Nº 53 - ABCD Maior
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VANESSA SELiCANi<br />
vanessa@abcdmaior.com.br<br />
<strong>ABCD</strong> MAIOR - Edição N o <strong>53</strong> - 1º de agosto de 2008 - Pág. 09<br />
Meninos em situação de rua<br />
ocupam 116 pontos na Região<br />
Levantamento mostra que maioria das crianças trabalha ou pede esmola perto dos shoppings e teatros<br />
O <strong>ABCD</strong> tem 116 pontos<br />
ocupados por meninos<br />
e meninas em situação<br />
de rua, a maioria, 32% deles,<br />
na cidade de Santo André. Os<br />
jovens se concentram, principalmente,<br />
em torno das linhas<br />
do trólebus e do trem.<br />
As áreas ocupadas por meninos<br />
em situação de rua chegam<br />
a representar 12% do<br />
território do <strong>ABCD</strong>. São 98,6<br />
quilômetros quadrados com<br />
a presença da atividade dessa<br />
população.<br />
A localização dos jovens é<br />
a primeira parte do “Projeto<br />
ABC Integrado”, um estudo<br />
realizado pela Fundação<br />
Projeto Travessia e a Cátedra<br />
Prefeito Celso Daniel de Gestão<br />
de Cidades, com o patrocínio<br />
da Fundação Telefônica<br />
e da Secretaria Especial dos<br />
Direitos Humanos, do governo<br />
federal.<br />
Os pontos foram coletados<br />
com informações dos<br />
conselhos tutelares, prefeituras<br />
e algumas ONGs (OrganizaçõesNão-Governamentais)<br />
que trabalham com a<br />
Número total de pontos:<br />
causa. Uma equipe do projeto<br />
foi aos locais indicados<br />
para conferir a presença de<br />
meninos em situação de rua.<br />
A segunda parte do “Projeto<br />
ABC Integrado” irá identificar<br />
o número de crianças e<br />
suas características. “Queremos<br />
saber de onde elas vêm,<br />
se moram realmente na cidade<br />
em que ficam. As políticas<br />
públicas precisam ser aplicadas<br />
nessas regiões onde<br />
as crianças moram”, ressaltou<br />
a coordenadora geral da<br />
Fundação Projeto Travessia,<br />
Lúcia Pinheiros.<br />
A coordenadora acredita<br />
que Santo André tem o maior<br />
número de pontos porque os<br />
jovens sabem que a cidade<br />
oferece mais assistência.<br />
Outro motivo seria o fato de<br />
a cidade fazer divisa com a<br />
maior parte dos municípios.<br />
“Essas são informações que<br />
teremos na segunda fase do<br />
projeto. Mas acredito que<br />
Santo André tem mais pontos<br />
porque a Prefeitura tem<br />
um serviço melhor”, explicou<br />
Lúcia. Já a Prefeitura da<br />
cidade discorda que tenha o<br />
maior número de pontos, o<br />
que deve ficar evidenciado,<br />
de acordo com a Administração,<br />
até o final da pesquisa<br />
(leia reportagem abaixo).<br />
A pesquisa deve ser finalizada<br />
até o final de outubro<br />
e será disponibilizada para<br />
criação de projetos aos órgãos<br />
públicos e entidades<br />
interessadas. “Sabemos que<br />
essa população é muito flexível,<br />
muda sempre de localização.<br />
Esperamos que, com<br />
o resultado das pesquisas,<br />
sejam implementadas futuras<br />
políticas públicas, para<br />
que a situação de rua não<br />
aumente cada dia mais”, dis-<br />
se o coordenador da Cátedra<br />
Prefeito Celso Daniel, Anderson<br />
Rafael Nascimento.<br />
Resultados<br />
A primeira parte da pesquisa<br />
mostra que os meninos<br />
e meninas em situação<br />
de rua preferem realizar suas<br />
Fotos: Luciano Vicioni<br />
Limpar vidros ou vender balas estão entre as atividades mais comuns realizadas por jovens e crianças na rua; estudo servirá de base para projetos<br />
Área ocupada por meninos<br />
em situação de risco:<br />
Santo André – 37 Santo André – 26 km²<br />
São Bernardo – 27 São Bernardo – 26,7 km²<br />
Diadema – 20 Diadema – 19,3 km²<br />
São Caetano – 19 São Caetano – 11 km²<br />
Mauá – 8 Mauá – 8,6 km²<br />
Ribeirão Pires – 3 Ribeirão Pires – 3,5 km²<br />
Rio Grande da Serra – 2 Rio Grande da Serra – 3,5 km²<br />
Cidades não têm programas específicos<br />
Mesmo com a localização<br />
de pontos com meninos em<br />
situação de rua nas sete cidades,<br />
apenas Santo André,<br />
Diadema e Mauá têm programas<br />
específicos para o problema.<br />
São Caetano, onde<br />
foram localizados 19 pontos,<br />
afirma que nenhum dos jovens<br />
é morador do município<br />
e por isso não tem programas<br />
específicos. “Temos<br />
meninos que vêm atraídos<br />
pelo desenvolvimento econômico.<br />
Pessoas que vendem<br />
balinhas, por exemplo,<br />
em áreas de maior fluxo”,<br />
explicou a diretora de Assistência<br />
Social e Cidadania da<br />
cidade, Lenice Maria Piloto.<br />
Santo André cuida dos<br />
meninos em situação de rua<br />
há dez anos, com o programa<br />
Andrezinho Cidadão. Do<br />
começo de ano até junho,<br />
foram realizados 1.432 atendimentos.<br />
O secretário de<br />
Inclusão Social, Ademar Carlos<br />
de Oliveira, acredita que o<br />
resultado preliminar da pesquisa<br />
mudará. “Temos o melhor<br />
diagnóstico dos pontos.<br />
Pode ser que não sejamos o<br />
município que possui maior<br />
número, até o estudo ser fi-<br />
nalizado”, ressaltou. Oliveira<br />
critica a doação de dinheiro<br />
em faróis. “É um suicídio<br />
coletivo, impulsionado pela<br />
moral cristã das pessoas”. A<br />
Prefeitura de Diadema trabalha<br />
com a questão por meio<br />
do projeto Meninos e Meninas<br />
de Rua, que realiza 190<br />
atendimentos por mês.<br />
Mauá possui o programa<br />
Bem Querer, um complemento<br />
ao Peti (Programa de<br />
Erradicação do Trabalho Infantil).<br />
As ações, em 2005,<br />
não eram suficiente para<br />
atender a todos os jovens<br />
em situação de rua. “Não<br />
temos meninos que moram<br />
na rua. Desde 2006 localizamos<br />
apenas três, que foram<br />
atendidos pelo conselho tutelar”,<br />
explicou a coordenadora<br />
do projeto, Maria Aparecida<br />
Resende.<br />
As prefeituras de São Bernardo,<br />
Ribeirão Pires e Rio<br />
Grande da Serra não responderam<br />
à solicitação da reportagem.<br />
(VS)<br />
Ao todo, crianças em situação de rua estão em quase 100 km² do <strong>ABCD</strong><br />
2ª a 6ª, das 18h30 às 19h<br />
atividades, como venda de<br />
doces, pedir esmolas ou limpar<br />
vidros, às sextas-feiras.<br />
Cerca de 47% dos pontos<br />
de atuação estão localizados<br />
próximos a cinemas, teatros<br />
e shoppings, onde há estrutura<br />
como banheiros e maior<br />
movimentação de pessoas.<br />
Grupo de economia discute<br />
realização de feira<br />
O subgrupo de economia<br />
solidária agendou reunião<br />
para o próximo dia 6, quarta-feira,<br />
às 15h30, na sede<br />
do Consórcio da Juventude,<br />
em Santo André, para<br />
debater proposta de organizar<br />
uma feira em novembro,<br />
dentro da programação da<br />
2 a Jornada. A idéia é ampliar<br />
a experiência da 1 a Jornada,<br />
estendendo a feira para outros<br />
segmentos da economia.<br />
A próxima reunião geral<br />
do grupo de economia ficou<br />
marcada para a quarta-feira,<br />
13/08, às 15h, também no<br />
Consórcio da Juventude.<br />
Outras reuniões preparatórias<br />
dentro dos outros dois<br />
eixos de debate da 2a Jornada,<br />
o eixo de Cidades e o de<br />
Educação, também foram<br />
realizadas no decorrer da semana.<br />
No segmento de cul-<br />
Participantes da 2ª Jornada, em reunião no Consórcio da Juventude<br />
tura, foram definidos os eixos<br />
norteadores das propostas,<br />
em torno dos conceitos<br />
de diversidade, centralidade<br />
e participação. Também se<br />
consolidou a agenda de reuniões<br />
do subgrupo em torno<br />
das próximas cinco quartasfeiras<br />
(6, 13, 20, 27 e 3/09),<br />
sempre as 18h30, e sempre<br />
no Consórcio.<br />
Outro sub-eixo, o da<br />
educação profissional,<br />
também tem agenda de<br />
reuniões definida: 14/08,<br />
28/08 e 11/09, sempre<br />
às 9h, mas em locais diferentes.<br />
A comissão organizadora<br />
da 2 a Jornada<br />
também tem nova reunião<br />
agendada para a próxima<br />
terça-feira, 18h.<br />
Todas as informações e<br />
dúvidas sobre o evento estão<br />
sendo centralizadas através<br />
do e-mail do Consórcio<br />
da Juventude: consorcioabc@coopervolks.com.br.<br />
A entidade funciona dentro<br />
da Coopervolks, em Santo<br />
André, na rua Coronel SEA-<br />
BRA, 321, Vila Alzira.