18.04.2013 Views

Plínio Salles Guazzone - Colégio Rio Branco

Plínio Salles Guazzone - Colégio Rio Branco

Plínio Salles Guazzone - Colégio Rio Branco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Tradução: <strong>Plínio</strong> <strong>Salles</strong> <strong>Guazzone</strong><br />

Epicuro<br />

ou<br />

Felicidade sem compromisso<br />

e compromisso sem felicidade<br />

O que primeiramente se diz a respeito de Epicuro é que<br />

ele integra o rol dos mais difamados filósofos da<br />

Antiguidade. Há a fama de sua excessiva vontade de<br />

comer e de beber. Devido à sobrecarga no estômago, ele<br />

necessitava vomitar várias vezes por dia. Geralmente,<br />

consumia seus ânimos de espírito em banquetes<br />

noturnos. Além disso, foi censurado por possuir uma<br />

tendência enorme aos prazeres do amor. Suas animadas<br />

correspondências com cortesãs, que ainda são obtidas<br />

em alguns fragmentos e nas quais ele inclui gracejos<br />

provocantes às encantadoras damas, foram atacadas. O<br />

fato de que ele teria convivido com uma destas senhoras<br />

soou como algo ainda mais grave. Também é lamentável<br />

o bato de que teria alcovitado o próprio irmão.<br />

Finalmente, um inimigo malévolo atribuiu a ele a autoria<br />

de até mesmo algumas dúzias de cartas obscenas. Além<br />

de todas estas atrocidades, ainda atribui-se a ele o fato de<br />

ter abandonado a universidade. Em resumo: não se vê<br />

boas trilhas no destino de Epicuro. Epíteto, o mais rígido<br />

estoico, chama-o curta e diretamente de “Libertino”.<br />

Outros pósteros referem-se a ele e à sua escola como<br />

“porcos epicuristas”.<br />

Em contraste, tanto seus alunos quanto as<br />

gerações futuras voltaram-se radicalmente contra esta<br />

imagem de seu mestre. Eles exaltam a moderação de<br />

Epicuro. Nos círculos da escola epicurista ter-se-ia<br />

bebido, aqui e ali, uma taça de vinho e, acima de tudo,<br />

ter-se-ia a satisfação com água. Nos tempos de escassez,<br />

havia simples pratos de feijão para serem consumidos.<br />

Um de seus alunos escreveu: “quando nós comparamos<br />

a vida de Epicuro com a dos<br />

outros, podemos, por conta de sua doçura e de sua<br />

abstinente autosuficiência, querer chamá-lo de mito”.<br />

Também a respeito de seus amores sensuais teria sido<br />

Epicuro, segundo suas próprias palavras, contido. “A<br />

fruição do amor não nos traz nenhuma utilidade, nós<br />

podemos até ser felizes quando ela não nos fere<br />

prejudica.” Há ainda relatos de filósofos segundo os<br />

quais ele – o que a propósito também certifica seu<br />

testamento -- foi solícito com sua família e dedicado aos<br />

seus amigos. Também cuidou humanamente de seus<br />

escravos: eles podiam participar das discussões<br />

filosóficas com ele e, em seu testamento, Epicuro dispôs<br />

a liberdade deles. De acordo com seus estudos, o filósofo<br />

atesta que, já com 14 anos, ele tinha interesse por<br />

filosofia e nunca perdeu este engajamento ao longo de<br />

sua vida. Impressionante é o que relata acerca deste<br />

interesse, em sua carta de despedida: “Eu escrevo hoje a<br />

vocês em homenagem a um dia de vida mais uma vez<br />

festejado e ao mesmo tempo concluído. O nível das<br />

dores advindas da estrangúria e disenteria sobressaltamme<br />

de tal forma que seria impossível pensar em suportar<br />

um grau maior. Apesar disto, a alegria de minha alma<br />

mantém-se firme na memória de nossas discussões<br />

filosóficas.<br />

Epikur und Zenon<br />

oder<br />

Pflichtloses Glück und glücklose Pflicht<br />

Was zunächst Epikur angeht, so gehört er zu den<br />

meistgeschmähten Philosophen der Antike.<br />

Übermäßige Lust am Essen und Trinken wird ihm<br />

nachgesagt; infolge der Überfülle des Magens müsse er<br />

sich mehrmals am Tage erbrechen. Überhaupt<br />

erschöpfe er seine Geisteskraft in nächtlichen Gelagen.<br />

Zudem wird ihm eine allzugroße Neigung zum<br />

Liebesgenuß vorgeworfen. Sein reger Briefwechsel mit<br />

Hetären, der noch in einigen Fragmenten erhalten ist<br />

und in dem er den Damen reizende Nettigkeiten sagt,<br />

wird beanstandet. Daß er mit einem dieser<br />

Frauenzimmer zusammenlebt, gilt als besonders<br />

gravierend. Schlimm ist auch, daß er seinen Bruder<br />

verkuppelt haben soll. Schließlich unterschiebt ihm ein<br />

böswilliger Gegner sogar ein paar Dutzend unzüchtiger<br />

Briefe. Über all diesen Untaten soll er ein ernstes<br />

Studium verabsäumt haben. Kurz: Man läßt keinen<br />

guten Faden an Epikur. Epiktet, der strenge römische<br />

Stoiker, nennt ihn schlicht und einfach einen<br />

»Wüstling«. Andere Spätere reden von ihm und von<br />

seiner Schule garals von »epikureischen Schweinen«.<br />

Gegen dieses Bild von ihrem Meister wenden sich dann<br />

freilich die Schüler ebenso wie die späteren Jünger.<br />

Epikurs Enthaltsamkeit wird gerühmt; man habe im<br />

Kreise der Schule höchstens hier und da einmal einen<br />

Becher Wein getrunken, im übrigen aber sich mit<br />

Wasser begnügt. In Notzeiten habe man einfache<br />

Bohnengerichte verzehrt. Einer der Schüler schreibt:<br />

»Wenn man das Leben Epikurs mit dem der anderen<br />

Menschen vergleicht, könnte man es um seiner Milde<br />

und Selbstgenügsamkeit willen einen Mythos nennen.«<br />

Auch der sinnlichen Liebe gegenüber ist Epikur nach<br />

seinen eigenen Worten zurückhaltend: »Der<br />

Liebesgenuß bringt keinen Nutzen; man kann sogar<br />

froh sein, wenn er nicht schadet.« Weiter wird von dem<br />

Philosophen berichtet, er habe sich – was übrigens auch<br />

sein Testament bezeugt – fürsorglich um seine Familie<br />

und seine Freunde gekümmert. Auch seinen Sklaven<br />

gegenüber habe er sich menschlich verhalten; sie<br />

durften an den philosophischen Diskussionen<br />

teilnehmen, und im Testament wird ihre Freilassung<br />

verfügt. Was sodann seine wissenschaftlichen Studien<br />

angeht, so berichtet Epikur selbst, schon mit vierzehn<br />

Jahren habe er sich für die Philosophie interessiert und<br />

dieses Engagement zeitlebens nicht verloren.<br />

Eindrucksvoll spricht davon sein Abschiedsbrief: »Den<br />

hochgepriesenen Lebenstag noch einmal feiernd und<br />

ihn zugleich beendend, schreibe ich euch dies.<br />

Harnzwang und Ruhrbeschwerden sind eingetreten von<br />

einer solchen Schmerzhaftigkeit, daß ein höherer Grad<br />

nicht mehr möglich ist. All diesem aber hält die Freude<br />

meiner Seele stand in der Erinnerung an unsere<br />

philosophischen Gespräche.«


Depoimento<br />

O saber pelo saber<br />

Comecei o curso de alemão no <strong>Colégio</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Branco</strong> Campinas em 2006, quando cursava a 5ª série do ensino<br />

fundamental. No início, o aprendizado representava um desafio e como sempre gostei de aprender coisas novas e<br />

diferentes iniciei o curso. Hoje, após cinco anos e meio de estudo, vejo claramente os benefícios da escolha que aquela<br />

criança, insistente e teimosa, fez.<br />

O Projeto WWP me deu a oportunidade não só de aprimorar meus conhecimentos linguísticos e culturais, mas<br />

também tornou o aprendizado multidisciplinar, unindo filosofia e alemão num único trabalho. O contato com um<br />

alemão arcaico, como o do livro, possibilitou o conhecimento de novas palavras e estruturas lingüísticas, aumentando<br />

ainda mais o desafio.<br />

Além disso, trabalhar com a filosofia em outro idioma, sob novas perspectivas e pontos de vista foi muito<br />

interessante. Já havia estudado a escola epicurista, mas, realizando a tradução, minhas opiniões a respeito do grande<br />

filósofo grego mudaram paulatinamente. Die philosophische Hintertreppe apresenta as perspectivas filosóficas de uma<br />

maneira insólita e não se restringe à simples transmissão de dogmas e pensamentos. Como o próprio título do livro<br />

propõe, a apresentação dos filósofos é direta e familiar, parecendo, em alguns pontos, uma biografia dos pensadores.<br />

Gostaria de agradecer os professores de alemão, Janice e Marcos, que, com tremenda paciência e compreensão,<br />

me auxiliaram a desenvolver o projeto. Não poderia esquecer também de meu professor de filosofia, João Eduardo, que<br />

propôs inicialmente o projeto e me apoiou continuamente na realização do trabalho.<br />

Despido dos interesses comuns, atualmente não penso em utilizar o alemão como ferramenta de trabalho e<br />

muito menos cursar uma faculdade ou qualquer curso em país de língua alemã. Vejo o aprendizado de maneira distinta.<br />

Aprender alemão foi, para mim, uma tentativa de resgatar e compreender o passado e, muito além disso, uma busca<br />

incessante para compreender novas culturas e povos para,assim, poder respeitá-los.<br />

Grato pela oportunidade de realização deste projeto,<br />

<strong>Plínio</strong> <strong>Salles</strong> <strong>Guazzone</strong> – aluno do 3ºA

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!