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Serviço Social, trabalho e políticas públicas: os desafios do presente

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<strong>Serviço</strong> <strong>Social</strong>, <strong>trabalho</strong> e <strong>políticas</strong> <strong>públicas</strong> 287<br />

cess<strong>os</strong> econômico-polític<strong>os</strong> e sócio-culturais das transformações contemporâneas<br />

e, se esses incidem junto ao mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, a categoria d<strong>os</strong> assistentes sociais<br />

deles não está isenta. As mudanças na esfera produtiva e estatal certamente irão<br />

influir na concepção, organização e gestão das <strong>políticas</strong> sociais. Sua incidência se<br />

fará sentir nas requisições e demandas próprias às particularidades que as expressões<br />

da questão social assumem hoje, como também em requeriment<strong>os</strong> relacionad<strong>os</strong><br />

à re-funcionalização de espaç<strong>os</strong> historicamente tradicionais.<br />

Tais questões serão retomadas no capítulo seguinte, em uma análise voltada<br />

para <strong>os</strong> process<strong>os</strong> de <strong>trabalho</strong> n<strong>os</strong> quais o assistente social se inserem, nas<br />

diferentes <strong>políticas</strong> <strong>públicas</strong>. Nesse último tópico <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> capítulo, <strong>os</strong> autores<br />

anunciam esta discussão, apresentan<strong>do</strong> <strong>os</strong> traç<strong>os</strong> constitutiv<strong>os</strong> das mudanças<br />

contemporâneas e como estes se relacionam, especificamente, ao merca<strong>do</strong> de<br />

<strong>trabalho</strong> d<strong>os</strong> assistentes sociais nas esferas estatal, empresarial e nas organizações<br />

<strong>do</strong> denomina<strong>do</strong> “terceiro setor”. Os process<strong>os</strong> de reestruturação da produção,<br />

contra-reforma <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, reformulação das ações empresariais, não apenas para<br />

o conjunto de seus empregad<strong>os</strong>, mas n<strong>os</strong> marc<strong>os</strong> da responsabilidade social corporativa<br />

ou empresarial, incidente para além d<strong>os</strong> mur<strong>os</strong> das empresas, estão <strong>presente</strong>s<br />

na configuração daquelas demandas e requisições.<br />

Como trabalha<strong>do</strong>res assalariad<strong>os</strong>, <strong>os</strong> assistentes sociais têm vivi<strong>do</strong> <strong>os</strong> mesm<strong>os</strong><br />

process<strong>os</strong> de precarização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>: experimentam “<strong>os</strong> limites históric<strong>os</strong><br />

p<strong>os</strong>t<strong>os</strong> para a classe trabalha<strong>do</strong>ra no marc<strong>os</strong> d<strong>os</strong> process<strong>os</strong> de subordinação <strong>do</strong><br />

<strong>trabalho</strong>”, ao tempo que também se vêem de frente “com as contradições que,<br />

historicamente, permeiam o <strong>trabalho</strong> profissional, como tensão entre projeto<br />

profissional e a condição de trabalha<strong>do</strong>r assalaria<strong>do</strong>”. (p. 117).<br />

Esse último capítulo é constituí<strong>do</strong> pela importante exp<strong>os</strong>ição <strong>do</strong> debate e polêmica<br />

sobre a apropriação marxista no âmbito <strong>do</strong> <strong>Serviço</strong> <strong>Social</strong>, apresentan<strong>do</strong> e trazen<strong>do</strong><br />

à luz e à discussão diferentes interpretações sobre o <strong>trabalho</strong> e suas análises contemporâneas.<br />

Destaca-se aí, em especial, o debate sobre as relações entre <strong>trabalho</strong> e <strong>Serviço</strong><br />

<strong>Social</strong>, trava<strong>do</strong>, principalmente por Sergio Lessa e Marilda Iamamoto, ressaltan<strong>do</strong>-se<br />

que amb<strong>os</strong> o fazem no campo <strong>do</strong> marxismo, apontan<strong>do</strong> para <strong>os</strong> dilemas <strong>do</strong> <strong>presente</strong>,<br />

que se colocam não apenas para <strong>os</strong> assistentes sociais, mas desafiam as abordagens<br />

analíticas críticas sobre o <strong>trabalho</strong> em suas metamorf<strong>os</strong>es contemporâneas.<br />

Como já foi reconheci<strong>do</strong> anteriormente, o texto de Ney e Mônica constitui<br />

contribuição importante, na medida em acrescenta reflexões e subsídi<strong>os</strong> de ordem<br />

teórico-meto<strong>do</strong>lógica ao problema central que <strong>os</strong> autores enfrentam: o de<br />

pg 283- 290<br />

O <strong>Social</strong> em Questão - Ano XV - nº 28 - 2012

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