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Terça-feira, 9 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 2010 internacional<br />
Três réplicas sentidas<br />
no centro e sul<br />
Chile<br />
ainda<br />
treme<br />
Três sismos foram registados,<br />
ontem, em várias regiões<br />
do centro e sul do Chile,<br />
<strong>de</strong>vastadas pelo sismo <strong>de</strong> 27<br />
<strong>de</strong> fevereiro. Às 06h27 locais<br />
(09h27 em Lisboa), um sismo<br />
<strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> 4,9 foi registado<br />
no centro do Chile. O epicentro<br />
foi localizado no mar,<br />
a 28,1 quilómetros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>,<br />
e a 68 quilómetros<br />
<strong>de</strong> Valparaiso, <strong>de</strong> acordo<br />
com o Serviço <strong>de</strong> Geologia<br />
dos Estados Unidos. Antes, às<br />
05h07 locais, a mesma zona<br />
foi sacudida por um sismo<br />
<strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> 5,1 na escala<br />
<strong>de</strong> Richter. O epicentro foi<br />
localizado também no mar<br />
e a 75 quilómetros <strong>de</strong> Valparaíso.<br />
Poucos minutos antes<br />
das 05h00 locais, um sismo<br />
<strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> 4,9 foi registado<br />
na região <strong>de</strong> Maule, a 300<br />
quilómetros a sul <strong>de</strong> Santiago,<br />
com epicentro no mar e<br />
a 127 quilómetros a oeste <strong>de</strong><br />
Talca. Des<strong>de</strong> o fatídico dia,<br />
o Chile já foi sofreu mais <strong>de</strong><br />
150 réplicas, que continuam a<br />
assustar quem procura recuperar<br />
do choque. Segundo as<br />
autorida<strong>de</strong>s chilenas, a situação<br />
nas regiões afetadas tem<br />
continuado a normalizar-se e<br />
a maioria dos serviços básicos<br />
foram repostos, enquanto a<br />
ajuda tem chegado com regularida<strong>de</strong><br />
às pessoas afetados a<br />
27 <strong>de</strong> fevereiro. De magnitu<strong>de</strong><br />
8,8 na escala <strong>de</strong> Richter, o<br />
sismo causou pelo menos 802<br />
mortos.<br />
Depois do Haiti e do<br />
Chile, a Turquia. Sismo<br />
violento atingiu leste do<br />
país, <strong>de</strong>ixou mais <strong>de</strong> 50<br />
vítimas e um rasto <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>struição.<br />
Oito horas <strong>de</strong>pois do violento<br />
terramoto no Leste da Turquia, as<br />
operações <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> sobreviventes<br />
terminaram, pois as equipas<br />
concluírem não haver ninguém<br />
vivo sob os escombros. Eram 04h32<br />
locais (02h32 em Lisboa), quando<br />
um sismo <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> 6 na escala<br />
<strong>de</strong> Richter atingiu Karakoçan, na<br />
província <strong>de</strong> Elazig, que é atravessada<br />
pela falha sísmica <strong>de</strong> Anatólia<br />
oriental. O último balanço oficial,<br />
tornado público pelo vice-primeiro-ministro<br />
turco Cemil Cicek, que<br />
se <strong>de</strong>slocou a Elazig, 750 quilómetros<br />
a leste <strong>de</strong> Ancara, com vários<br />
outros ministros, apontava para 57<br />
mortos e meia centena <strong>de</strong> feridos.<br />
As vítimas mortais eram <strong>de</strong> cinco<br />
al<strong>de</strong>ias próximas do epicentro.<br />
As réplicas suce<strong>de</strong>ram-se – foram,<br />
pelo menos, 20- e uma <strong>de</strong>las atingiu<br />
os 5,5 na escala <strong>de</strong> Richter.<br />
O primeiro-ministro, Recep Erdogan,<br />
reagiu prontamente, expressando<br />
as suas condolências pelas<br />
vítimas e prometendo ajuda a todos<br />
os atingidos pelo sismo. Ergogan<br />
referiu, ainda, que o terramoto afetou<br />
sobretudo as casas constituídas<br />
por adubo, que “constituem a arquitetura<br />
da região. Deste modo,<br />
assegurou, foram dadas or<strong>de</strong>ns<br />
para que no futuro “a estrutura<br />
artquitétonica da região seja alterada”.<br />
O governador <strong>de</strong> Elazig, Muammer<br />
Erol, revelou, por sua vez, que<br />
<strong>de</strong>z povoações foram gravemente<br />
atingidas, havendo muitas casas<br />
com importantes danos. Um cenário<br />
preocupante, também testemunhado<br />
por Yasar Cagribav. “A situação<br />
é horrível, está toda a gente<br />
assustada. Chove e está nevoeiro,<br />
e ninguém po<strong>de</strong> regressar a casa”,<br />
disse, citado no El País, o diretor geral<br />
da Meia Lua Vermelha.<br />
O presi<strong>de</strong>nte da Comissão Europeia,<br />
Durão Barroso, ofereceu,<br />
pouco <strong>de</strong>pois da tragédia, ajuda co-<br />
O <strong>Primeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong> | 11<br />
Sismo <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> 6 atinge leste do país e faz, pelo menos, 57 vítimas<br />
a vez da turquia<br />
abanar com violência<br />
elazig. Província turca foi o epicentro <strong>de</strong> um sismo <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong><br />
seis na escala <strong>de</strong> Richter. Especialista rejeita alarme<br />
a abdullah Gul<br />
Cavaco Silva<br />
expressa<br />
solidarieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> portugal<br />
O Presi<strong>de</strong>nte da República<br />
português, Cavaco Silva, enviou,<br />
ontem, uma mensagem <strong>de</strong><br />
condolências ao homólogo<br />
turco a expressar o “profundo<br />
pesar” pelas vítimas do sismo<br />
que provocou várias <strong>de</strong>zenas<br />
<strong>de</strong> mortos. “Tendo acabado <strong>de</strong><br />
tomar conhecimento dos trágicos<br />
efeitos do sismo ocorrido<br />
na província <strong>de</strong> Elazig, quero<br />
transmitir a Vossa Excelência<br />
e ao povo turco, em nome<br />
do povo português e no meu<br />
próprio, os sentimentos do<br />
nosso profundo pesar”, refere a<br />
missiva enviada a Abdullah Gul.<br />
Na mesma mensagem, o chefe <strong>de</strong><br />
Estado português dirigiu algumas<br />
palavras às famílias das vítimas<br />
mortais, expressando as suas<br />
“sinceras condolências” e uma<br />
“sentida solidarieda<strong>de</strong>”. À hora<br />
<strong>de</strong> fecho <strong>de</strong>sta edição, não havia<br />
indicação da possível existência<br />
<strong>de</strong> portugueses entre as vítimas<br />
<strong>de</strong> mais um violento sismo.<br />
DR<br />
munitária à Turquia. Numa mensagem<br />
divulgada em Bruxelas, Durão<br />
<strong>de</strong>clarou ter pedido à Alta Representante<br />
para a Política Externa,<br />
Catherine Ashton, e à comissária<br />
para a Cooperação Internacional,<br />
Kristalina Georgieva, que o mantenham<br />
informado sobre a situação<br />
“<strong>de</strong> modo a que, se necessário,<br />
possa ser disponibilizada ajuda”.<br />
Durão Barroso enviou ainda as<br />
condolências às famílias das vítimas<br />
do sismo. Também o presi<strong>de</strong>nte do<br />
Parlamento Europeu, Jerzy Buzek,<br />
expressou a sua solidarieda<strong>de</strong> para<br />
com as vítimas e elogiou o trabalho<br />
das equipas <strong>de</strong> socorro.<br />
Não há motivo para alarme<br />
O sismo <strong>de</strong> ontem foi precedido<br />
por outros fortes abalos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o início do ano, que têm causado<br />
preocupação e medo. A este terramoto<br />
somam-se o violento sismo<br />
<strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> 7.0 registado<br />
em janeiro no Haiti, um sismo <strong>de</strong><br />
magnitu<strong>de</strong> semelhante no Japão<br />
também em janeiro e um no Chile<br />
com 8.8 graus <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> em<br />
fevereiro.<br />
Para Maria da Conceição Neves,<br />
especialista em Sismologia da<br />
Universida<strong>de</strong> do Algarve, o facto<br />
<strong>de</strong> haver uma sequência <strong>de</strong> sismos<br />
violentos - sendo o do Chile o mais<br />
raro, por haver poucos com aquela<br />
magnitu<strong>de</strong> - é apenas uma “coincidência”<br />
no tempo e no espaço, já<br />
que os abalos têm ocorrido sobretudo<br />
em zonas povoadas. “Mais <strong>de</strong><br />
90 por cento da activida<strong>de</strong> sísmica<br />
situa-se ao longo das cristas oceânicas<br />
on<strong>de</strong> não há estragos”, referiu<br />
a investigadora, frisando que as<br />
zonas <strong>de</strong> subdução (área on<strong>de</strong> duas<br />
placas tectónicas convergem) estão<br />
“sempre” a ser atingidas.<br />
“Não me parece que haja mais<br />
sismos agora do que havia antes,<br />
são fenómenos naturais que estão<br />
sempre a acontecer”, consi<strong>de</strong>rou,<br />
acrescentando que o facto <strong>de</strong> se viver<br />
numa era global contribui para<br />
que estes acontecimentos sejam<br />
mais falados. “Não há um motivo<br />
científico para explicar um maior<br />
número <strong>de</strong> sismos, até porque as<br />
escalas geológicas têm por referência<br />
períodos <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong><br />
anos”, disse a investigadora, frisando<br />
não haver “motivo para<br />
alarme”.