Exortação à Firmeza - Projeto Ryle
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observância do domingo, é profundamente lamentável. Posso apenas<br />
supor que o façam em ignorância. Se eles estudassem corações, consciências<br />
e sentimentos em leitos de morte tanto quanto estudam economia<br />
política, ou pedras, plantas, animais, geologia, astronomia, luz,<br />
e química, e os segredos da terra, do ar e do mar, creio que não agiriam<br />
como fazem. Lamento e oro por eles. “Não sabem o que fazem”.<br />
Mas como qualquer clérigo a serviço da Igreja da Inglaterra, que<br />
lê o Quarto Mandamento todo domingo para sua congregação, pode se<br />
prestar a auxiliar movimentos que, se bem sucedidos, infalivelmente<br />
evitam que o Dia do Descanso seja santificado, é um dos mistérios do<br />
século XIX que ultrapassam meu entendimento. Estou abismado,<br />
aturdido, pasmo, pesaroso e assombrado. Todo bem que o melhor dos<br />
clérigos faz neste mundo caído é pouco. Mas aquele que espera fazer<br />
qualquer bem ao introduzir o domingo dos [europeus] continentais em<br />
sua paróquia demonstra, a meu ver, enorme ignorância da natureza<br />
humana, não importa quão excelentes sejam as suas intenções. Está<br />
cortando fora sua mão direita e destruindo sua própria utilidade.<br />
Quaisquer que sejam os maus hábitos das classes trabalhadoras nas<br />
grandes paróquias, não serão vencidos organizando-se meios de se<br />
quebrar o Quarto Mandamento. Ora, nós chamaríamos de mau legislador<br />
o político que legalizasse os pequenos furtos para evitar assaltos;<br />
e eu chamo de insensato o clérigo que, de modo a prevenir a embriaguez<br />
e seus sucedâneos, esteja disposto a lançar fora o Dia do Descanso.<br />
É certo que sacrificar um mandamento de modo a prevenir a<br />
quebra de outro não é cristianismo, nem bom senso. É, na minha opinião,<br />
“fazer o mal esperando algum bem”.<br />
A melhor forma prática de resistir ao ataque feito ao Dia do Senhor<br />
no presente é fornecer <strong>à</strong>s classes trabalhadoras instrução clara e<br />
direta sobre o assunto, e abrir seus olhos a seu significado. Não me<br />
desculparei por instar meus irmãos de ministério a fazer isto incessantemente.<br />
Dizei <strong>à</strong>s classes trabalhadoras que não se ludibriem nem se iludam<br />
com aqueles que querem a santidade do Dia do Senhor mais publicamente<br />
invadida do que já é, embora se apresentem como seus<br />
“amigos”! Não importa quão bem intencionadas e eloquentes tais pessoas<br />
sejam, não são amigos verdadeiros. São, na verdade, seus piores<br />
inimigos. Estão adotando o caminho mais certo para lançar sobre eles<br />
seus fardos. Provavelmente não é sua intenção, mas na realidade estão<br />
lhes causando um dano cruel.<br />
Dizei aos trabalhadores que, se os domingos da Inglaterra se<br />
tornarem dias de lazer e diversão, logo se tornarão dias de trabalho e<br />
labor. Vão é supor que isso não acontecerá. Jamais se deu o contrário<br />
em outros países, e não seria diferente em nosso próprio país. Uma<br />
vez estabelecido que bibliotecas, galerias, aquários, museus e exposições<br />
abram aos domingos, a cunha já estará ao pé da porta. O inimigo<br />
W W W . P R O J E T O R Y L E . C O M . B R<br />
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