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Capivaras do Lago Paranoá - Embrapa Recursos Genéticos e ...

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<strong>Capivaras</strong> <strong>do</strong> <strong>Lago</strong> <strong>Paranoá</strong><br />

A capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) é o maior roe<strong>do</strong>r vivente e parente<br />

próximo da paca, <strong>do</strong> mocó, da cutia, <strong>do</strong> preá e <strong>do</strong> porquinho-da-índia (Moreira,<br />

1995). Na maior parte <strong>do</strong> Brasil ela é conhecida como capivara, mas no Rio Grande<br />

<strong>do</strong> Sul é também chamada de carpincho ou capincho; no Pará, por cupi<strong>do</strong> ou<br />

beque; e, em Goiás, por cubu. Seu nome científico descreve o hábito semiaquático<br />

vin<strong>do</strong> das palavras gregas hydrochoerus, que significa “porco d’água”, e<br />

hydrochaeris, que significa “amante da água”. Apresenta nadadeiras entre os<br />

de<strong>do</strong>s das patas, o que a faz excelente nada<strong>do</strong>ra. Seu couro apresenta poucas<br />

glândulas de suor, o que faz necessário o uso da água para esfriá-la. Também<br />

utiliza a água como abrigo contra preda<strong>do</strong>res e para a cópula (Ojasti, 1973). Os<br />

machos apresentam uma glândula no topo <strong>do</strong> focinho, o que os diferencia das<br />

fêmeas. São mais ativas no final das tardes e à noite.<br />

A capivara é encontrada desde o Canal <strong>do</strong> Panamá até a foz <strong>do</strong> Rio da Prata. O<br />

único país da América <strong>do</strong> Sul que não possui capivaras é o Chile e ela não é<br />

encontrada em outros continentes. O habitat ideal para a capivara são os campos<br />

alagáveis, como os <strong>do</strong> Pantanal Mato-grossense, das várzeas da Bacia Amazônica<br />

e da região <strong>do</strong>s lagos gaúchos. Adapta-se bem às alterações <strong>do</strong> ambiente.<br />

O nome vulgar “capivara” vem <strong>do</strong> tupi kapi’wara, que significa “come<strong>do</strong>r de<br />

capim”. A capivara alimenta-se, principalmente, de capins, geralmente de áreas<br />

alagadas, mas também inclui em sua dieta aguapés, cascas de árvores, folhas de<br />

arbustos, brotos de gravatás, etc. (Alho et al., 1987 a). Ao contrário <strong>do</strong> boi, a<br />

capivara não é um ruminante. Apresenta a digestão <strong>do</strong> capim no ceco - uma<br />

câmara de fermentação localizada no intestino (Ojasti, 1973). Aproveita a proteína<br />

proveniente da fermentação microbiana, comen<strong>do</strong> suas próprias fezes nas<br />

primeiras horas da manhã (Moreira & Mac<strong>do</strong>nald, 1997). Pesa em torno de 45 kg<br />

aos <strong>do</strong>is anos de idade, mas podem ser encontradas capivaras na natureza com<br />

mais de 60 kg.<br />

Atinge a maturidade sexual aos 12 meses de idade (Lópes-Barbella, 1987). A<br />

fêmea encontra-se fértil por to<strong>do</strong> o ano, mas na Amazônia e no Cerra<strong>do</strong> a maioria<br />

<strong>do</strong>s nascimentos ocorre no início da estação das chuvas. No Pantanal Matogrossense,<br />

no início da estação seca (Alho et al., 1987 b; Schaller & Crawshaw<br />

1981; Moreira & Cunha 1998). Apresenta um tempo de gestação relativamente<br />

grande - cinco meses, e tem em média um parto por ano. Algumas fêmeas podem<br />

parir duas vezes no ano. Uma média de quatro filhotes nasce por ninhada, já com<br />

pêlos e dentes, aptos para andar e pastam com poucos dias (Lópes-Barbella,<br />

1987).<br />

As capivaras vivem em grupos familiares fecha<strong>do</strong>s de cinco a 14 adultos,<br />

geralmente compostos por um macho <strong>do</strong>minante, diversas fêmeas aparentadas e<br />

alguns outros machos. O macho <strong>do</strong>minante é responsável por 50% das cópulas e<br />

os outros machos, <strong>do</strong> restante. As fêmeas amamentam qualquer filhote de seu<br />

grupo (Herrera & Mac<strong>do</strong>nald, 1987). O território da capivara mede de 5 a 16 ha,<br />

onde há área de pastejo, de corpos d’água e de um abrigo seco (Herrera &<br />

Mac<strong>do</strong>nald, 1989). Durante a estação seca, diferentes grupos podem formar<br />

grandes aglomerações em torno <strong>do</strong> que resta <strong>do</strong>s corpos d’água (Azcárate, 1981;<br />

http://www.semarh.df.gov.br/site/cap05/07.htm (2 of 8) [29/07/04 15:22:18]

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