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3 - fa vs atribui profs FátimaAntunes _alt._ - Revista de Educação

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6. ESTRATIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS<br />

6.1. DIMENSÕES, INDICADORES INSTITUCIONAIS E CRITÉRIOS DE<br />

ESTRATIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO<br />

Michael F. D. Young propõe que os programas escolares sejam olhados como<br />

“fenómenos do conhecimento socialmente organizado”, <strong>de</strong>vendo ser então questionados no<br />

sentido <strong>de</strong> esclarecer:<br />

(i) quais os princípios que governam a selecção e organização dos conhecimentos;<br />

(ii) qual a relação entre a estratificação do conhecimento e a distribuição <strong>de</strong> recursos<br />

(po<strong>de</strong>r e recompensas) na socieda<strong>de</strong>;<br />

(iii) <strong>de</strong> que forma aquela construção social reflecte interesses particulares e/ou os<br />

resultados <strong>de</strong> conflitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>finições (cf. Young, 1982).<br />

Nesta análise interessa-nos mobilizar particularmente a discussão <strong>de</strong>senvolvida por<br />

Young quanto à segunda área <strong>de</strong> questionamento. Aí o autor propõe a consi<strong>de</strong>ração das<br />

dimensões prestígio e proprieda<strong>de</strong> como bases pertinentes <strong>de</strong> explicação do problema em<br />

questão. Nesse sentido, o acesso ao saber e as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> o legitimar como superior<br />

para diversos actores e grupos sociais estão envolvidos na estratificação do conhecimento e<br />

na <strong>de</strong>finição dos critérios que a sustentam. Assim, em socieda<strong>de</strong>s como a nossa, em que o<br />

sistema <strong>de</strong> ensino constitui uma “estrutura institucionalizada” <strong>de</strong>ssa rígida e omnipresente<br />

estratificação do conhecimento, será possível compreen<strong>de</strong>r que os professores se<br />

confrontem com uma escala <strong>de</strong> prestígio associado “com matérias que sejam: 1) <strong>de</strong><br />

avaliação convencional, 2) ensinadas aos alunos «mais aptos», 3) ensinadas a grupos <strong>de</strong><br />

aptidão homogénea, que se revelam os mais bem sucedidos com os programas existentes”<br />

(Young, 1982: 176-7). Desenvolvendo ainda a discussão, propõe o mesmo sociólogo a<br />

consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong><br />

62 | RE, Vol. XVI, nº 1, 2008<br />

“as características dominantes do saber tido por superior (…)<br />

como os princípios que estão na base dos programas académicos. Tratase<br />

da aptidão literária, ou seja da ên<strong>fa</strong>se dada à apresentação escrita em<br />

<strong>de</strong>trimento da oral; do individualismo (evitando-se os trabalhos <strong>de</strong> grupo<br />

ou o espírito <strong>de</strong> cooperação), que se preocupa principalmente no modo<br />

como o trabalho académico é avaliado e constitui uma característica<br />

tanto do processo <strong>de</strong> «conhecer» como do modo como o «produto» é<br />

apresentado; do carácter abstracto do conhecimento e da sua

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