E DEUS CRIOU PORTO ALEGRE – - paulo timm
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E <strong>DEUS</strong> <strong>CRIOU</strong> <strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong> <strong>–</strong><br />
Coletânea - Paulo Timm (org)<br />
Este trabalho foi Inspirado - e é dedicado, ao Jornalista Web 2010, J.Luiz<br />
Prévidi Não tem qualquer pretensão acadêmica. Foi instigado pela leitura<br />
diária do Blog do Prévidi <strong>–</strong> www.previdi.com.br <strong>–</strong> com suas constantes<br />
referências à Porto Alegre e à defesa do retorno do nome da Rua dos<br />
Andradas para Rua da Praia. E pela sua publicação de algumas memórias<br />
minhas da cidade, da qual fiquei 40 anos ausente. Hoje reencontro outra<br />
cidade, tendo-me restado, da que deixei, meras lembranças. No<br />
desenvolvimento deste trabalho fiquei surpreso com a qualidade e<br />
quantidade de artigos, teses e livros sobre <strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong>,<br />
principalmente de autoria do Doutor Charles Monteiro, como também um<br />
jovem - James M.- com diversos blogs sobre a cidade na INTERNET. Sou<br />
do tempo em que o pouco que se sabia sobre POA eram as obras de Walter<br />
Spalding, meu professor no Colégio das Dores, artigos da Revista<br />
Provincia de São Pedro e crônicas do Correio do Povo. Revi, no<br />
percurso, com grande satisfação, alguns trabalhos de Sandra Jatahy que foi<br />
minha colega no Curso de C. Sociais da UFRGS nos anos 60. E a saudosa<br />
presença de outro colega, L.R.Lopes, também da UFRGS, História, da<br />
mesma época, com quem eu dividia aulas em vários cursos do Supletivo e<br />
Pré Vestibulares naquele período. A todos os que se dedicaram à memória<br />
da cidade, que a cantaram em verso e prosa, minha admiração. Mais do que<br />
isto, minha gratidão, por poder reviver um pouco daquele tempo em que<br />
me descobri, até sair “retórico e despido a caminho de mim” para cá voltar<br />
depois de tantas décadas.<br />
Paulo Timm - 2011<br />
A vida não apenas é bela. Ela vale a pena mesmo sem grande fortuna, sem grande talento,<br />
sem grande carisma, ou sem grande beleza, sem grandes realizações. Basta viver em Porto<br />
Alegre. Paulo Timm- 2010<br />
“Para onde voltamos sempre? Para casa.” (Novallis <strong>–</strong> Escritor alemão 1772-1801,<br />
inspirou Penelope Fitzgerald em seu romance The Blue Flower (1995).
Mande um cartão virtual com um pôr-do-sol<br />
de Porto Alegre para seus amigos<br />
BLOG <strong>PORTO</strong> IMAGEM: Blog sobre Porto Alegre e Rio Grande do Sul.<br />
Urbanismo, economia, investimentos, problemas, polêmicas,<br />
desenvolvimento, ecologia. Todos esses assuntos tratados de forma<br />
crítica e sem caráter ideológico ou partidário e, sim, com o propósito<br />
único de querer sempre o melhor para a cidade e o estado.<br />
http://portoimagem.wordpress.com/2011/04/18/polemica-envolve-a-rua-da-praia/<br />
FOTOS FANTÁSTICAS DE <strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong><br />
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1347229<br />
<strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong> - Video promocional<br />
Produção novembro 2008 - Cliente Ministério do Turismo - dr50@terra.com.br - direção Wilson<br />
néglia Filho, fotografia Fernando Vanelli, produção executiva Francisco Ramos milanez,<br />
montagem Rogério… Adicionado em 5/5/2010<br />
http://www.youtube.com/watch?v=pXQ9z8sPcHI<br />
CLIQUE PARA CONHECER MAIS SOBRE P.<strong>ALEGRE</strong>
1940 - Em uma dessas crônicas, reunidas em 1940, no livro História popular<br />
de Porto Alegre, editado catorze anos após sua morte, Aquiles Porto Alegre<br />
lembrava sob o título "A música das ruas" o tempo recuado de fins do século<br />
XIX, em que "as ruas da cidade eram .. (Tinhorão, JRamos - in “Os sons que<br />
vêm da rua” Ed.34 2ª Edição <strong>–</strong> 2005).<br />
Mostrar mais<br />
De Os sons que vêm da rua :<br />
http://books.google.com/books?id=jASF4z4Op0gC&pg=PA35&sig=Qi8pbox3QbPTbaXi<br />
T_lm1A7nG-Q&hl=pt-BR# .<br />
<strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong> É<br />
DEMAIS: http://www.youtube.com/watch?v=S_MkpVWMBoM<br />
CÉU, SOL, SUL, TERRA E<br />
COR: http://www.youtube.com/watch?v=vCnVgRdvq58<br />
HORIZONTES (com minha querida amiga ANGELA<br />
JOBIM): http://www.youtube.com/watch?v=PyHXbFmJ-9g<br />
DEU PRA TI: http://www.youtube.com/watch?v=KmCl9E085wI<br />
O GAUCHÊS, GAÚCHO TEM SOTAQUE ??? MAS, BEM<br />
CAPAZ: http://www.youtube.com/watch?v=nvdFaA1JhHA E<br />
http://www.youtube.com/watch?v=7ZwCTOY4WqY<br />
HINO RIO-GRANDENSE: http://www.youtube.com/watch?v=vyOicZulVNU
Outono em Porto Alegre<br />
14 de maio de 2011 - WWW.ZEROHORA.COM<br />
Outono, inverno, primavera e verão, são as quatro estações do ano em nosso planeta. Isso<br />
deve-se à diferença de radiação solar que incide sobre a superfície do planeta em determindada<br />
época do ano, fato provocado pelo movimento de deslocamento da Terra em torno do Sol, e<br />
pela inclinação do eixo da Terra em relação ao plano orbital.<br />
Algumas características do Outono são noites mais longas que os dias, mudança na coloração<br />
das folhas das árvores (elas ficam amarelas e caem), mudanças bruscas de temperatura,<br />
diminuição da umidade do ar.<br />
No Hemisfério Sul, o outono começa no dia 20 de março e termina no dia 20 de junho, no<br />
Hemisfério Norte, o outono tem início no dia 23 de setembro e termina no dia 22 de dezembro;<br />
Em imagens de Lauro Alves os detalhes do Outono em Porto Alegre.<br />
Lauro Alves
Lauro Alves
Lauro Alves
Lauro Alves
Lauro Alves<br />
MEMÓRIA E HISTÓRIA<br />
I <strong>–</strong> HISTÓRIAS<br />
CAFÉ HISTÓRIA<br />
Porto Alegre de outrora: 1889/1910<br />
Postado por Carlos Roberto S.da Costa Leite em 27 maio 2011 às 0:30<br />
Exibir blog de Carlos Roberto S.da Costa Leite<br />
http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/porto-alegre-de-outrora
O século XX chegou com expectativas e sonhos de<br />
renovação. A República havia se instalado no Brasil, desde novembro 1889, trazendo consigo<br />
a promessa de “novos ares”, representado no dístico positivista de nossa bandeira: “Ordem<br />
e Progresso”. Modernidade, industrialização e ciência eram palavras da moda. Vivíamos a<br />
esperança de novos tempos... As ruas, que homenageavam figuras ligadas ao Império, foram<br />
renomeadas com personagens, fatos ou datas referentes à República. A Rua do Imperador,<br />
por exemplo, recebeu o nome de República.<br />
No Rio Grande do Sul, a transição da Monarquia para a República gerou sérios conflitos.<br />
Ao término da “Revolução Federalista” ou “Revolução da Degola” (1893-1895), o Partido<br />
Republicano Rio-Grandense (PRR) se tornou hegemônico na, então, Assembleia dos<br />
Representantes. Esse confronto fratricida, que dividiu o Estado em pica-paus (lenço branco)<br />
e maragatos (lenço vermelho), deixou o registro funesto de 10.000 mortes. Julio Prates de<br />
Castilhos (1860-1903), líder do PRR, apeou do poder os maragatos, adeptos do Partido<br />
Federalista, liderados pelo político Gaspar Silveira Martins (1835-1901), passando a<br />
orquestrar, com sua batuta, o destino político do Estado, regido por uma Constituição de<br />
inspiração positivista (1891), escrita por ele, que acirrou a oposição política a seu governo.<br />
A abolição dos escravos ocorreu no Rio Grande do Sul, em 1884, quatro anos antes da<br />
assinatura da Lei Áurea (1888). A imprensa esteve presente na campanha abolicionista,<br />
especialmente, A Federação (1884-1937), Órgão do Partido Republicano (PRR), fundado por<br />
Julio de Castilhos, que fez intensa campanha contra o regime monárquico e defendeu a<br />
causa abolicionista. Infelizmente, a abolição dos escravos trouxe a liberdade, porém, não<br />
houve um projeto socioeconômico de inclusão do negro numa sociedade capitalista e<br />
competitiva, restando-lhe, então, a pobreza, subemprego, além do estigma de ex-escravo.<br />
Após a abolição da Escravatura e a implantação da República, em novembro de 1889,<br />
iniciou-se em Porto Alegre um processo de crescimento, do seu perímetro urbano,<br />
empurrando para a periferia os segmentos mais pobres, principalmente, de etnia negra; daí<br />
se originando espaços como a Colônia Africana (Atual Bairro Rio Branco) Areal da Baronesa<br />
e Mont’Serra que se constituíram em locais de resistência cultural negra, principalmente, na<br />
música (samba) e religiosidade ( culto aos Orixás).<br />
Na Cidade Baixa, na Lopo Gonçalves, morou, a partir de 1901, o Príncipe Negro,<br />
Custódio Joaquim de Almeida (1831? -1935), figura ligada à nobreza africana e babalorixá<br />
(sacerdote no culto africano) respeitado, que criava cavalos árabes e falava inglês e francês,<br />
despertando a curiosidade e causando surpresa ou admiração à sociedade da época, que<br />
estava habituada a ver o negro com o esteriótipo de ex-escravo e pobre. Segundo a tradição<br />
oral, na sua residência, O Príncipe Negro vivia os requintes peculiares à nobreza, recebendo
importantes figuras ligadas à política gaúcha a exemplo de Julio Prates de Castilhos (1860-<br />
1903), Borges de Medeiros (1864-1961), Getúlio Vargas (1883-1954), entre outras<br />
personalidades. Além da tradição oral e registros de seu falecimento em jornais da época, o<br />
único documento oficial, que comprova sua existência envolta de mistério e exotismo, é seu<br />
atestado de óbito, registrado na Santa Casa de Misericórdia, em maio de 1935, quando<br />
faleceu com 104 anos de idade.<br />
Em 1887, Porto Alegre, foi uma das primeiras cidades do Brasil a ter luz elétrica. O<br />
cinema (1896), a criação das Faculdades de engenharia (1897), Medicina (1898), Direito (1900)<br />
e, também, o aparecimento do automóvel (1906) e do bonde elétrico (1908) são novidades<br />
vivenciadas, pelos porto-alegrenses, no final do século XIX e durante o primeiro decênio do<br />
século XX. Na área dos esportes, tradicionalmente, representados àquela época pelo turfe e<br />
pelo remo, o porto-alegrense assistiu, também, ao surgimento de duas grandes potências do<br />
nosso futebol: O Grêmio (1903) e o Internacional (1909), a eterna dupla Gre-Nal.<br />
O viajante alemão Schwartz Bernard que visitou Porto Alegre, no início do século XX,<br />
considerou a cidade progressista, aproximando-se do modelo europeu de urbanidade.<br />
Segundo o jornalista e escritor Roberto Rossi Jung, em seu livro O Príncipe Negro, ao iniciar<br />
o século XX, Porto Alegre tinha uma população de 73.274 “almas”. De acordo com a<br />
historiadora Sandra J. Pesavento (1946-2009), o significativo crescimento econômico e<br />
populacional ocorreu devido ao comércio do seu porto e ao fluxo de imigrantes alemães e<br />
italianos, além de ex-escravos que, após a abolição, se voltaram para a capital em busca de<br />
sobrevivência.<br />
A “Ditadura Científica”, inspirada em Augusto Comte (1798-1857), foi implantada, no Rio<br />
Grande do Sul, por Julio Prates de Castilhos e acalentada pelo seu sucessor Borges de<br />
Medeiros, durante a Primeira República (1889-1930). De acordo com o contexto da doutrina<br />
positivista, a antiga Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre se expandiu, cresceu,<br />
alterando gradativamente sua paisagem urbana de característica açoriana.<br />
Uma característica de Porto Alegre é a influência do positivismo, que se faz presente, na<br />
sua arquitetura e estatuária. Nesse período, surgiram imponentes construções que foram<br />
modificando o visual citadino. Um exemplo, bastante apropriado, é a antiga Prefeitura<br />
Municipal que foi construída sob responsabilidade do engenheiro municipal João Cattani,<br />
sendo o projeto do arquiteto veneziano Luiz Carrara Colfosco. Inaugurado, em 1901, o prédio<br />
simbolizava o poder e a consolidação do Partido Republicano e seu ideário positivista. Nesse<br />
local, despachou por mais de 20 anos, o primeiro Intendente (prefeito) eleito por voto direto<br />
José Montaury de Aguiar Leitão (1858-1939). Nessa época, o voto não era secreto e as<br />
mulheres eram excluídas do processo de eleição. O ideal de modernidade na capital gaúcha<br />
se refletiu, na gestão de José Montaury, através da ampliação da rede elétrica, da rede<br />
hidráulica e das linhas de bonde.<br />
Em 1901, ocorreram dois importantes momentos culturais na capital gaúcha: A fundação<br />
da Academia Rio-Grandense de Letras e a realização de uma Exposição Geral, no Campo da<br />
Redenção, exibindo modernas tecnologias e os produtos que moviam a economia do Rio<br />
Grande do Sul. Em 1903, é criado o Museu Julio de Castilhos: primeiro museu do nosso<br />
Estado.
Em 1908, chegava a Porto Alegre o arquiteto alemão Theo Wiederspahn (1878-1952) num<br />
momento que a economia crescia e nosso Estado era considerado o terceiro mais importante<br />
do Brasil. Com o apoio das classes dominantes, Theo Wiederspahn (1878-1952) foi o<br />
responsável por inúmeras construções que modificaram a urbe, tradicionalmente, de<br />
características açorianas. De 1908 a 1930, o mesmo realizou 554 projetos documentados,<br />
entre os quais o prédio, hoje, ocupado pelo Museu de Arte Ado Malagoli (MARGS), e o prédio<br />
onde se encontra instalada, desde 1983, a Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ). No ano<br />
de 1909, chegava a Porto Alegre, vindo da França, o arquiteto, Maurice Gras, que assinou o<br />
contrato para a construção do Palácio Piratini.<br />
No início do século XX, os operários se organizavam, politicamente, enquanto classe,<br />
buscando melhores condições de vida. O anarquismo e o socialismo, através da pregação<br />
ideológica, disputavam, entre si, adeptos na luta para construir uma sociedade mais justa e<br />
igualitária.<br />
Em 1906, Francisco Xavier da Costa (1871-1934), primeiro negro vereador em Porto<br />
Alegre e introdutor da idéias marxistas entre os operários locais, liderou com Carlos Cavaco<br />
(1878-1961), a primeira Greve Geral no Rio Grande do Sul, reivindicando a jornada de oito<br />
horas de trabalho. De acordo com o pesquisador João Batista Marçal, em 1º/05/1905,<br />
Francisco Xavier da Costa fundou, o Partido Operário Rio-grandense e seu periódico A<br />
Democracia (1905-1908). Durante essa Greve Geral de 1906, conhecida como a “Greve dos 21<br />
dias”, fundou-se a FORGS (Federação Operária do Rio Grande do Sul).<br />
O ideal de modernidade, de acordo com o ideário positivista da elite gaúcha, era refletido<br />
pelo incentivo dado à implantação de indústrias. Nesse contexto surgiram, em Porto Alegre,<br />
nossas primeiras empresas: a Neugebauer (1891), Gerdau (1901) e a Wallig (1904). Ao término<br />
desse primeiro decênio do século XX, o Censo Municipal indicava que Porto Alegre contava<br />
com 2.294 casas de comércio e 154 fábricas.<br />
O modelo burguês europeu do “bem viver” era reproduzido nos espaços de lazer<br />
representados pelas confeitarias, os cafés, hipódromos, associações carnavalescas e o<br />
tradicional “footing” da Rua da Praia, onde os “cidadãos de bem” se exibiam com suas<br />
vestes da moda. Frequentar o Teatro São Pedro, para assistir às companhias líricas, era<br />
sinônimo de status e elegância. O professor e pesquisador, Décio Andriotti, profundo<br />
conhecedor desta temática no Estado, registrou no seu artigo A Música no Rio Grande do<br />
Sul / Uma síntese Crítica: “.. da metade do século XIX até a metade do XX, a ópera foi o<br />
gênero preferido do gaúcho”. Em seus garimpos históricos, ele descobriu, em 1994, na<br />
Biblioteca Pública do Estado, a partitura da Ópera Carmela, apresentada em 1902, da autoria<br />
do compositor gaúcho Araújo Vianna (1871-1916).<br />
Ao final do primeiro decênio do século XX, de acordo com o historiador Moacyr Flores,<br />
no livro RS / Modernidade (1890<strong>–</strong>1930), a cidade atingia o total de 110.000 habitantes. Em<br />
maio de 1910, o cometa Halley pôde ser observado na sua trajetória, trazendo medo às<br />
mentes mais incautas e ingênuas quanto a um possível “fim do mundo”. No “Ano do<br />
Cometa” (1910), quem governava o Rio Grande do Sul era o médico e político, Carlos<br />
Barbosa Gonçalves (1851-1933), que foi responsável por importantes obras, como por<br />
exemplo, o Palácio Piratini e a Biblioteca Pública do Estado.
O cotidiano de Porto Alegre, seu aspecto socioeconômico e cultural, está impresso nas<br />
páginas de diversos periódicos que fazem parte da história da nossa Imprensa local. No livro<br />
“Tendências do Jornalismo”, do professor Francisco Rüdiger, encontra-se a informação de<br />
que, no início do século XX, havia 142 periódicos (jornais e revistas) no Rio Grande do Sul.<br />
Destacaram àquela época: o Jornal do Comércio, A Federação (1884-1937), A Reforma (1869-<br />
1912), Deutsche Zeitung (1861-1917) Correio do Povo (1895), A Gazetinha (1897-1900) e O<br />
Independente (1900-1923), entre outros periódicos, que registraram o cotidiano da nossa<br />
cidade. O mais antigo jornal em circulação na capital é o Correio do Povo, fundado pelo<br />
sergipano Caldas Júnior em 1º/10/1895, e no interior do Estado é a Gazeta do Alegrete,<br />
fundada por Luiz de Freitas Valle, circulando desde 1º/10/1882.<br />
O Jornal do Comércio (1864 -1911) é considerado o maior periódico que circulou no Rio<br />
Grande do Sul: 49,5 cm x 70 cm. Fundado pelo pernambucano Luiz Francisco Cavalcanti de<br />
Alburquerque, seguia a orientação do Partido Liberal. O mesmo é considerado, pelos<br />
historiadores, um dos mais importantes jornais que circulou àquela época. O periódico<br />
dedicou-se à literatura, comércio e notícias, em geral, e circulou de terças a domingos. Sua<br />
sede se localizava no Largo da Quitanda (hoje Praça da Alfândega). No período de 1891 a<br />
1895, Caldas Júnior (1868 - 1913) foi seu redator-chefe. Aquiles Porto Alegre (1848 - 1926)<br />
dirigiu o periódico de 1884 a 1888. Em 1892, o mesmo se tornou proprietário do jornal. Em<br />
1899, Germano Hasslocher Filho (1862-1911) foi, também, seu redator-chefe. É fundamental<br />
que se registre a valiosa contribuição de Aurélio Veríssimo de Bittencourt (1849-1919), no<br />
período de 1903 a 1911, e do jornalista alemão Carlos Von Koseritz (1834-1890), entre outros<br />
nomes, que ajudaram a construir a história desse importante periódico gaúcho. Segundo o<br />
historiador Sérgio da Costa Franco, no seu livro ”Gente e Espaços em Porto Alegre”, quando<br />
finalizou o século XIX, o Jornal do Comércio disputava, com seu rival o Correio do Povo, o<br />
título de ser o periódico de maior tiragem e circulação no Rio Grande do Sul.<br />
É do consenso dos pesquisadores, acerca da história de Porto Alegre, que os registros<br />
jornalísticos de época são indispensáveis no resgate histórico da cidade nos seus mais<br />
diversos aspectos.<br />
* Coordenador do Setor de Imprensa - Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa<br />
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.<br />
II - Aquiles José Gomes Porto-alegre<br />
Aquiles José Gomes Porto-alegre<br />
Nascimento 29 de março de 1848<br />
Rio Grande<br />
Morte 21 de março de 1926 (77 anos)<br />
Porto Alegre<br />
Nacionalidade Brasileiro<br />
Ocupação Jornalismo
Aquiles José Gomes Porto-alegre [1] (Rio Grande, 29 de março de 1848 — Porto<br />
Alegre, 21 de março de 1926) foi um escritor, jornalista, funcionário público e educador<br />
brasileiro.<br />
Em Porto Alegre estudou no Colégio Gomes e na Escola Militar. Irmão de Apelles e<br />
Apolinário Porto-Alegre, fundou com eles a Sociedade Pártenon Literário e, com o<br />
irmão Apolinário, fundou o Colégio Porto Alegre.<br />
Exerceu diversas funções públicas: foi capitão, telegrafista, funcionário do Tesouro,<br />
inspetor escolar e professor.<br />
Foi um dos precursores da crônica moderna na literatura gaúcha, publicando diversas<br />
obras sobre a cidade de Porto Alegre entre os anos de 1915 e 1925.<br />
Jornalista, fundou e dirigiu o Jornal do Commercio (1884 a 1888), onde assinou<br />
diversas crônicas com o pseudônimo Carnioli, e de onde seu genro, Caldas Júnior, saiu<br />
para fundar o Correio do Povo. Também dirigiu o jornal A Notícia, 1896.<br />
Em 25 de março de 1883 o Jornal do Commercio declarou não mais aceitar anúncios<br />
sobre fuga e negociação de escravos, sendo o primeiro jornal porto-alegrense defensor<br />
da libertação dos escravos. [2]<br />
Foi sócio fundador do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul e da<br />
Academia Rio-Grandense de Letras.<br />
[editar] Obras<br />
Homens ilustres do Rio Grande do Sul, 1916<br />
Vultos e fatos do Rio Grande do Sul, 1919<br />
Através do passado (crônica e história), 1920<br />
Flores entre ruínas, 1920<br />
Noutros tempos (crônicas), 1922<br />
Noites de luar, 1923<br />
Palavras ao vento, 1925<br />
História Popular de Porto Alegre, 1940 (póstuma)<br />
Notas e Referências<br />
1. ↑ Pela grafia arcaica, Achylles Joze Gomes Porto-alegre.<br />
2. ↑ Sousa Docca, Emílio Fernandes de, História do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro:<br />
Edição da Organização Simões, 1954. Página 389.<br />
[editar] Bibliografia<br />
Franco, Sérgio da Costa, Guia Histórico de Porto Alegre (4a. ed.). Porto Alegre: Editora<br />
da Universidade (UFRGS), 2006.<br />
Histórias e memórias da cidade nas crônicas de Aquiles Porto Alegre (1920-1940) -<br />
Charles Monteiro (em português)
I<br />
-<br />
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II <strong>–</strong> APRESENTAÇÃO POÉTICA DA CIDADE<br />
Olho o mapa da cidade<br />
Como quem examinasse<br />
A anatomia de um corpo...<br />
(E nem que fosse o meu corpo!)<br />
Sinto uma dor infinita<br />
Das ruas de Porto Alegre<br />
Onde jamais passarei...<br />
Há tanta esquina esquisita,<br />
Tanta nuança de paredes,<br />
Há tanta moça bonita<br />
Nas ruas que não andei<br />
(E ha uma rua encantada<br />
Que nem em sonhos sonhei...)<br />
Quando eu for, um dia desses,<br />
Poeira ou folha levada<br />
No vento da madrugada,<br />
O Mapa<br />
Mário Quintana
Serei um pouco do nada<br />
Invisível, delicioso<br />
Que faz com que o teu ar<br />
Pareça mais um olhar,<br />
Suave mistério amoroso,<br />
Cidade de meu andar<br />
(Deste já tão longo andar!)<br />
E talvez de meu<br />
____<br />
MÁRIO QUINTANA é, por excelência, o poeta portoalegrense. Eis sua biografia:<br />
Mário Quintana - Biografia<br />
www.releituras.com/mquintana_bio.asp - Em cache<br />
13 jan. 2011 <strong>–</strong> Foi matriculado no Colégio Militar de Porto Alegre, em regime de<br />
internato, no ano de 1919. ... Em 1939, Monteiro Lobato lê doze quartetos de Quintana<br />
na ..... MORGAN, Charles. Sparkenbroke. Porto Alegre: Globo, 1941. ...<br />
III <strong>–</strong> CARTÃO POSTAL : RUA DA PRAIA<br />
Acesse<br />
http://www.facebook.com/home.php?re<br />
f=hp.<br />
Manifesto Rua da Praia<br />
O presente movimento busca um profundo resgate. O da valorização da manifestação popular.<br />
Buscamos, com um movimento criado por cidadãos de Porto Alegre recuperar, agora, de forma oficial, o<br />
nome RUA DA PRAIA para, senão a mais importante e significativa via de nossa cidade, àquela que está<br />
mais presente na mente dos munícipes da Capital dos gaúchos.<br />
Para isso, recuperamos abaixo alguns momentos importantes da história e cultura que, ao longo dos<br />
anos se refere à Rua da Praia. Da mesma forma, com isto, justificamos nosso desejo de termos o<br />
batismo oficializado, a exemplo de tantas outras vias de Porto Alegre.<br />
Em sua obra, após uma descrição da oficial Rua dos Andradas, o historiador Sérgio da Costa Franco,<br />
assim se refere: “Na toponímia antiga, da extremidade ocidental da península até a atual Rua General<br />
Câmara, a Rua dos Andradas denominava-se "da Praia"; daquele ponto para cima, "Rua da Graça". O<br />
cronista Pereira Coruja, em suas Antigualhas, registra que "0 povo não engraçou com o nome de “Rua
da Graça", terminando por generalizar a da Praia, em toda a sua extensão. Nas escrituras dos<br />
tabelionatos e nos papeis da Câmara Municipal, fala-se em Rua da Graça pelo menos ate o final da<br />
Revolução Farroupilha.<br />
Assim, chegamos a uma curiosa conclusão, a de que aquela que é consagrada no imaginário popular que<br />
ultrapassa, certamente, a mais de dois séculos, todos os obstáculos legais para ser soberana na mente e<br />
corações dos porto-alegrenses, na verdade, oficialmente, nunca se chamou Rua da Praia.<br />
E é exatamente por isso, e sem qualquer demérito à família dos Andradas, que emprestou em<br />
determinado momento, no aniversário da independência do Brasil, pelo requerimento dos vereadores<br />
Francisco José Barretto, João Carlos Bordinie Felisberto Antônio de Barcelos, nos idos 1865, que agora,<br />
por justiça à vontade popular, requeremos que a denominação oficial, seja Rua da Praia.<br />
Quem conhece fora de nossa cidade a Rua dos Andradas? Ao contrário, muitos já ouviram falar na Rua<br />
da Praia, local de encontros, diversão, negócios, onde circulam diariamente milhares de pessoas. Quem,<br />
não se utilizou da frase: estou indo ao centro, na Rua da Praia pagar uma conta, ou fazer umas<br />
compras, ou ir à Casa de Cultura Mário Quintana, na Praça da Alfândega, que anualmente abriga a Feira<br />
do Livro.<br />
Em 2011 completam-se 146 anos desde que a denominação de Andradas foi oficializada - e, mesmo<br />
assim, a Rua da Praia sobreviveu incólume, soberana, na mente dos porto-alegrenses e gaúchos, sendo<br />
assim a referência para turistas que aqui chegam. Pois bem, é então contraditória essa situação. Quem<br />
se acorre dos guias de endereços provavelmente não compreende essa ausência. A procura incessante<br />
pode, até, causar confusão.<br />
E para comprovar essa linha de raciocínio, que nos socorremos de muitos intelectuais, escritores,<br />
poetas, jornalistas, artistas. Rafael Guimarães em seu magnifico livro Rua da Praia <strong>–</strong> Um passeio no<br />
Tempo, Editora Libretos, se refere ao nome dessa forma: “Em 1843, quando as vias recebem suas<br />
primeiras placas, tudo passa a ser Rua da Praia, em 1865, num arroubo patriótico, a Câmara aprova o<br />
novo nome, Rua dos Andradas, em homenagem a José Bonifácio, o “Patriarca da Independência” e seus<br />
irmãos. Para o povo, no entanto, ela será sempre Rua da Praia. E para os críticos ao resgate da Rua da<br />
Praia e defensores da homenagem aos Andradas, respondemos com a existência da já denominada<br />
Avenida José Bonifácio, uma importante via da cidade, no bairro Bom Fim, um dos mais tradicionais da<br />
cidade, que homenageia o “Patriarca da Independência”.<br />
José Cândido Gomes, que, sob o pseudônimo de "O Estudante", publicava crônicas semanais no jornal<br />
Mercantil a partir de 1852, já glosava as particularidades e singularidades da Rua da Praia. Zeferino<br />
Brazil, Aquiles Porto Alegre e quase todos os cronistas da cidade Ihe dedicaram cronicas. Érico Veríssimo<br />
ali situou vários episódios de seus romances. Nilo Ruschellhe dedicou um livro especifico, e Renato<br />
Maciel de Sá Júnior publicou três series de Anedotário da Rua da Praia que se transformaram em bestseller.<br />
Pois é a Rua da Praia cantada em versos. Fonte de inspiração, segundo o compositor carioca Tito Madi<br />
que canta a Rua dessa forma: Rua da Praia, Eu vim para procurar minha saudade, Pra ver se encontro<br />
na verdade, Aquela que vivi........<br />
Já João Palmeiro e Ivaldo Roque em Outubro 18h dizem, Vou pela calçada, Porto Alegre à tarde, Quase<br />
ao anoitecer, Os cinemas chamam para ver, As vitrines vão acender, Gente com pressa, Ora para quê,<br />
Vou atravessando a Rua da Praia despreocupado. E o grande sucesso, porém, foi de Alberto do Canto<br />
em Rua da Praia: Rua da Praia que não tem praia, que não tem rio, Onde as sereias andam de saias e<br />
não de maiô. Rua da Praia do jornaleiro, do camelô, Do Estudante que a aula da tarde gazeou.....<br />
Não menos do que o nosso imortal Moacir Scliar, em histórias de Porto Alegre, Editora LPM, cita alguns<br />
personagens da Rua Praia, e vai adiante quando diz que “A Rua da Praia, sempre foi o coração de Porto<br />
Alegre”. Assim como Luís Fernando Veríssimo, no Traçando Porto Alegre, Editora Arte e Oficio, também<br />
sucesso editorial, refere Porto Alegre, como a Mal entendida, “A rua principal da cidade não existe. Você<br />
rodará toda a cidade à procura da Rua da Praia e não a encontrará”... “Finalmente, desconfiado de que a<br />
Rua Principal só pode ser aquela que concentra a maior parte do tráfego de pedestres no centro, você<br />
consultará a placa e lerá “Rua dos Andradas”. Mas ninguém a chama de Rua dos Andradas, chamam<br />
pelo nome antigo de Rua da Praia”.<br />
Portanto, o nome Rua da Praia, é mais significante para nossa população, já que é a voz do povo,<br />
aqueles que são os legítimos donos dessa cidade, que estão acima de governos, partidos políticos,<br />
famílias tradicionais ou não, está além, até mesmo do sentido poético, pois é parte petrificada no cerne<br />
da nossa cultura popular.<br />
É dessa maneira que propomos, ao comemorarmos os 239 anos de Porto Alegre, que lançamos esse<br />
movimento a fim de corrigir o que entendemos ser uma falha cometida há quase 146 anos, que se<br />
colocou na contramão da vontade dos cidadãos e denominou a principal rua da cidade com um nome<br />
que, na verdade, não a representa até hoje. Devolvamos ao povo aquilo que ele consagrou, a Rua da<br />
Praia.<br />
POA 23 março 2011 - www.previdi.com.br<br />
A Rua da Praia vai voltar!!
WWW.previdi.com.br - Quarta, 23 de março de 2011<br />
Em 1987 fiz um jornal, com mais dois amigos, chamado “Rua da Praia <strong>–</strong> Jornal do<br />
Centro”. Terminou no ano seguinte, mas fizemos uma barulheira danada. A cada edição<br />
uma surpresa. Fizemos a primeira grande entrevista com o então deputado Sérgio<br />
Zambiasi <strong>–</strong> quatro páginas <strong>–</strong>, uma série sobre travestis da Farrapos, a cobertura informal<br />
do assassinato do Daudt e muitas outras. Não sei o motivo de pararmos <strong>–</strong> e não foi falta<br />
de patrocínio, porque tínhamos apenas grandes anunciantes.<br />
Uma das matérias com mais repercussão foi a que defendia a troca da Rua dos Andradas<br />
(Arghh!!) por Rua da Praia. Tinha o apoio de todos os vereadores e inclusive um projeto<br />
foi apresentado. Mas morreu na casca, porque as empresas instaladas na rua alegaram<br />
que teriam que trocar toda a documentação, por exemplo. Fora a correspondência.<br />
Ficou por isso mesmo, e continuamos homenageando esses irmãos metralha, os<br />
Andradas. Os caras entraram para a história como bandidos e os porto-alegrenses<br />
homenageiam essa corja. Dá para entender?<br />
-----<br />
Já publiquei várias matérias e artigos sobre o movimento que o Machado Filho e o<br />
Paulo Pruss estão liderando para voltar o nome original da nossa primeira rua. Ontem<br />
recebi o longo Manifesto Rua da Praia, do Paulo Pruss. Está no Ferro e Mais Ferro.<br />
E hoje, o Milton Gerson mandou uma matéria mais resumida, que “cabe” bem nesse<br />
espaço.<br />
Leia:<br />
Aproveitando a Semana de Porto Alegre, que comemora os seus 239 anos de fundação,<br />
e o forte discurso em defesa da revitalização do Centro da Capital, um movimento<br />
liderado por intelectuais, jornalistas e cidadãos da cidade quer oficializar o nome de Rua<br />
da Praia na via pública considerada, senão a mais importante, a mais lembrada pelos<br />
porto-alegrenses. A primeira via da cidade.<br />
Os idealizadores, Paulo Pruss e Machado Filho, contam que a iniciativa tomou corpo a<br />
partir da postagem de uma chamada na página criada no facebook (Porto Alegre<br />
Personagens). A partir daí começaram as manifestações de apoio. Agora outros<br />
jornalistas, intelectuais, historiadores e cidadãos em geral estão sendo convidados a<br />
erguer a bandeira em defesa da Rua da Praia.<br />
A Rua da Praia, na verdade é o nome popular que era utilizado por cartórios antes da<br />
primeira metade do século 18. Em 1865, quando a Câmara Municipal ainda não<br />
legislava <strong>–</strong> as leis municipais só iniciaram após 1892, com a proclamação da República,<br />
em 1889 <strong>–</strong> vereadores da Capital registraram em ata o requerimento para que a via<br />
passasse a ter a denominação dos Andradas.<br />
Ocorre que, passados mais de 146 anos desse fato a força do desejo popular se<br />
demonstrou maior e o nome Rua da Praia é aquele que permanece presente na mente e<br />
corações dos porto-alegrenses e gaúchos. A Rua da Praia é cantada em verso e prosa,<br />
abriga importantes ícones da cidade, como a Praça da Alfândega, o Clube do Comércio,<br />
a Casa de Cultura Mário Quintana, a Igreja das Dores, entre outros.<br />
Não há quem não faça referência a denominação popular, em detrimento daquela que<br />
consta nas placas indicativas. Isto confunde nossos turistas, que muitas vezes são<br />
induzidos ao erro, já que, por obvio, não a encontram em mapas e guias oficiais.<br />
Assim, por essas e outras razões, um manifesto foi lançado na Internet durante a<br />
Semana de Porto Alegre - que comemora 239 anos no dia 26 de março. O objetivo é<br />
ganhar as ruas para consolidar em lei o que até então era apenas um desejo inconsciente
da população.<br />
Segundo os idealizadores do movimento, esse é apenas o começo. "Queremos debater o<br />
tema em uma audiência pública, envolvendo historiadores, intelectuais, jornalistas e<br />
demais interessados", disse Pruss.<br />
Quer ter uma ideia do debate na rede social?<br />
RUA DA PRAIA<br />
Marilene Machado IN “ Xirua”, Apresentação de Luiz Coronel, POA, 1984<br />
Bombacha alguma,<br />
aventa tuas crinas,<br />
nenhuma bota,<br />
de garrão de potro,<br />
arranha tuas esquinas,<br />
nem tampouco<br />
algum trote de potranca,<br />
se esfrega nas tuas ancas.<br />
Cancha reta, despilchada,<br />
quando andejo por cima de ti,<br />
às vezes até que gosto,<br />
do entrevero dos bolichos,<br />
mas assisto,<br />
a tantos estrangeirismos<br />
nos costados das calçadas,<br />
estragando o paisagismo,
e a história da gauchada.<br />
Te internacionalizaram,<br />
e até a gurizada<br />
está desgauchizada,<br />
e se maneia e se assusta,<br />
e se maneia e assusta,<br />
ao ver alguma bombacha,<br />
chiripá, chapéu tapeado,<br />
na beira das tuas fuças,<br />
rua gaudéria gaúcha,<br />
tão pequerrucha,<br />
tão povoada,<br />
prostituta,<br />
mal-amada.<br />
Hoje quando te avistei,<br />
e me entreverei em ti,<br />
sem mais te reconhecer,<br />
resolvi, juro por Deus,<br />
te amadrinhar, de ponta-a-ponta,<br />
e depois, te dizer adeus!<br />
CRÔNICAS<br />
Cronica antiga <strong>–</strong> Paz na terra « Paulo Wainberg<br />
<strong>paulo</strong>wainberg.wordpress.com/.../cronica-antiga-paz-na-ter... - Em cache
15 dez. 2010 <strong>–</strong> Crônica antiga <strong>–</strong> Paz na terra .... livro de crônicas!!! 4 days ago; Está<br />
tão frio em Porto Alegre que instalei meu iglu diante da lareira. ...<br />
<strong>PORTO</strong> DAS CRÔNICAS<br />
taisluso.blogspot.com/ - Em cache<br />
2 jul. 2011 <strong>–</strong> <strong>PORTO</strong> DAS CRÔNICAS ..... Finalmente foram adicionados logo no<br />
início do Antigo Império, 24 símbolos, representando cada um deles um único fonema<br />
.... Tais Luso : Porto Alegre, Brazil. Visualizar meu perfil completo ...<br />
Machado de assis / poema 'ela' - Coisas de turistas - Pra que tanta pressa?<br />
[PDF]<br />
Histórias e memórias da cidade nas crônicas de Aquiles Porto Alegre<br />
www.unisinos.br/publicacoes.../images/.../11historian10vol8_artigo05.pdf<br />
Formato do arquivo: PDF/Adobe Acrobat - Visualização rápida<br />
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Bom Fim retrato de forma pesooal por Juremir Machado da Silva. ...<br />
HHIISSTTÓÓRRIIAA U UNNIISSIINNOOSS VVool.l .8 8 NNº º1 100 JUJULL/D/DEEZZ p2. 08014-96<br />
Histórias e memórias da cidade nas crônicas de<br />
Aquiles Porto Alegre (1920-1940)<br />
Charles Monteiro*<br />
http://www.unisinos.br/publicacoes_cientificas/images/stories/sumario_historia/vol10n8/11h<br />
istorian10vol8_artigo05.pdf<br />
Resumo<br />
As crônicas de Aquiles Porto Alegre, escritas entre 1915 e 1925 e selecionadas por Deusino<br />
Varela em 1940, elaboravam a memória de uma “outra” cidade: a velha Porto Alegre. Nessas<br />
crônicas era lembrada a pequena e pacata cidade do século XIX, com aspectos interioranos,<br />
que podia ser percorrida a pé, onde os habitantes se conheciam e os nomes das ruas eram dados<br />
pelos seus moradores.<br />
Entre a história e a literatura, estas crônicas tinham um tom nostálgico e buscavam perpetuar a<br />
memória de uma cidade menor, social e culturalmente menos complexa diante de um presente<br />
instável e em rápido processo de mudança.<br />
Palavras-chave: memória, crônica, Porto Alegre, cultura urbana,memorialistas, Aquiles Porto<br />
Alegre.<br />
* Professor do curso de História e no Programa de Pós-Graduação em História da<br />
PUCRS. Mestre em História pela PUCRS e doutor em História pela PUCSP.<br />
E-mail: monteiro@pucrs.br<br />
Porto Alegre e suas escritas. Histórias e memórias (1940 e 1972).<br />
Charles Monteiro
Tese de Doutorado em História Social. Programa de Estudos Pós-Graduados em<br />
História, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 459 p. 2001<br />
CRÔNICAS AVULSAS<br />
Domingo no Brique - Crônica <strong>–</strong> 23 04 2006<br />
Por Scyla Bertoja*<br />
Apesar de morar em Porto Alegre há trinta e três anos, eu jamais havia<br />
visitado o famoso Brique da Redenção, o que fiz hoje por sugestão de um<br />
amigo. Solitária em meio à multidão que se acotovelava entre os estandes de<br />
exposição e venda das mais variadas formas de artesanato, comecei a ver<br />
pessoas com caras de domingo, expressões relaxadas, rindo alto entre<br />
comentários com seus acompanhantes. Grupos de mulheres maduras alegres<br />
em seus trajes esportivos colados aos corpos esguios malhados e carentes de<br />
glicídios, lipídios e carboidratos. Pensei: Como elas conseguem nessa idade?<br />
Possivelmente a genética me daria uma resposta satisfatória. E a nutricionista<br />
me daria um programa especial para ficar igual a elas. E, claro, eu morreria poucos dias após<br />
iniciada a dieta.<br />
Encontrei conhecidos que não me reconheceram, e outros que agarrei, literalmente, para que<br />
notassem que eu era eu. Abracei gente querida, almocei com parentes, comprei alguma coisa<br />
antiga e voltei para casa cansada.<br />
Nada como a grande janela do décimo andar para reafirmar convicções relativas à imensa graça<br />
de estar viva. Mas não é tão simples assim.<br />
O sol se pôs. Hoje, de modo especial. Aquarela inimitável e fugaz. Fui rápida. Providenciei o fundo<br />
musical adequado, meu sonho recorrente, trilha sonora de Manhattan (Woody Allen), Gershwin.<br />
Observei todos os detalhes do trabalho da natureza desmontando o cenário da tarde, ao mesmo<br />
tempo em que, não sei de onde, surgia delicada e célere, a noite. A rapsódia azul injetava<br />
encantamento em minhas veias atrofiadas pela rotina de quem vive à espera. Enlouquecida pela<br />
presença das lembranças, dancei pela sala, esquecida do tempo e da minha realidade. Naquele<br />
momento só havia acordes, ritmos, melodia. Lá fora o manto negro se instalara e a lua e as<br />
estrelas pálidas de espanto não conseguiam despregar seus olhos iluminados da cena insólita que<br />
eu lhes oferecia.<br />
Quando a música terminou, caí exausta sobre a poltrona e comecei a chorar. A lâmina brilhava<br />
sobre a mesa, mas não tive forças para alcançá-la. Mariposa estonteada pela profusão de luz, asas<br />
chamuscadas, cansada de dançar, desisti. Quem sabe num próximo pôr de sol, quando a loucura<br />
voltar com as cores do crepúsculo derradeiro.<br />
*SCYLA REGINA BERTOJA BATTISTI é Licenciada em Letras pelo UNIRitter, com Especialização na<br />
FAPA. Nasceu em Júlio de Castilhos (RS), morando em Porto Alegre há mais de trinta anos. Possui<br />
textos publicados em revistas, jornais, coletâneas e antologias. Assina colunas no site VMD, de<br />
Vânia Moreira Diniz, no Jornal ECOS (do Mundo Lusófono), no site da Comunidade MAYTÊ e
colabora com o Informativo ORIUNDI. Lançou o livro Crônicas em outubro/2005.<br />
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/pwcidadao/default.php?reg=15&p_secao=155<br />
<strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong> : A mal entendida<br />
Luiz Fernando Veríssimo<br />
http://literal.terra.com.br/verissimo/nas_cidades/tracando/tracando_portoalegre_m<br />
alentendida.shtml?ascidades<br />
Porto Alegre vive à beira de alguns mal-entendidos.<br />
Para começar, vive à beira de um rio que não é rio. O Guaíba é um estuário, ou<br />
como quer que se chame essa espécie de ante-sala onde cinco rios se reúnem para<br />
entrar juntos na Lagoa dos Patos.<br />
Mas todos o chamam de Rio<br />
Guaíba.<br />
A rua principal da cidade não<br />
existe. Você rodará toda a cidade<br />
à procura da Rua da Praia e não a<br />
encontrará. Usando a lógica - o<br />
que é sempre arriscado, em Porto<br />
Alegre - procurará uma rua que<br />
margeia o rio (que não é rio), ou<br />
que comece ou termine numa<br />
praia. Se dará mal. Não há praias<br />
no centro da cidade, e nenhuma<br />
rua ao longo do falso rio se chama<br />
"da praia". Finalmente,<br />
desconfiado de que a rua principal<br />
só pode ser aquela que concentra<br />
a maior parte do tráfego de pedestres no centro, você consultará a placa e lerá<br />
"Rua dos Andradas". Mas ninguém a chama de Rua dos<br />
Andradas, chamam pelo nome antigo, Rua da Praia. Por que da praia? Ninguém<br />
sabe. Só se sabe que ela vai da Ponta do Gasômetro, que não é mais Gasômetro,<br />
até a Praça Dom Feliciano, que todos chamam Praça de Santa Casa, passando pela<br />
Praça da Alfândega, que já foi praça Senador Florêncio, mas voltou a ser Praça da<br />
Alfândega porque ficava na frente da Alfândega - que não existe mais.<br />
Confuso, você talvez entre no prédio da prefeitura para pedir satisfações, só para<br />
descobrir que entrou no prédio errado. Existe outra prefeitura, a nova, atrás da<br />
velha, que por sua vez tem na frente uma praça chamada não Porto Alegre mas<br />
Montevidéu.
Na prefeitura certa talvez lhe digam para ir se queixar ao bispo, tendo que, para<br />
isto, subir a Rua da Ladeira até a Praça da Matriz, onde fica a Catedral. Desista.<br />
Você não encontrará a Rua da Ladeira, que hoje se chama (só ela se chama,<br />
porque ninguém mais a chama assim) General Câmara, e a Praça da Matriz na<br />
verdade é a Praça Marechal Deodoro, embora poucos porto-alegrenses saibam<br />
disto.<br />
A única vantagem de toda esta confusão é que você precisará de muito tempo para<br />
ir decifrando Porto Alegre, ao contrário do que acontece em cidades previsíveis e<br />
sem graça como Paris, Roma, etc., onde tudo tem o mesmo nome há séculos - e ir<br />
degustando-a aos poucos. Acho que não se decepcionará.<br />
Vencidos os primeiros mal-entendidos e localizada, por exemplo, a “Praça da<br />
Matriz”, você pode fazer uma visita ao Theatro São Pedro, um dos orgulhos da<br />
cidade com seu prédio em estilo barroco português e sua pequena platéia em forma<br />
de ferradura. Há quem diga que é o teatro mais bonito do Brasil. Certamente é o<br />
mais bem cuidado. Inaugurado em 1858, esteve fechado por uns tempos e foi<br />
magnificamente restaurado para sua reinauguração há poucos anos. Da sacada do<br />
seu primeiro andar, onde ficam o foyer e o café, você pode olhar a Praça de cima.<br />
Se tiver sorte, os jacarandás estarão florindo. Do outro lado da praça estão a<br />
Catedral e o palácio do governo estadual, ou Palácio Piratini, esse no estilo<br />
neoclássico francês. Duas coisas surpreendem alguns visitantes em Porto Alegre<br />
pela quantidade insuspeitada: a arquitetura neoclássica e os jacarandás.<br />
Saindo do Theatro São Pedro você pode aproveitar para dar uma olhada na<br />
Biblioteca Pública (outro exemplo do estilo neoclássico), e principalmente uma<br />
espiada no seu Salão Mourisco, ricamente decorado. Desça a Rua da Ladeira. Está<br />
bem, a General Câmara. Você chegará ao chamado Largo dos Medeiros e a outro<br />
mal-entendido municipal. O largo tem este nome extra-oficial em homenagem a um<br />
café que tinha ali e não tem mais. Não, não se chamava Café Medeiros, os donos é<br />
que se chamavam assim. Não importa, vire à esquerda e siga pela Rua da Praia -<br />
dos Andradas! dos Andradas! - passando a Praça da Alfândega, onde todas as<br />
primaveras se realiza a famosa Feira do Livro de Porto Alegre.<br />
Depois de uma curta caminhada você chegará ao antigo Hotel Majestic, hoje<br />
belissimamente transformado na Casa de Cultura Mario Quintana, com teatros,<br />
cinemas e salas para cursos e exposições. Vale a pena entrar para ver o que foi<br />
feito do velho hotel e ir até o Café Concerto na sua parte superior, ou então deixar<br />
para voltar lá na hora do pôr-do-sol. Um pouco mais adiante na mesma Rua da<br />
Praia, à sua esquerda, você verá a igreja Nossa Senhora das Dores, com uma<br />
grande escadaria na frente. A fachada e a escadaria são iluminadas à noite, é uma<br />
das bonitas visões da cidade.<br />
Volte pela mesma Rua da Praia em direção ao centro. Ao chegar à Avenida Borges<br />
de Medeiros, pegue a esquerda e desça até o Mercado Público, perto da prefeitura e<br />
da já citada Praça Montevidéu, onde está a graciosa Fonte de Talavera de la Reina,<br />
um presente da comunidade espanhola à cidade. Passeie dentro do mercado e veja<br />
as suas "bancas" especializadas, como a que vende vários tipos diferentes de erva<br />
para o chimarrão. Os morangos com nata batida da Banca 43 são famosos.<br />
O pôr-do-sol não pode ser reivindicado como atração turística de Porto Alegre, já<br />
que tecnicamente ele acontece fora dos limites estritos do município, mas saber se<br />
colocar para assisti-lo é uma das artes da cidade. O novo Café Concerto, na cúpula<br />
do antigo Hotel Majestic, com uma vista desimpedida do “rio” e do poente, já tem<br />
seus adeptos, mas o ponto tradicional dos crepusculistas é o mirante do Morro de<br />
Santa Teresa. Você precisará de transporte para ir do centro até lá e se for de táxi,<br />
para evitar outro mal-entendido, diga ao motorista que quer ir ao “Morro da
Televisão”. Do mesmo mirante você terá a melhor vista da cidade, cuja topografia<br />
já foi comparada à de São Francisco na Califórnia. E verá, lá embaixo, o imponente<br />
estádio do grande Sport Club Internacional.<br />
Outro bom lugar para se olhar a cidade e o pôr-do-sol é o Morro do Turista. Para<br />
chegar lá você precisa pedir para ser levado ao Morro da Polícia. É o mesmo morro.<br />
Aos domingos pela manhã, boa parte da população de Porto Alegre vai ao “Brique<br />
da Redenção”, assim chamado porque fica no Parque Farroupilha. Calma. O Parque<br />
Farroupilha, um dos maiores parques urbanos do mundo, é conhecido pelos portoalegrenses<br />
como Parque da Redenção. Ou, sucintamente, “a Redenção”. “Brique”,<br />
na língua gaúcha, é o encurtamento de “briqueabraque” e é uma feira de<br />
antigüidades em que tudo, até revista da semana passada, é considerado<br />
antigüidade. Mas em meio às porcarias assumidas, há louças e pratarias, livros<br />
valiosos, selos e moedas e principalmente muita gente vendendo, comprando ou só<br />
passeando.<br />
O parque se chama Farroupilha em homenagem à revolução do mesmo nome que<br />
os gaúchos fizeram em 1835 contra o império, proclamando a República Riograndense.<br />
Mas, embora todo mundo aqui hoje comemore a insurreição, Porto<br />
Alegre manteve-se fiel ao governo central e por isto mereceu o título de “leal e<br />
valorosa cidade” conferido pelo imperador Pedro II, e que está no seu brasão.<br />
Outro mal-entendido.<br />
Acesse<br />
http://www.facebook.com/home.php?re<br />
f=hp.<br />
IV <strong>–</strong> CRÔNICA E MEMÓRIA<br />
CRONICAS DO LIVRO ‘SOBRE <strong>PORTO</strong><br />
<strong>ALEGRE</strong>’ <strong>–</strong><br />
Coletânea <strong>–</strong> Coord. De Carlos Augusto Bissón<br />
Ed. da Universidade (UFRGS) <strong>–</strong> Secretaria de Cultura do RS<br />
POA - 1993<br />
Os mistérios de Porto Alegre<br />
Moacyr Scliar
Porto-alegrense de nascimento (figura rara; como em outras cidades<br />
brasileiras, a população de Porto Alegre é formada principalmente por gente<br />
vinda do interior) e um apaixonado pela capital gaúcha, sempre fiz dela temas<br />
de artigos e crônicas — além de cenário para ficção. Há alguns anos, a RBS<br />
pediu-me uma coletânea de meus textos sobre o tema. A organização não deu<br />
muito trabalho; a escolha do título, sim. Acabei optando por Os mistérios de<br />
Porto Alegre. No começo, nem sabia bem o porquê, mas ao longo dos anos fui<br />
concluindo que a escolha até podia ser fruto de uma súbita, e bem-vinda,<br />
intuição.<br />
Porto Alegre é uma cidade misteriosa. Não no sentido gótico, sinistro, do<br />
termo. Os mistérios de Porto Alegre são, bem, mistérios porto-alegrenses:<br />
pequenos, encantadores mistérios. São historinhas, são lugares, é o jeito de ser<br />
de uma cidade fundada por sessenta casais açorianos — quando? Bem, aí está<br />
o primeiro mistério. Durante décadas, discutiu-se o ano da fundação de Porto<br />
Alegre, Falava-se em 1744, falava-se em 1772. Essa última data acabou<br />
prevalecendo, acho que mais por exaustão do que por qualquer outro motivo.<br />
Os açorianos inspiraram o primeiro nome da cidade, Porto dos Casais.<br />
Porto, porque a cidade fica às margens do Guaíba (outra discussão: o Guaíba<br />
é um rio? É um lago, formado pela confluência dos cinco rios que nele<br />
desembocam? E um estuário?). O rio condiciona muito a vida porto-alegrense.<br />
Pelo rio chegavam os pequenos navios, trazendo os emigrantes (esta é uma<br />
cidade de alemães, italianos, de eslavos) ou as frutas do vale do Taquari. O rio<br />
substitui o mar que está longe; e, finalmente, o rio é responsável pelo panorama<br />
que se avista dos numerosos morros sobre os quais se derrama a cidade,<br />
panorama que é particularmente bonito ao crepúsculo, quando o sol incendeia<br />
as águas e o céu — fazendo com que Mario Quintana escrevesse, extasiado:<br />
"Céus de Porto Alegre, como farei para levar-vos para o céu?".<br />
A beleza misteriosa de Porto Alegre. Esta não é uma idade que se desvenda<br />
de súbito ao visitante, que se revela numa pujante beleza natural, como o Rio<br />
ou Salvador. Porto Alegre a gente tem de descobrir aos poucos; é uma<br />
metrópole, sim, mas uma metrópole provinciana, tímida. Começa-se pelo
centro, pela Rua da Praia, naturalmente. Depois caminha-se pela Praça da<br />
Alfândega e os estranhos, fascinantes prédios que a guarnecem. O art-noveau<br />
porto-alegrense foi obra de construtores alemães e resultou de um insólito<br />
sincretismo, uma combinação de elementos europeus e brasileiros. Aliás, essa<br />
combinação pode ser vista em outros lugares. Na Biblioteca Pública, há<br />
esfinges e arabescos, símbolos positivistas e ferro trabalhado. No Parque<br />
Farroupilha, inaugurado em 1935 para comemorar o centenário da Guerra dos<br />
Farrapos, há um templo japonês em miniatura, um pseudo vulcão, um minizôo.<br />
Essa mistura chega às raias do kitsch, mas fala muito de Porto Alegre. Como<br />
falam seus bairros: o Alto da Bronze, com seus casarões antigos; Moinhos de<br />
Vento, com suas residências aristocráticas; Petrópolis, o bairro da classe<br />
média; e o Bom Fim, onde nasci e me criei, e que era, em minha infância, uma<br />
aldeia judaica da Europa Oriental perdida, como uma espécie de Chinatown, no<br />
meio da cidade: as ruas cheias de gente, os vendedores ambulantes<br />
apregoando suas mercadorias, as gordas matronas falando mal da vida alheia<br />
ou correndo atrás de seus magros rebentos com um prato de comida.<br />
E grande parte dos mistérios de Porto Alegre está no seu imaginário, nas<br />
histórias que fizeram o encanto da minha meninice, embora muitas delas façam<br />
parte deste inconsciente coletivo que parece ser comum a muitas cidades.<br />
Assim, por exemplo, a lenda do cabaré das normalistas. Diziam que as<br />
comportadas moças, saindo da escola onde estudavam, não iam para casa,<br />
mas seguiam para um misterioso cabaré onde mudavam de roupa e, muito<br />
maquiadas, entregavam-se por inteiro à sua lascívia. O endereço desse<br />
excitante estabelecimento era um segredo ao alcance apenas de uns poucos<br />
eleitos. Falava-se de um ou dois choferes de praça que, por muito dinheiro,<br />
conduziriam até lá os seus passageiros. Confesso que nem tentei, mesmo<br />
porque bordéis não faltavam à cidade; num estado povoado (ao menos no<br />
início de sua história) por homens que conquistaram a terra aos espanhóis,<br />
havia falta de mulheres, uma necessidade suprida pelos cabarés e pelas casas<br />
de tolerância.<br />
Descobrir os mistérios de Porto Alegre: eis a tarefa que me propus, desde a<br />
infância, e que não concluí — e nem vou concluir. Diferente de Teseu, e à<br />
semelhança de Walter Benjamin, gosto de me perder nos labirintos da
memória e da fantasia, que, em minha imaginação, se confundem com as ruas<br />
de Porto Alegre. E, sem pressa de chegar, eu os percorro quase que<br />
diariamente. Guia-me não o fio de Ariadne que socorreu o herói grego, mas o<br />
fio da emoção, que nunca se desfaz.<br />
Nós, os porto-alegrenses<br />
Carlos Augusto Bíssón<br />
Já é lugar-comum. Porto Alegre não tem as belezas naturais do Rio e de<br />
Salvador. Muito menos a grandiosidade e o variadíssimo leque de serviços de<br />
São Paulo. E como a ausência de referenciais nítidos faz com que só<br />
consigamos avaliar a capital do Rio Grande do Sul por comparação, pode-se<br />
dizer que, como espaço urbano, Porto Alegre não tem sequer o charme e a<br />
organização impecável de Curitiba. Até exageram nossa falta de atrativos. A<br />
atriz cinematográfica italiana Valéria Golino (Rain Man, Top Gang I e II), que<br />
esteve aqui, disse à revista SET que tinha conhecido "a cidade mais feia do<br />
Brasil”...<br />
A falta de um perfil definido que tome a cidade chamativa chega a criar<br />
situações curiosas. Há quem diga, por exemplo, que a capital gaúcha tem<br />
potencialidades turísticas inexploradas. Cidade à beira das águas, Porto Alegre<br />
preferiu isolá-las através de um muro em vez de criar uma estrutura de lazer<br />
que aproveitasse essa paisagem privilegiada. A maioria de nossos conjuntos<br />
arquitetônicos de valor histórico e estético foram postos abaixo pela febre<br />
modernizadora dos anos 50, 60 e 70. O que restou (Theatro São Pedro, prédio<br />
da Tumelero em frente à rodoviária, etc.) é muito bonito, mas não em número<br />
suficiente para atrair visitantes. O mesmo se pode dizer do tão decantado pôr-<br />
do-sol nas águas do Guaíba, fenômeno rotineiro num país onde as grandes<br />
cidades ficam no litoral. O que fazer, então, para entreter os que nos visitam?
Com o objetivo de contribuir para a resolução do impasse provocado pela<br />
ausência do que mostrar em Porto Alegre, o vereador Airto Ferronato (PMDB)<br />
apresentou projeto de lei, que obriga a inclusão dos cemitérios no roteiro das<br />
agências que trazem turistas a Porto Alegre.<br />
Foi, corno já disse, uma proposição curiosa, mas não desprovida de mérito — o<br />
cemitério de Pére Lachaise (Paris) é muito visitado por nele estarem<br />
sepultados Chopin, Balzac e Proust, entre outros.Os cemitérios de Porto Alegre<br />
são um verdadeiro museu a céu aberto graças à beleza dos túmulos —<br />
sobretudo os da Santa Casa, que abrigam personalidades de relevo na história<br />
gaúcha, como Júlio de Castilhos, Pinheiro Machado e Maurício Cardoso. Sem<br />
dúvida, neles estão e estarão enterrados o que de melhor a cidade tem a<br />
oferecer: os próprios porto-alegrenses, seja por nascimento ou adoção.<br />
Excentricidades à parte, quando se diz que a capital tem mistérios que não se<br />
desvendam na superficialidade do primeiro olhar, quando se mencionam as<br />
milhares de histórias vividas no Centro, no Bom Fim ou na Azenha, não se está<br />
falando de concretude gélida dos monumentos e prédios de Porto Alegre. É o<br />
fator humano que está sendo sugerido nessas divagações. A partir disso, o que<br />
entra em cena aí é o impalpável, o imponderável e o invisível "cosido pela<br />
agulha da imaginação", conforme Machado de Assis em outro contexto, e que<br />
não pode ser fotografado e mumificado em estatísticas. É o jeito da cidade<br />
expresso em sua gente, na qualidade dos que nela habitam.<br />
E o que é ser porto-alegrense? Alguns já formularam conceitos, outros negam<br />
a existência de tal tipo. Como gosto de arriscar opiniões, vou me filiar aos<br />
primeiros. Talvez a essência da gente de Porto Alegre esteja num misto de<br />
timidez e leve ironia, que cumpre o papel de filtrar a acidez do espírito crítico e<br />
a belicosidade do gosto pela polêmica. Um pouco como os textos de Luis<br />
Fernando Veríssimo e a poesia de Mario Quintana, não por acaso as duas<br />
personalidades mais representativas e festejadas da cidade.<br />
Esse comportamento indubitavelmente contido pode ser a forma de Porto<br />
Alegre se diferenciar tanto da propalada (no centro do País) arrogância dos<br />
gaúchos — notadamente os da fronteira — quanto dos modelos culturais<br />
descarregados por Rio e São Paulo via televisão. Ou, então, é resultado do fato
de que em cada três porto-alegrenses que trabalham pelo menos um é<br />
funcionário público municipal, estadual ou federal. Daí esse jeito<br />
aparentemente acanhado que faz com que pareçamos panacas diante da<br />
extroversão dos que nasceram em metrópoles maiores. Na verdade, essa<br />
conduta cautelosa é a manha do funcionário público no trato com o poder<br />
político, transplantada para o conjunto das relações sociais. Ouvir e parecer<br />
submisso traz lá seus rendimentos e ficar calado não diminui o senso de<br />
humor. Escolher o que se vai dizer é fundamental, pois pode enterrar ou<br />
alavancar possibilidades de ascenção social. O que, nesta cidade de 1.300.000<br />
habitantes, se materializa também através da política partidária.<br />
E como gostamos de política! Como não apreciá-la se em razão dos motivos<br />
expostos parecemos tão talhados para ela? Certamente, aqui estão as bases<br />
mais aguerridas e ideologicamente posicionadas dos grandes partidos<br />
nacionais (PT, PMDB, PPR). Temos um arcabouço cultural invejável se<br />
comparado às demais capitais brasileiras, fruto da excelência do nosso sistema<br />
educacional do passado. Isto, somado à nossa proximidade geográfica e<br />
intelectual com os países do Prata, nos permite enxergar o Brasil com um<br />
distanciamento ímpar, ideal para quem tem a ambição de formular projetos<br />
para o País. Lembram de Getúlio e o pessoal que fez a Revolução de 30?<br />
Nós, porto-alegrenses, somos tão cordiais quanto os mineiros e bem mais<br />
hospitaleiros do que os agressivos cariocas de hoje — a quem antes<br />
invejávamos, pois já vimos o Rio como nossa segunda casa. Mas que ninguém<br />
se engane com nossa polidez e a presteza com que oferecemos o chimarrão e<br />
convidamos o visitante para um bate-papo em nossa casa. Como disse certa<br />
vez o cruz-altense Justino Martins, quando um gaúcho (e porto-alegrense)<br />
respira fundo por não gostar do que ouviu e pronuncia aquelas palavras — "Pra<br />
te falar com toda a franqueza..." — podem ter certeza que vem patada. E de<br />
precisão mortífera.<br />
Queixamo-nos da falta de opções de lazer em Porto Alegre buscando refúgio<br />
nos prazeres da mesa e na fantasia. No primeiro caso, lotamos a cidade de<br />
churrascarias, pizzarias, lanchonetes e — mais um mistério — restaurantes<br />
chineses. Deve haver uns 20 em Porto Alegre, sem nenhuma explicação
imigratória do porte da alemã e da italiana que os justifique. No segundo, pode-<br />
se mencionar os 38 cinemas da capital, média altíssima de um para cada<br />
35.000 habitantes, o que nem São Paulo conseguiu atingir. Aja mencionada<br />
Curitiba tem apenas 15 cinemas, embora sua população seja equivalente à<br />
nossa. Copiamos humilhantemente as inovações urbanas propostas pelos<br />
paranaenses — corredores de ônibus, calçadão, rua das flores — mas nos<br />
vingamos deles pelo peso de nossa tradição cultural. Contudo, se já estamos<br />
nos medindo com uma cidade que há vinte anos sequer considerávamos, tal a<br />
nossa liderança no sul do País, é porque alguma coisa não está funcionando<br />
direito por aqui, apesar do valor de nossa gente.<br />
Será que Porto Alegre não está excessivamente orgulhosa de sua condição de<br />
pequena grande metrópole? Hoje, somos apenas a décima primeira cidade<br />
brasileira. Temos 250.000 favelados que, ao contrário do que acontece na ex-<br />
Cidade Maravilhosa, não estão suficientemente próximos dos bairros de elite<br />
para causar indignação e temor, mas prometem se tornar uma realidade<br />
socialmente explosiva nos próximos anos. E um quarto de nossa mão-de-obra<br />
está desempregada, gerando o curioso fenômeno dos "mordedores" —<br />
pessoas que gentilmente se oferecem para cuidar de nossos carros nas portas<br />
dos bares, cinemas e restaurantes, quando poderiam estar nos assaltando.<br />
Talvez, nós, porto-alegrenses, precisamos dar um puxão de orelhas em nós<br />
mesmos. Esquecer o Grêmio, o Internacional, as churrasqueadas, cervejadas e<br />
os fins-de-semana no sítio (que nos remetem ao nosso irremediavelmente<br />
perdido passado rural) e passar a nos perguntar o que pretendemos desta<br />
cidade.<br />
E é aqui que retorno ao ponto inicial deste artigo — as dificuldades que a<br />
cidade têm em se estabelecer como pólo turístico e cultural no País. Não tenho<br />
a pretensão da originalidade ao afirmar que um dos problemas mais instigantes<br />
de Porto Alegre é a sua incapacidade de criar um discurso que a justifique<br />
como cidade e, a partir daí, definir metas políticas que reforcem este discurso.<br />
Lembro-me de minha infância no Rio, passada na ainda não-degradada<br />
Copacabana, e a surpresa com que travei contato com a Ipanema de Tom<br />
Jobim, Vinícius de Morais e do pessoal do Pasquim. Á mim, criança, me
pareceu desértica e destituída de interesse, se comparada ao fervilhar do<br />
bairro onde vivia. A Ipanema construída pela chama daqueles artistas era<br />
ficcional e é possível que, exatamente por ser inicialmente imaginária, tenha<br />
entrado no mapa cultural brasileiro. Evidentemente, as razões para que não<br />
sejamos a cidade que pretendemos não passam exclusivamente por aí, mas<br />
acredito que já seria um bom começo estabelecermos qual deve ser o caminho<br />
trilhado pela capital.<br />
Para onde vamos? Porto Alegre tem quadros de alto nível em todas as<br />
atividades profissionais, muitos deles exportados para os mais distantes<br />
confins do Brasil. A cidade é uma fonte inesgotável de talentos, mal<br />
aproveitados em sua maioria. O Mercosul já está chegando e ainda não<br />
definimos o nosso papel na realidade da integração. Talvez caiba à capital dos<br />
gaúchos, sobretudo, abrir-se para o País e o exterior, ser mais ambiciosa,<br />
como São Paulo, e tão organizada como Curitiba. O que precisamos é de<br />
determinação política e vontade de romper com a estagnação. Só assim<br />
teremos uma cidade com a qualidade de vida condizente com o padrão de<br />
excelência de seus habitantes.<br />
Confissões de um adolescente interiorano<br />
Sergius Gonzaga<br />
RITUAIS<br />
Indiferente ao ruído metálico dos bondes, aos pregões que inundam as ruas, à<br />
algaravia nunca imaginada, à multidão que vai e vem, ao cheiro de frutas da<br />
estação, ao sol reverberante de março, aperto a maleta de papelão e marcho<br />
rumo ao Sonho Maior, o que se apodera de toda a alma interiorana feito uma<br />
febre explícita, uma volúpia perpétua. Sim, nós os que chegamos de fora,<br />
ansiamos por este momento que toma tudo insignificante, a paixão, o pecado,<br />
a dor e a morte, o momento supremo de subir na geringonça que sempre<br />
atormentou o imaginário caipira: a escada rolante das Lojas Americanas.
Ela se move — grito, cheio de terror e júbilo — ela se move.<br />
Primeira foto: Ali estou, calça de "nycron", camisa de "banlon" e óculos escuros<br />
"a Ia" Ronaldo Cúri, na Galeria Chaves. Tudo é meio excessivo, desde o<br />
sapato Clark, herdado de meu avô, até o sorriso de empáfia provinciana.<br />
Estarei fingindo formidável cinismo? Me julgarei, por acaso, um Rastignac<br />
pronto a exclamar: "A Porto Alegre, agora"?<br />
O ridículos instantâneos do passado!<br />
Segunda foto: Desta vez com meu irmão, Régis. Local: Praça da Matriz. Por<br />
motivos inexplicáveis, ambos estamos agarrados aos cachorros. Seria um<br />
modismo da época? Um símbolo de posse da cidade? Nostalgia dos muitos<br />
cães taquarenses? Atrás da foto, há uma data, 9 de outubro, absurda, solta no<br />
tempo, imemorial, como se de outro mundo.<br />
Terceira foto: Na tarde em que iria ao Laçador, choveu. Acho que a História me<br />
absolverá.<br />
Laury Maciel, meio matuto e meio cosmopolita, tenta ensinar a arte de andar<br />
nos bondes: "Deves colocar um pé para frente e outro para trás, tanto no<br />
arranque quanto na parada". Dura é nossa vida nos bondes: o impulso<br />
fortíssimo nos faz desabar no colo de freiras e senhoras gordas. Com o tempo<br />
até soltamos as mãos e magistral prova de técnica e precisão — conseguimos<br />
saltar do veículo em movimento. Verdade que não somos completamente<br />
elegantes: Laury, meio míope, tem dificuldades em perceber árvores e postes,<br />
eu, pesado e duro, não posso me permitir a nenhuma ousadia, como a de uma<br />
velha senhora italiana que, em plena 24 de Outubro, logo após a Lucas de<br />
Oliveira, numa curva perigosa, nos humilha, dia após dia, com um salto tão<br />
arriscado quanto perfeito, ela, a Isadora Duncan dos trilhos da Auxiliadora.<br />
Nos bondes, temos lições de vida. Na hora do pique, um ônibus da Empresa<br />
Ayub raspou a mão de um rapaz que viajava no estribo. Como um monstro<br />
barulhento, o bonde pára e atrás dele um velho automóvel pára também.<br />
Desce então o Dr. Maríno R. dos Santos, médico e comunista. E o primeiro
comunista que vejo em minha existência e não fosse o cavanhaque branco<br />
seria um homem normal. Tira um lenço do bolso, rasga-o como nos filmes e faz<br />
um curativo improvisado no rapaz. Todos esperamos sem pressa, que importa<br />
o fluxo das horas nesta Porto Alegre diante da solidariedade de seus<br />
habitantes? Quando o médico volta a seu carro, nós o aplaudimos.<br />
Nos bondes temos lições de amor e sexo. Aí, o inolvidável calor de um corpo<br />
feminino junto ao nosso corpo adolescente! Aí, o aperto, o contato, o desejo<br />
que tento controlar pensando em banalidades, por exemplo, no comandante<br />
Fidel Castro: "Lá Revolución desea que sus hijos tengan integridad moral", mas<br />
que integridade moral resiste a esta coxa, a esta nádega, a este seio<br />
perceptível, apesar do sutiã de látex? "Comandante-en-jefe", perdoai-me.<br />
Havia horários propícios para tais bolinas e havia moças que pareciam gostar e<br />
havia rapazes impúberes e mesmo senhores respeitáveis lá atrás, à espera,<br />
libidinosos escorpiões.<br />
Numa manhã de outubro de 1963, certa normalista do Bom Conselho ficou tão<br />
próxima de mim, que pude sentir seu cheiro de Trio maravilhoso Regina (talco,<br />
sabonete, colônia). Tentei disfarçar a emoção, porém ela sorriu, deixando<br />
entrever os dentes fúlgidos. Parecia dizer: "Vem,-vem comigo, vem ser feliz".<br />
Nada fiz para apanhá-la, para colhê-la no turbilhão do dia. Envergonhava-me<br />
das espinhas (inútil a pomada Minâncora) e da tosse de tísico (não tomava o<br />
Rum Creosotado), permiti que se perdesse na es.quina da Ramiro Barcelos e<br />
nunca mais a vi, por mais que circulasse pelas imediações do colégio, matuto<br />
solitário e faminto de amor.<br />
(Acho que não suportaria reencontrá-la trinta anos depois. Que reste pelo<br />
menos a poesia da nossa adolescência!)<br />
Muitas vezes nos meses e anos seguintes, acordei de madrugada com o<br />
estrondo daquelas máquinas rugidoras e feéricas que varavam a noite porto-<br />
alegrense. Eram dragões noturnos, aparentemente suspensos na neblina, com<br />
sua luminosidade fantasmagórica, suas faíscas, seus noctívagos dormitando<br />
nos bancos de madeira. Abria as janelas às quatro e meia da manhã para<br />
saudá-los, aspirar seu cheiro, cegar com seu brilho que renasce agora,
emergindo das cinzas do esquecimento a que tudo está condenado, ponto<br />
rutilante na memória.<br />
SEXO, APENAS SEXO<br />
O tormento do jovem interiorano na capital é a viciosa solicitação da carne. O<br />
noviço Luiz Osvaldo Leite discorre sobre os súcubos, diabos que adotam<br />
formas femininas para tentar homens pios e, inclusive, santos, quanto mais<br />
incautos adolescentes. Por isso, no velho Colégio Anchieta mulheres não<br />
entram, podem ser demônios camuflados. Mesmo nossas mães são recebidas<br />
numa capela contígua e ali nos aguardam.<br />
O resultado é que aprendemos instintivamente a sentir o cheiro dos seres<br />
luciferinos. Numa manhã tediosa, às 10 e 45, duas normalistas penetram no<br />
pátio do colégio. Os uniformes do Sévigné são recursos teatrais dos súcubos.<br />
Corremos todos, isto é, todos os rapazes de todas as turmas para as janelas.<br />
Os padres, freis e fâmulos da escola inutilmente tentam-nos deter. Fomos<br />
possuídos: arfamos, gememos, gritamos, grunhimos feito porcos selvagens,<br />
reviramos os olhos e deixamos escorrer do canto de nossas bocas uma<br />
pegajosa baba, a louca baba verde do desejo.<br />
Munido de um crucifixo e expressões de culto latim, Luiz Osvaldo Leite põe os<br />
súcubos a correr.<br />
"A masturbação é um tenebroso vício da imaginação. Leva os jovens à<br />
impotência e à loucura."<br />
Meu Deus, auxiliai-me. Não permitais, Senhor, que eu morra louco.<br />
Carlos Zéfiro, Adelaide Carraro, Cassandra Rios. Esta última nos seus<br />
romances proibidos designa o órgão sexual masculino como "arma do desejo"<br />
e o feminino como "gruta úmida do prazer".<br />
Vou ao Cine Rex com uma colega da Aliança Francesa assistir ao Hiroxima,<br />
rnon arnour, de Resnais e Duras. Como penetrar no intrincado jogo temporal,
nas frases literárias, como decifrar o obscuro significado, a "mensagem fílmica"<br />
se, desavisadamente, a saia de A. M. sobe, quando ela cruza as pernas e eu<br />
posso aspirar as emanações que procedem daquelas coxas que antevejo na<br />
escuridão do cinema? Trêmulo, pressinto seus lábios próximos do meu ouvido<br />
direito (e imagino sua língua enroscando-se dentro da boca) e escuto o que ela<br />
me diz: "Que densidade metafísica! Um Resnais soberbo!" Nunca mais ouvi<br />
estas duas palavras— densidade.e metafísica — sem um leve arrepio na pele,<br />
um sobressalto, uma sensação de algo que poderia ter sido e não foi.<br />
São longos e assombrosos os ventos de outubro em Porto Alegre. Por causa<br />
deles devo um pedido formal de perdão: normalistas do Instituto de Educação,<br />
eu não tive culpa: eram os ventos que faziam vossas saias esvoaçar,<br />
descortinando joelhos e coxas, estas especialmente sublimes!<br />
Por ter descerrado vossa intimidade, desculpai. Pelo meu olho lúbrico, pela<br />
exaltação de meu sangue, pelos pensamentos mais obscenos, desculpai.<br />
Porém a verdade é que outros companheiros de espreita também deveriam<br />
proceder um "mea culpa". Com óculos verdes de playboy para disfarçar a<br />
miopia, pele cravejada de espinhas, atravessando lépido o corredor dos<br />
bondes, lá estava ele, expressão concupiscente, ríctus doentio na boca,<br />
Voltaire Schilling, o futuro historiador.<br />
Estávamos em cima do viaduto da Borges, hipnotizados pelas luzes da cidade<br />
noturna. Ronaldo Caparelli, Fernando Trindade, José Falleiro e eu, quando<br />
Marco Aurélio Barcellos aproximou-se e revelou o drama de sua existência:<br />
"Me apaixonei por uma puta, estou amando uma puta".<br />
PUTA — Substantivo feminino onipresente em febris insônias de corpos que<br />
sofrem na madrugada, causadora de convulsões sórdidas que com certeza nos<br />
arrastariam para o inferno e das quais não conseguíamos fugir, puta, a puta de<br />
cada um, síntese de mil mulheres, bocas excessivas, combinações roxas,<br />
cintas-ligas, rendas, cetim, seios, bundas, pernas, pêlos púbicos e o perfume,<br />
barato perfume das putas, perfume do sexo, do ignominioso pecado, da sujeira<br />
a que aspiramos e que, amanhã de manhã, na missa tentaremos apagar com<br />
orações, súplicas, penitências, amém.
Fomos golpeados por aquela revelação que abafava os rugidores bondes que<br />
passavam lá embaixo. Marco Aurélio olhava com ímpetos suicidas a Avenida<br />
Borges. (Aqui no viaduto suicidavam-se os desesperados do amor e os que<br />
pecavam contra a castidade.) Abraçamos o réprobo para consolá-lo. Sabíamos<br />
que mergulhara na Luxúria, que se infelicitara no Gozo, se acercara da Lepra e<br />
por isso o cheirávamos à cata dos odores da puta, porém ele fedia simples-<br />
mente a círios, a velas, a incenso da capela do Anchieta, onde há três dias<br />
rezava, implorando a infinita misericórdia divina. Que Nosso Senhor o livrasse<br />
da grandessíssima puta!<br />
Naquela noite nenhum de nós dormiu direito.<br />
Havia em Taquara uma moça que dava, Esmeralda. E ela deu para meu amigo<br />
Percival, que se apaixonou vulcanicamente e exigiu fidelidade. Mas Esmeralda<br />
gostava de dar e o traiu muitas vezes. Humilhado, Percival decidiu suicidar-se.<br />
Quis morrer em Porto Alegre para que seu gesto tivesse uma dimensão mais<br />
gloriosa e saísse na página policial do Correio do Povo. Em vão procurei<br />
demovê-lo, estava obcecado pela idéia da própria morte.<br />
Levei-o ao viaduto da Borges, onde se matam os interioranos, contudo ficou<br />
com medo de ser estraçalhado pelas rodas de ferro dos bondes. Seu sonho era<br />
morrer afogado, os órgãos devorados por traíras e carás. Fomos juntos até a<br />
praia de Vila Assunção. Tomamos algumas cervejas com sanduíches de<br />
mortadela, ele me presenteou com seu canivete de estimação, me abraçou<br />
forte, como só os suicidas sabem fazer, olhou pesaroso em direção ao<br />
noroeste, onde deviam ficar Taquara e Esmeralda, e entrou no rio, sem saber<br />
nadar.<br />
A água era clara, doce. Ele foi entrando e sentindo o rio passar pela roupa e<br />
tocar a sua pele, feito delicadas agulhas. Sentiu mesmo em suas pernas um<br />
movimento estranho, o dos peixes em cardume.<br />
Não se matou. E como poderia fazê-lo, se naquela água, tépida e límpida,<br />
acontecia o milagre dos peixes?<br />
Haverá mesmo um cabaré de normalistas? Quem serão os privilegiados que<br />
apanharão, com suas mãos frementes, estas adolescentes com o uniforme das
mais prestigiadas escolas normais e tão cheias de vícios que se entregam a<br />
estranhos não apenas por dinheiro, mas também por gozo e volúpia.<br />
Carlos Alberto Negreiros, Manoel Lourenço da Silva, Rivo Emílio e outros<br />
rosarienses de escol reviram a cidade a cata de tal prostíbulo sem nunca<br />
encontrá-lo.<br />
Muitos anos depois, interrogado a respeito, o escritor Moacyr Scliar emite um<br />
sorriso cheio de significados intraduzíveis e fecha os olhos como se tomado por<br />
lembranças memoráveis.<br />
Subi as escadas sombrias da casa de cômodos na 7 de Setembro. No quarto<br />
havia um abajur recoberto de papel celofane lilás, uma pia, a cama e o rolo de<br />
papel higiênico. Enfim, eu conseguia pecar. Talvez não tenha sido lá essas<br />
coisas, mesmo assim me apaixonei pela jovem puta que passou a me receber,<br />
de quinze em quinze dias com indulgência e desconto de 50%. Apenas nunca<br />
se deixava beijar na boca. Era o seu espaço de pureza. Declarou-me com<br />
solenidade afetada que só permitiria o beijo proibido quando largasse da<br />
prostituição. Então resolvi tirá-la daquele inundo sofrido. Jogava parte da<br />
mesada no bicho e na loteria. Com um pouco de sorte, a resgataria e casar-<br />
me-ia com ela.<br />
Nessa ocasião, Luis Fernando Ehlers me garantiu que no socialismo o<br />
meretrício seria abolido de vez. E que, como ocorrera na União Soviética, na<br />
China e em Cuba, as putas se regenerariam alegremente, trabalhando com<br />
ardor revolucionário nas fábricas ou fazendas coletivas. Eu (secretamente)<br />
preferia que minha amada ficasse comigo, porém, em todo o caso, era melhor<br />
uma operária na indústria que uma mulher-dama nas ruas. Passei a esperar<br />
pelo socialismo e pelo beijo na boca que só a revolução social asseguraria.<br />
Estávamos no início de 1964 e, de alguma maneira, já assumíamos o poder. O<br />
beijo parecia muito próximo.<br />
CIDADE DOS LIVROS E DOS FILMES
E como se mergulhássemos num conto de Jorge L. Borges. Um soturno hall de<br />
entrada onde se deixava a pasta ou o arquivo e depois a biblioteca, mais<br />
escura que o devido, com suas mesas lustradas e suas velhas cadeiras<br />
estofadas. Os fichados eram antigos e um elevadorzinho, meio belle époque,<br />
trazia os livros pedidos. Tudo era assim, fantástico, mágico, inclusive um<br />
funcionário pálido, cadavérico — saído de alguma página de Põe — e que nos<br />
vigiava pelo salão.<br />
Havia uma atmosfera pesada e triste por um lado, o quase imperceptível cheiro<br />
de mofo, os retratos pintados de escritores mortos, o pé-direito altíssimo, o<br />
conjunto vetusto dos móveis. Contudo, por outro lado, havia ricos de<br />
adolescentes, logo admoestados pelo personagem cadavérico, um buliço<br />
irreprimível, uma vocação para a algaravia e, é claro, a vida regorgitava na<br />
paixão de alguns rapazes e moças pelos livros, uma paixão que se<br />
realimentava a cada descida do bizarro elevador que despejava diante de nós<br />
os frêmitos mais perenes da existência.<br />
Quando se saía da Biblioteca Pública geralmente anoitecera em Porto Alegre e<br />
meninos já berravam as manchetes da Folha da Tarde.<br />
P. F. Gastai e Flávio Loureiro Chaves andam com rolos de filmes escondidos<br />
nos casacões. Flávio parece ter roubado o capote de Gogol. Jefferson de<br />
Barros, Enéas de Souza, Hélio Nascimento e Goida desvelam os mistérios de<br />
Godard e Antonioni. O grande público morre de tédio ou não vai a esses filmes,<br />
mas os diretores — sabíamos todos — eram da "ponta da orelha" e as<br />
explicações dos críticos mais geniais ainda. Num curso, no Foto Cine Clube<br />
Gaúcho, Sérgio Silva me diz que os filmes de Bergman são ao mesmo tempo<br />
dialéticos e sartrianos. Embasbacado, como três cartuchos de amendoim<br />
torrado. Finjo gostar, fingimos todos. O futuro escritor Emanuel Medeiros Vieira<br />
costuma soprar caroços de pipoca nas mocinhas intelectuais que, por sua vez,<br />
sempre exclamam no fim da sessão: "Que densidade metafísica".<br />
À noite, em frente à Livraria Coletânea, diante do Ópera ou do Guarany, nos<br />
reunimos e discutimos a cultura que vem da Europa, os grandes temas da<br />
humanidade, os problemas fundamentais da existência. Às vezes, vamos<br />
debatendo até o Abrigo, onde esperamos os últimos bondes, os bondes da
madrugada.<br />
Na capital provinciana, os postes de luz filtram as brumas e os passos solitários<br />
de jovens que sonham com Paris e Nova Iorque.<br />
Frei Lauro Dick pergunta na aula de Literatura sobre nossos hábitos de leitura.<br />
Exceção feita a José Ronaldo Falleiro, lemos pouco. O mestre nos chama de<br />
idiotas. Nossas orelhas ficam vermelhas, sim, de fato, somos relapsos e como<br />
o idiota de Nelson Rodrigues, babamos na gravata. Há que escapar do epíteto:<br />
começamos a ler com fúria juvenil.<br />
Na livraria Lima, compro os meus dois primeiros livros: O encontro marcado e<br />
Gabriela, cravo e canela. Deslumbramentos. Erico, José Lins, Campos de<br />
Carvalho, Sartre, Martin du Gard, etc. No fim daquele ano, com a<br />
surpreendente colaboração de meu pai, famoso pela avareza, compro num<br />
sebo, o Nossa Senhora das Dores, a coleção completa de Dostoievski. Em<br />
seguida descubro a Coletânea, de Arnaldo Campos, a livraria que amávamos<br />
tanto quanto a Revolução. Ali, se lê, debate, questiona. Paulo César Timm,<br />
meu guru de então, revela-me os segredos do Imperialismo, da mais-valia, da<br />
grandeza do proletariado, futuro coveiro da burguesia, dos sonhos que se<br />
constroem no Leste europeu.<br />
As vezes saíamos dali para um cafezinho no Rian ou uma média com pão e<br />
manteiga no Matheus. Só decepcionei-me um pouco com o Timm, quando<br />
pediu para que eu o acompanhasse ao Stoduto, queria comprar um temo de<br />
casimira. Estes desvios pequeno-burgueses eram deveras reprováveis. "Na<br />
sordidez do capitalismo — explica-se ele — somos obrigados a certas<br />
concessões/'<br />
Eles construíram Porto Alegre. Com palavras, sons, cores. Os outonos de<br />
Eduardo Guimarães, os crepúsculos de Mario Quintana, os locais sagrados de<br />
Athos Damasceno. Pelo Centro, passearam personagens do Erico, do<br />
Dyonélio, do Scliar. Na Azenha perambula Camilo Mortágua. A fisionomia da<br />
cidade permeia os textos de Arnaldo Campos, João Gilberto Noll, Assis Brasil,<br />
Caio Fernando de Abreu. Não esquecendo as crônicas do Luis Fernando, do<br />
Sérgio da Costa Franco e do Sérgio Jockymann. E a noite porto-alegrense?
Sem as referências do Carlos Nobre, do Danilo Ucha e de tantos outros, seria<br />
possível entendê-la?<br />
Uma cidade reinventada por escritores. E pelos músicos: Lupi-cínio, Túlio Piva,<br />
Nelson Coelho, Nei Lisboa, Vítor Ramil.<br />
Uma cidade de grupos teatrais e de pintores.Invejo a todos, tenho ciúmes<br />
deles. Na Feira do Livro, piso humilhado nas flores roxas dos jacarandás por<br />
ser incapaz de expressar com palavras as contradições de Porto Alegre.<br />
Entro no Theatro São Pedro ou no Renascença com amargura por não saber<br />
representar. Ressentido por não ter aprendido a tocar qualquer instrumento,<br />
vou assistir ao show de Plauto Cruz com sua flauta encantatória.<br />
Invejo a todos, cheio de despeito, de rancor mesquinho; mas quando os livros<br />
"deles" se abrem, as peças iniciam, Plauto arranca sons de sua flauta, quando<br />
a arte "deles" flui, aí então eu sinto um aperto no peito e me comovo com os<br />
artistas desta cidade — os que fazem da alegria e da tristeza motivos de<br />
criação — e estendo silenciosamente em sua direção um longo afago.<br />
CONSCIÊNCIA POLÍTICA<br />
Ele apareceu na sacada da Prefeitura Velha.<br />
Pensei: fomos derrotados.<br />
As janelas e os balcões do prédio municipal que, pela manhã, ainda estavam<br />
cheios de oficiais da Brigada e civis armados, agora estavam vazios. Na<br />
amplidão neoclássica do velho edifício, o prefeito parecia muito só, muito<br />
pequeno. Sua voz veio pausada: "Companheiros, a resistência acabou. O<br />
presidente João Goulart acaba de sair do país".<br />
Perdemos. Eu vejo as pombas, dezenas delas, voando do chafariz espanhol<br />
para as escadarias da Prefeitura e depois, revoando para o Mercado Público,<br />
assustadas com os gritos da massa humana que não aceita a rendição e se<br />
desespera na praça. Nós estamos desesperados e eu vejo também um<br />
absurdo céu azul projetando-se por sobre as construções de concreto. O que
me chocava era a indiferença da natureza, a limpidez do dia, o calor ameno de<br />
abril. O que chocava era a distância estúpida entre a tragédia histórica e a<br />
serenidade dos elementos.<br />
Imerso na multidão raivosa, posso até adivinhar as águas do Guaíba,<br />
encobertas pelos armazéns do cais, enquanto ouço um choro (esse choro me<br />
perseguirá nos meses seguintes) e o prefeito, como um autômato, pedindo que<br />
nos rendêssemos, que voltássemos para casa e enterrássemos as nossas<br />
ilusões e evitássemos o derramamento inútil de sangue e imaginássemos para<br />
o futuro outras tardes, mais felizes do que aquela. Mas como poderia eu<br />
dissolver na memória aquela tarde de abril com seus pronunciamentos, seu<br />
céu azul, suas pombas, como negá-la, desintegrá-la, se ela porejava em meu<br />
corpo, grudando-se ao meu suor? Como, depois de ter oferecido a vida para a<br />
defesa da ordem legal, poderia eu retornar para um universo de objetos<br />
pessoais, prosaicos, familiares, como voltar para a casa de minha avó se,<br />
naquele momento, eu acreditava na Revolução e no povo?<br />
Mas voltei. Um amigo meu para suportar a derrota tomou um porre. Eu<br />
regressei para casa lúcido. Como no poema de Bandeira, melhor fora que<br />
voltasse bêbado.<br />
Fixa-te memória.<br />
Estamos no bar Alaska: André Forster acaba de ser eleito presidente do centro<br />
acadêmico da Filosofia da UFRGS. Comemoramos a sua vitória. Na mesa,<br />
representantes de todas as facções da esquerda do movimento estudantil.<br />
Apesar dos desvios ideológicos de algumas tendências, nos julgamos a<br />
vanguarda indiscutível da luta popular contra a ditadura.<br />
Afasto a poeira dos anos e enxergo claro: comemos os pratos baratos do<br />
Alaska, servidos pelo Isaac: "Burguês", "Robertão", "Vietcong". Bebemos chope<br />
ou cuba-libre ou ainda gin-fizz e acreditamos em nosso triunfo iminente.<br />
Em seguida, haverá passeatas, protestos apaixonados, repressão, violência,<br />
AI-5, cassações, sombras, tortura, exílio, diáspora, mas agora comemos e<br />
bebemos e saudamos André Forster e nos preparamos para derrotar a "Besta".<br />
Lá estão Flávio Koutzii, Geraldo Müller, Zeca Keniger, José Maraschin, Haidée
Porto, Clóvis Gri-vot, as irmãs Metralha, Pilla Vares, Carlos Alberto Vieira e<br />
tantos outros. A poeira do tempo ainda não corrompeu nossos cabelos, nossa<br />
pele, nem colocou essa névoa em nossos olhos. Somos jovens, apenas e tão-<br />
somente jovens, e alimentamos grandes esperanças.<br />
Grito com a minha memória: fixa-te, suspenda o tempo... e lá estamos nós, no<br />
Alaska, paralisados, rígidos, esmaecidos...<br />
Fixa-te, memória.<br />
Por favor, fixa-te.<br />
Pedro nos oferece o revólver, um 38 pesado e sedutor. Quer que o tomemos<br />
nas mãos, que sintamos a frieza do aço, seu peso, sua palpabilidade. Embaixo<br />
do modesto apartamento, funciona o Urbano's. E noite quente de verão e nas<br />
mesas da rua há gritos e gargalhadas. Enquanto os boêmios da madrugada<br />
decidem qual será o destino de uma galinha que é a mascote do bar, o cheiro<br />
dos sanduíches abertos e das batatas fritas turba o nosso raciocínio. Meu<br />
irmão segura a arma e eu examino o material mimeografado que fala das<br />
possibilidades de uma vitoriosa guerrilha no Araguaia. Pelas frestas das<br />
venezianas, observamos os que se divertem, os que empilham bolachas nos<br />
cantos das mesas, os que se beijam, os que pela manhã mergulharão no sono<br />
dos inocentes.<br />
Não dormiremos esta noite. Uma sirene nos despertará, um grito mais forte,<br />
uma pancada aleatória na porta. O revólver está ali, ao alcance dos dedos,<br />
porém uma força qualquer nos deterá: o medo da tortura e da morte? o bom-<br />
senso colono que vislumbra o aventureirismo e o fracasso? ou o simples<br />
chamado vital que procede dos odores do Urbano's?<br />
Pedro partiu ao amanhecer com seu revólver, seus panfletos, seu fervor.<br />
Olhando para os lados, atravessou a Nova Iorque em direção à Coronel<br />
Bordini. Virou-se então para nós, que o acompanhávamos da janela do<br />
apartamento, sorriu e acenou, como se pela última vez.<br />
PERDAS
O último capítulo é de perdas, já dizia o velho Machado.<br />
Os bondes deixaram de circular, os cafés do Centro cederam lugar aos bancos,<br />
fecharam cinemas e outros locais tradicionais. Não há mais normalistas e<br />
ninguém voltará a experimentar a vertigem daquele cabaré, se é que um dia<br />
ele existiu. A Rua da Praia virou uma mescla de pátio de milagres, bazar persa<br />
e pungente galeria de tipos lombrosianos.<br />
A Revolução também acabou e, num certo sentido, foi melhor que tivéssemos<br />
perdido, pois se na dimensão subjetiva éramos os mais generosos, os mais<br />
altruístas, numa dimensão objetiva tínhamos os olhos turvos por uma utopia<br />
estruturalmente totalitária. Enviaríamos os nossos opositores para campos de<br />
reeducação ou para o "paredón" com o coração cheio de mágoa, mas seguros<br />
que ao bem público cede o bem privado e que uma sociedade igualitária não<br />
se arquiteta sem a aplicação do terror jacobino.<br />
Perde-se também com a partida de amigos, seja em direção à névoa do nada,<br />
seja em direção a outras cidades e países. Nostalgia? E bem possível que sim.<br />
Ninguém nos impedirá de olhar para o passado com suave e doce melancolia.<br />
Vá lá o lugar-comum: eram os nossos anos dourados porque tínhamos 18<br />
anos.<br />
E possível que os adolescentes interioranos que hoje chegam a Porto Alegre<br />
sintam a mesma sedução das luzes da capital e daqui a algumas décadas<br />
façam suas memórias de tempo tão sombrio, vendo-o como um paraíso<br />
perdido. É possível, por outro lado, que as grandes metrópoles tenham<br />
cumprido o seu papel na História humana e seu futuro seja apenas o de<br />
depositário de um pobre lixo humano, como nos livros e filmes de ficção-<br />
científica.<br />
Nos fecharemos então, cada vez mais, na concha de nossas lembranças.<br />
Bola de cristal
Luís Fernando Veríssimo<br />
Está tudo difuso. É o que dá usar uma bola de cristal de segunda mão.<br />
Comprei de um vidente amador que disse que só a usava nos fins-de-semana.<br />
Vejo um rapaz estranhamente familiar parado no que parece ser o abrigo da<br />
Praça XV. Ali onde eu esperava o bonde Petrópolis (fim da linha, até João<br />
Abbott ou até Boa Vista) e aproveitava para comer um pastel com vitamina de<br />
abacate, na minha temerária juventude. O bonde Petrópolis subia a Protásio<br />
Alves como um velho subindo a escada, devagar e se queixando da vida. E, no<br />
entanto, nunca pensei numa viagem num bonde Petrópolis como perda de<br />
tempo. Talvez porque naquele tempo nossa relação com o tempo fosse outra.<br />
O tempo tinha outro valor. Você encarava uma viagem num bonde Petrópolis<br />
com a mesma filosofia de um construtor da Idade Média contemplando o<br />
projeto de uma nova catedral, sabendo que a obra consumiria toda a sua vida e<br />
que ele ainda legaria os últimos arremates a seus filhos. Não se desperdiçava<br />
a vida numa viagem no bonde Petrópolis, mas chegava-se ao fim da viagem<br />
invariavelmente mais velho e mais sábio. Subir a Protásio era como construir<br />
uma catedral.<br />
Mas o que o abrigo da Praça XV está fazendo no futuro? E por que esse rapaz<br />
na bola de cristal se parece tanto comigo, apesar do topete duro de Gumex?<br />
Talvez seja um descendente, e ele more numa Porto Alegre pós-débâcle final<br />
que decidiu voltar às suas sim-plicidades, inclusive o bonde, o tempo de sobra<br />
e a vitamina de abacate. Foi isso: como todas as cidades do Ocidente, Porto<br />
Alegre deu-se conta da sua impossibilidade e fugiu para o passado. Nos meus<br />
tempos de topete a cidade devia ter o quê? Seiscentos mil habitantes, se<br />
tantos. Depois inchou, cresceu mal e acabou nisso, numa volta ao seu ponto<br />
ideal de grande cidade pequena, ou pequena cidade grande, renegando o<br />
próprio progresso. Mas voltou como? Fez o que com seu excesso de<br />
habitantes? Imagens terríveis passam pela minha cabeça. A guerra civil tantas<br />
vezes prevista. Um rio de sangue descendo a Borges. Até — por que não? —<br />
cenas de canibalismo, o controle demográfico mais prático que existe, já que<br />
engorda os que sobram e ao mesmo tempo lhes dá mais espaço. Que preço
pagamos para recuperar esta tranqüila cena de um adolescente esperando um<br />
bonde numa cidade ainda possível?<br />
Mas não. Descubro qual é o problema. Maldita bola de cristal. Ela é tão ruim<br />
que, em vez do futuro, está mostrando o passado. O rapaz sou eu mesmo, há<br />
40 anos, e a Porto Alegre é a dos anos 50, que não voltam mais. Decido apelar<br />
para a técnica brasileira de consertar qualquer aparelho. O tapa parece<br />
funcionar, pois imediatamente surge uma cena do futuro na bola de cristal. A<br />
mesma Praça XV só que agora tomada por uma multidão e por barracas de<br />
camelôs. A bola de cristal dá uma panorâmica e descubro que todas as ruas da<br />
cidade estão tomadas por barracas de camelôs, que vendem de tudo, do<br />
chaveirinho ao refrigerador. Não existem mais lojas nas ruas, só lanchonetes e<br />
fliperamas. Todo o comércio é feito por camelôs, inclusive o de roupa, com as<br />
cabines de provas para mulheres ao ar livre atraindo grande curiosidade<br />
popular. Deduzo que as lojas de comércio como nós as conhecemos hoje<br />
estão todas nos shopping centers, assim como os cinemas, os teatros, os<br />
restaurantes finos, os ginásios de esportes e os bancos. A bola de cristal, como<br />
que lendo a minha dedução, corta para dentro de um shopping center não iden-<br />
tificado. É um shopping center enorme. Aqui há lojas, sim, e multidões pelos<br />
corredores — espremendo-se entre os camelôs. A diferença é que estes<br />
camelôs são uniformizados e têm crachá. Nos shopping centers há guardas<br />
particulares armados de metralhadora nas portas e corredores para controlar a<br />
freqüência e em torres externas para dominar os acessos e os arredores. Os<br />
carros que chegam nos estacionamentos subterrâneos são revistados para ver<br />
se não trazem algum clandestino das classes D para baixo, pois estas são<br />
proibidas nos shopping a não ser para o serviço. Pedestres que tentam entrar<br />
são executados na hora. Nos ginásios embutidos nos shopping, clubes com<br />
nomes americanos disputam campeonatos de basquete e vôlei, os esportes<br />
mais populares da cidade desde que o futebol faliu definitivamente e Grêmio e<br />
Internacional, rebatizados de Grêmio Raspadinha Porto-alegrense e<br />
Raspadinha Clube Internacional, passaram a viver exclusivamente de sorteios.<br />
Mas espera um pouquinho. Esta bola de cristal continua funcionando mal. Ou<br />
está, deliberadamente, tentando me enganar. Este futuro é tão<br />
exageradamente catastrófico quanto o passado idílico que ela mostrou era
falso. Tendemos a escurecer nossos prognósticos na mesma medida em que<br />
fantasiamos nossas lembranças. Se o presente está mal é em contraste com<br />
um passado de possibilidades perdidas, e o futuro só pode ser pior. Mas a<br />
Porto Alegre em que eu esperava o bonde no abrigo não estava no auge de<br />
uma qualidade urbana que depois perdeu. Só era ideal na medida em que<br />
qualquer lugar em que se tem 15 anos, Gumex no cabelo e tempo para esban-<br />
jar é ideal. Era uma cidade limitada culturalmente e na qual os contrastes<br />
sociais que depois se agravaram já existiam, só que a gente não notava.<br />
Quando passo pela Rua da Praia, hoje, e penso no tempo em que as "boas<br />
famílias" iam lá para se encontrar, e a freqüentavam com a superioridade<br />
despreocupada de nobres numa alameda da corte, me dou conta que minha<br />
nostalgia é por privilégios perdidos, não por outra cidade. Os que freqüentam o<br />
Centro, hoje, são os mesmos — multiplicados pelo descaso — que há anos<br />
habitavam os arredores da nossa cidade idealizada. Só que agora entraram na<br />
sala.<br />
Esta maneira míope de confundir privilégios perdidos com decadência geral<br />
talvez afete nossas previsões. A bola de cristal tem o mesmo defeito: leva o<br />
preconceito dominante a seus extremos e chama isto de futuro, e de inevitável.<br />
Prever que uma elite cada vez mais acuada acabará vivendo em fortalezas de<br />
privilégio enquanto a barbárie ocupa a cidade e cresce a seu redor pode ser<br />
uma correta avaliação do espírito da elite, mas talvez não o seja do espírito<br />
dos "bárbaros". A Porto Alegre possível nascerá da capacidade deles de se<br />
organizarem a despeito do preconceito, e das suas privações. Adivinhar o<br />
futuro pelo presente tem seus riscos: há alguns anos qualquer profeta juraria<br />
que, no ritmo em que ia, Porto Alegre seria uma cidade completamente sem<br />
árvores em pouco tempo. Aconteceu o contrário. Alguém, em algum ponto, por<br />
alguma razão, tomou uma medida que reverteu a tendência antiverde e o<br />
resultado é que Porto Alegre é hoje uma das cidades mais arborizadas do<br />
País. Pode muito bem estar se preparando outro futuro, que esta bola de cristal<br />
deformada insiste em me sonegar.<br />
Acho que ela vai levar outro tapa.
Crônica de Porto Alegre<br />
Flavio Aguiar<br />
CARTAS ÁCIDAS - 28/07/2004 <strong>–</strong> www.cartamaior.com.br<br />
O espetáculo dos alunos da rede pública de ensino termina, a multidão<br />
está em pé de guerra, e pronta para a conferência de abertura do III<br />
Fórum Mundial de Educação, com István Mezsáros, Pablo Gentili e<br />
Ricardo Antunes. O entusiasmo perdura ao som do hino nacional...<br />
Flávio Aguiar<br />
Porto Alegre - A cidade nos recebe amena. Chegamos, a delegação da<br />
Agência Carta Maior, de São Paulo, às 10h30 de uma manhã de sol, a 15<br />
graus. À tarde, a temperatura vai chegar aos 20º C. É julho, mas parece um<br />
dia do começo do outono. Isso não impede que os moradores, do chofer de<br />
táxi à moça que faz o nosso credenciamento no Estádio do Gigantinho, às<br />
margens do Rio Guaíba, com aquele jeito aguerrido que é o estilo dos<br />
gaúchos, comentem: mas que calor! Confundem o acalorado da sua tarefa<br />
com a temperatura ambiente, que é branda e convidativa.<br />
Depois de instalados no hotel, fomos almoçar no Mercado Público, uma<br />
construção em estilo neoclássico terminada em 1869, uma jóia cheia de<br />
odores e de apetites. Confesso que não resisti, e apesar do tal de “calor”,<br />
comi um prato de mocotó, sopa típica de inverno aqui nos pagos sulinos.
Na saída, deparamos com uma agitação na Praça XV de Novembro, em<br />
frente ao Mercado: é uma manifestação que parte, a pé, para o local do<br />
Fórum, carro de som à frente.<br />
Pelo fim da tarde fomos fazer o credenciamento, em primeiro lugar, no<br />
Gigantinho, para depois assistirmos a abertura e a primeira sessão de<br />
conferência. Na entrada do estádio, uma multidão se comprimia e se<br />
enfileirava. Eram cinco da tarde, e o sol já ia caindo para o poente. Nas<br />
filas, havia pressa e pressões: não haveria tempo para todo mundo<br />
conseguir os crachás até as seis horas, quando se previa o começo da sessão<br />
de abertura.<br />
Os organizadores anunciam: hoje a entrada está liberada, não precisa de<br />
crachá, isto pode ficar para amanhã. Não adianta. Surgem gritos:<br />
“queremos crachá”. É o movimento dos sem crachá. Esses gritos vêm se<br />
somar aos anúncios dos candidatos a vereança que fazem, megafone em<br />
punho, a sua propaganda. É uma verdadeira Meca política, seguindo a<br />
tradição local da politização marcante.<br />
Conseguimos varar a multidão e entrar no estádio, até o lugar da imprensa,<br />
que vai se enchendo. Até o começo, de doze a quinze mil pessoas estarão<br />
nas arquibancadas, lotando o Gigantinho, exceto na área que fica<br />
diretamente atrás do palco armado.<br />
Começa abertura. É um espetáculo preparado por alunos de várias escolas
da rede municipal de Porto Alegre. É emocionante, e a multidão vai se<br />
contagiando. Misturam-se flamenco e bachiana de Vila-Lobos; ritmos afros<br />
e solos de violoncelo; acrobacia e coreografia. O flamenco é muito latino-<br />
americano, animado ao som das “cajas” dos países pampeanos vizinhos,<br />
aqueles tambores de som cavo e surdo. Quando um grupo de meninos e<br />
meninas dança a guerreira chula, dança de desafio em que os contendores<br />
se digladiam em torno de uma lança no chão, a multidão tem o seu primeiro<br />
momento de delírio. Depois, ao som de choros, sambas e de Aquarela do<br />
Brasil, chovem os aplausos, e a multidão ovaciona de pé. Os meninos e<br />
meninas de Porto Alegre mostram que a educação pode ser criativa e tem<br />
sentido.<br />
O espetáculo termina, a multidão está em pé de guerra, e pronta para a<br />
conferência, que vai reunir István Mezsáros, Pablo Gentili e Ricardo<br />
Antunes como debatedor. O entusiasmo ainda perdura durante a execução<br />
do hino nacional. Faz-se, primeiro, a mesa de abertura, com as autoridades<br />
e alguns representantes de entidades presentes. Aí houve um erro de<br />
cálculo, por parte dos organizadores ou dos membros da mesa. A coisa se<br />
arrasta; os discursos se sucedem, enormes. Aquilo que deveria ser uma<br />
sucessão de breves saudações, torna-se uma inesperada conferência com<br />
inúmeros participantes. O representante do governo do Estado, o Secretário<br />
da Educação José Fortunati, leva uma vaia. Era uma vaia quase protocolar,<br />
sem grande animação. Mas o secretário desafia e comenta a vaia, como<br />
antidemocrática. Aí as vaias recrudescem, viram oceânicas e dominam o<br />
Gigantinho todo. Infelizmente o clima fica agressivo e o plenário começa a
se esvaziar.<br />
Felizmente o prefeito João Verle, num gesto de bom senso, faz uma breve<br />
saudação, encerra a abertura oficial, e a esperada conferência pode começar<br />
(veja matéria nesta página). Quando ela começa, o estádio está pela<br />
metade. Mas para quem ficou, a espera vale a pena.<br />
István Mezsáros é aplaudido ao dizer que vai falar em português, e<br />
bravamente enfrenta a nossa língua. Desenvolve algumas teses<br />
fundamentais: a de que o sistema capitalista agride o futuro e o tempo<br />
presente dos indivíduos. Aquele tempo que ele não pode controlar, seja sob<br />
a forma de produção ou de lazer consentido, ele condena à barbárie e à<br />
violência, pela alienação dos indivíduos. Além disso a sociedade capitalista<br />
perverte o sentido de “economia”, pois condiciona a abundância ao<br />
desperdício. A alternativa a este estado de coisas, que ameaça a<br />
sobrevivência do planeta, começa com uma educação que suplante a idéia<br />
de treinamento em nome de uma idéia de formação permanente para a<br />
auto-gestão solidária.<br />
Pablo Gentili evoca uma contradição nas sociedades latino-americanas. É<br />
verdade que nos últimos anos, inclusive no Brasil, as classes pobres<br />
tiveram aumentado seu acesso à educação. Mas ao mesmo tempo a<br />
educação perdeu seu significado emancipador, inclusive de acesso a uma<br />
melhor situação social. É como se as classes dirigentes permitissem o<br />
acesso, mas esvaziassem a educação de seu conteúdo. Comentando as
palestras, Ricardo Antunes bate na tecla de que a educação não é uma<br />
mercadoria, nem um negócio.<br />
A conferência chega ao fim. A multidão restante está exausta, todos<br />
reconhecem. Mas a sensação que fica, em meio às contradições, realizações<br />
e contratempos, é de satisfação: além das conferências instigantes, os<br />
meninos e meninas do espetáculo demonstraram que, em matéria de<br />
educação, Porto Alegre está com a palavra. Vieram de escolas da periferia<br />
da cidade, de regiões antigamente desassistidas, e tomaram o centro<br />
iluminado da noite.<br />
O que há de comum entre Porto Alegre e<br />
Piacenza<br />
(Lilian Piraine Laranja)<br />
http://www.cronicas-da-lilian.com.br/cronica_lilian_20.htm<br />
30/09/2002:<br />
Já havia percebido que as cidades do interior são mais receptivas do que as<br />
capitais, mas Piacenza foi um local surpreendente. Essa pequena cidade italiana,<br />
localizada próxima a Milão, foi um dos lugares mais acolhedores de meu roteiro<br />
por países da Europa. A começar pelo taxista que ofereceu a viagem gratuita<br />
porque deu uma informação inicial errada, todas as pessoas me receberam com<br />
sorrisos, principalmente ao dizer que era brasileira, ou melhor, braziliana...<br />
Talvez Piacenza seja assim porque não se trata de uma cidade turística, mas<br />
uma típica cidade interiorana da Itália. Nem tão pequena assim, com bom centro<br />
comercial - e preços bem amigáveis! <strong>–</strong> praças e igrejas, além da tranqüilidade que<br />
só as cidades do interior oferecem.<br />
No centro da cidade se localiza a Praça Cavalli, com o museu em forma
medieval e com o monumento em memória daqueles que morreram na Primeira e<br />
Segunda Guerra. Perto desta praça mais central, na Praça del Duomo, situa-se a<br />
Catedral de Santa Maria Assunta, que abençoa a cidade. Dentro da igreja do<br />
século XII, concluída em 1122, repousam os restos mortais do bem-aventurado<br />
João Batista Scalabrini, fundador de uma congregação presente em vários países<br />
do mundo, inclusive no Brasil. As casas antigas, as ruas de paralelepípedo, o<br />
delicioso ritmo de falar dos italianos são marcantes em Piacenza.<br />
Na Congregação das Irmãs Scalabrianas, local que me deu acolhida durante<br />
os dois dias em que conheci Piacenza, pude desfrutar de mais simpatia. As irmãs<br />
me contaram interessantes histórias da cidade e de Scalabrini. Quem diria que eu<br />
iria encontrar no interior da Itália uma Congregação católica que deu seus<br />
primeiros passos, no início do século passado, em direção ao Brasil, com atuação<br />
marcante no Rio Grande do Sul. Um bom exemplo da presença scalabriniana no<br />
Estado hoje é o Hospital Mãe de Deus, um dos melhores do Rio Grande do Sul.<br />
Na casa onde estive hospedada, tive a oportunidade de visitar o Museu do<br />
bem-aventurado Scalabrini, fundador da congregação, e ouvir das irmãs a<br />
interessante história de sua vida. Scalabrini nasceu na Lombardia, Itália, em 1839,<br />
tendo sido bispo de Piacenza por 36 anos. Na época, final do século XIX, estavam<br />
ocorrendo drásticas mudanças no contexto social do país, que forçaram muitos<br />
italianos a migrarem para outros países das “Américas”, como os Estados Unidos,<br />
Brasil, Argentina e outros. Scalabrini, sensível às dificuldades que os emigrantes<br />
italianos sofriam nas terras estrangeiras, passou a chamar a atenção para o<br />
problema e a mobilizar outras dioceses para ajudarem. Era preciso enviar<br />
missionários para fortalecer a fé dos migrantes italianos, bem como dar assistência<br />
social a essas pessoas.<br />
Com o objetivo de proteger a identidade cultural e religiosa dos migrantes,<br />
Scalabrini fundou em 1887 a congregação dos Missionários de São Carlos<br />
Borromeo, com a colaboração estreita do padre José Marchetti, que foi enviado<br />
como missionário a São Paulo, no Brasil, para assistir aos migrados. Pouco tempo<br />
depois, em 1895, Scalabrini fundou a Congregação das Irmãs Missionárias de São<br />
Carlos Borromeo-Scalabrinianas, devido a necessidade da presença feminina para<br />
ajudar os órfãos dos migrantes.<br />
Nesse processo, a atuação das irmãs Assunta Marchetti, Carolina<br />
Marchetti, Angela Larini e Maria Franceschini foram determinantes. Foram as<br />
primeiras a partirem para o Brasil com a missão delegada por Scalabrini, de<br />
atenderem às necessidades dos imigrantes italianos. O próprio Scalabrini resolveu<br />
viver a experiência dos migrantes, sendo “migrante junto com os migrantes”, ao<br />
partir para os Estados Unidos, em 1901, com a finalidade de visitar as colônias de<br />
italianos naquele país. Em 1904, foi a vez de embarcar para o Brasil, onde
percorreu o Estado de São Paulo e desceu ao Rio Grande do Sul, onde passou a<br />
cavalo por cidades como Nova Bréscia, Farroupilha, Santo Antônio da Patrulha,<br />
entre outras. Todavia, essas longas peregrinações em condições bem mais difíceis<br />
que hoje ajudaram a comprometer sua saúde. Na volta, já em Piacenza, em 1905,<br />
veio a falecer. Seu corpo repousa atualmente na Catedral da cidade, a basílica de<br />
Santa Maria Assunta, na Piazza del Duomo.<br />
Mas os esforços do padre Scalabrini não foram em vão. A congregação se<br />
expandiu e hoje marca presença em 22 países entre África, Ásia, América e<br />
Europa, envolvendo cerca de 815 pessoas. Popularmente, Scalabrini é conhecido<br />
como o “Pai dos Migrantes”, porque lançou as sementes da congregação que ainda<br />
hoje tem como foco principal o atendimento de migrantes.<br />
Em Piacenza, o Centro Migrante Scalabrini oferece assistência aos<br />
estrangeiros residentes na Itália com aulas de italiano, escola, centro médico e<br />
catequese. Em Porto Alegre, a Irmã Maria Jacomina Vernonese fundou o Hospital<br />
Mãe de Deus (HMD), sendo um dos melhores e mais bem equipados da capital<br />
gaúcha. O HMD constitui, de fato, o provedor principal de uma ampla rede de<br />
instituições e de serviços na área da saúde e da educação, realizando significativa<br />
missão institucional, tornada visível em várias atividades sociais, alavancadas por<br />
um empreendimento empresarial bem sucedido. Mais recentemente, projetando<br />
uma presença ainda mais ativa e num espaço maior da cidade, o HMD<br />
protagonizou novo empreendimento altamente significativo, na região da Av.<br />
Carlos Gomes, em Porto Alegre, que é o Mãe de Deus Center.<br />
Esta foi uma bela história de ouvir, numa cidade italiana de povo gentil e<br />
que preza muito sua própria história e trajetória.<br />
Imagens de Piacenza:<br />
- Praça Duomo: 1<br />
- Catedral: 1, 2<br />
- Centro da cidade: 1<br />
- Museu: 1, 2<br />
- Igreja: 1<br />
- Relíquia de Scalabrini: 1<br />
- Estátua de Scalabrini: 1<br />
- Busto de Scalabrini: 1
- Quarto de Scalabrini: 1<br />
- Túmulo de Scalabrini: 1, 2<br />
- Jardim com imagem de Maria: 1<br />
- Monumento aos mortos em guerras: 1<br />
Imagens de Milão, cidade próxima de Piacenza:<br />
- Praça Duomo: 1<br />
- Galeria Vitorio Emanuele: 1, 2, 3<br />
- Catedral: 1<br />
***<br />
C R Ó N I C A S D E F R A N C I S C O J O S É V I E G A S<br />
U M A R M A Z É M D E E M O Ç Õ E S P A R A C O N S E R V A R C O M M U I T A P O E I R A<br />
Setembro 03, 2006<br />
Cidades: (1) Porto Alegre
Uma das minhas casas seria na República, esse bairro central de Porto Alegre. Não de<br />
noite, povoada pelas faunas da cidade baixa, vagabundos, maus estudantes da<br />
UFRGS, loiras que durante o dia trabalham nas repartições, esquerdistas sem<br />
nostalgia, viciados em cinema, fumadores de baseado, professores universitários que<br />
arregimentam alunas românticas, todos os géneros e categorias políticas de bebe-<br />
dores. Há também os esfomeados da sopa do bar de esquina, o Van Gogh, deputados<br />
municipais, gente que frequenta reuniões literárias, comentadores de futebol,<br />
caminhantes sem destino, bêbedos educados, boémios que contam a história da<br />
cidade, advogados cansados, mulheres bonitas, músicos de bares das redondezas,<br />
actores desempregados, desempregados que actuam como se não o fossem,<br />
agitadores, vendedores de cachorros quentes, adolescentes de vestidos muito<br />
decotados, gente de todas as religiões gaúchas, tertúlias nas esplanadas.<br />
Desculpem as frases longas. Ao longo da minha vida escrevi muitas reportagens sobre<br />
lugares, cidades, viagens e países. Muitos desses lugares eram tão belos que os<br />
abandonava ligeiramente incomodado, entre eufórico e incomodado. Praias gentis<br />
protegidas por desfiladeiros, ilhas onde pequenos hotéis construídos em madeira<br />
aguardavam luas-de-mel. Cidades cheias de palácios, de ruas onde a História<br />
ameaçava o passeante. Países cheios de arte e de glória, bairros habitados por<br />
escritores de há trezentos anos, de quando havia literatura. Recebi cartas de leitores
incomodados, como eu, por essa beleza incólume e comovente, ou elogios de<br />
viajantes fascinados. Sempre expliquei que a vantagem não era minha, mas desses<br />
lugares sobre os quais, na verdade, eu devia calar-me para os descrever melhor.<br />
Nunca me propuseram escrever sobre Porto Alegre, a cidade mais sem regras que já<br />
conheci. Mas eu tinha de escrever sobre Porto Alegre.<br />
Explico. As cidades europeias têm regras <strong>–</strong> algumas, inclusive, severas de mais. Ou<br />
acerca do trânsito, ou sobre a arquitectura e a sua preservação, ou sobre a proibição<br />
de fumar. Outras, como Salvador, na Bahia, parece não terem regras - mas elas estão<br />
lá: a cidade dos negros, a cidade dos orixás, a cidade dos baianos brancos, a cidade<br />
religiosa. Ou Buenos Aires, onde há uma certa anarquia, sim, mas onde existe uma<br />
ordem monumental e uma tradição de bairro. Mas Porto Alegre é uma cidade que<br />
vive sobre o risco e vive em risco. Plantada diante do Guaíba, o rio que parece o mar<br />
(e que tem o seu poeta, Mário Quintana), Porto Alegre é uma cidade europeia como<br />
os europeus imaginam que devia ser uma cidade europeia: decorada de cafés, de<br />
livrarias, de mercados de rua, de árvores em todas as ruas, de bairros que vivem na<br />
penumbra de jardins semiencobertos, que tanto mostra o seu chique antigo em<br />
Moinhos de Vento, como o júbilo popular nas alamedas floridas e arborizadas do<br />
Brique da Redenção, onde ao fim-de-semana se passeia de chimarrão na mão, to-<br />
mando o mate e apanhando sol. Há restaurantes para fumadores e restaurantes para<br />
não-fumadores. Esplanadas debaixo dos jacarandás da Alfândega e sotaques<br />
espanhóis no Mercado Público, onde se concentra a maior quantidade de lojas de boa<br />
comida do hemisfério sul - e onde, ao lado do restaurante Gambrinus, existe o bar<br />
Naval para (de acordo com o menu afixado à porta) comer «o violento mocotó» ou a<br />
«terrível feijoada». Nesse complexo de ruas, entre a Voluntários da Pátria e a<br />
Floriano, a alma popular da cidade floresce como um dos grandes destinos a<br />
conhecer.<br />
E Porto Alegre é uma das minhas cidades.<br />
in Outro Hemisfério <strong>–</strong> Revista Volta ao Mundo <strong>–</strong> Setembro 2006<br />
PO S TE D BY SÉRGIO AI R ES AT 3 .9. 06
OLHAI AS ÁRVORES DA CIDADE…<br />
Junior Bonfim<br />
Fonte - http://fjv-cronicas.blogspot.com/2006/09/cidades-1-porto-alegre.html<br />
Crônica da cidade<br />
Existem notícias que nos deixam incomodados e às vezes penetram, como<br />
afiadas peixeiras, a melancia da nossa alma.<br />
Há alguns dias a Professora Lindalva F. Carvalho e Machado lançou um<br />
libelo contra o assassinato de um majestoso flamboyant, com registro de 25<br />
anos de idade, que enfeitava a Praça da Rodoviária de Crateús.<br />
Ali está sendo construída uma pista de skate, esporte em ascensão no meio<br />
adolescente e juvenil. Sem objeções à realização da obra. Com todas as<br />
perorações a favor da preservação da árvore.<br />
O brado da professora fez eco no mais recôndito de muita gente. Até<br />
porque essa prática ganha dínamos de reincidência freqüente e todos se<br />
quedam silentes. Há algum tempo golpearam árvore na Rua Frei Vidal,<br />
depois na Rua Firmino Rosa, em seguida na Rua Desembargador Olavo<br />
Frota, agora defronte à Rodoviária.<br />
Essa escalada predatória precisa ser estancada. É óbvio que há um longo e<br />
paciente magistério de humanização, de combate ao embrutecimento, que<br />
necessita ser posto em prática. Sobremodo, é imperioso que o iniciemos.<br />
Fomos orientados a olhar o mundo apenas como espaço onde homens e<br />
mulheres devem reinar. Crescemos rotulando de avançada a pessoa que<br />
cultua a democracia <strong>–</strong> o poder nas mãos do povo. Porém, há um estágio<br />
superior que precisa ser almejado: a biocracia <strong>–</strong> o poder nas mãos de todos<br />
os seres vivos. Ou seja, este planeta que habitamos não é propriedade<br />
exclusiva dos animais humanos, ditos racionais. É o lar sagrado de todos os<br />
outros seres vivos, da totalidade das espécies (inclusive animais<br />
‘irracionais’, planetas e plantas). São Francisco, o mais ecológico dos<br />
homens canonizados, tinha essa compreensão de fraternidade cósmica<br />
muito clara. Poeta, glorificava o Deus da Natureza louvando “o irmão Sol,<br />
pela luz do dia; a irmã Lua e as irmãs Estrelas, claras irmãs silenciosas e<br />
luminosas, suspensas no ar; a irmã Nuvem, pela fina chuva que consola; o
irmão Vento, que rebrama e rola; pela preciosa, bondosa água, irmã útil e<br />
bela, que brota humilde; pela maravilha que rebrilha no Lume, o irmão<br />
ardente, tão forte, que amanhece a noite escura, e tão amável, que alumia a<br />
gente (…)Louvado seja pelos seus amores, pela irmã madre Terra e seus<br />
primores, Árvores, frutos, ervas, pão e flores”.<br />
Sei que são muitos os que consideram fora de propósito gastar tempo e<br />
tinta, papel e palavra com a defesa de um tema oriundo da e dessa<br />
Natureza. Entendo e respeito quem julga ser coisa sem importância cortar<br />
árvores. Eu também já pensei assim. Sucede que o mundo, assim como nós,<br />
evolui e deve evoluir.<br />
As árvores, filhas primorosas da mãe Terra, exalam vida. Quem planta,<br />
cuida ou zela por uma árvore sabe que há um elo sentimental que une esses<br />
dois viventes seres. Pouca gente raciocinou que aquelas frondosas e<br />
centenárias árvores da Rua Desembargador Olavo Frota estavam<br />
umbilicalmente ligadas à história daquela via urbana e dos seus habitantes.<br />
Constituíam patrimônio público. Se fôssemos aspergidos com o óleo da<br />
sensibilidade e entendêssemos que as árvores, tal e qual cada um de nós,<br />
têm palpitação vital <strong>–</strong> certamente as olharíamos de outra maneira.<br />
Felizmente, há registros de que é crescente o número de cidades que têm<br />
adotado métodos e medidas para preservação, manejo e expansão das<br />
árvores, de acordo com as demandas técnicas e as manifestações de<br />
interesse das comunidades locais, implementando o seu Plano Diretor de<br />
Arborização Urbana.<br />
Eis uma ação digna de justo registro, destacada loa. Em Porto Alegre, por<br />
exemplo, foi feito um inventário das árvores da cidade. Lá existe mais de<br />
um milhão e trezentas mil árvores em vias públicas, cuja distribuição<br />
beneficia um número de pessoas ainda maior que o atingido pelos parques<br />
e praças.<br />
Alguém já imaginou se soubéssemos quantos exemplares arbóreos habitam<br />
a nossa Urbe? Se existisse um inventário, uma ficha histórica de cada um,<br />
distinguindo as espécies nativas das exóticas, compondo um quadro real da<br />
diversidade desses organismos vivos?<br />
A sabedoria dos nossos ancestrais, oralmente transmitida, reza que não há<br />
mal que não traga um bem. A maldade demolidora do formoso flamboyant<br />
que enfeitava a Praça da Rodoviária suscitou o correto clamor da<br />
Professora Lindalva. Que ele sacuda as estruturas da nossa insensibilidade.<br />
Que sirva de sirene nos ouvidos das autoridades. Que repique solene, como<br />
um permanente sino de catedral, na consciência de cada um: “Olhai as
árvores da cidade…”<br />
Fonte - http://gazetacrateus.com.br/v2010/sem-categoria/cronica-da-cidade-8/<br />
HISTORIA DE CIDADE BAIXA<br />
A delimitação atual do bairro Cidade Baixa abrange as avenidas Praia de Belas,<br />
Getúlio Vargas, Venâncio Aires, João Pessoa e parte da Borges de Medeiros. A<br />
"Cidade Baixa" antiga, contudo, era mais ampla. Compreendia toda a região<br />
localizada ao sul da Rua Duque de Caxias.<br />
Apesar de projetos de arruamento terem sido propostos desde 1856, boa parte da<br />
Cidade Baixa permaneceu desabitada por vários anos, principalmente o trecho<br />
entre as atuais Venâncio Aires e Rua da República, conhecido pelo nome de<br />
"Emboscadas". Consistia em um terreno baixo e acidentado, cortado por árvores e<br />
capões, que dificultavam o trânsito e facilitavam os esconderijos. O lugar abrigava<br />
tanto escravos fugidos como bandidos e caracterizava-se como "uma zona de meter<br />
medo aos mais valentes", segundo Ary V. Sanhudo(1).<br />
A implantação das linhas de bonde de tração animal, através do Caminho da<br />
Azenha (Av. João Pessoa) e da Rua da Margem (João Alfredo) contribuiu para a<br />
urbanização do local. A antiga Rua da Margem era atravessada por várias ruelas —<br />
todas chamadas becos — que se tornaram célebres por seus nomes exóticos: Beco<br />
do Vintém, Beco do Curral das Éguas, Beco dos Coqueiros e Beco Ajuda-me a<br />
viver!...<br />
Na década de 1880 novas ruas foram inauguradas, imortalizando os nomes dos<br />
vereadores Lopo Gonçalves e Luiz Afonso. A atual Joaquim Nabuco também foi<br />
oficialmente aberta nessa época, batizada de Rua Venezianos, pois sediava o<br />
famoso grupo carnavalesco. O carnaval da Cidade Baixa era reconhecido e<br />
prestigiado na época, com destaque para os coros que movimentavam as ruas.<br />
O bairro acabaria se notabilizando pela existência de uma "classe média<br />
singularmente diferenciada". Composta por famílias que "ainda botavam cadeiras<br />
nas calçadas", assistiam às matinês do cinema Capitólio e freqüentavam os<br />
armazéns em busca de "secos e molhados". Essa "atmosfera" característica,<br />
segundo Carlos Reverbel(2), definia exemplarmente a vida na Cidade Baixa.<br />
1. Porto Alegre:crônica da minha cidade, p.208.<br />
2. Folha da Tarde, 04/12/78, p. 04.<br />
(Luciano Ávila)<br />
http://www.achetudoeregiao.com.br/RS/porto_alegre/cidade_baixa.htm
Nostalgia dominical<br />
Rogério Mendelski*<br />
Há quem defenda que a Porto Alegre "de antigamente" era muito melhor que a atual,<br />
mas a questão é discutível por uma única razão: o tema sempre é trazido à discussão<br />
pelos nostálgicos, por aqueles que sabem que os "bons tempos" são, exatamente,<br />
aqueles que não voltam mais. O leitor não verá, por exemplo, um jovem de 20 e poucos<br />
anos ter lembranças das lojas sofisticadas da Rua da Praia ou dos cinemas com mil<br />
cadeiras - os do Centro de Porto Alegre ou os dos bairros.<br />
Para ele é inimaginável um cinema como Castelo, dizem (nunca contamos) que com 1,2<br />
mil lugares, localizado ali na Rua da Azenha, bem defronte à 2 DP. Cinema para alguém<br />
com 20 anos só pode estar em algum shopping, jamais num fim de linha de bonde (o<br />
que é isso?) e, muito menos, isoladamente, na Rua da Praia ou adjacências<br />
O mesmo vale para a hora do lanche, em algum point da moda. Hoje, fora do circuito<br />
dos shoppings, só a Padre Chagas está com tudo. Tente explicar e contar sobre as<br />
gostosuras da Confeitaria Rocco, da Casa Touro, do pãozinho com pernil do Matheus,<br />
do Rib''s, do Rian, das torradas do Joe''s, da banana split das Americanas ou do<br />
"Tremendão" do Alaska? Melhor nem falar no Restaurante Treviso, já que no Mercado<br />
Público, daquele tempo, resistem ainda o charmoso Gambrinus e o velho Naval de<br />
guerra.<br />
Claro que a Padaria Pão de Açúcar, também no MP, continua sendo apenas uma<br />
excelente padaria, enfrentando o avanço inexorável do marketing da nova nomenclatura<br />
de "panificadora", "oficina do pão", "cia. do trigo" ou simplesmente "delicious breads".<br />
Mas para evitar uma gargalhada do jovem, jamais recorde os cabarés da velha Porto<br />
Alegre que os mais antigos - aportuguesando o termo clássico francês - diziam randevu<br />
(rendez-vous), com acento no "u". Mesmo assim, dá para contar as lendas dos<br />
inexistentes cabarés das estudantes e das mulheres casadas, ambos só funcionando à<br />
tarde e na nossa imaginação.<br />
Não custa citar Carlos Lacerda (o conheci na antiga sucursal do Estadão, apresentado<br />
pelo jornalista e livreiro Mario de Almeida Lima) que me perguntou a diferença entre<br />
futebol e prostituição? No futebol, disse, o profissionalismo matou o amadorismo. Na<br />
prostituição, deu-se o contrário.<br />
Nós, daquela época, "ficávamos" nos quartos de fundo da Dorinha, da Emília ou do Ma<br />
Griffe. Hoje, a garotada "fica" em casa mesmo. E os adultos também. Até os motéis já<br />
eram. Antes, porque não existiam. Agora, porque existem os assaltos.<br />
Para encerrar: lembram quando havia intervalo nas sessões de cinema e entrava alguém<br />
oferecendo "baleiro, balas?".<br />
Violino bipolar<br />
Foi com surpresa que um velho amigo do colunista gritou: "Olha o Carlito de ismuqui!",<br />
quando viu um circunspecto senhor tocando violino na Ospa, num programa vespertino,<br />
em preto e branco, da TV Piratini. "Desde quando conheces aquele exímio violinista?".<br />
E o amigo, na bucha: "Ele toca na típica do Maipu, todas as noites!".
Cingapura<br />
O nome já transportava qualquer frequentador para algum bordelzinho asiático, bastava<br />
um pouco de imaginação ou leitura de Emílio Salgari ou Somerset Maugham, mas seu<br />
endereço era na Rua da Praia. O ambiente não poderia ser mais cinematográfico:<br />
malandros, policiais, mulheres, garçons e fregueses mal-encarados. Local para gente do<br />
ramo. Neófitos no assunto tinham permissão para ficar por ali, no máximo, dez minutos.<br />
Intercontinental<br />
Foi o apelido que botamos numa churrascaria, ao lado da hoje Casa de Cultura Mario<br />
Quintana. Chamo o testemunho dos jornalistas Wanderley Soares e Anilson Costa, pois<br />
era ali que almoçávamos no intervalo de preparação da Folha da Manhã: uma costela<br />
macia, salada, feijão e arroz. O nome Intercontinental veio do noticiário sobre a guerra<br />
de libertação da Nicarágua, hotel onde os jornalistas estavam hospedados em Manágua<br />
e onde podiam fazer suas refeições.<br />
Delícia de pastor<br />
Era um desses barzinhos com poucas mesas, ali na Venâncio Aires, na Cidade Baixa,<br />
entre a João Pessoa e a Santana. Sinceramente, não lembro o nome do lugar e fui levado<br />
até ali pelo Gabriel Mathias (grande Mathias!), chefe da sucursal do Correio da Manhã<br />
(RJ), em Porto Alegre. Nosso lanche maravilhoso: cachorro-quente pastor. Pão, salsicha<br />
e queijo derretido.<br />
Altos do Cacique<br />
Que point! Na sobreloja do Cinema Cacique estava a sua confeitaria, frequentadíssima<br />
pelo que havia de melhor na cidade. Quando foi inaugurada me parece que só entrava<br />
quem estivesse de paletó e gravata. O som era com o trio de Herbert Gher (piano,<br />
bateria, contrabaixo - nada de tomada elétrica) e a gente podia conversar<br />
civilizadamente.<br />
Mônaco, na zona Sul<br />
As ruas do bairro Tristeza e proximidades já tiveram corridas similares ao GP de<br />
Mônaco. Carreteiras, Gordinis, DKWs, Fuscas ensurdeciam os espectadores e nós<br />
vibrávamos com os irmãos Andreatta, Flávio Del Mese, João Bastian, Breno Fornari,<br />
entre outros azes do volante, acelerando a 100 km/h pela Otto Niemeyer e entrando em<br />
duas rodas na Wenceslau Escobar. Para nos sentirmos monegascos só faltavam o
príncipe Rainier III e a Grace Kelly.<br />
* Rogério Mendelski apresenta o Bom Dia, a partir das 6 horas na Rádio Guaíba, e<br />
escreve aos domingos no Correio do Povo.<br />
Deu no Prévidi - www.previdi.com.br -27 07 2010<br />
Sobre a crônica de ontem do Rogério Mendelski<br />
Não lembro também do nome do bar do cachorro-quente "pastor", mas comi varias<br />
vezes.<br />
Era muito bom.<br />
Farroupilha<br />
Também tínhamos o Farroupilha na Borges com Fernando Machado, antiga rua do<br />
Arvoredo.<br />
Era um sanduba com cacetinho, manteiga, mortadela ou presunto e queijo.<br />
Estadinho<br />
O Tatu era garçom do Farroupilha e também lutava luta livre no Estadinho da esquina<br />
da Jerônimo Coelho com a Borges.<br />
Outros lutadores do Estadinho eram o Mister X, que lutava com uma mascara para não<br />
ser identificado e que depois que a tiraram numa luta, se não me engano, com o<br />
Manoelão, virou Sernardas.<br />
Me parece que todos ou a maioria dos lutadores eram instrutores do DOPS.<br />
Eu morava na Fernando e ia assistir com o meu tio Joca as lutas.<br />
Era um sarro. As vezes voava balde, que não eram de plástico, guarda chuva, etc...<br />
Sobre a crônica de ontem do Rogério Mendelski <strong>–</strong> 2<br />
Clube Aimoré<br />
Todos os fins de semana na Cidade Baixa, mais precisamente na Ponte de Pedra ou<br />
Açorianos. No Clube Aimoré umas reuniões dançantes, onde inevitavelmente encerrava<br />
com uma paulera fenomenal. Dava de tudo.<br />
Bona Xira<br />
E quem lembra do Bona Xira na Santo Antônio.<br />
Era um barzinho com luz negra onde se ouvia Beatles, namorava e fumava muito.<br />
Era uma fumaceira só.<br />
O Mendelski não trabalhava no Estadão em cima da Livraria Lima?<br />
Tinha o Paulo Macedo irmão de um amigo, o Pedrinho Macedo.<br />
Temos outras tantas lembranças da Porto antiga.<br />
Delton Castro<br />
O ator Paulo José, gaúcho de Lavras do Sul, é
cidadão de Porto Alegre.<br />
MINHA HOMENAGEM À <strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong> COM O GRANDE PAULO JOSÉ<br />
O ator Paulo José, gaúcho de Lavras do Sul, é cidadão de Porto Alegre. Em seu<br />
discurso, ao receber a honraria...<br />
“Eu me lembro do meu primeiro encontro com Porto Alegre. A família vinha de Bagé,<br />
de carro, era noite. Eu cochilava no banco traseiro. Acordei quando entrávamos na<br />
Avenida Borges de Medeiros, ao lado da Avenida Praia de Belas, e aí eu vi imponente,<br />
monumental, maior do que a Igreja Nossa Senhora Auxiliadora e a de São Sebastião<br />
juntas, mais alto do que a Ponte Seca, mais bonito do que a casa do meu avô, o Viaduto<br />
Otávio Rocha. Depois, pela vida afora, vi outros espaços monumentais impressionantes:<br />
a Piazza San Marco, em Veneza, o Arco do Triunfo, o Coliseu de Roma, o Parlament<br />
House com o Big Ben, mas nenhum deles me fez o coração disparar como aquela visão<br />
dos meus oito anos. O Viaduto Otávio Rocha foi o meu primeiro alumbramento.<br />
Eu me lembro que o Pão dos Pobres ficava nas margens do Guaíba, lá onde a cidade<br />
acabava. Eu me lembro que a lancheria das lojas Americanas era o ponto chique da<br />
cidade. Eu me lembro que tinha até banana split. Eu me lembro que eu sabia de cor<br />
todas as transversais da Avenida Independência, do Colégio Rosário à Praça Júlio de<br />
Castilhos: Rua Barros Cassal, Rua Thomaz Flores, Rua Garibaldi, Rua Santo Antônio,<br />
Rua João Telles. Eu me lembro da Pantaleão Teles, da Cabo Rocha, American Boite,<br />
Maipu, Gruta Azul. Eu me lembro do conjunto Norberto Baldauf, da Orquestra<br />
Espetáculo Cassino de Sevilha, do Conjunto Farroupilha, dos Quitandinha Serenaders:<br />
“Felicidade foi-se embora e a saudade no meu peito ainda chora...” Lembro da tristeza<br />
da minha mãe quando emprestei o violão do meu irmão para um baiano que estava<br />
passando uns tempos aqui em Porto Alegre. Eu me lembro que o meu violão nunca mais<br />
voltou e que o baiano se chamava João Gilberto.<br />
Lembro do Hino Rosariense. Lembro que Maria Della Costa era garota da capa da<br />
revista O Globo, e tinha as pernas mais lindas do mundo. Lembro dos festivais Tom &<br />
Jerry nas manhãs de domingo no cinema Avenida, das matinês do Cinema Victória, dos<br />
cinemas Rex, Roxi, Imperial, Cacique. Lembro do mezanino do Cinema Cacique, que<br />
servia a última novidade em gelados, o Peach Melba. Lembro que todo o mundo
detestava os filmes do Cecil B. de Mille, exceto o público.<br />
Lembro que no abrigo dos bondes da Praça XV podia-se beber o caldo da salda de<br />
frutas, sem frutas, apenas seus vestígios. Aquela água era néctar dos deuses. Lembro do<br />
Vicente Rao, do Bataclan, do brique Ao Belchior, do Senhor Joaquim da Cunha, do<br />
Farolito e do China Gorda.<br />
...<br />
Lembro que a deusa da minha rua era a Maria Thereza Goulart, que não era ainda<br />
Goulart. Ela morava no edifício Glória e recebia visitas misteriosas de um João, este,<br />
sim, Goulart, que era invejado por toda a garotada da Barros Cassal.<br />
Eu me lembro do tempo em que futebol se jogava com goleiro, com dois beques, três na<br />
linha-média e cinco no ataque e que, em geral, faziam-se gols. Eu me lembro do time do<br />
Inter, imbatível, nos anos 50: La Paz, Florindo e Oreco, Paulinho, Salvador e Odorico,<br />
Luizinho, Bodinho, Larry e Canhotinho.<br />
Eu me lembro de um tempo sem malícia, quando o estádio dos Eucaliptos torcia,<br />
gritando em coro: Co-Co-Colorado, Co-Co-Colorado, Co-Co-Colorado. Eu me lembro<br />
do Café Andradas, onde a gente ia matar aula e encontrava o Henrique Fuhro. O<br />
Abujamra, que anunciava tragicamente: “O homem é uma paixão inútil!...Mais um café,<br />
Macedo”.<br />
Eu me lembro do Bar Matheus, na Praça da Alfândega, da Pavesa, do Treviso, da<br />
cadeira pendurada na parede, onde sentou Chico Viola. Da sopa, do mocotó levantadefunto<br />
do mercado Público, do sanduíche-aberto do Bar Líder, daquela mostarda<br />
amarela do Galeto do Marreta e, por fim, do cachorro-quente da praça do Colégio Nossa<br />
Senhora do Rosário, sem favor nenhum, o melhor do mundo.<br />
“O sabonete Cinta-Azul tem o prazer de apresentar um novo filme de caubói Bat<br />
Masterson, Bat Masterson”.<br />
“Phimatosan, quando você tossir, Phimatosan, se a tosse repetir”.<br />
“Ela é linda, ah! É noiva, oh! Usa Ponds, Aaah!”.<br />
...<br />
Eu me lembro que: “Até a pé nós iremos, para o que der e vier...”. Eu me lembro de que<br />
não foi exatamente a pé, mas atravessando o mundo, de avião, que o Grêmio conquistou<br />
o Campeonato Mundial de Clubes. Do show de bola do Renato, Mário Sérgio e demais<br />
heróis tricolores. “Até o Japão nós iremos, para o que der e vier, mas o certo é que nós<br />
estaremos.”<br />
Eu me lembro que: “O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa<br />
quando começa a pensar...”<br />
Eu me lembro do Programa Maurício Sobrinho, do Clube do Guri e de uma caloura que<br />
diziam ser a nova Ângela Maria. Eu me lembro que ela morava na zona Norte e se<br />
chamava Elis Regina. Eu me lembro de uns versos:<br />
“Elis, quando ela canta me lembra de um pássaro,<br />
Mas não é um pássaro cantando,
Me lembra um pássaro voando”.<br />
Eu me lembro de uns quintanares:“Olho o mapa da cidade<br />
como quem examinasse<br />
A anatomia de um corpo<br />
(É nem fosse o meu corpo).<br />
Sinto uma dor infinita<br />
Das ruas de Porto Alegre<br />
Onde jamais passarei...<br />
Há tanta esquina esquisita,<br />
Tanta nuança de paredes<br />
Há tanta moça bonita<br />
Nas rua que não andei<br />
(E há uma rua encantada<br />
Que nem em sonhos sonhei...)<br />
Quando for, um dias desses,<br />
Poeira ou folha levada<br />
No vento da madrugada,<br />
Serei um pouco do nada<br />
Invisível, delicioso<br />
Que faz com que o teu ar<br />
Pareça mais um olhar,<br />
Suave mistério amoroso,<br />
Cidade do meu andar<br />
(Deste já longo andar!)<br />
***
ALTO DA BRONZE<br />
Paulo Timm -2010 <strong>–</strong> Publicado em www.viapolitica.com.br e www.previdi.com.br<br />
*********\<br />
Clique para ver o ALTO DA BRONZE em video<br />
http://www.youtube.com/watch?v=ABPmrbaCbVo<br />
Começo pelo que havia de melhor na cidade: O ALTO DA BRONZE, cantado pela<br />
Elis, memorável! Ali cheguei em 1955. Ela ainda estava por lá, no bairro, e já brilhava<br />
no Clube do Guri, da Rádio Farroupilha, nos domingos pela manhã. Mas mentiria se<br />
dissesse que me lembro dela. Até porque ela já brilhava muito para meus singelos olhos<br />
de menino recém chegado do interior. Tudo me fascinava na cidade, mas em nada me<br />
atrevia a tocar. Nem pensar! Era como se nada daquilo me pertencesse. Sentia-me<br />
estranho. <strong>–</strong> Cuidado com os bondes! advertia-me minha mãe. E eu saía tateando a<br />
cidade, contando os passos, contando as casas, contando as pessoas, como quem conta<br />
estrelas. <strong>–</strong> Olha o bonde, menino...!<br />
A praça no Alto da Bronze impunha-se, sobranceira, bem no topo da Rua que se chama<br />
ainda General Auto, de onde se descortinava todo o Guaíba. De onde eu vinha não havia<br />
rio, não havia mar, não havia horizonte. Meu mundo era na Travessa Angostura, 50<br />
metros de cada lado de minha casa. Agora eu via tudo.<br />
Logo abaixo da Praça , o Colégio Ernesto Dornelles. Só de meninas. Poucas das<br />
redondezas, pois era um colégio técnico e as alunas vinham da periferia. O Alto da<br />
Bronze era o Reino da classe média e os filhos desta “ classe” se preparavam para “as<br />
carreiras nobres”, como dizia meu pai: Medicina, Adocacia, Direito, Engenharia.<br />
Imagino a sua decepção quando eu, anos depois, entrei para “Economia”. <strong>–</strong> O que é<br />
isso? Perguntava ele. É “contabilidade?”<br />
Ali no Colégio Ernesto Dorneles dobrava o bonde “DUQUE” , para pegar a rua que lhe<br />
dava o nome.<br />
A Rua Duque de Caxias era um divisor de águas.<br />
Para trás, na dobra do bonde, na Duque, ainda tinha um pedaço pequeno de residências<br />
e depois vinham dois colossos: a Usina do Gasômetro, que hoje se transformou em<br />
Centro Cultural, e o Presídio. Nas suas imediações frontais pululavam casas antigas<br />
transformadas em depósito de famílias de apenados, bares fétidos e algumas moradias<br />
baratas. Dali irradiava, de ambos os lados, costeando a linha de outro bonde, o<br />
“Gasômetro”, a podridão moral que infestava a região. Eram as casas de baixo<br />
meretrício da Pantaleão e da Sete de Setembro. O puteiro de todos os portos do mundo,
com mulheres feias, quartos pequenos com camas quebradas e colchões pulguentos e<br />
uma pia carcomida pelo tempo e pela vergonha.<br />
Adiante, na Duque, o caminho do Poder e da ascensão social. Não por acaso na<br />
“subida” da Duque, logo depois da Bento, moravam os ricaços Bittencourt, donos dos<br />
cinemas da cidade e de carros rabos de peixe que nos deixavam embasbacados. Casa<br />
grande, com piscina e tudo com o que mais sonhávamos: Poder, glória, grana...Mais<br />
adiante os velhos solares dos Câmara e a Praça da Matriz, com sua ode ao positivismo,<br />
a Catedral, o Palácio Piratini e, na esquina, o casarão amarelo da Assembléia<br />
Legislativa. O zelador era o pai do Telminho, o mais nobre e gentil caráter de todos os<br />
que conheci na época. Décio, seu irmão, um tipo estranho, mas muito meu amigo.<br />
Diziam que era um mentiroso compulsivo, igual ao Viana, que morava ao lado. Nunca<br />
notei...Ao redor da Praça seriam construídos os belos edifícios que abrigariam as<br />
melhores festas de aniversário. Mais adiante, a Marechal Floriano e o grande centro da<br />
cidade. O céu...<br />
Abaixo da Praça do Alto de Bronze, a Rua do Arvoredo pospunha-se como uma<br />
transição bem desenhada antes de chegar na Demétrio Ribeiro e Pantaleão, onde<br />
habitava o "crime". Uma espécie de degradé urbano onde, à descida do morro,<br />
correspondia uma descida na escala da sociedade. Ali viviam o que eu achava que<br />
eram os piores tipos da região, como o “Martelinho”, assim chamado pelo formato<br />
original de seu crânio sempre raspado, e "Zequinha", de quem eu morria de medo que<br />
me pegasse de porrada. Diziam que ele era foda e que usava “soco inglês...”. Deixava<br />
marca...Curiosamente, a Rua do Arvoredo não tinha nenhuma turma específica. Era<br />
como se ninguém (de nós) morasse lá. E, emblematicamente, ela morria <strong>–</strong> e ainda o faz<br />
<strong>–</strong> antes do Rio, desencantada num “castelo” de pedra, no qual se dizia que um homem<br />
muito rico havia prendido sua amada. E esse castelo estava sempre fechado.<br />
Acompanhando o bonde moravam os Pitrez, jóia de gente, o pai médico, a filha,<br />
belíssima, casar-se-ia com o Luiz Carlos Krieger, filho do Senador, que também morava<br />
por ali.<br />
Mais adiante os Nogueira: Joel, meu colega de aula, hoje psicanalista em POA; Flavio,<br />
"estrela" do céu é o limite, respondendo sobre MITOLOGIA GREGA, o Roberto,<br />
cadete, colega do meu irmão, o Zé "Carne Seca", meu grande amigo, da turma que se<br />
iniciava nos descaminhos da juventude rebelde reproduzindo os modos e costumes dos<br />
filmes de James Dean. Hoje a casa deles está vazia. Onde andarão todos?<br />
Logo adiante, sempre seguindo o bonde, morava o Leopoldo Schneider, quem sei por<br />
internet , às vezes falamos. Sua irmã Norma, minha parceira das reuniões dançantes<br />
viria casar com o Oscar "Gatão", e foi morar no Ceará. Soube que retornaram,<br />
separados, recentemente. E que a mãe deles, que habita minhas memórias como mãeideal,<br />
que abria sua casa para nossas reuniões, que nos tratava com carinho ímpar, que
nos entendia como adolescentes,<br />
faleceu recentemente, vítima do Alzheimer. Paz!<br />
E aí em cada casa um amigo, um colega de turma, o ídolo a ser seguido. E uma e outra<br />
parceira de reuniões dançantes como a Bety.<br />
Não me lembro de ninguém chato. Será que havia?<br />
No mesmo lado do Leopoldo ficava a casa dos Petracco. O Fúlvio era nosso líder. Mais<br />
velho, disciplinado, primeiro lugar no Vestibular de Engenharia. Um exemplo.<br />
E para evitar que nos desencaminhássemos ele inventou que seríamos escoteiros.<br />
Deste tempo recordo nossas férias acampados no Veraneiro Hampel, em São Francisco<br />
de Paula ,onde conheci a Moema, depois minha companheira,<br />
uma das mais belas mulheres que já povoaram o planeta.<br />
Até fomos juntos para Paris , anos mais tarde, já maduros. Quase me custa o casamento,<br />
que já estava pelas tabelas e que acabou ruindo. Como teria sido se tivéssemos ficado<br />
juntos? Certamente ela não teria conhecido o Celso, não sofreria com sua morte<br />
estúpida numa madrugada portoalegrense, e, quem sabe teríamos ficado morando na<br />
França, provavelmente nas costas do Mediterrâneo...<br />
E tinha no Hampel uma cantora portuguesa, de quem nunca mais soube e lá veraneava<br />
com sua filha, Carolina: Maria da Luz. Durante anos as visitei na Alberto Bins nutrindo<br />
pela Carolina um secreto e enigmático sentimento jamais esclarecido.<br />
Por onde andarão elas...?<br />
Volto à Duque.<br />
E vejo os gêmeaos Seadi, Muh´Aurail e Muh ´Andonio , e me lembro da irmã Nara,<br />
que se casaria com o "bananão", nome que dávamos ao pessoal que<br />
entrava para a Brigada. Os do exército eram "baleiros", por causa do "seis na bunda",<br />
como gritava o moleque Brandão, do outro lado da rua, quando eles passavam fardados<br />
com o uniforme azul de Agulhas Negras.<br />
E o Cruz, os irmãos... (???) me esqueci...o sobrenome, mas me lembro que o mais<br />
velho deles era o "Maciste"-<br />
forte pacas- e que praticava box e luta livre. Ele nos levava, às vezes, pra ver os<br />
“pegas” na Borges, onde, depois, construiriam o mata-borrão.<br />
Ou seria mais acima?<br />
Não sei. Talvez... A memória me falha em alguns pontos das paisagens. Nunca dos<br />
nomes. Nem das pessoas.<br />
Volto à Praça do Alto da Bronze.<br />
Para o lado da rua da Praia, ficava a Riachuelo, onde eu morava, num prédio então<br />
novo, na 407, do qual guardo uma fotografia.<br />
E lembranças de umas "moças" lindíssimas e cheirosas que eu raramente via.
Trabalhavam "de noite".<br />
Uma delas ainda consegui "pegar" no Castelo Rosado, fim da Voluntários, anos mais<br />
tarde.<br />
Eu muito jovem, mas com um bigodinho fingindo idade, para transitar naquelas noites<br />
geladas<br />
Mas em 1955, menino de onze, doze anos, bastava-me a pose com meus garbosos<br />
irmãos, o mais velho já cadete.<br />
E o caminho seguro, guardado por um quartel da Policia de Choque no meio, ainda por<br />
lá,<br />
entre minha casa e o Colégio das Dores, do qual guardo, a propósito , a lembrança<br />
deduas grandes dores:<br />
A morte prematura , de câncer do meu colega de itinerário- ele morava no Edifício dos<br />
Bancários, na esquina do meu prédio - e sala de aula: o Irajá Rodrigues Pimentel.<br />
Tantos anos e ainda me lembro de todo o nome dele na hora da chamada, de suas<br />
feições, de nossas peladas no pátio do prédio dele nos fins de tarde.<br />
E o acidente brutal que ceifou a vida dos pais de meu melhor amigo na classe: o<br />
Liberato. Às vezes eu ia na casa dele, um prédio na São Manuel junto da escadaria que<br />
liga esta rua com a Rua do Arvoredo. Eu subia e descia aquelas escadas maravilhado<br />
pela beleza da paisagem, pelas árvores, pelo encanto do lugar. E disputávamos o<br />
primeiro lugar no Boletim. Mas depois do acidente ele sumiu. Vejo seu nome, hoje, nos<br />
jornais. Trocamos alguma correspondência. Nunca mais nos vimos. Mas ainda me<br />
comovo.<br />
Dores chocantes. Eu mal conseguia entender...E se acontecesse comigo...?<br />
Defronte ao meu prédio, na Riachuelo, ainda vislumbro uma pensão barata, verdadeira<br />
cabeça de porco,<br />
da qual nos chegava o bafo da cachaça de seus frequentadores<br />
sempre às turras com a família, batendo nas crianças, nas mulheres, com raiva do<br />
mundo.<br />
Só fui ver algo parecido nos romances do Vasco Pratolini, um italiano.<br />
E por ali rondavam o "Jornaleiro", o "Zé da Ilha", para os quais pedia a meu pai, oficial<br />
do exército, que os livrasse do serviços militar, por que eram muito pobres, tinham que<br />
trabalhar.<br />
Adiante da Riachuelo, saindo do perímetro do Cadeião, o ambiente ficava mais<br />
purificado. Lá imperavam os "intelectuais" do bairro, maior parte deles um pouco mais<br />
velho do que eu, quase todos estudando também no Colégio das Dores:<br />
O Paulo Sotero, que se me fez um verdadeiro irmão nestes últimos 50 anos,<br />
o belo Jorge Chagas, o elegante Camilo, o escroto Goldoni, o simplório Gomes, o<br />
sofisticado Azambuja.<br />
Todos se reuniam no Bar Rio de Janeiro, onde a filha do dono, de nome Odete,<br />
enfeitava a paixão solitária de todos.<br />
Sotero morava na Rua dos Andradas, defronte o Majestic, que, para nós era um<br />
mistério.
Nunca entemos bem o que se passava ali naquele Hotel. Ele ficava imprensado entre o<br />
passal da classe média, na Andradas, e o trottoir das prostitutas, logo atrás, na “Sete”.<br />
Isto lhe conferia um enigma.<br />
Mesmo depois, frequentando os bordéis da Sete de Setembro, púcaro de lues onde<br />
marinheiros se infectavam e contaminavam a cidade nunca decifrei o Majestic. E ainda<br />
fico impressionado quando vou lá, ele já convertido em Centro Cultural .<br />
E, continuando na descendente, estava o Porto. Onde vi navios que me pareciam<br />
gigantescos, onde comprava<br />
radinhos SPICAS, com o assessoramento de meu amigo M.Antonio, que morava ali<br />
perto , e<br />
os vendia ganhando minha primeira grana na vida.<br />
Lembro de um comprador: o Magrisso, irmão do Solon, que seria meu colega no<br />
Julinho.<br />
E ao lado do Majestic, a fábrica de carrinhos do velho Adail Morais, cujo filho João me<br />
ensinou as primeiras letras políticas<br />
e cujo irmao , que eu só via de longe, junto com o Candal e outros "inteligentes "<br />
daquele tempo, foi o<br />
Ex Ministro da Industria e Comercio, Pratini de Moraes.<br />
E ia correndo rápido a década de 50.<br />
Bondes...O Cinemascope do Imperial...O Ghilosso, defronte à Alfândega...Paslestras do<br />
Brizola às sextas feiras na casa da D. Eloá.<br />
Eu suspirando por um pouco de amor da Carmem. Depois da Marissol. Depois de uma,<br />
pelo menos, das "morféticas".<br />
E nada.<br />
Nada além de uma valsa, um tango um pouco mais ousado, um bolero chegado, ou os<br />
primeiros passos do roquenrol...<br />
E muitas penitências do confessor.<br />
"Tirem suas diferenças na porrada. Mas com luvas. Tomem!", dizia o Fúlvio.<br />
E tomei uma surra do Nodari. Nunca fui bom de porrada. Foi bom, aprendi pro resto da<br />
vida.<br />
Meu negócio é escrever.<br />
Não brigar...<br />
E <strong>DEUS</strong> <strong>CRIOU</strong> <strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong><br />
Paulo Timm <strong>–</strong> 2010 (Da Série Prévidi)
E assim foi: Longos anos, décadas, longe do sul e então o retorno.<br />
ChegueI piá em Porto Alegre, em pleno inverno de 1955. Mas não reclamei do frio.<br />
Santa Maria era muito pior. E me aquerenciei no perímetro do bonde “Duque”, morando<br />
logo abaixo do Alto da Bronze. Ali me ambientei, numa rara ecologia humana que ia do<br />
cais do Porto à Pantaleão, numa orla carregada de álcool, prostituição e até uma Casa de<br />
Detenção, subindo gradativamente a Vasco Alves, para se recuperar social e<br />
moralmente, ao longo de toda a Duque de Caxias, até o Viaduto Borges de Medeiros.<br />
Um período maravilhoso, em meio aos “Anos Dourados”, em cujas férias eu me atirava<br />
na velha “Maria Fumaça” para reviver minha antiga morada. E assim passaram anos e<br />
anos, nos quais me reencontrava com os primos e primas na casa grande de minha<br />
amada avó, Romilda, transformada em Clube da meninada. Quando me dei conta, tinha<br />
passado pelo Colégio das Dores, pelo “Julinho”, pela antiga Escola de Cadetes da<br />
Redenção. Era um porto-alegrense. E já era homem. Ou, pelo menos, pensava que era..<br />
Era 1966. Estava na Faculdade de Filosofia, em pé, junto ao umbral que separava o<br />
salão de entrada do Bar interno, ao lado do Flavio Koutzii, do Clovis Paim Grivot, do<br />
André Foster, da Mercedes (então) Loguercio iniciando-me nas teias da subversão, para<br />
horror de uma família conservadora estrelada de militares de alta patente. Durou pouco:<br />
o tempo de me formar e , cagado de medo pelos rumos que a velha dissidência<br />
estudantil comunista ia tomando, rumar para o Chile. Paulo Renato Souza, colega de<br />
Faculdade, na Economia, me esperava e me daria, generosamente, o seu emprego como<br />
“ayudante” do José Serra (esse mesmo!!!) na Faculdade Latinoamericana de Ciências<br />
Sociais <strong>–</strong> FLACSO. Começava o ano mais terrível da ditadura:1970.<br />
Muitos anos depois vim a saber-me, pela crônica de Sergius Gonzaga, hoje Secretário<br />
de Cultura, sobre a década de 60 ,em Porto Alegre, que eu fora um guru do marxismoleninismo<br />
na cidade, já àquela época contaminado pelo vírus do “ Discreto Charme da<br />
Burguesia”, na inclinação por carros esporte, roupas finas, vinho e charutos da melhor<br />
qualidade e queda irresistível por mulheres bonitas e amantes castelhanas...Mas<br />
esquerda, como toda a geração daquela época.<br />
Esta Porto Alegre, por quatro décadas, ficou nos meus sonhos e devaneios.Do Chile fui<br />
para Brasília e lá fiquei 35 anos. Certa feita, um amigo, Heitor Silveira, já falecido, de<br />
quem me aproximara na Planisul de todas as cores e malucos, também em Brasilia,<br />
retornara, em caráter definitivo, e me esnobava: “Aqui eu não ando, eu flutuo...” Eu<br />
morria de inveja. Era o suficiente para eu conseguir umas férias matrimoniais, com ou<br />
sem permissão do empregador, e mergulhar dias sem fim naquela que sempre foi a<br />
minha cidade. E sofregamente tomava alguma aventuras amorosas como quem se<br />
agarra ,não ao passado,mas à própria cidade. Sentia-me, então , embriagado de estranha<br />
felicidade naqueles dias em Porto Alegre.<br />
Agora estou aqui ao lado, em Torres. Já nada me impede de estar “em casa”. Digo ao<br />
filho e família que temo o excesso de frio e chuva. Outras vezes, digo que já não<br />
suporto a cidade grande, cujas vias nem reconheço e novos bairros nem sei chegar.<br />
Vezes há , ainda, que a cidade não é segura. Tudo mentira. Guardo as vindas a Porto
Alegre como uma primícia, de sabor sensual e convidativo. Como quem freqüenta<br />
furtivamente a proibição. Quem inventou a saudade, me disse uma vez uma amiga, não<br />
conhecia a distância. Nunca saberei , ao certo, se a máxima era ou não dela. Mas<br />
valeu...Saboreio a pequena distância que me separa de Porto Alegre com uma pitada de<br />
saudade.<br />
Aí escolho o Hotel. Tem que ser no Centro, no meu velho perímetro do “Duque”, onde<br />
me sinto em casa. E, quase sempre, procuro as pegadas do Mário Quintana, em busca de<br />
inspiração poética. Já não há o Majestic, onde ele morava, que me foi tão misterioso na<br />
juventude, pelos arcos, arcadas, sacadas que contemplava , lá de baixo. Hoje pego o<br />
elevador no Centro Cultural Mario Quintana , vou àquelas sacadonas e me sinto senhor<br />
de um tempo que se foi. Não importa. Disseram-me que o Falcão levou meu ídolo para<br />
o Hotel Royal, na descida do Sevigné, então lá eu fico.<br />
Chego em Porto Alegre , quase sempre, à noite. E aí redescubro o prazer de ouvir<br />
Lupicínio pelo seu filho, a gratidão de me sentir perto do Uruguai, através de uma<br />
parrillada, de andar pela boemia da Cidade Baixa como quem anda no Quartier Latin.<br />
Já não vejo os velhos amigos. Muito raro. Acho que nos evitamos sem querer,<br />
querendo. Mas encontro novos e nos regozijamos com os mesmos profundos papos que<br />
nos anos 60 povoavam nossas tertúlias quando saíamos do Festival de Cinema Tcheco,<br />
na Praça da Alfândega, para discutir, sob inspiração do último artigo do Pilla Vares, a<br />
diferença entre consciência e ódio de classe, como critério de discernimento da ação<br />
revolucionária.<br />
Pela manhã uma longa caminhada ao longo dos imaginários trilhos do “Duque”.<br />
Atavismo. Reapropriação do tempo e do espaço. Casas, casarões, a escadaria da<br />
Fernando Machado relembrando a ampla vista que se tinha do Guaíba, o cumprimento<br />
aos lugares vividos numa espécie de oração matinal , um velho, como eu,<br />
irreconhecível, por trás de uma janela. Naquele tempo banhávamos no gasômetro. E<br />
entrávamos e saíamos do Porto como queríamos. Eu sempre com um SPICA debaixo do<br />
braço para vender no Colégio e fazer uma graninha. Na primeira vez que subi no<br />
convés de um navio fiquei impressionado com a altura até a superfície da água. Desci<br />
correndo.<br />
São oito e meia da manhã e já percorri minha juventude, com uma passagem pela<br />
Redenção para reviver os ideais soterrados pela barbárie stalinista. Estou na frente do<br />
Mercado com os sentimentos à flor da pele. Ali entrei , pela primeira vez, muito<br />
menino. Para provar o morango com chantili na Banca 40, que desconhecia. E<br />
mordiscar uns camarões ultra-salgados expostos na banca ao lado. Fascinado. Entro<br />
solenemente, como se fora numa feira medieval.<br />
Primeiro uma parada na Banca de Revistas e Livros usados. Salta aos olhos um<br />
exemplar de Cícero, sobre Obrigações Civis. Cícero a essa hora? Nada melhor. Procurar<br />
um lugar para sentir o momento mágico e folhear o opúsculo alentador. Aí o Café do<br />
Mercado, um balcão simples , com mesas altas e bancos suspensos defronte. Mas, lá<br />
dentro, o segredo do café cremoso apojado de tetas sibilantes numa variedade rara no
esto da cidade. <strong>–</strong>Tem café Jacu, pergunto hesitante? - Sim , senhor! Um expresso? -<br />
Pois sim! E me sento num dos bancos para folhear o capítulo sobre o “Decoro”, ao<br />
sabor do melhor <strong>–</strong> e mais caro café <strong>–</strong> do mercado brasileiro. Cagado por uma ave, o<br />
jacu, e retirado depois de secas as fezes...(!) Degusto o café sem pressa. Nem olhares<br />
curiosos. No passal das gentes a única preocupação é o dia que vem pela frente. Fico eu,<br />
apenas, com o prazer. O prazer de estar no Mercado de Porto Alegre. E deixar escoar o<br />
tempo... Certo de que, na saída, levarei para Torres um belo pedaço de charque de<br />
ovelha para um carreteiro.<br />
Deixo o Mercado, retorno à Rua da Praia e rumo para a Jerônimo Coelho. Fazer barba e<br />
cabelo num daqueles machadianos salões que prometem funcionar dia e noite! Escutar<br />
o falar acalorado de adversários ferrenhos sobre as virtudes dos novos jogadores do<br />
Grêmio e do Internacional. “ Sou do Força e Luz”, digo. Não entendem bem. “Depois<br />
torci pelo Cruzeiro, pelo qual joguei no time de basquete”. Eles me olham desconfiados,<br />
de cima pra baixo, e eu, do meu 1.60m completo: “ No infantil...”<br />
Aí resolvo subir a ladeira, ver uns sebos, e me reconheço uma vez mais no céu. Acho<br />
dois livros que já havia perdido numa das inúmeras mudanças e lá me vou para o<br />
reencontro com “A Razão Cativa “ e “Razões do Iluminismo”, de um dos maiores<br />
filósofos brasileiros, marcado para morrer por ter sido Ministro da Cultura do Collor:<br />
Sergio Paulo Rouanet. E nem se dão conta que Collor , foi , depois de Jango, o único<br />
Presidente a ter Ministros irretorquíveis. Várias livrarias, o mesmo encanto. Então,<br />
carregado, me sento num pequeno restaurante da Riachuelo, à hora do almoço, para um<br />
copo de vinho. E me convenço de que “Deus criou Porto Alegre”, como diz o Prévidi.<br />
E tenho um dia inteiro e um domingo, ainda, pela frente. Mas não vou contar mais<br />
nada hoje. Fica para outro dia...<br />
Homenagem a Porto Alegre<br />
Ana Paula Figueiredo - 2011<br />
Estagiária de Jornalismo<br />
No próximo dia 26, Porto Alegre completa 239 anos. Aproveitando a data, a Biblioteca<br />
Pública do Estado, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura, promove um concurso<br />
cultural, que tem como tema a cidade.<br />
Quem tiver interesse, pode se inscrever em uma das quatro categorias: poema, conto,<br />
crônica ou fotografia que represente a capital gaúcha.<br />
A inscrição pode ser feita em somente uma das opções. Mas cada participante pode<br />
enviar vários trabalhos na mesma modalidade.<br />
No caso de poemas, contos ou crônicas, os textos devem conter no máximo 80 linhas.<br />
Para as fotografias é requisito que sejam em formato digital, com boa resolução para<br />
revelação.
As produções devem ser enviadas para aniversariopoa@gmail.com, com nome<br />
completo, telefone, cidade e estado.<br />
Os trabalhos premiados ficarão em exposição na Biblioteca Pública e serão divulgados<br />
por meios eletrônicos.<br />
Mais informações pelo telefone (51) 3225-9619 ou pelo e-mail bpe.rs@via-rs.net.<br />
http://portal3.com.br/wp/concurso-em-homenagem-a-porto-alegre<br />
Minha Porto Alegre<br />
Jorge Loeffler* - Terça, 22 de março de 2011<br />
Nasci e vivi boa parte dos meus quase 67 anos em Porto Alegre.<br />
Meus filhos tiveram parte de sua criação nela. O nosso Mercado Público<br />
para mim é uma das coisas mais agradáveis que nela há por seus cheiros.<br />
Depois da reforma no governo Olívio Dutra penso que tenha ficado ainda<br />
melhor, ou pelo menos mais “arejado”.<br />
Lembro quando nós, o meu irmão Henrique e eu levados pelo pai íamos até<br />
o caís onde pescávamos lindos e graúdos lambaris. Sempre aos domingos.<br />
Na véspera “caçávamos” gordas minhocas na horta lá de casa. Nosso pai<br />
embora não fosse muito alto, pois tinha 1,72 e caminhava rápido e nós,<br />
volta e meia, tínhamos que correr para acompanhá-lo até ao fim da linha do<br />
bonde Petrópolis.<br />
Pois os bondes se foram já que algumas antas durante a ditadura<br />
resolveram livrar-se deles por antiquados. Hoje o mundo todo ainda os usa,<br />
mas aquelas antas eram “modernizadoras”.<br />
Às vezes éramos levados até Praça da Matriz ali onde hoje temos nossa<br />
Assembléia Legislativa para ouvirmos não sei que banda no antigo<br />
Auditório. Lembro da Concha Acústica e dos bancos, estes rústicos e feitos<br />
em pedra (granito) que hoje me fazem lembrar a velha Roma. Que lugar<br />
lindo e gostoso. Conseguiram livrar-se dele.<br />
Diziam e dizem que o progresso precisa de passagem. Será mesmo? O<br />
bonde tomávamos para ir ao Colégio Rio Branco onde fizemos o então<br />
curso primário.<br />
Na volta optávamos por caminhar economizando algumas moedas para<br />
outra destinação. Essas caminhadas eram feitas pela Rua Felipe de<br />
Oliveira, paralela à Protásio Alves, pois ali não havia aquele Trânsito<br />
infernal da Protásio. Na esquina da Borges do Canto havia uma Praça com<br />
uma enorme caixa d’água que nem sei se ainda existe. Ali parávamos para<br />
descansar.<br />
E ali de vez e quando encurtávamos um já nada jovem senhor, como seu<br />
rosto fino com o qual conversávamos. Dele muitos bons conselhos<br />
recebemos. Era um filho de Cruz Alta, autor de uma obra literária infantil<br />
que jamais consigo esquecer, As Aventuras de Tibicuera. Porto Alegre me
deu o privilégio que sei que hoje poucos ainda vivos tiveram que foi<br />
conhecer esse senhor simpático cujo nome era Erico Verissimo.<br />
Óbvio que à época não tínhamos a idéia de quem ele era no contexto<br />
cultural. Havia igualmente o Cubo. Bem isto deixo pra lá, pois não é nada<br />
agradável sua lembrança.<br />
* Jorge Loeffler edita o www.praiadexangrila.com.br <strong>–</strong><br />
Publicado em WWW.previdi.com.br<br />
Lembranças e inquietações<br />
Paulo Brossard - Fonte: Zero Hora, 03/01/2011<br />
Outro dia, em razão de determinado ato acadêmico, andei pelos corredores da velha<br />
Faculdade da Avenida João Pessoa, verificando que os corredores eram os mesmos, mas<br />
faltava alguma coisa no ar. Na tentativa de recuperar fiapos do tempo passado pensei<br />
em recordar, aqui e ali, os lentes que conheci mais de perto. A circunstância de registrar<br />
os 63 anos da colação de grau da turma que ingressara em 1943 e dela se despedira em<br />
1947, me levou a evocar a figura de Darcy Azambuja, de quem ouvira a primeira aula.<br />
A propósito, nunca me esqueci da aula magna por ele proferida no ano anterior, ao<br />
ensejo do início do ano acadêmico. A guerra havia ceifado vidas, riquezas, nações, e seu<br />
desfecho era incerto e ainda havia muito a destruir. O orador fez um apanhado magistral<br />
da hecatombe, e as pessoas afeitas às belas letras gostariam de ler a peça de 1944, que a<br />
revista Estudos publicou.<br />
Aproveitando a deixa, é natural que me fixe na pessoa do diretor da Escola, Elpídio<br />
Ferreira Paes. Latinista de prol, possuidor de farta cultura clássica, conquistara a cátedra<br />
de Direito Romano. A matéria era lecionada no primeiro ano e os acadêmicos, saídos de
ginásios diversos, recebiam certo choque ao defrontarem-se com uma exposição<br />
diferente de uma matéria semelhante a muralha cheia de dificuldades, a começar a<br />
língua. O professor, cuja estatura não era elevada, calvo, sobraçando o grosso volume<br />
do Corpus Juris Civilis, inspirava receio. Extremamente dedicado à Faculdade,<br />
destituído de vaidades, de hábitos simples, conduzia os estudantes com seriedade e<br />
cortesia; não me recordo de um só incidente ou choque com um único estudante nos<br />
cinco anos em que o tive como diretor. Tenho lembrança de que em situações várias,<br />
com energia discreta, defendeu a Faculdade em emergências delicadas; fui testemunha<br />
ocular de algumas dessas situações e posso dizer que ele exerceu a autoridade devida<br />
sem deixar de abrigar no coração um favo de mel, que ocultava discretamente. Com o<br />
vasto conhecimento que armazenara, poderia ter escrito manual, sistema ou tratado<br />
acerca da matéria que lecionou anos a fio, mas ficou na sua tese de concurso e poucos<br />
artigos. Morava no coração da Rua da Praia, no edifício do Clube do Comércio, olhando<br />
as belas árvores, povoadas de pássaros ao entardecer e ao amanhecer, sempre com a<br />
companhia amorosa de dona Izolda.<br />
O domingo que anteceder à publicação deste artigo será o último da presidência do Sr.<br />
Luiz Inácio Lula da Silva, que num momento menos feliz se autoproclamou o maior e<br />
melhor presidente da República em todos os tempos. Em tempos idos, dizia-se que<br />
elogio em boca própria é vitupério. O fato é que no dia 1º de janeiro a presidente será<br />
outra pessoa (até hoje não consegui compreender por que foi escolhido esse dia para a<br />
transmissão do cargo do Chefe de Estado, por todos os motivos o pior de todos os dias).<br />
Mas, já que o homem foi de tal maneira jactancioso, em artigo anterior lembrei fatos<br />
que não recomendavam a soberba autoridade.<br />
Como mera testemunha do duplo quatriênio, lembrarei dois ou três fatos<br />
sumarissimamente. Ninguém ignora que entre nós o erário é o maior sócio e sócio<br />
privilegiado de todos os que trabalham e produzem no Brasil e ninguém contesta que a<br />
carga fiscal é muito alta, notadamente quando comparada com a qualidade dos serviços<br />
públicos. E nada foi feito no sentido de aliviar a situação, que é antiga.<br />
Outrossim, a taxa de juros reais é a maior do mundo desde o início do consulado até seu<br />
dia derradeiro. E ainda agora, de certo modo invadindo o novo governo, foi anunciado<br />
seu iminente agravamento. Os oito anos decorridos foram vãos na medida em que nada<br />
foi feito para corrigir o triste primado.<br />
Por derradeiro, se é exato que nunca se vira presidente com 80% ou mais de<br />
popularidade, também é certo que jamais se vira tamanha publicidade a bafejá-la. Sem<br />
falar na publicidade legal, em oito anos, o governo gastou cerca de 10 bilhões de reais e<br />
no último ano, até a primeira semana de dezembro, o gasto foi de um bilhão e cem<br />
milhões, coisa de 3 milhões diários. Agora, para festejar a “despedida”, mediante 325<br />
veículos de comunicação, foram despendidos mais 20 milhões para engrandecer o maior<br />
governante de todos os tempos. Nunca se vira coisa igual nem parecida desde o governo<br />
de Tomé de Souza…
Caminhada Literária: personagens e autores nas ruas de<br />
Porto Alegre<br />
http://www.jornaldomercadopoa.com.br/index.php?view=article&id=158%3Acaminhada-literaria-personagens-e-autores-nas-ruas-<br />
de-porto-alegre-&option=com_content&Itemid=113 11 de agosto de 2010<br />
Um dos roteiros do programa de julho foi um passeio pelo mundo literário de escritores gaúchos, em<br />
pleno centro de Porto Alegre. Orientada por Luis Augusto Fischer, professor de literatura brasileira da<br />
UFRGS e pelo arquiteto Glênio Bohrer,coordenador do Programa Viva o Centro, a caminhada com<br />
aproximadamente 200 pessoas, percorreu ruas e praças fundindo história, ficção e memórias literárias<br />
dos dois últimos séculos da cidade.<br />
Diante do busto do escritor Alcides Maya, na praça ao lado do antigo Cinema Capitólio, o professor<br />
Luís Augusto Fischer começou a sua aula-passeio. "Era uma figura central na cultura gaúcha. Na sua<br />
época, só para se ter uma idéia, era mais importante que Simões Lopes Neto", disse Fischer sobre o<br />
escritor que foi, também, o primeiro gaúcho a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Depois o<br />
grupo, puxado por Fischer e o arquiteto Glênio Bohrer enfrentou o frio de uma tranquila manhã de sábado<br />
e seguiu a caminhada, interrompida logo a seguir, no início das escadarias do Viaduto Otávio Rocha,<br />
esquina com a rua Fernando Machado. A parada serviu para o professor falar um pouco da famosa Rua do<br />
Arvoredo, onde morava o temível açougueiro que, reza a lenda, fazia linguiça de carne humana aí por<br />
volta de 1860, história que já rendeu calhamaços de papel e um conhecido romance de Luís Antônio<br />
Assis Brasil, "Cães da Província". Seguindo pelas escadarias, no alto da Duque, nova parada. Desta vez<br />
para que Fischer e Glênio falassem um pouco da antiga geografia da cidade que era dividida pela atual<br />
Duque de Caxias. Ali eles lembraram que na parte de baixo ficava a parte mais pobre e a no outro lado a<br />
elite portoale¬grense. Para exem¬plificar melhor estas diferenças, Fischer citou uma crônica de<br />
Apolinário Porto Alegre onde ele cita o que para o professor seria uma antecipação das brigas de gangues:<br />
o confronto entre os grupos Tintu¬reiros e<br />
Bagadus. Na breve explanação o atento público<br />
ficou sabendo também da existência de<br />
inúmeros becos na região, sendo o mais famoso<br />
o Beco do Poço.<br />
Viaduto Otávio Rocha<br />
Com a construção do Viaduto, iniciado em 1938 e concluído em 1932, tem início na cidade um<br />
processo de desenvolvimento, tanto urbano como econômico. Este crescimento fez com que surgissem os<br />
primeiros grandes prédios na região, principalmente na Duque de Caxias. Na famosa rua, onde hoje está o<br />
Colégio Sevigné funcionou a primeira Escola Normal da cidade, que teve entre tantas alunas célebres, a
escritora Luciana de Abreu, uma mulher revolucionária para sua época. Ali também funcionou a primeira<br />
Faculdade de Direito, em 1910. Numa região que respira história política, social e literária, um pouco<br />
mais na frente, nova parada. Desta vez na peculiar Rua 24 de Maio, remanescente da época dos "becos".<br />
Ali a parada foi para falar do historiador, crítico e ensaísta Gui¬lhermino César, mineiro que adotou o Rio<br />
Grande do Sul. Menos de 500 metros à frente, uma rápida parada na chamada Praça do Portão, onde está<br />
hoje a estátua do Conde de Porto Alegre, trazida da Praça da Matriz. O local servia como uma espécie de<br />
forte e proteção à cidade das ações dos aventureiros, salteadores e invasores. Dela também se controlava a<br />
chegada dos barcos e navios no Guaíba, segundo um morador da região. Nas suas proximidades, a<br />
Confeitaria Rocco, com seu inconfundível estilo, que serviu de palco para a vida social e política da<br />
cidade por várias décadas, a partir de 1910.<br />
Qorpo Santo<br />
Da antiga Praça do Portão para a Praça Dom Feliciano foi um pulo. Ali, Fischer deliciou-se em contar<br />
histórias de Quorpo Santo (um "maluco beleza" da época, na definição dele) que esteve internado em<br />
determinada época da sua vida na Santa Casa de Misericórdia para ter examinado seu estado mental, em<br />
1860, aproximadamente. Qorpo Santo acabou indo para o Rio de Janeiro onde também não foi vaticinado<br />
como "louco" e voltou a Porto Alegre. Aqui escreveu crônicas e 17 peças de teatro, uma dramaturgia que,<br />
para críticos importantes como Yan Michalsky, é considerada precursora do Teatro do Absurdo, de<br />
Beckett e o Ionesco. O professor também mostrou onde ficava a famosa Roda dos Expostos da Santa<br />
Casa, onde ficavam as crianças rejeitadas e abandonadas no século XIX - uma delas a própria Luciana de<br />
Abreu. Quem pôs fim nesse cruel processo foi o médico Mario Totta, que também escreveu o livro<br />
"Estriquinina", junto com o cronista Paulinho<br />
da Azu¬renha. Por ironia, o monumento do<br />
médico-escritor na mesma Praça Dom<br />
Feliciano está em estado lastimável, sem o<br />
busto de Totta e com sua base agredida por<br />
pichações - como a maioria dos monumentos<br />
de Porto Alegre. A praça também era o local de<br />
encontro dos poetas simbolistas da cidade, uma<br />
geração que deu Álvaro Moreyra e Eduardo<br />
Guimaraens, entre outros.<br />
Tempos de Erico Verissimo e Mario<br />
Quintana<br />
Descendo a rua da Praia, antigo reduto de<br />
footing e desfile das famílias em tardes<br />
provincianas, o roteiro parou junto à Galeria<br />
Chaves, um marco na cidade com sua<br />
arquitetura renas¬centista e uma espécie de<br />
pré-shopping Center. E, quase junto à ela, a<br />
antiga Editora e Livraria do Globo, hoje
transformada em um ponto comercial. Na Globo, outra geração de escritores. Ali trabalharam Erico<br />
Verissimo, nos anos 30, como editor e Mario Quintana, como revisor. "Erico foi o primeiro a escrever<br />
sobre Porto Alegre, era um escritor urbano antes de O Tempo e o Vento", disse Fischer. A editora e<br />
livraria também era um ponto de referência e encontro de políticos, como Getúlio Vargas. Cruzando a<br />
Galeria Chaves, que está passando por uma grande reforma, com seus arcos romanos e colunas jônicas, o<br />
grupo chega ao fim de seu passeio cultural, justamente na Praça XV, entre o Chalé da Praça XV e o<br />
antigo Abrigo dos Bondes. "A história da cidade pode ser contada por suas praças", disse Fischer,<br />
lembrando que a Praça XV começou como Praça Cond'Eu, depois passou para Praça Paraíso (em função<br />
das prostitutas, no início do século XIX) e, finalmente, para o nome atual. Ali, informou o professor, era<br />
um ponto de confluência, principalmente da colônia alemã que predominava no norte da cidade. Os<br />
germânicos ricos (que moravam na av. Independência) e os mais pobres, da Floresta em diante,<br />
costumavam se reunir nas imediações, principalmente no Chalé e no Bar Naval, no Mercado Público,<br />
para derrubar incontáveis chopes. Nas proximidades, o Mercado Público, cenário de algumas páginas de<br />
"Os Ratos", clássico romance de Dyonélio Machado. Para fechar dentro de um clima de literatura, o<br />
professor encerrou a caminhada lendo o trecho final de um conto do livro "Pedras de Calcutá", de Caio<br />
Fernando Abreu, onde duas personagens que se reencontram depois de muito tempo no centro, acabam<br />
tomando um chope no velho Chalé da Praça XV.<br />
VIVA O CENTRO<br />
Resgatando a dignidade do Centro Glenio<br />
Bohrer, coordenador do programa, informa que o Viva o Centro existe, neste formato, desde 2005. Ele<br />
vê com boas perspectivas o futuro do Centro Histórico. Cita a reforma do Cine Imperial, prédio que<br />
abrigará também o Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, as obras da Praça XV que estão<br />
começando, a recuperação do Largo Glenio Peres (em parceria com a Coca-Cola), a Praça Farroupilha e o<br />
próprio Cameló¬dromo. Todas são a¬ções, segundo ele, para trazer um convívio mais huma¬nizado na<br />
área central. “O centro vinha numa curva descendente, estava muito mal falado e temido, mas a partir de<br />
agora as pessoas estão com outro olhar, inclusive com muita gente voltando a morar aqui”, disse ele.<br />
Como prova dessa revita¬lização Glênio cita também recentes investimentos na região, como a<br />
Petiskeira, lojas Pompéia e a recuperação da Galeria Chaves, todos de altos valores, que demonstram a<br />
valorização do Centro. Ele também lembra a importância do Programa Monu¬menta, do futuro projeto do<br />
Cais do Porto e aposta nos Portais da Cidade como um fator decisivo para a qualificação de toda a área<br />
trazendo, inclusive, pessoas que não costumam vir ao Centro.<br />
Saiba: Viva o Centro a Pé<br />
O Programa é realizado duas vezes por mês, saindo sempre das proximidades do Caminho dos<br />
Antiquários, às 10 horas da manhã e faz parte do Programa de Revitalização do Centro. Normalmente é<br />
conduzido por especialistas em história e arquitetura. Para acompanhar a caminhada solicita-se 1 k de<br />
alimento não perecível e as inscrições para o programa pode ser feitas neste e-mail<br />
vivaocentroape@gmail.com .<br />
Mais informações: 33331873 <strong>–</strong> 3333. 3289<br />
Última atualização ( Sáb, 28 de agosto de 2010 11:40 )
O Mercado na História<br />
http://www.jornaldomercadopoa.com.br/index.php?option=com_content&view=categor<br />
y&layout=blog&id=73&Itemid=102<br />
A enchente de 41, era água que Deus mandava...<br />
Os mais antigos, que viveram tempos mais remotos de Porto Alegre não esquecem,<br />
principalmente aqueles que ainda freqentam o Mercado da Grande Enchente de 1941,<br />
quando uma boa parte de Porto Alegre foi inundada por uma enchente sem precedentes.<br />
O velho Guaíba em maio de 1941, se esparramou cidade a dentro, com as águas<br />
chegando até a Rua da Praia e Praça da Alfândega. Foram semanas de chuva intensa<br />
como jamais se viu, inlcuive até hoje na capital gaúcha. Está registrado que em abril e<br />
maio de 1941 a precipitação somou 791 milímetros na capital. Com isto o centro da<br />
cidade ficou debaixo d’água e os barcos se tornaram o principal meio de transporte de<br />
Porto Alegre em maio daquele ano, substituindo os automóveis e bondes nas regiões<br />
mais atingidas.<br />
A Enchente de 41, como ficou conhecida, deixou toda Porto Alegre em choque.<br />
Pudera, foram 22 dias de chuva naquele maio de 1941. A enchente chegou ao seu ponto<br />
mais alto no dia 8 de maio, quando a régua da administração portuária alcançou a altura<br />
recorde de 4,74 metros na Praça da Harmonia. As águas avançaram pela Borges de
Medeiros até o Edifício Guaspari. Também tomaram toda a extensão da Praça da<br />
Alfândega e da Rua da Praia até próximo da Rua Uruguai, além da Voluntários da<br />
Pátria, incluindo a Estação Ferroviária, a Avenida Farrapos, o Quarto Distrito e boa<br />
parte dos bairros Menino Deus, Azenha e Santana. Nunca houve inundação tão grande<br />
e desastrosa. Por isto mesmo até hoje é ela lembrada e como herança, além das<br />
memórias, deixou o contestado Muro da Mauá, erigido para evitar outra cheia daquele<br />
porte.<br />
O Mercado é um patrimônio cultural da<br />
cidade<br />
http://www.jornaldomercadopoa.com.br/index.php?view=article&id=119%3Ao-mercado-e-um-<br />
patrimonio-cultural-da-cidade&option=com_content&Itemid=41<br />
Rodrigo Lopes*<br />
Ele mora há 29 anos em Porto Alegre, viajou por<br />
vários países do mundo como repórter de Zero Hora e<br />
confessa que, com o Programa Camarote, da TVCom, que<br />
apresenta junto com Kátia Suman, está redescobrindo a<br />
cidade. O Mercado é uma dessas descobertas.<br />
Eu acho o Mercado Público o centro da vida social de Porto Alegre. Por aqui<br />
circulam pessoas de todas as classes sociais, que vêm simplesmente para atravessar o<br />
centro e cruzam o Mercado. Outras para comprar, como o meu pai, que vem na Banca<br />
43 há muitos anos. E tem outras pessoas que vem para sentir os cheiros e sabores.<br />
Qualquer mercado é alma de uma cidade. Eu conheço os mercados de Montevideo, de<br />
Barcelona e o pior mercado do mundo, a “cozinha do inferno”, de Porto Príncipe, no<br />
Haiti, onde estive duas vezes. Sempre que eu chego numa cidade procuro ir no mercado<br />
público para conhecer. A lembrança mais remota que eu tenho do Mercado é quando eu<br />
vinha aqui com minha prima, Simone Lopes, que é jornalista em São Paulo e a gente<br />
vinha buscar passagens escolares, antes da reforma. Eu tinha seis, sete anos. Era aqui no<br />
segundo piso, a gente ficava na fila. Era um “friozão” porque não era coberto ainda.<br />
Outra lembrança é também quando eu era pequeno e vinha visitar minha mãe na<br />
Junta Comercial. Descia no centro na Praça XV, me assustava com o cheiro do<br />
Mercado. Depois é que descobri que o cheiro também faz parte desta coisa pulsante que<br />
é o Mercado Público. Depois da reforma me afastei um pouco do Mercado. Hoje acho<br />
que entrar aqui virou mais um cartão postal. Me sinto orgulhoso do Mercado, de poder<br />
trazer alguém que chega de fora aqui. Claro nos arredores ainda é um pouco perigoso,<br />
precisa evoluir na questão da segurança, na reurbanização, a questão do Cais do Porto,
para que as pessoas se sintam mais à vontade para vir para o centro. Tem toda uma obra<br />
de reformas no entorno do Mercado, toda a cidade do mundo tem o seu mercado e cuida<br />
muito bem dele. Aqui se cuidou muito bem da obra, o Mercado é um patrimônio<br />
cultural da cidade. Agora tem que ter segurança em volta para que as pessoas possam<br />
visitar.<br />
Em termos de alimento, cultura, erva mate só aqui se encontra vários tipos, as feiras<br />
deveriam ser semanais. Falta chegar informações às pessoas. Eu mesmo que moro em<br />
Porto Alegre há 29 anos não sabia que tinha uma Feira de Gibi, do Vinil. A imprensa<br />
poderia abrir mais espaço para isto. Eu venho da Zero Hora, era repórter de mundo, para<br />
mim está sendo uma redescoberta de Porto Alegre com esta experiência do “Camarote”,<br />
na TVCom. Às vezes eu vejo que conheço Beirute, Tailândia, Barcelona, Estados<br />
Unidos e não conheço a cidade em que eu vivo. Sempre optei, depois de viajar, voltar<br />
para cá. No “Camarote” em uma semana a gente entrevistou mais de 100 pessoas, e as<br />
pessoas estão sentindo isto. Dizem, ah, lá no Mercado, no Gasômetro tem isso, tem<br />
aquilo, olha que legal, e eu não sabia que tinha. O diferencial do “Camarote” é isso: sair<br />
do estúdio, para estar na rua onde as coisas estão acontecendo. O importante é essa<br />
interação com o público. É uma grande estrutura, a idéia é ir também para o interior do<br />
estado. Primeiro queremos consolidar Porto Alegre.<br />
*Apresentador <strong>–</strong> Programa Camarote, TVCom<br />
Gravatas de contrabando<br />
Sérgio da Costa Franco<br />
http://www.jornaldomercadopoa.com.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&i<br />
d=58&Itemid=76<br />
O fato aconteceu antes de 1945, - tenho certeza disso -, porque eu era ainda aluno do<br />
velho Colégio Anchieta, ali na Rua Duque.<br />
Alguém apareceu no Colégio informando que, no Mercado, numa banca de ervas e chás,<br />
estariam vendendo gravatas bonitas e de bom preço, trazidas de contrabando da<br />
Argentina. Era no tempo em que adolescentes gostavam de gravatas e se enfeitavam<br />
com essa lamentável peça do vestuário, que eu hoje só uso em circunstâncias muito<br />
especiais.<br />
O aviso nos despertou interesse, e lá nos fomos, uns três colegas, em busca das<br />
formosas gravatas de contrabando. A banca era no corredor principal, à direita, um<br />
pouco além do que é hoje a banca Central, das lingüiças, dos queijos e dos embutidos.<br />
O balconista (não sei se o próprio dono do negócio) fazia um pouco de encenação,<br />
fingia relutar em mostrar a mercadoria, para criar o clima de “suspense”, até que
apresentava em cima do balcão a caixa de tábuas envernizadas, onde estaria a cobiçada<br />
muamba. Mas, ao abri-la, o que saltava da caixa, impulsionado por mola, era um<br />
enorme falo esculpido em madeira, medindo cerca de meio metro.<br />
É claro que o desfecho inesperado era hilariante, ninguém se indignava, e todos<br />
saímos rindo, já planejando aplicar em outros colegas a mesma “pegadinha”. Aliás,<br />
naquele tempo não se falava em “pegadinha”, que é termo novo, difundido pela<br />
televisão, mas em “trote”, “gozação” ou “brincadeira”.<br />
Serve o episódio para ilustrar o clima psicológico do velho Mercado, onde um<br />
comerciante, em meio às preocupações do ofício, achava tempo e maneira de se divertir<br />
e divertir a freguesia com uma farsa muito bem ensaiada.<br />
Outros artigos do autor:<br />
O Mocotó do Governador<br />
A primeira banca de peixe<br />
Motim na Praça Quinze<br />
O deputado e o "Completo"<br />
Os italianos do Mercado<br />
A FÁBULA DA CIDADE SORRISO*<br />
Clóvis Heberle, jornalista - http://clovisheberle.blogspot.com/<br />
Publicado em Ferro e Mais Ferro - 25 de julho 2011- www.previdi.com.br<br />
Porto Alegre cresceu e se tornou capital da Província de São Pedro por sua excelente<br />
localização: era ponto de chegada e partida de quem navegava pelos cinco rios que<br />
desaguam no rio Guaíba, e por quem buscava a saída para o mar pelo porto de Rio<br />
Grande, na Lagoa dos Patos.<br />
No século 20, ferrovias e rodovias foram construídas, o Rio Grande do Sul se
industrializou, a capital cresceu e se modernizou. Se tornou conhecida como Cidade<br />
Sorriso. Em seu porto atracavam navios vindos de todo mundo, e era possível<br />
embarcar num Ita para o Rio de Janeiro ou para as capitais nordestinas.<br />
Barcos subiam e desciam os rios Jacuí, Taquari, Caí, Sinos e Gravataí com cargas de<br />
todos os tipos. Comprar laranjas, bergamotas e produtos da colônia na Doca das<br />
Frutas era tão costumeiro quanto perc orrer o Mercado Público em busca de peixes,<br />
carnes e tantos outros produtos. Bem perto dali havia lojas, joalherias, bares,<br />
confeitarias e cinemas - Ópera, Imperial, Guarani, Carlos Gomes, Cacique. Era uma<br />
festa. As garotas se produziam para percorrer a rua da Praia - o "footing" fazia parte<br />
dos hábitos dos portoalegrenses.<br />
Os bondes interligavam o centro aos arrabaldes: Navegantes, São João, Floresta,<br />
Auxiliadora, Petrópolis, Partenon, Glória, Teresópolis, Menino Deus. Uma linha<br />
circular, a Gasômetro, percorria toda a área central da cidade.<br />
No início da década de 70, foi preciso optar. Extinguir os bondes e substituí-los por<br />
ônibus, movidos a óleo diesel? Preservar os prédios construídos nas útimas décadas<br />
ou botá-los abaixo para a construção de edifício s, transformando o Centro numa selva<br />
de concreto?<br />
Felizmente a população, os vereadores e os prefeitos não cederam às pressões dos<br />
espertalhões, dos especuladores imobiliários e de todos aqueles que só viam os seus<br />
interesses econômicos.<br />
A maior vitória do espírito público ocorreu quando surgiu um projeto de proteção<br />
contra as cheias do Guaíba e evitar o que acontecera em 1941, quando as águas<br />
invadiram a parte baixa ao longo da zona portuária. Fruto de uma mente<br />
megalomaníaca, pretendia a construção de um muro de concreto com portões<br />
hermeticamente fecháveis ao longo da avenida Mauá. Foram levantadas dúvidas<br />
sobre a eficácia do sistema - houve quem argumentasse com a velha e boa lei dos<br />
vasos comunicantes, pois se as águas subissem até as bordas do cais, entrariam<br />
também pelos canos de esgotos e pelo arroio Dilúvio para invadir o outro lado do<br />
muro. O argumento definitivo para a sua rejeição foi de que o muro separaria<br />
definitivamente a cidade do seu rio.<br />
Daí para a frente, o bom senso prevaleceu. A navegação fluvial passou a ser<br />
valorizada. Aliscafos semelhantes aos que ligam Montevidéu a Buenos Aires<br />
substituíram os barcos a vapor para o transporte de passageiros entre Porto Alegre e<br />
Rio Grande, com escalas em todas as cidades do trajeto - Guaíba, Barra do Ribeiro,<br />
Tapes, São Lourenço e Pelotas.<br />
Quanto ao muro: os recursos para a sua construção foram usados num projeto de<br />
canalização e tratamento dos esgotos cloacais, q ue reduziram a poluição das águas<br />
do Guaíba. O arroio Dilúvio voltou a ter águas cristalinas, e suas margens serviram<br />
para ciclovias.<br />
No verão, as belas praias do Guaíba eram uma opção para aqueles que não queriam<br />
ou não podiam ir até o Litoral. O entardecer tinha um encanto especial com a<br />
urbanização de toda a orla do rio. O trecho do porto entre o portão central e a Usina do<br />
Gasômetro, transformado numa área de lazer, ganhou bares, cinemas, teatros e<br />
restaurantes.<br />
Quando as construtoras passaram a demolir os antigos casarões do centro histórico,<br />
houve um movimento pela sua preservação, com o apoio dos jornais, tevês e rádios.<br />
Enquanto as outras capitais brasileiras extinguiam os bondes, tapando seus trilhos<br />
com asfalto para a passagem de carros e ônibus, a capital gaúcha não só manteve o
serviço, como o integrou aos ônibus dos bairros mais distantes e dos municípios<br />
vizinhos. Em cada fim de linha dos bondes foram construídas estações de transbordo.<br />
Com a prioridade a um transporte coletivo de qualidade e baixo custo, que mais tarde<br />
incluiu um metrô para a região metropolitana, foram abandonados projetos de viadutos<br />
e túneis destinados a facilitar o acesso de carros ao centro, já que isto só traria mais<br />
poluição, mais transtornos. Em vez de carros, pedestres, bicicletas e bondes nas ruas.<br />
Porto Alegre se manteve como era até os anos 60: charmosa, limpa, agradável.<br />
A Cidade Sorriso.<br />
* Esta fábula é uma homenagem a Leandro Telles, que por duas décadas lutou, junto<br />
com alguns poucos sonhadores, pela preservação dos prédios históricos da cidade.<br />
Obstinado, percorria as redações denunciando a destruição dos velhos casarões da<br />
área central para a construção de edifícios, mesmo que muitas vezes fosse recebido<br />
pelos jornalistas com indiferença e até com má vontade.<br />
Num dos episódios mais conhecidos de sua militância, enfrentou pároco da capela do<br />
Bom Fim que anunciara a sua demolição. Com o apoio dos moradores do bairro, o<br />
templo acabou sendo restaurado.<br />
Hoje Leandro se dedica apenas ao seu estande no Brique da Redenção.<br />
Marcelo Carneiro da Cunha<br />
15/11/11 | 18:48<br />
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A culpa é do Fischer<br />
Pois quem transita pelos meios acadêmico-culturais de Porto Alegre talvez conheça a<br />
expressão “fischerpresença”. O criador da expressão é desconhecido, como quase tudo<br />
que vale a pena a gente citar nesse mundo, mas ela descreve bem a sensação de quem se<br />
acostumou a sempre <strong>–</strong> mais do que sempre, porque isso seria algo apenas onipresente, <strong>–</strong><br />
dar de cara com alguma das formas assumidas pelo Luis Augusto Fischer.<br />
Exemplos concretos de fischerpresença? Lembram dos encontros no Centro Cultural<br />
Renascença, lá no começo dos anos 90, que provaram a possibilidade de reunir<br />
escritores e enormes platéias em plenas manhãs de sábado?<br />
E quem classificou as formas e processos de produção da literatura feita no RS,<br />
denominando a atual de “literatura de apartamento alugado”, descrevendo<br />
brilhantemente a classe que tinha se tornado hegemônica na produção literária daqui? E<br />
também aproveitou para escrever que estávamos produzindo, “muita literatura<br />
mediana”, de novo acertando em cheio?<br />
Quem combateu todo o poder financeiro, político e cultural paulista e seu plano de<br />
dominação global nos artigos intitulados “Contra São Paulo”, que renderam um<br />
saboroso debate com Marcelo Coelho na Folha de São Paulo, provavelmente o único e<br />
último ocorrido entre um intelectual de primeira linha nosso e um veículo de primeira<br />
linha deles? Quem faz do Sarau Elétrico o ambiente com tal amplitude intelectual que
nos seus bons dias vira a melhor coisa que acontece em Porto Alegre? Ah, o Dicionário<br />
de Porto-Alegrês?<br />
Tudo isso, e mais várias coisas, são culpa do Fischer. E, no entanto, ele é mais culpado<br />
do que isso. Ele é culpado por, praticamente sozinho, ter criado a solução que vai tirar a<br />
humanidade da armadilha demográfica em que ela se enfiou nas últimas décadas.<br />
Pois que um problema do mundo, em um mundo que quase não os tem, é que as pessoas<br />
pararam de querer ter filhos, pelo menos mais do que dois. Isso também significa que a<br />
gente, basicamente, vai virar panda e sem o benefício dos brotinhos de bambu.<br />
Todos sabem que, ou as mulheres têm, em média, 2,1 filhos, ou babaus, passamos para<br />
o ponto abaixo da linha de reposição. A linha de reposição é aquela que garante que<br />
cada mulher terá o número suficiente de filhos para repor os pai e mãe que ele vem<br />
substituir, mais 0,1 para dar uma sobrinha, o que sempre é bom quando o assunto é<br />
demografia. Há algum tempo, até mesmo o Brasil passou para baixo da linha de<br />
reposição, o que também significa que, caso a música nativista não acabe com a nossa<br />
raça antes, a falta de peças de reposição acaba.<br />
Acabaria, porque então veio o Fischer para resolver mais essa parada. Ele, sozinho, está<br />
convencendo um enorme número de homens na segunda idade, aquela acima dos 45 e<br />
antes de que algo grave aconteça, a terem filhos. Todo um exército de reserva, até então<br />
desconectado desse grave drama global está sendo convocada para contribuir com muita<br />
experiência e animação, mesmo que com alguma dificuldade com excessos lombares, a<br />
evitar o desaparecimento da humanidade. Missão e tanto, e à qual estão respondendo<br />
com um “Sir, yes, sir” devido, exclusivamente, ao exemplo fischeriano.<br />
Fischer nos provou com sobra, primeiro com o Benjamim, depois com a Dora, que sim,<br />
era possível, yes, we can, e bem antes do Obama se aproveitar de mais esse fischerismo.<br />
Pais na faixa dos cinquenta trazem tantas vantagens que é um espanto que isso não<br />
tenha sido pensando antes. Bom, até o século 19 a gente morria muito cedo, pode ter<br />
sido por isso, quem sabe. Mas hoje não, graças à ciência a gente vai firme, ou mais ou<br />
menos, até bem depois dos 80, indo de van ver peças de atores globais e nos sentindo<br />
ótimos. Se isso pode, filho também pode.<br />
Pais na faixa dos cinquenta ouviram os Beatles, Pink Floyd e Chico no original,<br />
fresquinhos. Bebês desses pais jamais irão ser submetidos a tranqueiras como Legião<br />
Urbana ou, horror, Los Hermanos. Essas crianças jamais irão parar no SOE por motivos<br />
de más influências musicais. Melhor, eles não vão saber o que é um SOE.<br />
Nessa idade, esses homens já passaram por tudo o que existe e, portanto, compreendem<br />
as mulheres e seus jeitos incompreensíveis. Não se metem em brigas sem solução,<br />
acertam o tempo e o tamanho dos problemas. Jamais explodem, o que também pode ser<br />
por falta de energia. De qualquer maneira, jamais explodem, e nada é melhor para um<br />
bebê do que estabilidade. Homens na faixa dos 50 são especialistas em estabilidade, ou<br />
não teriam chegado tão longe.<br />
Essa classe inteira, por bom-senso ou falta de oportunidade, permaneceu assim, intacta e<br />
sem filhos por tempo demais e o Fischer veio para acabar com mais esse mito.
Os exemplos de homens que estão aderindo à causa são demasiados para que eu os<br />
mencione aqui, mas as hordas crescem. Eu mesmo, olhando para o Manuel aqui ao lado,<br />
seis dias de idade e não parecendo especialmente curioso com o ruído das teclas, sou<br />
mais uma feliz vítima da influência fischeriana. Conheço muitos outros, e já começo a<br />
contaminar alguns.<br />
E nesse exato instante, em que a breve estabilidade é temporariamente rompida e<br />
Manuel resolve mostrar quem manda, ou quem chora mais alto <strong>–</strong> o que quer dizer a<br />
mesma coisa -, penso que sei muito bem de quem é a culpa, e em como se faz para<br />
agradecer por isso, por afinal estar participando dessa experiência enriquecedora como<br />
nenhuma outra.<br />
Ao Fischer, o meu muito obrigado.<br />
http://sul21.com.br/jornal/2011/11/a-culpa-e-do-fischer/<br />
V <strong>–</strong> IDIOSSINCRASIAS <strong>PORTO</strong>ALEGRINAS<br />
Parabéns Porto Alegre pelos seus 239 Anos!<br />
Sou de Porto e daí?<br />
Você sabe como identificar um Porto-Alegrense?<br />
1 <strong>–</strong> Divide o domingo entre antes e depois da passadinha no Brique ou no Parcão.<br />
2 <strong>–</strong> A partir de julho, deixa de comprar livros para aproveitar os descontos e os balaios<br />
da Feira do Livro.<br />
3 <strong>–</strong> Odeia o muro da Mauá.<br />
4 <strong>–</strong> Fala mal das praias gaúchas, mas nunca recusa convite para passar o fim de semana<br />
em Imbé ou Atlântida.<br />
5 <strong>–</strong> Desfila em qualquer rua de qualquer cidade com cuia e garrafa térmica como se<br />
fosse coisa ”trinormal”.<br />
6 <strong>–</strong> Ama ou odeia o PT. Não tem meio termo.<br />
7 <strong>–</strong> Acredita que a última batalha não será entre o bem e o mal ou entre a luz e as trevas,<br />
mas entre Gremistas e Colorados.
8 <strong>–</strong> Em uma tarde consegue mostrar todos os pontos turísticos da cidade aos amigos que<br />
vêm de fora.<br />
9 <strong>–</strong> Acha que Porto Alegre tem quase todos os defeitos de uma cidade grande e mais<br />
algumas desvantagens de uma cidade pequena, mas parte para a briga com qualquer<br />
estrangeiro que ouse dizer uma barbaridade dessas.<br />
10 <strong>–</strong> Acredita piamente que existe uma comprovação científica para o fato de o pôr-dosol<br />
no Guaíba ser o mais bonito no Planeta. Talvez pelo fato do paralelo trinta passar na<br />
Rua da República.<br />
11 <strong>–</strong> Chama o carinha ali de bagaceiro; come negrinho e branquinho e ainda compra<br />
cacetinho.<br />
12 <strong>–</strong> Diminui metade das palavras e nem se dá mais conta disso: Findi, Churras,<br />
Super…<br />
13 <strong>–</strong> Ama Porto Alegre!<br />
O Portoalegrês é uma das línguas mais difíceis do Ocidente (que não é o hemisfério e<br />
sim um bar em Porto Alegre). Para começar, só existe uma interjeição: ”bah!” <strong>–</strong> que é<br />
usada em mais ou menos 462 situações diferentes. Prá complicar, ”bah!” tem, também,<br />
497 entonações diferentes: pode ir de um simples ”beh!”, até um complicado, ”pãh!”<br />
dependendo do que tu queres dizer.<br />
E tem também as gírias. Porto Alegre é<br />
equipada com mais ou menos 15 fábricas de gírias funcionando sem parar. Algumas<br />
chegam até a ser exportadas: ”viajar na maionese” e ”pirar na batatinha”, que agora<br />
estão na moda no Rio, são faladas há anos, ou em Portoalegrês, ”há horas”.<br />
Outras expressões cruzam a fronteira, mas nunca chegam a ser compreendidas. ”Deu<br />
prá ti”, por exemplo, que é o nome de uma música que fez o maior sucesso no Brasil<br />
inteiro.<br />
Talvez porque pensaram que ”deu prá ti” fosse uma sacanagem quando na verdade só<br />
queria dizer ”chega!”.<br />
Também tem o ”trilegal”. Há horas ninguém fala trilegal em Porto Alegre.<br />
Se fala ”tribom”, ”triquente”, ”triafim”, ”trigente”, ”triafu” (muito usado), ”tri” o que tu<br />
quiseres.<br />
Mas nada é mais porto alegrense quando falar: ”tu vai ir?”<br />
Repita agora, com sotaque:<br />
”Báh, mas tu vai ir? Bah, mas se tu for, eu também vou ir”.
É, Porto Alegre é o único lugar do mundo onde a gente lava ”Os pé” e lava ”as mão”.<br />
E deu prá ti, viu guri!<br />
Não há nada melhor do que poder dizer: ”Bah, eu sou de Porto”… com sotaque mais<br />
cantado possível… e a cara mais orgulhosa do mundo!<br />
Porto Alegre é TRIAFU! E ‘’sirvam nossas façanhas de modelo à toda terra!”<br />
Autor Desconhecido<br />
Se alguém souber, nos informe!<br />
Nossa homenagem a cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do<br />
Sul. Porto Alegre completa 239 anos neste dia 26 de março de 2011. Parabéns a<br />
todos os Porto Alegrenses!<br />
ESPECIAL 1 <strong>–</strong> O tempo em que Porto Alegre ousava<br />
***<br />
Fonte: http://portoimagem.wordpress.com/2011/05/14/especial-1-o-tempo-em-que-portoalegre-ousava/<br />
tags: aterros do guaíba, edifício santa cruz, falta de ousadia, ousadia, túnel da conceição<br />
por Gilberto Simon<br />
O objetivo principal do Blog é lançar notícias/reportagens para discutirmos. Mas uma<br />
das maneiras mais formidáveis de vermos o quanto nossa cidade poderia estar melhor,<br />
no seu urbanismo, no seu desenvolvimento turístico, é através de fotos. E fotos antigas.<br />
As fotos antigas nos dizem que a cidade já foi outra. A cidade já ousou através de seus<br />
projetos. Há 50 anos, a cidade aterrava parte do Guaíba para ter mais espaço para<br />
crescer. E crescer com qualidade, junto ao centro. Construímos o maior porto fluvial do<br />
país na década de 20. Construímos estádios onde antes era água. Construímos prédios<br />
inclinados junto ao morro, num pioneirismo latino-americano. Década de 50, 60 e 70,<br />
Porto Alegre mudou de cidade para metrópole. Como muitas outras cidades no Brasil,<br />
claro. Mas a partir de 1980/90 a cidade parou em termos de arquitetura/urbanismo.<br />
Raros projetos tiveram destaque. A cidade parou de ousar. E continua parada. Os<br />
projetos mais ousados encontram resistência enorme para ir adiante. Outras capitais se<br />
embelezam, se tornam mais atrativas, em busca de qualidade de vida, em busca de<br />
turismo, em busca de sua auto-estima rejuvenescida. Não que Porto Alegre não tenha se<br />
tornado uma metrópole grande e bonita, como outras. Mas deixou de ousar. E agora<br />
começam, devagarinho, algumas pessoas a quererem reagir face a esta inércia.<br />
Agora aqui, uma galeria de imagens de uma outra época da cidade.<br />
Claro, estaremos aqui discutindo o que falei aí em cima.
Nesta foto, é possível ver-se o início do aterramento da orla, onde iria ser o futuro<br />
Parque marinha do Brasil<br />
Os mesmos aterros
Num estado mais avançado...<br />
O aterro do Beira-Rio
O Beira-Rio sendo construído<br />
O aterro do Hipódromo do Cristal
O Hipódromo era referência arquitetônica na época
Os aterros, em 1975.
Canalização do Arroio Dilúvio e construção da Av. Ipiranga. Uma das maiores obras da<br />
América Latina na época e a maior intervenção urbana da cidade até então.<br />
Construção da Av. Ipiranga
Construção da Av. Ipiranga<br />
Av. Ipiranga em construção
Abertura da Av. Salgado Filho
Construção do Viaduto da Borges de Medeiros, na déca de 1920. Uma das obras mais<br />
ousadas do país na época
Construção das elevadas da Conceição, década de 70<br />
Construção do Túnel da Conceição. Uma grande obra de engenharia brasileira na época.<br />
Destaque em todo o país.
O edifício Santa Cruz, o edifício mais alto da Região Sul, na época. Década de 60
O Planetário da UFRGS sendo construído, em 1971. Em 20 de outubro de 1972, já<br />
concluído mas não inaugurado, o prédio foi visitado pelos astronautas norteamericanos<br />
James Lovell e Donald Slayton.
Edifícios inclinados do Morro Santa Teresa. O primeiro deles, à direita, foi o primeiro<br />
inclinado da América Latina. O segundo, à direita, foi construídos alguns anos mais<br />
tarde, já na década de 80.<br />
Edifícios inclinados do Morro Santa Teresa
Rodoviária de Porto Alegre. A maior e mais moderna da América latina - Década de 70.<br />
Construção da Ponte do Guaíba - década de 50. A cidade ousava e crescia.
Estádio Olímpico recém sendo construído, ainda num entorno vazio da cidade.<br />
Porto Alegre na década de 50 já era uma grande cidade. Nesta imagem, se vê o edifício<br />
do INSS sendo construído.
Década de 50. O INSS ainda em construção.<br />
1982 - começa a construção do primeiro shopping center de Porto Alegre. Shopping<br />
Iguatemi, com 110 lojas.
Vista aérea da cidade em 1990, mostrando o Parque da Harmonia.<br />
VI <strong>–</strong> OUTRAS FONTES<br />
***<br />
Porto Alegre<br />
Rua da Praia - Livraria do Globo<br />
***
MERCADO PÚBLICO | CHALÉ | PAÇO MUNICIPAL | RUA DA PRAIA | LIVRARIA DO GLOBO<br />
BIBLIOTECA PÚBLICA | PRAÇA DA MATRIZ | PRAÇA DA ALFÂNDEGA<br />
CASA DE CULTURA MÁRIO QUINTANA | IGREJA DAS DORES<br />
GASÔMETRO | CONCLUSÃO | OUTROS ROTEIROS<br />
Rua da Praia<br />
Depois de constatar que a justiça da prefeitura não é cega e fazer algumas considerações, acertadas ou<br />
não, sobre o IPTU que você paga, suba pela Borges de Medeiros até a Rua da Praia. Que, por sinal, não é<br />
Rua da Praia coisa nenhuma. É Rua dos Andradas. Mas ninguém chama assim.<br />
E essa é uma das características divertidas de Porto Alegre. Podem dar o nome que quiserem para as ruas,<br />
que as pessoas vão usar, também, o nome que quiserem, como se verá ao longo deste itinerário. Clique<br />
aqui para ver a foto de um dos muitos prédios bonitos da Rua da Praia.<br />
Livraria Do Globo<br />
Ao chegar na esquina da avenida Borges de Medeiros com a rua da Praia, chamada de Esquina<br />
Democrática, porque é o grande ponto de expressão da opinião pública da cidade, dobre à esquerda.<br />
Caminhe um pouquinho só, até a entrada da Livraria do Globo. E, como no Mercado Público, você verá<br />
uma obra de recuperação de um prédio de dar orgulho.<br />
A Livraria do Globo, há muitos anos, era simultaneamente uma editora e uma espécie de livraria dos<br />
sonhos de todos os apaixonados por livros. Há menos de 20 anos, tinha salões enormes, cheios de livros.<br />
Depois, começou a mudar. Ou, literalmente, os salões começaram a mudar de lugar. Até se chegar ao<br />
melancólico ponto em que os livros foram encurralados em um cantinho, na saída do prédio que dá para a<br />
Praça XV.<br />
Depois disto, não se sabe o que aconteceu. Ou os donos da empresa tiveram consciência de que, afinal,<br />
eram um dos marcos da cultura da cidade ou os livros se rebelaram e exigiram respeito (pessoalmente,<br />
prefiro a segunda hipótese). O fato é que a livraria foi toda reformada, os livros voltaram para a frente da<br />
Rua da Praia, e o prédio está uma beleza. Só falta um cafezinho.
Saindo da Livraria do Globo, volte para a esquina da Borges com a Rua da Praia, e siga em direção à<br />
Praça da Alfândega. Observe o prédio da antiga CEEE, entre a Borges e a rua da Ladeira. Ali funciona o<br />
Museu da Eletricidade. O museu não é grande coisa. Mas o prédio é muito bonito.<br />
A próxima parada será na esquina da rua da Ladeira que, obviamente, não se chama "da Ladeira", mas<br />
General Câmara. Ali, observe o prédio que está escondido atrás de cartazes horrorosos. Veja a beleza de<br />
sua decoração art-noveau - enormes flores e elaborados galhos contornam sua fachada. Suba um pouco<br />
pela rua da Ladeira e dê um olhada na enorme porta, toda trabalhada. E aprenda a grande lição de Porto<br />
Alegre - aqui, as coisas estão totalmente visíveis e totalmente ocultas. Visíveis porque expostas aos olhos<br />
de todos. Ocultas porque são tão mal cuidadas que ninguém mais as vê.<br />
FONTE: http://www.riogrande.com.br/turismo/capital4.htm<br />
FOTOS<br />
Apoio Cultural:<br />
ALARMES MONITORADOS 24h<br />
(51) 3061 3100
Nas décadas de 1950 e 1960<br />
<strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong> ERA ASSIM<br />
Unimed Porto Alegre <strong>–</strong> Projeto Bem-estar <strong>–</strong> Cooperados » Archive ...<br />
10 mar. 2011 ... Biblioteca Pública promove concurso sobre Porto Alegre <strong>–</strong> Aniversário<br />
da cidade é tema para criação de poemas, contos, crônicas ou fotos ...<br />
projetobemestar.unimedpoa.saude.ws/.../concurso-de-fotos-poemas-e- cronicas/ -<br />
Em cache
PDF]<br />
Phileas Fogg: Josué Guimarães viaja na crônica em jornal<br />
Formato do arquivo: PDF/Adobe Acrobat - Visualização rápida<br />
de A Hohlfeldt<br />
apenas 19 crônicas, num total geral de 345 colunas assinadas, sempre no jornal Zero<br />
Hora, de Porto Alegre. Os debates em torno da crônica enquanto gênero, ...<br />
www.portcom.intercom.org.br/ojs-2.3.1-2/index.php/.../article/.../472<br />
<strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong><br />
População 1.288.879 Homens 602.982 Mulheres 685.897<br />
Área Total(km 2 ) 496 Densidade pop. 2598.55<br />
Fonte: IBGE<br />
Em 26 de março de 1772, foi fundada a cidade de Porto<br />
Alegre. Houve muito vai e vem em sua colonização, que<br />
teve destaque a vinda de casais açorianos para a região<br />
das Missões. Esses casais, em parte, se fixaram em<br />
Porto de Viamão. Assim passou por vários nomes desde<br />
a freguesia de São Francisco do Porto dos Casais, Porto<br />
de Viamão, Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto<br />
Alegre e em julho de 1773, sendo governador José<br />
Marcelino de Figueiredo, recebeu o nome de Porto<br />
Alegre. Surgiu a Guerra dos Farrapos que ocasionou<br />
grandes dificuldades à capital e que teve a duração de 10<br />
anos. Só após a essa guerra interna foi que a cidade<br />
retomou o seu crescimento. A partir daí muitas outras<br />
ocorrências a colocaram em destaque em<br />
acontecimentos políticos e sociais do estado e do país,<br />
como a era de Getúlio Vargas e o movimento da<br />
Legalidade no governo Brizola. Os habitantes de Porto<br />
Alegre, chamados de gaúcho, segundo pesquisas<br />
variadas não sabem dizer de onde vem este nome.<br />
Assim explicado, os gaúchos, com seu modo cantado de<br />
falar, não dispensam um bom chimarrão, churrascos e<br />
uma indumentária folgada para se protegerem do clima e<br />
afazeres. Destacada pela ONU como cidade de qualidade<br />
de vida, e muitas outras premiações como índices de<br />
saúde, educação, desenvolvimento humano, economia e<br />
meio ambiente, enriquecido pela quantidade de árvores<br />
plantadas em suas ruas. O que a destacou<br />
internacionalmente, foi por sediar o Fórum Social Mundial.<br />
Com área de 476,30 km², possui em sua jurisdição 16<br />
ilhas. Seu clima é bem definido e bastante úmido,<br />
variando notadamente em suas estações indo de 2 a<br />
38ºC do inverno ao verão. As estações do ano, imprimem<br />
cores e matizes surpreendentes à paisagem. Capital de<br />
estado limítrofe do sul brasileiro, tendo maior acesso a<br />
povos de língua castelhana, tem mais facilidade de<br />
entender suas línguas e existe diferença nos costumes e<br />
vestimendas entre argentinos, uruguaios e brasileiros.<br />
Eles prezam grandemente a sua terra.<br />
Graças à vinda de várias correntes povoadoras, as
lavouras, as estâncias, as fábricas, os estaleiros, os<br />
portos, tudo possui um dinamismo que convida a novos<br />
empreendimentos. A fartura em tudo e em toda a parte,<br />
seu ponto alto, fazem do Rio Grande do Sul um pólo de<br />
atração para turistas de todas as procedências. Venha de<br />
onde vier, o visitante logo fraterniza com o gaúcho, esse<br />
homem jovem e batalhador a quem coube a tarefa de<br />
implantar a civilização. A população gaúcha de hoje, na<br />
qual predomina a herança européia, é vibrante, alegre,<br />
descontraída, hospitaleira.<br />
CANÇÕES
Rua da praia que não tem praia - 237 anos<br />
Autor(a) Magda Rosa<br />
Upload 2009-03-26 01:51<br />
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Exif/Informação Técnica<br />
Máquina SONY<br />
Modelo DSC-S600<br />
Exposição 10/1600<br />
Abertura f/6.3<br />
ISO 80<br />
MeteringMode Pattern<br />
Flash Não<br />
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José Luis Almeida Albuquerque<br />
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Resumo<br />
A Rua da Praia é a mais antiga de Porto Alegre, RS Pode-se dizer que foi o berço da cidade. Os<br />
açorianos que chegaram na região, em 1752, desembarcaram no ancoradouro da sesmaria de<br />
Jerônimo de Ornellas. Na Rua da Praia se localizam alguns dos principais pontos turísticos de<br />
Porto Alegre.
RUA DA PRAIA<br />
Rua da Praia (Alberto do Canto) <strong>–</strong> Samba-canção gravado em 11 de agosto de 1954 por<br />
Alcides Gerardi com Orquestra, em disco 78 rpm Odeon nº. 13721-a (no verso 13721-b<br />
Desconfiança/Cícero Nunes & Rogério Nascimento)<br />
Rua da Praia que não tem praia, que não tem rio,<br />
Onde as sereias andam de saias e não de maiô.<br />
Rua da Praia do jornaleiro, do camelô,<br />
Do estudante que a aula da tarde gazeou.<br />
Rua da Praia da garotinha que quer casar,<br />
Do malandrinho que passa o dia jogando bilhar.<br />
Se as pedras do teu leito<br />
Algum dia pudessem falar<br />
Quantas cenas de dor e alegria haveriam de contar.<br />
Rua da Praia de alegres tardes domingueiras<br />
Quando as calçadas se enfeitam de gauchinhas faceiras.<br />
Rua da Praia da sede do Grêmio e Internacional<br />
Que se embandeiram e soltam foguetes no jogo Grenal.<br />
RUA DA PRAIA<br />
Rua da Praia (Tito Madi) <strong>–</strong> Samba-canção gravado em 17 de janeiro de 2003 por Fernando<br />
Collares com acompanhamento de Lis de Carvalho (piano e teclado), Gabriel Bahlis (baixo),<br />
Zinho (bateria e percussão), Faninh (sax e flauta) e Olmir “Alemão” Stocker (violão, guitarra,<br />
cavaquinho), em CD ADA 002-03, faixa BR-AYJ-03-000.19.<br />
Rua da Praia<br />
Eu vim para procurar minha saudade<br />
Pra ver se eu encontro na verdade<br />
Aquela alegria que eu vivi<br />
E é por isso que aqui estou<br />
Buscando o que guardei em minha mente<br />
E lembro dos amigos de repente<br />
Que já se foram pra falar com Deus<br />
Rua da Praia<br />
Gente conversando na calçada
Na rua moças lindas e encantadas<br />
Eu olho e ninguém olha pra mim<br />
Então eu penso<br />
Mudaram-se os tempos e os costumes<br />
O tempo não perdoa e me pune<br />
Ninguém se lembra mais de mim.<br />
:: Rua da praia (Tito Madi)<br />
.<br />
Assim falou Bataclan, CD da banda Bataclã FC.<br />
À venda na Palavraria <strong>–</strong> R$ 15,00<br />
Reserve seu exemplar <strong>–</strong> palavraria@palavraria.com.br, 3268 4260<br />
ou venha até a loja: Rua Vasco da Gama, 165 <strong>–</strong> Bom Fim<br />
Assim Falou Bataclan é um CD que conta histórias de Porto Alegre como o fazia o<br />
velho negro Bataclan na Rua da Praia. Palavras em forma de batuque; violões que<br />
choram e guitarras que gritam; batucada em feitio de oração; toca-discos com levadas<br />
brasileiras, futebol, alegria, gaita, couro de cavalo, peso e poesia: isso é o “BATACLÃ<br />
Faz de Conta”. O grupo investe numa proposta de música essencialmente brasileira,<br />
universal, mestiça, como a gente desse lugar, meio índia, açoriana, européia e africana.<br />
Construído entre janeiro de 2004 e julho de 2006, o novo CD inova na linguagem<br />
estética e na tecnologia de produção. O conteúdo das músicas dá continuidade à<br />
mestiçagem musical urbana inaugurada no primeiro CD “Armazém de Mantimentos”<br />
em 2002. Trata-se de um encontro entre a sonoridade urbana, poesia e a música<br />
regionalista gaúcha.
Criação, arranjos, gravação, mixagem, masterização, programação visual, registro da<br />
propriedade intelectual e planejamento da distribuição foram processos realizados a<br />
partir do conceito de autogestão, princípios de organização de redes solidárias e a<br />
pedagogia da autonomia do educador Paulo Freire.<br />
O grupo e sua produção independente constituíram o Coletivo TARRAFA<br />
(Trabalhadores ARticulados em Redes Alternativas Fazendo Arte)<br />
Bataclã FC: Richard Serraria, Duke Jay da Monte Cristo, Sandro Gravador do Morro<br />
Santa Tereza, Marcelo da Redenção, Guilherme do Espírito Santo, Brinco da<br />
Cavalhada, Bódi do Belomé e Gustavo da Santana.<br />
Ficha Técnica<br />
Participações especiais: Zé da Terreira, Frank Jorge, Ticiano Paludo, Neto Fagundes,<br />
Loma, Lica, Muni, Marisa Rotenberg, Renato Produto Nacional, Rodrigo Lucena, Paulo<br />
Inchauspe, Luca, Zé Evandro Serrote Preto, Angelo Primon, Charles Cholly, André<br />
Studizinski, Messias González, Pedro Marques e Beto Bolo.<br />
Design Gráfico: Euler Silva BHZ Design<br />
Produção Executiva: Serraria, Redenção e Bódi<br />
Gravado ao longo de 2004 na Casa da Glória e Backstage; 2005 nos Estúdios Soma,<br />
Wilasco, Brothers e na Casa dos Cachorros Altos da Vila Nova<br />
Masterização: Glauco Minossi<br />
O grupo Bataclan FC nasceu há mais de dez anos nos corredores da UFRGS. Faz o<br />
rock, o samba, o funk, a música regionalista, ritmos e folguedos da cultura popular<br />
brasileira se misturarem a letras que traduzem a vida e a linguagem das ruas de Porto<br />
Alegre. As letras do grupo falam da vida e do coração do trabalhador urbano e o som é<br />
tirado de instrumentos diversos como o sopapo, um tambor genuinamente gaúcho, tocadiscos,<br />
baixo, teclado, bateria, guitarra, gaita e bombo legüero. Este seu trabalho mais<br />
recente, o CD “Assim Falou Bataclan”, inspira-se no popular cidadão Cândido dos<br />
Santos, o negro “Bataclan”, contador de “causos” na Rua dos Andradas nos anos 70.<br />
.
Livraria Saraiva<br />
.<br />
Mais de 2 Milhões de Títulos de Livros, CDs e DVDs para Você!<br />
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Porto Alegre é demais<br />
Fogaça<br />
Porto Alegre é que tem<br />
Um jeito legal<br />
É lá que as gurias etc. e tal<br />
Nas manhãs de domingo<br />
Esperando o Gre-Nal<br />
Passear pelo Brique<br />
Num alto astral<br />
Porto Alegre me faz<br />
Tão Sentimental<br />
Porto Alegre me dói<br />
Não diga a ninguém<br />
Porto Alegre me tem<br />
Não leve a mal<br />
A saudade é demais<br />
É lá que eu vivo em paz<br />
Quem dera eu pudesse<br />
Ligar o rádio e ouvir<br />
Uma nova canção<br />
Do Kleiton/Kledir<br />
Andar pelos bares<br />
Nas noites de abril<br />
Roubar de repente<br />
Um beijo vadio<br />
Porto Alegre me faz<br />
Tão Sentimental<br />
Porto Alegre me dói<br />
Não diga a ninguém<br />
Porto Alegre me tem<br />
Não leve a mal<br />
A saudade é demais<br />
É lá que eu vivo em paz
Porto Alegre me dói<br />
Não diga a ninguém<br />
Porto Alegre me tem<br />
Não leve a mal<br />
A saudade é demais<br />
É lá que eu vivo em paz<br />
Porto Alegre é demais...!<br />
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Página inicial > T > Teixeirinha > Porto Alegre<br />
Porto Alegre<br />
Teixeirinha<br />
Porto alegre na história<br />
Já foi porto dos casais<br />
Quem te viu e quem te vê<br />
Não te esquecerá jamais
Porto alegre é o por do sol<br />
Natureza deus bondoso<br />
Que retrata deus bondoso<br />
Rio gaúcho majestoso<br />
Refrão<br />
"porto alegre, porto alegre,<br />
Minha terra meu amor<br />
Porto alegre, porto alegre<br />
Meu tesouro encantador"<br />
Tem na frente o rio guaíba<br />
Nas costas cerros tamanhos<br />
Rio gravataí de um lado<br />
De outro praias de banhos<br />
Seus lindos arranha-ceus<br />
Nas mansões impera o luxo<br />
No centro a rua da praia<br />
O passeio do gaúcho<br />
Refrão<br />
Porto alegre tem mulatas<br />
Tem morenas e loirinhas<br />
Não há quem não se encanta<br />
No olhar das gauchinhas<br />
Porto alegre é a capital<br />
Bela rainha do sul<br />
Namorada do guaíba<br />
Vestida de um céu azul<br />
Refrão<br />
Letra Porto Alegre, Tchê<br />
Elton Saldanha<br />
<br />
Artista: Elton Saldanha<br />
Album: Otras<br />
Música: Porto Alegre, Tchê<br />
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http://letras.az<br />
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(Clique para copiar)<br />
Ringtone de "Porto Alegre, Tchê"<br />
Letra da musica Porto Alegre, Tchê:<br />
Porto alegre tchê, porto alegre tchê, que cidade linda,<br />
Que bom é tomar chimarrão no pôr do sol do guaíba<br />
Porto alegre tchê, porto alegre tchê, que cidade linda,<br />
Que bom é tomar chimarrão no pôr do sol do guaíba<br />
Na porteira da cidade peço licença para o laçador<br />
Tô chegando de mala e cúia, sou peão do interior<br />
Vou tirar retrato la na praça 15,<br />
Buscar um churrasco lá no mercadão<br />
Depois vamo pra banda da usina,<br />
Pra ver as minina e tomar chimarrão<br />
No mês de setembro, lá na estância da harmonia,<br />
Vamo de a cavalo indiada que é a semana farroupilha<br />
Porto alegre tchê, porto alegre tchê, que cidade linda,<br />
Que bom é tomar chimarrão no pôr do sol do guaíba<br />
Porto alegre tchê, porto alegre tchê, que cidade linda,<br />
Que bom é tomar chimarrão no pôr do sol do guaíba<br />
Porto alegre tchê, porto alegre tchê, que cidade linda,<br />
Que bom é tomar chimarrão no pôr do sol do guaíba<br />
Porto alegre tchê, porto alegre tchê, que cidade linda,<br />
Que bom é tomar chimarrão no pôr do sol do guaíba<br />
As poesias de mario quintana,<br />
As moças da rua da praia<br />
Teixeirinha e gildo de freitas,<br />
Que uma trova nunca faia<br />
Lá pras bandas da redenção<br />
Todo domingo tem brique<br />
Tem que a careta, a cachorada, cantoria<br />
E umas guria tri-legal de chique<br />
Mas quando é mês de setembro, lá na estância da harmonia,<br />
Vamo de a cavalo indiada que é a semana farroupilha<br />
Porto alegre tchê, porto alegre tchê, que cidade linda,<br />
Que bom é tomar chimarrão no pôr do sol do guaíba<br />
Porto alegre tchê, porto alegre tchê, que cidade linda,<br />
Que bom é tomar chimarrão no pôr do sol do guaíba<br />
Que bom é tomar chimarrão com essas gaúchas lindas<br />
Que bom é tomar chimarrão com essa gente farroupilha<br />
Ringtone de "Porto Alegre, Tchê"<br />
Letra Porto City<br />
Cigano<br />
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Artista: Cigano<br />
Album: Otras<br />
Música: Porto City<br />
Ringtone de "Porto City"<br />
Letra da musica Porto City:<br />
A minha terra<br />
Tem um rio e um pôr-do-sol<br />
Rua Da Praia tão sem praia<br />
meu amor<br />
As mini-saias se pechando<br />
Sob um sol de verão<br />
Eu sou Porto City<br />
Meu Irmão<br />
Tem o barranco<br />
Carne gorda e coisa e tal<br />
Tem fevereiro muito samba<br />
E carnaval<br />
Pra que Paris se está tão longe<br />
Se aqui sou tão feliz<br />
Eu sou de Porto City<br />
Meu Amor<br />
Tardes de sol<br />
O Beira-Rio e muita cor<br />
Ela é gremista<br />
E eu sou Inter<br />
Que horror<br />
vamos brigar durante o jogo<br />
Mas depois tá tudo bem<br />
É que eu sou de Porto City<br />
Viu meu bem<br />
Temos Sanfona<br />
Chimarrão e cantador<br />
Um céu azul<br />
Que nos inspira<br />
Mais amor<br />
Kleiton e Kledir<br />
Cantando trovas<br />
E o analista é de Bagé (oigalê!!)<br />
Eu sou de Porto City<br />
Eu sou de fé<br />
Link - Email e MSN :<br />
(Clique para copiar)<br />
http://letras.az<br />
Link - Sites e Orkut :<br />
(Clique para copiar)<br />
Fiz esse country<br />
só pra falar coisas daqui<br />
é tanta coisa<br />
pra dizer<br />
que eu deixo assim<br />
só sei dizer<br />
que sou do sul<br />
de Dom Pedrito<br />
ou do País<br />
mas só em Porto City<br />
Sou feliz<br />
(Mas só em Porto Alegre eu sou feliz)<br />
Ringtone de "Porto City"<br />
Letras de músicas<br />
Màs letras:<br />
http://letras.azmusica.com.br/C/letras_cigano_9459/letras_otras_6389/letra_porto_city_126<br />
0798.html<br />
Màs letras:<br />
http://letras.azmusica.com.br/E/letras_elton_saldanha_14419/letras_otras_9653/letra_porto<br />
_alegre,_tche_1269018.html<br />
Musica 03 Elis Regina Alto Da Bronze Paulo Coelho Plauto Azambuja ...<br />
Canciones 03 Elis Regina Alto Da Bronze Paulo Coelho Plauto Azambuja Arranjo De<br />
Rogerio Duprat, descargar musica 03 Elis Regina Alto Da Bronze Paulo Coelho ...<br />
sonidodance.net/03-elis-regina-alto-da-bronze-<strong>paulo</strong>-coelho-plauto-azambuja -<br />
arranjo-de-rogerio-duprat/ - Espanha - Em cache<br />
Alto da Bronze<br />
Alto da bronze<br />
cabeça quebrada<br />
praça querida<br />
sempre lembrada à praça onze da molecada<br />
Praça sem banco,do rato branco<br />
e do futebol<br />
da garotada endiabrada das manhãs de sol<br />
Guardo a eterna lembrança
do tempo feliz em que eu era criança<br />
do tempo em que a vida era<br />
da minha infância a grande quimera<br />
Hoje eu pobre profano<br />
me lembro de ti e dos meus desenganos<br />
Oh! meu alto da bronze dos meus oito anos<br />
OUTRAS REFERENCIAS<br />
Porto Alegre e suas escritas: história e memórias da cidade - Resultado da<br />
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Charles Monteiro - 2006 - History - 550 páginas<br />
9 Cf. ANDRÉ, A. Apresentação. In: SANHUDO, AV Porto Alegre. Crónicas da Minha<br />
Cidade. Porto Alegre: Movimento/IEL, 1975, pp. 7-8. ...<br />
books.google.com.br/books?isbn=8574305847<br />
1. Página de Charles Monteiro - Cafe Historia<br />
cafehistoria.ning.com/profile/CharlesMonteiro<br />
Charles Monteiro. Masculino; Porto Alegre,RS; Brasil. Compartilhar · Compartilhar no<br />
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2. Charles Monteiro, Porto Alegre e Suas Escritas: História e ...<br />
www.estantevirtual.com.br/.../Charles-Monteiro-Porto-Aleg... - Em cache<br />
8 fev. 2011 <strong>–</strong> Porto Alegre e Suas Escritas: História e Memórias da Cidade, de<br />
CHARLES MONTEIRO , editora Edipucrs, por R$ 48,00 na Estante Virtual, ...<br />
3. Books by Author: Charles Monteiro -ISBNLIB-Book infomation,Prices ...<br />
www.isbnlib.com/.../Charles_Monteiro/11 - Estados Unidos - Em cache<br />
Mitos do Antigo Egito Margaret M. Bakos 4 - Porto Alegre: urbanização e modernidade<br />
Charles Monteiro 5 - O Negro na Dramaturgia Brasileira Moacyr Flores . ...<br />
4. Books by Author: Charles Monteiro -ISBNLIB-Book infomation,Prices ...<br />
www.isbnlib.com/author/Charles_Monteiro - Estados Unidos - Em cache
1 jan. 2006 <strong>–</strong> Antigo Egito Margaret M. Bakos 4- Porto Alegre: urbanização ...<br />
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5. Porto Alegre Antigo: Veículos em Porto Alegre<br />
lealevalerosa.blogspot.com/2010/04/veiculos.html - Em cache<br />
18 abr. 2010 <strong>–</strong> Você está em um blog que tenta falar sobre Porto Alegre Antigo de<br />
1740 à 2010, o material ... como esclarece o historiador Charles Monteiro: ...<br />
6. Porto Alegre e suas escritas: história e memórias da cidade - Resultado da<br />
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books.google.com.br/books?isbn=8574305847...Charles Monteiro - 2006 - History - 550<br />
páginas<br />
"Portfolio Porto Alegre Antigo" visa preservar, numa edição nobre, ... Nesse sentido, a<br />
obra Portfolio Porto Alegre Antigo também l4U PREFEITURA MUNICIPAL ...<br />
7. <strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong> E SUAS ESCRITAS - Charles Monteiro - EDIPUCRS ...<br />
www.livrariaresposta.com.br/v2/produto.php?id=68442 - Em cache<br />
<strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong> E SUAS ESCRITAS. Autor(es): Charles Monteiro. Editora:<br />
EDIPUCRS. Área(s): HISTÓRIA DO BRASIL. ISBN: 9788574305844. Páginas:552.<br />
Preço: R$ 70,00 ...<br />
Porto Alegre: Crônicas da Minha Cidade, Ary Veiga Sanhudo - Traça ...<br />
Livro Usado - Porto Alegre: Crônicas da Minha Cidade, Ary Veiga Sanhudo - Traça<br />
Livraria Sebo.<br />
www.traca.com.br/.../porto-alegre-cronicas-da-minha-cidade - Em cache - Similares<br />
[PDF]<br />
Cidade, imprensa e arquitetura:<br />
Formato do arquivo: PDF/Adobe Acrobat<br />
de MAS Carreira - 2005<br />
Cidade, imprensa e arquitetura: as crônicas e os debates de modernização em Porto<br />
Alegre, 1928 <strong>–</strong> 1937. Maria Antonia Stumf Carreira ...<br />
www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18131/tde-12102006.../capa.pdf<br />
1. Histórias e memórias da cidade nas crônicas de Aquiles Porto ...<br />
Formato do arquivo: PDF/Adobe Acrobat - Visualização rápida<br />
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Porto Alegre. Nessas crônicas era lembrada a pequena e ..... Consegui identificar 63<br />
das 125 crônicas de Aquiles Porto Alegre reunidas na ...<br />
www.unisinos.br/publicacoes.../11historian10vol8_artigo05.pdf - Similares
Avenidas que atravessam a crônica :<br />
Guilhermino Cesar e a Porto Alegre da década<br />
de setenta<br />
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Para citar ou acessar este item utilize:<br />
http://hdl.handle.net/10183/21508<br />
Título<br />
Avenidas que atravessam a crônica : Guilhermino Cesar e a Porto Alegre da década<br />
de setenta<br />
Autor Brambilla, Camila Zuchetto<br />
Orientador Silva, Márcia Ivana de Lima e<br />
Data 2009<br />
Nível Graduação<br />
Instituição<br />
Palavrachave<br />
Resumo<br />
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Letras. Curso de Letras:<br />
Português e Espanhol: Licenciatura.<br />
Cesar, Guilhermino, 1908-1993<br />
Literatura brasileira<br />
Este trabalho monográfico assume a responsabilidade, em pequeno grau e poucas<br />
páginas, de apresentar a crônica sabatina do mineiro, radicado em Porto Alegre,<br />
Guilhermino Cesar. São apresentados fatos de sua vida que vão em direção à sua<br />
história literária, que durante a década de setenta está ligada à produção de<br />
crônicas que abordam a temática da urbanização na capital gaúcha. Procura-se<br />
comprovar que a urbanização abordada nesses textos está intrinsecamente unida<br />
aos elementos de Modernidade que já haviam invadido o (in)consciente coletivo<br />
dos , europeus e que, tardiamente, emaranhados ao processo de evolução urbana<br />
da cidade, tomaram os habitantes de Porto Alegre. Assim, os assuntos arraigados<br />
na temática urbanização-urbanidade-modernidade invadem as crônicas de<br />
Guilhermino Cesar e as transformam em um retrato histórico-social da cidade em<br />
questão. O autor não deixou de lado a tão importante e visível qualidade literária<br />
que permeia sua obra, pelo contrário, apresentou ao público, que muito mais que<br />
um registro histórico desse período, esses textos são um exemplo claro da mais<br />
fina literatura produzida no Brasil.<br />
Tipo Trabalho de conclusão
URI http://hdl.handle.net/10183/21508<br />
Arquivos Descrição Formato<br />
000737543.pdf (156.3Kb) Texto completo Adobe PDF Visualizar/abrir<br />
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Página de Charles Monteiro - Cafe Historia<br />
cafehistoria.ning.com/profile/CharlesMonteiro<br />
Charles Monteiro. Masculino; Porto Alegre,RS; Brasil. Compartilhar · Compartilhar no<br />
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Liberato Vieira da Cunha - escritor - POA/RS - Porto Alegre - Rio ...<br />
Liberato Vieira da Cunha - escritor - POA/RS - Porto Alegre - Rio Grande do Sul. ...<br />
Liberato Vieira da Cunha é autor de Miss Falklands (crônicas e ...<br />
www.liberatovieiradacunha.com.br/?pg=10601 - Em cache - Similares<br />
Biografia de Porto-Alegre<br />
Porto-Alegre, Poeta, pintor, professor, jornalista,diplomata e teatrólogo, Quem foi<br />
Porto-Alegre?, A vida de Porto-Alegre, Biografia de Porto-Alegre, ...<br />
www.netsaber.com.br/.../ver_biografia_c_4113.html - Em cache - Similares<br />
Unisinos<br />
www.unisinos.br/.../index.php?option... - Em cache<br />
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Charles Monteiro Pequenas notas sobre a escrita do ensaio ...<br />
[PDF]<br />
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE<br />
DE ...<br />
tede.pucrs.br/tde_busca/processaArquivo.php?codArquivo=555<br />
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Orientador: Prof. Dr. Charles. Monteiro. Porto Alegre ..... via acontecer naquele<br />
momento, com o deslocamento do acervo do antigo ...<br />
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20 mar. 2011 <strong>–</strong> Charles Monteiro apresentando algumas fotos dos Álbuns<br />
Comemorativos de Porto Alegre. Dia 19 de março, sábado, ocorreu em toda cidade o<br />
24 ...<br />
[PDF]<br />
O FUTEBOL DA CANELA PRETA: O NEGRO E A MODERNIDADE EM <strong>PORTO</strong><br />
<strong>ALEGRE</strong><br />
www.ufrgs.br/ppghist/anos90/11/11art8.pdf<br />
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Considerando-se que Porto Alegre é um dos mais antigos centros .... 1992; Charles<br />
Monteiro Porto Alegre: urbanização e modernidade. Porto ...<br />
[PDF]<br />
CATÁLOGO<br />
lproweb.procempa.com.br/pmpa/.../catalogo_transformaces_urbanas.pdf<br />
Formato do arquivo: PDF/Adobe Acrobat - Ver em HTML<br />
Relatos de viajantes colhidos na obra Os viajantes olham Porto Alegre, de Walter Noal<br />
Filho e Sérgio da Costa Franco, ... Dr. Charles Monteiro. I9 (Signs). Gráfica RJR .....<br />
antigo do Estado. Relato do viajante Vittorio Buccelli, 1905 ...<br />
Lembranças do Brasil: as capitais brasileiras nos cartões-postais ... -<br />
Resultado da Pesquisa de livros do Google<br />
books.google.com.br/books?isbn=8589820017...João Emilio Gerodetti, Carlos Cornejo -<br />
2004 - Antiques & Collectibles - 248 páginas<br />
Charles Monteiro. Porto Alegre, RS. ■ ( rwin.ui Jusé Zygmunr Wichc/ka, São Paulo,<br />
SP. ■ Denise Stumvoll, Porto Alegre, RS. • Diva Maria Freire Figueiredo, ...<br />
Anteriores - Revista ArtCultura<br />
www.artcultura.inhis.ufu.br/anteriorNr8.php - Em cache<br />
Aumentar tamanho da fonte Diminuir tamanho da fonte Layout padrão antigo faça sua<br />
escolha! WebMail. Fechar janela de e-mail. email ... Os Mistérios De Porto Alegre: As<br />
Crônicas Urbanas De Moacyr Scliar Charles Monteiro ...<br />
Ciências letras .Boletín de Novedades CREDI<br />
www.oei.es/n11629.htm - Em cache<br />
Charles Monteiro 24; Por um novo olhar sobre o ciclo de Porto Alegre. ... Eliana Inge<br />
Pritsch 76; O horror antigo e o horror moderno em O tempo e o vento e ...<br />
[PDF]
IMAGENS DE <strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong> NA IMPRENSA DIÁRIA NA DÉCADA DE 1950<br />
...<br />
www.pucrs.br/edipucrs/.../Ciencias.../82686-SUZANAHOPPEODERICH.pd...<br />
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[PDF]<br />
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DE ...<br />
seer.ufrgs.br/iluminuras/article/download/9187/5281<br />
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13 jul. 2010 <strong>–</strong> Charles Monteiro[1]. Abstract: O objetivo deste texto é problematizar a<br />
utilização de imagens fotográficas na obra Porto Alegre: Biografia ...<br />
[PDF]<br />
A memoria ambiental<br />
www.unilasalle.edu.br/museu/mouseion/a_memoria_ambiental_rv3.pdf<br />
Formato do arquivo: PDF/Adobe Acrobat<br />
O artigo investiga a memória ambiental da cidade de Porto Alegre, .... Conformam uma<br />
“tradição” de escrita, segundo Charles Monteiro, porque além de ..... nessa baixada<br />
entre o antigo morro da Praia e o necropólico morro da Azenha, e ...<br />
journals.vaggi.org - Directory of Open Access Social Science e ...<br />
journals.vaggi.org/index.php/browse/index/48 - Em cache<br />
Charles Monteiro 2006-11-17. View Record | View Original ... Duas leituras sobre as<br />
transformações da cultura urbana de Porto Alegre nos anos .... Cultura religiosa e<br />
heresia em Portugal no Antigo Regime: notas para uma interpretação. ...<br />
[PDF]<br />
DISCUTINDO O PROJETO DE REFORMAS URBANAS DA ADMINISTRAÇÃO ...<br />
www.fee.tche.br/sitefee/download/jornadas/2/h13-04.pdf
Formato do arquivo: PDF/Adobe Acrobat - Visualização rápida<br />
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www.revistacontemporaneos.com.br/n6/artigo1_barbarella.pdf<br />
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Barbarella visit Porto Alegre: aspects of 1968 present in newspapers in the ... ¹ O<br />
Correio do Povo é o jornal mais antigo e tradicional do Rio grande do Sul. ......<br />
MONTEIRO, Charles. Porto Alegre e suas escritas: História e Memória da ...<br />
Memória e esquecimento nas artes de lembrar a cidade de Porto Alegre<br />
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Charles Monteiro. Doutor em História Social pela PUC-SP / Bolsa de ...<br />
Uma Cidade Que Se Conta: Imigrantes Italianos e Narrativas No ... - Resultado<br />
da Pesquisa de livros do Google<br />
books.google.com.br/books?isbn=8578620402...Rosemary Fritsch Brum<br />
É a projeção da imaginação de seus fundadores, a qual os historiadores da cidade ,<br />
como Charles Monteiro trazem sobre Porto Alegre ...<br />
[PDF]<br />
Multiculturalidade e adoção do futebol: platinos e alemães no Rio ...<br />
www.cesla.uw.edu.pl/www/images/stories/.../195-204_Mascarenhas.pdf<br />
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de GM de Jesus - Artigos relacionados<br />
na fase final clubes das cidades de Pelotas, Livramento e Porto Alegre, vencedores ....<br />
Charles Monteiro (1995) corro- bora nossa impressão quanto ao papel ... na cidade de<br />
São Paulo, sendo o São Paulo Athletic um antigo clube de ...<br />
Conselho Municipal de Cultura de Porto Alegre: 24 horas de Cultura<br />
cmcpoa.blogspot.com/2011/03/24-horas-de-cultura.html - Em cache<br />
25 mar. 2011 <strong>–</strong> Charles Monteiro apresentando algumas fotos dos Álbuns<br />
Comemorativos de Porto Alegre. Postado por Guimarães-Presidente CMCPOA às<br />
18:24 ...<br />
[PDF]
Curso de Mestrado em História<br />
tede.pucrs.br/tde_busca/processaArquivo.php?codArquivo=343<br />
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em História. Orientação: Prof. Dr. Charles Monteiro. Porto Alegre, junho de 2006 . ...<br />
especial ao Dr. Charles Monteiro e à Dr.ª Maria Lúcia Bastos Kern, ...... do humor na<br />
imprensa brasileira; num estudo mais antigo, Gondin da Fonseca50 ...<br />
Seminário Memória e Patrimônio em dois cliques: a pesquisa com ...<br />
www.defender.org.br › Cursos - Em cache<br />
7 nov. 2008 <strong>–</strong> “Cidade, fotografia e memória: considerações sobre os álbuns<br />
fotográficos de Porto Alegre” Prof. Dr. Charles Monteiro (PUCRS) ...<br />
Leituras da Cidade<br />
www6.ufrgs.br/leiturasdacidade/oqler.php?idsecao... - Em cache<br />
16 jun. 2011 <strong>–</strong> Porto Alegre: UFRGS, 1951. Urbanização Cotidiano Arquitetura ...<br />
MONTEIRO, Charles. Porto Alegre: Urbanização e modernidade. .... no saguão do<br />
Salão de Atos uma exposição de rádios antigos oriundos do Museu do Rádio, ...<br />
[PDF]<br />
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULADADE<br />
...<br />
www.cipedya.com/web/FileDownload.aspx?IDFile=162098<br />
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Professor Doutor Charles Monteiro. Porto Alegre, janeiro de 2004. ..... 14 Torres<br />
possui uma grande deficiência em mapas antigos da cidade, muitos deles ...<br />
RS VIRTUAL - O Rio Grande do Sul na Internet - Notícias - Shows ...<br />
www.riogrande.com.br › Home › Notícias › Arte & Cultura - Em cache<br />
20 mar. 2009 <strong>–</strong> Às 10h, Porto Alegre em Imagens: Seis Décadas de Transformações<br />
na Capital. Às 17h, Charles Monteiro apresenta a exposição Uma História ...<br />
Representações da Cidade de Porto Alegre na obra O Resto é ...<br />
sbph.org/2005/arte-e-representacoes/charles-monteiro - Em cache<br />
Porto Alegre seria administrada por políticos engajados nesse projeto ... toda uma<br />
parte do centro da cidade composta de antigos casarões no estilo colonial, ..... Outros<br />
artigos de Charles Monteiro: As imagens da cidade moderna e seu ...<br />
arquitextos 101.06: A construção da civilidade: | vitruvius<br />
www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp492.asp - Em cache<br />
urbanismo, arquitetura e loucura na Porto Alegre de fins do século XIX e início do XX<br />
..... o antigo Hospício, se torna gradativamente Hospital Psiquiátrico. .... MONTEIRO,<br />
Charles. Porto Alegre: urbanização e modernidade. Porto Alegre ...
M - Núcleo de Estudos Mediterrânicos - NEMED - UFPR<br />
www.nemed.he.com.br/acervo_artigo_m.htm - Em cache<br />
III Jornada de Estudos do Oriente Antigo .Porto Alegre.P.145-157.1998. .....<br />
MONTEIRO, Charles. Por uma "história da memória" do espaço urbano de Porto ...<br />
O Impacto da Chegada dos Automóveis em Porto Alegre-RS<br />
www.radiante.pro.br/2000-09Capa.htm - Em cache<br />
Em 1906, Porto Alegre começa a receber seus primeiros automóveis. ... como<br />
esclarece o historiador Charles Monteiro: "As novas avenidas, ... A introdução dos<br />
automóveis em nossas vidas significou a realização de um antigo sonho. ...<br />
Programação Viva o Centro a Pé<br />
www2.portoalegre.rs.gov.br/vivaocentro/default.php?... - Em cache<br />
25 jun. 2011 <strong>–</strong> Roteiro: Esculturas públicas do Centro Histórico de Porto Alegre -<br />
monumentos e ... Carris, passando pela Rua Paraíba, até o antigo Moinho .....<br />
Orientador: Charles Monteiro Roteiro: Centro Alto - Rua Fernando Machado ...<br />
[PDF]<br />
O cruzamento de tradições visuais nos espetáculos de projeções ...<br />
www.scielo.br/pdf/anaismp/v18n1/v18n1a05.pdf<br />
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de AD Trusz - 2010 - Artigos relacionados<br />
Charles Monteiro (Pontifícia. Universidade Católica do Rio ... a exploração comercial<br />
das imagens ópticas em Porto Alegre, particularmente das vistas fixas ...<br />
[PDF]<br />
XXX Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte Arte > Obra ...<br />
www.cbha.art.br/pdfs/comunicacoes_selecionadas.pdf<br />
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e Jean Genet em Porto Alegre. Almerinda Lopes <strong>–</strong> Imagens tautológicas ... Charles<br />
Monteiro <strong>–</strong> A fotografia e a construção de uma nova visualidade nas ... Andrea<br />
Valentina <strong>–</strong> O acervo iconográfico do antigo convento de São ...<br />
[PDF]<br />
A EDUCAÇÃO SECUNDÁRIA<br />
www.multiculturas.com/.../EArriada_educacao_secundaria_rio_grande_do...<br />
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Charles Monteiro. Flávia Werle. Giana Lange do Amaral ... Aos Professores, colegas,
e funcionários da PUC/Porto Alegre, pela amizade e convívio. ...... oposição ao mundo<br />
do Antigo Regime, de que tinha a pretensão de afastar-se, a ...<br />
Editoras - Livraria 30PorCento - SEMPRE com desconto.<br />
30porcento.com.br/busca.php?proc=Modernidade - Em cache<br />
O Senhor das letras - o Antigo Regime e a modernidade ... autor: Charles Monteiro.<br />
Indisponível .<strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong> URBANIZAÇÃO E MODERNIDADE: CONSTRUÇÃO<br />
SOCIAL ...<br />
[PDF]<br />
Caderno de Resumos Posteres<br />
www.eeh2010.anpuh-rs.org.br/arquivo/download?ID_ARQUIVO=6345<br />
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Charles Monteiro (PUCRS). Marluza Marques Harres (UNISINOS) ..... Antigo Regime<br />
e sua influencia direta nas relações sociais, onde a ... Cultural Emilio Sessa) de Porto<br />
Alegre, RS. O objetivo do Instituto é ...<br />
Pobre Guaíba, quem te viu, quem te vê.<br />
issuu.com/poaresiste/docs/prestes_pobre_guaiba - Em cache<br />
8 jun. 2010 <strong>–</strong> A degradação ambiental das praias de Porto Alegre, na passagem dos<br />
anos 60 para os 70. ... Focado no tema da reconversão da área do antigo cais do<br />
porto ... Alegre na Revista do Globo (1950-1960), de Charles Monteiro. ...<br />
[PDF]<br />
GARIMPANDO MEMÓRIAS: ESPORTE, EDUCAÇAO FÍSICA, LAZER E DANÇA<br />
www.cedes.ufsc.br:8080/xmlui/bitstream/.../garimpando%20memórias.pdf?...<br />
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de S Goellner - 2006 - Artigos relacionados<br />
em Porto Alegre; e Estilo de vida ativo X Sedentarismo: efeitos de um programa de .....<br />
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de M Ramos de Oliveira - 2009<br />
23 set. 2009 <strong>–</strong> Sandra, historiadora : os sete crimes capitais de Porto Alegre ... São<br />
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: Charles Monteiro, Doutor em História Social (PUCSP). ...<br />
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(1933 A 1945)* AGES (1933 THE 1945) Resumo Este artigo objetiva ...<br />
www.tjrs.jus.br/export/poder.../historia/.../09-Ana_Paula.pdf
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Menores de Porto Alegre em seus primórdios (1933-1945), bem como os .... título<br />
dado ao antigo projeto Guanabara -, Alfredo Pinto designou o jurisconsulto Dr. José<br />
..... MONTEIRO, Charles. Porto Alegre: urbanização e modernidade. ...<br />
Apresentações e Autores<br />
soac.bce.unb.br/index.php/SIHC/VSIHC/.../presentations - Em cache<br />
A construção da visualidade urbana de Porto Alegre na revista Máscara (1918-1928 ):<br />
entre tradição e modernidade, Resumo. Charles Monteiro ...<br />
ÔNIBUS ANTIGOS 2 « CLUBE DO ÔNIBUS oficial<br />
aleosp.wordpress.com/onibus-antigos-2-fotos/ - Em cache<br />
Abaixo, Porto Alegre (RS), início da década de 70 ... Abaixo, foto da antiga Viação<br />
Bola Branca, transporte urbano de São Paulo ..... Charles. Lindas as fotos, lembro<br />
como se fosse hoje do “Coringão”, sempre aguardando .... adalberto monteiro. achei<br />
mouito bom mas, acho que deveriam procurar fotos de busão da ...<br />
Luiza Carvalho | Defender - Defesa Civil do Patrimônio Histórico<br />
defender.org.br/?s=luiza+carvalho - Em cache<br />
No dia em que Porto Alegre completa 239 anos, sábado, 26, a caminhada orientada<br />
Viva o ..... a rejeição da estética modernista à antiga forma de fazer arte, .... os álbuns<br />
fotográficos de Porto Alegre” Prof. Dr. Charles Monteiro (PUCRS) ...<br />
[PDF]<br />
O cruzamento de tradições visuais nos espetáculos de projeções ...<br />
www.scielo.br/pdf/anaismp/v18n1/v18n1a05.pdf<br />
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de AD Trusz - 2010 - Artigos relacionados<br />
Charles Monteiro (Pontifícia. Universidade Católica do Rio ... a exploração comercial<br />
das imagens ópticas em Porto Alegre, particularmente das vistas fixas .... antigas,<br />
contam com um desconhecimento e um consequente desinteresse. ...<br />
[PDF]<br />
1 GLÓRIA CRISTINA GABRIEL Dissertação de Mestrado A RECEPÇÃO DAS ...<br />
www.cipedya.com/web/FileDownload.aspx?IDFile=162050<br />
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Dr. Charles Monteiro. Dissertação apresentada à Faculdade de História da PUCRS,<br />
como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Mestre em História. Porto Alegre<br />
..... embora esta seja quase tão antiga quanto o ser humano. ...<br />
Carnaval em Porto Alegre - A Entrudeira - História do Carnaval
www.aentrudeira.com/.../carnaval-em-porto-alegre-mulher... - Em cache<br />
15 abr. 2011 <strong>–</strong> Carnaval em Porto Alegre: mulheres, entrudo, perseguição e<br />
repressão. ..... Na Grécia Antiga, o termo hetairai era utilizado para designar as<br />
mulheres ...... MONTEIRO, Charles. Porto Alegre: urbanização e modernidade: a ...<br />
Página de Caio de Carvalho Proença - Cafe Historia<br />
cafehistoria.ning.com/profile/CaiodeCarvalhoProenca - Em cache<br />
Masculino; Porto Alegre, Rio Grande do Sul; Brasil ... Charles Monteiro e Caio de<br />
Carvalho Proença agora são amigos .... Um dia, ao arrumar algumas caixas antigas,<br />
descobre que foi adotado quando tinha apenas duas semanas de vida. ...<br />
[PDF]<br />
XXX Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte Arte > Obra ...<br />
www.cbha.art.br/pdfs/comunicacoes_selecionadas.pdf<br />
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e Jean Genet em Porto Alegre. Almerinda Lopes <strong>–</strong> Imagens tautológicas ... Charles<br />
Monteiro <strong>–</strong> A fotografia e a construção de uma nova visualidade nas ...<br />
X Encontro Estadual de História <strong>–</strong> ANPUH-RS - Simpósios Temáticos<br />
www.eeh2010.anpuh-rs.org.br/simposio/public - Em cache<br />
A escravidão na área rural de Porto Alegre na década de 1780 ..... Coordenadores :<br />
Charles Monteiro e Zita Rosane Possamai ...<br />
[PDF]<br />
“Aparecendo na foto”: representações do negro na fotografia em ...<br />
www.historiaimagem.com.br/edicao5setembro2007/13-arilson-foto.pdf<br />
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Dr. Charles Monteiro/. Programa de Pós-Graduação em História - PUCRS - 01/2007<br />
.... Porto Alegre. É a sociedade negra em atividade mais antiga do Brasil. ...<br />
[PDF]<br />
AS DEMANDAS DE MEMÓRIA, O IMPASSE ACERCA DA HISTÓRIA OFICIAL DE<br />
...<br />
seer.ufrgs.br/iluminuras/article/download/9266/5343<br />
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de OR Marques - 2009 - Artigos relacionados<br />
valores, a antigas 'usanças urbanas', taxando sempre este comportamento como um<br />
... 7 MONTEIRO, Charles. Porto Alegre e suas escritas <strong>–</strong> histórias e memórias ...<br />
Por que o porto-alegrense e o gaucho sao "do contra"? - SkyscraperCity<br />
www.skyscrapercity.com › ... › Sul › Notícias da Região - Em cache
20 postagens - 11 autores - Última postagem: 17 fev. 2009<br />
Charles Monteiro, professor-adjunto de História da PUCRS, autor de Porto Alegre e<br />
suas Escritas, também relativiza a comparação. ...<br />
A EDUCAÇÃO SECUNDÁRIA NA PROVÍNCIA DE SÃO PEDRO DO RIO GRANDE<br />
DO SUL<br />
www.scribd.com/.../A-EDUCACAO-SECUNDARIA-NA-P... - Em cache<br />
7 jul. 2009 <strong>–</strong> <strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong>, DEZEMBRO DE 2007 Dados Internacionais de<br />
Catalogação ... Freitas Silveira CRB 10/1262 BANCA EXAMINADORA Charles<br />
Monteiro Flávia ...... a retomar antigas trilhas, e muitas e muitas vezes refazer a<br />
caminhada. ...<br />
Apresentações e Autores<br />
soac.bce.unb.br/index.php/SIHC/VSIHC/.../presentations - Em cache<br />
Solange Ferraz de Lima, Charles Monteiro ...... A construção da visualidade urbana de<br />
Porto Alegre na revista Máscara (1918-1928): entre ... Um novo olhar sobre a Roma<br />
Antiga: A utilização do filme Júlio César nas aulas de História. ...<br />
SNH2009 - XXV Simpósio Nacional de História - Simpósio 5<br />
www.snh2009.anpuh.org/conteudo/view?ID...194 - Em cache<br />
Charles Monteiro - A construção de uma nova visualidade urbana moderna nas<br />
páginas da revista Madrugada, Porto Alegre (1926) ... Camila Dazzi - Dicteriade -<br />
"Profissional da luxuria, moça na idade, velha no vício..." ...<br />
As ruas de Porto Alegre ... - Google Books<br />
books.google.com.pe/books?id=zX6DbDUUDeQC... - Em cache<br />
As ruas de Porto Alegre: Curiosidades ; Como batizar uma rua ; Ruas de muita ... By<br />
Eloy Terra ... Charles Monteiro Limited preview - 2006 .... A antiga Paróquia do Menino<br />
Deus. José Ulisses Brittes Nordin Garcia ...<br />
[PDF]<br />
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE<br />
DE ...<br />
tede.pucrs.br/tde_arquivos/15/TDE-2007-04...505/.../389204.pdf<br />
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de H HRUBY - Citado por 3 - Artigos relacionados<br />
Porto Alegre, 2007. 233 f. Dissertação (Mestrado em História) <strong>–</strong> Faculdade de Filosofia<br />
e Ciências Humanas, PUCRS. Orientação: Prof. Dr. Charles Monteiro. ...<br />
[PDF]
A EDUCAÇÃO SECUNDÁRIA<br />
www.multiculturas.com/.../EArriada_educacao_secundaria_rio_grande_do...<br />
Formato do arquivo: PDF/Adobe Acrobat<br />
Charles Monteiro. Flávia Werle. Giana Lange do Amaral ... Aos Professores, colegas,<br />
e funcionários da PUC/Porto Alegre, pela amizade e convívio. ...... seduzindo, mas me<br />
instigando a procurar novos rastros, a retomar antigas trilhas , ...<br />
Memória e Patrimônio em Dois Cliques: PROGRAMAÇÃO II CLIQUE<br />
doiscliques2008.blogspot.com/2008/11/ii-clique.html - Em cache<br />
... a prática de contar estórias/histórias em Antropologia é tão antiga ... sobre os<br />
álbuns fotográficos de Porto Alegre” Prof. Dr. Charles Monteiro (PUCRS) ...<br />
História, Arte e Representações - 2006 - SBPH<br />
sbph.org/2006/historia-arte-e-representacoes - Em cache<br />
A construção de uma imagem moderna de cidade no álbum comemorativo Porto<br />
Alegre: Biografia da cidade de 1941 · Charles Monteiro ...<br />
[DOC]<br />
PROJETO CULTURA 30 HORAS (OU 24 HORAS) <strong>–</strong> 24 e 25 de MARÇO<br />
lproweb.procempa.com.br/.../a_24h_de_cultura_-_por_locais_(22-17h).do...<br />
Formato do arquivo: Microsoft Word - Visualização rápida<br />
O Processo de modernização da sociedade e da cultura urbana de Porto Alegre no<br />
século XX: o olhar dos cronistas da cidade. Professor: Charles Monteiro ...<br />
Boa Vista (Porto Alegre) - Mashpedia, a enciclopédia em tempo real<br />
mashpedia.com.br/Boa_Vista_(Porto_Alegre) - Em cache<br />
Boa Vista é um bairro da zona norte da cidade brasileira de Porto Alegre, capital do<br />
estado ... as residências mais antigas situam-se ao redor da Praça do Japão, a qual se<br />
encontra ... o Colégio Província de São Pedro e o Colégio Monteiro Lobato; .... Av.<br />
Raimundo Corrêa, Boa Vista, Porto Alegre by Charles Kirsten ...<br />
DJi - Bibliografia<br />
www.dji.com.br/diversos/bibliografia.htm - Em cache<br />
Aixkin, Charles, Dicionário de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, FGV, 1986. ...<br />
Azambuja, Darcy, Teoria Geral do Estado, Porto Alegre, Globo, 1973. .... Coulanges<br />
Numa Denis, Fustel de, A Cidade Antiga, São Paulo, Martins Fontes, 1981. .....<br />
Monteiro,Washington de Barros, Curso de Direito Civil, São Paulo, Saraiva, ...<br />
Canal do Mangue, por Charles Julius Dunlop | RememorArte<br />
rememorarte.blog.br/?p=2655 - Em cache
2 nov. 2010 <strong>–</strong> Canal do Mangue, por Charles Julius Dunlop, no livro Rio Antigo. ... até<br />
à antiga praia Formosa, para sanear um pouco essa zona, que era um foco de ... o<br />
vasto plano de obras do Cais do Porto exigiu o prolongamento do Canal até ao mar .<br />
..... Major Archer (2), Manuel José de Araújo Porto-alegre (3) ...<br />
Sociedade - NOTÍCIAS - Os restaurantes mais antigos<br />
revistaepoca.globo.com/.../0,,EMI84697-15228,00.html - Em cache<br />
27 jul. 2009 <strong>–</strong> Já recebeu celebridades como o escritor Charles Dickens e os atores<br />
Clark ... A antiga capital do país também conserva restaurantes centenários. ...<br />
Machado de Assis, Olavo Bilac e Monteiro Lobato. ... O restaurante com fama de ser o<br />
mais antigo de Porto Alegre fica dentro do Mercado Municipal. ...<br />
Rua da Praia<br />
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.<br />
Ir para: navegação, pesquisa<br />
WIKIPEDIA RUA DA PRAIA<br />
Rua da Praia<br />
Porto Alegre, Rio Grande do Sul,<br />
Brasil<br />
Trecho leste da Rua da Praia, entre a Praça Dom Feliciano e a Praça da Alfândega, a<br />
antiga Rua da Graça<br />
Tipo Rua
Início Avenida Independência<br />
Final Avenida Presidente João Goulart<br />
A Rua da Praia, cujo nome oficial é Rua dos Andradas, é uma das ruas mais<br />
tradicionais da cidade de Porto Alegre, bem como a mais antiga da cidade. A despeito<br />
de a denominação oficial ter sido estabelecida em 1865, o nome antigo ainda persiste na<br />
voz popular, e com ele esta rua tem sido celebrada por muitos cronistas e poetas locais.<br />
Índice<br />
[esconder]<br />
1 História<br />
o 1.1 Na literatura<br />
2 Atrações<br />
3 Ver também<br />
4 Referências<br />
[editar] História<br />
Athayde d'Avila: Rua da Praia, c. 1880. Acervo do Museu Júlio de Castilhos<br />
A Rua da Praia existe desde a fundação da cidade, sendo aquela que corria exatamente à<br />
margem do Guaíba defronte ao antigo porto de Viamão, onde primeiro se estabeleceu<br />
uma colônia de povoamento na área da futura Porto Alegre. Na Rua da Praia se fundou<br />
a primeira igreja da cidade, a hoje desaparecida Capela de São Francisco das Chagas.<br />
Em sua extremidade oeste foram desde cedo erguidos os arsenais da Marinha e os<br />
Armazéns Reais, numa época em que as casas da rua ainda eram cobertas de palha. Seu<br />
trecho central, onde hoje é a Praça da Alfândega, era a área onde se concentravam os<br />
comerciantes, já que ali existia o cais de desembarque, e recebeu seu primeiro<br />
calçamento em 1799, por ordem do ouvidor Lourenço José Vieira Souto.<br />
Nestes primeiros tempos a Rua da Praia terminava na atual rua General Câmara, e o<br />
trecho que sobe até a Praça Dom Feliciano era chamado de Rua da Graça, se bem que<br />
esta denominação, ainda que presente em todos os documentos oficiais, não tenha se<br />
arraigado entre o povo, tanto que o nome Rua da Praia se estendeu a todo o seu presente
curso em torno de 1843, quando a rua recebeu suas primeiras placas indicativas, e<br />
depois desta data o nome Rua da Graça não aparece mais.<br />
Todos os viajantes estrangeiros que visitaram Porto Alegre no século XIX se referiram à<br />
Rua da Praia em termos elogiosos. Auguste de Saint-Hilaire a descreveu em 1820 como<br />
"extremamente movimentada (...) com lojas muito bem instaladas, de vendas bem<br />
sortidas e de oficinas de diversas profissões". Em 1858, o alemão Avé-Lallement fala<br />
dela como possuindo "casas muito majestosas de até três andares", o que atesta seu<br />
rápido desenvolvimento.<br />
O nome Rua dos Andradas foi adotado oficialmente em 17 de agosto de 1865, a fim de<br />
preparar a comemoração do dia da Independência daquele ano, e em seguida a rua<br />
passaria a ter seu primitivo calçamento substituído na parte central. Sua extensão<br />
completa só terminou de ser calçada em 1874. Nova substituição das antigas pedras<br />
irregulares por paralelepípedos ocorreu a partir de 1885, prolongando-se por vários<br />
anos, e em 1923 outra mudança, agora para paralelepípedos de granito em mosaico, que<br />
perduram ainda em alguns trechos intocados na derradeira modificação, na gestão do<br />
prefeito Guilherme Socias Villela.<br />
Com os sucessivos aterros da margem do Guaíba a Rua da Praia afastou-se do litoral, e<br />
em meados do século XX sua ocupação passara de ponto dos atacadistas para o<br />
comércio elegante e local de reunião popular em eventos cívicos, atraindo também<br />
inúmeros cafés, confeitarias, cinemas e restaurantes. Por ser o local preferencial para<br />
reuniões populares a Rua da Praia testemunhou eventos violentos, como em 1890, 1915,<br />
1923 e 1954, quando manifestações de cunho político resultaram em diversas mortes.<br />
Sua vocação agregadora se mantém até hoje, e o cruzamento da Rua da Praia com a<br />
Avenida Borges de Medeiros é conhecido como a Esquina Democrática, ponto<br />
consagrado de concentração de comícios e manifestações populares de variada natureza.<br />
Na atualidade toda a extensão da rua está densamente edificada.<br />
[editar] Na literatura<br />
A Rua da Praia ensejou a criação de um folclore urbano onde ela é o cenário e o<br />
protagonista de anedotas e casos pitorescos, tendo servido de inspiração para vários<br />
escritores locais. Já em 1852 José Cândido Gomes, nas páginas de O Mercantil,<br />
discorria sobre suas peculiaridades. Zeferino Brasil e Aquiles Porto Alegre também o<br />
fizeram, e Erico Veríssimo a tomou como cenário para várias cenas em seus romances.<br />
[editar] Atrações
Trecho próximo à terminação oeste da Rua da Praia, vendo-se parte dos prédios históricos do<br />
Comando Militar do Sul.<br />
Na Rua da Praia se localizam alguns dos principais pontos turísticos de Porto Alegre,<br />
como a Casa de Cultura Mario Quintana e a Igreja das Dores, e nela também estão<br />
situados outros pontos de interesse, como a Galeria Chaves, a Livraria do Globo, o<br />
Museu Hipólito José da Costa, o Museu do Comando Militar do Sul, Rua da Praia<br />
Shopping, o Correio do Povo, o Museu do Trabalho, o Centro Cultural CEEE Erico<br />
Verissimo, a antiga Previdência do Sul, e em seu término ocidental faz frente à Usina do<br />
Gasômetro.<br />
[editar] Ver também<br />
História de Porto Alegre<br />
[editar] Referências<br />
FRANCO, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre. Porto Alegre: UFRGS, 2006.<br />
pp. 29-31.<br />
I <strong>–</strong> RUAS DE POA<br />
POA IMAGENS<br />
Gente...<br />
nessas de passar o frio & a hora, brinquei com a procura no<br />
Google:<br />
A rua mais bonita do mundo!<br />
Pra minha grata surpresa uma rua de Porto Alegre<br />
está na lista & bem cotada achei o máximo !<br />
Realmente é linda:<br />
Eis a rua Gonçalo de Carvalho bairro Independencia <br />
Poa = R.G.S
II CINEMAS DE <strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong> ANTIGO <strong>–</strong> SEC. XX<br />
Cinemas de Porto Alegre Antigo<br />
http://cinemasportoalegre.blogspot.com/<br />
Trabalho desenvolvido por JAMES M. - 27 de dezembro de 2009<br />
▼ 2009 (1)<br />
o ▼ Dezembro (1)<br />
Arquivo do blog<br />
Cinema em Porto Alegre Antigo<br />
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Avante!<br />
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Cinema em Porto Alegre Antigo
SALAS DE CINEMA EM <strong>PORTO</strong> <strong>ALEGRE</strong><br />
Companhia Atlântida
Companhia Vera Cruz<br />
Cinema Gaúcho<br />
Porto Alegre sempre teve o privilégio de ser bem servida de salas de diversão e<br />
entretenimento, grandes e pequenas, nos bons tempos no início das apresentações em circos,<br />
casas residenciais, do improviso, dos cafés, dos cine theatros, dos cinemas de calçada, das<br />
grande platéias, que se espalhavam por toda a cidade, do cinema mudo e falado, do início<br />
acanhado ao conforto das salas, dos equipamentos, das festas, das pessoas, da Cinelândia<br />
(assim era chamada a rua da Praia) pela quantidade de cinemas na região.
Nesta página tenta-se se mostrar um pouco do que foi e o que é as salas de exibição de cinema<br />
em Porto Alegre, um resgate da memória.<br />
Bem Vindo!<br />
Leia sobre o cinema daqui.<br />
*************§*************<br />
Em 05.11.1896 é realizada a primeira apresentação de filmes na Rua dos<br />
Andradas, 319 (antigo), Francisco de Paola e Dewison apresentaram o Cinetoscopio<br />
ou "Scenomotographo", chamado por eles de "a última descoberta de Edison".<br />
Projetaram os filmes: 1 - O Bosque de Boulogne, 2 -A Dança Serpentina e 3 - A<br />
Chegada do Trem na Estação de Lyon.<br />
***<br />
O jornal Gazeta da Tarde informa que iniciam nesta data as apresentações do<br />
"Scinomatographo" de Francisco de Paola e S. Dawis as 16h e 30 min na Rua dos<br />
Andradas, no 349 (antigo).
Rua dos Andradas junto à Praça da Alfândega, fotos de 1925. As duas fotos<br />
mostram a mesma rua de dois ângulos opostos. A foto da esq. mostra a vista para<br />
nordeste (o prédio claro à esquerda junto à praça é o do Cine Central). A foto da<br />
direita, a vista para sudoeste (em foto tirada de cima do Cine Central).<br />
Foi nesse trecho da Rua dos Andradas que se iniciaram as projeções de filmes em<br />
1896 e onde ficava localizada a 1a. sala fixa de cinema, o Recreio Ideal em<br />
1908.
Em 06.11.1896 O jornal A República reporta que Francisco de Paola e Dewison exibiram no dia<br />
anterior o "Scinomatographo" na rua dos Andradas emn frente ao ponto dos bondes. Os filmes<br />
apresentados eram: (1) ''A Chegada de um Trem", (2) "O Bosque de Boulogne" e (3) "A Dança<br />
Serpentina". Este ultimo filme foi o que mais agradou ao público.<br />
Em 07.11.1896 A Gazeta da Tarde informa que a apresentação de fotografia animada , o<br />
"cinematographo" de G. Renouleau ocorrerá as 19 horas na rua dos Andradas , nº 230 (antigo).<br />
Em 08.11.1896 Georges Renouleau, exibe na rua dos Andradas, no. 230 (antigo), o seu<br />
"Animatographo Francês", e projeta os filmes:(1) O Carroção, (2) Uma Criança Brincando com<br />
Cachorros e (3) Exercício de Equitação por Militares.<br />
O Correio do Povo reporta que recebeu convite de G. Renouleau para a exibição de seu<br />
aparelho de fotografia animada nesta data, as 19 horas na na rua dos Andradas , nº 230<br />
(antigo).<br />
Em 10.11.1896 O jornal A República traz notícias somente das exibições do Sr. Renouleau,<br />
sendo 1 mil reis (1$000) o preço do ingresso por pessoa.<br />
Em 24.07.1897 O ilusionista e prestidigitador Faure Nicolay, se apresenta no Teatro São Pedro,<br />
junto a Praça da Matriz; vindo com a sua Companhia de Zarzuela, mas o "cinematographo"<br />
exibido não era de boa qualidade. O jornal A Federação do dia 26, comentando o espetáculo,<br />
informa que o "cinematographo" exibido não era de boa qualidade e que o "Diaphorama<br />
Universal" também não agradou. Notas: 1) O Teatro São Pedro foi inaugurado em<br />
27/Jun/1858. 2) Faure Nicolay esteve tambem em Curitiba, de 25 a 30 de agosto,<br />
apresentando o seu "Diaphorama" e o seu '"cinematographo" e que nessa capital, o<br />
espetáculo foi elogiado.
1898<br />
Em 09.04.1898 A Companhia de Variedades do Teatro Lucinda, do Rio de Janeiro, estréia no<br />
Teatro São Pedro, apresentando o seu "Cinematographo Lumiére". Nota: O Jornal do<br />
Commércio de 26/Abr/1898 informa que de Porto Alegre o cinematógrafo referido seguiria<br />
para São Leopoldo.<br />
O jornal A Reforma deste dia comunica que a Companhia de Variedades Dramáticas de<br />
Germano Alves vai se apresentar "hoje" no Teatro São Pedro. O mesmo jornal do dia 11,<br />
informa que o espetáculo agradou ao público e que o "Cinematographo Lumiére" foi muito<br />
aplaudido.<br />
Em 1901 O "cinematographo" (que deve ser o de Germano Alves) é apresentado novamente<br />
durante a Exposição do Parque da Redenção.<br />
A Exposição foi realizada ao lado da Escola de Engenharia da UFRGS
Visita do Governador Borges de Medeiros, do Arcebispo de Porto Alegre Dom Claudio Ponce<br />
de Leon e comitiva ao Exposição Estadual de 1901<br />
Neste ano apareceram outros aparelhos que projetavam "vistas animadas" nos Teatro São<br />
Pedro, Teatro Polytheama Porto-Alegrense, no Café Guarany. Nota: O Teatro Polytheama foi<br />
inaugurado em 1898 nas esquinas da rua Voluntários da Pátria e rua Pinto Bandeira. No<br />
mesmo local, em 1910, passou a funcionar o cinema Coliseu (o antigo).<br />
Em 26.02.1901 O Correio do Povo anuncia a estréia de um "cinematographo" no Teatro São<br />
Pedro, com exibições diárias, ao preço de 1$000 por pessoa. Nas galerias o preço era 500 réis.<br />
Nota: As exibições de filmes neste teatro foram realizadas até 1909 e sofreram protestos por<br />
parte de alguns redatores de jornais. A fonte citada não especifica o motivo dos<br />
protestos. Essas críticas eram devidas ao fato do Theatro São Pedro estar sendo utilizado para<br />
projeção de filmes ao invés de apresentar peças teatrais.<br />
Em 17.03.1903 Estréia do "Grande Internacional Biographo" ou "cinematographo<br />
aperfeiçoado" por José Barrucci no Teatro Parque, este teatro ficava próximo da Escola de<br />
Engenharia e do atual Parque da Redenção.<br />
Vê-se o Velódromo, a Praça de Touros ao lado da Escola de Engenharia - 1901<br />
Em 17.01.1904 Apresentação do "Cinematographo O Admirável" na Praça da Alfândega, no.<br />
311(antigo).<br />
Em 14.08.1904 O "Cinematographo Grand Prix" começa a ser apresentado no Circo<br />
Americano, sem endereço anunciado.<br />
Em 06.10.1907 O Correio do Povo anuncia que a Empresa Guidot fará exibições do seu<br />
cinematógrafo no Salão da Bailante, na praça da Matriz
A Bailanta - 1900<br />
Em 24.11.1907 O Jornal do Commercio reporta que a Empresa E. Degani exibirá o seu<br />
"Cinematographo Parisiense", na Praça de Touros existente na rua Concórdia (atual rua da<br />
Republica).<br />
Em 11.01.1908 Estreia no Recreio Independência o "Cinematographo Pathé" da empresa<br />
Chatain.<br />
Em fevereiro de 1908 O carnaval deste ano é filmado pelo fotógrafo Jacinto Ferrari,<br />
destacando a Sociedade Carnavalesca Esmeralda, sendo que os filmes foram apresentados no<br />
Teatro São Pedro com bastante sucesso.<br />
Em 20.05.1908 O cinema Recreio Ideal (rua dos Andradas, antigo no. 321, em frente a Praça<br />
da Alfândega) apresenta sua 1a. sessão, dedicada à imprensa da capital. Esta foi a 1a. sala fixa<br />
de cinema da cidade e era de propriedade de José Tours, representante de uma fabrica<br />
espanhola de aparelhos cinematográficos. Os filmes apresentados foram: (1) Chegada de Elliu<br />
Root ao Rio de Janeiro, (2) Trechos do Rio de Janeiro, (3) Funerais do Rei Dom Carlos e do<br />
Principe Real Dom Luis Felipe. A partir do dia 21 este cinema passou a apresentar sessões à<br />
tarde (matines) para o público. Depois a Empresa Bartelô, assumiu a sua direção. Notas: 1) A<br />
notícia sobre a apresentação do dia 20 saiu no Correio do Povo do dia 21. Ver texto abaixo.<br />
Nessa notícia, o jornal informa que o proprietário é o Sr. Tous (sic). 2) Conforme, o Recreio<br />
Ideal pertencia a empresa Bartelô. 3) Segundo, em 30/Jul/1908, o cinema passou a ser<br />
propriedade de Eduardo Hirtz e Cia. 4) Conforme o Correio do Povo, de 28/05/1909, o Recreio<br />
Ideal havia passado a funcionar na rua dos Andradas, no. 309, desde 27/05/2009. 5) De acordo<br />
com em 1917, essa sala passou a ser chamada de Carlos Gomes. 6) Segundo, no local do<br />
Recreio Ideal passou a funcionar depois o cinema Carlos Gomes e mais tarde o cinema<br />
Imperial. Este último foi inaugurado em 18/Abr/1931.<br />
" ARTES E ARTISTAS (Texto do Correio do Povo, grafia da época)
Recreio Ideal <strong>–</strong> Como noticiamos, realisou-se hontem, a funcção que o senhor Tous,<br />
proprietário do Recreio Ideal, dedicára á imprensa. O salão está muito bem preparado e tem<br />
grande número de cadeiras. O apparelho cinematographico é, sem dúvida, o melhor que, até<br />
agora, veiu a esta capital, não se notando nas projecções a minima trepidação. Todas as fitas<br />
exhibidas agradaram, immensamente, sobretudo as que reproduziam a chegada de Elihu Root,<br />
ao Rio de Janeiro, diversos lindos trechos dessa capital e os funerais del-rei d.Carlos e do<br />
principe real d.Luiz Felippe.<br />
Hoje, o público poderá gosar das diversões do Recreio Ideal, que funcciona á rua dos Andradas<br />
n. 321."<br />
Em 16.08.1908 O Correio do Povo noticia a abertura do cinema Recreio Familiar, na rua dos<br />
Andradas, antigo no. 327. Nota: Segundo, ainda em 1908, esse cinema se mudou para a rua<br />
Voluntários da Pátria, nº 208.<br />
Em 05.09.1908 É inaugurado o cinema Recreio Familiar, da empresa Filizio, na rua Voluntários<br />
da Pátria , nº 98.<br />
Em 17.10.1908 Ocorre a abertura do cinema Recreio Moderno, na rua Demétrio Ribeiro, no.<br />
267, no prédio onde funcionava o Café Aliança.<br />
Em 18.10.1908 Exibição do "Cinematographo Rio Branco", na rua dos Andradas, nº 477.<br />
Em 08.11.1908 Estreia do "Cinematographo Berlim", na rua dos Andradas, antigo nº 305.<br />
Em 26.11.1908 Inauguração do cinema Variedades, em sessão fechada para experiência, da<br />
empresa Lumiere, na rua dos Andradas, antigo nº 343.<br />
Em 1909 No inicio deste ano, apenas o cinema Recreio Ideal permanecia em atividade, os<br />
demais haviam fechado suas portas.<br />
Em 02.03.1909 Entra em operação o cinema Smart Salão, essa sala de cinema ficava localizada<br />
na rua dos Andradas, perto da esquina com a rua Paissandu (atual rua Caldas Junior) onde<br />
depois foi construído o Grande Hotel. O Correio do Povo de 06/Mar/1909 traz notícias sobre a<br />
inauguração dessa sala de cinema. Conforme, com base em jornais da época, o Smart Salão<br />
ficava na rua dos Andradas (antigo nº 327), no prédio do antigo Hotel Brasil, que ficava de<br />
frente para a Praça da Alfândega (ou Praça. Senador Florêncio). Segundo Correio do Povo<br />
(19/Ago/2009): a) o Hotel Brasil (localizado na rua General Câmara) mudou de nome para<br />
Grande Hotel em 1908; b) o outro prédio que também se chamou Grande Hotel, na esquina da<br />
rua dos Andradas com a rua Paissandu (atual rua Caldas Junior), foi construído em 1924.<br />
Nos anos 1970, o prédio do Hotel Central foi demolido, no seu lugar construiu-se o Rua da<br />
Praia Shopping.<br />
Em 27.03.1909 Estréia no cinema Recreio Ideal o filme de curta metragem (duração de 4 min<br />
?), um drama chamado Ranchinho de Palha, (diretor Eduardo Hirtz). Notas: 1) Segundo este foi
o 1o. filme gaúcho de ficção. É baseado em um conto do escritor rio-grandense Lobo da Costa.<br />
2) Segundo os atores foram: Carlos de Araújo Cavaco e sua esposa Alcides Luppi, o senhor<br />
Machado e Ernesto Weyrauch. 3) Segundo, o filme se chamava Ranchinho do Sertão e foi o 1º<br />
filme rio-grandense a abordar o homem do campo.<br />
Em 06.10.1910 Inauguração do cinema Odeon (rua dos Andradas, antigo nº 447-449, de<br />
propriedade de A Lewis e Cia.). A sala possuía 170 poltronas (1a. classe) e 100 cadeiras de<br />
palha (2a. classe). Os filmes apresentados nessa sessão inaugural foram: Fucino, A Vingança de<br />
um Taverneiro, Guilherme Rattcliff e Os Óculos da Bruxa.<br />
Em 17.10.1910 Inauguração do cinema Coliseu (o antigo), na rua Voluntários da Pátria.<br />
Segundo o cinema Coliseu funcionou no lugar do antigo Teatro Polytheama Porto-Alegrense.<br />
Em 1911, inaugura o Salão Cosmopolita, endereço ?, bairro Navegantes.<br />
Em 1912, inaugura o cinema Democrata, endereço ?, no bairro Navegantes. Nota: Em 19 de<br />
fevereiro de 1914, o cinema promoveu em seus ambientes uma festa para a Rainha da<br />
Sociedade Carnavalesca Filhos das Ondas, a senhorita Hercilia de Gerone.<br />
Inaugura o cinema Força e Luz, endereço?, bairro Navegantes.<br />
Em 1913 Surgem os primeiros cine-teatros que eram prédios e salas mais requintadas, com<br />
camarotes, balcões ou galerias, cadeiras no térreo, etc . O 1º foi o Guarany. Nota: Neste ano os<br />
teatros existentes em Porto Alegre estavam deficientes: o Teatro São Pedro na praça da<br />
Matriz e o Teatro Eldorado (endereço ?) estavam em situação precária e o Teatro América<br />
(endereço ?) era um barracão de madeira.<br />
Em 16.04.1913 Passa a funcionar o cinema Iris na rua dos Andradas (antigo nº 230).<br />
Em 29.11.1913 É inaugurado o cinema Guarany, o local do antigo cinema Guarany, construído<br />
em 1913, é um trabalho de vários escultores, entre eles o representante do barroco alemão,
Jesus Maria Corona, (rua do Andradas em frente à Praça da Alfândega) em um prédio<br />
projetado pelo arquiteto alemão Theo Wiederspan. Notas: A foto abaixo mostra à esq. o<br />
belíssimo prédio original do cinema Guarany (prédio mais alto) e à dir. o prédio da conhecida<br />
Farmácia Carvalho. Nos anos 40, entre 1941 e 1946, esta sala de cinema passou a se chamar<br />
cinema Rio. Depois de 1955, voltou a se chamar Cine Guarani (agora com "i", no final). Esta<br />
sala de cinema fechou em Fev/1975 . Segundo, na ocasião da inauguração, a sala de cinema<br />
possuía 958 lugares; essa sala sofreu reformas em 1938 bem como antes de trocar de nome<br />
(para Cine Rio), nos anos 1940. Conforme mesma fonte, o prédio do cinema foi vendido nos<br />
anos 1980 para o Banco Safra que manteve a fachada do cinema, restaurando-a, obedecendo<br />
a arquitetura original. O cinema Guarani foi reaberto em 1987, passando a funcionar no<br />
mezanino do cinema Imperial. O novo cine Guarani fechou definitivamente as portas em 2005.<br />
Em 01.04.1914 Inauguração do Theatro Apollo, no início da Av. Independência, nº 18, junto à<br />
Praça Dom Feliciano. Era de propriedade de Januario Greco e Eduardo Hirtz. Tinha 1554<br />
lugares na primeira classe e 450 na segunda classe. Segundo, este cinema foi o primeiro a<br />
funcionar com um projetor produzido em Porto Alegre, feito pela firma Hirtz & Rehn; esse<br />
projetor recebeu o nome de Brasil.<br />
Posteriormente, em data desconhecida, o Theatro Apollo sofreu uma reforma e teve a
fachada alterada.<br />
Fachada<br />
Platéia<br />
Em 24.06.1914 Inauguração do cinema Colombo, na Av. Cristóvão Colombo, atual nº 1370,<br />
bairro Floresta. Inicialmente era um prédio de madeira de propriedade da firma Schilling &<br />
Amp; van der Halen.
1915<br />
Em 08.12.1914 Inauguração do cinema Garibaldi, na rua Venâncio Aires, nº 77, bairro Cidade<br />
Baixa. Notas: Nos anos 60 essa sala de cinema passou por uma reforma e o cinema mudou de<br />
nome, passando a ser chamado cinema ABC. Foi reinaugurado em 01/Jan/1969 com o filme O<br />
Brinquedo Louco. Esta sala de cinema fechou definitivamente suas portas em 10/Jul/1994.<br />
Segundo, a lotação original do cinema em 1914 era de 1054 lugares e quando do fechamento<br />
em 1994, tinha 479 lugares.<br />
1914<br />
Em 1915 É é inaugurado o cinema Coliseu, rua Voluntários da Pátria esquina rua Pinto<br />
Bandeira junto à Praça Osvaldo Cruz. Esse prédio lindíssimo que possuía 3000 lugares foi,<br />
infelizmente, demolido nos anos 50, no seu lugar foi construido o edifício Coliseu com o nome<br />
em homenagem ao Teatro.
1910<br />
Em 1915 entra em funcionamento o cinema Ponto Chic, bairro São Geraldo, Nota: diz-se que<br />
neste endereço?, funcionará o Cine Thalia.<br />
Em 1916 Entra em funcionamento o cine Royal, endereço ?, no bairro Partenon, inaugura com<br />
a apresentação de três filmes: "Coração e Sangue Azul" (drama), "Casemiro e Sua Mulher"<br />
(comédia), "luxor e Kanack" (natural).<br />
Entra em funcionamento o cine Theatro Hélios, endereço ?, bairro Navegantes. Nota: Em 30<br />
de janeiro de 1918 a Sociedade Carnavalesca Filhos das Ondas, promoveu um baile em<br />
benefício a Cruz Vermelha.<br />
Em 1917 Entra em funcionamento o cinema Centro Católico (endereço ?).<br />
Entra em funcionamento o Cine Maravalha, endereço ?, bairro Tristeza.<br />
Em 1918 entra em funcionamento o Cinema 1º de Maio, endereço ?, bairro Navegantes.<br />
Em 1919 O cine Theatro Thalia passa a funcionar na Av. Eduardo (atual rua Presidente<br />
Roosevelt), nº1362. Esta sala de cinema era (ou foi depois) de propriedade de Eduardo Hirtz.
Segundo, essa sala ficava no mesmo local onde funcionou anteriormente o cinema Ponto Chic.<br />
Nota: em 17 de abril de 1922 o cine Theatro Thalia foi palco de um festival promovodo pelo<br />
Bloco Carnavalesco Democráticos, dedicado o mesmo para os arrabaldes do São João.<br />
Década de 20<br />
Em 11.12.1920 Inauguração do cinema Palais (depois mudou de nome para cinema Palácio)<br />
na rua Cel. Genuino, nº 206, bairro Cidade Baixa. Nota: Neste local, mais tarde, o prédio<br />
sofreria uma reforma, passando em 1947 a funcionar o cinema Marabá. Ver 19/Mar/1947.<br />
Em 05.03.1921 Inauguração do cinema Central, na Praça da Alfandega, Centro, de propriedade<br />
dos Irmãos Sirângelo. Este cinema apresentava também sessões à tarde. Funcionava no<br />
mesmo local do antigo cinema Variedades.<br />
Cine Variedades no Largo dos Medeiros
Cine Central - 1921<br />
1950<br />
1960
Em 22.10.1921 Inauguração do cinema Recreio, na esquina das ruas Nunes Machado e rua<br />
Barão do Triunfo, no bairro Menino Deus.<br />
Em 01.08.1922 Inauguração do cinema República, na rua Sete de Setembro, nº ?, centro da<br />
cidade. Nota: Conforme esse cinema teve uma sessão inaugural em 31/Jul/1922, (2a. feira),<br />
destinada a autoridades, imprensa e pessoas convidadas; ficava localizado na rua dos<br />
Andradas, nº 12, defronte ao Quartel General do Exército.<br />
Em 1923 Entra em operação o cinema América na rua Venâncio Aires, nº ?, bairro Cidade<br />
Baixa.<br />
Entra em operação o cinema Avenida na esquina das ruas Redenção (atual João Pessoa) e<br />
Venâncio Aires, bairro Cidade Baixa. Notas: Talvez os cinemas América (citado acima) e<br />
Avenida sejam a mesma sala (?). A foto abaixo foi obtida de cópia existente no Museu de<br />
Comunicação Social (Hipólito José da Costa) . Segundo durante uma ventania ocorrida durante<br />
a exibição do filme do cinema mudo (silencioso) O Barqueiro do Volga, filme de 1926, a sala<br />
ficou bastante danificada, resultando o incidente em um morto e 5 feridos. Talvez a foto<br />
abaixo retrate o prédio do cinema depois da ventania, pois nota-se que há peças de madeira<br />
sustentando as paredes. O novo prédio do Cine Avenida foi inaugurado em 06/Jun/1929. Ver<br />
essa data.<br />
1923<br />
Passa a funcionar o cinema Mont Serrat, endereço ? , bairro Floresta.<br />
Em 1922/23 Passa a funcionar o cinema Navegantes, na esquina das atuais av. Cairu e rua Rio<br />
Grande, bairro Navegantes, este cinema ultrapassou os anos 60 em funcionamento.
Entra em operação o cinema Carlos Gomes, na rua do Rosário, atual rua Vigário José Inacio, nº<br />
355 (ou 335), bairro Centro. Notas: Conforme, esse cinema entrou em operação em<br />
Abril/1923 e o endereço da época era rua Vigário José Inácio, nº 47, proximidades da rua 24 de<br />
Maio (atual av. Otávio Rocha).<br />
Década de 90<br />
Em 03.10.1923 Inauguração do cinema Orpheu, na rua Benjamin Constant, nº 1891, quase<br />
esquina com a rua Cristóvão Colombo, bairro Floresta. Era de de propriedade da empresa<br />
Mendelski & Irmãos. Notas: Em 1963, depois de ser remodelada, passou a funcionar com o<br />
nome de Cine Astor. Esta sala fechou em 1994. Segundo, quando começou a operar em 1923,<br />
o cinema possuía 1395 assentos e quando do fechamento em 1994, 707 lugares. Conforme<br />
mesma fonte, ao ser reformado em 1963, passou a contar com som estereofônico, novo<br />
projetor e tela para filmes de 70 mm e poltronas do tipo Pullman (reclináveis).
Década de 70<br />
Prédio desativado, só a carcaça, década de 2000
Esculturas da fachada<br />
Em 08.06.1924 Inauguração do cinema Moderno, na rua das Flores, nº ?, atual rua Siqueira<br />
Campos, bairro Centro.<br />
Em 05.08.1924 Inauguração do cinema Pavilhão Elegante, em endereço desconhecido.<br />
Em 1925 Inauguração do cinema Gioconda, na rua Wenceslau Escobar, atual 2826 , no bairro<br />
Tristeza, iniciou sua atividades com o nome de cine Tristeza. Nota: fica na proximidade da rua<br />
Armando Barbedo. No local atualmente funciona uma das filiais das Lojas Herval; inclusive há<br />
ali um logradouro chamado "Beco do Cinema Gioconda". Ver 04/Jan/1958. Funcionou até<br />
1972.<br />
Em 22.03.1925 O jornal Diário de Notícias reporta as seguintes salas de cinema em<br />
funcionamento: Central, Carlos Gomes, Apollo, Coliseu, Orion, Thalia, Rio Branco e<br />
Navegantes.<br />
Notas: 1) Na edição de 09/Abr/1925, o mesmo jornal reporta ainda os cinemas Guarany e<br />
Palácio.<br />
Conforme o jornal Diário de Notícias Jul/1928, o cinema Orion ficava no bairro Bom Fim.<br />
Segundo, o prédio onde funcionava esse cinema ficava no mesmo local onde depois foi<br />
construído o Cine Baltimore.
Em 25.02.1925 O jornal Diário de Notícias reporta que o Cine-Theatro Guarany está reabrindo<br />
suas portas, depois de sofrer uma reforma em suas dependências. Notas: 1) No anúncio da<br />
reabertura; verifica-se que essa sala de cinema pertencia a Manoel Rodrigues Filho e Cia.<br />
Em julho de 1928 O jornal Correio do Povo anuncia que as seguintes salas de cinema (um total<br />
de 14) estão em funcionamento:<br />
Centro: Guarany , Central e Carlos Gomes.<br />
Cidade Baixa: Palácio, Garibaldi e Avenida<br />
Independência: Apollo<br />
Floresta: Colombo , Orpheu e Mont Serrat<br />
São João: Thalia<br />
Navegantes: Navegantes<br />
Menino Deus: Recreio<br />
Bom Fim: Orion<br />
Em 1928 Entra em operação o Cine Rosário na Av. Benjamin Constant, nº 305, bairro Floresta.<br />
Notas: 1) O Cine Rosário fechou em 27/Abr/1980.
Começa a funcionar o Cine-Theatro Ypiranga, na rua Cristóvão Colombo, nº 772, também no<br />
bairro Floresta.<br />
Em 12.10.1928 Entra em operação o cinema Capitólio na esquina da Av. Borges de Medeiros e
ua Demétrio Ribeiro, bairro Cidade Baixa. Notas : 1) No final dos anos 60 o prédio passou por<br />
uma reforma e funcionou com o nome de Cinema Premier. No início nos anos 80, sofreu outra<br />
remodelação, sendo colocada uma tolda de lona em frente a porta de entrada (talvez para<br />
simbolizar os anos 1930) e o cinema voltou a se chamar Capitólio. Com este nome encerrou<br />
suas atividades em 30/Jun/1994 com a presença de apenas 20 espectadores. 2) Segundo, o<br />
filme de estréia em 1928 foi "Casanova, o Príncipe dos Amantes" e o prédio que tinha uma<br />
lotação de 1295 lugares era de propriedade do alfaiate José Luiz Failace. 3) Como curiosidade,<br />
neste ano em Pelotas, Francisco Santos também inaugura uma sala de cinema com o nome de<br />
Capitólio. 4) As três fotos abaixo foram obtidas da Revista do Globo, de 14/Dez/1930<br />
(colaboração de Celso Schmitz). 5) A foto mais embaixo foram obtidas de cópias existentes no<br />
Museu de Comunicação Social (Hipólito José da Costa). Conforme C. A. O. de Souza, os<br />
"camarotes" nas laterais do andar superior eram inicialmente guarnecidos por proteções<br />
metálicas em ricos trabalhos em forma de arabescos; posteriormente esses gradeados foram<br />
substituídos por balcões de alvenaria e nos anos 1970, retirados. Em 2009 está sendo<br />
transformado em Cinemateca Capitólio, preservado a estrutura externa e aspectos<br />
internos com uma sala moderna de projeção de 188 lugares, neste prédio será guardado toda<br />
a história do cinema gaúcho.<br />
1928
Antes da reforma na década de 90<br />
Em 14.02.1929 Inauguração do cinema Rio Branco, na Av. Protásio Alves, nº ?, bairro Rio<br />
Branco de propriedade de Petersen e Cia. Com 1200 lugares o 1o. filme apresentado foi o<br />
"Monstro do Circo". A projeção já era sonora e usava sistema conhecido como Vitaphone. Este<br />
cinema foi fechado em 01/Fev/1976, passando o filme O Vento e o Leão.
1934<br />
Em 06.06.1929 Inauguração do prédio onde passou a funcionar o Cine Avenida, na Av.<br />
Redenção (atual Av. João Pessoa), no. 1105, esquina com a então a rua Venâncio Aires, bairro<br />
Cidade Baixa. Notas: 1) Nesta esquina desde 1923 já funcionava um cinema chamado Avenida,<br />
mas era em um outro prédio. 2) Em 1987, essa sala de cinema foi desdobrada em duas salas<br />
(Cines Avenida 1 e Avenida 2). O Avenida 2 possuía porta de entrada pela Av. Venâncio Aires.<br />
3) As duas salas deixaram de funcionar em 10/Abr/1996. 4) A foto abaixo foi tomada pelo<br />
Autor em Jul/1997; a fachada ensolarada é frontal para a Av. João Pessoa e a da sombra é para<br />
a atual Av. Venâncio Aires. 5) Segundo, seu proprietário era Atilio Tedesco e o cinema possuía<br />
1500 lugares no pavimento térreo e 520 no balcão (mezanino). 6) Conforme mesma fonte, por<br />
ocasião do fechamento, o Cine Avenida 1 tinha 400 lugares e o Cine Avenida 2 300 lugares.<br />
Em 10.08.1929 Inauguração do cinema Variedades, na rua Andrade Neves, nº 40, bairro<br />
Centro.<br />
Em 08.09.1929 É apresentado no cinema Central (na Praça da Alfândega) o primeiro filme<br />
sonoro. O nome do filme era Broadway Melody, um filme preto e branco com algumas cenas<br />
coloridas.<br />
Em outubro de 1929 O cinema Colombo, fundado em 1914 e localizado na Rua Cristovão<br />
Colombo,<br />
nº 1370, é remodelado, sendo construído um prédio de alvenaria por fora da edificação de
madeira.<br />
Em 01.10.1935 O prédio do cinema Colombo é arrendado para a firma Petersen e Cia. A sala<br />
possuia 1400 lugares. A 1a. sessão apresentou um programa duplo com os filmes "Maridos<br />
Infieis" e "A Celebre Miss Lang" . Notas: 1) Em 1938, a firma citada comprou o prédio. Este<br />
cinema foi fechado em 01/Fev/1976, apresentando o filme O Vento e o Leão, filme de 1975.<br />
Prédio que substitui o antigo prédio de madeira de 1915<br />
Em 18.04.1931 Inaugurado o cinema Imperial, na rua dos Andradas, nº 1015, no centro da<br />
cidade. Notas: 1) A foto abaixo mostra o interior do cinema durante um concerto do Clube<br />
Haydn de Porto Alegre; a parte superior da foto mostra a orquestra no palco e a inferior a<br />
platéia, vendo-se o mezanino ao fundo. Essa foto foi publicada na Revista do Globo de<br />
Ago/1931 e foi cedida por Celso Schmitz. 2) A foto deve ser dos anos 1950 - mostra o Cine<br />
Imperial ao lado do Cine Guarany. 3) Segundo, esta foto é de do 2o. semestre de 1954 e na<br />
ocasião o cinema Guarany se chamava Rio. 4) Conforme mesma fonte, o administrador desta e<br />
de outras salas de cinema (Roxy, Rival, Rosário e Ritz) era Darcy Bitencourt; como curiosidade,<br />
todas as salas que ele administrava começavam com a letra R.<br />
1950
Década de 50<br />
***<br />
Década de 1980<br />
***<br />
Em 03.09.1931 Inaugurado o cinema Baltimore, na av. Bom Fim (atual av. Osvaldo Aranha),<br />
atuais nos. 1048-1058, bairro Bom Fim. Notas: 1) Segundo, essa sala de cinema pertencia a<br />
Emilo B. Adam. 2) Segundo mesma fonte, em 1970 foi inaugurado o cinema Mini Baltimore,<br />
no piso superior - sobre a sala de espera - frontal a Av. Osvaldo Aranha. Essa sala passou a se<br />
chamar Cine Bristol em 01/Mai/1975. 3) Posteriormente, outras salas de cinema foram sendo<br />
formadas, chegando a ter 4 salas no mesmo endereço. Em 2000, a ultima sala de cinema<br />
deixou de operar no local. . 4) No inicio de 2003, o prédio foi demolido, deixando-se intacta<br />
apenas a fachada. 5) Segundo, por ocasião do fechamento, as lotações das 4 salas de cinema<br />
eram: Baltimore 1 (600 lugares); Baltimore 2 (264 lugares); Baltimore 3, ex-Bristol, (184<br />
lugares) e Baltimore 4 (138 lugares). 6) A foto abaixo mostra a Av. Osvaldo Aranha; essa<br />
foto dos anos 30. 7) A foto mais embaixo mostra a platéia do Baltimore e foi publicada na<br />
Revista do Globo em Fev/1950, essa foto foi cedida por Celso Schmitz. 8) A foto mais<br />
embaixo de Mai/2003 quando ainda restava apenas a fachada do prédio; essa fachada acabou<br />
desabando no dia de Natal do mesmo ano.
1928<br />
Platéia na década de 50<br />
Fachada antes da demolição do prédio em 2003<br />
Em 1935 Conforme livro citado na referência, neste ano a cidade contava com as seguintes<br />
salas de cinemas (total de 22):<br />
Centro: Imperial (1615 lugares), Guarany (958 lugares), Central (911 lugares), Colyseu (1410<br />
lugares).<br />
Cidade Baixa: Palácio (com 980 lugares), Garibaldi (1054 lugares), Avenida (2000 lugares),
Capitólio (1295 lugares).<br />
Independência: Apollo (2100 lugares)<br />
Bom Fim: Baltimore (1848 lugares)<br />
Petrópolis: Rio Branco (1450 lugares)<br />
Glória: Glória (rua Oscar Pereira, no. ? com 300 lugares)<br />
Floresta: Ypiranga (1159 lugares), Colombo (1414 lugares), Orpheu (1395 lugares), Rosário<br />
(1180 lugares)<br />
Sao João: Thalia (1645 lugares)<br />
Navegantes: Navegantes (1089 lugares)<br />
Menino Deus : Recreio (135 lugares)<br />
Tristeza: Gioconda (600 lugares)<br />
Outros Bairros: Vila Nova (endereço ?, com 150 lugares)<br />
Em 05.03.1936 É inaugurado o cinema Rex na rua dos Andradas, atual no. 1137, quase esquina<br />
com a rua Gal. Câmara (ou rua da Ladeira). Com 600 poltronas, essa sala ficava no lugar do<br />
antigo Teatro Petit Cassino. Atualmente no local fica o edificio Di Primio Beck. O cinema Rex<br />
ficava de frente para o cinema Central. Notas: 1) O filme de estréia foi A Mascote do<br />
Regimento, um filme de 1935.<br />
1935<br />
Em 09.05.1938 É inaugurado o cinema Roxy, na rua dos Andradas, prox. da esquina com a rua<br />
Uruguai, no centro da cidade. Nos anos 50, a sala foi remodelada e passou a se chamar Cinema<br />
Ópera. Notas: acredita-se que essa disposição interna (alguma coisa de cunho futurístico)<br />
ocorreu depois que essa sala passou a se chamar cinema Ópera.
Em 25.05.1938 O Correio do Povo anuncia filmes das seguintes salas de cinemas (total de 20):<br />
Centro: Imperial, Guarany, Central , Coliseu, Roxy , Rex e Carlos Gomes<br />
Cidade Baixa: Palácio, Garibaldi, Avenida e Capitólio<br />
Independência: Apollo<br />
Bom Fim: Baltimore<br />
Petrópolis: Rio Branco<br />
Floresta: Ypiranga , Colombo , Orpheu e Rosário<br />
São João: Thalia<br />
Navegantes: Navegantes<br />
Em 27.04.1939 Inauguração do cinema Castello, na av. Azenha, nº 666, no bairro<br />
Azenha. Notas: 1) Funcionou por cerca de 40 anos, fechando em 1979. Grandes eventos foram<br />
realizados em suas dependencias programas da Rádio Farroupilha, destaca-se Maurício<br />
Sirotisky e a cantora Elis Regina na juventude.<br />
1939
Década de 70<br />
Década de 80<br />
Em 01.01.1940 Inauguração do cinema Petrópolis, na esquina das ruas Carazinho e rua João<br />
Abbott, no bairro Petrópolis.<br />
Em 04.09.1940 É inaugurado o cine Vera Cruz, na esquina das ruas Andrade Neves e Borges de<br />
Medeiros, no centro de Porto Alegre, em uma sessão especial para convidados. O filme<br />
apresentado foi "A Mulher Faz o Homem", com James Stewart e Jean Arthur. Em 1952 esta<br />
sala foi remodelada e passou a se chamar Cine Victória.
Av. Borges de Medeiros Vista da av. Salgado Filho, década de 40<br />
Em janeiro de 1941 O jornal Correio do Povo anuncia filmes das seguintes salas de cinema (<br />
total de 23):<br />
Centro: Apollo, Central , Roxy, Vera Cruz, Rex, Coliseu, Imperial, Guarany e Carlos Gomes<br />
Cidade Baixa : Capitólio e Palácio<br />
Venâncio Aires: Garibaldi<br />
Azenha: : Avenida e Castello<br />
Bom Fim: Baltimore<br />
Floresta: Ypiranga , Colombo, Orpheu e Rosário<br />
Petrópolis: Rio Branco e Petrópolis<br />
Navegantes: Navegantes<br />
São João: Thalia<br />
Em 19.02.1943 Inauguração do cinema Brasil na Av. Bento Gonçalves, nº 1960, esquina Cel.<br />
Vilagran Cabrita, próximo ao Partenon Tennis Clube, bairro Partenon.<br />
Em 31.07.1943 Inauguração do cinema Eldorado (ou El Dorado) na Av. Benjamin Constant<br />
esquina rua Ernesto da Fontoura, bairro Floresta.<br />
Em 09.07.1944 Inauguração do cinema Rival na Av. 24 de Outubro, nº 1600, bairro<br />
Auxiliadora.<br />
Em 19.10.1946 O jornal Correio do Povo anuncia filmes das seguintes salas de cinema (total de<br />
26):<br />
Centro: Apollo, Central, Roxy , Vera Cruz , Rex , Coliseu , Imperial , Rio (ex-Guarany) e Carlos<br />
Gomes.<br />
Cidade Baixa: Avenida, Garibaldi e Capitólio<br />
Bom Fim: Baltimore<br />
Azenha: Castello<br />
Glória: Glória
Floresta: Ypiranga, Colombo, Orpheu , Rosário e Eldorado<br />
Auxiliadora: Rival<br />
Petrópolis: Rio Branco e Petrópolis<br />
Navegantes: Navegantes<br />
Partenon: Brasil<br />
São João: Thalia<br />
Em 1947 Entra em operação o cinema Baluarte, na Av. Assis Brasil, no bairro Passo da<br />
Mangueira. Em 1948 ele mudou o nome para cinema Cristo Redentor. Nota: Segundo, essa<br />
sala de cinema funcionava nas dependências da Sociedade Baluarte cuja sede ficava localizada<br />
na Av. Assis Brasil. Nos anos 50, o prédio dessa sociedade foi demolido e em seu lugar foi<br />
erigida a atual igreja do Cristo Redentor.<br />
Em 19.03.1947 Inauguração do cinema Marabá, na rua Cel. Genuíno, nº 206, bairro Cidade<br />
Baixa, com 1800 poltronas, de propriedade da firma Seidenberg & Cia. Ltda. Ficava no lugar do<br />
antigo cinema Palácio.<br />
Em 02.07.1947 Inauguração do cinema América, na Av. Assis Brasil, atual, nº 363, no bairro<br />
Floresta.<br />
Em 1948 Entra em operação o cinema Anchieta, em endereço desconhecido essa sala de<br />
cinema que era um prédio de madeira - ficava na Av. Brasil, nº 493, quase esquina com a Av.<br />
Presidente Roosevelt.<br />
Em 06.09.1948 Inauguração do cinema Ritz, na Av. Protásio Alves, nº 2557, no bairro<br />
Petrópolis. Notas: 1) O Ritz fechou em 1994 e o prédio foi demolido em 2002, no lugar a<br />
agência da CEF. 2) O filme anunciado na foto, O Beijo no Asfalto, de Bruno Barreto, é uma<br />
produção do cinema brasileiro de 1980.<br />
1958<br />
Televisão no Brasil
Em 18.09.1950 Inicia a Televisão no Brasil, com a inauguração da TV TUPI em São Paulo, com<br />
ieste fato inicia a queda gradativa de público nos cinemas.<br />
A Televisão em Porto Alegre irá ter o início em 1956 com a inauguração da TV Piratiní do<br />
Grupo Diários Associados.<br />
Em 07.12.1951 Inauguração do cinema Continente, na rua João Pessoa, nº ? , bairro Cidade<br />
Baixa. Notas: 1) Foi o 1o. cinema de verão (?) de Porto Alegre. 2) Segundo, esse cinema ficava<br />
entre as ruas da República e Luiz Afonso, no local onde hoje tem um posto de gasolina e o<br />
Touring Clube. 3) De acordo com S. G. Cardoso, esse cinema tinha uma cobertura de lona tal<br />
qual um circo; nele ocorreu incêndio por volta de 1953-54 e no seu lugar depois houve um<br />
restaurante chamado de " Ao antigo Continente do Petry". 4) O Correio do Povo de<br />
03/Jan/1954, traz a notícia que havia ocorrido um incêndio no Teatro Babilônia, no local do<br />
antigo Cinema Continente, na av. João Pessoa. Possivelmente esse fato tenha acontecido dia<br />
1º.<br />
Em 1952 Inauguração do cinema Vila Jardim, em endereço desconhecido, no bairro Vila<br />
Jardim.<br />
Em 04.10.1952 Inauguração do cinema Miramar na rua Aparício Borges, nº 2730, quase<br />
esquina com av. Bento Gonçalves, bairro Partenon, com lotação para 1400 lugares, inaugurou<br />
com aparelhos de som e projeção da empresa Gaumont Kalee, seu filme de estréia foi a<br />
"Vingança de Jesse James", seu proprietário foi o Sr. Joaquim Alvas da Silva, natural do Ceará,<br />
em homenagem a seus ancestrais, colocou na sala de espera uma cabeça de índio esculpida,<br />
na época seu slogam era "A sala de cinema mais moderna da Capital", um marco para o bairro<br />
Partenon, seu fechamento ocorreu em 14 de fevereiro de 1982.
Situação atual do prédio do Miramar na 3ª Perimetral<br />
Em 27.02.1953 Inauguração do cinema Oásis na esquina das ruas Nunes Machado e rua Barão<br />
do Triunfo, no bairro Menino Deus. Notas: Ficava no mesmo local do cinema Recreio. Ver<br />
1921. Em 26/Nov/1960 mudou o nome para cinema Brasília.<br />
Em 17.07.1953 Inauguração do Cine-Teatro de Bolso (CTB) na rua Sete de Setembro, nº ?, no<br />
centro da cidade. Nota: Em 09/Nov/1953 essa sala passou a se chamar cine Palermo e em<br />
25/Abr/1961 recebeu o nome de cine Rivoli. Conforme referido em Dez/1952, nesse mês já<br />
eram anunciados filmes no Teatro de Bolso, localizado na R. Sete de Setembro, nº 767.<br />
Em 12.09.1953 É inaugurado o cine Victória, no mesmo local antes ocupado pelo cine Vera<br />
Cruz, na av. Borges de Medeiros esquina rua Andrade Neves, no Centro. O filme de estréia foi<br />
"A Dupla do Barulho" com Oscarito e Grande Otelo. Esta sala fechou em Fev/1998. Notas: 1) A<br />
foto abaixo foi cedida por Celso Schmitz. 2) O filme anunciado, Psicose, de Alfred Hitchcock, foi<br />
produzido em 1960. 3) Na década de 1990, o Cine Victória foi dividido em 2 salas de cinema de<br />
médio porte: Cine Vitória 1 e Cine Vitória 2, fechado em 1998.<br />
1950
1970<br />
Em 26.09.1953 Inauguração do cinema Marrocos na av. Presidente Getúlio Vargas, nº 1174<br />
(ou 1740), no bairro Menino Deus. Notas: 1) O Marrocos fechou em 30/Jun/1994. 2) As fotos<br />
abaixo mostram o interior do cinema com seu teto em forma de concha, em 2009 como<br />
garagem.<br />
1953<br />
Plateia
Em 03.12.1953 Inauguração do cinema Teresópolis, na av. Teresópolis, nº ? , esquina com<br />
Praça Guia Lopes, bairro Teresópolis. Notas: 1) Segundo R. Ratzenberger, seu pai - Rudy<br />
Ratzenberger - era um dos proprietários dessa sala. 2) O endereço correto é Av. Teresópolis,<br />
atual nº 3235 onde atualmente funciona uma agência da Caixa Econômica Federal.<br />
1953<br />
Em 1954 Entra em atividade o Cine Art, endereço ? , no centro do bairro Belém Novo.<br />
Em 26.06.1954 Inauguração do cinema Rey, na av. Assis Brasil, nº 1894, nas proximidades da<br />
"Volta do Guerino", bairro Passo D'Areia. O cinema deixou de funcionar em fins de Ago/1980,<br />
no seu lugar foi construido a loja Empo, que pertencia ao Empório de Tecidos.<br />
Década de 80<br />
Em 1955 Entra em operação o cinema Estrela, na Estrada do Forte, nº ? , no então bairro Passo<br />
da Mangueira (atualmente Vila Ipiranga). Hoje como igrela evangélica.<br />
Começa a operar também o cinema OK na av. Assis Brasil, nº 3357 (ou 2511), no então bairro<br />
Passo da Mangueira (atual av. Assis Brasil). Notas: 1) Essa sala de cinema ficava localizada em
frente à igreja do Cristo Redentor. 2) Nos anos 1970 mudou de nome para Cine Real. Já foi um<br />
Bingo, em 2009 um estacionamento.<br />
Em 1956, Entra em funcionamento o Cine-Art, endereço ?, bairro Belem Novo, desativado no<br />
centro do bairro, serve hoje de moradia.<br />
Em 12.10.1956 É inaugurado o cinema Continente, na Av. Borges de Medeiros, nº 475 , no<br />
bairro Centro. Nota: Em 17/Jun/1970 fechou para reforma e reabriu no dia 22 com o nome de<br />
Cine Lido. Nos anos 90 foi desdobrado em 2 salas Cine Lido 1 e Cine Lido 2), em 2009<br />
permanece fechado, mas montado, aguardando a venda.<br />
Cine Lido - década de 80<br />
Em 20.10.1956 Inauguração do cinema Popular Cinemascote, em endereço desconhecido,<br />
depois passou a ser chamado só de Cinemascote. Notas: 1) Segundo o jornal Diario de<br />
Noticias, edição de 01/Nov/1957, esse cinema ficava localizado no bairro Cidade Baixa. 2) De
acordo com C. A. O. de Souza: a) Esta sala de cinema ficava localizada no bairro Santana, na rua<br />
Monsenhor Veras, lado par, quase esquina com a rua São Manoel; entre essa rua e a av.<br />
Ipiranga. b) Seu nome era uma combinação de Cinemascope com Mascote. b) O prédio era<br />
bem simples, tipo de um galpão ou hangar; possuía poltronas de madeira com assentos<br />
giratórios e mais ao fundo cadeiras de madeira de palha trançada. c) O cinema costumava<br />
apresentava seriados, filmes nacionais e épicos ítalo-americanos. d) Era conhecido pelo<br />
apelido de "Pulguinha" pelos pessoal das redondezas. 2) Conforme, esse cinema também era<br />
conhecido por Mascote.<br />
Em 1957 Em Porto Alegre o cinema Victória inaugura o seu sistema de ar condicionado. É o<br />
pioneiro no Rio Grande do Sul. Ainda neste ano ele passa a oferecer 5 sessões diárias, um feito<br />
inusitado para a época.<br />
1979<br />
Começa a funcionar o cinema Paquetá, em endereço desconhecido, na Vila São José. Este<br />
cinema ficava localizado na rua Borborema na esquina, nas proximidades da rua João Botelho.<br />
Em 06.06.1957 É inaugurado o cinema Tamoio, na Av. Cavalhada, no bairro Cavalhada. Notas:<br />
1) Segundo R. Ratzenberger, esta sala de cinema pertencia a seu pai - Rudy Ratzenberger. 2)<br />
Com base em informação fornecida pelo citado, o autor localizou o ponto do antigo cinema;<br />
ficava na Av. Cavalhada, atual nº 2129, onde funciona agora a "Churrascaria e Pizzaria Kasarão<br />
I". 3) Conforme jornal Folha da Tarde da época, o filme de estréia foi o nacional "Sai de Baixo";<br />
o cinema pertencia a Empresa Hatzen Berg e Cia. Ltda. e a sala possuia 600 assentos. 4)<br />
Segundo o mesmo jornal, um dos proprietários era David Yentchmin que também era<br />
proprietário do cinema Palermo e coproprietário do cinema Eldorado (ou El Dorado).<br />
Em 18.06.1957 Inauguração do cinema Medianeira, na av. Carlos Barbosa, em frente a rua Cel.
Neves, no bairro Medianeira. Nota: O Cine Medianeira trocou de nome para Cine Alvorada em<br />
26/Nov/1960.<br />
Em 02.09.1957 inaugurado o cine Cacique, na rua dos Andradas, nº 933 (ou 923), no centro da<br />
cidade. Na época era o cinema mais luxuoso de Porto Alegre, incluindo pinturas dos índios<br />
Guaranis em suas paredes, obra do artista Glauco Rodrigues. Notas: 1) O filme de inauguração,<br />
em 1957, foi "O Rei Vagabundo" com Kathryn Grayson. Possuía 1600 poltronas Pulman<br />
(reclináveis) bem como projetores e tela para filmes de 70 mm; som estereofônico, etc. 2) No<br />
final dos anos 1960, no mezanino e confeitaria desse cinema, passou a funcionar o cine Scala,<br />
rua dos Andradas, nº 921. 3) Os cinemas Cacique e Scala deixaram de funcionar em<br />
10/Jul/1994. 4) Em Jun/1996, um incêndio destruiu parcialmente as 2 salas de cinema,<br />
incluindo-se as pinturas dos índios guaranis, em 2009 utilizado como garagem.<br />
Entrada dos Cine Cacique e Cine Scala<br />
Interior do Cine Cacique, nota-se a pintura do Guaraní na parede.
Em 16.12.1957 É inaugurado o cinema Pirajá, na Av. Bento Gonçalves, nº ?, esquina rua<br />
Teixeira de Freitas, no bairro Partenon, hoje utilizado como loja de ferragem.<br />
Entrada do Cine Pirajá<br />
Em 1957 Entra em funcionamento o cine Belgrano, endereço ?, bairro Belem Novo, Nota:<br />
ficava próximo a igreja do bairro, seu prédio foi demolido.<br />
Em 1958 Entra em funcionamento o cinema Sarandi, em endereço desconhecido, no bairro<br />
Sarandi. Nota: O jornal Correio do Povo, edição de 27/Dez/1958 já traz a programação dessa<br />
sala de cinema. Nota: Conforme, esse cinema ficava localizada na Av. Assis Brasil, nº 6664.<br />
Em 04.01.1958 O jornal Correio do Povo traz a programação das seguintes salas de cinema:<br />
Centro: Ópera , Victória, Rex , Central, Imperial , Guarany, Carlos Gomes , Continente,<br />
Cacique, Palermo e Cinemascote.<br />
Cidade Baixa: Avenida, Capitólio, Garibaldi, Brasil e Marabá<br />
Bom Fim: Baltimore<br />
Azenha: Castello e Oásis<br />
Auxiliadora: Rival<br />
Floresta: Ypiranga , Colombo , Orpheu , Eldorado , Rosário e América<br />
São João: Thalia<br />
Petrópolis: Rio Branco, Petrópolis e Ritz<br />
Partenon: Pirajá e Miramar<br />
Menino Deus: Marrocos<br />
Glória: Glória<br />
Teresópolis: Teresópolis<br />
Passo da Areia: Rey<br />
Passo da Mangueira (Assis Brasil): OK<br />
Passo da Cavalhada: Tamoio<br />
Vila Ipiranga: Estrela
Tristeza: Gioconda<br />
Além desses, o Correio do Povo relacionava: Rio Branco (Vila Rio Branco) e São Luiz (Vila<br />
Niterói), ambos no município de Canoas. 2) Anteriormente, em 02/Out/1957, além dos<br />
citados, o mesmo jornal relacionava também: Belgrano (bairro Belém Novo). Relacionava<br />
também Garibaldi (na Vila Niterói) e Rex, ambos no município de Canoas. 3) Segundo R.<br />
Ratzenberger, o Cine Gioconda pertencia a seu pai - Rudy Ratzenberger- e a sala de cinema<br />
ficava na R. Wenceslau Escobar. 4) Com base nessa informação, o autor localizou o prédio do<br />
antigo cinema; fica na Wenceslau Escobar, atual no. 2826, proximidades da R. Armando<br />
Barbedo. No ponto do cinema, hoje funciona uma das filiais das Lojas Herval; inclusive há ali<br />
um logradouro chamado "Beco do Cinema Gioconda". 5) O Correio do Povo coloca o<br />
Cinemascote como estando localizado no Centro, porém ficava localizado em bairro.<br />
Em 21.05.1958 O cinema Mônaco pela 1ª vez aparece nas páginas do Correio do Povo (CP)<br />
dentro de sua programação de cinema. O filme anunciado é "Corações em Angústia" . Notas:<br />
1) Na edição do CP de 25/Mai/1958, p. 67, é indicado que essa sala de cinema ficava na av.<br />
Osvaldo Aranha, nº 756, bairro Bom Fim. 2) Na edição do CP de 10/out/1960 é noticiado que<br />
essa sala de cinema estava em reforma e que iria reabrir brevemente; portanto, nessa época,<br />
o cinema não estava funcionando.<br />
Em 15.11.1958 noticia a inauguração do Cine Teatro Presidente para o dia seguinte<br />
(16/Nov/1958) com o filme "A Mais Bela Mulher do Mundo", com Gina Lollobrigida. Notas: 1)<br />
Essa sala de cinema ficava localizada na Av. Benjamin Constant, nº 1773, no bairro Floresta, em<br />
2009 funciona uma igreja evangélica, a fachada permanece.<br />
Em 27.11.1958 a inauguração do cinema Ipanema para o dia seguinte (28/Nov) com o filme<br />
musical Serenata no México, da distribuidora Pelmex. O jornal informava que o cinema ficava<br />
na Av. Flamengo, nº 381, bairro Ipanema. Essa sala pertencia a empresa Cinematográfica<br />
Ipanema Ltda, em 2009 fechado só existe a carcaça do prédio sem telhado
Em 1959 Entra também em funcionamento o cinema Nirvana, em endereço desconhecido,<br />
possivelmente no bairro Navegantes. Em 03/Mai/1960, mudou de nome para cinema Ceará.<br />
Esse cinema ficava localizado na av. Ceará, nº 142, esquina com a rua 25 de Fevereiro.<br />
Em 06.02.1959 Além da relação de salas de cinema indicada em 04/Jan/1958, o Correio do<br />
Povo relacionava também: Ipanema (no bairro Ipanema) e Sarandi (no bairro Sarandi). Além<br />
desses, relacionava Imperial (no município de Esteio) e Metrópole (município de Gravataí).<br />
Em 01.08.1959 Inauguração do Cine Vogue, na av. Independência, nº 640 , no bairro<br />
Independência. O filme de estréia foi O Velho e o Mar. Notas: 1) Nos anos 70, mudou de nome<br />
para Cinema 1 - Sala Vogue. Na foto 1 de 1974, o filme Fanny e Alexandre, de Ingmar<br />
Bergman, é de 1982 e O Gato, de Julien Bouin, é de 1971.<br />
Sala Vogue - década de 60
Cinema 1 - década de 70<br />
Em 29.01.1960 Inauguração do cinema Rex na rua Sete de Setembro, nº ? , no bairro Centro.<br />
Possivelmente este cinema funcionava na rua Sete de Setembro, atual nº 772, onde fica a<br />
Garage Rex.<br />
Em 11.09.1960 Inauguração do cinema Atlas em um prédio localizado na esquina da av.<br />
Protásio Alves e rua Alcides Cruz, bairro Petrópolis. Notas: 1) A foto abaixo mostra esse prédio,<br />
Jul/1997.<br />
Situação atual do prédio
Interior do prédio<br />
Em 24.09.1960 Inauguração do cinema Roma na av. Princesa Izabel, nº 15, bairro<br />
Azenha, Nota: Ficava em um prédio defronte a Praça. Princesa Izabel, no trecho entre a av.<br />
Bento Gonçalves e a rua Oscar Pereira.<br />
Neste local será construido o prédio que no térreo funcionará o Cine Roma, com sua bela<br />
escadaria<br />
Em 19.10.1960 O cinema Piratini pela 1ª vez aparece nas páginas do Correio do Povo (CP)<br />
dentro de sua programação de cinema. Na programação é indicado que ele se localizava na rua<br />
Vicente da Fontoura, bairro Santana, mas não é indicado o número do prédio.<br />
Em 26.11.1960 Inauguração do cinema Alvorada na av. Carlos Barbosa, em frente a rua Cel.<br />
Neves, bairro Medianeira. Nota: Esta sala de cinema funcionou no mesmo local do cinema<br />
Medianeira.<br />
Em 30.10.1961 Inauguração do Cine Moinhos de Ventos, sob o prédio de mesmo nome, rua<br />
24 de Outubro, nº ?, bairro Moinhos de Ventos, em 1966 muda de nome para Cine Coral, e na
década de 80 é dividido em 2 salas, a platéia Cine Coral 1 e o mesanino Cine Coral 2, em 1994<br />
encerra suas atividades, em 2009 foi locado para ser shopping de fábrica.<br />
Golpe Militar de 1964<br />
Em 31.03.1964 e dado o Golpe Militar no Brasil e com a ditadura o cinema no Brasil começa a<br />
perder o interesse, pois existe o interesse do Estado, é um duro golpe nos cinemas de calçada.<br />
Em 1968 inaugura o Cine São João, av. Salgado Filho, n° 135, esquina rua Vigário José<br />
Inácio, no bairro Centro, sala moderna com grande mesanino, fechado em 1994, em 2009<br />
continua montado, só falta o projetor, o saguão de entrada está locado para uma agência do<br />
Banco do Brasil.
Cine Regente, endereço ?, bairro Partenon, ficou muito tempo em reformas na década de<br />
1980 e nunca mais abriu.<br />
Inaugura em dezembro 1970, o Centro Comercial João Pessoa, bairro Azenha, primeiro<br />
shopping de Porto Alegre, abre Cine 1 e Cine 2 as únicas salas de cinema em shopping em<br />
Porto Alegre, na época centro comercial, pois a expressão shopping ainda era pouca<br />
conhecida.<br />
O GOlpe Fatal<br />
Shopping Center<br />
Em 1980 inicia o projeto para o primeiro Shopping Center de Porto Alegre o Iguatemi, isto é<br />
Golpe Fatal para os cinemas de rua em Porto Alegre, em pouco tempo todos irão desaparecer.<br />
Em 1983, Inaugura o Shopping Center Iguatemi, o primeiro grande shopping center de Porto<br />
Alegre, com quatro salas de cinema, assim começa uma nova etapa para os cinemas em Porto<br />
Alegre, o fim dos cinemas de calçada e o inicio das salas de cinema menores em endereço
fechado, os shoppings, mas o shopping Iguatemi inaugurou sem salas de cinema que só se<br />
instalaram as primeiras 4 salas em 1993.<br />
Na inauguração em 1983<br />
Em 22.04.1987 inaugura a Sala Redenção <strong>–</strong> Cinema Universitário no prédio da antiga<br />
Biblioteca Central da UFRGS. Com uma programação constante de mostras e ciclos temáticos,<br />
a sala foi pensada para ser um espaço alternativo de projeção de filmes aliados tanto à<br />
reflexão como a debates e aprendizados através da integração entre cinema, cultura,<br />
educação e artes. A sala se propõe também a resgatar os grandes clássicos do cinema mundial,<br />
exibir produções realizadas em diferentes países, além de reservar um espaço significativo<br />
para a projeção de filmes brasileiros. A Sala Redenção é um espaço de integração das<br />
diferentes áreas do conhecimento, buscando despertar no público o gosto estético aliado ao<br />
enriquecimento cultural - Av. Paulo Gama, 110 • Campus Central da UFRGS.
Em 25.05.1999, inaugura a Sala P. F. Gastal é o primeiro cinema da Secretaria Municipal da<br />
Cultura de Porto Alegre, localizada no terceiro andar da Usina do Gasômetro, tem 118 lugares<br />
e está equipada com um projetor de última geração, da marca alemã Kinoton, com capacidade<br />
de exibir filmes tanto na bitola de 35mm quanto na de 16mm. Contando ainda com som Dolby<br />
Stéreo e ar condicionado central, é um cinema que oferece ao espectador conforto e<br />
qualidade de projeção, a sala possui poltrona de tamanho especial destinada a obesos,<br />
funciona de terças a domingos.<br />
A programação da sala é montada em torno de três linhas básicas de trabalho:<br />
a) Lançamento de filmes brasileiros e produções de cinematografias alternativas,<br />
b) Realização de ciclos,<br />
c) Programação infantil.<br />
Av. Pres. João Goulart , 551 <strong>–</strong> Centro - Fone: (051) 3289 8137/8135<br />
*************************<br />
Porto Alegre, ainda tem cinema de rua.<br />
Sala Norberto Lubisco, Casa de Cultura Mario Quintana, inaugurado em 1993<br />
Sala Eduardo Hitz
Reaberto em 1999 Cine Vitória 1 (198 lugares) 2 (146 lugares), ocupa a sobre loja do antigo<br />
cinema Vitória, a entrada é pela galeria Vitória que liga a av. Borges de Medeiros com a Rua 24<br />
Horas, o antigo cinema em 2009 é uma loja de material elétrico.<br />
Cine Áurea, av. Julio de Castilhos, nº ?, Centro, a entrada do prédio mudou-se para a rua<br />
lateral, rua Vigário José Inácio, apresentação de filmes pornográficos e shows de sexo ao vivo.<br />
Em funcionamento 2009.<br />
Cine Atlas, av. Julio de Castilhos, nº 450, Centro, apresentação de filmes pornográficos e shows<br />
de sexo ao vivo. Em funcionamento 2009.
Cine Apolo, av. Voluntários da Pátria, 615, Centro, quase ao lado do viaduto da Conceição.<br />
Apresentação de filmes pornográficos. Fechado em 2009.<br />
Ao lado da galeria Santa Catarina<br />
***<br />
Em 15.10.2009 inaugura o CineBancários na sede do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre,<br />
a sala é equipada com ambiente com ar climatizado, 81 poltronas, dois lugares para<br />
cadeirantes, projetor Multimídia com sistema Blue Ray, projeção 35mm, som Dolby Digital 5.1,<br />
palco Multiuso. - Rua General Câmara, 424 - Centro | 51-34331200
***********************<br />
A ArcA do cinemA GAúcho<br />
Cinemateca Capitólio<br />
Cinemas de Porto Alegre<br />
AeroGuion - Aeroporto Internacional Salgado Filho - Fone: 51 3358.2620<br />
Arcoíris Boulevar - Av. Assis Brasil, 4320. Assis Brasil Strip Center - Fone: 51 3344.1483
Center - Av. João Pessoa, 1831. Shopping João Pessoa - Fone: 51 3223.4158<br />
Cinemark - Bourbon Shopping Ipiranga, Av, Ipiranga, 5200. Fone: 51 3299.0850<br />
Cinemark - BarraShoppingSul - Av. Diário de Notícias, 300. Fone: 51 4003.4171<br />
Cinesystem - Shopping Total - Av. Cristóvão Colombo, 545. Fone: 51 3314.7740<br />
Arcoíris Bourbon Assis Brasil - Av. Assis Brasil, 164. Fone: 51 3362.3608<br />
GNC Lindóia - Av. Assis Brasil, 3522. Fone: 3299.0505<br />
GNC Moinhos - Moinhos Shopping - Rua Olavo Barreto Viana, 36. Fone: 51 3299.0505<br />
GNC Praia de Belas - Shopping Praia de Belas - Av. Praia de Belas, 1181. Fone: 51 3299.0505<br />
Cine Iguatemi - Av. João Wallig, 1800 - Shopping Iguatemi. Fone: 51 3299.0033<br />
Arcoíris Rua da Praia Shopping - Rua dos Andradas, 1001. Fone: 51 3286.7701<br />
Salas Paulo Amorim, Eduardo Hirtz e Norberto Lubisco - Rua dos Andradas, 736 - Casa de<br />
Cultura Mário Quintana. Fone: 51 3221.7147<br />
Sala P. F. Gastal - Usina do Gasômetro - Av. João Goulart, 551. Fone: 51 3212.5928<br />
Sala Redenção - Campus Central da UFRGS - Av. Paulo Gama, 110. Fone: 51 3316.3034
Cine Santander - Av. Sete de Setembro, 1028. Fone: 51 3287.5500<br />
Unibanco Arteplex - Av. Túlio de Rose, 80 - Shopping Bourbon Country. Fone: 51 3299.0624<br />
Arcoíris Vitória - Av. Borges de Medeiros, 475. Fone: 51 3212.3474<br />
- Em breve as salas de cinemas atuais em Porto Alegre, e muito mais. Obrigado.<br />
The End<br />
O Fim<br />
Fim<br />
Volte Sempre!<br />
Consultas e textos adaptados:<br />
Carlos Adib<br />
Independente
A Federação<br />
Correio do Povo<br />
Jornal do Comércio<br />
Zero Hora<br />
Particulares:<br />
Anderson D'Onofrio França<br />
Blogs<br />
Sites<br />
Postado por James às 23:42 5 comentários<br />
Marcadores: cine, cinemas antigos, cinemas antigos de porto alegre, cinemas de porto alegre,<br />
cinemas de rua, salas de cinema<br />
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GONÇALO DE CARVALHO : A RUA MAIS BONITA DO MUNDO<br />
A rua mais bonita do mundo fica<br />
................em Porto Alegre.....<br />
AMIGOS: É sério, podem procurar no Google<br />
bonita do mundo<br />
digitem: A rua mais<br />
surpresa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!: vai aparecer<br />
uma rua de Porto Alegre
está na lista e bem cotada<br />
Realmente é linda:<br />
Eis a rua Gonçalo de Carvalho < ela inicia ou termina ? > em<br />
frente ao Hospital Moinhos de Vento, bairro Independência<br />
PoA = R.G.S
ENQUETES<br />
Enquete <strong>PORTO</strong>IMAGEM SOBRE PARQUE DA<br />
REDENCÃO:<br />
Enquete (será computado somente 1 voto por pessoa/IP)<br />
Edição 2011 - Você é a favor ou contra cercar o Parque Farroupilha<br />
(Redenção)?<br />
A FAVOR CONTRA Não sei, nunca pensei sobre isso!<br />
Vote View ResultsShare ThisPolldaddy.com<br />
ACHE-SE : LISTA DE ENDEREÇOS ELETRÔNICOS SOBRE POA<br />
o Aeromóvel<br />
o BarraShoppingSul<br />
o Blog do Daniel Simon<br />
o Blog do Fortunati<br />
o http://jaimemulller.blogspot.com /<br />
o http://www.blogger.com/profile/03207337913154897077<br />
o http://lealevalerosa.blogspot.com/<br />
o Blog do Jornalista Gustavo Bartzen<br />
o Blog do Oceanário Sul<br />
o Blog do Rafa Morawski<br />
o Blog do Rodrigo<br />
o Blog do Secretário da SMIC <strong>–</strong> Valter Nagelstein<br />
o Blog do Vereador Adeli Sell<br />
o Blog Porto Imagem (endereço antigo)<br />
o Bumerangue<br />
o COMUNIDADE QUERO CAIS <strong>–</strong> ORKUT
Olho de robô<br />
By<br />
o Essa Metamorfose Ambulante<br />
o Grêmio<br />
o Hidrovias Interiores<br />
o Inter<br />
o Movimento Ponte do Guaíba<br />
o MOVIMENTO QUERO CAIS<br />
o MOVIMENTO QUERO CAIS <strong>–</strong> FACEBOOK<br />
o Novas do Gatto<br />
o Página do arquiteto polonês Daniel Libeskind<br />
o Porto Alegre-Se<br />
o Porto Imagem no Orkut<br />
o Prefeitura de Porto Alegre<br />
o Triste Porto Alegre<br />
o Urbanas Cidades<br />
o WordPress.com<br />
o http://wwwportoalegreedemais.blogspot.com/<br />
admin<br />
<strong>–</strong> 02/06/2011Posted in: Capa<br />
CONTOS<br />
4Share<br />
Na noite de Porto Alegre, um humano e um androide especulam sobre realidade e<br />
ficção. Um conto de Jéferson Assumção*<br />
Steven Pinker diz, em Como a Mente Funciona, que um robô nunca vê, ao contrário do<br />
que querem nos fazer crer alguns filmes por aí. Na verdade, nas histórias de ficção<br />
científica, o efeito correspondente ao olhar das máquinas é produzido com lentes<br />
grande-angulares ou retículas de fios cruzados que eles colocam na tela. Mas essas
imagens, supostamente as visões dos robôs, que vemos na tevê, aparecem apenas para<br />
nós, humanos, que já possuímos um olho e um cérebro funcionando, e que podemos<br />
captá-las.<br />
Nas entranhas de fios de um robô, não se vê nada a não ser uma série de números, cada<br />
um correspondendo a um brilho entre milhões de retalhos mais escuros ou menos. Mas<br />
talvez seja tão impossível que os robôs enxerguem até mesmo isso quanto, ao tentar<br />
abrir alguém vivo de verdade, vermos sua alma lá dentro. Os números, afinal, são<br />
apenas descargas eletrônicas. Era isso o que eu tentava dizer a XY8, àquela noite<br />
agradável de novembro, num bar da Rua da República…<br />
- Você me vê, mas não me vê, entende, XY?<br />
Ele não respondeu, acho que um tanto magoado. Olhou-me de um jeito amargo e ergueu<br />
o braço para pedir outra Polar. A noite de primavera estava agradável para uma<br />
conversa. As mesas, na rua da República, apinhadas de gente que sorria, bebia e trocava<br />
olhares com os habitantes das ilhas de metal mais próximas. Retomei, ante o bocejo de<br />
XY8:<br />
<strong>–</strong> A questão é que, na verdade, vocês são completamente cegos, por mais que possam<br />
identificar formas e movimentos em seus mais delicados detalhes, com mais precisão<br />
até do que nós…<br />
Eu queria dizer a ele que, mesmo vendo, eles não vêem. Mais do que isso. Não<br />
enxergam nem mesmo os tais números que existem dentro de suas cabeças! Como<br />
veriam, se não existe nada entre eles e as coisas? E isso pelo simples fato de que eles,<br />
afinal, também são coisas. Se nós, os humanos, atribuímos a objetos de fios e placas de<br />
metal algumas sensações que temos, só pode ser por certo desespero, angústia por<br />
estarmos sós no universo.<br />
- Não acha? <strong>–</strong> concluí.<br />
Ele concordou, com a cabeça. Ainda mudo, no entanto, enfiou mais três botõezinhos de<br />
amendoim na boca e limpou as cascas que caíram sobre o colo. Tomei novo gole de<br />
Polar. Então, continuei, mudando um pouco o foco do assunto, que não parecia ser<br />
muito de seu agrado. E eu sei quando começo a ser chato.<br />
<strong>–</strong> Você, que gosta de poesia, XY. Penso que pelo menos um tipo de poesia não passa,<br />
tal qual a filosofia, de uma técnica retórica de se referir às evidências de modo avesso,<br />
de maneira reversa, cuja principal ilusão é ver dotadas de vida coisas que não o são. E a<br />
filosofia tem esse mesmo desejo, mas não a mesma coragem.<br />
Foi então que XY8 interrompeu, com sua voz rouca, pausada. Fiquei feliz por ver que<br />
ele queria falar:<br />
<strong>–</strong> Máquinas e pontes, estradas e janelas, rios e estrelas, fábricas e calçadas, muitas vezes<br />
vi-as se moverem por meio de figuras de linguagem, que imaginei serem o centro da<br />
poesia. Confesso que, por pouco, a vaidade não me fez ver resolvidos todos os enigmas,<br />
via literatura, não fosse o problema crucial de que as palavras, infelizmente, não são as<br />
coisas. Que tudo o que se fala é apenas aquilo que se fala, que não há relação do que é
dito com os objetos, como imagina, por exemplo, a iludida filosofia. Não é isso o que<br />
queria dizer?<br />
<strong>–</strong> Exatamente. Exatamente. E nessas mesmas palavras…<br />
<strong>–</strong> Não te parece, então <strong>–</strong> ele retomou <strong>–</strong> que o problema de vocês seja o inverso do nosso,<br />
o que os envolve em idêntica cegueira? <strong>–</strong> assinalou. Acrescentou que, para ele, éramos<br />
apenas sujeitos e que nossa ponte com o objeto estava quebrada. Assim, tudo o que<br />
olhamos levaría-nos, por isso, a inevitáveis ilusões. Também disse que, se só podemos<br />
enxergar por dentro dos próprios olhos, como, desse modo, poderíamos saber se<br />
chegamos, de fato, às coisas reais lá fora? E deu um exemplo: as cores… Poderíamos,<br />
nós humanos, dizer que elas são o que são fora de nós? Não é possível ter certeza. E se<br />
os robôs vêm números ou nem mesmo isso, parece que nós vemos algo que está apenas<br />
dentro da gente, de nossa carne, de nossos nervos, mas não nas coisas. Seríamos, assim,<br />
tão cegos quanto os robôs. E desferiu o golpe final:<br />
<strong>–</strong> Para nós só existem coisas, para vocês, só vocês, Guilherme.<br />
Meu amigo robô é, de fato, uma grande companhia. Fantasma cibernético da Cidade<br />
Baixa, encontro-o quase sempre, rodando de bar em bar pelas belas ruas do bairro, à<br />
procura de bons lugares para beber, conversar e se chatear o mínimo possível. E há<br />
lugares realmente legais. A República já foi uma deles, a Lima e Silva, aquela coisa,<br />
que vai se transformando num mar de gente de gosto cada vez mais duvidoso a cada ano<br />
que passa. Mas há ruazinhas e bares escondidos, legais e distantes da turba.<br />
De vez em quando tem shows de jazz, inclusive, mas o interessante, mesmo, é a<br />
confluência das esquinas mais estranhas de Porto Alegre. Na frente do Opinião, a José<br />
do Patrocínio junta, um de frente para outro, bares de metaleiros, surfistas, playboys,<br />
pagodeiros, roqueiros etc, num espaço de menos de 100 metros. Um mergulho ou outro<br />
por ali é interessante, mas nada mais que uma boa meia hora e já se começa a sentir o<br />
cheiro da puerilidade, do prosaísmo que exala mais forte que o das bebidas baratas.<br />
Entretanto, como costuma acontecer, eu e XY8 já tínhamos pago a conta e perambulado<br />
por outros bares, tentando reconhecer algum amigo no meio da massa. Acabamos<br />
pulando como dois sapos naquele ambiente, esperando que um bar de boa black music<br />
com algumas das pessoas mais interessantes da cidade abrisse. No boteco da frente,<br />
continuei a conversa, já em outro tema, como sempre.<br />
Perguntei a ele se, em sua opinião, o artista pode pensar não apenas por sínteses e<br />
analogias, mas também por análise, como seus colegas cientistas e filósofos.<br />
Respondeu-me que achava que não, que a análise só pode dar como resultado o que já<br />
está contido no objeto, o que, como todos sabem, impossibilita qualquer descoberta de<br />
algo que esteja fora dele.<br />
- O que um poeta iria querer com isso? <strong>–</strong> acrescentou.<br />
<strong>–</strong> Exato! A síntese, ao contrário, pode fazer surgir algo que não estava contido<br />
completamente na coisa analisada. Os poetas têm a metáfora como instrumento. Pela<br />
comparação, pelo transporte, pelas relações estranhas entre objetos e palavras chegam,
às vezes, a esse resultado a que chamam de arte.<br />
XY8 comentou:<br />
<strong>–</strong> Como sempre queres dizer que as relações analíticas são mais prosaicas que as<br />
sintéticas, e que eu como produto da ciência não sou poesia, como tu, que és humano…<br />
- Ora, isso não é óbvio, XY?<br />
Mas eu não falava disso. Queria dizer que a arte reside exatamente em poder fazer com<br />
símbolos um fio imaginário entre os objetos. Disse a ele que não me parece haver outra<br />
forma de enxergar o poético do que renunciando, então, à comprometida análise, e<br />
saltando, no escuro, à espera de que exista algo entre as coisas, que só pode ser “pego”,<br />
“visto”, “ouvido”, “sentido” por essa ponte frágil. Acrescentei que a poesia me parecia<br />
um instrumento como teia de aranha, a agarrar o homem invisível, o universo invisível<br />
que supostamente existe entre os objetos. Talvez alguém na universidade pudesse<br />
retucar se isso não se trata de uma irreverente metafísica, de um simples método de<br />
investigação que não consegue se livrar do estranho, do resíduo, dos ruídos e até das<br />
ilusões.<br />
- Uma lógica precária? <strong>–</strong> ele perguntou.<br />
<strong>–</strong> É. Mas este não compreenderia a aventura da arte como, também ela, um salto de fé<br />
no abismo entre as coisas. E os poetas não se dariam por contentes com uma explicação<br />
destas, com tão pouco, obviamente. Eles querem mais, querem ser deuses.<br />
<strong>–</strong> Não percebes <strong>–</strong> ele sorriu <strong>–</strong> que é exatamente assim que, com nossa ilusão, com nossa<br />
cegueira, enxergamos, nós, os robôs? A arte é um fio de aço estendido no precipício,<br />
sim <strong>–</strong> ele sublinhou <strong>–</strong> O artista está ali em cima. No íntimo não nega que não vê nada<br />
entre o vazio, nem mesmo a corda a seus pés, e que só o segura o medo de cair e não<br />
pegar nada. Ele é como nós, que enxergamos dígitos, talvez nem isso. Mas uma fé o<br />
sustenta para que não caia no vazio, lá embaixo. O artista é o que anda sobre as águas, o<br />
que dá passos no ar, o que, equilibrando-se sabe-se lá onde, faz aquilo funcionar: a<br />
ponte invisível entre as coisas, por onde ele, então, dá mais um passo, e outro e outro,<br />
até chegar, são, mas nunca salvo, do outro lado.<br />
Pensei naquilo, atentando para a maneira como seus olhos brilhavam. Pareciam os de<br />
um profeta, um louco, ou mesmo um místico iludido por sua própria arte de<br />
ilusionista… Olhos de robô, que não vêem nada, nada, os de XY8… Deu-me uma pena.<br />
<strong>–</strong><br />
Jéferson Assumção é escritor gaúcho, autor de 17 livros, entre eles Máquina de<br />
Destruir Leitores (Sulina), O Mundo das Alternativas (Veraz) e A Vaca Azul é Ninja.<br />
Doutor em Filosofia pela Universidade de León, Espanha. Foi secretário municipal de<br />
cultura de Canoas-RS e coordenador-geral de Livro e Leitura do ministério da Cultura.<br />
Atualmente é diretor-geral e secretário adjunto de Cultura do Estado do Rio Grande do<br />
Sul. Mantém um blog, frequentemente atualizado