Manuel Picas de Carvalho, O Seminário, uma ... - Diocese de Braga

contra as orientações dadas, deveria deixar o
Seminário no final do Curso Filosófico. Assim
sucedeu, pelo que tive de equacionar uma nova
prespectiva de futuro, enveredando pela vida
castrense.
Ainda que, com muita pena minha,
acatei a decisão e abracei então a vida militar,
enveredando mais tarde pelo serviço polícial,
que me ligou à GNR. A “recruta”, estava feita,
tinha-a vivido no Seminário, onde aprendi a
estruturar a minha personalidade, a cultivar a
amizade e camaradagem, a ser solidário, a criar
hábitos de estudo e pontualidade, e, sem ter sido
um estudante exemplar, era mediano, aprendi
e descobri a desenvolver uma cultura geral
relativamente bem estruturada, e a explorar
e dar relevo ao lado positivo das coisas e das
dificuldades. Houve, certamente, erros, alguns
excessos, e até se cometeram algumas injustiças.
Onde há homens, há essa possibilidade. Contudo,
o cômputo geral é, indubitavelmente, positivo,
em larga margem, pelo que para mim e para
muitos da minha geração, o Seminário foi uma
grande ESCOLA, e, espero que, mutatis mutandis,
continue a ser nos tempos de hoje, para os actuais
seminaristas.
Finalmente, o Seminário proporcionoume,
ainda, uma maior e melhor consciência
cristã, moral, social, profissional e de cidadania,
de tal modo que, por exemplo, como marido e
pai de um “regimento familiar”, ajudou-me a
amadurecer o relacionamento com o Criador
e com a comunidade onde estamos inseridos
e onde procuramos ser elementos activos,
procurando pôr a render os talentos com que
Deus nos dotou.
Braga, 05 de Novembro de 2008 www.acaminho.net