18.04.2013 Views

o poema fontellum de antónio de cabedo - Universidade de Coimbra

o poema fontellum de antónio de cabedo - Universidade de Coimbra

o poema fontellum de antónio de cabedo - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

338 AIRES PEREIRA DO COUTO<br />

O <strong>poema</strong> Fontellum <strong>de</strong>ve ter sido escrito em Agosto e Setembro<br />

<strong>de</strong> 1553. Em relação aos meses, não há quaisquer dúvidas pois é o<br />

próprio António <strong>de</strong> Cabedo que o diz na sua carta:<br />

...postea uero mense Augusto et Septembri quo tempore <strong>de</strong> more studia<br />

nostra relaxari soient, statut succisiuis horis hoc ipsum latins prosequi.<br />

«.. .Em seguida, nos meses <strong>de</strong> Agosto e Setembro, tempo em que os nossos<br />

estudos costumam ser atenuados, resolvi, nas horas vagas, continuá-lo mais<br />

largamente.»<br />

Quanto ao ano, sabe-se que o <strong>poema</strong> teve <strong>de</strong> ser escrito <strong>de</strong>pois<br />

da vinda para Viseu <strong>de</strong> D. Gonçalo Pinheiro, em 1553, pois o poeta<br />

nos versos 239-240 diz:<br />

Sis felix, longumque bonis his ut ere, gentis<br />

Laus ingens, Goncalle, tuae...<br />

«Sê feliz e usa <strong>de</strong>stes bens por longo tempo,<br />

ó Gonçalo, gran<strong>de</strong> glória da tua gente...»<br />

Apontamos o ano <strong>de</strong> 1553 porque, do citado extracto da sua carta,<br />

<strong>de</strong>duz-se que o <strong>poema</strong> foi escrito entre dois anos lectivos; ora sabe-se<br />

que em 18 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1554 o poeta fez exame para bacharel em Cânones,<br />

não tendo, por isso, continuado a estudar no ano seguinte.<br />

Mas comentemos então o <strong>poema</strong> Fontellum que começa pela seguinte<br />

invocação :<br />

Hortorum, nemorumque potens Pomona, beatas<br />

quae dudum has se<strong>de</strong>s et laeta uireta relic ta<br />

incolis Ausonia; uosque o quae rore perenni<br />

iugera proluitis uiua <strong>de</strong> rupe Napaeae;<br />

tuque a<strong>de</strong>o regina Venus, mitissina frugum<br />

atque hominum fecunda parens, cui roscida cordi<br />

germina, quam diues, longo licet obsitus aeuo,<br />

spiral adhuc locus, et tanti uestigia ruris<br />

testantur spreta quondam incoluisse Cythera. (w. 1-9)<br />

«Ó Pomona, Senhora dos jardins e dos bosques, que, abandonada Ausonia,<br />

habitas, há algum tempo, estes bem-aventurados lugares e estes aprazíveis<br />

jardins; e vós, ó Napeias que, com a inesgotável água natural que cai da rocha<br />

viva, banhais as terras; e tu principalmente, rainha Vénus, mãe fecunda dos<br />

doces frutos e dos homens, a quem agradam os rebentos orvalhados, a quem<br />

exala ainda este rico lugar, embora cumulado <strong>de</strong> longos anos, e que os vestígios<br />

<strong>de</strong> um campo tão valioso testemunham tê-lo tu outrora habitado, <strong>de</strong>sprezando<br />

Citera», (w. 1-9).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!