fernando pessoa - Planeta de Agostini
fernando pessoa - Planeta de Agostini
fernando pessoa - Planeta de Agostini
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Poesia 1926-1930<br />
Fernando Pessoa<br />
Nome <strong>de</strong> Guerra<br />
Almada Negreiros<br />
No plaino abandonado<br />
Que a morna brisa aquece,<br />
De balas traspassado –<br />
Duas, <strong>de</strong> lado a lado –,<br />
Jaz morto, e arrefece.<br />
………………………………………<br />
Lá longe, em casa, há a prece:<br />
«Que volte cedo, e bem!»<br />
(Malhas que o Império tece!)<br />
Jaz morto, e apodrece,<br />
O menino da sua mãe.<br />
Das duas uma: ou as <strong>pessoa</strong>s se fazem<br />
ao nome que lhes puseram no baptismo,<br />
ou ele tem <strong>de</strong> seu o bastante para marcar<br />
a cada um. Será impru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>duzir<br />
o nome próprio através das fisionomias<br />
ou dos caracteres: no entanto, uma vez<br />
conhecido o nome próprio <strong>de</strong> uma <strong>pessoa</strong>, ficamos<br />
logo convencidos <strong>de</strong> que este lhe assenta muito bem.<br />
Correspondência 1905-1915<br />
Fernando Pessoa<br />
Mau grado a alguma <strong>de</strong>pressão,<br />
constante <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que lá fora é guerra, tenho passado<br />
com razoável calma pela ilusão sucessiva dos dias.<br />
Nada tenho escrito que valha a pena mandar-lhe.<br />
Ricardo Reis<br />
e Álvaro futurista – silenciosos. Caeiro<br />
perpretador <strong>de</strong> algumas linhas que<br />
encontrarão talvez asilo num livro futuro.