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O Sonho da Mulher de Pilatos - Projeto Spurgeon

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a culpa é covar<strong>de</strong>. Os velhos pecados <strong>de</strong> <strong>Pilatos</strong> o encontraram e o<br />

<strong>de</strong>bilitaram diante <strong>da</strong> presença <strong>da</strong> infame turba, que <strong>de</strong> outra forma teria<br />

sido <strong>de</strong>ixa<strong>da</strong> fora do pretório. <strong>Pilatos</strong> tinha o po<strong>de</strong>r necessário para ter-lhes<br />

silenciado, mas carecia <strong>da</strong> suficiente <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> caráter para acabar com a<br />

disputa: o po<strong>de</strong>r havia abandonado sua mente porque ele sabia que sua<br />

conduta não suportaria um inquérito, e temia per<strong>de</strong>r seu cargo[7], que<br />

sustentava somente olhando para seus próprios fins.<br />

Vejam lá, lamentavelmente essa <strong>de</strong>preciativa, porem vacilante criatura,<br />

titubeando na presença <strong>de</strong> homens que eram mais perversos que ele mesmo<br />

e mais <strong>de</strong>cididos em seu propósito. A feroz <strong>de</strong>terminação dos malvados<br />

sacerdotes provocou que, por uma política in<strong>de</strong>cisa, <strong>Pilatos</strong> se acorva<strong>da</strong>sse<br />

em sua presença, e fosse levado a fazer o que satisfatoriamente teria<br />

evitado.<br />

O comportamento e as palavras <strong>de</strong> Jesus tinham impressionado a <strong>Pilatos</strong>.<br />

Digo o comportamento <strong>de</strong> Jesus, pois sua mansidão sem par <strong>de</strong>ve ter<br />

impactado o governador como algo muito incomum em um prisioneiro. Ele<br />

havia visto em muitos ju<strong>de</strong>us capturados o feroz valor do fanatismo; mas<br />

em Cristo não existia nenhum fanatismo. <strong>Pilatos</strong> tinha visto também em<br />

muitos prisioneiros a baixeza que diria qualquer coisa para escarpar <strong>da</strong><br />

morte – mas não viu na<strong>da</strong> disso em nosso Senhor. Viu nele uma docili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e humil<strong>da</strong><strong>de</strong> incomuns, combina<strong>da</strong>s com uma digni<strong>da</strong><strong>de</strong> majestosa.<br />

Contemplou uma submissão mistura<strong>da</strong> com a inocência. Isso fez com que<br />

<strong>Pilatos</strong> sentisse qual terrível era a bon<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

<strong>Pilatos</strong> estava impressionado – não podia evitar estar impressionado – com<br />

esse singular ser sofredor. Além disso, nosso Senhor tinha <strong>da</strong>do o<br />

testemunho <strong>de</strong> uma boa confissão diante <strong>de</strong> <strong>Pilatos</strong> – vocês lembram como<br />

a consi<strong>de</strong>ramos noutro dia – e ain<strong>da</strong> que <strong>Pilatos</strong> tenha <strong>de</strong>sprezado esse<br />

testemunho com a petulante pergunta ―o que é a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>?‖, e tenha<br />

regressado ao pretório, restou uma flecha crava<strong>da</strong> em seu interior que não<br />

podia extirpar. Po<strong>de</strong>ria ter sido principalmente uma superstição – mas<br />

sentia um temor por alguém <strong>de</strong> quem suspeitava medianamente que se<br />

tratava <strong>de</strong> uma extraordinária personagem. <strong>Pilatos</strong> sentia que ele mesmo<br />

estava posto em uma incomum posição, ao pedirem que con<strong>de</strong>nasse alguém<br />

a quem sabia perfeitamente que era inocente. Seu <strong>de</strong>ver era muito claro -<br />

não po<strong>de</strong>ria abrigar nenhuma dúvi<strong>da</strong> a respeito – mas o <strong>de</strong>ver não era na<strong>da</strong><br />

para <strong>Pilatos</strong> comparado com seus próprios interesses. Ele perdoaria a vi<strong>da</strong><br />

do Justo se tivesse possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer sem comprometer-se, mas seus<br />

covar<strong>de</strong>s temores o rebaixaram a <strong>de</strong>rramar sangue inocente.

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