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Edição 07 - PDF - CassioBueno

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ESPECIAL<br />

Jackson da Viola nasceu na Paraíba e<br />

chegou a São Paulo com 26 anos<br />

Da Paraíba para<br />

a Praia Grande<br />

Foi em uma visita a<br />

um vizinho que o encanto<br />

começou. Ao ver a agilidade<br />

dos versos cantados, o<br />

pequeno Jackson decidiu:<br />

Queria ser repentista.“eu<br />

tinha um vizinho que fazia<br />

repente e eu achava lindo<br />

e falei para mim mesmo: É<br />

isso que eu quero fazer”.<br />

A vida, ao contrário da<br />

facilidade do sonho, era difícil<br />

e a Paraíba enfrentava a<br />

seca. “ela, a seca me botou<br />

pra fora”, conta Jackson.<br />

Com uma vida extremamente<br />

difícil e sem oportunidade<br />

devido à secura de<br />

sua terra natal, Jackson de-<br />

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cidiu virar Jackson da Viola<br />

e rumar em direção ao sonho<br />

de viver de repente.<br />

“Achei que poderia ficar<br />

rico”, diz Jackson que<br />

compartilhava do mesmo<br />

pensamento de muitos migrantes<br />

nordestinos que<br />

deixaram seus lares para<br />

trás para tentar uma vida<br />

melhor no eldorado que<br />

eles imaginavam que seria<br />

São Paulo.<br />

Aos 26 anos, o paraibano<br />

chegou à cidade grande.<br />

Logo foi se instalar em<br />

Praia grande. As coisas<br />

mudaram, mas não conseguiu<br />

ficar rico.<br />

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Ademir Orfei<br />

Sábado, 17 de dezembro 2011 • Página 6<br />

De repente,<br />

um repente!<br />

O rEPENtE SE CArACtErIzA PELO ImPrOVISO. Os repentistas<br />

fazem os versos "de repente", em um desafio com outro cantador<br />

Tem que ter uma agilidade danada. A língua do cidadão<br />

tem que ser afiada. Porque senão, o repente não vai passar<br />

de uma piada. O fato é que tem que ser muito artista para<br />

fazer repente.<br />

no Brasil, a tradição medieval ibérica dos trovadores<br />

deu origem aos cantadores,<br />

os poetas populares que vão<br />

de região em região, com a<br />

viola nas costas, para cantar<br />

os seus versos. eles apareceram<br />

nas formas da trova<br />

gaúcha, do calango (Minas<br />

gerais), do cururu (São Paulo),<br />

do samba de roda (Rio<br />

de Janeiro) e, mais conhecidamente,<br />

do repente nordestino.<br />

O repente se caracteriza<br />

pelo improviso. Os repentistas<br />

fazem os versos "de repente",<br />

em um desafio com<br />

outro cantador. não importa<br />

a beleza da voz ou a afinação.<br />

O que vale mesmo é<br />

o ritmo e a agilidade mental<br />

que permita encurralar o<br />

oponente apenas com a força<br />

do discurso.<br />

A métrica do repente varia,<br />

bem como a organização dos versos. Outro elemento<br />

que depende muito do repentista e de suas influências é<br />

o instrumental desses improvisos. Daí, o gênero pode ser<br />

subdividido em embolada (na qual o cantador toca pandeiro<br />

ou ganzá), o aboio (apenas com a voz) e a cantoria de<br />

viola.<br />

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Cordéis cantados<br />

O repente se insere na tradição literária nordestina do<br />

cordel, de histórias contadas em caudalosos versos e publicadas<br />

em pequenos folhetos, que são vendidos nas feiras<br />

por seus próprios autores. Uma tradição que, por sinal,<br />

inspirou clássicos da literatura<br />

brasileira, como o Auto<br />

da Compadecida, de Ariano<br />

Suassuna, e Morte e Vida<br />

Severina, de João Cabral de<br />

Melo neto.<br />

O repente chegou no Sudeste<br />

em meados do século<br />

XX, junto com a migração de<br />

nordestinos para os grandes<br />

capitais. Chegou a São Paulo<br />

em 1946 com o alagoano<br />

guriatã de Coqueiro (Augusto<br />

Pereira da Silva) e, no<br />

Rio, instalou-se na Feira de<br />

São Cristóvão.<br />

O gênero influenciou<br />

a MPB, sendo usado em<br />

trabalhos de artistas tão diversos<br />

quanto o cantador<br />

elomar, o roqueiro Raul<br />

Seixas e o cantor paraibano<br />

Zé Ramalho. Subterraneamente,<br />

o repente tradicional,<br />

de violeiros-cantadores em duelo, sobreviveu graças a nomes<br />

como Oliveira das Panelas (vencedor, em 1997, do<br />

1º Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas), Mocinha<br />

da Passira, Valdir Teles, Lourinaldo Vitorino, Sebastião da<br />

Silva, Azulão, Miguel Bezerra, Otacílio Batista, Ivanildo Vila<br />

nova, Zé Cândido, ismael Pereira e natan Soares.<br />

Desejamos<br />

Boas festas e um<br />

Feliz 2012!<br />

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