1 A POLÍTICA E O OLIMPISMO Francisco Carlos Lemes ... - grupo mel

prejuízo de 1 bilhão de dólares que teve a organização do evento, causada por problemas
trabalhistas internos acontecidos no Canadá durante a construção do Complexo Olímpico. Os
dramáticos acontecimentos de Munique fizeram com que 15.000 pessoas fossem mobilizadas
para garantir a segurança dos Jogos.
Sem problemas de dinheiro, Moscou se preparou para as Olimpíadas de 1980, o governo
bancou todas as despesas. A organização Russa dos jogos foi boicotada pelo Estados Unidos
e alguns dos seus aliados. Os Jogos reuniram 5.163 atletas de 81 paises sentiu falta de muitas
estrelas das pistas, piscinas e ginásios, e foi consolidado o uso das Olimpíadas como arma
política das grandes potências. Apesar do boicote político, as grandes patrocinadoras dos
jogos de Moscou, a Kodak de Rochester, a Coca Cola de Atlanta e a alemã Adidas não foram
molestadas comercialmente por seus países como foram pressionados seus atletas, chegando
o governo americano ameaçar caçar os passaportes dos atletas dispostos a irem aos Jogos.
Os países europeus apoiaram o boicote, mas deixaram a decisão de participar ou não dos
Jogos para os próprios atletas, a maioria decidiu participar.
De volta a Los Angeles em 1984, 7.078 atletas de 141 países, desfilaram pelas pistas e
estádios em busca de resultados e fama, os Jogos davam adeus ao amadorismo. A
organização empresarial mostrava sua força. A organização privada e original da cidade
americana triunfou. Estádios lotados bem ao estilo americano ignorou as ausências provocadas
por mais um boicote, desta vez promovido pela URSS e alguns de seus aliados, alegando falta
de segurança para seus atletas, não passava de um “olho por olho”.
Novamente no Oriente, Seul em 1988, 9.321 atletas de 159 países participaram dos Jogos
procurando seus melhores resultados em uma Olimpíada que teve uma grande organização.
Mas o que passou para a história foram também os grandes escândalos ocasionados pelo
“doping” descoberto em alguns atletas principalmente no escândalo de Ben Johnson. A fase de
distensão da política mundial permitiu que o COI respirasse pois a Guerra Fria começava a
ceder lugar para a nova ordem mundial e a era dos boicotes poderia estar chegando ao fim,
pois apenas Cuba, Etiópia, Nicarágua e Albânia se solidarizaram com a comunista Coréia do
Norte, que desde a escolha da Coréia do Sul exercia todo os tipos de pressões para ter a
exclusividade na organização dos Jogos.
O êxito de Barcelona, em 1992, nos XXV Jogos Olímpicos que reuniram 10.557 atletas de 171
paises marcou o fim definitivo do amadorismo. A Olimpíada se consolida como um grande
negócio, foram os Jogos das surpresas, grandes afirmações e outros tantos fracassos. E o fim
do amadorismo Olímpico esteve espelhado e confirmado com o “Dream Team” do basquete
americano. O joguete político que os grandes líderes mundiais tinham feito das Olimpíadas,
pensando apenas em seus interesses, teve seu final com o fim da guerra fria, a “perestroika”
soviética e a queda do muro de Berlim combinada com a queda dos regimes comunista do
leste europeu criaram a nova ordem mundial e os jogos triunfaram absolutos.
Cem anos de Olimpíada, os XXVI Jogos vieram para Atlanta e 10.500 atletas dos 197 paises
inscritos no COI se prepararam para disputarem a Olimpíada que era para ser perfeita,
profissional e lucrativa. Mais uma vez a capacidade americana de usar o modelo privado de
organização e patrocínio possibilita uma Olimpíada com lucro antes de seu início. O
profissionalismo Olímpico esta em seu auge e os melhores atletas do mundo se reuniram em
Atlanta para tentar escrever seu nome junto aos que fizeram estes cem anos de história
Olímpica.
Sydney/2000 foi Olimpíada do profissionalismo, da tecnologia e da preservação da natureza. A
Olimpíada mais uma vez do outro lado do mundo, onde a mídia nos mantinha acordado as
noites inteiras e sonolentos o dia todo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mais uma Olimpíada marcada por um mundo agitado, não tanto pela guerra fria que tanto
influenciou outras Olimpíadas, mas por um mundo febril de guerras étnicas, que mesmo assim
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