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III. O FIM Da INOCêNCIa<br />
44 Grupo dos Forcados Amadores de Moura<br />
Mas este núcleo original do GFAM, apesar dos seus laços de sólida camaradagem, estava prestes<br />
a desmembrar-se. Os bons tempos da adolescência, idade de ouro que vai e não volta, tinham<br />
terminado. Chegara a altura em que as contingências da vida traçam caminhos diferentes para<br />
cada um, e às brincadeiras despreocupadas se sucedem as responsabilidades profissionais.<br />
Tó Maria, Chico e João Luís Garcia vão estudar para Lisboa, assim <strong>com</strong>o Luís Alberto Lança. Jorge<br />
Dias vai para Santarém, Blico para Coimbra, Zé Manuel Diário para Vila Franca e João Costa para Beja.<br />
Carlos Lacerda, seu irmão Toninho, Chico Canudo, Zé Fernando e Zé Quim ingressam na Escola de Regentes<br />
Agrícolas de Évora. Jarengo, um caso à parte, decidiu ir de férias para o Algarve, dizendo que voltaria<br />
«quando estivesse ‘teso’». Ao que Zé Manuel Diário replicou: «Teso? Teso já ele foi…» Só regressaria<br />
quatro anos depois, em 1976, após umas «férias» muito mais longas que o previsto…<br />
O vazio deixado por tão valiosos elementos afetou a moral coletiva. O sonho de construírem um<br />
grupo de forcados revelava-se muito mais duro e difícil do que a ingenuidade dos tempos iniciais<br />
fazia supor. Não bastava a afición, o pelo na venta, as ganas de se porem diante de novilhos e toiros;<br />
era preciso também uma organização e uma logística que eles desconheciam.<br />
Grupo dos Forcados Amadores de Moura 45<br />
Safara, 1973: João Luís<br />
Garcia firme a rabejar<br />
Chico Garcia, cabo entre<br />
1973 e 1974.