sentem-se frustrados, não-realizados e sem liberda<strong>de</strong>.<br />
Numa entrevista com o consagradíssimo novelista John Fowles, publicada sob o título<br />
"Uma Espécie <strong>de</strong> Exílio em Lyme Regis", Daniel Halpern perguntou-lhe: "Existe algum<br />
retrato específico do mundo que você gostaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver em sua obra? Alguma coisa<br />
que continua sendo importante para você?" "Sim", respon<strong>de</strong>u John Fowles. "Liberda<strong>de</strong>.<br />
Como alcançar a liberda<strong>de</strong>. Isto me obceca. Todos os meus livros falam sobre isso."<br />
Segundo, liberda<strong>de</strong> é uma tremenda palavra cristã. Jesus Cristo é retratado no Novo<br />
Testamento como o supremo libertador do mundo. "O Espírito do Senhor está sobre mim",<br />
<strong>de</strong>clarou ele, aplicando a si mesmo uma profecia do Antigo Testamento, "pelo que me<br />
ungiu para evangelizar aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e<br />
restauração da vista aos cegos, para pôr em liberda<strong>de</strong> os oprimidos, e apregoar o ano<br />
aceitável do Senhor (Jo 4.18-19, citando Is 61.1-2)." Quer Jesus estivesse se referindo aos pobres,<br />
cativos, cegos e oprimidos no sentido material ou espiritual, quer nos dois sentidos (esta<br />
questão continua se constituindo em veemente <strong>de</strong>bate), as boas novas por ele<br />
proclamadas foram certamente <strong>de</strong> "liberda<strong>de</strong>" ou "libertação". Mais tar<strong>de</strong>, em seu<br />
ministério público, ele acrescentou a promessa: "Se, pois, o Filho vos libertar,<br />
verda<strong>de</strong>iramente sereis livres (Jo 8.36)". E daí o apóstolo Paulo tornou-se o <strong>de</strong>fensor da<br />
liberda<strong>de</strong> cristã e escreveu: "Para a liberda<strong>de</strong> foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois,<br />
firmes e não vos submetais <strong>de</strong> novo a jugo <strong>de</strong> escravidão (Gl 5.1)". Para aqueles que<br />
consi<strong>de</strong>ram "salvação" um jargão religioso e <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> sentido, ou mesmo algo<br />
embaraçoso, "liberda<strong>de</strong>" é um excelente substituto. Ser salvo por Jesus Cristo é ser<br />
libertado.
Terceiro, liberda<strong>de</strong> é uma palavra muito mal interpretada. Mesmo aqueles que falam mais<br />
alto e há mais tempo acerca da liberda<strong>de</strong> nem sempre param antes para <strong>de</strong>finir <strong>de</strong> que é<br />
que estão falando. Um bom exemplo é o do orador marxista que, plantado numa esqui<strong>na</strong>,<br />
discursava com eloquência sobre a liberda<strong>de</strong> que todos haveríamos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong>pois da<br />
revolução. "Quando nós conseguirmos a liberda<strong>de</strong>", exclamava ele, "todos vocês po<strong>de</strong>rão<br />
fumar cigarros como aquele ali", disse, apontando para um opulento cidadão que ia<br />
passando.<br />
"Eu prefiro meu cigarro <strong>de</strong> palha", gritou um gozador. "Quando formos libertados",<br />
continuou o marxista, ignorando a interrupção e esquentando mais o assunto, "todos<br />
vocês po<strong>de</strong>rão andar num carro daqueles", e apontou para um suntuoso Merce<strong>de</strong>s que ia<br />
passando. "Eu prefiro minha bicicleta", gritou o perturbador. E assim o diálogo continuou,<br />
até que o marxista, não suportando mais as gozações, voltou-se para o homem e disse:<br />
"Quando formos livres, você só fará aquilo que lhe mandarem!"<br />
O aspecto negativo: libertação <strong>de</strong><br />
Mas, então, o que é liberda<strong>de</strong>? Uma verda<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>finição tem que começar com o lado<br />
negativo. Temos que i<strong>de</strong>ntificar as forças que nos tiranizam e que, portanto, inibem a<br />
nossa liberda<strong>de</strong>. Somente então conseguiremos compreen<strong>de</strong>r como é que Cristo po<strong>de</strong> nos<br />
libertar.<br />
Primeiro, Jesus Cristo nos oferece libertação da culpa. Nós <strong>de</strong>veríamos ser gratos pela<br />
reação generalizada <strong>contra</strong> a insistência <strong>de</strong> Freud <strong>de</strong> que os sentimentos <strong>de</strong> culpa são<br />
sintomas patológicos <strong>de</strong> doença mental. Alguns <strong>de</strong>les com certeza o são, especialmente em<br />
certos tipos <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pressiva; mas nem toda culpa é falsa. Pelo contrário, cresce<br />
cada vez mais o número <strong>de</strong> psicólogos e psicoterapeutas contemporâneos que, mesmo não<br />
professando a fé cristã, nos dizem que precisamos levar a sério as nossas<br />
responsabilida<strong>de</strong>s. O falecido Dr. Hobart Mowrer, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Illinois, por<br />
exemplo, entendia a vida huma<strong>na</strong> em termos <strong>contra</strong>tuais e via o "pecado" como uma<br />
quebra <strong>de</strong> <strong>contra</strong>to que <strong>de</strong>ve receber uma reparação. A Bíblia certamente sempre<br />
enfatizou, tanto as nossas obrigações como seres humanos, como a nossa falha ao <strong>de</strong>ixarmos<br />
<strong>de</strong> cumpri-las. Nós, em particular, temos buscado afirmação colocando-nos<br />
<strong>contra</strong> o amor e a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus e <strong>contra</strong> o bem-estar do nosso próximo. Usando<br />
uma linguagem cristã bem direta, nós, além <strong>de</strong> pecadores, somos também pecadores<br />
culpados, e a nossa consciência nos diz isso. Conforme uma das piadas <strong>de</strong> Mark Twain, "o<br />
homem é o único animal que fica envergonhado - ou que precisa fazê-lo".<br />
Agora, ninguém que não tenha sido perdoado é livre. Se eu não tivesse certeza da<br />
misericórdia e do perdão <strong>de</strong> Deus, não conseguiria olhar ninguém nos olhos, e muito<br />
menos a Deus (o que é mais importante). Eu iria querer fugir e escon<strong>de</strong>r-me, como fizeram<br />
Adão e Eva no Jardim do É<strong>de</strong>n. Afi<strong>na</strong>l, foi no É<strong>de</strong>n, e não em Watergate, que inventaram<br />
pela primeira vez o estratagema chamado "escon<strong>de</strong>r". Eu com certeza não seria livre. Um<br />
pouco antes <strong>de</strong> morrer, em 1988, em um momento <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>nte sincerida<strong>de</strong> <strong>na</strong><br />
televisão, Marghanita Laski, uma das mais conhecidas humanistas e novelistas seculares,<br />
<strong>de</strong>clarou: "O que eu mais invejo em vocês, cristãos, é o perdão que vocês têm. Eu não<br />
tenho ninguém para me perdoar."<br />
"Mas", como os cristãos bem que gostariam <strong>de</strong> gritar <strong>de</strong> cima dos telhados, fazendo eco ao<br />
salmista penitente, "em Deus está o perdão (Cf Sl 130.4)", pois ele, em seu amor por<br />
pecadores como nós, veio participar do nosso mundo <strong>na</strong> pessoa <strong>de</strong> seu Filho. Tendo vivido<br />
uma vida <strong>de</strong> perfeita retidão, ele, <strong>na</strong> sua morte, i<strong>de</strong>ntificou-se com os injustos. Levou o<br />
nosso pecado, a nossa culpa, a nossa morte em nosso lugar, a fim <strong>de</strong> que fôssemos<br />
perdoados.
A liberda<strong>de</strong>, portanto, começa com o perdão. Lembro-me <strong>de</strong> um estudante <strong>de</strong> uma<br />
universida<strong>de</strong> no norte da Inglaterra, que havia sido criado no espiritismo mas fora levado<br />
por um colega a uma reunião cristã, on<strong>de</strong> ouviu o evangelho. No fim-<strong>de</strong>-sema<strong>na</strong> seguinte<br />
começou uma intensa batalha pela sua alma, até que (como ele escreveria mais tar<strong>de</strong>) ele<br />
gritou em <strong>de</strong>sespero para que Jesus Cristo o salvasse. Então, continuou ele, "Jesus<br />
realmente veio a mim. Eu senti um amor verda<strong>de</strong>iro, real - nem dá para <strong>de</strong>screver. Era<br />
pura beleza e serenida<strong>de</strong>. E apesar do fato <strong>de</strong> que eu <strong>na</strong>da sabia acerca <strong>de</strong> salvação e<br />
pecado, e nem mesmo sabia o que significava isso, eu simplesmente soube que estava<br />
perdoado... Eu estava incrivelmente feliz!"<br />
Segundo, Jesus Cristo nos oferece libertação do nosso ego. Certa vez, conversando com<br />
uns crentes ju<strong>de</strong>us, Jesus lhes disse: "Se vós permanecer<strong>de</strong>s <strong>na</strong>s minhas palavras, sois<br />
verda<strong>de</strong>iramente meus discípulos. E conhecereis a verda<strong>de</strong> e a verda<strong>de</strong> vos libertará."<br />
Na mesma hora eles ficaram indig<strong>na</strong>dos. Como é que ele ousava dizer que eles precisavam<br />
<strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong> libertação? "Somos <strong>de</strong>scendência <strong>de</strong> Abraão", eles retrucaram, "e jamais<br />
fomos escravos <strong>de</strong> alguém; como dizes tu: Sereis livres?"<br />
Jesus replicou: "Em verda<strong>de</strong>, em verda<strong>de</strong> vos digo: Todo o que comete pecado é escravo do<br />
pecado (Jo 8.31-34)."<br />
Portanto, se a culpa é o primeiro tipo <strong>de</strong> escravidão do qual precisamos ser libertados, o<br />
segundo é o pecado. E o que significa isto? Assim como "salvação", "pecado" é uma<br />
palavra que pertence ao vocabulário tradicio<strong>na</strong>l cristão. "Eu não sou pecador", diz a<br />
maioria das pessoas, pois elas parecem associar pecado com crimes específicos e<br />
sensacio<strong>na</strong>is, como matar, adulterar ou roubar. Mas "pecado" tem uma conotação muito<br />
mais ampla do que isso. Eu mesmo me recordo <strong>de</strong> quão revelador foi para mim <strong>de</strong>scobrir,<br />
especialmente através dos ensi<strong>na</strong>mentos <strong>de</strong> William Temple, que o que a Bíblia quer dizer<br />
com "pecado" é, antes <strong>de</strong> tudo, egocentrismo. Afi<strong>na</strong>l, os dois gran<strong>de</strong>s mandamentos <strong>de</strong><br />
Deus são, primeiro, que o amemos com todo o nosso ser; e, segundo, que amemos o nosso<br />
próximo como a nós mesmos. Pecado é, portanto, inverter essa or<strong>de</strong>m. É colocar a nós<br />
mesmos em primeiro lugar, virtualmente proclamando nossa própria autonomia, <strong>de</strong>pois o<br />
nosso próximo, segundo a nossa conveniência, e <strong>de</strong>pois, então, Deus, em algum<br />
lugarzinho lá nos bastidores.<br />
O egocentrismo é um fenômeno presente em toda a experiência huma<strong>na</strong>. Isto se evi<strong>de</strong>ncia<br />
<strong>na</strong> rica varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> palavras da nossa língua que incluem o componente "ego" ou "auto".<br />
Quantas <strong>de</strong>las carregam em si um sentido pejorativo ou negativo? Egoísmo, egolatria,<br />
autoafirmação, autoacusação, autoagressão, auto pieda<strong>de</strong>, autocomiseração,<br />
auto<strong>de</strong>struição, autoindulgência, autopromoção, autopunição, autossuficiência...<br />
Além do mais, nosso egocentrismo é <strong>de</strong> uma tirania terrível. Malcolm Muggeridge<br />
costumava falar e escrever a respeito do "calabouçozinho escuro que é o meu próprio eu".<br />
E que escuridão tem esse calabouço! Deixar-se absorver nos próprios interesses e<br />
ambições egoístas, sem qualquer consi<strong>de</strong>ração pela glória <strong>de</strong> Deus ou pelo bem-estar dos<br />
outros, é estar confi<strong>na</strong>do <strong>na</strong> mais intrincada e insalubre das prisões.<br />
Mas Jesus Cristo, que ressurgiu <strong>de</strong>ntre os mortos e está vivo, po<strong>de</strong> nos libertar. Nós<br />
po<strong>de</strong>mos conhecer "o po<strong>de</strong>r da sua ressurreição (Fp 3.10)". Ou, colocando a mesma verda<strong>de</strong><br />
em outras palavras, o Jesus que vive po<strong>de</strong>, através do seu Espírito, impreg<strong>na</strong>r a nossa<br />
perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> e virar-nos do avesso. Não que nós sejamos perfeitos, é claro; só que, pelo<br />
po<strong>de</strong>r do seu Espírito que habita em nós, pelo menos já começamos a experimentar uma<br />
transformação do eu para o não-eu. Nossa perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>, antes fechada em si mesma,<br />
começa a abrir-se para Cristo, assim como uma flor se abre para o sol <strong>na</strong>scente.
Em terceiro lugar, Jesus Cristo nos oferece libertação do medo. O velho mundo para o<br />
qual ele veio vivia atemorizado pelos po<strong>de</strong>res que, conforme se acreditava, habitavam as<br />
estrelas. Ainda hoje a religião tradicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> povos tribais primitivos é assombrada por<br />
espíritos malignos que precisam ser aplacados. A vida <strong>de</strong> homens e mulheres <strong>de</strong> hoje é<br />
igualmente atormentada pelo medo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os medos comuns que sempre afligiram os<br />
seres humanos — medo da doença, do luto, da velhice e da morte — até o medo do<br />
<strong>de</strong>sconhecido, do oculto e da extinção nuclear. A maioria <strong>de</strong> nós também já sofreu<br />
algumas vezes <strong>de</strong> medos irracio<strong>na</strong>is, e é impressio<strong>na</strong>nte ver quanta gente educada<br />
alimenta medos supersticiosos. Batem três vezes <strong>na</strong> ma<strong>de</strong>ira, cruzam os <strong>de</strong>dos, carregam<br />
amuletos e recusam-se a sentar <strong>na</strong> poltro<strong>na</strong> <strong>de</strong> número 13 porque dá azar... É por isso<br />
que em muitos hotéis nos Estados Unidos não existe o décimo-terceiro andar. Ao subir no<br />
elevador, se você observar o painel ilumi<strong>na</strong>do, verá que os números pulam <strong>de</strong> 10, 11, 12<br />
para 14. As pessoas são tão supersticiosas para dormir no andar número 13 que não se<br />
dão conta <strong>de</strong> que aquele continua sendo o décimo-terceiro andar, mesmo que o tenham<br />
<strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do <strong>de</strong> décimo-quarto! Já <strong>na</strong> Inglaterra, <strong>de</strong> acordo com uma recente pesquisa <strong>de</strong><br />
opiniões, embora nove décimos da população ainda acredite em algum tipo <strong>de</strong> Deus, o<br />
número <strong>de</strong> adultos que leem o seu horóscopo toda sema<strong>na</strong> é o dobro dos que leem a<br />
Bíblia.<br />
Todo medo traz consigo uma dose <strong>de</strong> paralisia. Ninguém que tenha medo é livre. Além do<br />
mais, o medo é como o fungo: cresce mais rapidamente no escuro. É essencial, portanto,<br />
trazer à luz os nossos medos e olhar para eles, especialmente à luz da vitória e<br />
supremacia <strong>de</strong> Jesus Cristo. Afi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> contas, aquele que morreu e ressuscitou foi<br />
também exaltado à mão direita <strong>de</strong> Deus Pai, e tudo foi posto "<strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> seus pés (Ef 1.22)".<br />
Portanto, on<strong>de</strong> estão as coisas que antes temíamos? Elas estão <strong>de</strong>baixo dos pés <strong>de</strong> Cristo,<br />
o Cristo triunfante! Quando nós as enxergamos ali, então o po<strong>de</strong>r que elas tinham <strong>de</strong> nos<br />
aterrorizar é <strong>de</strong>struído.<br />
Medo e liberda<strong>de</strong> são mutuamente incompatíveis. Para mim, isso foi bem ilustrado certa<br />
vez por um jovem palestrante africano. Tínhamos andado discutindo sobre a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> os cristãos se interessarem mais pela História Natural como sendo criação <strong>de</strong> Deus.<br />
"Antes <strong>de</strong> me tor<strong>na</strong>r um cristão", disse ele, "eu tinha medo <strong>de</strong> muitas coisas —<br />
principalmente <strong>de</strong> cobra. Mas agora acho difícil matar uma cobra, pois gosto <strong>de</strong> ficar<br />
olhando para elas. Graças a Deus, agora sou livre <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>."<br />
O aspecto positivo: liberda<strong>de</strong> para<br />
Até aqui nós estabelecemos uma relação entre as tiranias que impe<strong>de</strong>m a nossa libertação<br />
e os três principais eventos da experiência <strong>de</strong> Jesus Cristo: sua morte, ressurreição e<br />
exaltação. Há libertação da culpa porque ele morreu por nós; libertação do ego porque<br />
po<strong>de</strong>mos viver <strong>na</strong> força da sua ressurreição; e libertação do medo porque ele rei<strong>na</strong>, com<br />
todas as coisas <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> seus pés.<br />
É, no entanto, um equívoco muito sério <strong>de</strong>finir liberda<strong>de</strong> em termos inteiramente<br />
negativos, embora o dicionário cometa este engano. Segundo o dicionário, liberda<strong>de</strong> é<br />
"supressão ou ausência <strong>de</strong> toda a opressão consi<strong>de</strong>rada anormal, ilegítima, amoral",<br />
enquanto que livre é aquele "que po<strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> sua pessoa; que não está sujeito a algum<br />
senhor (por oposição a servil, escravo). Que não está privado <strong>de</strong> sua liberda<strong>de</strong> física; que<br />
não está prisioneiro; solto" (Em Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa). Mas tudo que é<br />
negativo tem o seu lado positivo. O verda<strong>de</strong>iro grito <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> clama não somente por<br />
resgate <strong>de</strong> alguma tirania, mas também por liberda<strong>de</strong> para viver uma vida ple<strong>na</strong> e<br />
significativa. Quando um país é libertado <strong>de</strong> um regime colonialista, tor<strong>na</strong>-se livre para<br />
<strong>de</strong>scobrir e <strong>de</strong>senvolver sua própria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Quando a imprensa é libertada<br />
do controle e da censura do governo, tor<strong>na</strong>-se livre para publicar a verda<strong>de</strong>. E uma
minoria racial, quando é libertada da discrimi<strong>na</strong>ção, fica livre para <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> respeito e<br />
dignida<strong>de</strong> própria. Afi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> contas, quando um país não é livre, o que lhe é negado é o<br />
direito <strong>de</strong> ser <strong>na</strong>ção; quando não há liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa, o que se lhe nega é a verda<strong>de</strong>;<br />
e quando uma minoria não é livre, o que lhe é negado é o respeito próprio.<br />
Qual é, então, a liberda<strong>de</strong> positiva dos seres humanos? Em 1970 Michael Ramsey pregou<br />
<strong>na</strong> Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cambridge uma série <strong>de</strong> quatro sermões, que foram posteriormente<br />
publicados sob o título A Liberda<strong>de</strong>, a Fé e o Futuro. No primeiro ele apresentou a questão:<br />
"Nós sabemos <strong>de</strong> que queremos libertar os homens. Será que sabemos para que queremos<br />
libertá-los?" E passou a respon<strong>de</strong>r a sua própria pergunta. Nossa <strong>luta</strong> por aquelas<br />
liberda<strong>de</strong>s "que mais sensivelmente agitam nossos sentimentos" (por exemplo, ser libertos<br />
da perseguição, da prisão arbitrária, da fome e da pobreza <strong>de</strong>struidoras) <strong>de</strong>veria sempre<br />
se situar "no contexto da questão mais radical e revolucionária, isto é, que o homem seja<br />
liberto do seu ego e para a glória <strong>de</strong> Deus."<br />
A questão que precisamos perseguir é esta: para que é que Cristo nos liberta? Eis aqui o<br />
princípio: a verda<strong>de</strong>ira liberda<strong>de</strong> é a liberda<strong>de</strong> para sermos nós mesmos, tal como Deus<br />
nos criou e como ele tencio<strong>na</strong>va que nós fôssemos. E como se po<strong>de</strong> aplicar este princípio?<br />
Vamos começar com o próprio Deus. Você já pensou no fato <strong>de</strong> que Deus é o único ser<br />
que goza <strong>de</strong> perfeita liberda<strong>de</strong>? Até se po<strong>de</strong>ria argumentar que Deus não é livre. Afi<strong>na</strong>l, o<br />
certo é que a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong>le não é abso<strong>luta</strong>, no sentido <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r fazer abso<strong>luta</strong>mente<br />
qualquer coisa. A Escritura nos diz que ele não po<strong>de</strong> mentir, tentar ou ser tentado, nem<br />
po<strong>de</strong> tolerar o mal (Hb6.18,Tg 1.13; Hb 1.13). Não obstante, a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus é perfeita, no<br />
sentido <strong>de</strong> que ele é livre para fazer abso<strong>luta</strong>mente qualquer coisa que ele queira. A<br />
liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus é liberda<strong>de</strong> para ser sempre inteiramente ele mesmo. Deus <strong>na</strong>da tem <strong>de</strong><br />
arbitrário, taciturno, inconstante ou imprevisível. Ele é constante, estável, imutável. De<br />
fato, a coisa principal que a Escritura nos diz que ele "não po<strong>de</strong>" fazer (não po<strong>de</strong> porque<br />
nunca o fará) é <strong>contra</strong>dizer-se. "Ele não po<strong>de</strong> negar-se a si mesmo. (2Tm 2.13)" Fazê-lo seria,<br />
não liberda<strong>de</strong>, mas auto<strong>de</strong>struição. A liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus resi<strong>de</strong> no fato <strong>de</strong> ser ele mesmo,<br />
assim como ele é.<br />
E o que acontece com Deus, o Criador, também acontece com todas as coisas e seres<br />
criados. Liberda<strong>de</strong> abso<strong>luta</strong>, liberda<strong>de</strong> ilimitada, é pura ilusão. Se isso é impossível para<br />
Deus (como <strong>de</strong> fato o é), mais impossível ainda é para a criação <strong>de</strong> Deus. A liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Deus é liberda<strong>de</strong> para ser ele mesmo; nossa liberda<strong>de</strong> é liberda<strong>de</strong> para sermos nós<br />
mesmos. A liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> toda criatura é limitada pela <strong>na</strong>tureza que Deus lhe <strong>de</strong>u.<br />
O peixe, por exemplo. Deus criou os peixes para viverem e se <strong>de</strong>senvolverem <strong>na</strong> água.<br />
Suas guelras são adaptadas para absorver o oxigênio da água. A água é o único elemento<br />
em que o peixe po<strong>de</strong> ser peixe, en<strong>contra</strong>r sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peixe, sua realização, sua<br />
liberda<strong>de</strong>. Uma liberda<strong>de</strong> que se limita à água, é verda<strong>de</strong>; <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa limitação, porém,<br />
ela é liberda<strong>de</strong>. Suponhamos que você tenha em casa um peixe tropical. Ele vive, não<br />
num <strong>de</strong>sses tanques retangulares arejados e mo<strong>de</strong>rnos, mas num daqueles velhos<br />
aquários redondos e antiquados. E lá está o seu peixinho, <strong>na</strong>dando <strong>de</strong> um lado para outro<br />
no seu bendito aquário, até que, quando a sua frustração se tor<strong>na</strong> insuportável, ele <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
apostar <strong>na</strong> liberda<strong>de</strong> e salta para fora do seu confi<strong>na</strong>mento. Se por acaso ele conseguir<br />
pular <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma poça no seu jardim, aumentará sua liberda<strong>de</strong>. Continua sendo água,<br />
só que ali tem ainda mais água para ele <strong>na</strong>dar. Agora, se ele aterrissar no carpete ou no<br />
cimento, aí a sua tentativa <strong>de</strong> escapar acabará dando, não em liberda<strong>de</strong>, mas em morte.<br />
E os seres humanos? Se os peixes foram feitos para a água, os seres humanos foram<br />
feitos para quê? Eu acho que a nossa resposta é a seguinte: se a água é o elemento em<br />
que os peixes se en<strong>contra</strong>m como peixes, então o elemento em que os humanos se<br />
en<strong>contra</strong>m como humanos é o amor, as relações <strong>de</strong> amor. Morris West dá-nos um
exemplo impressio<strong>na</strong>nte disto em seu livro Filhos do Sol, que conta a história dos<br />
scugnizzi, os meninos <strong>de</strong> rua abando<strong>na</strong>dos <strong>de</strong> Nápoles, e do amor <strong>de</strong> Frei Mário Borelli por<br />
eles. "Existe em nós (os <strong>na</strong>politanos) uma coisa que nunca muda", disse Mário para<br />
Morris. "Nós necessitamos tanto <strong>de</strong> amor quanto um peixe necessita <strong>de</strong> água, ou uma ave<br />
<strong>de</strong> ar." E então explicou que cada um dos scugnizzi que ele conhecia "tinha saído <strong>de</strong> casa<br />
porque não havia mais amor para ele".<br />
Mas não são ape<strong>na</strong>s as crianças <strong>de</strong> rua do mundo que necessitam amar e ser amadas, e<br />
que <strong>de</strong>scobrem que vida significa amor. Todos nós somos assim. É no amor que nos<br />
en<strong>contra</strong>mos e nos realizamos. Além do mais, não é preciso ir muito longe para buscar a<br />
razão para isso. É porque Deus é amor em sua essência, <strong>de</strong> tal forma que, quando ele nos<br />
criou à sua própria imagem, <strong>de</strong>u-nos a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> amar assim como ele ama. Não é à<br />
toa, portanto, que os dois gran<strong>de</strong>s mandamentos <strong>de</strong> Deus são amá-lo e amar uns aos<br />
outros, pois é esse o nosso <strong>de</strong>stino. Uma existência verda<strong>de</strong>iramente huma<strong>na</strong> é impossível<br />
sem amor. Viver é amar, e sem amor nós murchamos e morremos. Como expressou<br />
Robert Southwell, poeta católico romano do século XVI: "Não quando eu respiro, mas sim<br />
quando eu amo, aí é que eu vivo." Ele provavelmente estava fazendo eco à observação <strong>de</strong><br />
Agostinho, <strong>de</strong> que a alma vive on<strong>de</strong> ela ama, não on<strong>de</strong> ela existe.<br />
O verda<strong>de</strong>iro amor, no entanto, impõe restrições ao amante, pois o amor é essencialmente<br />
auto doador. E isto nos leva a um surpreen<strong>de</strong>nte paradoxo cristão. A verda<strong>de</strong>ira liberda<strong>de</strong><br />
é a liberda<strong>de</strong> para ser eu mesmo, assim como Deus me fez e como ele pretendia que eu<br />
fosse. E Deus me fez para amar. Mas amar é dar, é autodoação. Portanto, para ser eu<br />
mesmo, eu tenho que negar-me a mim mesmo e doar-me. Para ser livre eu tenho que<br />
servir. Para viver, eu tenho que morrer para o meu próprio egocentrismo. E, para<br />
en<strong>contra</strong>r-me, tenho que esbanjar-me em dar amor.<br />
A verda<strong>de</strong>ira liberda<strong>de</strong> é, pois, exatamente o oposto do que muita gente pensa. Não é ser<br />
livre <strong>de</strong> toda a responsabilida<strong>de</strong> que tenho para com Deus e os outros, a fim <strong>de</strong> viver para<br />
mim mesmo. Isto é ser escravo do meu próprio egocentrismo. Pelo contrário, a verda<strong>de</strong>ira<br />
liberda<strong>de</strong> é a libertação do meu tolo e diminuto ego, a fim <strong>de</strong> viver responsavelmente em<br />
amor a Deus e aos outros.<br />
Mas a mente secular não consegue captar este paradoxo cristão da liberda<strong>de</strong> através do<br />
amor. Por exemplo, a novelista francesa Françoise Sagan <strong>de</strong>u uma entrevista pouco antes<br />
<strong>de</strong> completar cinquenta anos, em 1985. Ela disse que estava perfeitamente satisfeita com<br />
sua vida e que <strong>na</strong>da tinha a lamentar.<br />
"Você teve a liberda<strong>de</strong> que queria?"<br />
"Sim", disse ela, esclarecendo sua <strong>de</strong>claração: "Naturalmente, eu sempre era menos livre<br />
quando estava apaixo<strong>na</strong>da por alguém... Mas não se vive apaixo<strong>na</strong>da o tempo todo. A não<br />
ser por esse tempo... Sou livre, sim."<br />
A implicação é clara: o amor inibe a liberda<strong>de</strong>. Quanto mais se ama, menos livre se é, e<br />
vice-versa. Presume-se, portanto, que para ser completamente livre é preciso evitar as<br />
complicações do amor, ou seja, o jeito é <strong>de</strong>sistir completamente <strong>de</strong> amar.<br />
Mas Jesus ensinou exatamente o contrário em um <strong>de</strong> seus epigramas favoritos, que ele<br />
parece ter citado em diferentes formas e contextos. "Quem quiser, pois, salvar a sua vida,<br />
perdê-la-á", disse ele; "e quem per<strong>de</strong>r a vida por causa <strong>de</strong> mim e do evangelho, salvá-la-á.<br />
(Mc 8.35)" Eu achava que Jesus estivesse se referindo a mártires que dão a vida por ele. E o<br />
princípio que ele estava enunciando certamente inclui a estes. Mas a "vida" <strong>de</strong> que ele<br />
está falando, que tanto po<strong>de</strong> ser salva como perdida, não é a nossa existência física (zoe),<br />
mas a nossa alma ou ego (psyche) usada não poucas vezes em lugar do reflexivo referente
à primeira pessoa ("me/mim"). Po<strong>de</strong>ríamos então parafrasear o epigrama <strong>de</strong> Jesus nos<br />
seguintes termos: "Se você insiste em apegar-se a si mesmo e em viver para si mesmo, recusando-se<br />
a <strong>de</strong>sligar-se do seu eu, você está perdido. Mas se estiver disposto a doar-se<br />
em amor, então, no momento do completo abandono, quando você pensar que tudo está<br />
perdido, acontecerá o milagre e você en<strong>contra</strong>rá a si e à sua liberda<strong>de</strong>." Só o serviço<br />
sacrificial, o dar-se a si mesmo em amor a Deus e aos outros, é que é a perfeita liberda<strong>de</strong>.<br />
A verda<strong>de</strong>ira liberda<strong>de</strong>, portanto, combi<strong>na</strong> o negativo (libertação <strong>de</strong>) com o positivo<br />
(liberda<strong>de</strong> para). Ou, dito <strong>de</strong> uma outra forma, ela concilia a libertação da tirania com a<br />
liberda<strong>de</strong> submetida à autorida<strong>de</strong>. Jesus ilustra isto num dos seus mais conhecidos<br />
convites:<br />
Vin<strong>de</strong> a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai<br />
sobre vós o meu jugo, e apren<strong>de</strong>i <strong>de</strong> mim, porque sou manso e humil<strong>de</strong> <strong>de</strong> coração; e<br />
achareis <strong>de</strong>scanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve<br />
(Mt 11.28-30).<br />
Existem aqui, <strong>na</strong> verda<strong>de</strong>, dois convites, ligados a uma única promessa. A promessa é<br />
"<strong>de</strong>scanso", que parece abranger a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> libertação. "Eu vos aliviarei", diz Jesus<br />
(versículo 28). E acrescenta: "Achareis <strong>de</strong>scanso para as vossas almas" (versículo 29). Mas<br />
a quem ele promete <strong>de</strong>scanso? Primeiro, àqueles que vêm a ele "cansados e<br />
sobrecarregados", pois ele tira os seus fardos e os liberta. Depois, ele dá <strong>de</strong>scanso àqueles<br />
que tomam sobre si o seu jugo e apren<strong>de</strong>m <strong>de</strong>le. Assim, o verda<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>scanso se<br />
en<strong>contra</strong> em Jesus Cristo, nosso Salvador, que nos liberta da tirania da culpa, do ego e do<br />
medo, e em Jesus Cristo, nosso Senhor, quando nos submetemos a sua autorida<strong>de</strong> e<br />
ensino. Afi<strong>na</strong>l, o seu jugo é suave, o seu fardo é leve e ele mesmo é "manso e humil<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
coração".<br />
Bibliografia J. R. W. Stott<br />
Uma Análise da Rebelião<br />
As nossas disposições inter<strong>na</strong>s, como moral, ética, equida<strong>de</strong>, sentimentos e etc., <strong>de</strong>vem<br />
ser regidas por um absoluto, que é Deus e <strong>na</strong>da mais po<strong>de</strong> influencias nossas <strong>de</strong>cisões.<br />
Quando Deus criou a Satanás, Ele o fez um querubim (Anjo da primeira hierarquia)<br />
perfeito, com todas as honras e qualida<strong>de</strong>s para ministrar música e viver em meio a toda<br />
a sorte <strong>de</strong> coisa lindíssimas. Um certo tempo achou-se iniquida<strong>de</strong> em Satanás (Is<br />
14:13,14) “Você, que dizia no seu coração: “Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima<br />
das estrelas <strong>de</strong> Deus; eu me assentarei no monte da assembleia, no ponto mais elevado do<br />
monte santo. Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo.” (NVI).<br />
‘Ele estava fazendo comércio entre os anjos’ a fim <strong>de</strong> criar um novo reino para si. É por<br />
isso que o Senhor Jesus o<strong>de</strong>ia o comércio em Sua casa.<br />
Quando o mal originou-se <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> Satanás, houve nos céus uma gran<strong>de</strong> batalha <strong>de</strong><br />
dimensões gigantescas. No capitulo 1º, versículo 1, a Bíblia relata em sua veracida<strong>de</strong>, que<br />
no princípio Deus criou os céus e a terra... Entre o versículo 1 e o versículo 2, há um<br />
intervalo que muitos especulam, haver milhões <strong>de</strong> anos. (Gn 1:1,2a) “No princípio Deus<br />
criou os céus e a terra. Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo...”<br />
(NVI). Po<strong>de</strong>mos então ver o resultado <strong>de</strong>sta catástrofe relativo àquela <strong>rebelião</strong> seguida da<br />
batalha nos céus.
Olhemos e a<strong>na</strong>lisemos como: po<strong>de</strong> haver tanta imensidão e tantos planetas estéreis. Não<br />
digo <strong>de</strong> forma alguma que os próprios po<strong>de</strong>riam estar habitados, mas os planetas em si<br />
en<strong>contra</strong>m-se em estado <strong>de</strong> um pós-guerra. Observem sua topografia, sua aparência em<br />
geral. Aquela <strong>luta</strong> resultou em uma catástrofe e transformou tudo caos e morte. Após<br />
estes acontecimentos, o diabo e seus anjos, relativamente um terço dos anjos que vivem<br />
no céu, alguns foram precipitados no abismo por Deus, outros lançados aqui <strong>na</strong> terra.<br />
Deus em Sua vonta<strong>de</strong> e sabedoria infinita, pegou um <strong>de</strong>stes planetas que estavam<br />
estéreis, no caso, aqui a terra, e começou a transformar o caos, a <strong>de</strong>sarmonia nos<br />
elementos e etc., e a fez um lugar habitável. Não po<strong>de</strong>mos saber o porque <strong>de</strong> Deus Ter<br />
colocado o diabo e seus anjos no mesmo lugar on<strong>de</strong> começou a recriar novas coisas. O<br />
homem foi uma <strong>de</strong>stas criações. O criou a Sua imagem e semelhança. Talvez, quem sabe<br />
precisar, Deus o criou, além do propósito <strong>de</strong> louvá-lo para a Sua glória, também para<br />
preencher os lugares vazios <strong>de</strong>ixados pelos anjos no alto monte da habitação, para<br />
seguirem ao diabo em sua <strong>rebelião</strong> e orgulho.<br />
Como já disse, o homem foi criado à semelhança <strong>de</strong> Deus e este Deus o pôs no jardim do<br />
É<strong>de</strong>n. Deus os fez homem e mulher.<br />
Certo dia, Satanás apareceu para a mulher e a fez pecar juntamente com seu marido,<br />
Adão. Após a consumação daquele ato <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobediência e falta <strong>de</strong> fé no amor que Deus<br />
tinha para os preservar, estava <strong>de</strong>clarada mais uma atuação <strong>de</strong>strutiva e maléfica <strong>de</strong><br />
Satanás <strong>contra</strong> a criação <strong>de</strong> Deus e <strong>contra</strong> Ele, a quem o diabo tanto <strong>de</strong>safiava e ofendia.<br />
O diabo não se conforma por Deus tê-lo <strong>de</strong>sprezado e criado o homem para servi-lo em<br />
adoração, obediência, respeito, temor, amor - tudo aquilo que o adversário não fez.<br />
A diferença entre Satanás e o homem em relação a iniquida<strong>de</strong> e o pecado, é que a<br />
iniquida<strong>de</strong> e o pecado brotou <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> Satanás e já no homem, originou-se <strong>de</strong> fora para<br />
<strong>de</strong>ntro. Depois disso, passou o homem a ter as mesmas disposições inter<strong>na</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
seu coração corrompido pelo pecado para exterioriza-lo através do corpo como<br />
instrumento <strong>de</strong> injustiça. (Rm 6:13) “Não ofereçam os membros do corpo <strong>de</strong> vocês ao<br />
pecado, como instrumentos <strong>de</strong> injustiça; antes ofereçam-se a Deus como quem voltou da<br />
morte para a vida; e ofereçam os membros do corpo <strong>de</strong> vocês a ele, como instrumentos <strong>de</strong><br />
justiça.” (NVI). O pecado é a própria personificação <strong>de</strong> Satanás. O homem foi totalmente<br />
culpado pelo seu ato e não adianta querer passar a culpa a outrem. Deus quando o criou,<br />
o criou sabedor <strong>de</strong> seus direitos e <strong>de</strong>veres, mas, por sua curiosida<strong>de</strong>, acabou sendo<br />
conhecedor do bem e do mal. Quando o diabo conversou com Eva e lhe disse “...Deus<br />
sabe que, no dia em que <strong>de</strong>le comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão<br />
conhecedores do bem e do mal.” (NVI), colocou a mesma i<strong>de</strong>ia que ele teve antes <strong>de</strong> sua<br />
expulsão do céu nela, ele usou do mesmo subterfúgio, e infelizmente, o homem foi fisgado.<br />
O homem por causa do pecado, sentiu a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se cobrir (referência a<br />
necessida<strong>de</strong> da expiação por Cristo) por causa da vergonha. Então colocou pele <strong>de</strong> animal<br />
sacrificado para cobri-lo. Po<strong>de</strong>mos observar ali que já havia a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> sangue inocente, o sangue representa vida, <strong>na</strong>quele caso, foi um<br />
animal, o cobrimento e a substituição pelas suas vidas separadas <strong>de</strong> Deus pelo pecado.<br />
Jesus é a propiciação (favorável, sacrifico perfeito aceito por Deus); a expiação (cobrir e<br />
remover a culpa) pelos pecados do mundo todo através da morte <strong>na</strong> cruz. (Hb 9:28)
“Assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados <strong>de</strong><br />
muitos; e aparecerá segunda vez, não para tirar o pecado, mas para trazer salvação aos<br />
que o aguardam.” (NVI).<br />
Voltando em Adão e Eva, Deus havia dado aquele reino a eles para administrar, terem<br />
domínio sobre toda aquela criação, trabalharem, enfim, cuidar para Deus <strong>de</strong> tudo e não<br />
esquecendo, <strong>de</strong> lhe prestarem adoração. Quando voltaram as costas para Deus através do<br />
seu erro para darem ouvidos ao mal, automaticamente entregaram aquele reino ao diabo,<br />
tor<strong>na</strong>ndo Satanás, o príncipe <strong>de</strong>ste mundo alheio as coisas <strong>de</strong> Deus. Um exemplo do<br />
direito que lhe foi outorgado, po<strong>de</strong>mos assim dizer: (Mt 4:8,9) “Depois, o Diabo o levou a<br />
um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. E lhe<br />
disse: “Tudo isto te darei, se te prostrares e me adorares.” (NVI).<br />
Mas Deus é soberano e <strong>na</strong>da está fora do Seu controle. O Senhor através <strong>de</strong> Seu filho,<br />
Jesus, <strong>de</strong>stronou a Satanás e pegou as chaves da morte e do inferno (Ap 1:18) “Sou<br />
Aquele que Vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o sempre! E tenho as<br />
chaves da morte e do Ha<strong>de</strong>s.” (NVI) e o colocou como vergonha e espetáculo público - (Cl<br />
2:15) “E, tendo <strong>de</strong>spojado os po<strong>de</strong>res e as autorida<strong>de</strong>s, fez <strong>de</strong>les um espetáculo público,<br />
triunfando sobre eles <strong>na</strong> cruz.” (NVI). E a todos aqueles que são <strong>de</strong> Cristo (Rm 10:9) “Se<br />
você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o<br />
ressuscitou <strong>de</strong>ntre os mortos, será salvo.” (NVI) não mais escravo do pecado e não é mais<br />
filho da <strong>de</strong>sobediência e do diabo, mas filho <strong>de</strong> Deus acima <strong>de</strong> todo principado e<br />
potesta<strong>de</strong>. (Gl 2:20; Ef 2:1-6) “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive,<br />
mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho <strong>de</strong> Deus,<br />
que me amou e se entregou por mim... Vocês estavam mortos em suas transgressões e<br />
pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ste mundo e<br />
o príncipe do po<strong>de</strong>r do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem <strong>na</strong><br />
<strong>de</strong>sobediência. Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as<br />
vonta<strong>de</strong>s da nossa carne, seguindo os seus <strong>de</strong>sejos e pensamentos. Como os outros,<br />
éramos por <strong>na</strong>tureza merecedores da ira. Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo<br />
gran<strong>de</strong> amor com que nos amou, <strong>de</strong>u-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos<br />
mortos em transgressões pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e<br />
com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.” (NVI).<br />
Enfim, o inimigo atua no mundo com seus anjos caídos, tentando, matando e etc., mas o<br />
homem tem uma tendência muito gran<strong>de</strong> em querer transferir suas responsabilida<strong>de</strong>s que<br />
são <strong>na</strong>tas, inseridas por Deus <strong>na</strong> consciência, a outro homem ou circunstância. (Rm<br />
2:15,12) “Pois mostram que as exigências da Lei estão gravadas em seu coração. Disso<br />
dão testemunho também a sua consciência e os pensamentos <strong>de</strong>les, ora acusando-os, ora<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo-os...Todo aquele que pecar sem a Lei, sem a Lei também perecerá, e todo<br />
aquele que pecar sob a Lei, pela Lei será julgado.”(NVI). Colocar o culpa no diabo em tudo<br />
é muito fácil, mas leia estes versículos muito importantes e reflita: “Se você fizer o bem,<br />
não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele <strong>de</strong>seja<br />
conquistá-lo, mas você <strong>de</strong>ve dominá-lo.” (Gn 4:7) (NVI) e (1 Pe 5:8) “Estejam alertas e<br />
vigiem. O Diabo, o inimigo <strong>de</strong> vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a<br />
quem possa <strong>de</strong>vorar.” (NVI). A participação do homem nos seus empreendimentos<br />
pessoais em todas as áreas da vida, tanto espiritual como material é estabelecido pela sua<br />
fé, consciência e vonta<strong>de</strong>. Até os não salvos tem consciência do certo e do errado, “Disso
dão testemunho também a sua consciência e os pensamentos <strong>de</strong>les, ora acusando-os, ora<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo-os..." (NVI), por isso, existe a lei <strong>na</strong>tural da semeadura e colheita (Gl 6:7b)<br />
“Pois o que o homem semear, isso também colherá.” (NVI). Se atribuir toda a<br />
responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu pecado e erro ao diabo, ninguém iria para o inferno.<br />
O homem <strong>de</strong>ve estabelecer os princípios da fé, consciência da presença <strong>de</strong> Deus<br />
constantemente no dia – dia com justiça que é tudo o que Ele exige e aprova, e resistência<br />
a todas as coisas que não convém, porque tudo é licito, mas não se <strong>de</strong>ixem domi<strong>na</strong>r por<br />
nenhuma <strong>de</strong>las. As nossas disposições inter<strong>na</strong>s, como moral, ética, equida<strong>de</strong>, sentimentos<br />
e etc., <strong>de</strong>vem ser regidas por um absoluto, que é Deus e <strong>na</strong>da mais po<strong>de</strong> influencias<br />
nossas <strong>de</strong>cisões.<br />
Fonte: Mauro C. Graner<br />
O ESPÍRITO DE REBELIÃO<br />
“Porque pela graça que me é dada, digo a cada um <strong>de</strong>ntre vós que não pense <strong>de</strong> si mesmo além do que<br />
convém; antes, pense com mo<strong>de</strong>ração, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.”<br />
A palavra “medida” que aparece neste texto é a palavra grega “métron”, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem a<br />
nossa palavra metro. Deus repartiu a cada um uma medida <strong>de</strong> fé diferente. O perigo que<br />
corremos, diz Paulo, é pensar que somos maiores do que <strong>na</strong> realida<strong>de</strong> somos. Em Mt<br />
25:15 Jesus diz que os servos receberam um talento, dois talentos, e cinco talentos “a<br />
cada um segundo a sua capacida<strong>de</strong>.” Em Mt 13:23 um semeador produz cem, outro<br />
sessenta, e outro trinta. Em Ef 4:7 diz que “a graça foi dada a cada um <strong>de</strong> nós segundo a<br />
medida (métron) do dom <strong>de</strong> Cristo.” A medida da fé é a medida do dom, como está escrito<br />
em I Co 14:5b “porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que<br />
também interprete para que a <strong>igreja</strong> receba edificação.” O sentimento <strong>de</strong> importância po<strong>de</strong><br />
levar a <strong>rebelião</strong>, como aconteceu com Israel, no Antigo Testamento.<br />
PRIMEIRO NÍVEL DE REBELIÃO – Nm 12:1-15.<br />
Aconteceu no seio da família, pois Arão e Miriam era irmãos <strong>de</strong> Moisés. Além <strong>de</strong> irmãos,<br />
eram irmãos mais velhos, sendo Moisés o caçula. Em Mt 10:36 Jesus diz “E assim os<br />
inimigos do homem serão os seus familiares.” No caso em questão, Miriam era profetisa, e<br />
Arão era o sumo-sacerdote, e porta-voz <strong>de</strong> Moisés. Eles tinham consciência da sua<br />
importância. E disseram “Porventura falou o Senhor somente por Moisés? Não falou<br />
também por nós?” A <strong>de</strong>sculpa que eles <strong>de</strong>ram para falar mal <strong>de</strong> Moisés, foi o seu<br />
casamento com uma mulher cushita. Falar mal do lí<strong>de</strong>r certamente é uma tentação que<br />
todos enfrentaremos. E os motivos são aparentemente justos. Afi<strong>na</strong>l casar com uma<br />
mulher estrangeira era algo proibido para um ju<strong>de</strong>u. Esaú não caíra exatamente nesse<br />
pecado? Só que no reino <strong>de</strong> Deus antiguida<strong>de</strong> não é posto, como <strong>na</strong> vida militar. Apesar<br />
<strong>de</strong> ser o mais novo, Moisés era o escolhido <strong>de</strong> Deus, e se rebelar <strong>contra</strong> ele era <strong>de</strong>safiar a<br />
autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. Sim, porque falar do lí<strong>de</strong>r configura <strong>rebelião</strong>. E teve consequências.<br />
Deus castigou Miriam que ficou leprosa por sete dias, sendo curada somente pela<br />
intercessão <strong>de</strong> Moisés, seu irmão.<br />
SEGUNDO NÍVEL DE REBELIÃO – Nm 16:1-35.<br />
Novamente o sentimento <strong>de</strong> importância foi usado pelo diabo para levar pessoas a<br />
<strong>rebelião</strong>. Coré, Datã e Abirão não eram irmãos <strong>de</strong> Moisés, mas tinham seus predicados,<br />
pois o primeiro era da tribo <strong>de</strong> Levi, que fora separada das <strong>de</strong>mais tribos para o serviço do
tabernáculo, e os outros dois eram da tribo <strong>de</strong> Rúben, o primogênito <strong>de</strong> Jacó. Estes<br />
levantaram mais duzentos e cinquenta “príncipes da congregação, homens <strong>de</strong> posição”,<br />
<strong>contra</strong> Moisés e Arão. Era a <strong>rebelião</strong> da li<strong>de</strong>rança. Moisés falou a eles o seguinte: “Ouvi<br />
agora, filhos <strong>de</strong> Levi: porventura pouco para vós é que o Deus <strong>de</strong> Israel vos tenha<br />
separado da congregação <strong>de</strong> Israel, para vos fazer chegar a si, e administrar o ministério<br />
do tabernáculo do Senhor e estar perante a congregação para ministrar-lhe; E te fez<br />
chegar, e todos os teus irmãos, os filhos <strong>de</strong> Levi, contigo? Ainda também procurais o<br />
sacerdócio?” (Nm 16:8-10). Estes levitas pensavam <strong>de</strong> si mais do que <strong>de</strong>veriam pensar,<br />
queriam ser mais do eram. Eles eram importantes, mas não tanto. Quando o diabo não<br />
consegue te anular, fazendo você pensar que não é <strong>na</strong>da, leva você a pensar que é mais<br />
importante do que <strong>na</strong> verda<strong>de</strong> é. A <strong>rebelião</strong> <strong>de</strong>sses lí<strong>de</strong>res teve consequências. A terra se<br />
fen<strong>de</strong>u e engoliu Coré, Datã e Abirão, com suas respectivas famílias. E os duzentos e<br />
cinquenta lí<strong>de</strong>res que tinham se associado com os rebel<strong>de</strong>s, foram mortos pelo fogo que<br />
saiu da presença do Senhor. Mesmo que você seja lí<strong>de</strong>r, fique <strong>na</strong> sua. Não queira ser<br />
palmatória do mundo e consertar tudo o que você acha que está errado <strong>na</strong> <strong>igreja</strong>. Há<br />
pessoas acima <strong>de</strong> você <strong>na</strong> hierarquia da <strong>igreja</strong>. Deixe que eles resolvam o problema.<br />
Procure saber qual é o seu lugar no corpo <strong>de</strong> Cristo. Se você é o <strong>de</strong>do mínimo do pé, não<br />
queira se comportar como se fosse o olho.<br />
TERCEIRO NÍVEL DE REBELIÃO – Nm 16:41-50.<br />
Neste caso “toda a congregação dos filhos <strong>de</strong> Israel murmurou <strong>contra</strong> Moisés e <strong>contra</strong><br />
Arão, dizendo: Vós matastes o povo do Senhor.” Não foi a família <strong>de</strong> Moisés, nem os<br />
lí<strong>de</strong>res, mas todo o povo que se rebelou. A justificativa da <strong>rebelião</strong> é sempre uma falha ou<br />
suposta falha do lí<strong>de</strong>r. No caso <strong>de</strong> Arão e Miriam, a justificativa foi o casamento <strong>de</strong> Moisés<br />
com uma mulher estrangeira; no caso <strong>de</strong> Coré, Datã e Abirão, foi que Moisés tinha se<br />
colocado acima <strong>de</strong> todos eles; e neste caso, foi que Moisés e Arão tinham matado o povo<br />
do Senhor. Ora, quem matou os lí<strong>de</strong>res foi Deus. A <strong>rebelião</strong> <strong>de</strong> todo o povo é uma <strong>rebelião</strong><br />
generalizada. O espírito <strong>de</strong> <strong>rebelião</strong> foi migrando dos lí<strong>de</strong>res para o povo, contami<strong>na</strong>ndo<br />
toda a congregação. Se Moisés não tivesse tal intimida<strong>de</strong> com Deus, tudo estaria perdido.<br />
Mas Deus interveio, enviando uma praga, que matou catorze mil e setecentas pessoas do<br />
povo <strong>de</strong> Israel. O sentimento <strong>de</strong> importância está revelado <strong>na</strong>s palavras dos lí<strong>de</strong>res: “toda<br />
a congregação é santa, todos são santos, e o Senhor está no meio <strong>de</strong>les.” (Nm 16:3).<br />
Apesar <strong>de</strong> ser o povo <strong>de</strong> Deus, um povo especial, Deus exige or<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>cência. (I Co<br />
14:40). Deus não tolera rebeldia, pois Ele se lembra <strong>de</strong> Satanás, que foi o primeiro<br />
rebel<strong>de</strong>. Falar mal do lí<strong>de</strong>r, murmurar <strong>contra</strong> o lí<strong>de</strong>r, é rebeldia. Não <strong>de</strong>ixe esse espírito<br />
contami<strong>na</strong>r você.<br />
Por Pr. Valdi Pedro<br />
Caim, Balaão e Core<br />
Jd 11 Ai <strong>de</strong>les? porque foram pelo caminho <strong>de</strong> Caim, e por amor do lucro se<br />
atiraram ao erro <strong>de</strong> Balaão, e pereceram <strong>na</strong> <strong>rebelião</strong> <strong>de</strong> Core.<br />
«...Ai <strong>de</strong>les!...» Essa expressão é uma imprecação. O autor sagrado invoca o castigo divino.<br />
(Comparar com I Co 9:16). Isso mostra quão profundos eram seus sentimentos acerca da<br />
heresia que vinha prejudicando à <strong>igreja</strong> e ao evangelho dos apóstolos. (Isso po<strong>de</strong> ser<br />
comparado com a <strong>de</strong>núncia do Senhor Jesus <strong>contra</strong> os lí<strong>de</strong>res religiosos <strong>de</strong> seus dias, em<br />
Mt 23:13 ess.: «Ai <strong>de</strong> vós, escribas e fariseus, hipócritas!... Ai <strong>de</strong> vós, guias cegos!...<br />
Insensatos e cegos!... Cegos!... Guias cegos!... Fariseu cego!... por <strong>de</strong>ntro estais cheios <strong>de</strong><br />
hipocrisia e <strong>de</strong> iniquida<strong>de</strong>... Serpentes, raça <strong>de</strong> víboras! como escapareis da con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção<br />
do inferno?»
«...caminho <strong>de</strong> Caim...» Os mestres gnósticos usavam o nome <strong>de</strong> Caim para ilustrarem os<br />
«hílicos», isto é, aqueles que estão imersos <strong>na</strong> matéria (a qual matéria seria o princípio<br />
mesmo do mal), os quais formariam a maioria dos homens, e que, <strong>de</strong>vido à sua total<br />
i<strong>de</strong>ntificação com o que é terreno, jamais po<strong>de</strong>riam esperar ser remidos. O trecho <strong>de</strong> I Tm<br />
2:1-6 foi escrito, pelo menos em parte, a fim <strong>de</strong> refutar a essa crença. Todos os homens<br />
po<strong>de</strong>m ser remidos, e Cristo é o nosso re<strong>de</strong>ntor. O autor sagrado chama agora aos<br />
gnósticos, os supostos homens «pneumáticos» ou «espirituais», <strong>de</strong> filhos espirituais <strong>de</strong><br />
Caim. Portanto, eles é que seriam os verda<strong>de</strong>iros «hílicos» ou terrenos.<br />
Caim simboliza a traição, a concupiscência, a avareza e a auto-indulgência, conforme se vê<br />
pelo que diz <strong>de</strong>le a literatura judaica, como em Sabedoria <strong>de</strong> Salomão 10:3; Jubileus 4:1-<br />
5; Apocalipse <strong>de</strong> Moisés 3:2; Testamento dos Doze Patriarcas, Benjamim, 7:3-5; Filo em<br />
Sobre os Querubins, XX, Sacrifício <strong>de</strong> Abel e Caim X,xiv; e Posterida<strong>de</strong> e Exílio <strong>de</strong> Caim xv.<br />
As <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> Irineu sobre os gnósticos nos dão algum entendimento sobre quão<br />
gran<strong>de</strong> era a <strong>de</strong>pravação <strong>de</strong>les. Disse ele: «Eles também afirmam, como Carpócrates, que<br />
os homens não po<strong>de</strong>m ser salvos enquanto não passam por toda a forma <strong>de</strong> experiência.<br />
Segundo afirmam, um anjo os acompanha em todas as suas ações pecaminosas e<br />
abomináveis, impulsio<strong>na</strong>ndo-os a se aventurarem em audácia e incorrerem em poluições.<br />
Qualquer que seja a <strong>na</strong>tureza <strong>de</strong> sua ação, afirmam que o praticam em nome do anjo... E<br />
afirmam ser isso um 'conhecimento perfeito', não se furtando nem mesmo em praticar<br />
aquelas ações cujo simples nomear é ilegítimo». (Contra as Heresias 1.7.5). Há algo similar<br />
a isso em Eusébio. História Eclesiástica III.29. E Clemente <strong>de</strong> Alexandria, falando sobre<br />
essa mesma gente, diz: «...usam palavras ímpias continuamente... e assim nem entram no<br />
reino dos céus e nem permitem que aqueles que têm iludido cheguem à verda<strong>de</strong>». Os que<br />
assim fazem, ao invés <strong>de</strong> se mostrarem leais para com a autêntica tradição cristã, como<br />
fazem seus membros legítimos, «arrombam suas pare<strong>de</strong>s» como fazem os ladrões comuns,<br />
os quais em épocas passadas eram chamados «escavadores <strong>de</strong> lama», porque entravam<br />
<strong>na</strong>s casas escavando as pare<strong>de</strong>s. (Ver Misc. VII. 17). Tanto Irineu como Clemente<br />
chamaram tais homens <strong>de</strong> «cainitas». (Ver I Jo 3:12 acerca do exemplo negativo <strong>de</strong> Caim, e<br />
on<strong>de</strong> os gnósticos também são assim <strong>de</strong>scritos.).<br />
O Targum judaico, em Gn 4:7, apresenta Caim como o primeiro cético e sofista. Não tinha<br />
ele respeito pelo mundo eterno, e nem sabia exercer controle sobre si mesmo. Era um<br />
assassino, pelo que per<strong>de</strong>u o respeito pela humanida<strong>de</strong>, por igual modo. Devido à raiva e<br />
ao orgulho, «caiu da sabedoria», conforme diz Sabedoria da Salomão x.3. passagem que<br />
talvez estivesse <strong>na</strong> mente do autor sagrado, ao escrever o sétimo versículo <strong>de</strong>sta epístola.<br />
Os antigos intérpretes afirmam que Caim, por ter sido assassino <strong>de</strong> seu próprio irmão,<br />
tipificava os falsos mestres, que assassi<strong>na</strong>vam as almas dos homens.<br />
Na heresia dos gnósticos ofitas, os quais tinham os heróis do A.T. como vilões, ao passo<br />
que seus vilões seriam os verda<strong>de</strong>iros heróis espirituais, Caim e Core eram objetos <strong>de</strong><br />
reverência especial. Para eles, a serpente simbolizava a sabedoria e a bonda<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira,<br />
e Caim e seus sucessores seriam os autênticos campeões.<br />
«...erro <strong>de</strong> Balaão...» Este versículo quase certamente dá a enten<strong>de</strong>r que Balaão é símbolo<br />
da cobiça. A fim <strong>de</strong> ganhar um prêmio em dinheiro, da parte <strong>de</strong> Balaque, ele perverteu aos<br />
jovens do povo <strong>de</strong> Israel, agindo <strong>contra</strong> a própria consciência. (Ver Nm 22 - 24; 31:16; Ne<br />
13:2; Josefo, Antiq. IV.6.5-9). No judaísmo posterior, Balaão se tornou símbolo dos falsos<br />
mestres, os quais <strong>de</strong>sencaminham ou pervertem à juventu<strong>de</strong>. Por isso é que se lê em Pirke<br />
Aboth (5:21,22): «Todo aquele que a muitos tor<strong>na</strong> virtuosos, o pecado não vem por seu<br />
intermédio; e todo aquele que leva muitos a pecarem, não lhe dão oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
arrepen<strong>de</strong>r-se. Todo aquele que tem três coisas é um dos discípulos <strong>de</strong> Abraão, nosso pai.<br />
E todo aquele que tem três outras coisas é um dos discípulos <strong>de</strong> Balaão, o ímpio. Se
alguém tem olho bom, alma humil<strong>de</strong> e espírito manso, então é discípulo <strong>de</strong> Abraão, nosso<br />
pai. Mas se alguém tem um olho mau, uma alma jactanciosa e um espírito altivo, é dos<br />
discípulos <strong>de</strong> Balaão, ó ímpio... Qual é a diferença entre os discípulos <strong>de</strong> Abraão... e os<br />
discípulos <strong>de</strong> Balaão? Os discípulos <strong>de</strong> Balaão herdam a gee<strong>na</strong> e <strong>de</strong>scem ao abismo da<br />
<strong>de</strong>struição... Mas os discípulos <strong>de</strong> Abraão... herdarão o mundo por vir».<br />
Nosso texto, portanto, ensi<strong>na</strong>-nos que o erro <strong>de</strong> Balaão consiste da disposição e<br />
sofreguidão em corromper espiritual e moralmente aos homens, visando vantagens<br />
fi<strong>na</strong>nceiras. (Ver II Pe 2:15 acerca do «caminho <strong>de</strong> Balaão»; e ver Ap 2:14 acerca da<br />
«doutri<strong>na</strong> <strong>de</strong> Balaão»). O «caminho <strong>de</strong> Balaão» é próprio <strong>de</strong> um pastor alugado ou<br />
mercenário. Ele procura ganhar dinheiro com seus dons e habilida<strong>de</strong>s; seu coração não se<br />
firma em sua profissão religiosa, pois esta última, em sua concepção, é ape<strong>na</strong>s uma<br />
maneira <strong>de</strong> ganhar a vida. Tendo tal forma <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>, cai no «erro <strong>de</strong> Balaão», incli<strong>na</strong>ndose<br />
por corromper a outros, <strong>de</strong>vido à sua ganância. E a «doutri<strong>na</strong> <strong>de</strong> Balaão» consiste da<br />
i<strong>de</strong>ia que o povo em pacto com Deus po<strong>de</strong> contami<strong>na</strong>r-se e separar-se do Senhor,<br />
abando<strong>na</strong>ndo seu caráter <strong>de</strong> peregrinos no mundo. Tal doutri<strong>na</strong> macula a <strong>igreja</strong> e o<br />
mundo. A cobiça é uma idolatria espiritual. Balaão fazia do dinheiro o seu <strong>de</strong>us, e o<br />
resultado é que ele arruinou a missão que, <strong>de</strong> outra maneira, po<strong>de</strong>ria ter tido, no exercício<br />
<strong>de</strong> seus dons espirituais.<br />
O trecho <strong>de</strong> I Tm 6:5 mostra que essa atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> cobiça, em que um indivíduo usa seu<br />
ministério a fim <strong>de</strong> ganhar dinheiro, ao invés <strong>de</strong> usá-lo para servir a outros, é uma atitu<strong>de</strong><br />
característica dos mestres gnósticos. Esses supõem que a pieda<strong>de</strong> é um «lucro», ou que a<br />
pieda<strong>de</strong> é um meio <strong>de</strong> ganhar dinheiro.<br />
«...se precipitaram...» Literalmente, «foram <strong>de</strong>rramados», embora com a significação <strong>de</strong><br />
«correram ansiosamente após», «abando<strong>na</strong>r-se a». Os gnósticos não se envergonhavam <strong>de</strong><br />
sua ganância pelo dinheiro e nem <strong>de</strong> seu tipo pervertido <strong>de</strong> conhecimento. Des<strong>de</strong> o tempo<br />
dos sofistas os homens vinham ven<strong>de</strong>ndo conhecimentos e tirando gran<strong>de</strong> lucro <strong>de</strong> seus<br />
discípulos. Os gnósticos trouxeram essa prática à <strong>igreja</strong>. Ao assim fazerem, tor<strong>na</strong>ram-se<br />
os filhos espirituais <strong>de</strong> Balaão, porquanto eram não somente cobiçosos, mas corrompiam<br />
a mensagem que anunciavam.<br />
«...pereceram <strong>na</strong> revolta <strong>de</strong> Core...»(Ver a <strong>na</strong>rrativa em Nm 16:3 e ss.). Core foi o lí<strong>de</strong>r da<br />
revolta <strong>contra</strong> Moisés, reunindo um grupo <strong>de</strong> malcontentes. Mostraram-se orgulhosos e<br />
arrogantes, presumindo arrancar o po<strong>de</strong>r das mãos <strong>de</strong> Moisés. Core, pelo menos durante<br />
algum tempo, conseguiu gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> a<strong>de</strong>ptos, e não fora a verda<strong>de</strong>ira chamada e<br />
autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Moisés, e teria ele <strong>de</strong>struído a estrutura inteira <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> lei que Deus<br />
estabelecera. Lemos que o resultado fi<strong>na</strong>l ocorreu quando a terra se abriu e engoliu a<br />
companhia inteira <strong>de</strong> rebel<strong>de</strong>s. A terra, <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> suas tendas, «...abriu sua boca e os<br />
engoliu... e todos os homens que seguiam a Core... e assim <strong>de</strong>sceram vivos ao inferno... e<br />
pereceram da comunida<strong>de</strong> (Nm 16:1-34)». (Josefo, Antiq. IV.2.1-4.2).<br />
Os gnósticos estavam efetuando uma revolta similar <strong>contra</strong> a <strong>igreja</strong> cristã apostólica,<br />
enga<strong>na</strong>ndo a uma massa <strong>de</strong> malcontentes e algumas poucas pessoas inocentes, que eram<br />
enga<strong>na</strong>das e encantadas por sua doutri<strong>na</strong>. A segunda epístola <strong>de</strong> João mencio<strong>na</strong> um<br />
certo Diótrefes, que foi um dos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong>ssa revolta (ver II Jo 9, 10). Os gnósticos se<br />
revoltaram <strong>contra</strong> a doutri<strong>na</strong> apostólica, criando um novo «evangelho»; revoltaram-se<br />
<strong>contra</strong> a moralida<strong>de</strong> apostólica e <strong>contra</strong> a tradição apostólica inteira <strong>na</strong> <strong>igreja</strong>. Se<br />
porventura tivessem ganho a batalha, o cristianismo ter-se-ia tor<strong>na</strong>do ape<strong>na</strong>s outra<br />
religião misteriosa greco-roma<strong>na</strong>.<br />
Core representa o cisma, a usurpação da autorida<strong>de</strong> legítima e a revolta, heresias essas<br />
que causam divisões eclesiásticas, contendas que divi<strong>de</strong>m os irmãos <strong>na</strong> fé. Todos quanto<br />
se ocupam <strong>de</strong>ssas coisas são os filhos espirituais <strong>de</strong> Core. Consi<strong>de</strong>remos o caso <strong>de</strong>
Diótrefes (III Jo 9 e ss.), <strong>de</strong> Alexandre, o latoeiro (ver II Tm 4:14), <strong>de</strong> Himeneu (ver I Tm<br />
1:20) e <strong>de</strong> Janes e Jambres (II Tm 3:8).<br />
O julgamento divino paira sobre todos os tais, incluindo a con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção do ha<strong>de</strong>s: «A<br />
con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção daqueles que se levantam <strong>contra</strong> a verda<strong>de</strong>ira fé e excitam outros <strong>contra</strong> a<br />
Igreja <strong>de</strong> Deus, consiste <strong>de</strong> serem engolidos pela terra, permanecendo no abismo embaixo,<br />
juntamente com Core, Data e Abirã». (Irineu, IV.43).<br />
Notemos os tripletes, no oitavo versículo e no presente: ali os gnósticos aparecem como<br />
pecadores, <strong>de</strong> três maneiras diferentes; e neste ponto os gnósticos aparecem como quem<br />
segue três maus exemplos.<br />
Fonte: http://www.ebdareiabranca.com/Judas/Judas12.htm<br />
Fonte: http://www.ebdareiabranca.com/2011/3trimestre/sumario.htm