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FRANÇA CELEBRA BRASIL - Vida Lusa

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18<br />

DESPORTO<br />

Esquiador português nas ruas a<br />

caminho das olimpíadas de 2006<br />

Danny Silva, 31 anos,<br />

é professor de línguas<br />

em Santarém<br />

e reside em Almeirim,<br />

concelho onde já<br />

ninguém estranha vê-lo<br />

percorrer quilómetros<br />

e quilómetros de alcatrão<br />

em cima de uns esquis dotados<br />

de rodas.<br />

No Campeonato do Mundo disputado em<br />

Oberstdorf, na Alemanha, Danny Silva<br />

conseguiu, literalmente sozinho, os<br />

mínimos para a participação nos Jogos Olímpicos<br />

de Inverno de Turim 2006, na competição<br />

de esqui de fundo (15 quilómetros).<br />

Este português nascido nos Estados Unidos,<br />

que saltou para as páginas dos jornais pela<br />

determinação com que encara a concretização<br />

de um sonho, ao ponto de admitir vender a<br />

casa e o carro para ir a Turim, só um mês antes<br />

dos Campeonatos do Mundo começou a ser<br />

acompanhado por um docente da Escola Superior<br />

de Desporto de Rio Maior.<br />

Até aí, programava os seus próprios treinos,<br />

que passam pelo triatlo (natação, atletismo e<br />

ciclismo), mas, essencialmente, pelo esqui no<br />

asfalto e nos areais do Tejo ou de uma praia.<br />

20 000 GRITARAM O SEU NOME<br />

Dada a ausência de neve para poder praticar,<br />

Danny equipou os seus esquis com rodas e<br />

com eles percorre as estradas do concelho de<br />

Almeirim (chegando a fazer 30 km num dia),<br />

ou, num outro estilo, vence a areia junto ao<br />

Tejo ou numa praia da costa mais próxima.<br />

Nos Mundiais ficou conhecido como o "one<br />

man show", por reunir todas as funções (técnico,<br />

atleta e seu próprio representante nas<br />

reuniões da organização), que habitualmente<br />

são distribuídas por uma equipa.<br />

A forma como encarou a<br />

participação e a sua grande<br />

determinação granjearam-lhe<br />

tantas simpatias<br />

que as 20 000 pessoas<br />

que assistiam às provas gritaram o seu nome,<br />

"como faziam com os campeões".<br />

"Foi impressionante", recorda. De tal forma que,<br />

fazendo jus ao espírito hospitaleiro dos portugueses,<br />

quando lhe deram o microfone para<br />

dizer algumas palavras à multidão que o aplaudiu,<br />

Danny não resistiu a convidá-los para o<br />

visitarem em Almeirim e aí provarem o bom<br />

vinho e a sopa da pedra da região.<br />

VENDER TUDO POR UM SONHO<br />

Danny não esquece também a entreajuda que<br />

encontrou no seio das outras equipas, referindo<br />

em particular o esqui "de prata" que lhe foi<br />

oferecido por uma atleta, que havia conquistado<br />

a medalha de prata nos Estados Unidos.<br />

Para já, foi animador o telefonema recebido<br />

da Federação Portuguesa de Esqui, que se disponibilizou<br />

para pagar a sua estada durante os<br />

Para poder treinar-se mesmo sem neve, Danny equipou<br />

os seus esquis com rodas e com eles percorre as estradas<br />

de Almeirim.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Lusa</strong> N°78

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