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| Personalidade |<br />
8 | revistacelebre.com.br<br />
“Se minha vida não tivesse<br />
mudado radicalmente, seria<br />
hoje um marginal”.<br />
Conheça o lado nada<br />
Quem vê pela televisão o homem que exibe camisas de R$ 30<br />
mil, mansões e carros de luxo, não imagina que o <strong>Dr</strong>. <strong>Rey</strong><br />
já foi um trombadinha nos centros da Lapa, em São Paulo.<br />
O médico de alto padrão nos Estados Unidos é filho de uma<br />
faxineira, tem três irmãos, um pai que dormia com 30 armas e<br />
agredia a família. Tudo só mudou porque uma família americana<br />
decidiu adotá-lo e conseguiu, quando ele tinha 12 anos.<br />
O casal de mórmons ajudou o pequeno adolescente<br />
a sair da marginalidade, mas foi com esforço próprio<br />
que ele trilhou os caminhos dos estudos. Formado<br />
em química e medicina, estudava cerca de 15 horas<br />
por dia para entrar em Harvard e conseguir uma<br />
especialização em cirurgia plástica. Vale ressaltar<br />
que ele teve uma das melhores notas da universidade.<br />
Aos poucos, ele conseguiu se estabelecer na<br />
profissão em um dos bairros mais luxuosos do<br />
país, e movimenta 70 milhões de dólares entre<br />
os diferentes negócios espalhados pelo mundo.<br />
Durante uma entrevista a uma revista, o<br />
médico de 50 anos disse que roubava pacotes<br />
de bolacha e shampoo para levar para a<br />
casa ainda no Brasil. “O alcoólatra do meu pai<br />
dormia em um quarto com suas trinta armas,<br />
enquanto nós ficávamos espremidos no outro<br />
cômodo. Se minha vida não tivesse mudado<br />
radicalmente, seria hoje um marginal”.<br />
Em 2010, o pai do <strong>Dr</strong>. <strong>Rey</strong> morreu e está<br />
enterrado em um cemitério em Franco da<br />
Rocha, na Grande São Paulo. Com a mãe ele<br />
perdeu o contato. Essa infância pobre e sofrida<br />
gerou nele traumas que ainda não esqueceu. “De tanto meu<br />
pai bater em mim e na minha família, tenho muitos complexos.<br />
Olho no espelho e escuto uma voz dizendo ‘ugly monkey’<br />
(macaco feio)”, disse o médico em entrevista à revista Veja.