Os Quatro de Bagé - da MAya Espaço Cultural
Os Quatro de Bagé - da MAya Espaço Cultural
Os Quatro de Bagé - da MAya Espaço Cultural
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Os</strong> <strong>Quatro</strong> <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
<strong>Os</strong> “guris <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>”<br />
Glauco, Scliar,<br />
Danúbio e Glênio.<br />
Revista Aplauso-Ano 9<br />
2006
Glauco, Glênio, Danúbio e Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
UNIVERSIDADE DA REGIÃO DA CAMPANHA<br />
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO COMUNICAÇÃO E ARTES<br />
CURSO DE EDUCAÇÂO ARTÍSTICA - ARTES PLÁSTICAS<br />
PROJETO DE PESQUISA:<br />
INVENTARIANDO O PATRIMÔNIO ARTISTICO-CULTURAL<br />
DA REGIÃO DA CAMPANHA<br />
Coor<strong>de</strong>nadores:<br />
Carmen Barros<br />
Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Henriques<br />
Aluna Pesquisadora:<br />
Clélia Camargo<br />
<strong>Bagé</strong>, novembro <strong>de</strong> 2008
Grupo <strong>da</strong> Gravura <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Diálogos para<br />
colher histórias
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
“ A goiva cortando os veios <strong>da</strong> ma<strong>de</strong>ira e abrindo as luzes;<br />
o cheiro <strong>de</strong> mel, <strong>da</strong> cera <strong>de</strong> abelha nos vernizes <strong>da</strong><br />
calcografia; a pedra milenar bebendo água e guar<strong>da</strong>ndo em<br />
sua memória antiga, traços <strong>de</strong> gordura recente, que ela<br />
<strong>de</strong>volve como litografia; o som <strong>da</strong> tinta sendo espalha<strong>da</strong> com<br />
um rolo sobre a pedra lisa; a surpresa <strong>da</strong> imagem surgindo<br />
lentamente quando na prensa se levanta o papel; o prazer<br />
tátil tanto para a mão como para o olho, no relevo <strong>de</strong> uma<br />
gravura”.<br />
Wilson Cavalcante, Artista Plástico e Professor do Atelier Livre<br />
<strong>da</strong> PMPA (Pref. Munic. De Porto Alegre)
Gravura<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Gravura é a técnica em que um artista utiliza uma matriz para<br />
construir uma imagem a partir <strong>de</strong> incisões, corrosões e talhos,<br />
realizados com instrumentos e materiais especiais para <strong>de</strong>pois<br />
transferi-la para o papel.<br />
De um modo geral, chama-se gravura o múltiplo <strong>de</strong>ssa obra,<br />
reproduzi<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> matriz. Esta reprodução é numera<strong>da</strong> e<br />
assina<strong>da</strong> uma a uma, compondo <strong>de</strong>sta forma uma edição restrita.
Gravura<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Em função <strong>da</strong> técnica e do material empregados, a gravura<br />
recebe uma classificação específica:<br />
Xilogravura – matriz ma<strong>de</strong>ira. <strong>Os</strong> cortes proporcionam os brancos A<br />
superficie é entinta<strong>da</strong> com um rolo e, com isso, essas partes intoca<strong>da</strong>s<br />
proporcionam a cor <strong>da</strong> gravura.<br />
Litografia – matriz pedra calcárea. Aqui não ocorre a incisão, o <strong>de</strong>senho é<br />
feito com lápis, ou com um bastão gorduroso, na pedra ou chapa.<br />
Linóleogravura, linogravura - matriz linóleo. Material sintético usado<br />
para se fazer pisos. Quando o linóleo é cortado, são os cortes que<br />
produzem o branco na impressão sobre o papel.<br />
gravura em metal ou calcografia - matriz (em geral) cobre, latão ou<br />
zinco. A estampa aparece como resultado <strong>da</strong> tinta <strong>de</strong>posita<strong>da</strong> no interior<br />
dos sulcos do metal, enquanto a superfície se mantém branca<br />
Serigrafia – matriz tela <strong>de</strong> se<strong>da</strong> ou nylon. Técnica <strong>de</strong> impressão vaza<strong>da</strong>.<br />
Em um bastidor, com se<strong>da</strong> ou nylon esticados, são isola<strong>da</strong>s as partes que<br />
não vão ser impressas.
Tiragem ou edição<br />
<strong>de</strong> uma gravura<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Uma gravura é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> original quando é assina<strong>da</strong> e numera<strong>da</strong> pelo<br />
artista <strong>de</strong>ntro dos conceitos estabelecidos internacionalmente, segundo os<br />
quais, o artista trabalha a matriz <strong>de</strong> metal, pedra, ma<strong>de</strong>ira ou se<strong>da</strong> com o<br />
propósito <strong>de</strong> reproduzir a imagem cria<strong>da</strong> em tiragem <strong>de</strong> exemplares idênticos,<br />
cuja impressão é feita diretamente <strong>da</strong> matriz, pelo artista ou por impressor<br />
especializado. Após aprovar uma gravura o artista tira várias provas que são<br />
chama<strong>da</strong>s P.A. ( prova do artista ). Ao chegar ao resultado <strong>de</strong>sejado é feita uma<br />
cópia " bonne à tirer " (boa para imprimir B.P.I. ) O artista então, assina a lápis,<br />
coloca a <strong>da</strong>ta, o título <strong>da</strong> obra e numera a série . Fin<strong>da</strong> a edição, a matriz <strong>de</strong>ve<br />
ser <strong>de</strong>struí<strong>da</strong> ou inutiliza<strong>da</strong> . Ao exemplar <strong>de</strong> tiragem obe<strong>de</strong>cendo estes<br />
requisitos dá-se o nome <strong>de</strong> GRAVURA ORIGINAL. Ca<strong>da</strong> imagem impressa é um<br />
exemplar original <strong>de</strong> gravura e o conjunto <strong>de</strong>stes exemplares é <strong>de</strong>nominado<br />
tiragem ou edição. Em uma tiragem <strong>de</strong> 100 gravuras , as obras são numera<strong>da</strong>s<br />
em frações : 1/100, 2/100 etc.
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
1948
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
<strong>Os</strong> “guris <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>”<br />
Glauco, Scliar,<br />
Danúbio e Glênio.<br />
Revista Aplauso-Ano 9<br />
2006
Glauco, Glênio, Danúbio e Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
De início surgido na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>, o grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>, era<br />
formado por escritores, poetas e músicos que buscavam conhecimentos<br />
técnicos, teóricos e também culturais, numa tentativa <strong>de</strong> atualização <strong>da</strong><br />
arte gaúcha, tendo como estímulo a obra poética <strong>de</strong> Pedro Wayne.
A formação do Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Por volta <strong>de</strong> 1945, Glauco com 16 anos e Glênio com 17 anos, começam<br />
a pintar , Glênio conseguiu tintas a óleo e foi com elas que Glauco pintou seu<br />
primeiro quadro: “moinho ao pôr–do-sol.”<br />
Longe <strong>da</strong>li, o pintor José Moraes ganha um prêmio <strong>de</strong> viagem no país, e<br />
vem para <strong>Bagé</strong>, terra <strong>de</strong> uma parenta <strong>de</strong> sua esposa, a viúva Stechman, a<br />
qual também era tia <strong>de</strong> Carlos Scliar, que passava as férias na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, na<br />
chácara <strong>da</strong> tia.<br />
Na casa do escritor Pedro Wayne, gran<strong>de</strong> nome cultural <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> na<br />
época, José Moraes <strong>de</strong>scobre os jovens Glauco e Glênio interessados em<br />
arte e para eles ministra aulas pintura a óleo. E neles faz influenciar a arte<br />
mo<strong>de</strong>rna européia relativa às primeiras déca<strong>da</strong>s do século xx.<br />
Antes <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> <strong>de</strong> José Moraes, ain<strong>da</strong> em 1945, reunia-se com o<br />
Grupo o artista gaúcho Carlos Scliar. Em 1948 Aglutina-se ao grupo Danúbio<br />
Gonçalves, que já havia exposto em <strong>Bagé</strong> em 1944, com temática social,<br />
estu<strong>da</strong>va no Rio <strong>de</strong> Janeiro e já viajara para a Europa. Como primeira atitu<strong>de</strong>,<br />
o grupo monta um ateliê coletivo <strong>de</strong> artes plásticas, <strong>da</strong>ndo ênfase a pintura.<br />
Formava-se o grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>, cujo ateliê, no início, foi instalado na<br />
chácara <strong>da</strong> viúva Stechmann, mais tar<strong>de</strong> transferido para a residência <strong>de</strong><br />
Ernesto Dutra <strong>da</strong> Costa, após numa casa no começo <strong>da</strong> rua sete <strong>de</strong> setembro<br />
e por último no quinto an<strong>da</strong>r <strong>de</strong> um edifício na praça Silveira Martins.
O moinho ao pôr-do-sol, 1945<br />
Óleo sobre tela, 40x50<br />
Glauco Rodrigues<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glauco Rodrigues:<br />
“ Naquela época não havia<br />
na<strong>da</strong> em <strong>Bagé</strong> em matéria<br />
<strong>de</strong> arte, à exceção <strong>de</strong> uns<br />
raros livros <strong>de</strong> poetas<br />
mo<strong>de</strong>rnos.<br />
Nós copiávamos folhinhas.<br />
O clima do ambiente local<br />
era bem <strong>de</strong> pleno século<br />
XIX.”
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Pedro Wayne<br />
Carente <strong>de</strong> informações sobre arte, os<br />
bajeenses encontraram no escritor Pedro<br />
Wayne seu mentor intelectual.<br />
“Ele era amigo pessoal dos mo<strong>de</strong>rnistas <strong>Os</strong>wald e Mário<br />
<strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e Menotti Del Picchia. O que sabia <strong>de</strong> pintura e o<br />
que aprendia com esses intelectuais, transmitia-nos com<br />
gosto. Foi nosso gran<strong>de</strong> orientador”<br />
Glênio Bianchetti.
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
José Moraes<br />
Artista plástico <strong>de</strong> renome e consciência<br />
<strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> social que em 1946 vem<br />
para <strong>Bagé</strong> como resultado do Prêmio <strong>de</strong><br />
Viagem do Salão Nacional <strong>de</strong> Belas Artes do<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
“Esteve conosco por quase um ano e nos ensinou muito.”<br />
Glauco Rodrigues.
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Carlos Scliar<br />
Personali<strong>da</strong><strong>de</strong> que na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 40,<br />
expressa seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> participar <strong>da</strong><br />
vi<strong>da</strong> social do país. Sua atuação se dá<br />
na motivação dos <strong>de</strong>mais artistas nessa<br />
participação.<br />
“Naquela época não havia na<strong>da</strong> em <strong>Bagé</strong> em matéria <strong>de</strong> arte, à<br />
exceção <strong>de</strong> uns raros livros <strong>de</strong> poetas mo<strong>de</strong>rnos. Nós copiávamos<br />
folhinhas. Até que um dia <strong>de</strong>scobrimos Segall numa revista<br />
acadêmica. Mas o clima do ambiente local era bem <strong>de</strong> pleno século<br />
XIX. Apareceu então, Carlos Scliar, voltando <strong>da</strong> guerra e fazendo<br />
conferências, explicando o que realmente era arte mo<strong>de</strong>rna. Foi uma<br />
gran<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>.” Glauco Rodrigues
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glênio Bianchetti<br />
„„Comecei a gravar em 1950,<br />
quando conheci o Scliar. Ele veio<br />
<strong>da</strong> Europa e trouxe as ilustrações<br />
<strong>de</strong> O caminho <strong>da</strong> fome, que fez<br />
com Jorge Amado. Aí pegou a<br />
febre <strong>da</strong> gravura e todo mundo<br />
começou a fazer‟‟.<br />
:
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
A primeira mostra do Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Local: Galeria do Auditório Cal<strong>da</strong>s Junior do Correio do Povo<br />
em Porto Alegre<br />
Data: outubro <strong>de</strong> 1948<br />
“Batismo”<br />
É nesta ocasião que o crítico <strong>de</strong> arte Clóvis Assunção <strong>de</strong>nomina<br />
os jovens artistas <strong>de</strong> “Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>”.
Glênio Bianchetti (<strong>Bagé</strong>, 1928)<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glauco Rodrigues (1929, <strong>Bagé</strong>, RS - 2004, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ)<br />
Carlos Scliar (1920, Santa Maria,RS - 2001, Rio <strong>de</strong> Janeiro)<br />
Danúbio Gonçalves (<strong>Bagé</strong>, 1925)
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glauco Rodrigues<br />
“ Eu me reunia com os meus amigos<br />
para pintar. No verão, não tinha na<strong>da</strong><br />
para fazer, não tinha assunto, no<br />
inverno, fazia muito frio. Então a gente<br />
pintava. Dessa turma, faziam parte:<br />
Glênio Bianchetti, Demi Bonorino e<br />
Danúbio Gonçalves. A namora<strong>da</strong> do<br />
Glênio estu<strong>da</strong>va no colégio <strong>de</strong> freiras e<br />
elas ensinavam as meninas a pintarem.<br />
Então, ela passou esses conhecimentos<br />
para o Glênio, e ele ensinou todo mundo.<br />
Nós não sabíamos as técnicas. Eu<br />
tive um amigo que tentou <strong>da</strong>r umas aulas<br />
para o pessoal. Ele era mais velho.<br />
Achou que iríamos enten<strong>de</strong>r, mas, não.<br />
Começamos a ficar assustados quando<br />
ele falou sobre cores quentes, frias, isso<br />
tudo. A gente não sabia na<strong>da</strong>.”
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glauco Rodrigues<br />
“...Pintávamos paisagens.<br />
Pintávamos ao ar livre, com a<br />
paisagem na frente. O inverno,<br />
em <strong>Bagé</strong>, era um gelo. Nós não<br />
sentíamos frio, íamos para os<br />
lugares e pintávamos a<br />
natureza.”
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Danúbio Gonçalves<br />
“Tínhamos afini<strong>da</strong><strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológica e<br />
praticávamos o exercício<br />
indispensável ao aprendizado.<br />
“Quando perguntaram a Cèzanne o<br />
que precisava ser um pintor, ele<br />
respon<strong>de</strong>u: primeiro <strong>de</strong>senhar,<br />
segundo <strong>de</strong>senhar e terceiro<br />
<strong>de</strong>senhar. “
A dispersão do Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
A primeira etapa do Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong> vai até 1949 e termina pela<br />
dispersão <strong>de</strong> seus membros. Danúbio volta à Europa, on<strong>de</strong><br />
encontra-se com Scliar. Voltam ao Brasil em 1950 com novos<br />
conceitos e planos para as arte gaúchas.<br />
Glauco que havia partido para Porto Alegre em busca um<br />
aprendizado com maior disciplina na Escola <strong>de</strong> Belas Artes, volta<br />
para <strong>Bagé</strong> e reencontra Danúbio, retornando <strong>da</strong> vivência européia<br />
<strong>de</strong> pós-guerra, do Congresso <strong>de</strong> Wroclaw. Danúbio alerta para<br />
preocupação social, já enfatiza<strong>da</strong> por José Moraes. Retomam o<br />
trabalho em conjunto e começam tudo outra vez, organizam uma<br />
revista e um novo ateliê, on<strong>de</strong> Glauco faz incursões pelo<br />
abstracionismo ao mesmo tempo que Glênio era expressionista e<br />
Danúbio conserva-se fiel aos figurativos.<br />
Daí a organizar o Clube <strong>de</strong> Gravura <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong> foi um passo.
<strong>Os</strong> Clubes <strong>de</strong> Gravura<br />
<strong>Bagé</strong><br />
Porto Alegre<br />
1950 / 1955<br />
A arte engaja<strong>da</strong> a serviço <strong>da</strong> Paz
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
<strong>Os</strong> “guris <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>”<br />
Glauco, Scliar,<br />
Danúbio e Glênio.<br />
Revista Aplauso-Ano 9<br />
2006
Glauco, Glênio, Danúbio e Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
No início do ano <strong>de</strong> 1951, Vasco<br />
Prado e Carlos Scliar, fun<strong>da</strong>ram, em<br />
Porto Alegre, o Clube <strong>de</strong> Gravura, com<br />
o objetivo <strong>de</strong> obter recursos para<br />
financiar a publicação <strong>da</strong> revista<br />
Horizonte, periódico ligado ao Partido<br />
Comunista do Brasil, e utilizado como<br />
instrumento <strong>de</strong> divulgação <strong>da</strong>s idéias<br />
vincula<strong>da</strong>s ao movimento mundial pela<br />
paz, organizado em 1949 .<br />
Encontrei em Porto Alegre um maravilhoso grupo <strong>de</strong><br />
companheiros que cogitava criar uma revista <strong>de</strong> cultura.<br />
Conversando com Vasco Prado bolamos a criação <strong>da</strong><br />
Associação dos Amigos <strong>da</strong> Gravura, que seria a forma <strong>de</strong><br />
conseguir o dinheiro necessário para a impressão <strong>da</strong> revista.<br />
Carlos Scliar
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Aos fun<strong>da</strong>dores do Clube <strong>de</strong> Gravura<br />
<strong>de</strong> Porto Alegre logo se associaram Glênio<br />
Bianchetti, Glauco Rodrigues e Danubio<br />
Gonçalves, entre outros.<br />
Juntos, faziam uma abor<strong>da</strong>gem social<br />
<strong>da</strong> gravura seguindo os princípios do<br />
Realismo Social, com obras figurativas <strong>de</strong><br />
imediata i<strong>de</strong>ntificação com o universo <strong>da</strong>s<br />
classes mais baixas, mas não <strong>de</strong>scuravam<br />
as quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s puramente estéticas <strong>de</strong>sta<br />
produção engaja<strong>da</strong>.<br />
Realismo Socialista: estilo artístico aprovado pelo regime comunista <strong>da</strong> ex-URSS, por ocasião do<br />
1º Congresso <strong>de</strong> Escritores Soviéticos, em 1934 . Arte "proletária e progressista", empenha<strong>da</strong><br />
politicamente, envolvi<strong>da</strong> com os temas nacionais e com as questões do povo russo, esta é a aspiração<br />
<strong>da</strong> tendência artística. "realista na forma" e "socialista no conteúdo”.<br />
No Clube <strong>de</strong> Gravura porém acontecia um Realismo Regionalista Social, que mostrava os anseios<br />
políticos e estéticos do Clube, mas sem exigir que o trabalho do artista ficasse totalmente direcionado e<br />
enquadrado a ação política <strong>de</strong> um partido.
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
A Fun<strong>da</strong>ção do Clube <strong>de</strong> Gravura <strong>de</strong><br />
Porto Alegre<br />
No ano <strong>de</strong> 1948, Carlos Scliar e Vasco<br />
Prado conheceram o gravurista Leopoldo<br />
Men<strong>de</strong>z, diretor do “Taller <strong>da</strong> Gráfica<br />
Popular do México”, na Polônia, por ocasião<br />
do Congresso Mundial <strong>de</strong> Intelectuais em<br />
Defesa <strong>da</strong> Paz, e <strong>de</strong>pois novamente em<br />
Paris, ao voltarem para o Brasil, iniciaram<br />
um projeto semelhante, ao qual logo se<br />
associaram Glênio Bianchetti, Glauco<br />
Rodrigues e Danúbio Gonçalves.<br />
O Clube <strong>de</strong> Gravura teve como fonte <strong>de</strong> referência o TGP (Taller <strong>da</strong><br />
Gráfica Popular) , do México, criado em 1937.
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
“O Rio, em 1950, e também São<br />
Paulo, estavam, no setor artístico, em<br />
plena agitação. Tudo girava em torno<br />
<strong>da</strong> criação <strong>de</strong> Museus <strong>de</strong> Arte, um no<br />
Rio e três em São Paulo, <strong>de</strong>cidi me<br />
enfurnar no Sul, em Porto Alegre.<br />
Comuniquei o Partido (Partido<br />
Comunista Brasileiro) e <strong>de</strong>ram-me a<br />
incumbência <strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r os<br />
companheiros do Movimento <strong>da</strong> Paz,<br />
passando-lhes minha experiência na<br />
Europa. Encontrei em Porto Alegre um<br />
maravilhoso grupo <strong>de</strong> companheiros<br />
que cogitava criar uma revista <strong>de</strong><br />
cultura que seria a Horizonte”.<br />
Carlos Scliar
A Revista Horizonte<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Em consequência <strong>da</strong><br />
Revista Horizonte,<br />
nasceriam os Clubes<br />
<strong>de</strong> Gravura, cujo<br />
objetivo era levantar<br />
recursos para a<br />
sustentação <strong>da</strong><br />
publicação. Assim<br />
conseguimos a<br />
colaboração <strong>de</strong> 100<br />
associados, em sua<br />
maioria profissionais<br />
liberais que, mediante<br />
uma contribuição<br />
mensal, auxiliavam<br />
nos custos <strong>da</strong> revista,<br />
que circulava as idéias do grupo, enfatizando em especial a <strong>de</strong>fesa<br />
do movimento <strong>da</strong> paz.<br />
Carlos Scliar
A importância <strong>da</strong> gravura dos Clubes, fun<strong>da</strong>mentava-se na<br />
experiência mexicana, que utilizava a imagem grava<strong>da</strong> para ilustrar<br />
panfletos e materiais para mobilizar e informar os trabalhadores<br />
rurais e urbanos, <strong>de</strong> acordo com a luta inicia<strong>da</strong> na revolução social<br />
mexicana.<br />
Folheto Educativo do<br />
Taller <strong>de</strong> Gráfica Popular<br />
Gravura <strong>de</strong> Leopoldo Men<strong>de</strong>z (México)<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
As imagens cria<strong>da</strong>s no clube <strong>de</strong> gravura não eram gratuitas como<br />
as obras <strong>de</strong> arte “puras” e sim a arte a serviço <strong>de</strong> um i<strong>de</strong>ário.<br />
Danubio Gonçalves .<br />
Assine o apelo, 1951- Linoleogravura a duas cores<br />
Capa <strong>da</strong> revista Horizonte , Porto Alegre.<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glauco Rodrigues<br />
Conferência Continental Americana pela Paz.
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Uma atitu<strong>de</strong> claramente programática e o uso <strong>de</strong> técnicas<br />
como a xilogravura e linoleogravura <strong>de</strong>finem o perfil do grupo, do<br />
qual participaram Glênio, Danúbio e Glauco Rodrigues, entre<br />
outros. A temática regional gauchesca e o folclore, o registro <strong>da</strong><br />
vi<strong>da</strong> do trabalhador rural e urbano, assim como as lutas <strong>da</strong> classe<br />
trabalhadora e a tentativa <strong>de</strong> levar a arte ao povo, constituíram as<br />
molas mestras do projeto do Clube <strong>de</strong> Gravura <strong>de</strong> Porto Alegre.<br />
Série Gaúcha, Linóleogravura, 16x22cm<br />
Carlos Scliar<br />
Sem Título, Xilogravura, 1955, 25x36 cm<br />
Danubio Gonçalves
Sem Título, Xilogravura, 1951, 29x21cm<br />
Glênio Bianchetti<br />
Série Gaúcha, Linóleogravura,<br />
20x7cm<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Sem Título, Xilogravura, 1951, 21x14cm<br />
Glauco Rodrigues
Carreta e Carroça do Galpão, Linóleogravura, 1956,<br />
31x45cm<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Série Gaúcha / O Bebê, Linóleogravura, 15x26cm<br />
Carlos Scliar<br />
Sem Título, Xilogravura, 1951,<br />
20x26cm Glênio Bianchetti
Charquea<strong>da</strong> 2ª Série, Xilogravura, 20x20cm<br />
Danubio Gonçalves<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Sem Título, Xilogravura, 1963, 26x40 cm<br />
Danúbio Gonçalves
Carlos Scliar<br />
Sem Título, Xilografia, 1951, 25x19cm<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
De aspecto subversivo, as<br />
gravuras cria<strong>da</strong>s no clube <strong>de</strong><br />
gravura limitavam-se ao tema<br />
rural ou urbano, sempre<br />
focalizando o trabalhador, seu<br />
ambiente <strong>de</strong> trabalho, seu<br />
entorno, o trabalho<br />
propriamente dito, e suas lutas<br />
reivindicatórias como classe.
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Danubio Gonçalves:<br />
“Percebi que a arte não<br />
tem sentido se isola<strong>da</strong> do<br />
povo. Arte é comunhão é<br />
vi<strong>da</strong>.”
O homem, era o tema fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong>stes artistas.<br />
A situação social do<br />
homem/trabalhador:<br />
Glênio Bianchetti<br />
Glauco Rodrigues<br />
Mobilização do trabalhador nas lutas <strong>de</strong><br />
classe:<br />
Danúbio V. Gonçalves<br />
Glauco Rodrigues<br />
Carlos Scliar<br />
A importância <strong>da</strong> obra <strong>de</strong>stes artistas está<br />
na técnica utiliza<strong>da</strong>:<br />
A gravura<br />
e no tema:<br />
O homem como ser social e seu entorno<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glênio Bianchetti, xilogravura, 1951<br />
28x22 cm
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
“A partir <strong>de</strong> 1952, um pequeno grupo<br />
(Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti,<br />
Danúbio Gonçalves e eu) vinculado a<br />
<strong>Bagé</strong>, passou a trabalhar naquela ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
nas estâncias nos seus arredores. <strong>Os</strong><br />
temas ligados a vi<strong>da</strong>, costumes e<br />
paisagens locais tornaram-se nossa<br />
preocupação. Durante seis anos passamos<br />
largos períodos <strong>de</strong>senhando, gravando e<br />
pintando temas gaúchos. Foi um período<br />
importante na reformulação <strong>de</strong> nosso<br />
trabalho profissional.”<br />
Carlos Scliar
Zorra, Xilogravura, 1953,<br />
18x25cm<br />
Danúbio Gonçalves<br />
Sem Título, Xilografia, 1953,<br />
31x44cm<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
A consciência <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
social do artista e <strong>da</strong> arte a serviço <strong>de</strong> um<br />
i<strong>de</strong>ário influenciou o resto do país,<br />
tornando o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul um pólo<br />
irradiador <strong>da</strong> gravura como técnica <strong>de</strong><br />
reprodução <strong>de</strong> imagens e revolucionária<br />
enquanto meio <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong><br />
mensagens.<br />
*A partir <strong>de</strong> 1952 tem início gra<strong>da</strong>tivo a fun<strong>da</strong>ção dos<br />
Clubes <strong>de</strong> Gravura <strong>de</strong> Curitiba, São Paulo, Santos, Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro* e Recife.
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
A história <strong>da</strong> arte brasileira registra e<br />
reconhece a importante contribuição<br />
artística e a atuação política e<br />
i<strong>de</strong>ológica do Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong> (1948),<br />
consoli<strong>da</strong>do mais tar<strong>de</strong> como Clube <strong>de</strong><br />
Gravura <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong> (1951) e o <strong>de</strong> Porto<br />
Alegre (1950), chamado Clube dos<br />
Amigos <strong>da</strong> Gravura, que marcaram o<br />
panorama nacional do pós-guerra,<br />
<strong>da</strong>ndo ênfase ao realismo e à temática<br />
social.
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
O Clube <strong>de</strong> Gravura não foi um movimento artístico com<br />
manifesto tal como os movimentos <strong>de</strong> vanguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> arte<br />
européia. Surgiu <strong>da</strong> aglutinação <strong>de</strong> jovens artistas que sabiam o<br />
que queriam: uma arte mo<strong>de</strong>rna, significativa, inova<strong>da</strong>, um<br />
testemunho <strong>de</strong> seu tempo. Negavam a arte acadêmica,<br />
conservadora, com presença muito forte no cenário artístico<br />
gaúcho.<br />
Segundo Vasco Prado:<br />
A <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> arte figurativa contra "as manifestações<br />
cosmopolitas e antinacionais do abstracionismo“
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
O Prêmio Pablo Picasso<br />
“O Prêmio Pablo Picasso foi<br />
concedido aos Clubes <strong>de</strong><br />
Gravura <strong>de</strong> Porto Alegre e <strong>Bagé</strong><br />
pela sua coleção <strong>de</strong> obras em<br />
<strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> paz e <strong>da</strong> cultura. Foi o<br />
coroamento do trabalho político<br />
que fazíamos e foi, ao mesmo<br />
tempo, sem nos <strong>da</strong>rmos conta,<br />
o fim <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> trabalho.”
Glênio Bianchetti (<strong>Bagé</strong>, 1928)<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glauco Rodrigues (1929, <strong>Bagé</strong>, RS - 2004, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ)<br />
Carlos Scliar (1920, Santa Maria,RS - 2001, Rio <strong>de</strong> Janeiro)<br />
Danúbio Gonçalves (<strong>Bagé</strong>, 1925)
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Álbum. Gravuras Gaúchas, 1950/52.<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1952.<br />
Prefácio <strong>de</strong> Jorge Amado.<br />
Recebemos o Prêmio Pablo Picasso pela Paz e ganhamos a<br />
publicação do Gravuras Gaúchas, editado em 1952, no Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro.<br />
Carlos Scliar
Do Álbum Gravuras Gaúchas<br />
o Prefácio <strong>de</strong> Jorge Amado<br />
(transcrito do original)<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
UM momento em que alguns agentes <strong>da</strong> confusão procuram <strong>de</strong>so-<br />
rientar os meios plásticos brasileiros, a serie <strong>de</strong> gravuras reuni<strong>da</strong>s<br />
neste álbum constitui uma excelente indicação do caminho que<br />
a arte brasileira, ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente brasileira, po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve seguir.<br />
<strong>Os</strong> gravadores gaúchos, reunidos nos Clubes <strong>de</strong> Gravura <strong>de</strong> Porto<br />
Alegre e <strong>Bagé</strong>, <strong>de</strong>stacam-se, em meio às ridículas e pobres exaltações mo-<br />
<strong>de</strong>rnistas, abstracionistas, surrealistas e outras aberrações, provando,<br />
mais uma vez, que a arte para ser vali<strong>da</strong> <strong>de</strong>ve refletir os problemas e an-<br />
seios do povo. Ver<strong>da</strong><strong>de</strong> tão ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira que não mereceria siquer discussão<br />
se não fosse a ânsia <strong>de</strong> um mundo e uma gente agonizante em negá-la,<br />
em tentar reduzir a arte a alguma coisa fora <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> todo<br />
o meio ambiente, <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a dramática vi<strong>da</strong> do nosso povo, <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a am-<br />
pla perspectiva nasci<strong>da</strong> <strong>da</strong> luta em que ele se empenha para sair <strong>da</strong> misé-<br />
ria do obscurantismo.
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Carlos Scliar<br />
“... Por volta <strong>de</strong> 1955, achamos<br />
que o nosso ciclo tinha se<br />
completado; ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> nós<br />
tinha realizado a sua<br />
reformulação <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho, <strong>de</strong><br />
reeducação, ca<strong>da</strong> um seguiu a<br />
sua trajetória.”
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
O Museu <strong>da</strong> Gravura Brasileira<br />
Em 1976, é lança<strong>da</strong>, pelos integrantes do grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>, a<br />
idéia criar um espaço <strong>de</strong>stinado a valorização e a difusão <strong>da</strong><br />
gravura.<br />
Em 21 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1977 é inaugurado o Museu <strong>da</strong><br />
Gravura Brasileira, com uma mostra dos integrantes do grupo<br />
<strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>.
<strong>Os</strong> <strong>Quatro</strong> <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Glênio Bianchetti<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Pintor, escultor, ilustrador, professor e gravador,<br />
Bianchetti aprimorou seus dons artísticos no <strong>de</strong>correr dos anos,<br />
em ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s como Porto Alegre, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Brasília. Hoje ele é<br />
reconhecido Brasil afora pelas suas obras contemporâneas <strong>de</strong><br />
sucesso mundial.<br />
É consi<strong>de</strong>rado pelos críticos como um dos pintores<br />
expressionistas e figurativos <strong>de</strong> maior talento e originali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />
últimos tempos.
Jogo do osso, 1955<br />
xilogravura<br />
Glênio Bianchetti<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Dois meninos com pássaro, 1957<br />
Linoleogravura<br />
Glênio Bianchetti<br />
Dois meninos com pássaro, 1957<br />
Linoleogravura<br />
Glênio Bianchetti<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Cancha reta, 1951<br />
Linoleogravura, 14x21 cm<br />
Glênio bianchetti<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glênio Bianchetti<br />
“Não acredito em inspiração,<br />
acredito em transpiração. Uma<br />
pessoa tem o dom <strong>de</strong> pintar ou<br />
não tem. Entro <strong>de</strong> cabeça na<br />
pintura, não espero que uma<br />
idéia caia do céu. Tem que vir <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ntro.”
Bumba-meu-boi - 1979<br />
Acrílica sobre tela<br />
138cm x 168cm<br />
Glênio Bianchetti<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Marinha 2005<br />
1,10X 1,60 cm<br />
Glênio Bianchetti<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Casal na praia, 1955 - Acrílico sobre tela 37x57 cm<br />
Glênio Bianchetti<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glênio Bianchetti:<br />
“Nunca fui <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />
teses‟‟, explica. „„Pinto o que<br />
está à minha volta. Por exemplo:<br />
no início, as minhas paisagens<br />
representavam muito aquele frio<br />
terrível do Sul.‟‟
Alongamento 2004<br />
1,10X 0,49 cm<br />
Glênio Bianchetti<br />
Natureza Morta com Paisagem 2005<br />
1,10X 1,10 cm<br />
Glênio Bianchetti<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Composição com Flores - 1994<br />
220 x 160 cm<br />
Glênio Bianchetti<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Nú - 2003<br />
0,67X 0,97 cm<br />
Glênio Bianchetti<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Pintor, gravador, <strong>de</strong>senhista, ilustrador, cenógrafo, roteirista. Em 1938<br />
fun<strong>da</strong> a Associação Riogran<strong>de</strong>nse <strong>de</strong> Artes Plásticas Francisco Lisboa. Entre<br />
1939 e 1947, resi<strong>de</strong> em São Paulo. Realiza a primeira exposição individual em<br />
1940, quando se liga ao grupo <strong>da</strong> Família Artística Paulista. No Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
faz em 1944 o documentário Esca<strong>da</strong>s. Convocado pela FEB, participa <strong>da</strong><br />
Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial, na Itália, entre 1944 e 1945. Mora em Paris, entre<br />
1947 e 1950, entra em contato com o gravador mexicano Leopoldo Men<strong>de</strong>z e<br />
ilustra as revistas Cahiers d'Art e Les Lettres Françaises. De volta para o<br />
Brasil, fun<strong>da</strong> em 1950 com Vasco Prado o Clube <strong>de</strong> Gravura <strong>de</strong> Porto Alegre. A<br />
partir <strong>de</strong> 1956 passa a viver no Rio <strong>de</strong> Janeiro. É diretor do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />
arte <strong>da</strong> revista Senhor entre 1958 e 1960. Fun<strong>da</strong> a editora Ediarte, em 1962,<br />
com Gilberto Chateaubriand, José Paulo Moreira <strong>da</strong> Fonseca, Michel Loeb e<br />
Carlos Nicolaievski. Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70, executa os painéis Porto Alegre Antigo,<br />
Porto Alegre Atual e Festa dos Navegantes para o Salão Nobre <strong>da</strong> Prefeitura<br />
Municipal. Em 1986, ilustra a obra O Pintor que Pintou o Sete, <strong>de</strong> Fernando<br />
Sabino..<br />
http://www.escritorio<strong>de</strong>arte.com/listarQuadros.asp?artista=11#biografia
Série Gaúcha, 1953<br />
Linoleogravura, 21x 35 cm<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Clareira, 1954<br />
Nanquim e agua<strong>da</strong><br />
37 x 54 cm.<br />
<strong>Bagé</strong>, RS.<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Uma série <strong>de</strong> obras parte<br />
<strong>de</strong> um <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> 1954<br />
realizado nos arredores <strong>de</strong><br />
<strong>Bagé</strong> quando buscava,<br />
com a mais rigorosa<br />
disciplina, reestu<strong>da</strong>r rever<br />
meus conceitos e meu<br />
<strong>de</strong>senho. Desejava<br />
transpor para o papel o<br />
meu idílio com aquela<br />
paisagem familiar. Des<strong>de</strong><br />
minha infância, nas<br />
minhas férias, fora ali,<br />
naquela região, naqueles<br />
matos, que eu, garoto <strong>de</strong><br />
ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>scobria a<br />
riqueza, a surpresa e a<br />
harmonia, a beleza em sua<br />
permanente<br />
transformação. Sem ter<br />
consciência eu construía<br />
as minhas raízes.
Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> guerra,<br />
Gaggio Montano 16.3.1945<br />
Desenho<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> guerra,<br />
Porreta Terme, 10.1.1945<br />
Desenho<br />
Carlos Scliar
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Carlos Scliar<br />
“Continuo sonhando que<br />
as obras valem por si, nelas<br />
procuro <strong>da</strong>r o melhor, e a<br />
medi<strong>da</strong> que estiverem ao<br />
alcance <strong>da</strong>s pessoas, que<br />
sejam provocadoras, criem<br />
dúvi<strong>da</strong>s e façam com que<br />
ca<strong>da</strong> um sinta com sua<br />
sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e pense com<br />
sua própria cabeça.”
Brincando <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>, 1943<br />
nanquim a cores<br />
31,9 x 40,8 cm.<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Natureza morta - 1960<br />
têmpera sobre tela, acervo do MARGS<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Bule Azul - 1985<br />
75 x 55<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Homenagem a Morandi – 1939<br />
50 x 38<br />
Carlos Scliar
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Carlos Scliar<br />
“Minha rotina é pensar em<br />
pintura 28 horas por dia. Meu<br />
trabalho é muito sistemático.<br />
Passo pelo menos 70% do meu<br />
tempo <strong>de</strong>ntro do ateliê.”
Casario- 1986<br />
vinil encerado sobre tela<br />
65 x 100<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Partitura e Vários Objetos Sobre Mesa - 1999<br />
Vinil e colagem encerados sobre tela<br />
65 x 100cm<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Pergunte on<strong>de</strong>, 1975<br />
vinil encerado - 55 x 75 cm<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Pergunte às laranjas 1975<br />
vinil encerado 55,5 x 75,5 cm<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Carlos Scliar<br />
"Pinto porque gosto. Pintar<br />
é minha preocupação<br />
constante, inclusive quando<br />
não estou pintando. Tento,<br />
através dos meus quadros,<br />
transmitir minha confiança<br />
no homem e na sua luta,<br />
mostrando que a vi<strong>da</strong> é bela<br />
e merece ser conquista<strong>da</strong>..."
Hibiscos no vaso, 1983<br />
Vinil encerados sobre tela<br />
56 x 37 cm - Cabo Frio,<br />
Carlos Scliar<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Flores, Funil, Ferro <strong>de</strong> Passar e Frutas - 1987<br />
Vinil e Colagem encerados sobre tela.<br />
75 x 55 cm<br />
Carlos Scliar
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Danúbio Gonçalves<br />
Pintor, gravador, <strong>de</strong>senhista. Estudou pintura e <strong>de</strong>senho com Cândido<br />
Portinari e gravura na Fun<strong>da</strong>ção Getúlio Vargas do Rio <strong>de</strong> Janeiro com<br />
Carlos <strong>Os</strong>wald, Axl Leskoschek. Em 1950 viajou para Paris, on<strong>de</strong> freqüentou<br />
a Aca<strong>de</strong>mia Julian. De volta ao Brasil, participou do Clube <strong>de</strong> Gravura <strong>de</strong><br />
<strong>Bagé</strong> com Glauco Rodrigues e Glênio Bianchetti em 1951. Com Carlos Scliar,<br />
Vasco Prado, Glauco Rodrigues e Glênio Bianchetti, integrou o Clube <strong>de</strong><br />
Gravura <strong>de</strong> Porto Alegre entre 1951 e 1955. No início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 60,<br />
estudou litografia com Marcelo Grassmann e Edmundo Brasil em Porto<br />
Alegre. Dirigiu o Ateliê Livre <strong>da</strong> Prefeitura <strong>de</strong> Porto Alegre <strong>de</strong> 1964 a 1979,<br />
on<strong>de</strong> lecionou xilogravura e <strong>de</strong>senho. No período entre 1969 e 1971 foi<br />
professor do Instituto <strong>de</strong> Artes <strong>da</strong> UFRGS. Participou <strong>de</strong> inúmeras<br />
exposições. Em 2000 foi publicado o livro "Danúbio Gonçalves: caminhos e<br />
vivências". Em 2005 realizou mural na rótula <strong>da</strong> Aveni<strong>da</strong> Carlos Gomes, em<br />
Porto Alegre.<br />
http://www6.ufrgs.br/acervoartes/modules/wiwimod/in<strong>de</strong>x.php?page=<br />
GONÇALVES,%20Danúbio
Xarquea<strong>da</strong>s-salga, 1953<br />
xilogravura <strong>de</strong> topo, 16x21 cm<br />
Danubio Gonçalves<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Xarquea<strong>da</strong>s - tirador <strong>de</strong> carretilha<br />
xilogravura <strong>de</strong> topo, 17x26cm, 1953<br />
Danúbio Gonçalves<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Mineiros do Butiá, 1956 Porto Alegre<br />
xilogravura em duas cores, 18x20cm<br />
Danúbio Gonçalves<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Danubio Gonçalves:<br />
Chamo a maneira como<br />
o público olha <strong>de</strong> a quarta<br />
dimensão. Ele <strong>de</strong>scobre coisas<br />
incríveis que o artista não fez. A<br />
obra é uma coisa viva, lacunas<br />
abertas para o olhar do outro.
Xarquea<strong>da</strong>s-lingueiro, 1953<br />
xilogravura <strong>de</strong> topo, 18x22 cm<br />
Danúbio Gonçalves<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Aí<strong>da</strong>, 1948<br />
Agua<strong>da</strong> sobre papel<br />
63,5x45 cm<br />
Danúbio Gonçalves
Sem título, 2001<br />
litogravura 14/18<br />
57 x 38,5 cm<br />
Danúbio Gonçalves<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Danubio Gonçalves:<br />
A fotografia me auxilia muito<br />
para trabaIhar. Fiz trezentas fotos<br />
para a série dos balões. Mas para<br />
isso é preciso saber <strong>de</strong>senhar. Acho<br />
que esse é o mal <strong>da</strong> arte hoje: o<br />
<strong>de</strong>sconhecimento do <strong>de</strong>senho. Por<br />
isso, Picasso fez o que quis: ele era<br />
um <strong>de</strong>senhista fantástico. E é<br />
trabalhoso, exige disciplina. Hoje as<br />
pessoas querem chegar muito<br />
rápido nas coisas.
Elementos <strong>de</strong> Batuque, 1960<br />
Óleo e resina <strong>de</strong> <strong>da</strong>mara sobre tela cola<strong>da</strong><br />
em eucatex<br />
50x65 cm<br />
Danubio Gonçalves<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Danubio Gonçalves:<br />
A pintura é sempre um <strong>de</strong>safio.<br />
Hoje meu trabalho sai mais rápido.<br />
Não tenho mais tantas dúvi<strong>da</strong>s. Vou<br />
alternando temas, técnicas, tenho<br />
facili<strong>da</strong><strong>de</strong> com a mu<strong>da</strong>nça. É como<br />
conhecer uma pessoa nova, um<br />
amor novo, às vezes a gente se<br />
quebra, mas é bom. Não sou muito<br />
<strong>de</strong> rotina, o mais bonito é a surpresa<br />
<strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.
Embarcações em Mampituba,1990 Óleo<br />
sobre tela 40 x 50 cm<br />
Danúbio Gonçalves<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Bonjour Monsieur Lautrec, 1991<br />
Acrílica sobre tela<br />
60x80 cm<br />
Danúbio Gonçalves<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Danubio Gonçalves:<br />
Quando eu viajava para <strong>Bagé</strong>, <strong>de</strong><br />
trem, via os pessegueiros em flor e<br />
via Van Gogh. <strong>Os</strong> horizontes imensos<br />
do campo, quero pegar a essência<br />
disso. As pessoas se fecham nos<br />
ateliês, não olham para fora, acho que<br />
a natureza está sempre ensinando, é<br />
preciso olhar para ela.
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glauco Rodrigues<br />
Glauco Rodrigues nasceu em <strong>Bagé</strong> em 1929. foi pintor, <strong>de</strong>senhista,<br />
gravador, ilustrador e cenógrafo. Autodita<strong>da</strong> com passagem pela Escola<br />
Nacional <strong>de</strong> Belas Artes, fundou e participou dos Clubes <strong>de</strong> Gravura <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong> e<br />
Porto Alegre. No fim <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50 sua produção se aproxima <strong>da</strong> abstração, e<br />
volta à figuração no início dos anos 60, com obras sob o impacto <strong>da</strong> arte pop,<br />
tratando <strong>de</strong> temas como o índio, o carnaval, o futebol, a natureza tropical e a<br />
história do Brasil que inspiram séries como Terra Brasilis (1970) e Carta <strong>de</strong> Pero<br />
Vaz <strong>de</strong> Caminha(1971).<br />
Em 1958, mu<strong>da</strong>-se para o Rio <strong>de</strong> Janeiro e integra a primeira equipe <strong>da</strong><br />
revista Senhor. Resi<strong>de</strong> em Roma entre 1962 e 1965. Ao retornar ao Brasil,<br />
participa <strong>de</strong> importantes exposições, como Opinião 66, no Museu <strong>de</strong> Arte<br />
Mo<strong>de</strong>rna do Rio <strong>de</strong> Janeiro - MAM/RJ.
Mo<strong>de</strong>lo sentado Cryon e agua<strong>da</strong><br />
43x32,1 cm -1954<br />
Glauco Rodrigues<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Mo<strong>de</strong>lo em pé, 1954-Rio<br />
Lápis, 48,2x 33,4-coleção do artista<br />
Glauco Rodrigues
Menino (piá), cambona e peão<br />
lápis, 35x48,5 - 1953<br />
Glauco Rodrigues<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
Xilogravura dos tempos do Clube <strong>de</strong> Gravura <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glauco Rodrigues<br />
http://www.clicrbs.com.br/rbs/image/3333124.jpg<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glauco Rodrigues:<br />
“Trabalho <strong>da</strong>s 9 às 13h.<br />
Depois, almoço. E volto à<br />
trabalhar até as 19h. Eu acho<br />
que a disciplina é<br />
fun<strong>da</strong>mental”
Acampamentos <strong>de</strong> oleiros,1954<br />
nanquim chinês, 30,9 x 45,5<br />
Glauco Rodrigues<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus<br />
Litografia - 76x55,5 cm, 1981<br />
Glauco Rodrigues
Pracinha <strong>da</strong> Matriz 54x73cm, 1947<br />
Glauco Rodrigues<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong>
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Glauco Rodrigues:<br />
“Sou um pintor brasileiro.<br />
Quero pintar o Brasil. Não<br />
me interesso pelo mercado<br />
exterior. Pinto coisas muito<br />
liga<strong>da</strong>s ao povo. Tive uma<br />
fase abstrata... Po<strong>de</strong>ria dizer<br />
que minha arte é Figurativa.<br />
Minhas figuras são<br />
<strong>de</strong>senha<strong>da</strong>s com precisão.”
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Abaporu, tinta acrílica sobre tela cola<strong>da</strong> em ma<strong>de</strong>pam, 130 x195 cm - 1981<br />
Glauco Rodrigues
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
Concentração, 1985<br />
tinta acrílica sobre tela,<br />
190x190<br />
Glauco Rodrigues
Carlos Scliar- Site oficial. Disponível em:<br />
http://www.carlosscliar.com.br/<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
ArtistaNet. Disponível em:<br />
http://www.artistanet.com.br/site/artista.asp?ArtistaID=747160&TroncoID=AOBR<br />
AS&GrupoID=S%C3%A1tira%20I<strong>de</strong>ol%C3%B3gica<br />
Zero Hora-edição on line, uma história <strong>da</strong> gravura. Disponível em:<br />
http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/<strong>de</strong>fault2.jsp?uf=1&local=1&source=a1629<br />
164.xml&template=3898.dwt&edition=8507§ion=88<br />
http://www.iesb.br/grad/jornalismo/na_pratica/noticias_<strong>de</strong>talhes.asp?id_artigo=9<br />
340<br />
Entre-falas: Artistas. Disponível em:<br />
http://www.margs.rs.gov.br/ndpa_sele_<strong>da</strong>nubio.php
REFERÊNCIAS:<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
AMARAL, Araci Abreu. Arte para quê? : a preocupação social na arte<br />
brasileira, 1930-1970. São Paulo: Nobel, 1984.<br />
INSTITUTO ESTADUAL DE ARTES VISUAIS. Danúbio Gonçalves:<br />
caminhos e vivências. Porto Alegre: Fumproarte, do autor, 2000<br />
MACIEL, N. Relatos. Um caminho na pintura. Disponível em:<br />
<br />
SPINELLI, T. clubes <strong>de</strong> gravura do rs: Influências no País e Permanência<br />
no Sul. Disponível em:<br />
http://to.plugin.com.br/nucleogravurars/expo-rio.htm<br />
BELBENOIT, D. Traços do <strong>de</strong>stino. Disponível em:<br />
REFERÊNCIAS:<br />
VIEGAS, J. Fala vizinho. Disponível em:<br />
O Grupo <strong>de</strong> <strong>Bagé</strong><br />
<br />
Enciclopédia Itaú <strong>Cultural</strong>-Artes Visuais.Disponível em:<br />
<br />
Imagens:<br />
http://www2.camara.gov.br/conheca/museu/Acervo/paginas/pg_Obra0<br />
0135.html