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STF na Mídia - Para a pasta superior

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<strong>STF</strong> <strong>na</strong> <strong>Mídia</strong><br />

MINISTROS APOSENTADOS DO <strong>STF</strong>


Quarta-Feira, 21 de Novembro de 2012<br />

Sumário<br />

O GLOBO - RJ - RIO<br />

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA<br />

Veta, Dilma I, 6<br />

O GLOBO - RJ - Primeira Pági<strong>na</strong><br />

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA<br />

É Hoje (Charge), 8<br />

O GLOBO - RJ - Primeira Pági<strong>na</strong><br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Com Barbosa mais forte, <strong>STF</strong> retoma hoje mensalão, 9<br />

O GLOBO - RJ - O PAÍS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Venceu a pressão, 10<br />

O GLOBO - RJ - OPINIÃO<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

De PT, Ayres e egos, 11<br />

O GLOBO - RJ - RIO<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Feriado é comemorado com ato <strong>na</strong> Praça Onze, 12<br />

O GLOBO - RJ - O PAÍS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Orçamento: comissão aprova relatório prelimi<strong>na</strong>r, 13<br />

O GLOBO - RJ - O PAÍS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Posse terá artistas e movimento negro, 14<br />

O GLOBO - RJ - O PAÍS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Com Barbosa <strong>na</strong> presidência, <strong>STF</strong> espera alívio da tensão, 15<br />

O GLOBO - RJ - O PAÍS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Os crimes, 16<br />

FOLHA DE S. PAULO - SP - ILUSTRADA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Um milhão de pipocas, 17<br />

FOLHA DE S. PAULO - SP - OPINIÃO<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Mensalão (Painel do leitor), 19<br />

FOLHA DE S. PAULO - SP - ILUSTRADA<br />

MINISTRO GILMAR MENDES<br />

Pajelanças homéricas, 20<br />

FOLHA DE S. PAULO - SP - COTIDIANO<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Discursos contra a violência e a pobreza marcam entrega do Troféu Raça Negra, 22<br />

FOLHA DE S. PAULO - SP - PODER<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

2


Quarta-Feira, 21 de Novembro de 2012<br />

Supremo terá de enfrentar questão dos mandatos, 23<br />

FOLHA DE S. PAULO - SP - PODER<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa acumula presidência do <strong>STF</strong> e relatoria do mensalão hoje, 24<br />

O ESTADO DE S. PAULO - SP - CADERNO 2<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Gabinete de crise, 25<br />

O ESTADO DE S. PAULO - SP - NACIONAL<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa monta gabinete discreto para assumir comando do <strong>STF</strong>, 27<br />

O ESTADO DE S. PAULO - SP - NACIONAL<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Supremo começa a definir pe<strong>na</strong>s de deputados, 28<br />

O ESTADO DE S. PAULO - SP - NACIONAL<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Luz e sombra, 30<br />

O ESTADO DE S. PAULO - SP - NACIONAL<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Lewandowski critica índice de 5% aprovado em comissão, 32<br />

O ESTADO DE S. PAULO - SP - NACIONAL<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Pla<strong>na</strong>lto barra reajuste pedido pelo Judiciário, 33<br />

O ESTADO DE S. PAULO - SP - ESPAÇO ABERTO<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Misericórdia, sim, mas só para companheiros?, 34<br />

VALOR ECONÔMICO -SP - FINANÇAS<br />

MINISTRO MARCO AURÉLIO<br />

Quebra da Interbolsa impacta o quente mercado colombiano, 36<br />

VALOR ECONÔMICO -SP - POLÍTICA<br />

MINISTRO CELSO DE MELLO<br />

As pe<strong>na</strong>s ao chefe da quadrilha, 38<br />

VALOR ECONÔMICO -SP - POLÍTICA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa terá que definir casos que terão repercussão geral no Supremo, 39<br />

CORREIO BRAZILIENSE - DF - CIDADES<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Roriz tenta voltar às eleições, 41<br />

CORREIO BRAZILIENSE - DF - ECONOMIA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Judiciário barrado, 43<br />

CORREIO BRAZILIENSE - DF - POLÍTICA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Sujeira sob o tapete, 44<br />

CORREIO BRAZILIENSE - DF - POLÍTICA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Trabalhos sob nova direção, 45<br />

3


Quarta-Feira, 21 de Novembro de 2012<br />

CORREIO BRAZILIENSE - DF - POLÍTICA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Um vice "low profile", 47<br />

CORREIO BRAZILIENSE - DF - POLÍTICA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Conde<strong>na</strong>dos se espelham em Tatico, 48<br />

JORNAL DE BRASÍLIA - DF - OPINIÃO<br />

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA<br />

Charge, 49<br />

JORNAL DE BRASÍLIA - DF - ECONOMIA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Não à "perseguição", 50<br />

JORNAL DE BRASÍLIA - DF - BRASIL<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Novos membros (Gilberto Amaral), 52<br />

JORNAL DE BRASÍLIA - DF - BRASIL<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

<strong>Para</strong>catu chega lá (Gilberto Amaral), 53<br />

JORNAL DE BRASÍLIA - DF - POLÍTICA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Agnelo assume negociação com a base, 54<br />

JORNAL DE BRASÍLIA - DF - POLÍTICA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Sem chamar atenção, 56<br />

ESTADO DE MINAS - MG - POLÍTICA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Conde<strong>na</strong>do e ainda solto, 58<br />

ESTADO DE MINAS - MG - POLÍTICA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

O Supremo sob nova direção, 60<br />

ESTADO DE MINAS - MG - POLÍTICA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

<strong>STF</strong> conde<strong>na</strong> médico, 61<br />

ZERO HORA - RS - COLUNAS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Basta de violência (Do Leitor), 62<br />

G1 - PERNAMBUCO<br />

MINISTRO DIAS TOFFOLI<br />

Justiça Eleitoral derruba candidatura de prefeito eleito de Primavera, PE, 64<br />

G1 - PERNAMBUCO<br />

MINISTRO DIAS TOFFOLI<br />

TSE derruba candidatura de prefeito eleito de Primavera (PE), 65<br />

G1 - ECONOMIA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Lewandowski diz que será discreto <strong>na</strong> vice-presidência do <strong>STF</strong>, 66<br />

G1 - POLÍTICA<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Lewandowski diz que será vice estilo "José Alencar" no Supremo, 67<br />

4


Quarta-Feira, 21 de Novembro de 2012<br />

G1 - ESPÍRITO SANTO<br />

MINISTRO LUIZ FUX<br />

"Até morte seria pe<strong>na</strong> mais branda", diz Cardozo sobre prisões no país, 68<br />

G1 - NOTÍCIAS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Juíza nega destituição de advogado a Bruno e adia julgamento de Dayanne, 69<br />

G1 - ESPÍRITO SANTO<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

<strong>STF</strong> deve julgar mensalão do PSDB com mesmo empenho, diz Britto, 71<br />

G1 - BAURU E MARILIA<br />

MINISTRO DIAS TOFFOLI<br />

Vereadores aprovam pedido de comissão contra Takaoka em Marília, 72<br />

CONSULTOR JURÍDICO<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Ministro Ayres Britto fará falta ao Supremo e ao CNJ, 73<br />

CONSULTOR JURÍDICO - NOTÍCIAS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

ADI questio<strong>na</strong> exigência de diploma para policial, 74<br />

JB ONLINE - RJ - PAÍS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa estreia <strong>na</strong> presidência do <strong>STF</strong> com julgamento do mensalão, 75<br />

JB ONLINE - RJ - PAÍS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Relator do Orçamento não incluiu reajustes do Judiciário no parecer, 76<br />

JB ONLINE - RJ - PAÍS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

<strong>STF</strong> mantém aposentadoria compulsória de desembargador aplicada pelo CNJ, 77<br />

JB ONLINE - RJ<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Mensalão provoca encalhe de ações no <strong>STF</strong> com vistas devolvidas, 78<br />

JB ONLINE - RJ - PAÍS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa mudará para sala da presidência do <strong>STF</strong> no fi<strong>na</strong>l da sema<strong>na</strong>, 79<br />

TERRA - NOTÍCIAS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa estreia <strong>na</strong> presidência do <strong>STF</strong> com julgamento do mensalão, 80<br />

TERRA - NOTÍCIAS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Parlamentares irão ao MS mediar conflito entre índios e fazendeiros, 81<br />

TERRA - NOTÍCIAS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

"Serei tipo um José Alencar", diz Lewandowski sobre ser vice do <strong>STF</strong>, 82<br />

TERRA - NOTÍCIAS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

"Serei tipo um José Alencar", diz Lewandowski sobre vice-presidência do <strong>STF</strong>, 83<br />

TERRA - NOTÍCIAS<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa mudará para sala da presidência no fi<strong>na</strong>l da sema<strong>na</strong>, 84<br />

5


Quarta-Feira, 21 de Novembro de 2012<br />

6


Ancelmo Gois<br />

Re<strong>na</strong>to Casagrande, gover<strong>na</strong>dor do Espírito Santo,<br />

estado que também é vítima deste projeto que tunga<br />

royalties do petróleo, confirmou presença <strong>na</strong> passeata<br />

de segunda-feira <strong>na</strong> Avenida Rio Branco, no Rio.<br />

Veta, Dilma II...<br />

Casagrande vem com o prefeito eleito de Vitória,<br />

Luciano Rezende, deputados federais e se<strong>na</strong>dores do<br />

estado.<br />

Veta, Dilma III...<br />

Cabral também convidou Geraldo Alckmin, gover<strong>na</strong>dor<br />

de São Paulo, para a passeata. O paulista ficou de<br />

pensar.<br />

Veta, Dilma IV...<br />

O estado de São Paulo também perde com a<br />

roubalheira dos royalties. Mas alguns municípios<br />

paulistas ganham com o butim.<br />

Os favoritos<br />

Os alemães da Thyssen, do<strong>na</strong> da Companhia<br />

Siderúrgica do Atlântico, que está à venda, chamaram<br />

a CSN e a Techint para uma rodada fi<strong>na</strong>l de conversa.<br />

O encontro será esta sema<strong>na</strong>.<br />

Hora e vez de Dirceu<br />

Do grande produtor Luiz Carlos Barreto, o Barretão,<br />

para um curioso que queria saber sobre o estado de<br />

espírito do seu amigo Zé Dirceu, conde<strong>na</strong>do no<br />

mensalão:<br />

- Ele está como o perso<strong>na</strong>gem Augusto Matraga, de<br />

Guimarães Rosa: cuidando de suas feridas.<br />

No mais<br />

No país de Joaquim Barbosa, diz o IBGE, ape<strong>na</strong>s<br />

13% dos juízes, profissão mais bem remunerada da<br />

<strong>na</strong>ção, são pretos ou pardos.<br />

Cadê a cachoeira QUE ESTAVA AQUI?<br />

Um paraíso ambiental dentro de uma das maiores<br />

unidades de conservação do Rio esconde um triste<br />

cenário. A cachoeira da Mãe d"Água, no Parque<br />

Veta, Dilma I<br />

O GLOBO / RJ - RIO - pág.: 16. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA<br />

Nacio<strong>na</strong>l da Tijuca, virou um "filhote d"água", repare<br />

<strong>na</strong> foto ao lado, desde que passaram a captar de<br />

forma irregular o precioso líquido em sua <strong>na</strong>scente,<br />

cujo acesso é por uma trilha a partir da Rua<br />

Marianópolis, no Grajaú. A prática põe em risco a<br />

fau<strong>na</strong> e a flora locais. Frequentadores da cachoeira<br />

descobriram tubulações (veja acima parte do "gato")<br />

de até um quilômetro de extensão, que desviariam boa<br />

parte da água para a favela da Borda do Mato,<br />

pacificada em 2010 e que ganhou uma caixa-d"agua<br />

novinha sem o aval da Cedae.<br />

É sabido que ninguém pode viver sem água, mas as<br />

autoridades precisam impedir aberrações como esta.<br />

Se a situação continuar, Deus terá mais trabalho para<br />

proteger a nossa querida <strong>na</strong>tureza<br />

Chica da Silva<br />

Aderbal Freire-Filho, o querido diretor, escreveu e vai<br />

dirigir em 2013 um musical sobre a vida de Chica da<br />

Silva, a famosa escrava mineira que já virou filme,<br />

novela, samba-enredo.<br />

O MinC autorizou a Showbrás Produções a captar R$<br />

1.961.350.<br />

Itaparica em festa<br />

João Ubaldo Ribeiro, 71 anos, o grande escritor<br />

membro da ABL, que <strong>na</strong>sceu <strong>na</strong> Ilha de Itaparica, <strong>na</strong><br />

Bahia, é o novo imortal da Academia Baia<strong>na</strong> de Letras.<br />

Toma posse amanhã e ocupará a cadeira nº 9, que foi<br />

de Cláudio Veiga.<br />

O palhaço e o camarada<br />

"O palhaço", o longa de Selton Mello que vai<br />

representar o Brasil <strong>na</strong> disputa pelo Oscar, abre, hoje,<br />

o Festival de Cinema Brasileiro em Moscou.<br />

Niemeyer no Marrocos<br />

Avança o projeto de construção do Centro Cultural<br />

Mogador, em Essaouira, no Marrocos. O projeto é de<br />

Oscar Niemeyer.<br />

Ontem, o embaixador brasileiro Frederico Duque<br />

Estrada Meyer se reuniu com o ministro da Cultura de<br />

lá, Sbihi Mohamed, para tratar do assunto.<br />

-----------<br />

7


Zo<strong>na</strong> Franca<br />

O livro "O alufá Rufino - Tráfico, escravidão e liberdade<br />

no Atlântico negro (1822-1853)", de Flávio dos Santos<br />

Gomes, João José Reis e Marcus Joaquim de<br />

Carvalho, ganhou o Prêmio Literário Casa de las<br />

Américas 2012.<br />

Marilene Dabus, a coleguinha rubro-negra, recebe do<br />

Flamengo, amanhã, o título de "remida" por seus 50<br />

anos como sócia.<br />

Hoje, às 19h, <strong>na</strong> Prefácio, Rafael Casé lança nova<br />

edição de "Programa Casé - o rádio começou aqui", no<br />

qual home<strong>na</strong>geia Ademar Casé.<br />

O jor<strong>na</strong>lista Roberto Muggiati entrevista hoje, <strong>na</strong> Casa<br />

do Saber, o escritor inglês Barry Miles.<br />

O Divã no Cinema apresenta hoje, com debate, <strong>na</strong><br />

Caixa Cultural, "O gabinete do dr. Caligari".<br />

Lucia<strong>na</strong> Negreiros lançou o livro "Os superamigos<br />

saudáveis", pela editora Zelo.<br />

----------------------------<br />

A capa de Giane<br />

A biografia do ator Rey<strong>na</strong>ldo Gianecchini, que, como<br />

saiu aqui, vai se chamar "Giane - Vida, arte e luta", já<br />

está <strong>na</strong> gráfica.<br />

A obra, escrita pelo coleguinha Guilherme Fiuza,<br />

começa a ser vendida mês que vem, <strong>na</strong>s livrarias e em<br />

versão digital.<br />

Ted Boy no car<strong>na</strong>val<br />

O "Meu bem, volto já", o bloco de car<strong>na</strong>val, fará<br />

home<strong>na</strong>gem a Ted Boy Marino, que faleceu em<br />

setembro.<br />

No desfile do ano que vem, o cordão vai cantar seu<br />

samba de 2006, cujo enredo foi o herói do telecatch.<br />

Ce<strong>na</strong> carioca<br />

O publicitário Armando Strozenberg estava, ontem à<br />

noite, curtindo o fi<strong>na</strong>l do feriadão com amigos no Jojô<br />

Café Bistrô, no Horto, quando se aproxima um cara<br />

beirando uns 30 anos, de jeans, camisa branca e<br />

simpático:<br />

- Desculpem a interrupção, mas gostariam de ouvir a<br />

palavra de Deus durante alguns poucos minutos?<br />

O GLOBO / RJ - RIO - pág.: 16. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Rio em alta<br />

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA<br />

A revista "Vogue" deste mês celebra o Rio, viva!, com<br />

a capa "Rio: nunca foi tão bom viver lá". E logo abaixo<br />

escreve: "28 novas razões para amar o balneário".<br />

Só que...<br />

Balneário é o cacete.<br />

Hotel Bossa Nova<br />

O hotel Best Western Plus Copacaba<strong>na</strong>, que a Incortel<br />

e a rede gringa lançam dia 29, <strong>na</strong> Rua Barata Ribeiro,<br />

no Rio, terá nos tetos de seus 121 quartos, viva!,<br />

poemas e letras de, entre outros, Tom Jobim e Vinicius<br />

de Moraes.<br />

Só que...<br />

Best Western Plus é o cacete.<br />

Mulata do gois<br />

Quitéria Chagas, a mulata-sensação da folia e musa<br />

da colu<strong>na</strong>, exibe sua graça, leveza e, por que não<br />

dizer?, encanto <strong>na</strong> quadra da Vila Isabel, sua segunda<br />

casa no car<strong>na</strong>val. A primeira, como se sabe, é o<br />

Império Serrano. Viva ela!<br />

Bastidor cheio de estrelas<br />

Chico Buarque e Caetano Veloso, grandes mestres da<br />

música popular brasileira, prestigiam o show "Carta de<br />

amor", que Maria Bethânia, a querida cantora baia<strong>na</strong>,<br />

estreou no Vivo Rio, segunda agora. Ela merece<br />

Flashes pelo subúrbio<br />

A atriz A<strong>na</strong> Kariny Gurgel, a Bete de "Suburbia", da TV<br />

Globo, posa, veja ao lado, para ensaio no bairro de<br />

Madureira<br />

8


Charge, Chico.<br />

O GLOBO / RJ - Primeira Pági<strong>na</strong> - pág.: CAB1. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

É Hoje (Charge)<br />

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA<br />

9


O GLOBO / RJ - Primeira Pági<strong>na</strong> - pág.: CAB1. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Com Barbosa mais forte, <strong>STF</strong> retoma hoje<br />

mensalão<br />

O ministro Joaquim Barbosa estreia hoje <strong>na</strong><br />

presidência do Supremo Tribu<strong>na</strong>l comandando o<br />

julgamento do mensalão.<br />

Ministros esperam que, após duros embates com<br />

colegas, Barbosa aja para apaziguar os ânimos e<br />

aliviar tensões. "Que reine a paz. Na presidência, não<br />

dá para a pessoa ser trepidante, tem que ser<br />

tranquila", disse Marco Aurélio Mello. PÁGINA 6, Elio<br />

Gaspari e Zuenir Ventura<br />

10


Ilimar Franco<br />

O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha<br />

(PT-MG), cedeu às pressões do PT e indiciará o<br />

jor<strong>na</strong>lista Policarpo Júnior, da "Veja", no documento<br />

que apresenta hoje. Os petistas queriam também o<br />

indiciamento do procurador-geral da República,<br />

Roberto Gurgel. Mas neste caso, Odair optou por<br />

encaminhar ao Conselho Nacio<strong>na</strong>l do Ministério<br />

Público pedido de investigação.<br />

As pe<strong>na</strong>s dos deputados<br />

O <strong>STF</strong> deve decidir hoje as pe<strong>na</strong>s dos deputados e<br />

dirigentes de partidos conde<strong>na</strong>dos no esquema do<br />

mensalão. Dos que receberam dinheiro do valerioduto,<br />

a pe<strong>na</strong> mais alta tende a ficar com Pedro Corrêa (PP),<br />

beirando oito anos, ou seja, poderá pegar regime<br />

fechado. O secretário-geral do PR, deputado Valdemar<br />

Costa Neto, virá logo em seguida, com pe<strong>na</strong> em torno<br />

de sete anos. O presidente <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do PTB, Roberto<br />

Jefferson, vai ficar com pe<strong>na</strong> entre cinco e seis anos,<br />

sem considerar atenuante por ele delatar o esquema.<br />

Pelo padrão de votos dos ministros, a situação do<br />

petista João Paulo Cunha é complicada, e sua pe<strong>na</strong><br />

deve superar oito anos de prisão.<br />

Vem aí mais uma janela<br />

O PSD de Gilberto Kassab praticamente acertou a<br />

fusão com o <strong>na</strong>nico PSL. Negocia também com o<br />

PTN. Se fechar, os políticos com mandato ganham<br />

uma janela para troca-troca sem ter que deixar o cargo<br />

no partido pelo qual se elegeram..<br />

Em fim de carreira<br />

O presidente do Se<strong>na</strong>do, José Sarney (PMDB-AP),<br />

recebeu evangélicos ontem para tratar do novo Código<br />

Pe<strong>na</strong>l. Ao ser indagado sobre o prazo de tramitação e<br />

se será votado ainda em seu mandato, Sarney<br />

respondeu: "Não estou mais em idade para assumir<br />

qualquer paternidade". E completou: "Não concorro a<br />

mais <strong>na</strong>da."<br />

Só pensa nisso<br />

O deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)<br />

passou o feriado <strong>na</strong> Espanha. Ficou sabendo que a<br />

comitiva presidencial estava por lá e se encontrou com<br />

a presidente Dilma para falar de sua eleição a<br />

presidente da Câmara.<br />

Venceu a pressão<br />

O GLOBO / RJ - O PAÍS - pág.: 02. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Lista de desejos<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Se<strong>na</strong>dores de PR, PTB e PSC se reúnem com a<br />

presidente Dilma hoje. Pedirão para entrar <strong>na</strong> reforma<br />

ministerial e querem <strong>na</strong>da menos do que o Ministério<br />

do Desenvolvimento, Indústria e Comércio para o<br />

se<strong>na</strong>dor Blairo Maggi, desalojando, assim, o petista<br />

Fer<strong>na</strong>ndo Pimentel. O argumento: são 16 se<strong>na</strong>dores e<br />

ganharão mais dois com a entrada do PSD no bloco.<br />

Aos pés de Cristo<br />

O Ministério do Turismo desti<strong>na</strong>rá R$ 1,5 milhão para<br />

obras de melhorias no Cristo Redentor, a pedido do<br />

arcebispo dom Orani Tempesta. Na Jor<strong>na</strong>da Mundial<br />

da Juventude, a arquidiocese quer deixar o<br />

monumento aberto 24 horas por dia.<br />

Famosidades<br />

Ao saber que a filha caçula de Martin Luther King,<br />

Bernice, está no Brasil para receber um prêmio, o<br />

ministro Joaquim Barbosa pediu que o cerimonial a<br />

convidasse para a sua posse, amanhã, <strong>na</strong> presidência<br />

do <strong>STF</strong>.<br />

O se<strong>na</strong>do vai recorrer à Justiça contra decisão da<br />

Receita Federal de cobrar Imposto de Renda sobre a<br />

ajuda de custo paga aos se<strong>na</strong>dores.<br />

11


Zuenir Ventura<br />

Poucos dias depois que a Executiva Nacio<strong>na</strong>l do PT<br />

lançou uma nota oficial criticando as conde<strong>na</strong>ções da<br />

Ação Pe<strong>na</strong>l 470, vulgo mensalão, e acusando o <strong>STF</strong><br />

de "instaurar um clima de insegurança jurídica no<br />

país", o ex-presidente da Corte Carlos Ayres Britto,<br />

que acaba de se aposentar, deu uma longa entrevista<br />

aos repórteres Valdo Cruz e Felipe Seligman, da<br />

"Folha de S.Paulo". Entre as duas manifestações, a do<br />

partido e a do ministro, há um abismo. Lendo o que ele<br />

disse e sabendo de sua i<strong>na</strong>tacável reputação, é<br />

impossível admitir sem má-fé que esse poeta e filósofo<br />

declaradamente "contemplativo", "espiritualista",<br />

adepto da física quântica, da meditação e de um<br />

violão, íntegro, sereno e sensato, tenha permitido que<br />

a Casa presidida por ele tivesse sido capaz de<br />

"partidarizar" o julgamento, fazendo política em vez de<br />

justiça, entre outros desvios jurídicos como falta de<br />

isenção, "transferência do ônus da prova aos réus",<br />

"transformação de indícios em provas", "pe<strong>na</strong>s<br />

desproporcio<strong>na</strong>is".<br />

É bom lembrar que, paradoxalmente, todas essas<br />

queixas-denúncias foram apresentadas justamente<br />

pelo partido no qual Ayres Britto militou durante 18<br />

anos e pelo qual ainda nutre uma mal disfarçada<br />

simpatia, ressaltando, por exemplo, que o mensalão<br />

"não é o julgamento do PT; são réus que ocuparam<br />

cargos de direção no PT". Ao a<strong>na</strong>lisar o que ele<br />

considera ser o esgotamento da "fase ideológica" do<br />

PSDB e do PT, com perda do que os gregos chamam<br />

de "Deus dentro da gente", entusiasmo, ou seja,<br />

"aquele ímpeto depurador das instituições", Britto<br />

adverte: "Não podemos ser injustos, porque o PT<br />

continua com quadros muito bons." E cita o caso do<br />

gover<strong>na</strong>dor Tarso Genro, "que chegou a escrever um<br />

artigo a favor do Supremo".<br />

Quando lhe foi perguntado se houve "traição" e se os<br />

presidentes petistas erraram <strong>na</strong>s nomeações, já que,<br />

dos dez ministros do julgamento, sete foram indicados<br />

por Lula ou Dilma, ele respondeu: "A nossa postura<br />

técnica, independente, isenta, desassombrada, é uma<br />

postura que honra os nomeantes. Não só os<br />

nomeados." E aproveitou para esclarecer que Lula<br />

nunca "se aproximou para cobrar, fazer queixa".<br />

Diante das home<strong>na</strong>gens que lhe estão sendo<br />

prestadas, é curioso observar que foi preciso o<br />

discreto e recatado Ayres Britto se aposentar para<br />

que se prestasse atenção nele, presidente, e não só<br />

no relator e no revisor. Uma questão de mais ou de<br />

De PT, Ayres e egos<br />

O GLOBO / RJ - OPINIÃO - pág.: 21. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

menos ego.<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Durante os próximos 15 dias, concederei a vocês um<br />

merecido descanso - de mim.<br />

12


O GLOBO / RJ - RIO - pág.: CAB15. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Feriado é comemorado com ato <strong>na</strong> Praça<br />

Onze<br />

Festa reúne samba, capoeira e teatro em monumento<br />

a Zumbi<br />

Começaram cedo, às 6h de ontem, com uma lavagem<br />

do busto de Zumbi dos Palmares, <strong>na</strong> Praça Onze, as<br />

comemorações pelo Dia da Consciência Negra. Houve<br />

em seguida apresentações de capoeira, afoxé, teatro<br />

e, para fi<strong>na</strong>lizar, integrantes da escola de samba<br />

Unidos de Vila Isabel tocaram "Kizomba, a festa da<br />

raça", do car<strong>na</strong>val de 1988. A chuva não espantou os<br />

participantes do evento que integra a Agenda Única<br />

Rio Zumbi 2012, cuja programação, com atividades<br />

variadas, teve início no dia 1º deste mês e será<br />

encerrada somente no dia 15 de dezembro.<br />

<strong>Para</strong> Paulo Roberto dos Santos, presidente do<br />

Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine), o<br />

feriado foi comemorado com motivos adicio<strong>na</strong>is<br />

importantes, como a posse esta sema<strong>na</strong> do primeiro<br />

presidente negro do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal,<br />

ministro Joaquim Barbosa; e o tombamento do prédio<br />

Docas Dom Pedro II, patrimônio histórico da<br />

população negra, em frente ao Cais do Valongo. Ele<br />

ressaltou ainda que este ano, no dia 1º de março, no<br />

Palácio Gua<strong>na</strong>bara, foi entregue o Registro Geral de<br />

Imóveis (RGI) aos moradores do quilombo Preto Forro,<br />

em Cabo Frio:<br />

- A segurança jurídica garantida aos moradores do<br />

Preto Forro é a renovação da esperança de<br />

remanescentes quilombolas. No Brasil estão<br />

registradas cerca de 3 mil comunidades, mas só 110<br />

foram tituladas até o momento. No Estado do Rio,<br />

somente duas. Restam outras 34. As comunidades<br />

quilombolas são locais onde estão herdeiros de uma<br />

resistência histórica, que merecem respeito, mais<br />

carinho, em vez de de se tor<strong>na</strong>rem alvos de grileiros<br />

ou da especulação imobiliária.<br />

13


O GLOBO / RJ - O PAÍS - pág.: 07. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Orçamento: comissão aprova relatório<br />

prelimi<strong>na</strong>r<br />

Texto só foi votado após acordo em que oposição deu<br />

14 dias para governo empenhar emendas<br />

parlamentares<br />

Cristiane Jungblut<br />

crisjung@bsb.oglobo.com.br<br />

BRASÍLIA Depois de um acordo em que a oposição<br />

aceitou dar um prazo de 14 dias para o governo<br />

agilizar o empenho das emendas apresentadas pelos<br />

parlamentares ao Orçamento de 2012, a Comissão<br />

Mista de Orçamento (CMO) aprovou ontem o relatório<br />

prelimi<strong>na</strong>r do Orçamento da União para 2013,<br />

mantendo a proposta origi<strong>na</strong>l do governo para gastos<br />

com reajustes de servidores e aposentados. O relatorgeral,<br />

se<strong>na</strong>dor Romero Jucá (PMDB-RR), rejeitou<br />

todas as emendas que pediam reajustes maiores para<br />

os servidores - que já têm garantido 5% em 2013 - e<br />

aumento real para aposentados que ganham acima do<br />

salário mínimo. Ele deixou, no entanto, brechas para<br />

desti<strong>na</strong>r parte da verba extra de R$ 9,5 bilhões para<br />

eventuais novos reajustes se houver acordo nesse<br />

sentido com o governo.<br />

Jucá também rejeitou pedidos para elevar a cota<br />

individual de emendas parlamentares, mantendo-a em<br />

R$ 15 milhões, o que dará um total de R$ 8,9 bilhões.<br />

O fiador do acordo que viabilizou a votação em tempo<br />

recorde <strong>na</strong> sessão de ontem foi o presidente da CMO,<br />

deputado Paulo Pimenta (PT-RS).<br />

- Aqui, não é patrola (usada para mover areia), é avião<br />

- brincou Pimenta, já que a CMO costuma levar noites<br />

votando.<br />

Quanto aos reajustes, Jucá ponderou que não era<br />

hora de tratar do assunto, reiterou que o cenário é de<br />

dificuldade econômica, mas admitiu que o debate<br />

poderá voltar <strong>na</strong> votação fi<strong>na</strong>l. O Orçamento já prevê<br />

reajuste de 5% para os servidores em 2013, como<br />

primeira etapa de um total de 15,8% a ser pago até<br />

2015.<br />

Na sema<strong>na</strong> passada, a cúpula do Judiciário - com a<br />

presença de Ayres Britto e Joaquim Barbosa, do<br />

Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>) - fez um pedido<br />

formal a Jucá para aprovar projetos que elevam o<br />

subsídio dos ministros do tribu<strong>na</strong>l para cerca de R$ 34<br />

mil.<br />

- Esse debate sobre os reajustes não poderia ser feito<br />

agora. A limi<strong>na</strong>r do Supremo manda ape<strong>na</strong>s o<br />

Congresso apreciar os projetos. É preciso ter<br />

responsabilidade fiscal - disse Jucá.<br />

Parlamentares aliados e da oposição querem o<br />

cumprimento do acordo feito pelo Palácio do Pla<strong>na</strong>lto,<br />

em julho, que previa o empenho de pelo menos R$ 3<br />

milhões dos R$ 15 milhões que cada parlamentar tem<br />

de emendas aprovadas no Orçamento. A oposição<br />

sabe que dificilmente isso será feito e ameaça voltar<br />

com a obstrução <strong>na</strong> Comissão Mista de Orçamento em<br />

14 dias. Paulo Pimenta disse que vai pedir ao governo<br />

para acelerar os empenhos:<br />

- Sem acordo, o Congresso não funcio<strong>na</strong>.<br />

- As emendas são legítimas - completou Jucá.<br />

- Demos um voto de confiança - disse o vice-líder do<br />

DEM, Ro<strong>na</strong>ldo Caiado (GO).<br />

14


O GLOBO / RJ - O PAÍS - pág.: 06. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Posse terá artistas e movimento negro<br />

Amigos da gráfica do Se<strong>na</strong>do também já confirmaram<br />

presença<br />

A lista de convidados para a cerimônia de posse de<br />

Joaquim Barbosa <strong>na</strong> presidência do <strong>STF</strong> deixa claro<br />

que a fama do relator do mensalão ultrapassou os<br />

meios jurídicos para chegar ao patamar de<br />

celebridade. Prometem comparecer ao evento os<br />

atores Lázaro Ramos, Taís Araújo, Regi<strong>na</strong> Casé e<br />

Milton Gonçalves. O rapper MV Bill, o cantor Djavan e<br />

o piloto Nelson Piquet também devem estar presentes.<br />

Após as formalidades no tribu<strong>na</strong>l, os convidados irão a<br />

um coquetel numa casa de festas de Brasília.<br />

Patroci<strong>na</strong>do por entidades jurídicas, o evento custará<br />

mais de R$ 30 mil.<br />

A cerimônia de posse será amanhã à tarde. Foram<br />

expedidos 2 mil convites. A presidente Dilma Rousseff<br />

e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS),<br />

confirmaram presença. Também devem comparecer<br />

amigos de Barbosa da França, da Alemanha, da<br />

Inglaterra e dos Estados Unidos, da época em que o<br />

ministro tinha vida acadêmica no exterior.<br />

O grupo de amigos que Barbosa fez quando trabalhou<br />

<strong>na</strong> gráfica do Se<strong>na</strong>do, entre 1973 e 1975, está<br />

exultante com a posse do ex-colega. O excoorde<strong>na</strong>dor<br />

de Produção da Gráfica Mário César<br />

Pinheiro Maia, que foi chefe de Barbosa e colega de<br />

partidas de futebol, já comprou terno novo. <strong>Para</strong> ele,<br />

Barbosa vencerá eventuais resistências e se<br />

destacará como presidente da mais alta Corte do país.<br />

- Vai ser uma surpresa para muita gente. A atuação<br />

dele tem sido reconhecida pela população brasileira.<br />

Na presidência do <strong>STF</strong> vai acontecer o mesmo. Ele<br />

gosta de defender as posições dele, mas gosta do<br />

diálogo também - disse Maia.<br />

Na posse, estarão representantes do movimento<br />

negro, como o reitor da Faculdade Zumbi dos<br />

Palmares, José Vicente, e o advogado Humberto<br />

Adami, do Instituto de Advocacia Racial. Privilegiando<br />

as minorias, Barbosa fez questão de contratar um<br />

tradutor de libras a cerimônia.<br />

O ministro Luiz Fux, o procurador-geral da República,<br />

Roberto Gurgel, e o presidente da OAB, Ophir<br />

Cavalcanti, farão discursos. Barbosa falará por último.<br />

Depois, no Salão Branco, Barbosa e Ricardo<br />

Lewandowski receberão os cumprimentos de<br />

autoridades e familiares.<br />

15


O GLOBO / RJ - O PAÍS - pág.: 06. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Com Barbosa <strong>na</strong> presidência, <strong>STF</strong> espera<br />

alívio da tensão<br />

Mensalão será retomado hoje, já sob o comando do<br />

relator<br />

Caroli<strong>na</strong> Brígido<br />

caroli<strong>na</strong>@bsb.oglobo.com.br<br />

BRASÍLIA A retomada do julgamento do mensalão,<br />

hoje, será marcada pela estreia do relator do<br />

processo, ministro Joaquim Barbosa, <strong>na</strong> presidência<br />

do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal. Barbosa assume com<br />

a difícil missão de dar continuidade ao papel de seu<br />

antecessor, Ayres Britto, de apaziguar os ânimos<br />

durante o julgamento. Depois de participar de duros<br />

embates com colegas nos últimos meses, Barbosa<br />

hoje atuará como presidente interino da Corte e<br />

também como relator da ação, e deverá tentar zelar<br />

pela tranquilidade <strong>na</strong> sessão. Pelo menos é o que<br />

esperam os outros ministros, que apostam numa<br />

gestão ponderada, mesmo <strong>na</strong>s polêmicas do<br />

mensalão. Amanhã, Barbosa assume oficialmente a<br />

presidência do <strong>STF</strong>.<br />

- Eu espero que seja tranquila (a gestão). Que reine a<br />

paz. Na presidência, não dá para a pessoa ser<br />

trepidante, tem que ser tranquila - disse Marco<br />

Aurélio Mello, que minimizou os efeitos das brigas<br />

entre Barbosa e o revisor do mensalão, Ricardo<br />

Lewandowski, no próximo biênio, quando um será<br />

presidente, e o outro, vice:<br />

- O vice não tem atribuições específicas no Supremo,<br />

é ape<strong>na</strong>s um substituto <strong>na</strong>s ausências eventuais do<br />

presidente - explicou Marco Aurélio.<br />

O ministro acrescentou que, talvez, Lewandowski seja<br />

destacado por Barbosa para presidir sessões do<br />

Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Justiça (CNJ). Isso porque<br />

Barbosa tem um problema de saúde crônico nos<br />

quadris.<br />

- Há essa impossibilidade física. Acho que a tendência<br />

é partirem para uma compreensão maior entre<br />

presidente e vice - disse Marco Aurélio.<br />

Lewandowski confirmou a expectativa, dizendo que<br />

será um vice "low profile":<br />

- Vou ser um vice-presidente bem tradicio<strong>na</strong>l e o mais<br />

colaborativo possível.<br />

Segundo Lewandowski, o temperamento de Barbosa<br />

não será um problema para o <strong>STF</strong>.<br />

- É um ministro preparado, tanto do ponto de vista da<br />

experiência dele <strong>na</strong> Suprema Corte quanto do ponto<br />

de vista acadêmico. Eu espero que ele faça uma<br />

gestão boa, técnica. As divergências são sempre em<br />

torno de temas pontuais e jurídicos, coisa processual.<br />

Quando se trata da instituição, os integrantes da Corte<br />

se unem sempre e defendem a instituição - afirmou<br />

ele.<br />

Sobre o CNJ, o ministro mostrou-se solícito:<br />

- As sessões são o dia inteiro. Não sei se ele terá<br />

condições de aguentar um dia inteiro. Vou substituir o<br />

ministro Joaquim nos momentos em que isso se fizer<br />

necessário. Eu vou ter um protagonismo mínimo, zero,<br />

low profile .<br />

O presidente da OAB, Ophir Cavalcanti, mostrou-se<br />

preocupado com o fato de Barbosa não ter o costume<br />

de receber advogados em audiência. Ele afirmou ter<br />

esperança de que o ministro mude de atitude <strong>na</strong><br />

presidência do <strong>STF</strong>.<br />

- É o único ministro que não recebe advogado. A<br />

advocacia tem esperança de que o ministro Joaquim,<br />

<strong>na</strong> presidência, compreenda a importância do papel da<br />

advocacia para o devido processo legal. É dever de<br />

todos os magistrados receber os advogados.<br />

Esperamos que isso (a negativa de audiência) não<br />

venha a acontecer para que se evite conflito<br />

desnecessário - disse Cavalcanti.<br />

16


Merval Pereira<br />

merval@oglobo.com.br<br />

A discussão sobre as pe<strong>na</strong>s que estão sendo<br />

atribuídas aos réus conde<strong>na</strong>dos no processo do<br />

mensalão está fora de foco no entender de muitos<br />

especialistas e, sobretudo, do relator do processo,<br />

Joaquim Barbosa, que hoje preside interi<strong>na</strong>mente os<br />

trabalhos e amanhã assume oficialmente a presidência<br />

do <strong>STF</strong>. Barbosa prefere discutir os crimes.<br />

Se depender dele, as pe<strong>na</strong>s já dadas aos réus não<br />

serão alteradas até o fim do julgamento, e essa<br />

promete ser uma das disputas mais acirradas <strong>na</strong><br />

Corte, pois já há intenção de Marco Aurélio Mello de<br />

defender que alguns crimes de Marcos Valério sejam<br />

tratados como de "continuidade delitiva", o que<br />

diminuiria sua pe<strong>na</strong>, que hoje já passa de 40 anos. Até<br />

o momento, ele foi conde<strong>na</strong>do por cinco crimes em<br />

"concurso material", o que significa que cada um deles<br />

recebe pe<strong>na</strong> separada, que depois são somadas. Na<br />

"continuidade delitiva" há ape<strong>na</strong>s um crime que recebe<br />

pe<strong>na</strong>s adicio<strong>na</strong>is.<br />

A discussão é se os crimes de lavagem de dinheiro e<br />

evasão de divisas, por exemplo, não seriam um crime<br />

só, assim como corrupção ativa e peculato. Quando o<br />

assunto surgiu no julgamento, houve um<br />

desentendimento entre o relator e o revisor, e ficaram<br />

claros ali o que pensava Barbosa e qual a direção que<br />

ele tomava <strong>na</strong> formação das pe<strong>na</strong>s.<br />

Ele se revoltara com a pe<strong>na</strong> mínima dada a um réu,<br />

sofismando que ele não passaria nem seis meses <strong>na</strong><br />

cadeia. Foi preciso que o revisor Lewandowski o<br />

lembrasse de que as pe<strong>na</strong>s são somadas para que ele<br />

explicitasse seu ponto, queixando-se de que "há anos<br />

generalizou-se um hábito de impor os castigos nos<br />

limites mínimos. Entretanto, pe<strong>na</strong>-base não é sinônimo<br />

de pe<strong>na</strong> mínima. Com a indiscrimi<strong>na</strong>da imposição das<br />

pe<strong>na</strong>s mínimas, vêm se tratando de modo igual<br />

situações distintas".<br />

Quando foi lembrado de que a conde<strong>na</strong>ção de Marcos<br />

Valério chegaria a 40 anos, ele reagiu prontamente:<br />

"Se existe réu conde<strong>na</strong>do a 40 anos, é porque ele<br />

cometeu oito, nove crimes graves". Aí está a diferença<br />

fundamental entre o novo presidente do Supremo e<br />

alguns dos ministros. Barbosa não se espanta com as<br />

pe<strong>na</strong>s a que chegaram e prefere discutir primeiro os<br />

crimes cometidos.<br />

Os crimes<br />

O GLOBO / RJ - O PAÍS - pág.: 04. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

O processo do mensalão começou a ser investigado<br />

primeiro <strong>na</strong> CPI do Congresso e mais adiante pelo<br />

Ministério Público Federal. Foram cinco anos entre a<br />

aceitação da denúncia e o julgamento, e sete anos<br />

desde que o escândalo eclodiu. Não é à toa que o<br />

processo tem mais de 50 mil pági<strong>na</strong>s, que reproduzem<br />

o depoimento de 600 testemunhas ouvidas em 42<br />

cidades e até no exterior. Toda essa investigação<br />

culminou <strong>na</strong> certeza de uma maioria esmagadora do<br />

plenário de que, sim, houve desvio do dinheiro público,<br />

compra de votos de parlamentares, envolvimento de<br />

bancos.<br />

Diante da abundância de provas e da gravidade dos<br />

fatos, Barbosa mostra-se espantado quando querem<br />

discutir o tamanho das pe<strong>na</strong>s. Com relação ao exministro<br />

José Dirceu, por exemplo, considera que a<br />

gravidade dos crimes praticados ficou provada ser<br />

muito maior do que aparentava, o que exigiria, <strong>na</strong> sua<br />

opinião, punições mais rigorosas do que as mínimas<br />

previstas pela lei. <strong>Para</strong> ele, "a aplicação da pe<strong>na</strong><br />

mínima só estaria autorizada se o crime,<br />

concretamente praticado, tivesse produzido uma lesão<br />

mínima ao orde<strong>na</strong>mento jurídico", o que não é o caso.<br />

Mas, mesmo pensando assim, o relator não<br />

acompanhou o pedido do procurador-geral da<br />

República para que Dirceu fosse conde<strong>na</strong>do por<br />

"concurso material", o que poderia lhe dar pe<strong>na</strong><br />

próxima a 20 anos de cadeia. Barbosa considerou que<br />

os nove crimes de corrupção ativa representaram uma<br />

"continuidade delitiva", e a pe<strong>na</strong> máxima nesse caso<br />

era de 12 anos. Dirceu foi conde<strong>na</strong>do a sete anos e 11<br />

meses, o que não implica regime fechado (com pe<strong>na</strong>s<br />

abaixo de oito anos, o regime é semiaberto). O<br />

restante da pe<strong>na</strong> deveu-se à conde<strong>na</strong>ção por<br />

formação de quadrilha. Como foi conde<strong>na</strong>do nesse<br />

item por 6 a 4, a defesa de Dirceu poderá recorrer<br />

através de embargos infringentes, tentando reverter a<br />

pe<strong>na</strong>.<br />

Dos seis ministros que o conde<strong>na</strong>ram, Ayres Britto<br />

estará fora da análise do recurso, e mais dois novos<br />

ministros estarão no <strong>STF</strong>: Teori Zavascki e um outro a<br />

ser nomeado, o que indica que a pe<strong>na</strong> pode ser<br />

revertida em tese, embora o histórico do Supremo não<br />

seja favorável à aceitação dos embargos infringentes.<br />

17


Mônica Bergamo<br />

Os cineastas Luiz Bolognesi e Laís Bodanzky<br />

comemoram amanhã, às 19h30, no parque Ibirapuera,<br />

1 milhão de espectadores do Cine Tela Brasil. A<br />

sessão de cinema será feita em um dos telões que<br />

viaja o país, exibindo filmes de graça. Os dois também<br />

trabalham juntos no projeto de um novo longa, "Como<br />

Nossos Pais", que ele roteirizou e ela vai dirigir. "Não<br />

funcio<strong>na</strong>ria dirigir junto", diz ela, "porque é um olhar<br />

específico".<br />

JOAQUIM FALA<br />

Aguardado com expectativa, o discurso de posse de<br />

Joaquim Barbosa <strong>na</strong> Presidência do <strong>STF</strong> (Supremo<br />

Tribu<strong>na</strong>l Federal) amanhã deve desapontar os que<br />

apostam em uma fala recheada de recados à<br />

presidente Dilma Rousseff, a outros Poderes ou<br />

mesmo a magistrados. O ministro é avesso a esse tipo<br />

de iniciativa.<br />

DE PERTO<br />

Aos poucos interlocutores com quem tem conversado,<br />

Barbosa dia que só quem não o conhece bem aposta<br />

numa gestão com crises gratuitas, inter<strong>na</strong>s ou <strong>na</strong><br />

relação com a Presidência e o Congresso.<br />

DE PERTO 2<br />

Em entrevista exclusiva à Folha, em outubro, o próprio<br />

ministro afirmou, sobre divergências com colegas do<br />

<strong>STF</strong>, que "uma coisa é você estar lá [no plenário], no<br />

embate de ideias e pontos de vista. Outra é você ter a<br />

responsabilidade pelo todo".<br />

DE PERTO 4<br />

Barbosa afirmou também o que agora tem repetido a<br />

interlocutores: ele deve abordar questões delicadas do<br />

Judiciário. "No Brasil, coisas absurdas são admitidas<br />

como as mais <strong>na</strong>turais. Por exemplo, filhos e mulheres<br />

de juízes advogarem <strong>na</strong>s cortes em que seus parentes<br />

atuam".<br />

CHURRASCO<br />

Na despedida da Espanha, Dilma Rousseff jantou no<br />

Rubaiyat de Madri. Encarou uma chuleta de cordeiro<br />

como prato principal. Na companhia do ministro da<br />

Educação, Aloizio Mercadante, e de diplomatas,<br />

degustou, de entrada, o tradicio<strong>na</strong>l presunto espanhol<br />

FOLHA DE S. PAULO / SP - ILUSTRADA - pág.: E02. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Um milhão de pipocas<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

pata negra e pão de queijo recheado com uva, vinho<br />

tinto e queijo.<br />

PAREM AS ROTATIVAS<br />

O diretor Jorge Furtado começa a rodar seu novo<br />

longa que tem a imprensa como tema. "Mercado de<br />

Notícias" se baseia <strong>na</strong> peça homônima do dramaturgo<br />

inglês Ben Jonson, contemporâneo de Shakespeare.<br />

"Vou misturar ence<strong>na</strong>ção e documentário para discutir<br />

o papel da mídia", diz. As filmagens começam 4 de<br />

dezembro com entrevistas de jor<strong>na</strong>listas que vão falar<br />

da cobertura de escândalos recentes ocorridos no<br />

país.<br />

SER TÃO SERTÃO<br />

Chambinho do Acordeon, que interpreta Gonzagão no<br />

filme "Gonzaga - de Pai para Filho", viverá o rei do<br />

baião fora da tela.<br />

Foi convidado por Milú Villela para fazer show no<br />

sábado e no domingo no Itaú Cultural, <strong>na</strong> av. Paulista.<br />

FOGO NO GELO<br />

Representantes da Marinha do Brasil e do Instituto de<br />

Arquitetos do Brasil estudam lançar um concurso<br />

público inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l para escolher o projeto da nova<br />

Estação Antártica Comandante Ferraz, destruída em<br />

incêndio em fevereiro. A competição deve ser<br />

realizada no primeiro trimestre de 2013.<br />

QUER QUE DESENHE?<br />

Simon Collins, reitor da renomada faculdade inglesa<br />

de design Parsons, dará palestra a estudantes de<br />

moda e arquitetura brasileiros.<br />

Ele fala em SP no dia 26, a convite da Student Travel<br />

Bureau.<br />

BALDE DE VOLTA<br />

A banda gaúcha de rock Bidê ou Balde volta à ativa<br />

após oito anos. Lança o CD "Eles São Assim. E Assim<br />

Por Diante" ainda neste mês e grava clipe para a<br />

música "+Q1Amigo" <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> que vem. O vídeo é<br />

sobre a história de amor entre um homem sem rosto e<br />

uma mulher com um espelho no lugar da face. O<br />

grupo é coadjuvante no filme.<br />

NA RAÇA<br />

18


A atriz Cacau Protásio foi uma das home<strong>na</strong>geadas do<br />

Troféu Raça Negra, anteontem. O rapper Mano Brown<br />

e a jogadora de vôlei Fabia<strong>na</strong> assistiram a show de<br />

Jair Rodrigues, <strong>na</strong> Sala São Paulo. Luiz Fux, ministro<br />

do <strong>STF</strong>, foi à cerimônia, em que também esteve<br />

Bernice King, filha do líder Martin Luther King Júnior.<br />

CURTO-CIRCUITO<br />

Regi<strong>na</strong> Duarte i<strong>na</strong>ugura hoje, às 19h30, exposição de<br />

fotos e de vídeos sobre sua carreira. "Espelho da Alma<br />

- A Atriz e seu Tempo" fica em cartaz por dois meses,<br />

no Liceu de Artes e Ofícios de SP.<br />

O restaurante Rive Gauche Cuisine abre hoje no<br />

shopping Cidade Jardim.<br />

É hoje o lançamento da coleção da Mixed para a rede<br />

C A,às 21h, no shopping Iguatemi.<br />

A exposição "Luz, Linhas, Lugares", de Candida Höfer,<br />

é aberta às 21h de hoje, <strong>na</strong> galeria Leme.<br />

Salles Von Brusky Escritório de Arte realiza leilão a<br />

partir do dia 26.<br />

com ELIANE TRINDADE (colaboração), ANNA<br />

VIRGINIA BALLOUSSIER, CHICO FELITTI e LÍGIA<br />

MESQUITA<br />

FOLHA DE S. PAULO / SP - ILUSTRADA - pág.: E02. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

19


FOLHA DE S. PAULO / SP - OPINIÃO - pág.: A03. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Mensalão (Painel do leitor)<br />

Os heróis de antigamente, como Zumbi dos Palmares,<br />

remavam contra a maré e à própria custa, pondo em<br />

risco a própria vida. Os "heróis" de hoje, como<br />

Joaquim Barbosa, têm toda a opinião pública e<br />

publicada a seu favor, recebem um régio salário para<br />

fazer o que é <strong>na</strong>da além de sua obrigação e põem em<br />

risco o conceito de heroísmo.<br />

Diniz Neves de Lima (Taubaté, SP)<br />

Ao fi<strong>na</strong>l do julgamento do mensalão, a teoria do<br />

domínio do fato foi um dos fundamentos usados pelo<br />

<strong>STF</strong> para conde<strong>na</strong>r José Dirceu. Já Lula, desde o<br />

início do processo, foi "absolvido" justamente por não<br />

ter domínio do fato. Não tinha mesmo ou está<br />

"blindado pelos companheiros"?<br />

Maria de Lourdes M. N. Matos (Itajubá, MG)<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

20


Marcelo Coelho<br />

Teatro e política não se unem numa coisa só, mas se<br />

transcendem numa catarse ritual<br />

<strong>Para</strong> vencer a crueldade é preciso ser mais cruel<br />

ainda. Ajudar o próximo é tor<strong>na</strong>r-se cúmplice da<br />

violência que o levou a pedir ajuda. Apesar de todo o<br />

progresso técnico, o preço do pão não diminui.<br />

São ideias do velho Bertolt Brecht, em ple<strong>na</strong> ebulição<br />

revolucionária europeia depois da Primeira Guerra<br />

Mundial.<br />

Quem as ressuscita, a propósito da crise econômica<br />

de Espanha, Portugal e Grécia hoje em dia, é José<br />

Celso Martinez Corrêa, no espetáculo "Acordes".<br />

Com textos de Brecht e música de Paul Hindemith,<br />

além de muitas intervenções próprias, José Celso<br />

criou uma espécie de ópera-teatro multimídia, em<br />

cartaz no Ofici<strong>na</strong> até 23 de dezembro, com<br />

transmissões ao vivo pela internet.<br />

O público é convidado a participar moderadamente do<br />

espetáculo, respondendo "sim" ou "não", como uma<br />

espécie de massa coral, às perguntas propostas pelo<br />

ence<strong>na</strong>dor.<br />

Apesar das suas presumíveis convicções de esquerda,<br />

dificilmente alguém da plateia estaria disposto a levar<br />

às últimas consequências o elogio da crueldade<br />

revolucionária defendido no texto.<br />

Nem mesmo o próprio José Celso, claro. Os atores e<br />

atrizes de sua companhia já foram mais bonitos do<br />

que atualmente, mas como sempre derramam o mel<br />

de seus olhares diretos sobre os espectadores<br />

alinhados <strong>na</strong> arquibancada do teatro.<br />

Mais do que isso, oferecem pedaços de melancia à<br />

plateia, num momento em que a peça se abre para<br />

uma espécie de comunhão eucarística. Há outras<br />

referências ao imaginário cristão, aliás muito bem<br />

integradas à <strong>na</strong>rrativa. Quando um ator se limpa da<br />

maquiagem que o desumanizava, para se tor<strong>na</strong>r<br />

"ape<strong>na</strong>s uma pessoa", seu lenço sujo de tinta azul e<br />

vermelha se apresenta como um Santo Sudário.<br />

Despir-se de si mesmo, deixar de se considerar<br />

alguém, tor<strong>na</strong>r-se "ninguém": a humildade cristã<br />

devora, nesse espetáculo, o materialismo de Brecht.<br />

FOLHA DE S. PAULO / SP - ILUSTRADA - pág.: -. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Pajelanças homéricas<br />

MINISTRO GILMAR MENDES<br />

"Morte, onde está tua vitória?", perguntava São Paulo<br />

<strong>na</strong> epístola aos Coríntios. José Celso não seria José<br />

Celso, de todo modo, se não misturasse à mensagem<br />

bíblica todo tipo de referências, criando uma vasta<br />

pajelança contra o capitalismo.<br />

Assim, temos Santos Dumont pelado, mas de chapéu,<br />

tomando banho de água fria; o médico-legista Harry<br />

Shibata com uma serra elétrica; depoimentos de índios<br />

guarani-caiová; vídeos do ministro Gilmar Mendes e<br />

home<strong>na</strong>gens a Henriette Morineau.<br />

Poderiam aparecer Madame Satã e Giordano Bruno,<br />

Picasso e Friedenreich, pouco importa: a arte de José<br />

Celso, verdadeiramente grande, tem a capacidade de<br />

integrar tudo o que quiser numa bagunça que é<br />

ape<strong>na</strong>s aparente.<br />

E talvez sejam aparentes, também, as contradições e<br />

a<strong>na</strong>cronismos da "mensagem" proposta pela peça.<br />

Com certeza, apesar de todo o desespero dos<br />

portugueses, dos espanhóis e dos gregos, a crise<br />

atual não se compara à de 1929; e o preço do pão,<br />

ainda que a barbárie continue, baixou muito daqueles<br />

tempos para cá.<br />

Por isso mesmo, o Brecht vivido por Marcelo<br />

Drummond usa uma roupa dourada, e todo seu antigo<br />

esforço de mobilizar a massa da plateia é figurado,<br />

com grande poesia, pelo uso de serpenti<strong>na</strong>s brilhantes<br />

que se trançam entre os espectadores, como uma<br />

rede car<strong>na</strong>valesca e mágica, convidando-os<br />

delicadamente a sair de seus lugares.<br />

Ideais mortos são assim revividos religiosamente,<br />

sincreticamente. Teatro e política não se unem numa<br />

coisa só, mas se transcendem numa catarse ritual.<br />

Os mesmos problemas, com estilo parecido, mas sem<br />

a aspiração dionisíaca, estão presentes em outra<br />

excelente peça em cartaz. Trata-se da "Odisseia" de<br />

Homero, com dramaturgia de Samir Yazbek, direção<br />

de Marco Antonio Rodrigues e os esplêndidos atores<br />

(recém-formados) do grupo Estúdio da Ce<strong>na</strong>.<br />

Novamente, tudo pode entrar no espaço abafado do<br />

Galpão do Folias. Aquiles é Che Guevara, Penélope<br />

transformou Ítaca num vasto empreendimento<br />

imobiliário de luxo, a ilha dos lotófagos se traduz numa<br />

cracolândia admiravelmente realista.<br />

Dentro de todos esses contextos, que não parecem<br />

<strong>na</strong>da forçados graças à ence<strong>na</strong>ção vibrante e criativa,<br />

21


Ulisses corresponderia ao velho ideal de esquerda<br />

procurando em vão uma terra firme nos dias atuais.<br />

Poderia parecer ape<strong>na</strong>s um sintoma de nostalgia<br />

ideológica, apesar da imagi<strong>na</strong>ção espantosa do<br />

espetáculo (que transforma, por exemplo, uma ce<strong>na</strong><br />

de estupro em verdadeira proeza de concisão poética).<br />

Mas a peça, <strong>na</strong> última hora, cria uma pausa<br />

("tchecovia<strong>na</strong>", diz o texto) -e as ilusões se dissipam.<br />

Já o teatro, aqui como em "Acordes", continua -e vai<br />

bem de saúde.<br />

coelhofsp@uol.com.br<br />

FOLHA DE S. PAULO / SP - ILUSTRADA - pág.: -. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

MINISTRO GILMAR MENDES<br />

22


FOLHA DE S. PAULO / SP - COTIDIANO - pág.: -. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Discursos contra a violência e a pobreza<br />

marcam entrega do Troféu Raça Negra<br />

DE SÃO PAULO<br />

DE SÃO PAULO<br />

Foco<br />

A festa da décima edição do Troféu Raça Negra,<br />

realizada <strong>na</strong> noite de anteontem, foi marcada por<br />

discursos contra a violência em São Paulo e a pobreza<br />

no país e no mundo.<br />

A edição especial, em celebração aos dez anos do<br />

prêmio, chamado de "Oscar" da comunidade, contou<br />

com a presença de Bernice King, filha do líder negro<br />

Martin Luther King.<br />

O norte-americano, assassi<strong>na</strong>do em 1968 aos 39<br />

anos, foi o grande home<strong>na</strong>geado da noite. Seu<br />

discurso "I have a dream", de 1963, em prol da<br />

igualdade racial, foi tema do evento.<br />

Bernice, que aceitou o troféu em nome do pai,<br />

celebrou em sua fala as conquistas da comunidade<br />

negra desde então, como a eleição e a reeleição de<br />

Barack Obama à presidência dos EUA.<br />

"Mas não devemos ficar satisfeitos enquanto tantos<br />

afrobrasileiros e afroamericanos estiverem vivendo <strong>na</strong><br />

margi<strong>na</strong>lidade e <strong>na</strong> pobreza", disse ela.<br />

O prêmio é organizado pela Afrobrás (Sociedade<br />

Afrobrasileira de Desenvolvimento Sócio Cultura) e<br />

pela Faculdade Zumbi dos Palmares.<br />

Foram home<strong>na</strong>geados ainda o ministro do Supremo<br />

Tribu<strong>na</strong>l Federal Luiz Fux, a jor<strong>na</strong>lista Gloria Maria e<br />

os músicos Martinho da Vila e Carlinhos Brown, entre<br />

outros.<br />

O diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho,<br />

também recebeu o troféu e agradeceu em nome do<br />

jor<strong>na</strong>l.<br />

Ficou a cargo de Mano Brown, do grupo Racio<strong>na</strong>is<br />

MC"s, a principal crítica da noite.<br />

"Estamos <strong>na</strong> cidade mais racista do Brasil, onde<br />

morrem por dia cente<strong>na</strong>s de jovens negros. E o<br />

gover<strong>na</strong>dor Geraldo Alckmin vem a público e fala que<br />

a população é gigante e o que está morrendo é muito<br />

pouco", disse o rapper.<br />

Pela primeira vez desde que assumiu o governo em<br />

seu primeiro mandato, em 2001, Alckmin não<br />

compareceu ao evento. A secretária de Justiça e<br />

Cidadania, Eloísa Arruda, o representou.<br />

23


VITOR CHAVES<br />

VITOR CHAVES<br />

FOLHA DE S. PAULO / SP - PODER - pág.: A11. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Supremo terá de enfrentar questão dos<br />

mandatos<br />

ESPECIAL PARA A FOLHA<br />

Análise Mensalão<br />

Os parlamentares conde<strong>na</strong>dos perdem<br />

automaticamente o mandato eletivo? Faltando poucas<br />

sessões para término do julgamento da ação pe<strong>na</strong>l do<br />

mensalão, essa é uma das poucas questões jurídicas<br />

em aberto.<br />

Há dois meses, o ministro aposentado Cezar Peluso<br />

condenou o deputado João Paulo Cunha a pe<strong>na</strong> de<br />

prisão, além de expressamente ter declarado a perda<br />

do mandato como efeito da conde<strong>na</strong>ção.<br />

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia,<br />

entretanto, avisou que a perda do mandato em razão<br />

de conde<strong>na</strong>ção crimi<strong>na</strong>l transitada em julgado seria<br />

decisão que compete ao plenário da Casa.<br />

A perda do mandato determi<strong>na</strong>da por Peluso tem<br />

fundamento no Código Pe<strong>na</strong>l. O código prevê que<br />

perderá o mandato aquele que for conde<strong>na</strong>do à pe<strong>na</strong><br />

privativa de liberdade <strong>superior</strong> a quatro anos ou a<br />

<strong>superior</strong> a um ano em caso de crime praticado por<br />

violação de dever para com a administração pública.<br />

Marco Maia, por outro lado, entendeu que a<br />

Constituição não teria previsto a perda do mandato<br />

como efeito de decisão crimi<strong>na</strong>l conde<strong>na</strong>tória. Essa<br />

decisão seria política e caberia ao Congresso.<br />

No ano passado, o <strong>STF</strong> condenou se<strong>na</strong>dor por<br />

corrupção eleitoral a cerca de 3 anos de reclusão.<br />

Naquela oportunidade houve intensa discussão sobre<br />

os efeitos da conde<strong>na</strong>ção. A questão central era saber<br />

se conde<strong>na</strong>ção teria como efeito a perda do mandato.<br />

Alguns ministros levantaram a tese de que a<br />

conde<strong>na</strong>ção crimi<strong>na</strong>l implicaria automaticamente a<br />

suspensão dos direitos políticos em virtude do art. 15,<br />

III, da Constituição.<br />

Nessa hipótese, o Congresso ape<strong>na</strong>s reconheceria a<br />

decisão do Supremo.<br />

Outros ministros levantaram interpretação diferente: a<br />

conde<strong>na</strong>ção não geraria suspensão automática no<br />

caso de deputados e se<strong>na</strong>dores, para os quais a<br />

Constituição teria criado regras especiais. Mas o<br />

tribu<strong>na</strong>l não tomou uma posição clara. Na prática, a<br />

decisão foi postergada.<br />

Os ministros terão de enfrentar a questão. Terão de<br />

decidir também se o efeito da perda do mandato,<br />

previsto no Código Pe<strong>na</strong>l, é compatível com a<br />

Constituição em relação a deputados.<br />

Já a Câmara terá de decidir se questio<strong>na</strong>rá a<br />

interpretação do órgão que a Constituição incumbiu<br />

como seu guardião.<br />

24


FOLHA DE S. PAULO / SP - PODER - pág.: A10. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa acumula presidência do <strong>STF</strong> e<br />

relatoria do mensalão hoje<br />

Cargos<br />

DE BRASÍLIA - O <strong>STF</strong> (Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal)<br />

retoma hoje o julgamento do mensalão com o ministro<br />

Joaquim Barbosa exercendo a dupla função de<br />

presidente da corte e relator do processo.<br />

Apesar de sua posse estar marcada para amanhã, ele<br />

ocupa a presidência do Supremo interi<strong>na</strong>mente desde<br />

segunda.<br />

Será, segundo ministros ouvidos pela Folha, o primeiro<br />

teste do colega e uma espécie de termômetro para<br />

saber se os próximos dois anos serão "tranquilos" ou<br />

"conturbados".<br />

Barbosa terá como vice Ricardo Lewandowski,<br />

revisor do processo do mensalão. Durante esse<br />

julgamento, eles protagonizaram vários bate-bocas.<br />

Ontem, Lewandowski minimizou os desentendimentos<br />

e afirmou que será um vice-presidente com<br />

"protagonismo mínimo, low profile".<br />

"Serei um vice-presidente bem tradicio<strong>na</strong>l e o mais<br />

colaborativo possível", completou.<br />

Ele ainda disse que não vai "sugerir absolutamente<br />

<strong>na</strong>da". "Eu vou ficar bem quietinho. Vou ser um vice<br />

José Alencar [ex-vice-presidente da República no<br />

governo Lula]."<br />

25


SONIA RACY<br />

SONIA RACY<br />

Em meio à crise da segurança em São Paulo, o TJ vai<br />

propor aos juizes de todo o Estado revisão <strong>na</strong>s<br />

autorizações de saída temporária de presos. A reunião<br />

acontece sexta, no Palácio da Justiça.<br />

Hoje.embora não exista previsão legal para liberação<br />

coletiva em datas especiais, cerca de 20 mil detentos<br />

são colocados <strong>na</strong>s ruas nesses períodos - sem<br />

fiscalização adequada. O Estado tem ape<strong>na</strong>s 4.800<br />

tornozeleiras eletrônicas.<br />

A proposta do TJ é que as autorizações sejam<br />

distribuídas ao longo do ano para que, a cada vez,<br />

saiam da cadeia no máximo 4.500 presos.<br />

Meni<strong>na</strong> dos olhos<br />

Em encontro com a bancada paulista do PT <strong>na</strong><br />

Câmara, Haddad pediu aos deputados atenção<br />

especial à Região Metropolita<strong>na</strong> de SP. Ele pretende<br />

elaborar plano de governo comum para a área, com<br />

foco <strong>na</strong> saúde e nos transportes.<br />

As primeiras ações começam nos próximos dias,<br />

quando o petista se reúne com os prefeitos eleitos da<br />

região - considerada peça fundamental para o partido<br />

rumo a 2014.<br />

Símbolo<br />

Interlocutores de Alckmin revelam que o gover<strong>na</strong>dor<br />

está preocupado com a falta de uma marca para seu<br />

governo. A avaliação é que 2013 seja o Ano-Chave<br />

para que ela seja criada e concretizada.<br />

Na justiça<br />

Às vésperas da eleição <strong>na</strong> OAB, projeto que reforça a<br />

posição dos advogados da Assistência Judiciária - em<br />

contraposição aos defensores públicos - voltará a ser<br />

discutido <strong>na</strong> Assembléia paulista.<br />

Campos Machado, autor do projeto, defende que a<br />

simples criação de cargos <strong>na</strong> Defensoria não supre a<br />

demanda dos casos de pessoas carentes em todo o<br />

estado.<br />

Futebol pacífico<br />

O ESTADO DE S. PAULO / SP - CADERNO 2 - pág.: D4. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Gabinete de crise<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Foi aprovada, pela Ancine, a captação de R$ 950 mil<br />

para a realização de Campos da Paz.<br />

Trata-se de documentário, de João Gilmar Rodrigues,<br />

sobre as dificuldades dos palestinos em formar uma<br />

seleção de futebol.<br />

Outra bola<br />

Ar<strong>na</strong>ldo Tirone comemora: acabam de chegar ao<br />

Parque Antártica três novos jogadores, além de Arturo<br />

Alvarez, técnico espanhol de renome inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

<strong>Para</strong> reforçar a equipe de basquete do Verdão...<br />

Tempero <strong>na</strong>tivo<br />

O catering do avião presidencial, <strong>na</strong> volta da visita<br />

oficial de Dil- ma à Espanha, teve parrillada de<br />

verduras com presunto ibérico, arroz biro-biro e farofa<br />

de ovo, entre outras iguarias.<br />

Tudo com assi<strong>na</strong>tura do Rubaiyat de Madri.<br />

Hermano?<br />

Neymar, que levou o prêmio Puskas de mais belo gol<br />

em 2011, está de novo <strong>na</strong> briga. Só Muricy anda<br />

cismado: "Imagi<strong>na</strong> se dá Messi, e logo com aquele gol<br />

contra o Brasil", disse à colu<strong>na</strong>.<br />

O argentino também está <strong>na</strong> disputa. Mas fontes <strong>na</strong><br />

Fifa garantem: ninguém tira a taça do colombiano<br />

Falcão Garcia.<br />

Squindô<br />

A festa de posse de Joaquim Barbosa como<br />

presidente do <strong>STF</strong>, <strong>na</strong> quinta, terá muito ritmo.<br />

E o ministro garantiu a amigos que tentará "pelo<br />

menos um sambinha", apesar das crônicas dores <strong>na</strong>s<br />

costas.<br />

Na frente<br />

O rei Roberto Carlos i<strong>na</strong>ugura, com show exclusivo, o<br />

Espaço das Américas. Dia 4, <strong>na</strong> Barra Funda.<br />

Robert Wilson apresenta seu inédito Macbeth no<br />

Teatro Municipal. A partir de sexta-feira.<br />

Daniel Galera autografa seu novo livro. Hoje, <strong>na</strong><br />

26


Livraria da Vila da Fradique.<br />

Jo<strong>na</strong>than Medveddá palestra durante café da manhã.<br />

Amanhã, no Teatro Eva Herz.<br />

Mari<strong>na</strong> de la Riva apresenta, sexta, o show Viva la<br />

Canción, noMIS.<br />

No hotel Museum, <strong>na</strong> Capadócia, a ocupação é 80%<br />

de brasileiros. Que também aproveitaram o feriado em<br />

Esmir<strong>na</strong> e Istambul. Será efeito da novela?<br />

O ESTADO DE S. PAULO / SP - CADERNO 2 - pág.: D4. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

27


Felipe Recondo<br />

Felipe Recondo<br />

O ESTADO DE S. PAULO / SP - NACIONAL - pág.: A9. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa monta gabinete discreto para<br />

assumir comando do <strong>STF</strong><br />

O novo presidente do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal,<br />

Joaquim Barbosa, montou seu staff e indicou,pelos<br />

nomes escolhidos, sua disposição de exercer um<br />

mandato discreto, sem turbulências, protegido de<br />

desvios administrativos e fi<strong>na</strong>nceiros, com certa<br />

projeção inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e a preocupação de garantir<br />

acesso, ao tribu<strong>na</strong>l, para pessoas em condições de<br />

vulnerabilidade econômica ou social.<br />

<strong>Para</strong> ajudá-lo com esses planos, Barbosa nomeou<br />

como diretor- geral um auditor do Tribu<strong>na</strong>l de Contas<br />

da União Fer<strong>na</strong>ndo Silveira Camargo, que cuidará das<br />

contas da Corte. Antes de escolhido para o<br />

cargo,Camargo era secretário de Gestão de Pessoas<br />

do TCU. De acordo com integrantes do tribu<strong>na</strong>l, a<br />

escolha de alguém com experiência em gestão pode<br />

destravar algumas amarras do Supremo.<br />

arbosa já conversou reservadamente com alguns<br />

ministros sobre a necessidade de agilizar os<br />

julgamentos em plenário. Na pauta, há cente<strong>na</strong>s de<br />

processos a espera, número que aumentou em razão<br />

do julgamento do mensalão desde agosto deste ano.<br />

<strong>Para</strong> ajudar nessa tarefa,o ministro indicou como<br />

secretária-geral uma de suas assessoras mais antigas<br />

e que o auxiliou no processo do mensalão - Flávia<br />

Beatriz Eckhardt.<br />

No campo político, a preocupação de Barbosa é afi<strong>na</strong>r<br />

relações com os demais Poderes. E para isso, chamou<br />

para chefiar seu gabinete um diplomata. Silvio José<br />

Albuquerque e Silva, que comandou o Departamento<br />

de Direitos Humanos e Temas Sociais do Ministério de<br />

Relações Exteriores, terá a função de agregar,<br />

pacificar e afi<strong>na</strong>r o contato do Supremo como<br />

Executivo e o Legislativo.<br />

CNJ. Barbosa será empossado presidente do<br />

Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Justiça <strong>na</strong> próxima sema<strong>na</strong>.<br />

Até o momento, ainda não nomeou seus principais<br />

assessores.<br />

De acordo com integrantes do CNJ, a definição do<br />

staff indicará como será sua gestão.<br />

No Conselho, Barbosa terá de conviver com a<br />

composição majoritariamente formada durante a<br />

gestão do ex-presidente Cezar Peluso. Conforme<br />

ministros do Supremo, a composição de hoje é<br />

corporativista e pouco disposta a mudanças radicais.<br />

Joaquim Barbosa tem críticas contundentes a<br />

determi<strong>na</strong>dos costumes do Judiciário e pode, no<br />

comando do CNJ, trabalhar por mudanças.Uma<br />

delas,a atuação de advogados que têm parentesco<br />

com ministros nos tribu<strong>na</strong>is <strong>superior</strong>es.<br />

Barbosa também criticou o foro privilegiado para<br />

autoridades, defendeu reservadamente mudanças no<br />

processo de indicação de ministros do <strong>STF</strong> e afirmou<br />

ser favorável a mandato fixo para integrantes da Corte.<br />

...<br />

Lewandowski diz que atuará como "Alencar"<br />

Após uma série de desentendimentos no julgamento<br />

do mensalão, os ministros Joaquim Barbosa e<br />

Ricardo Lewandowski assumem amanhã<br />

respectivamente a presidência e a vice-presidência do<br />

Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal.<br />

Lewandowski avisou que terá atuação discreta, "à la<br />

José Alencar (o vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula<br />

da Silva)". "Vou substituir o ministro Joaquim nos<br />

momentos em que for necessário.<br />

Um protagonismo mínimo." Ele adianta que não vai<br />

sugerir "absolutamente <strong>na</strong>da" e ficará "bem quietinho"<br />

como vice. É provável que ele tenha de assumir várias<br />

vezes: com frequentes problemas de saúde, Barbosa<br />

afasta-se frequentemente do tribu<strong>na</strong>l para tratamentos.<br />

28


O ESTADO DE S. PAULO / SP - NACIONAL - pág.: A8. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Supremo começa a definir pe<strong>na</strong>s de<br />

deputados<br />

Felipe Recondo Ricardo Brito<br />

Julgamento do mensalão é retomado hoje sob a<br />

presidência do ministro Joaquim Barbosa; Corte deve<br />

deixar para o fim decisão sobre perda de mandato<br />

Felipe Recondo Ricardo Brito<br />

Sob a presidência do ministro Joaquim Barbosa, o<br />

Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal retoma hoje o julgamento<br />

do mensalão. Pela agenda, a Corte deve começar a<br />

definir as pe<strong>na</strong>s dos deputados e ex-deputados que<br />

receberam recursos do mensalão, entre eles o petista<br />

João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto<br />

(PR-SP) e o delator do esquema, Roberto Jefferson<br />

(cassado, ex- PTB-RJ).<br />

De acordo com ministros, o tema mais polêmico<br />

envolvendo os parlamentares deverá ser definido<br />

ape<strong>na</strong>s ao fi<strong>na</strong>l do julgamento. O tribu<strong>na</strong>l precisará<br />

definir se os parlamentares conde<strong>na</strong>dos devem perder<br />

o mandato automaticamente ou se essa decisão deve<br />

ser debatida e votada pela Câmara. Como relator do<br />

processo e presidente interino da Casa ele só assume<br />

a presidência amanhã, em substituição a Carlos Ayres<br />

Britto, que se aposentou <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada,<br />

Barbosa deve conde<strong>na</strong>r os parlamentares também à<br />

perda do mandato.Com a inclusão dessa sanção <strong>na</strong><br />

pe<strong>na</strong>, o Congresso não teria outra alter<strong>na</strong>tiva senão<br />

cumprir a decisão do Supremo.<br />

De outro lado, parte dos ministros entende que a<br />

Constituição é clara ao definir que os deputados<br />

federais e se<strong>na</strong>dores só perdem o mandato se houver<br />

decisão das respectivas Casas Câmara ou Se<strong>na</strong>do.<br />

Assim, os deputados poderiam ser conde<strong>na</strong>dos, mas<br />

manterem seus mandatos,salvo decisão contrária de<br />

parte do próprio Legislativo.<br />

Barbosa tentou antecipar a discussão desse ponto <strong>na</strong><br />

sema<strong>na</strong> passada, ainda quando Ayres Britto estava<br />

no comando da Corte. No entanto, a maioria dos<br />

ministros decidiu que esse assunto deveria ser<br />

esmiuçado mais adiante, no fi<strong>na</strong>l do julgamento.<br />

Mesmo Britto, que se aposentaria dias depois, preferiu<br />

se abster de apreciar essa questão.<br />

Até o momento, o tribu<strong>na</strong>l definiu as pe<strong>na</strong>s de 10 dos<br />

25 réus conde<strong>na</strong>dos no processo. O colegiado<br />

concluiu até agora as sanções impostas aos núcleos<br />

político, fi<strong>na</strong>nceiro e publicitário do mensalão. No<br />

último caso, a exceção é o advogado Rogério<br />

Tolentino, que prestou assessoria jurídica para as<br />

empresas de Marcos Valério e cuja pe<strong>na</strong> pelo crime de<br />

lavagem de dinheiro ainda não foi decidida.<br />

O Supremo só realizará até o fi<strong>na</strong>l do mês no máximo<br />

mais três sessões para votação do processo. Além da<br />

posse de Joaquim Barbosa, amanhã, como<br />

presidente, <strong>na</strong> quinta-feira da próxima sema<strong>na</strong> o grupo<br />

volta a se completar com a posse de Teori Zavascki, o<br />

10° ministro da Corte. Por isso, <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> que vem<br />

devem ocorrer sessões de julgamento ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong><br />

segunda e <strong>na</strong> quarta-feira.<br />

_____<br />

CONDENADOS<br />

Pedro Henry<br />

Deputado ( PP - MT )<br />

Corrupção passiva e lavagem de dinheiro<br />

___<br />

Valdemar C. Neto<br />

Deputado ( PR - SP )<br />

Corrupção passiva e lavagem de dinheiro<br />

____<br />

João Paulo Cunha<br />

Deputado ( PT - SP )<br />

Corrupção passiva,lavagem de dinheiro e peculato<br />

______<br />

CRONOLOGIA DO JULGAMENTO<br />

2 e 15 DE AGOSTO<br />

Por partes. Depois de ouvir acusação e defesa de<br />

todos os réus, os ministros do <strong>STF</strong> decidem "fatiar" o<br />

julgamento do processo do mensalão em sete partes.<br />

29


15 A 30 DE AGOSTO<br />

Verba pública. Supremo diz que houve uso de dinheiro<br />

público no pagamento de deputados no governo do<br />

ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e conde<strong>na</strong><br />

João Paulo Cunha.<br />

31/8 A 6 DE SETEMBRO<br />

Banco. Ministros conde<strong>na</strong>m integrantes do Banco<br />

Rural por cometer fraude <strong>na</strong> concessão de<br />

"empréstimos fictícios" ao PT e ao empresário Marcos<br />

Valério, dono da SMPB.<br />

17/9 A 23 DE OUTUBRO<br />

Quadrilha. Corte define que houve compra de votos de<br />

políticos da base aliada e formação de quadrilha e<br />

conde<strong>na</strong> a cúpula do PT: José Dirceu, José Genoino e<br />

Delúbio Soares.<br />

7 A 14 DE NOVEMBRO<br />

Dosimetria. <strong>STF</strong> conclui a dosimetria das pe<strong>na</strong>s dos<br />

réus dos núcleos publicitário, político e fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

entre eles Valério, Dirceu, Genoino, Delúbio e a cúpula<br />

do Banco Rural.<br />

HOJE<br />

Deputados. Com dois ministros a menos, Supremo<br />

retoma a votação da dosimetria das pe<strong>na</strong>s dos réus do<br />

mensalão. Corte deve definir as pe<strong>na</strong>s dos deputados<br />

e ex-deputados conde<strong>na</strong>dos.<br />

O ESTADO DE S. PAULO / SP - NACIONAL - pág.: A8. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

30


Dora Kramer<br />

Dora Kramer<br />

No edifício central da Praça dos Três Poderes, a<br />

apresentação das conclusões de uma CPI criada por<br />

motivos tortos e extinta por razões torpes.<br />

No prédio ao lado, a ascensão à presidência do<br />

Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal do relator de um processo<br />

que, se não muda o País, faz subir de patamar a<br />

confiança das pessoas <strong>na</strong> Justiça.<br />

Uma coincidência de calendário muito oportu<strong>na</strong> para a<br />

análise do contraste entre os papéis cumpridos pelos<br />

Poderes Legislativo e Judiciário em trajetórias<br />

crescentemente opostas.<br />

Ao mesmo tempo em que o Supremo afirma sua<br />

autonomia, o Congresso se afunda <strong>na</strong> submissão aos<br />

ditames do Executivo e das infames conveniências<br />

partidárias.<br />

Enquanto a Corte Suprema investe <strong>na</strong> punição dos<br />

crimes contra a administração pública, o Parlamento<br />

dá abrigo à impunidade.<br />

Está prevista para hoje ou amanhã a leitura do<br />

relatório fi<strong>na</strong>l da comissão de inquérito criada para<br />

apurar as ramificações do esquema e as ligações do<br />

operador de jogos clandestinos Carlos Augusto<br />

Ramos, o Cachoeira, com políticos, empresários e<br />

governos.<br />

Hoje o julgamento do mensalão é retomado sob a<br />

presidência interi<strong>na</strong> de Joaquim Barbosa, que<br />

amanhã é investido oficialmente no cargo.<br />

Quis o acaso que os dois episódios ocorressem <strong>na</strong><br />

mesma sema<strong>na</strong>, abrindo espaço para o cotejo <strong>na</strong><br />

atuação dos dois Poderes que as vezes se<br />

confrontam.<br />

Sobre o Judiciário têm falado os fatos, cuja relevância<br />

fica ainda mais explícita no momento da ascensão de<br />

Joaquim Barbosa devido a todo o simbolismo que<br />

encerra.<br />

Sobre o Legislativo falou a subserviência da maioria<br />

governista aos propósitos do ex-presidente Lula de<br />

instalar uma CPI para tentar promover uma<br />

O ESTADO DE S. PAULO / SP - NACIONAL - pág.: A6. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Luz e sombra<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

desmoralização geral com o objetivo de levar a<br />

oposição, a imprensa, o Ministério Público e os<br />

ministros do Supremo a dividir o banco dos réus com<br />

os acusados no processo do mensalão.<br />

Foram os motivos tortos de seu <strong>na</strong>scimento, referidos<br />

no início do texto.<br />

As razões torpes do encerramento da CPI antes de<br />

concluídas as investigações sobre o alcance da<br />

contami<strong>na</strong>ção do esquema Cachoeira <strong>na</strong><br />

administração pública têm a ver com a rede de<br />

proteção construída em torno da construtora Delta<br />

para evitar a descoberta de ilegalidades relacio<strong>na</strong>das<br />

aos contratos da empreiteira com governos estaduais<br />

aliados ao Palácio do Pla<strong>na</strong>lto.<br />

Enterro cuja indigência se confirma <strong>na</strong> sugestão do<br />

relator Odair Cunha de se criar uma nova comissão de<br />

inquérito para investigar fraudes nos contratos da<br />

Delta em todo o Brasil.<br />

Quais? Exatamente aqueles que a CPI por ele<br />

relatada decidiu não investigar para poupar uma<br />

empresa que, embora tenha sido declarada inidônea<br />

para a Controladoria-Geral da União, segue sendo a<br />

vice-campeã <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do setor em volume de verbas<br />

recebidas do governo federal.<br />

Não foi a primeira comissão de inquérito a padecer de<br />

i<strong>na</strong>nição induzida e não será a última. Mas é mais uma<br />

para atestar o antagonismo entre o ativismo benfazejo<br />

do Judiciário e a passividade malsã do Legislativo.<br />

Cacoete.<br />

Atraso <strong>na</strong>s obras públicas é a regra, como diz a<br />

ministra do Planejamento, Miriam Belchior?<br />

É, mas seria de se esperar de uma autoridade a<br />

defesa da inversão dessa lógica, perversa, de<br />

preferência mediante o anúncio de que o governo fará<br />

todo o esforço para a regra do atraso um dia ser<br />

exceção.<br />

Como se viu <strong>na</strong> recente declaração do ministro da<br />

Justiça sobre a situação degradante dos presídios<br />

como se nenhuma responsabilidade coubesse ao<br />

poder público federal, dez anos de Presidência da<br />

República não livraram o PT da síndrome de oposição:<br />

é bom de verbo e ruim de solução.<br />

Por essas e algumas outras é de se perguntar o que<br />

31


faria o partido se tivesse ganhado as eleições <strong>na</strong><br />

época da inflação desenfreada, além de constatar que<br />

o Brasil realmente tinha um problemão.<br />

------<br />

Enquanto o Supremo investe <strong>na</strong> punição, o Congresso<br />

patroci<strong>na</strong> a impunidade<br />

O ESTADO DE S. PAULO / SP - NACIONAL - pág.: A6. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

32


O ESTADO DE S. PAULO / SP - NACIONAL - pág.: A4. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Lewandowski critica índice de 5% aprovado<br />

em comissão<br />

Valor, definido para o funcio<strong>na</strong>lismo, é bem menor do<br />

que esperava o Judiciário; classe insiste em lutar no<br />

Congresso<br />

Mariângela Galluccii Brasília<br />

O ministro do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal Ricardo<br />

Lewandowski e dirigentes de entidades<br />

representativas de juizes criticaram ontem a decisão<br />

da Comissão Mista de Orçamento de aprovar um<br />

parecer que prevê aumento de 5% para o<br />

funcio<strong>na</strong>lismo, inclusive para o Judiciário,<br />

desconsiderando reivindicação da magistratura que<br />

pedia índices mais elevados. "São seis anos sem<br />

aumento", disse Lewandowski, que assume a vicepresidência<br />

do <strong>STF</strong> amanhã.<br />

O presidente da Associação dos Juizes Federais do<br />

Brasil (Ajufe), Nino Toldo, afirmou que o reajuste de<br />

5% está abaixo das expectativas. "A magistratura já<br />

tem perdas acumuladas de quase 30%. O que se<br />

pretende é uma recomposição do valor."<br />

Convencimento. Toldo acrescentou que a entidade<br />

continuará trabalhando para convencer o Congresso a<br />

aprovar índices maiores de reajuste. "A decisão (da<br />

comissão) não é definitiva.<br />

Agora tem os relatórios setoriais e depois a chance de<br />

incluir no parecer fi<strong>na</strong>l ou até no plenário. Vamos lutar<br />

até o fim."<br />

O presidente da Associação dos Magistrados<br />

Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, afirmou que a<br />

entidade já comunicou ao ministro Luiz Fux, do <strong>STF</strong>,<br />

sobre a decisão da comissão de não seguir a proposta<br />

do Judiciário. Recentemente, Fux determinou ao<br />

Congresso que apreciasse a proposta de orçamento<br />

do Judiciário para 2013. Segundo Calandra,<br />

descumprir essa regra desrespeita a Constituição. "Já<br />

denunciamos esse episódio. Deve sair decisão em<br />

breve sobre isso."<br />

Na sema<strong>na</strong> passada, o se<strong>na</strong>dor Romero Jucá (PMDB-<br />

RR) esteve no <strong>STF</strong> ouvindo reivindicações dos<br />

magistrados durante audiência da qual participaram<br />

presidentes de tribu<strong>na</strong>is e de entidades<br />

representativas de juizes. Também estiveram <strong>na</strong><br />

reunião o ministro Joaquim Barbosa, que assume a<br />

presidência do Supremo amanhã, e o então presidente<br />

do Supremo, Carlos Ayres Britto, que se aposentou<br />

no fim de sema<strong>na</strong> ao completar 70 anos.<br />

Na ocasião, Britto pediu compreensão do Legislativo e<br />

disse que os salários dos juizes e dos servidores do<br />

Judiciário estão defasados. Segundo ele, esse quadro<br />

provoca uma "desprofissio<strong>na</strong>lização" das carreiras.<br />

Atualmente, o salário de ministro do <strong>STF</strong>, que é o teto<br />

do funcio<strong>na</strong>lismo público, está em RS 26.700. Projetos<br />

em tramitação no Congresso propõem que os<br />

vencimentos subam para RS 32.100.<br />

Sem aumento<br />

30% de perda salarial acumulada em seis anos sem<br />

aumentos é o que alegam os magistrados para<br />

defender reauste maior que o do resto do<br />

funcio<strong>na</strong>lismo<br />

33


O ESTADO DE S. PAULO / SP - NACIONAL - pág.: A4. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Pla<strong>na</strong>lto barra reajuste pedido pelo Judiciário<br />

Aliada. Comissão votou nos termos esperados pelo<br />

Pla<strong>na</strong>lto<br />

Congressistas aprovaram parecer com 5% para todos<br />

os funcionários, abaixo do defendido pelos servidores<br />

da Justiça<br />

Na sema<strong>na</strong> da posse do ministro Joaquim Barbosa<br />

no Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal o Executivo venceu o<br />

lobby do Judiciário <strong>na</strong> primeira votação do projeto do<br />

Orça- mentode20i3.0 parecer prelimi<strong>na</strong>r do se<strong>na</strong>dor<br />

Romero Jucá (PMDB-RR) foi aprovado da forma como<br />

defende o Pla<strong>na</strong>lto, com reajuste de 5% parao<br />

funcio<strong>na</strong>lismo dos três Poderes. Barbosa chegou a<br />

pedir pessoalmente para a presidente Dilma Rousseff,<br />

sema<strong>na</strong> passada, a ampliação do reajuste, mas o<br />

governo alega não ter como fazer a concessão.<br />

A votação do parecer prelimi<strong>na</strong>r ocorreu por acordo,<br />

apesar dos protestos da oposição pela baixa execução<br />

de emendas parlamentares. O prazo de emendas ao<br />

Orçamento foi aberto e o calendário regimental<br />

permite a votação neste ano. A oposição promete<br />

obstruir a votação se o governo não liberar mais<br />

recursos.<br />

Jucá, relator do projeto, disse que acatará decisão do<br />

ministro do <strong>STF</strong> Luiz Fux, que obriga o Congresso a<br />

a<strong>na</strong>lisar a proposta origi<strong>na</strong>l do Judiciário, de reajuste<br />

de 7,12% no salário dos ministros da Corte, hoje em<br />

RS 26.700.<br />

Jucá disse que o tema será a<strong>na</strong>lisado nos relatórios<br />

setoriais e em seu parecer fi<strong>na</strong>l, mas adianta que só<br />

ampliará o reajuste com anuência do Pla<strong>na</strong>lto.<br />

Ele destacou que o valor nomi<strong>na</strong>l do Orçamento teve<br />

acréscimo de 1,2% e que a reestimativa de receita<br />

feita pelo Congresso é inferior à dos últimos anos.<br />

"Temos menos recursos e teremos de fazer um<br />

esforço para compatibilizar as demandas com o<br />

cumprimento da responsabilidade fiscal." A proposta<br />

do governo para o funcio<strong>na</strong>lismo é repetir o aumento<br />

de 5% em 2014 e 2015.<br />

O Judiciário argumenta a necessidade de aumento<br />

maior porque os servidores não recebem aumento<br />

desde 2006.<br />

Crise. Mesma reivindicação é feita pelo Ministério<br />

Público da União. A resposta do governo para as duas<br />

categorias, porém, é que devido à crise inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

não é possível ampliar gastos com pessoal. Tal<br />

argumento é repetido pelo relator, ao tratar da questão<br />

dos aposentados que recebem acima de um salário<br />

mínimo. Emendas nesse sentido também foram<br />

rejeitadas <strong>na</strong> votação de ontem, mas devem voltar.<br />

<strong>Para</strong> justificar a recusa aos diferentes pedidos de<br />

aumento Jucá tem enfatizado que "congelou" até<br />

emendas parlamentares. Cada parlamentar terá direito<br />

a propor gastos de até R$15 milhões, o mesmo do ano<br />

passado.Os parlamentares têm de obrigatoriamente<br />

direcio<strong>na</strong>r R$ 2milhões para a saúde. No total,<br />

emendas individuais somam R$ 8,9 bilhões.<br />

O parecer prelimi<strong>na</strong>r manteve a previsão de salário<br />

mínimo de R$ 670,95 e de crescimento econômico de<br />

4,5% para o próximo ano. O relator, que terá margem<br />

de RS 9,5 bilhões para atender às demandas,<br />

anunciou que desti<strong>na</strong>rá RS 3,9 bilhões para<br />

compensar Estados por perdas com incentivos à<br />

exportação, a Lei Kandir.<br />

Os reajustes para os servidores do Judiciário e<br />

aposentados ainda podem ser contemplados dentro<br />

desta margem, mas Jucá reiterou que só fará isso com<br />

aval do Executivo. Além do projeto sobre as receitas e<br />

despesas de 2013, o governo tenta votai- créditos<br />

extraordinários relativos ao Orçamento deste ano. Por<br />

acordo, esses projetos serão a<strong>na</strong>lisados diretamente<br />

no plenário. São mais de 50 propostas que podem<br />

representar um incremento bilionário nos gastos de fim<br />

de ano do Executivo. A oposição promete usar<br />

também o interesse do governo nesses projetos para<br />

aumentar a execução de suas emendas.<br />

34


JOSÉ NEUMANNE<br />

O ESTADO DE S. PAULO / SP - ESPAÇO ABERTO - pág.: A2. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Misericórdia, sim, mas só para<br />

companheiros?<br />

"De repente, não mais que de repente", como<br />

escreveu o poeta Vinícius de Moraes, os<br />

companheiros do Partido dos Trabalhadores (PT),<br />

teoricamente tão atentos às agruras da realidade<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, constataram as condições desuma<strong>na</strong>s de<br />

vida dos presidiários brasileiros. Usando uma gíriajocosa<br />

em voga nos anos 6o nos "bacuraus" da Praça<br />

do Rotary, em Campi<strong>na</strong> Grande (PB), "estão<br />

descobrindo o Brasil de bicicleta". Ninguém jamais<br />

precisou passar uma noite que fosse numa cela de<br />

prisão no Brasil para saber que, ao contrário do que se<br />

diz, esta não é uma sucursal do inferno, mas o reino<br />

de Satã é que deve ser um posto avançado de<br />

qualquer uma delas.<br />

Tudo começou com o ministro da Justiça, José<br />

Eduardo Martins Cardozo. Em palestra para<br />

empresários em São Paulo, <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada, ele<br />

disse que preferia morrer a cumprir uma pe<strong>na</strong> longa<br />

em cadeias <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. Trata-se, evidentemente, de<br />

uma hipérbole descabida. Só um suicida prefere a<br />

morte a uma dificuldade qualquer, e <strong>na</strong> ceita este não<br />

é o caso. E o que, com a devida vênia, parece ter<br />

acio<strong>na</strong>do o alerta dele não foi um súbito amor aos<br />

pretos, pobres e prostitutas que povoam nossas<br />

infectas celas comuns, mas a perspectiva de alguns<br />

de seus mais ilustres colegas de filiação partidária<br />

virem a passar uma temporada no inferno prisio<strong>na</strong>l<br />

brasileiro.<br />

Pois é. Contrariando quaisquer expectativas no<br />

panorama da impunidade generalizada no Brasil, o exchefe<br />

da Casa Civil de Lula José Dirceu, o expresidente<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do PT José Genoino e o extesoureiro<br />

do partido Delúbio Soares foram<br />

conde<strong>na</strong>dos por corrupção ativa e formação de<br />

quadrilha. Se não houver nenhum acidente de<br />

percurso, o primeiro terá de cumprir pe<strong>na</strong> em regime<br />

fechado ao longo de, pelo menos, um ano e dez<br />

meses. Ora, ora, em princípio, o zelo do ministro<br />

solidário parece exagerado: se bicheiros e chefões de<br />

quadrilhas de traficantes cumprem pe<strong>na</strong> em pleno<br />

conforto no regime excludente que reproduz atrás das<br />

grades as injustiças sociais dos inocentes de fora, por<br />

que Dirceu seria exceção?<br />

Como os bicheiros do Rio, os criminosos de colarinho<br />

branco de Brasília e os chefões do Primeiro Comando<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

da Capital (PCC),o homem definido como o chefe da<br />

quadrilha dos "mensaleiros" disporá de todas as<br />

garantias de vida e tranqüila segurança em nosso<br />

Arquipélago Gulag, com suas ilhas de bem-estar no<br />

mar de miséria e sordidez. Pelo que deixa vislumbrar o<br />

estilo de vida de bons vinhos e charutos cubanos em<br />

condomínio de luxo, o primeiro réu do núcleo político<br />

do escândalo de corrupção em julgamento no<br />

Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>) tem dinheiro, poder<br />

e prestígio para transformar os 22 meses de seu<br />

regime fechado num retiro forçado de leitura, repouso<br />

e reflexão, que podem até vir a calhar.<br />

Nem o gosto exacerbado pela ironia deste escriba<br />

poderá negar-lhe o desconforto óbvio da privação da<br />

liberdade, a cessação do fundamental direito<br />

constitucio<strong>na</strong>l de ir a vir. Mas o Estado brasileiro, de<br />

cuja máqui<strong>na</strong> burocrática detém o controle permitido<br />

pelo competente aparelhamento executado no<br />

primeiro governo Lula, do qual foi dignitário do topo e<br />

de ponta, não lhe negará o que permite aos criminosos<br />

comuns. Se, como reconheceu Cardozo em outra<br />

declaração, os quadrilheiros do crime organizado<br />

comandam hordas de bandidos <strong>na</strong>s mas, por que o<br />

mais bem- sucedido lobista do Brasil terá silenciada<br />

sua voz de comando no interior dos muros do<br />

presídio?<br />

No reino de faz da conta da República tupiniquim, não<br />

faltará quem faça o possível para reduzir as agruras<br />

dele no cárcere. O ex-companheiro Paulo de Tarso<br />

Venceslau, que arriscou a própria vida participando do<br />

seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick<br />

para libertá-lo das masmorras da ditadura, onde<br />

muitos conheceram a morte, por exemplo, já lhe<br />

garantiu publicamente a remessa de um charuto<br />

(<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l) por dia enquanto ele estiver cumprindo<br />

pe<strong>na</strong>. Embora nunca o próprio Dirceu lhe tenha<br />

mandado um cigarrinho que fosse no tempo que ele<br />

passou em prisões desuma<strong>na</strong>s.<br />

O noticiário posterior à conde<strong>na</strong>ção de Dirceu não<br />

deixa dúvidas quanto a isso. O ministro Cardozo<br />

puxou o rosário das lamentações sem dar a mínima<br />

atenção ao fato de ser um dos maiores responsáveis<br />

pela calamidade pública do sistema prisio<strong>na</strong>l brasileiro,<br />

contra a qual clamam organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de<br />

direitos humanos. Se reclamou da condição "medieval"<br />

(esta é a palavra da moda) das prisões, embora tenha<br />

usado ape<strong>na</strong>s um quinto do que dispunha no<br />

35


orçamento para melhorar as penitenciárias, o que<br />

impedirá Sua Excelência de impedir que o "herói da<br />

resistência à ditadura" seja submetido a algum vexame<br />

em sua cela?<br />

Outro figurão da República que certamente fará o<br />

possível para poupar o ex-chefe da Casa Civil de<br />

desconfortos será o ministro Dias Toffoli, dono do<br />

voto que levou à mais dura conde<strong>na</strong>ção, pelo <strong>STF</strong>, de<br />

um parlamentar, o deputado Natan Do<strong>na</strong>don (PMDB-<br />

RO). Revoltado contra a imposição da pe<strong>na</strong> pesada ao<br />

ex-chefe, por cuja absolvição votou, seguindo o<br />

revisor, Ricardo Lewandowski, o mesmo delfim do<br />

Supremo comparou as punições aplicadas ao período<br />

da Inquisição. Apesar da mão pesada que usou, há<br />

ape<strong>na</strong>s dois anos, contra um integrante do baixo clero<br />

no Congresso por crime bem semelhante, o ex-chefe<br />

da Advocacia-Geral da União no governo Lula usou o<br />

mesmo tom do manifesto petista contra o <strong>STF</strong> e<br />

defendeu a imposição de pe<strong>na</strong>s fi<strong>na</strong>nceiras, pois,<br />

segundo ele, não atenta contra o Estado Democrático<br />

de Direito quem comete crimes só para amealhar o "vil<br />

metal", ainda que público.<br />

A própria presidente Dilma Rousseff engrossou o<br />

cordão dos misericordiosos ao completar sua<br />

declaração óbvia ao jor<strong>na</strong>l espanhol El País de que<br />

acata as decisões da cúpula do Poder Judiciário com<br />

a observação de que ninguém estaria "acima dos erros<br />

e das paixões huma<strong>na</strong>s". Ai, que dó! Os romanos já<br />

sabiam disso quando reconheceram que "errar é<br />

humano, mas perseverar no erro é diabólico". É para<br />

isso que existe a justiça dos homens: quem erra e põe<br />

as paixões acima da razão deve pagar pelos erros,<br />

para não reincidir <strong>na</strong> falta e servir de exemplo.<br />

JORNALISTA. POETA E ESCRITOR<br />

--------------<br />

Subitamente, petistas descobrem que as condições de<br />

vida <strong>na</strong> prisão são degradantes<br />

O ESTADO DE S. PAULO / SP - ESPAÇO ABERTO - pág.: A2. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

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VALOR ECONÔMICO /SP - FINANÇAS - pág.: C08. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

MINISTRO MARCO AURÉLIO<br />

Quebra da Interbolsa impacta o quente<br />

mercado colombiano<br />

Por Matthew Bristow e Veronica Navarro Espinosa |<br />

Bloomberg<br />

Mauricio Cárde<strong>na</strong>s, ministro das Fi<strong>na</strong>nças colombiano:<br />

quebra da Interbolsa não reflete risco para o sistema<br />

O colapso da maior corretora <strong>na</strong> Colômbia está<br />

machucando os investidores estrangeiros que fizeram<br />

grandes apostas <strong>na</strong>quele que, até então, era um dos<br />

mais quentes mercados emergentes neste ano.<br />

Os rendimentos dos US$ 5 bilhões em títulos<br />

denomi<strong>na</strong>dos em dólar vendidos por bancos<br />

colombianos deram um salto depois que o governo foi<br />

obrigado a assumir o controle da corretora Interbolsa<br />

neste mês, elevando os custos de tomada de<br />

empréstimos em, <strong>na</strong> média, 26 pontos base, ou 0,26<br />

ponto percentual, em relação ao recorde de baixa do<br />

custo em 17 de outubro. Isso é cerca de cinco vezes o<br />

aumento médio dos rendimentos de títulos de<br />

instituições fi<strong>na</strong>nceiras em mercados emergentes no<br />

mesmo período, segundo o J. P. Morgan Chase.<br />

Mauricio Cárde<strong>na</strong>s, o ministro das Fi<strong>na</strong>nças da<br />

Colômbia e membro do conselho diretor do Banco de<br />

la Republica, disse numa entrevista em 5 de novembro<br />

que o colapso foi causado por "más" decisões de<br />

negócios que não refletem nenhum risco para o<br />

sistema como um todo.<br />

A implosão da Interbolsa deflagrou preocupações de<br />

que a agência reguladora não esteja conseguindo<br />

conter o risco fi<strong>na</strong>nceiro após o maior boom de<br />

empréstimos em quatro anos ter levado os bancos do<br />

país a emitirem US$ 3,6 bilhões de títulos no exterior<br />

neste ano, ou mais do que venderam em todos os<br />

últimos 12 anos, de acordo com dados compilados<br />

pela "Bloomberg". O mercado de títulos ficou<br />

congelado durante seis dias, após o colapso, e o<br />

índice do mercado de ações está a caminho de seu<br />

pior mês desde junho.<br />

"Se você começar a descascar a cebola, o que mais<br />

vai descobrir?", disse Raymond Zucaro, que participa<br />

da administração de cerca de US$ 240 milhões de<br />

dívida de mercados emergentes <strong>na</strong> SW Asset<br />

Ma<strong>na</strong>gement, em Newport Beach, Califórnia. "Não foi<br />

uma peque<strong>na</strong> corretora meio obscura lá no meio do<br />

<strong>na</strong>da. Foi a maior."<br />

Os rendimentos dos títulos de referência colombianos<br />

denomi<strong>na</strong>dos em pesos com vencimento em 2024<br />

subiram 18 pontos base ao longo do mês passado - <strong>na</strong><br />

pior onda de vendas em 30 dias desde maio -, para<br />

6,2%, ao passo que o custo do seguro contra calote da<br />

dívida do país subiu para o mais alto patamar em mais<br />

de um ano, em relação à do vizinho Peru. O índice de<br />

ações IGBC perdeu 4,25%, ao passo que o peso<br />

desvalorizou-se 1,1%, sua pior queda em três meses.<br />

As quedas aconteceram depois de uma alta que tinha<br />

provocado uma valorização do peso <strong>superior</strong> a 7,9%,<br />

neste ano, quando bancos repatriaram recursos de<br />

suas ofertas recorde de dívida no exterior. Os<br />

rendimentos dos títulos do governo denomi<strong>na</strong>dos em<br />

pesos com vencimento em 2024 haviam atingido um<br />

recorde de baixa de 6,01% em 19 de outubro.<br />

Os rendimentos dos títulos do país dispararam, a<br />

bolsa caiu e o peso colombiano desvalorizou-se<br />

A Corretora Interbolsa - uma das 10 formadoras de<br />

mercado autorizadas pelo governo para operar no<br />

mercado de dívida da Colômbia -, será liquidada. A<br />

agência competente entrou em ce<strong>na</strong> depois que, em 1<br />

de novembro, a Interbolsa informou que não poderia<br />

honrar um pagamento referente a um empréstimo de<br />

20 bilhões de pesos (US$ 11 milhões), porque estava<br />

sofrendo uma escassez "temporária" de liquidez.<br />

A assessoria de imprensa da Interbolsa, sediada em<br />

Bogotá, não retornou um telefonema nem um e-mail<br />

solicitando comentários.<br />

Como parte do esforço orquestrado pelo governo para<br />

evitar perturbações nos mercados fi<strong>na</strong>nceiros, o<br />

Bancolombia, maior banco no país, assumirá a carteira<br />

de mais de 1,6 trilhão de pesos da Interbolsa (US$ 880<br />

milhões) em títulos locais.<br />

As medidas, que também incluem permitir que as<br />

corretoras usem a janela de liquidez do banco central<br />

e a indicação do Bancolombia para assumir as<br />

operações da Interbolsa <strong>na</strong> bolsa, não conseguiram<br />

reverter uma liquidação de títulos fi<strong>na</strong>nceiros do país.<br />

"Sempre que esse tipo de problema acontece com<br />

uma instituição importante em qualquer mercado, gera<br />

um pouco de incerteza, de incerteza sistêmica", disse<br />

Marco Aurélio de Sá, chefe de operações da<br />

37


corretora do Credit Agricole em Miami.<br />

O equivalente a US$ 1,2 bilhão em títulos do<br />

Bancolombia com vencimento em 2022 perdeu 2,43<br />

centavos de dólar de um recorde de 102,94 centavos<br />

de dólar em 17 de outubro, elevando o rendimento em<br />

30 pontos base, para 4,75%. Os papéis de dívida do<br />

Banco de Bogotá, num montante de US$ 600 milhões<br />

com vencimento em 2017, perderam 1,31 centavos de<br />

dólar, para 106,32 centavos de dólar, no mesmo<br />

período, elevando os rendimentos em 29 pontos base,<br />

para 3,35%.<br />

O volume de negócios de títulos emitidos por governos<br />

locais, tipicamente baixo em dezembro, provavelmente<br />

irá recuperar-se em janeiro, disse Maria Fer<strong>na</strong>nda<br />

Suarez, diretora de crédito público da Colômbia. "Uma<br />

situação como a que tivemos com a Interbolsa cria<br />

níveis de incerteza muito maiores do que o que<br />

tínhamos anteriormente ao evento", disse Suarez. "Eu<br />

espero uma recuperação para o início de 2013."<br />

O Bancolombia e o Grupo Aval Acciones y Valores,<br />

grupo bancário que controla o Banco de Bogotá, o<br />

segundo maior banco no país, liderou a emissão de<br />

dívidas por empresas fi<strong>na</strong>nceiras colombia<strong>na</strong>s, neste<br />

ano, com um total combi<strong>na</strong>do de US$ 2,2 bilhões.<br />

Ambos têm a classificação "Baa3" da Moody"s<br />

Investors Service, o menor nível de grau de<br />

investimento.<br />

Na América Lati<strong>na</strong>, só os bancos brasileiros já<br />

venderam mais títulos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is neste ano.<br />

As vendas de títulos colombianos ajudaram a fi<strong>na</strong>nciar<br />

um aumento de 16% do crédito nos 12 meses até<br />

agosto, impulsio<strong>na</strong>ndo um crescimento econômico que<br />

disparou <strong>na</strong> década passada, ao mesmo tempo em<br />

que o exército retomou dos rebeldes grandes áreas de<br />

selva e de planícies, e liberou terras para<br />

investimentos em mineração e energia.<br />

Isso ajudou a Colômbia a obter, no ano passado, seus<br />

primeiros graus de investimento desde 1999. A<br />

Colômbia é classificada com "Baa3" pela Moody"s e<br />

um equivalente "BBB" pela Standard Poor"s.<br />

Economistas consultados pela "Bloomberg" preveem<br />

que a economia com um PIB de US$ 332 bilhões irá<br />

crescer 4,5% neste ano, em comparação a 2,9% <strong>na</strong><br />

América Lati<strong>na</strong> como um todo, quando o governo<br />

prevê que o investimento estrangeiro direto subirá<br />

para US$ 17 bilhões, de um recorde de US$ 13,2<br />

bilhões no ano passado.<br />

O crescimento colombiano médio de 4,5% <strong>na</strong> última<br />

década é mais que o dobro do mexicano e ultrapassa<br />

a expansão média brasileira. O peso também valorizou<br />

VALOR ECONÔMICO /SP - FINANÇAS - pág.: C08. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

MINISTRO MARCO AURÉLIO<br />

47% em relação ao dólar nos últimos 10 anos, o que o<br />

tor<strong>na</strong> uma das moedas de cinco melhores<br />

desempenhos no mundo.<br />

Esses "fundamentos sólidos" ajudarão a desencadear<br />

uma recuperação em títulos colombianos<br />

denomi<strong>na</strong>dos em dólar, inclusive os títulos bancários,<br />

de acordo com Isabel Olivos, da Munita, Cruza Claro,<br />

uma empresa fi<strong>na</strong>nceira especializada em renda fixa e<br />

com sede em Santiago, no Chile.<br />

O custo de fi<strong>na</strong>nciamento das empresas colombia<strong>na</strong>s<br />

é de 4,11%, em média, nos mercados inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is,<br />

portanto inferior ao de companhias brasileiras,<br />

chinesas, india<strong>na</strong>s ou russas, de acordo com índices<br />

do J. P. Morgan.<br />

O mercado de títulos ainda não se recuperou depois<br />

que o colapso da Interbolsa congelou os negócios.<br />

Não houve negócios com títulos do governo<br />

denomi<strong>na</strong>dos em pesos com vencimento em 2024 <strong>na</strong><br />

plataforma do banco central denomi<strong>na</strong>da SEN em 13<br />

de novembro, seis dias depois que a agência<br />

reguladora disse estar liquidando a Interbolsa por não<br />

ter conseguido encontrar compradores interessados<br />

<strong>na</strong> corretora.<br />

O custo do seguro anual contra calotes da dívida<br />

colombia<strong>na</strong> de cinco anos caiu, anteontem, três pontos<br />

base, para 101 pontos base. É de 1,02% o custo do<br />

seguro contra i<strong>na</strong>dimplência da dívida emitida pelo<br />

Peru. Em 9 de julho, era 22 pontos base mais caro<br />

comprar seguro contra calotes da dívida perua<strong>na</strong> do<br />

que da colombia<strong>na</strong>.<br />

Os swaps de risco de crédito pagam o valor de face de<br />

um título adquirido, em troca do valor do papel em<br />

questão ou do equivalente em dinheiro, caso o<br />

emitente não cumpra contratos de dívida.<br />

Embora seja improvável que outras firmas fi<strong>na</strong>nceiras<br />

estejam enfrentando o tipo de escassez de dinheiro<br />

que quebrou a Interbolsa, o fantasma de outras<br />

intervenções estatais está deprimindo a demanda por<br />

títulos emitidos por bancos e corretoras, de acordo<br />

com David Olivares, a<strong>na</strong>lista da Moody"s. Ele disse<br />

que a Moody"s não está considerando rebaixar as<br />

classificações de crédito de bancos colombianos.<br />

A onda de vendas de títulos é "uma reação sensata",<br />

disse Olivos em entrevista por telefone de Miami. "É<br />

difícil saber se haverá mais casos. Não podemos<br />

descartar as possibilidades."<br />

(Tradução de Sergio Blum)<br />

38


Por Re<strong>na</strong>to de Mello Jorge Silveira<br />

VALOR ECONÔMICO /SP - POLÍTICA - pág.: -. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

As pe<strong>na</strong>s ao chefe da quadrilha<br />

A avaliação da chamada dosimetria da pe<strong>na</strong> no<br />

julgamento do mensalão (AP 470) tem trazido à lume a<br />

dificuldade da chamada arte de julgar. Mais do que<br />

isso, trouxe ao público em geral as agruras vividas por<br />

aquele que enverga a toga. As discussões são vastas,<br />

transparecendo, por vezes, um sentimento de que não<br />

existem regras bem postas em diversos casos.<br />

O ministro Celso de Mello, nesse sentido, chegou a<br />

ponderar sobre a diferença entre arbítrio judicial e<br />

discricio<strong>na</strong>riedade normada, regrada. O Código Pe<strong>na</strong>l,<br />

de fato, dá balizas a serem tidas em conta pelo<br />

julgador no momento de estipulação de pe<strong>na</strong>. A partir<br />

de uma moldura pe<strong>na</strong>l, obedecendo-se a um critério<br />

trifásico, chega-se, por fim, à pe<strong>na</strong> fi<strong>na</strong>l.<br />

Em um primeiro momento, como se sabe, existe o<br />

critério de fixação da pe<strong>na</strong>, consoante o artigo 59, do<br />

Código Pe<strong>na</strong>l. Por ele, tem-se que "o juiz, atendendo à<br />

culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à<br />

perso<strong>na</strong>lidade do agente, aos motivos, às<br />

circunstâncias e consequências do crime, bem como<br />

ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme<br />

seja necessário e suficiente para reprovação e<br />

prevenção do crime", entre outros dados, a quantidade<br />

de pe<strong>na</strong> aplicável, dentro dos limites previstos. Afora<br />

isso, hão de se considerar, também, as situações<br />

agravantes e atenuantes, além de causas de aumento<br />

e diminuição de pe<strong>na</strong>.<br />

Entre as muitas agravantes possíveis, encontra-se a<br />

previsão da agravante no caso de concurso de<br />

pessoas. No artigo 62, I, do Código Pe<strong>na</strong>l, tem-se que<br />

a pe<strong>na</strong> será agravada em relação ao agente que<br />

promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige<br />

a atividade dos demais agentes. Trata-se da previsão<br />

de punição com maior rigor ao autor intelectual da<br />

empresa criminosa.<br />

Uma observação se faz necessária. Entendendo que o<br />

artigo 59, do Código Pe<strong>na</strong>l, é utilizado <strong>na</strong> primeira fase<br />

de fixação da pe<strong>na</strong>, cabe a dúvida se a situação de<br />

suposta posição hierárquica em quadrilha (artigo 288,<br />

do Código Pe<strong>na</strong>l), <strong>na</strong> condição de liderança, poderia,<br />

ao depois, também ser utilizada como critério de<br />

aumento de pe<strong>na</strong> do artigo 62, I, do Código Pe<strong>na</strong>l.<br />

No Superior Tribu<strong>na</strong>l de Justiça já se pontuou que<br />

"não se pode tolerar, sob pe<strong>na</strong> de indevido bis in idem,<br />

a consideração da condição de proeminência <strong>na</strong><br />

empreitada criminosa, tanto como circunstância<br />

MINISTRO CELSO DE MELLO<br />

judicial do artigo 59 do Código Pe<strong>na</strong>l, como também<br />

agravante do artigo 62, I do mesmo diploma legal" (HC<br />

nº 100.370/SP). Claro que precedentes em outros<br />

sentidos podem ser encontrados. O que parece<br />

incabível é que só a suposta posição hierárquica sirva<br />

para definir e aumentar a pe<strong>na</strong>. Na existência de<br />

outras situações, sim. E disso, diga-se, não discrepam<br />

outras tantas decisões, mesmo no Tribu<strong>na</strong>l da<br />

Cidadania (RHC nº 20.244/RS).<br />

A divergência muitas vezes verificada é salutar. Mas<br />

deve ela encontrar limites. Tudo, entretanto, deve<br />

ancorar-se em provas. Caso estas não se mostrem<br />

absolutas, fragiliza-se, demasiadamente, a atribuição<br />

sentenciante. <strong>Para</strong> além disso, no entanto, devem-se<br />

questio<strong>na</strong>r as majorantes postas no caso concreto.<br />

Pode-se questio<strong>na</strong>r profundamente a máxima da<br />

chamada regra da pe<strong>na</strong> mínima, mas ela guarda, em<br />

si, também o imperativo da não culpabilidade. Em se<br />

tratando de réu primário e de bons antecedentes, qual<br />

a razão para uma majoração da sanção crimi<strong>na</strong>l? Dirse-á:<br />

as condições desfavoráveis. E estas estariam a<br />

legitimar uma pe<strong>na</strong> 150% acima do mínimo no caso<br />

em pauta. Ora, a generalidade da expressão pode,<br />

sim, guardar em si a própria posição hierárquica do<br />

papel de liderança. Se isso se der, aparentemente<br />

seria de se ter um questionável e reprovável, ainda<br />

que implícito, bis in idem.<br />

Caberia, ainda, recordar o questio<strong>na</strong>mento, não<br />

acatado, invocado sobre a impossibilidade de<br />

utilização da agravante do artigo 62, I, do Código<br />

Pe<strong>na</strong>l para aumentar a pe<strong>na</strong> pelo crime de formação<br />

de quadrilha. Feito isso, ao depois, usar a mesma<br />

agravante para majorar a pe<strong>na</strong> de outros crimes. Tais<br />

variações implicam <strong>na</strong> preocupação, já presente no<br />

mundo jurídico, não só desti<strong>na</strong>da à Justiça que a olhos<br />

leigos para se fazer, mas às injustiças futuras que<br />

muitos desses entendimentos podem, proximamente,<br />

vir a gerar.<br />

Re<strong>na</strong>to de Mello Jorge Silveira é professor titular da<br />

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo<br />

(USP)<br />

E-mail: rmjs@usp.br<br />

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VALOR ECONÔMICO /SP - POLÍTICA - pág.: A06. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa terá que definir casos que terão<br />

repercussão geral no Supremo<br />

Por Juliano Basile<br />

Por Juliano Basile | De Brasília<br />

Ao assumir, amanhã, a presidência do Supremo<br />

Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>), o ministro Joaquim Barbosa,<br />

terá uma tarefa tão difícil quanto a de concluir o<br />

julgamento do mensalão: caberá a ele tomar a linha de<br />

frente para organizar os casos com repercussão geral<br />

e indicar quais devem ser julgados pela Corte.<br />

Assim que a Corte colocar um ponto fi<strong>na</strong>l <strong>na</strong> Ação<br />

Pe<strong>na</strong>l nº 470, Barbosa terá que definir junto com os<br />

demais ministros quais serão os próximos grandes<br />

temas que o tribu<strong>na</strong>l vai a<strong>na</strong>lisar e a disputa pela<br />

pauta é intensa depois de um semestre no qual não se<br />

falou de outra coisa além do esquema de compra de<br />

votos no Congresso.<br />

Ao todo, o Supremo gastou 46 sessões com o<br />

mensalão e, com isso, deixou todos os demais<br />

processos em tramitação <strong>na</strong> Corte em segundo plano.<br />

Entre eles, estão teses fundamentais, como a correção<br />

das contas nos planos econômicos entre o fim dos<br />

anos 1980 e começo dos 1990, a cobrança de ICMS<br />

<strong>na</strong> base de cálculo da Cofins e a de imposto de Renda<br />

e de Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL)<br />

de empresas controladas e coligadas com outras no<br />

exterior.<br />

Em relatório sobre a atual situação do <strong>STF</strong>, a equipe<br />

de Carlos Ayres Britto, o antecessor de Barbosa <strong>na</strong><br />

presidência, alerta para a necessidade de imposição<br />

de 32 melhorias <strong>na</strong> gestão de processos <strong>na</strong> Corte. As<br />

tarefas são as mais distintas e vão desde a aprovação<br />

de mais uma sessão sema<strong>na</strong>l no <strong>STF</strong> ape<strong>na</strong>s para<br />

julgar os casos com repercussão geral até a<br />

integração dos gabinetes dos 11 ministros com o<br />

objetivo de identificar os casos mais relevantes para<br />

levá-los a julgamento.<br />

Atualmente, há 613 casos com repercussão geral <strong>na</strong><br />

Corte. São processos que, uma vez decididos,<br />

permitem que o resto do Judiciário siga a orientação<br />

que o Supremo deu. Ou seja, assim que o <strong>STF</strong> decide<br />

um caso com repercussão geral, o impacto é<br />

praticamente imediato, pois os demais tribu<strong>na</strong>is do<br />

país sabem qual orientação devem seguir em causas<br />

semelhantes.<br />

O processo do mensalão é relevante por causa do<br />

impacto político, do direcio<strong>na</strong>mento que a Corte está<br />

dando para os crimes de corrupção, lavagem de<br />

dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha,<br />

além dos aspectos paradigmáticos, como o alto<br />

número de réus, as mais de 600 testemunhas e as<br />

mais de 50 mil pági<strong>na</strong>s. Mas, formalmente, o<br />

julgamento desse caso não é suficiente para agilizar<br />

decisões sobre outros processos no Judiciário. O<br />

mensalão é uma ação só. Já os casos com<br />

repercussão geral são capazes de derrubar milhares<br />

de outros processos em tramitação <strong>na</strong>s quatro<br />

instâncias do Judiciário. Quando o <strong>STF</strong> define que um<br />

determi<strong>na</strong>do tema tem repercussão geral, todos os<br />

processos sobre o assunto ficam à espera da decisão<br />

da Corte, parados nos demais tribu<strong>na</strong>is do país.<br />

Ape<strong>na</strong>s um tema com repercussão geral que começou<br />

a ser julgado durante a gestão de Ayres Britto <strong>na</strong><br />

presidência - a atualização monetária do vale-refeição<br />

- tem impacto para mais de 26 mil ações. Isso significa<br />

que, se esse assunto foi decidido pelo Supremo, as<br />

instâncias inferiores vão poder concluir mais de 26 mil<br />

processos. A aprovação da política de cotas para<br />

negros <strong>na</strong>s universidades, que foi decidida neste ano,<br />

permitiu a conclusão de 158 processos.<br />

Por causa do efeito praticamente imediato dessa<br />

sistemática de solução de processos que foi aprovada<br />

<strong>na</strong> reforma do Judiciário, em dezembro de 2004,<br />

Barbosa e Ricardo Lewandowski, que vai tomar<br />

posse como o vice-presidente do <strong>STF</strong>, amanhã,<br />

deixaram as discordâncias do mensalão de lado para<br />

concordar ao menos em uma coisa: é preciso priorizar<br />

os processos com repercussão geral. A dúvida <strong>na</strong><br />

Corte é: como fazê-lo?<br />

Alguns ministros já sugeriram, em reuniões inter<strong>na</strong>s do<br />

<strong>STF</strong>, a adoção de medida extrema: que seja vetado o<br />

direito a pedir vista num processo com repercussão<br />

geral. Mas há outras soluções para agilizar os<br />

julgamentos <strong>na</strong> Corte. Uma delas foi aprovada <strong>na</strong><br />

gestão de Britto e já começou a ser utilizada no caso<br />

do mensalão: a apresentação do resumo dos votos<br />

oralmente, de maneira concisa com a juntada aos<br />

autos do processo do voto por escrito.<br />

Outra solução está em curso: o <strong>STF</strong> está se<br />

aproximando dos demais tribu<strong>na</strong>is para identificar as<br />

causas paradigmáticas e, com isso, definir uma<br />

40


agenda para os seus futuros julgamentos. Em 16 de<br />

maio, o Supremo recebeu representantes dos tribu<strong>na</strong>is<br />

de Justiça de São Paulo, do Rio de Janeiro, do Distrito<br />

Federal e do Rio Grande do Sul para obter<br />

informações sobre as causas que mais entopem essas<br />

cortes. Quinze dias depois, o <strong>STF</strong> criou um Núcleo de<br />

Repercussão Geral para auxiliar no gerenciamento<br />

dessas causas. O objetivo fi<strong>na</strong>l da Corte é o de<br />

organizar um sistema único de repercussão geral com<br />

todos os tribu<strong>na</strong>is do país, o que permitiria julgar casos<br />

em escala para todo o Judiciário. Se ele for cumprido,<br />

a Corte terá mais motivos para comemorar do que<br />

quando concluir o mensalão - julgamento iniciado em 2<br />

de agosto, sem data para termi<strong>na</strong>r.<br />

VALOR ECONÔMICO /SP - POLÍTICA - pág.: A06. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

41


» ANA MARIA CAMPOS<br />

CORREIO BRAZILIENSE / DF - CIDADES - pág.: A24. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Roriz tenta voltar às eleições<br />

Impedido de se candidatar <strong>na</strong>s últimas eleições por<br />

circunstâncias judiciais, o ex-gover<strong>na</strong>dor Joaquim<br />

Roriz (sem partido) trabalha uma estratégia para<br />

assegurar a sua elegibilidade em 2014. Ele tenta<br />

demonstrar, numa ação que tramita <strong>na</strong> 17ª Vara da<br />

Justiça Federal do DF, que não está enquadrado <strong>na</strong>s<br />

regras da Lei da Ficha Limpa, motivo que o fez ceder o<br />

posto de candidato à mulher, Weslian Roriz (PSC), no<br />

último pleito contra o petista Agnelo Queiroz (PT). O<br />

ex-gover<strong>na</strong>dor sustenta que a renúncia ao mandato de<br />

se<strong>na</strong>dor, em 2007, cessou os efeitos da representação<br />

do PSol contra ele e impediu a abertura de processo<br />

administrativo discipli<strong>na</strong>r relacio<strong>na</strong>do às suspeitas<br />

levantadas a partir de diálogos interceptados <strong>na</strong><br />

Operação Aquarela - investigação que tratou de<br />

desvios de recursos do Banco de Brasília (BRB).<br />

Dessa forma, significaria uma absolvição.<br />

A Lei da Ficha Limpa estabelece que o político que<br />

renunciar depois do oferecimento de uma<br />

representação protocolada contra ele, capaz de<br />

autorizar abertura de processo com potencial de<br />

cassação, se tor<strong>na</strong> inelegível pelo período que durar o<br />

mandato e mais oito anos após o encerramento deste.<br />

Na ação, Roriz pede que a Justiça declare o<br />

arquivamento da representação do PSol - partido que<br />

pediu a cassação do então se<strong>na</strong>dor pelo PMDB. O exgover<strong>na</strong>dor<br />

também requer um atestado de que sua<br />

renúncia foi aceita e, por isso, a representação perdeu<br />

o efeito e o processo ético-discipli<strong>na</strong>r foi suspenso.<br />

Com essa manifestação judicial em mãos, o exgover<strong>na</strong>dor<br />

avalia que poderá contestar eventuais<br />

impug<strong>na</strong>ções do registro de sua candidatura <strong>na</strong>s<br />

próximas eleições, caso resolva voltar a disputar o<br />

GDF ou, mais dificilmente, avaliam aliados, um cargo<br />

no Congresso.<br />

Iniciada há cinco meses, a ação de Roriz é movida<br />

contra a União. Em manifestação no processo, a<br />

Advocacia-Geral da União (AGU) rejeita os<br />

argumentos da defesa, considera a ação improcedente<br />

e aponta como gravíssimos" os fatos relatados <strong>na</strong><br />

representação do PSol. No parecer, o órgão ressalta o<br />

teor da legislação: "De acordo com o artigo 1º , inciso<br />

I, letra K, da Lei Complementar nº 64/1990, com<br />

alterações da LC nº 135/1990, tor<strong>na</strong>-se inelegível para<br />

qualquer cargo aquele que renunciar ao seu mandato<br />

desde o oferecimento da representação capaz de<br />

autorizar a abertura de processo". A palavra fi<strong>na</strong>l será<br />

do juiz Flávio Marcelo Sérvio Borges.<br />

Futuro<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Alberto Pavie Ribeiro, que advoga para Roriz no<br />

processo, afirma que a ação tem como objetivo<br />

ape<strong>na</strong>s uma declaração de que o ex-gover<strong>na</strong>dor não<br />

sofreu qualquer conde<strong>na</strong>ção política. "Sobre o futuro,<br />

só ele pode dizer. Não entro nessa questão", disse.<br />

Entre políticos de seu grupo, no entanto, há uma<br />

expectativa de que Roriz, se puder, vai concorrer. Em<br />

2010, ele foi impedido justamente pelos efeitos da<br />

Ficha Limpa relacio<strong>na</strong>dos à sua renúncia. O Ministério<br />

Público impugnou a candidatura e o Tribu<strong>na</strong>l<br />

Superior Eleitoral (TSE) negou o registro. O recurso<br />

no Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>) terminou<br />

empatado. O impasse se deu porque o plenário estava<br />

em composição par. Metade avaliou que a lei poderia<br />

ser aplicada contra Roriz e outros cinco ministros<br />

defenderam o contrário.<br />

Com a insegurança jurídica, Roriz retirou a<br />

candidatura e lançou a mulher <strong>na</strong> campanha contra<br />

Agnelo, eleito gover<strong>na</strong>dor no segundo turno. Meses<br />

depois do pleito, já com a composição completa, com<br />

a nomeação pela presidente Dilma Rousseff de Luiz<br />

Fux, o <strong>STF</strong> decidiu que a Lei da Ficha Limpa valia<br />

ape<strong>na</strong>s para a disputa municipal deste ano. Com esse<br />

entendimento, o se<strong>na</strong>dor Jader Barbalho (PMDB-PA),<br />

que também teve a candidatura questio<strong>na</strong>da em<br />

função da renúncia ao mandato em 2001, pôde tomar<br />

posse. Com isso, se Roriz tivesse prosseguido <strong>na</strong><br />

corrida ao Palácio do Buriti não teria se inviabilizado<br />

legalmente.<br />

O ex-gover<strong>na</strong>dor renunciou ao mandato em 2007 pela<br />

repercussão da divulgação de conversas por telefone<br />

que manteve <strong>na</strong>quele ano com o então presidente do<br />

BRB, Tarcísio Franklim de Moura. Eles trataram da<br />

partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões do<br />

empresário Nenê Constantino. Por conta do episódio,<br />

ambos respondem a ação de improbidade<br />

administrativa. Roriz afirma que o dinheiro foi usado<br />

numa operação particular: um empréstimo do amigo<br />

Constantino para a compra do embrião de uma<br />

bezerra.<br />

O que diz a lei<br />

A Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010)<br />

estabelece que o presidente da República, o<br />

gover<strong>na</strong>dor de Estado e do Distrito Federal, o prefeito,<br />

os membros do Congresso Nacio<strong>na</strong>l, das assembleias<br />

legislativas, da Câmara Legislativa e das câmaras<br />

municipais, que renunciarem a seus mandatos desde<br />

42


o oferecimento de representação ou petição capaz de<br />

autorizar a abertura de processo por infringência a<br />

dispositivo da Constituição Federal, da Constituição<br />

Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei<br />

Orgânica do Município, ficarão inelegíveis para pleitos<br />

que se realizarem durante o período remanescente do<br />

mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos<br />

subsequentes ao término da legislatura.<br />

Ao a<strong>na</strong>lisar a constitucio<strong>na</strong>lidade da Lei da Ficha<br />

Limpa, o Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal já declarou a sua<br />

validade. O entendimento da maioria dos ministros é<br />

de que a medida passou a valer a partir das eleições<br />

municipais deste ano. <strong>Para</strong> a Corte, a regra pode<br />

retroagir porque a inelegibilidade não representa uma<br />

sanção aos políticos e deve ser a<strong>na</strong>lisada como uma<br />

situação de fato, a ser considerada no momento do<br />

registro da candidatura. Dessa forma, se não houver<br />

nenhuma alteração <strong>na</strong> legislação, as restrições<br />

entraão em vigor no próximo pleito.<br />

CORREIO BRAZILIENSE / DF - CIDADES - pág.: A24. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

43


» PAULO DE TARSO LYRA<br />

O Palácio do Pla<strong>na</strong>lto espera que a recusa em<br />

conceder aumento para o Poder Judiciário pelo<br />

segundo ano consecutivo não azede as relações entre<br />

o governo e o Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal. A<br />

presidente Dilma Rousseff já havia decidido que o<br />

reajuste não seria concedido, e não teve nenhum<br />

constrangimento em comunicar o fato ao futuro<br />

presidente do <strong>STF</strong>, Joaquim Barbosa. Ambos se<br />

encontraram <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada, quando Barbosa foi<br />

ao gabinete presidencial convidá-la para a cerimônia<br />

de posse, <strong>na</strong> quinta-feira, 22.<br />

Segundo apurou o Correio, Barbosa, que comunicou à<br />

presidente a necessidade de reajuste dos vencimentos<br />

do Poder Judiciário, recebeu a recusa com<br />

tranquilidade. O governo não pretende comprar uma<br />

briga com o <strong>STF</strong> neste momento. Mas Dilma manteve<br />

a mesma postura do ano anterior, quando também<br />

recusou o pedido de aumento feito pelo então<br />

presidente do Supremo, Cézar Peluso. Naquela<br />

época, contudo, o clima entre os poderes ficou meio<br />

amargo. Interlocutores da presidente Dilma<br />

reclamaram que Peluzo, em reuniões reservadas, já<br />

havia entendido os argumentos do governo.<br />

Posteriormente, em público, criticou a intransigência<br />

da presidente <strong>na</strong> condução do assunto.<br />

O nebuloso cenário inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l impede qualquer<br />

desejo da presidente de recompor salários. "Se a crise<br />

econômica mundial permanecer, ou se acirrar, é<br />

inevitável que a arrecadação de impostos despenque.<br />

Nesses casos, teríamos que continuar pagando os<br />

vencimentos com menos dinheiro em caixa ainda",<br />

disse um aliado da presidente que acompanhou as<br />

negociações.<br />

O principal temor do governo é evitar um efeito<br />

cascata. Durante muito tempo, uma das brigas do<br />

Poder Legislativo foi para que vencimentos dos<br />

parlamentares se equiparassem aos salários dos<br />

ministros do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal. A batalha foi<br />

ganha. Se o governo si<strong>na</strong>lizar um aumento dos<br />

ministros, não demorará para que os deputados<br />

resolvam reajustar os próprios salários.<br />

Além disso, reajustes nos topos das pirâmides<br />

provocam automaticamente correções nos demais<br />

escalões. As assembleias estaduais, por lei, devem ter<br />

seus vencimentos correspondentes a 75% da<br />

remuneração paga ao Congresso Nacio<strong>na</strong>l. Os<br />

vereadores, por sua vez, recebem 75% do salário dos<br />

CORREIO BRAZILIENSE / DF - ECONOMIA - pág.: A13. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Judiciário barrado<br />

deputados estaduais.<br />

» Negociação <strong>na</strong><br />

Polícia Federal<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,<br />

pretende dar um basta às brigas inter<strong>na</strong>s <strong>na</strong> Polícia<br />

Federal, entre escrivães, papiloscopistas e agentes<br />

(EPAs) e delegados. "Ou há entendimento para<br />

pactuar uma alter<strong>na</strong>tiva, ou <strong>na</strong>da se resolve. Eles têm<br />

10 dias para encaminhar propostas sobre suas<br />

atribuições", disse Cardozo. Os EPAs querem ser<br />

reconhecidos como profissio<strong>na</strong>is de nível <strong>superior</strong>,<br />

escolaridade exigida para o acesso por concurso<br />

público. O presidente da Associação dos Delegados<br />

da PF, Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, disse os EPAs<br />

merecem ser valorizados, mas em atribuições<br />

diferentes. A respeito da Lei Orgânica da Polícia<br />

Federal, afirmou que "qualquer novidade terá<br />

necessariamente quer ser negociada ". Porém, quando<br />

convidado a participar da reunião com o ministro, não<br />

compareceu.<br />

44


Julia<strong>na</strong> ColaresLeandro kléber<br />

"Aqueles que querem colocar a sujeira debaixo do<br />

tapete não cumprem com a ética de governo." A<br />

afirmação é do ministro da Justiça, José Eduardo<br />

Cardozo, sobre a forma como os governos tratam, há<br />

décadas, da situação do sistema prisio<strong>na</strong>l brasileiro.<br />

Na sema<strong>na</strong> passada, o ministro provocou um grande<br />

debate ao dizer que prefere a morte a ter que cumprir<br />

muitos anos de pe<strong>na</strong> em uma prisão brasileira. Na<br />

entrevista de ontem, Cardozo concordou com a<br />

ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do<br />

Rosário - que disse que o Brasil vive uma situação de<br />

emergência -, e reconheceu que a "grave" situação<br />

dos presídios tem impacto direto <strong>na</strong> escalada da<br />

violência em São Paulo e em Santa Catari<strong>na</strong>.<br />

Sem citar a baixa aplicação dos recursos disponíveis<br />

no Orçamento da União para a melhoria do sistema<br />

prisio<strong>na</strong>l, não poupou elogios à própria <strong>pasta</strong> e,<br />

discretamente, alfinetou os governos estaduais e o<br />

Poder Judiciário.<br />

<strong>Para</strong> Cardozo, no caso dos presídios, os governos<br />

enfrentar o problema. "Estamos vivendo um momento<br />

em que ou enfrentamos esse problema ou ele<br />

continuará gerando violência", disse ele, sem eximir a<br />

responsabilidade do governo federal. Mas fez um<br />

balanço positivo da própria <strong>pasta</strong>: "O governo federal<br />

está investindo R$ 1,1 bilhão para produzir novas<br />

unidades prisio<strong>na</strong>is, como nunca se fez <strong>na</strong> história".<br />

O ministro da Justiça declarou, ainda, que o governo<br />

federal tem o "melhor e o maior programa da história"<br />

de ampliação de vagas prisio<strong>na</strong>is. Informou que foram<br />

abertas 7 mil no ano passado, 17 mil estão em<br />

construção e que mais 40 mil devem ser entregues até<br />

2014.<br />

Na <strong>pasta</strong>, não faltam recursos. Mas a aplicação efetiva<br />

do dinheiro tem ficado bem aquém do montante<br />

disponível para melhorar o sistema prisio<strong>na</strong>l brasileiro.<br />

Em 2011, foram gastos pouco mais de R$ 90 milhões<br />

dos R$ 269,9 milhões incluídos no Orçamento. Ontem,<br />

Cardozo disse que os quatro presídios federais estão<br />

em excelentes condições e que os estaduais - salvo<br />

exceções - não atendem às necessidades do sistema.<br />

Também disse que Poder Judiciário deixa, muitas<br />

vezes, que pessoas cumpram pe<strong>na</strong> além do<br />

necessário.<br />

Durante a entrevista de ontem, o ministro afirmou que<br />

a polêmica declaração da sema<strong>na</strong> passada não fazia<br />

CORREIO BRAZILIENSE / DF - POLÍTICA - pág.: A05. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Sujeira sob o tapete<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

referência aos conde<strong>na</strong>dos pelo Supremo Tribu<strong>na</strong>l<br />

Federal no processo do mensalão. Mas foi irônico<br />

quando comentou a declaração do ministro Gilmar<br />

Mendes, que lamentou o fato de o ministro da Justiça<br />

só ter criticado o sistema prisio<strong>na</strong>l brasileiro agora.<br />

"Eu, talvez, nunca tenha falado tão alto que pudesse<br />

ser ouvido. Falo isso há muitos anos", garantiu ele.<br />

45


DIEGO ABREU<br />

CORREIO BRAZILIENSE / DF - POLÍTICA - pág.: A03. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Trabalhos sob nova direção<br />

Na véspera de tomar posse no cargo de presidente do<br />

Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>), o ministro<br />

Joaquim Barbosa exercerá hoje, pela primeira vez, o<br />

comando do plenário durante o julgamento do<br />

processo do mensalão. Ele vai acumular nesta tarde<br />

as funções de relator da Ação Pe<strong>na</strong>l 470 e de<br />

presidente interino da Corte, <strong>na</strong> única sessão plenária<br />

prevista para esta sema<strong>na</strong>. Em pauta, está a<br />

continuidade do cálculo das pe<strong>na</strong>s dos réus<br />

conde<strong>na</strong>dos por envolvimento com o esquema de<br />

compra de apoio parlamentar ocorrido no primeiro<br />

mandato do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula<br />

da Silva.<br />

No começo da sessão, três ministros devem se<br />

manifestar sobre a pe<strong>na</strong> aplicada a Rogério Tolentino,<br />

ex-advogado do empresário Marcos Valério, que, por<br />

enquanto, já soma 5 anos e 3 meses de cadeia.<br />

Depois que Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Marco<br />

Aurélio votarem quanto à punição de Tolentino por<br />

lavagem, os ministros devem iniciar a dosimetria dos<br />

deputados, ex-parlamentares e assessores.<br />

Os ministros não arriscaram a ordem dos réus que<br />

terão as pe<strong>na</strong>s calculadas hoje, uma vez que o relator,<br />

Joaquim Barbosa, pegou todos de surpresa <strong>na</strong><br />

sema<strong>na</strong> passada. Depois de anunciar que apreciaria<br />

inicialmente as pe<strong>na</strong>s dos réus do núcleo fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

ele iniciou a sessão do último dia 12 pela dosimetria<br />

dos conde<strong>na</strong>dos do núcleo político, como o ex-ministro<br />

José Dirceu, conde<strong>na</strong>do a mais de 10 anos de prisão.<br />

Um ministro ouvido pelo Correio acredita que Joaquim<br />

Barbosa apresentará hoje as pe<strong>na</strong>s ao deputado<br />

federal João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da<br />

Câmara, conde<strong>na</strong>do por corrupção passiva, peculato e<br />

lavagem de dinheiro. A expectativa é que, mesmo se<br />

a<strong>na</strong>lisarem a situação do petista, os ministros não<br />

avancem ainda no debate sobre a perda de mandato<br />

do parlamentar. A tendência é que a definição sobre a<br />

cassação imediata dos três deputados conde<strong>na</strong>dos no<br />

processo fique para o fim do julgamento. Também hoje<br />

é possível que o plenário trate das pe<strong>na</strong>s do ex-diretor<br />

de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.<br />

Diante das inovações levadas por Joaquim a plenário,<br />

Marco Aurélio não descarta uma nova inversão <strong>na</strong><br />

sessão de hoje. "Não sei como vai ser a sessão de<br />

amanhã (hoje). É uma surpresa. A gente vai ver,<br />

porque quando íamos tratar do núcleo fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

tivemos o núcleo político", observou. O ministro disse<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

esperar que "reine a paz" enquanto Joaquim Barbosa<br />

estiver presidindo as sessões. "Na presidência não há<br />

como a pessoa ser trepidante", frisou.<br />

Iniciado no começo de agosto, o julgamento chega<br />

hoje à 47ª sessão. Entre os 37 réus julgados, 25 foram<br />

conde<strong>na</strong>dos. Até a sema<strong>na</strong> passada, o Supremo havia<br />

definido a dosimetria das pe<strong>na</strong>s de nove deles. Após a<br />

conclusão referente ao último réu do núcleo<br />

operacio<strong>na</strong>l, os ministros do Supremo terão de<br />

a<strong>na</strong>lisar a situação dos acusados de participação em<br />

esquema de corrupção <strong>na</strong> Câmara e no Banco do<br />

Brasil, e também daqueles deputados e assessores<br />

envolvidos <strong>na</strong> compra de apoio parlamentar.<br />

No rol de conde<strong>na</strong>dos, estão congressistas e exparlamentares<br />

que eram filiados ao PP, ao PL (atual<br />

PR), ao PTB e ao PMDB <strong>na</strong> época do mensalão. Até o<br />

fim do mês, somente mais três sessões serão<br />

realizadas no Supremo. Diante do apertado<br />

calendário, é provável que o julgamento se estenda<br />

até dezembro.<br />

Festa<br />

O cerimonial do Supremo tinha recebido, até a noite<br />

de ontem, quase 1,2 mil confirmações de convidados<br />

que estarão <strong>na</strong> posse de amanhã. Uma novidade será<br />

a presença de um intérprete, que fará a tradução da<br />

solenidade para libras.<br />

Outra definição da equipe de Joaquim Barbosa está<br />

relacio<strong>na</strong>da ao tempo dos discursos do ministro Luiz<br />

Fux, do procurador-geral da República, Roberto<br />

Guegel, e do presidente da OAB, Ophir Cavalcante.<br />

As mensagens não deverão passar de 15 minutos.<br />

"Não sei como vai ser a sessão de amanhã (hoje). É<br />

uma surpresa. A gente vai ver, porque quando íamos<br />

tratar do núcleo fi<strong>na</strong>nceiro, tivemos o núcleo político"<br />

Marco Aurélio Mello, ministro do <strong>STF</strong><br />

Os próximos da lista<br />

Confira os conde<strong>na</strong>dos que começam a ter as pe<strong>na</strong>s<br />

estipuladas a partir de hoje e os crimes cometidos<br />

João Paulo Cunha<br />

Deputado federal do PT-SP: corrupção passiva,<br />

lavagem de dinheiro e peculato<br />

46


Valdemar Costa Neto<br />

Deputado do PR-SP: corrupção passiva e lavagem de<br />

dinheiro<br />

Pedro Henry<br />

deputado do PP-MT: corrupção passiva e lavagem de<br />

dinheiro<br />

Roberto Jefferson<br />

Presidente do PTB: corrupção passiva e lavagem de<br />

dinheiro<br />

Pedro Corrêa<br />

Ex-deputado do PP-PE: corrupção passiva, lavagem<br />

de dinheiro e formação de quadrilha<br />

José Borba<br />

Ex-deputado do PMDB-PR: corrupção passiva<br />

Romeu Queiroz<br />

Ex-deputado do PTB-MG: corrupção passiva e<br />

lavagem de dinheiro<br />

Carlos Alberto Rodrigues<br />

Ex-deputado do PL-RJ: corrupção passiva e lavagem<br />

de dinheiro<br />

Henrique Pizzolato<br />

Ex-diretor do Banco do Brasil: peculato, corrupção<br />

passiva e lavagem de dinheiro<br />

Jacinto Lamas<br />

Ex-tesoureiro do PL: corrupção passiva e lavagem de<br />

dinheiro<br />

João Cláudio Genú<br />

Ex-assessor do PP <strong>na</strong> Câmara: corrupção passiva,<br />

lavagem de dinheiro e formação de quadrilha<br />

Enivaldo Quadrado<br />

Ex-sócio da corretora Bônus-Banval: lavagem de<br />

dinheiro e formação de quadrilha<br />

Breno Fischberg<br />

Ex-sócio da Bônus-Banval: lavagem de dinheiro<br />

CORREIO BRAZILIENSE / DF - POLÍTICA - pág.: A03. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Emerson Palmieri<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Ex-tesoureiro do PTB: corrupção passiva e lavagem<br />

de dinheiro<br />

47


Dois dias antes de tomar posse no cargo de vicepresidente<br />

do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>), o<br />

ministro Ricardo Lewandowski afirmou que não terá<br />

protagonismo no cargo, pois adotará um estilo "low<br />

profile". Depois de mais de três meses de desavenças<br />

com Joaquim Barbosa, que será empossado como<br />

presidente da Corte amanhã, Lewandowski elogiou o<br />

colega. "É um ministro preparado, experiente. Espero<br />

que faça uma boa gestão", afirmou.<br />

Revisor do mensalão, Lewandowski afirmou que sua<br />

equipe já está em contato com a do relator, Joaquim<br />

Barbosa, para acertar detalhes da nova gestão do<br />

Supremo, que se inicia amanhã, às 15h, horário<br />

marcado para a solenidade de posse <strong>na</strong> Suprema<br />

Corte. "Eu vou substituir Joaquim nos momentos que<br />

se fizerem necessários. Vou ter um protagonismo<br />

mínimo, low profile. Não vou sugerir absolutamente<br />

<strong>na</strong>da. Vou ficar bem quietinho <strong>na</strong> vice, bem vice, vou<br />

ser tipo assim, um vice José Alencar", detalhou<br />

Lewandowski.<br />

Ele acrescentou que os bate-bocas que travou com<br />

Joaquim Barbosa em plenário durante o julgamento<br />

do mensalão ficaram para trás. "Acho que as<br />

divergências são sempre em torno de temas pontuais,<br />

ou jurídicos. Quando se trata da instituição, os<br />

integrantes se unem pela instituição", disse.<br />

"Desavenças e divergências pessoais são<br />

circunscritas ao julgamento, mesmo no lanche nos<br />

cumprimentamos, sentamos juntos. Sempre fui um dos<br />

que melhor me dei com Joaquim", completou o revisor<br />

da Ação Pe<strong>na</strong>l 470.<br />

Na entrevista que concedeu a jor<strong>na</strong>listas ontem à<br />

tarde, antes de cancelar a sessão da 2ª Turma do<br />

<strong>STF</strong>, da qual é presidente, por falta de quórum,<br />

Lewandowski mostrou-se favorável ao reajuste salarial<br />

para integrantes do Poder Judiciário, mas disse que<br />

não se envolverá com a questão, que será, segundo<br />

ele, de atribuição de Barbosa. "São seis anos sem<br />

aumento, acho uma reivindicação justa a reposição<br />

salarial."<br />

Ricardo Lewandowski confirmou também que deverá<br />

presidir sessões do Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Justiça<br />

(CNJ) <strong>na</strong>s ocasiões em que Barbosa estiver ausente.<br />

"As sessões são o dia inteiro, vocês podem tirar as<br />

conclusões. Não sei se (Barbosa) terá condições de<br />

aguentar o dia inteiro, aí terei que estar preparado<br />

para substituir. O problema é que vice não tem estafe,<br />

equipe, só tem um assessor a mais. Não tenho que<br />

me preocupar em preparar a pauta", fi<strong>na</strong>lizou,<br />

CORREIO BRAZILIENSE / DF - POLÍTICA - pág.: A03. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Um vice "low profile"<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

referindo-se ao problema crônico que o colega tem no<br />

quadril (DA)<br />

48


LEONARDO AUGUSTO<br />

CORREIO BRAZILIENSE / DF - POLÍTICA - pág.: A03. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Conde<strong>na</strong>dos se espelham em Tatico<br />

Os deputados federais Valdemar Costa Neto (PR-SP),<br />

João Paulo Cunha (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT) no<br />

processo do mensalão espelham-se em um exparlamentar<br />

para tentar escapar da cadeia. Passados<br />

quase dois anos da publicação do acórdão de<br />

conde<strong>na</strong>ção pelo Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>),<br />

José Fuscaldi Cesilio, mais conhecido como Tatico,<br />

ainda está em liberdade. Uma série de manobras<br />

jurídicas somadas ao ritmo de funcio<strong>na</strong>mento da Corte<br />

atrasam a ida do empresário para a cadeia, onde terá<br />

que cumprir pe<strong>na</strong> de sete anos. A maior parte do<br />

processo correu enquanto Tatico era deputado federal<br />

do PTB. Eleito pelo Distrito Federal em 2002 e por<br />

Goiás em 2006, ele exerceu dois mandatos.<br />

Tatico foi conde<strong>na</strong>do por apropriação indébita e<br />

sonegação de impostos que totalizaram R$ 878 mil.<br />

Segundo ação movida pelo Ministério Público<br />

Federal (MPF), o ex-deputado não repassou ao<br />

governo federal contribuições previdenciárias de<br />

empregados das empresas do setor de curtume que<br />

mantinha em Goiás. A sonegação ocorreu entre<br />

janeiro de 1995 e agosto de 2002.<br />

As tentativas de evitar a prisão de Tatico tiveram início<br />

imediatamente após a publicação da sentença contra<br />

o ex-deputado, em 27 de setembro de 2010. Em 1º de<br />

outubro, a defesa entrou com pedido de extinção da<br />

pe<strong>na</strong>, que seria cumprida em regime semiaberto,<br />

alegando que o réu havia completado 70 anos, o que<br />

lhe daria o direito de ser poupado da punição,<br />

conforme o Código Pe<strong>na</strong>l. Tatico, no entanto,<br />

completou os 70 anos no dia seguinte à decisão do<br />

<strong>STF</strong>, o que extinguia a possibilidade de não aplicação<br />

da sentença.<br />

Entre a chegada do pedido ao tribu<strong>na</strong>l e o envio da<br />

documentação para análise do MPF, que indeferiu a<br />

solicitação, correu prazo total de um mês e 17 dias.<br />

Em nova tentativa de protelação, sete dias depois da<br />

publicação do acórdão, em 10 de dezembro, os<br />

advogados entraram com pedido para realização de<br />

sustentação oral no plenário da Corte, para<br />

argumentar sobre supostas dúvidas que teriam <strong>na</strong><br />

sentença, os chamados embargos declaratórios. A<br />

solicitação foi indeferida pelo MPF no mesmo dia.<br />

O processo ficou então inconcluso, ou seja, esperando<br />

posicio<strong>na</strong>mento do relator da ação, o hoje ministro<br />

aposentado Carlos Ayres Britto, que seguiu o MPF. A<br />

decisão foi para o plenário e, em 1º de dezembro de<br />

2011, quase um ano depois, portanto, foi julgada, com<br />

os ministros negando o pedido de sustentação oral.<br />

Nesse período, a defesa acrescentou ao processo<br />

uma série de documentos obtidos <strong>na</strong> Receita Federal<br />

e <strong>na</strong> Previdência Social.<br />

Também em 1º de dezembro, o ministro Luiz Fux<br />

pediu vista ao processo, o que acontece para, por<br />

exemplo, esclarecer dúvidas sobre a ação. Os<br />

documentos só foram devolvidos em 8 de agosto<br />

deste ano, portanto, oito meses depois de seguirem<br />

para o gabinete de Fux. Em 22 de outubro, a defesa<br />

de Tatico entrou com documentação "reiterando<br />

pedidos feitos anteriormente". Desde a última<br />

segunda-feira, o processo está com a presidência do<br />

<strong>STF</strong> para decisão, em segredo de Justiça. O<br />

presidente da Corte, Ayres Britto, no entanto, se<br />

aposentou no domingo por ter completado 70 anos. O<br />

cargo será assumido pelo ministro Joaquim Barbosa<br />

amanhã.<br />

7 anos<br />

Tempo da pe<strong>na</strong> de prisão imposta a Tatico<br />

49


JORNAL DE BRASÍLIA / DF - OPINIÃO - pág.: 13. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Charge<br />

Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski<br />

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA<br />

50


Mile<strong>na</strong> Lopes<br />

O Sindicato dos Bancários de Brasília reagiu à<br />

denúncia de servidores do Banco do Brasil que<br />

fizeram greve este ano, que teriam recebido uma carta<br />

em que a instituição cobra comprometimento com a<br />

compensação das horas. Em comunicado, a entidade<br />

pede para que os bancários não assinem o<br />

documento, porque, no texto, o "banco tenta fragilizar<br />

a luta coletiva, individualizando a responsabilidade<br />

pelo movimento".<br />

Sem obrigação<br />

O sindicato esclarece que "nenhum funcionário é<br />

obrigado a assi<strong>na</strong>r o documento, uma vez que a<br />

compensação está regulada <strong>na</strong> Convenção Coletiva<br />

de Trabalho (CCT), de que o Banco do Brasil é<br />

sig<strong>na</strong>tário".<br />

Lobby<br />

Na sema<strong>na</strong> passada, o se<strong>na</strong>dor Romero Jucá (PMDB-<br />

RR) esteve no Supremo ouvindo as reivindicações dos<br />

magistrados durante audiência da qual participaram<br />

presidentes de tribu<strong>na</strong>is e de entidades<br />

representativas de juízes.<br />

Também estiveram <strong>na</strong> reunião o ministro Joaquim<br />

Barbosa e o então presidente do Supremo, Carlos<br />

Ayres Britto.<br />

Até 15 de dezembro<br />

O sindicato argumenta que, <strong>na</strong> carta enviada pelo<br />

banco, a própria instituição reconhece que as horas de<br />

greve poderão ser compensadas até o dia 15 de<br />

dezembro, reafirma o sindicato, que promete "tomar as<br />

devidas providências junto aos órgãos competentes"<br />

em relação ao que chamou de "práticas antissindicais,<br />

retaliações e perseguições contra os funcionários que<br />

participam da paralisação".<br />

Foi parar <strong>na</strong> Espla<strong>na</strong>da<br />

O pleito dos bancários foi levado ao Ministério do<br />

Trabalho. Ontem, a deputada federal Erika Kokay (PT-<br />

DF/foto) se reuniu com o ministro Brizola Neto,<br />

representantes do Sindicato dos Bancários de Brasília<br />

e da Associação Nacio<strong>na</strong>l dos Funcionários do Banco<br />

do Brasil (A<strong>na</strong>bb). A deputada disse repudiar a<br />

"postura de retaliação do Banco do Brasil contra<br />

bancários que entraram em greve".<br />

JORNAL DE BRASÍLIA / DF - ECONOMIA - pág.: 28. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Não à "perseguição"<br />

Promessa<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

De acordo com a deputada, o ministro "recebeu as<br />

denúncias e prometeu um encaminhamento".<br />

Só 5%?<br />

O novo vice-presidente do Supremo Tribu<strong>na</strong>l<br />

Federal, ministro Ricardo Lewandowski, e dirigentes<br />

de entidades representativas de juízes criticaram a<br />

decisão da Comissão de Orçamento de aprovar<br />

parecer que prevê aumento de 5% para o<br />

funcio<strong>na</strong>lismo, inclusive o Judiciário, desconsiderando<br />

reivindicações da magistratura que pediam índices<br />

mais elevados. "São seis anos sem aumento",<br />

observou Lewandowski.<br />

Abaixo da expectativa<br />

O presidente da Associação dos Juízes Federais do<br />

Brasil (Ajufe), Nino Toldo, afirmou que o reajuste de<br />

5% está abaixo da expectativa. "A magistratura já tem<br />

perdas acumuladas de quase 30%. O que se pretende<br />

é uma recomposição do valor", disse.<br />

Atualmente, o salário de ministro do <strong>STF</strong>, que é o teto<br />

do funcio<strong>na</strong>lismo público, está em R$ 26,7 mil.<br />

Projetos em tramitação no Congresso propõem que os<br />

vencimentos subam para R$ 32,1 mil.<br />

Até o último instante<br />

Toldo afirmou ainda que a entidade vai continuar<br />

trabalhando para tentar convencer o Congresso a<br />

aprovar índices maiores de reajuste salarial. "A<br />

decisão não é definitiva.<br />

Agora tem os relatórios setoriais e depois a chance de<br />

se incluir no parecer fi<strong>na</strong>l ou até mesmo no plenário",<br />

afirmou. "Vamos lutar até o fim do processo. Até o<br />

ultimo instante vamos trabalhar isso."<br />

Até a Constituição "desrespeitaram"<br />

O presidente da Associação dos Magistrados<br />

Brasileiros (AMB), Nelson Calandra (foto), afirmou<br />

que a entidade já comunicou ao ministro Luiz Fux, do<br />

<strong>STF</strong>, sobre a decisão da comissão de não seguir a<br />

proposta do Judiciário. Recentemente, Fux determinou<br />

ao Congresso que apreciasse a proposta de<br />

orçamento do Poder Judiciário para o ano de 2013.<br />

51


Segundo Calandra, descumprir essa regra desrespeita<br />

a Constituição. "Já denunciamos esse episódio. Deve<br />

sair decisão em breve sobre isso", afirmou.<br />

Defasados<br />

Na ocasião, Ayres Britto pediu compreensão do<br />

Poder Legislativo e disse que os salários dos juízes e<br />

dos servidores do Judiciário estão defasados.<br />

Segundo ele, esse quadro provoca uma<br />

desprofissio<strong>na</strong>lização das carreiras.<br />

Polêmica <strong>na</strong> Câmara<br />

A proposta que reestrutura a carreira do magistério e<br />

dos servidores da rede federal de ensino gerou<br />

polêmica entre as representações sindicais da<br />

categoria. A proposta foi debatida ontem, durante<br />

audiência pública da Comissão de Trabalho, de<br />

Administração e Serviço Público <strong>na</strong> Câmara dos<br />

Deputados.<br />

Não agrada a todos<br />

O projeto encaminhado pelo Poder Executivo foi fruto<br />

de um acordo assi<strong>na</strong>do por várias entidades<br />

representativas do ensino federal. No entanto, a<br />

proposta não obteve o aval do Sindicato Nacio<strong>na</strong>l dos<br />

Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).<br />

Greve à vista<br />

"Se o projeto for aprovado do jeito que está, continua<br />

sem atender as reivindicações dos docentes. E sem<br />

atender as reivindicações dos docentes, a categoria<br />

está mobilizada, e corremos o risco de ter uma greve<br />

já no ano que vem de novo", afirmou a presidente do<br />

Andes, Mari<strong>na</strong>lva Oliveira.<br />

Por outro lado...<br />

Já o coorde<strong>na</strong>dor da Federação de Sindicatos de<br />

Trabalhadores em Educação das Universidades<br />

Brasileiras (Fasubra Sindical), que representa os<br />

técnicos-administrativos das universidades federais,<br />

Paulo Henrique dos Santos, defendeu a proposta, pois<br />

segundo ele, representa um avanço <strong>na</strong>s negociações.<br />

Impacto de R$ 6,1 bilhões/ano<br />

O secretário de Relações de Trabalho no Serviço<br />

Público do Ministério do Planejamento, Sergio<br />

Mendonça (foto), disse que o impacto do reajuste dos<br />

servidores e professores vai ser de R$ 6,1 bilhões por<br />

ano para os cofres do governo. A carreira de<br />

magistério federal conta atualmente com 350 mil<br />

servidores.<br />

JORNAL DE BRASÍLIA / DF - ECONOMIA - pág.: 28. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

52


JORNAL DE BRASÍLIA / DF - BRASIL - pág.: 25. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Novos membros (Gilberto Amaral)<br />

Os próximos acadêmicos a tomarem posse <strong>na</strong><br />

Academia Brasiliense de Letras são Napoleão<br />

Valadares, no próximo dia 28, que <strong>na</strong> ocasião será<br />

saudado pelo padre José Carlos Aleixo, e o poeta<br />

Carlos Ayres de Britto - recentemente aposentado do<br />

Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal - no dia 10 de dezembro.<br />

A saudação de Ayres Britto ficará a cargo de Roberto<br />

Rosas. Na noite de hoje, Paulo Castelo Branco<br />

passará a integrar a Academia.<br />

53


JORNAL DE BRASÍLIA / DF - BRASIL - pág.: 25. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

<strong>Para</strong>catu chega lá (Gilberto Amaral)<br />

Além das diversas autoridades do mundo jurídico e<br />

político daqui e alhures, estarão presentes amanhã à<br />

posse do ministro Joaquim Barbosa, <strong>na</strong> presidência<br />

do <strong>STF</strong>, expoentes da cultura e da intelectualidade<br />

brasileira. A cerimônia seguirá com toda pompa que<br />

ele merece.<br />

54


Eduardo Brito<br />

JORNAL DE BRASÍLIA / DF - POLÍTICA - pág.: 15. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Agnelo assume negociação com a base<br />

O gover<strong>na</strong>dor Agnelo Queiroz (foto) passou a<br />

empenhar-se pessoalmente <strong>na</strong> composição de sua<br />

base partidária. Telefonou ontem, cedinho, para o<br />

deputado federal Luiz Pitiman, do PMDB. Soubera,<br />

durante sua viagem aos Estados Unidos, que Pitiman<br />

exami<strong>na</strong> a possibilidade de se transferir para o<br />

oposicionista PSDB e queria recomendar que não<br />

assumisse essa definição. Pitiman explicou que estava<br />

exami<strong>na</strong>ndo alter<strong>na</strong>tivas, tanto que se reunira com<br />

dirigentes de outros partidos, caso de Gilberto Kassab,<br />

presidente <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do PSD. A conversa durou mais<br />

de meia hora.<br />

Roberto Policarpo, presidente regio<strong>na</strong>l do PT<br />

Pitiman com a estrela vermelha<br />

Quando ouviu que Pitiman estudava mesmo opções<br />

para sair do PMDB, Agnelo atalhou: "pois, então, eu o<br />

estou convidando pessoalmente e oficialmente para vir<br />

ao PT".<br />

Tal e qual Joaquim Barbosa<br />

Vice-presidente da Câmara Legislativa, Doutor Michel<br />

anda impaciente com a falta de citação de seu nome<br />

como alter<strong>na</strong>tiva para a sucessão do deputado<br />

Patrício. Afi<strong>na</strong>l, <strong>na</strong> qualidade de vice, Michel se vê<br />

como solução <strong>na</strong>tural. Cita até precedentes. É o caso<br />

de Joaquim Barbosa, vice de Ayres Britto no<br />

Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal. Foi só Ayres Brito se<br />

aposentar para Joaquim ser o indicado para seu lugar.<br />

Pressa <strong>na</strong> sanção de projeto<br />

Faltavam dois minutos para as 16h quando tocou o<br />

celular do distrital Chico Vigilante. A chamada vinha do<br />

Palácio do Pla<strong>na</strong>lto. Era o deputado Marco Maia,<br />

presidente da República em exercício, durante as<br />

viagens de Dilma Rousseff e Michel Temer. Queria<br />

cumprimentar o distrital pela aprovação do projeto de<br />

lei que garante adicio<strong>na</strong>l de risco de vida para<br />

vigilantes e demais funcionários da segurança privada.<br />

Chico Vigilante aproveitou a boa vontade para pedir a<br />

Maia que consiga a sanção do projeto no menor<br />

espaço de tempo possível. O presidente da Câmara<br />

prometeu conversar com Dilma assim que ela retor<strong>na</strong>r.<br />

Nas asas da Pa<strong>na</strong>ir<br />

O secretário de Esporte, Júlio Ribeiro, gosta de um<br />

avião. Mal desembarcou de viagem com o gover<strong>na</strong>dor<br />

Agnelo Queiroz para os Estados Unidos e já está de<br />

malas prontas outra vez. Vai a São Paulo acompanhar<br />

o GP Brasil de Fórmula 1 com diárias pagas pelo GDF.<br />

Liberado para ir à escola do filho<br />

Nada como se ante<strong>na</strong>r com o Congresso. O distrital<br />

Agaciel Maia foi informado do confronto surgido no<br />

Se<strong>na</strong>do em função de projeto do brasiliense Cristovam<br />

Buarque para punir pais de alunos que deixarem de<br />

comparecer a reuniões escolares. O Ministério da<br />

Educação, com apoio da Liderança do Governo, não<br />

quer a aprovação da proposta de jeito nenhum. Alega<br />

até que os pais se arriscariam a perder dias de<br />

trabalho. Esperto, Agaciel se prontificou a resolver a<br />

questão, ao menos no âmbito do Distrito Federal.<br />

Apresentou projeto que reconhece como direito o<br />

comparecimento dos pais, quando convocados pela<br />

escola, sem prejuízo de falta ao trabalho.<br />

Nada de debate<br />

O vice-gover<strong>na</strong>dor Tadeu Filippelli não dá o menor<br />

si<strong>na</strong>l de atender o desafio de debate lançado pelo exgover<strong>na</strong>dor<br />

Rogério Rosso. Pesa para isso o fato de<br />

Filippelli não reconhecer que deu motivos para isso.<br />

Rosso alegou que o vice criticara seu governo.<br />

Filippelli falou nos "quatro governos anteriores" - ou<br />

seja, o de José Roberto Arruda e os três que se<br />

seguiram no decorrer de 1990 - ao afirmar que as<br />

obras desse período, apontado como muito produtivo,<br />

só foram sendo concluídas já <strong>na</strong> atual administração.<br />

Sucessão de relatorias<br />

O se<strong>na</strong>dor brasiliense Gim Argello tornou-se uma<br />

espécie de relator oficial das medidas provisórias a<br />

que o Pla<strong>na</strong>lto confere maior importância. A chamada<br />

MP das Exportações já é a quarta relatada por ele.<br />

Baixada com o objetivo de estimular as exportações,<br />

desti<strong>na</strong> R$ 1,95 bilhão como auxílio fi<strong>na</strong>nceiro ao<br />

Distrito Federal, estados e municípios. O rateio dos<br />

recursos obedecerá à proporção em que cada um<br />

deles participa <strong>na</strong> arrecadação do ICMS. Também<br />

passaram pelas mãos do se<strong>na</strong>dor as medidas<br />

provisórias que tratavam da criação dos programas<br />

Minha Casa, Minha Vida e Brasil Carinhoso, além da<br />

desoneração de tributos.<br />

Argumento tributário<br />

55


Os empresários do setor atacadista acabam de<br />

identificar um novo argumento em seu esforço para<br />

preservar as alíquotas dos tributos que recolhem. De<br />

acordo com dados da Secretaria de Fazenda, das 200<br />

empresas que mais arrecadaram ICMS no Distrito<br />

Federal em 2011, 45 são do setor atacadista, o que<br />

representa 22,5% do total.<br />

Segundo o presidente do Sindiatacadista, Fábio de<br />

Carvalho, o setor consegue preservar um papel<br />

fundamental <strong>na</strong> economia da capital, mesmo com um<br />

imposto mais alto do que a média das unidades da<br />

Federação.<br />

Ocupando espaços<br />

Quietinho, quietinho, o distrital Israel Batista vai<br />

ocupando espaços no GDF. Já fizera o secretário de<br />

Ciência e Tecnologia, Glauco Rojas, mas estava fora<br />

de seu controle a Fundação de Apoio à Pesquisa, uma<br />

espécie de joia da coroa <strong>na</strong> <strong>pasta</strong>. Após o tiroteio da<br />

chamada Operação Firewall, que levou à saída do<br />

presidente da fundação, o gover<strong>na</strong>dor Agnelo Queiroz<br />

demitiu também o vice, Takane Kiyotsuka do<br />

Nascimento. O cargo passará a Edio Gleiser da Silva<br />

Gondin, chefe de gabinete da Administração do Lago<br />

Norte nos tempos em que Israel Batista estava em paz<br />

no PDT.<br />

BRB para operar fundos<br />

Relator de projeto que regulamenta o risco de crédito<br />

decorrente das operações fi<strong>na</strong>nceiras com recursos<br />

dos Fundos Constitucio<strong>na</strong>is - Fundo Constitucio<strong>na</strong>l de<br />

Fi<strong>na</strong>nciamento do Norte (FNO), Fundo Constitucio<strong>na</strong>l<br />

de Fi<strong>na</strong>nciamento do Nordeste (FNE) e Fundo<br />

Constitucio<strong>na</strong>l de Fi<strong>na</strong>nciamento do Centro-Oeste<br />

(FCO) - o se<strong>na</strong>dor cearense José Pimentel mencionou<br />

ontem, <strong>na</strong> Comissão de Assuntos Econômicos do<br />

Se<strong>na</strong>do, a possibilidade de que o Banco de Brasília<br />

passasse a ser operador fi<strong>na</strong>nceiro do FCO.<br />

A discussão só não caminhou porque o se<strong>na</strong>dor Ciro<br />

Miranda, de Goiás, pediu vistas do projeto.<br />

JORNAL DE BRASÍLIA / DF - POLÍTICA - pág.: 15. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

56


Lewandowski afirma que será um vice-presidente "low<br />

profile<br />

O ministro do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>)<br />

Ricardo Lewandowski disse que as equipes de seu<br />

gabinete e a do futuro presidente, Joaquim Barbosa,<br />

estão conversando sobre o período em que estiverem<br />

à frente da Corte, mas afirmou que será um vicepresidente<br />

com "protagonismo mínimo, low profile".<br />

Barbosa e Lewandowski assumem, respectivamente, a<br />

presidência e a vice-presidência amanhã. Nos últimos<br />

três meses, a relação entre os dois ficou estremecida<br />

após diversos bate-bocas ao longo do julgamento do<br />

mensalão, uma vez que são revisor e relator,<br />

respectivamente, do processo.<br />

"Nossas equipes estão conversando para eventuais<br />

ausências, sobretudo em recesso. Estamos acertando<br />

as datas, vendo conveniências (de quem vai sair<br />

primeiro, em qual período). É praxe essa conversa. É<br />

praxe que o vice divida com o presidente a gestão da<br />

Corte, sobretudo as limi<strong>na</strong>res durante o<br />

recesso", disse. "Serei um vice-presidente bem<br />

tradicio<strong>na</strong>l e o mais colaborativo possível", completou.<br />

O futuro vice-presidente disse que não vai "sugerir<br />

absolutamente <strong>na</strong>da". "Eu vou ficar bem quietinho <strong>na</strong><br />

vice, bem vice, vou ser tipo assim um vice José<br />

Alencar (ex-vice-presidente da República no governo<br />

Lula)", disse, <strong>na</strong> entrada da reunião da Segunda<br />

Turma do <strong>STF</strong> ontem. A sessão foi suspensa por falta<br />

de quorum.<br />

Alencar, que morreu em março do ano passado,<br />

costumava dizer que vice "não manda <strong>na</strong>da", mas<br />

atuava fortemente pela redução dos juros no País.<br />

O ministro minimizou os desentendimentos com<br />

Joaquim Barbosa. "As divergências são sempre em<br />

torno de temas pontuais, ou jurídicos. Quando se trata<br />

da instituição, integrantes se unem pela instituição.<br />

Desavenças e divergências pessoais são circunscritas<br />

ao julgamento, mesmo no lanche, nos<br />

cumprimentamos, sentamos juntos", contou.<br />

BOA RELAÇÃO FORA DO <strong>STF</strong> Lewandowski disse<br />

ainda que fora do julgamento teve uma boa relação<br />

com Barbosa. "Eu sempre fui um dos que melhor me<br />

dei com Joaquim. Os que são casados sabem que há<br />

rusgas, mas a instituição do casamento é mais forte<br />

que eventuais rusgas. Comparando em termos de<br />

JORNAL DE BRASÍLIA / DF - POLÍTICA - pág.: 17. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Sem chamar atenção<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

instituição, acho que precisamos preservar as<br />

instituições", comparou.<br />

O ministro disse que Joaquim Barbosa terá que ser<br />

mais político <strong>na</strong> presidência do Conselho Nacio<strong>na</strong>l de<br />

Justiça (CNJ). "Eu diria que é mais político, porque<br />

coorde<strong>na</strong>r um colégio de iguais é uma coisa, de<br />

desiguais, em termos da proveniência profissio<strong>na</strong>l, não<br />

é fácil", afirmou.<br />

Sobre a parceria no comando do CNJ, Lewandowski<br />

disse que vai substituir Barbosa em eventuais<br />

necessidades. "As sessões são o dia inteiro, vocês<br />

podem tirar as conclusões. Não sei se (Joaquim<br />

Barbosa) terá condições de aguentar o dia inteiro, aí<br />

terei que estar preparado para substituir. O problema é<br />

que vice não tem equipe, só tem um assessor a mais.<br />

Não tenho que me preocupar com a pauta, preparar<br />

pauta", disse.<br />

Deputados terão pe<strong>na</strong>s definidas Já sob a presidência<br />

do ministro Joaquim Barbosa, o Supremo Tribu<strong>na</strong>l<br />

Federal retoma hoje o julgamento da ação pe<strong>na</strong>l do<br />

mensalão. Deve começar a definir as pe<strong>na</strong>s dos<br />

deputados e ex-deputados que receberam recursos do<br />

mensalão, como João Paulo Cunha (PT-SP),<br />

Valdemar Costa Neto (PR-SP) e o delator Roberto<br />

Jefferson.<br />

De acordo com ministros, o tema mais polêmico<br />

envolvendo os parlamentares deve ser definido<br />

ape<strong>na</strong>s ao fi<strong>na</strong>l do julgamento. O tribu<strong>na</strong>l precisará<br />

definir se os parlamentares conde<strong>na</strong>dos perdem o<br />

mandato automaticamente ou se essa decisão cabe à<br />

Câmara dos Deputados. Relator do processo e<br />

presidente interino, Barbosa deve conde<strong>na</strong>r os<br />

parlamentares também à perda do mandato. Se<br />

incluída essa sanção <strong>na</strong> pe<strong>na</strong>, o Congresso não teria<br />

alter<strong>na</strong>tiva senão cumprir a decisão do <strong>STF</strong>.<br />

De outro lado, parte dos ministros afirma que a<br />

Constituição é clara ao definir que os deputados<br />

federais e se<strong>na</strong>dores só perdem o mandato se houver<br />

decisão das respectivas Casas - Câmara ou Se<strong>na</strong>do.<br />

Assim, os deputados poderiam ser conde<strong>na</strong>dos pelo<br />

Supremo, mas manterem seus mandatos.<br />

Barbosa tentou antecipar a discussão desse ponto <strong>na</strong><br />

sema<strong>na</strong> passada, ainda <strong>na</strong> presidência de Ayres<br />

Britto. No entanto, a maioria dos ministros decidiu que<br />

esse assunto ficaria para o fi<strong>na</strong>l do julgamento<br />

Ponto de Vista<br />

57


O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse que<br />

os comentários sobre a situação dos presídios do País<br />

não têm relação com o mensalão.<br />

Na última terça-feira, Cardozo disse que preferiria<br />

morrer a ter que cumprir muitos anos em uma prisão<br />

no País. As declarações ocorreram em meio à<br />

definição das pe<strong>na</strong>s dos integrantes da cúpula do PT.<br />

"Nesse momento, as pessoas estão com problema<br />

epidérmico em relação ao mensalão e qualquer coisa<br />

que se fale, acham que tem relação com isso. Eu falo<br />

como deputado e como ministro das péssimas<br />

condições dos presídios brasileiros há anos", afirmou<br />

Cardozo<br />

JORNAL DE BRASÍLIA / DF - POLÍTICA - pág.: 17. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

58


ESTADO DE MINAS / MG - POLÍTICA - pág.: 03. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Conde<strong>na</strong>do e ainda solto<br />

Ex-deputado Tatico, sentenciado há dois anos pelo<br />

<strong>STF</strong>, usa embargos e outras manobras jurídicas para<br />

ficar livre. Será que o mesmo vai acontecer com os<br />

deputados do mensalão?<br />

Leo<strong>na</strong>rdo Augusto<br />

O processo judicial contra um ex-deputado federal<br />

pode deixar animados os três parlamentares réus no<br />

processo do mensalão e desapontado quem espera<br />

ver rapidamente atrás das grades os envolvidos no<br />

esquema de compra de votos. Eleito para dois<br />

mandatos <strong>na</strong> Câmara dos Deputados, em 2003 pelo<br />

Distrito Federal e em 2007 por Goiás, o empresário<br />

José Fuscaldi Cesílio, conhecido como Tatico, mesmo<br />

quase dois anos depois da publicação do acórdão de<br />

sua conde<strong>na</strong>ção de sete anos de cadeia pelo<br />

Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>), permanece livre<br />

graças, principalmente, a instrumentos jurídicos e ao<br />

ritmo de funcio<strong>na</strong>mento da Corte, que atrasam a ida<br />

do ex-parlamentar para a cadeia. A maior parte do<br />

processo correu enquanto José Fuscaldi era deputado<br />

federal.<br />

Os três parlamentares envolvidos no mensalão, e<br />

possíveis próximos beneficiados pelo sistema jurídico<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, são os deputados federais Pedro Henry (PP-<br />

MT), Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e João Paulo<br />

Cunha (PT-SP). Tatico, ex-parlamentar, eleito para os<br />

dois mandatos pelo PTB, foi conde<strong>na</strong>do por<br />

apropriação indébita e sonegação de impostos que<br />

totalizaram R$ 878 mil. Segundo ação movida pelo<br />

Ministério Público Federal (MPF), o ex-deputado não<br />

repassou ao governo federal contribuições<br />

previdenciárias de empregados das empresas do setor<br />

de curtume que mantinha em Goiás. A sonegação<br />

ocorreu entre janeiro de 1995 e agosto de 2002.<br />

O acórdão determi<strong>na</strong>ndo a prisão de Tatico foi<br />

publicado em 3 de dezembro de 2010, mais de dois<br />

meses depois de a sentença ser proferida pelo <strong>STF</strong>,<br />

em 27 de setembro. A defesa argumentava que o exparlamentar<br />

não administrava as empresas. A função<br />

seria exercida pelo filho dele, Edmilson José Cesílio. O<br />

MPF, no entanto, não acatou a argumentação e<br />

insistiu <strong>na</strong> aplicação da pe<strong>na</strong> de Tatico, que se<br />

transformou no primeiro deputado em exercício do<br />

mandato a ser conde<strong>na</strong>do à prisão desde a<br />

promulgação da Constituição de 1988.<br />

As tentativas de evitar a prisão de Tatico tiveram início<br />

imediatamente após a publicação da sentença contra<br />

o ex-deputado. Em 1º de outubro, a defesa entrou com<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

pedido de extinção da pe<strong>na</strong>, que seria cumprida em<br />

regime semiaberto, alegando que o réu havia<br />

completado 70 anos, o que lhe daria o direito de ser<br />

poupado da punição, conforme o Código Pe<strong>na</strong>l. Tatico,<br />

no entanto, completou 70 anos no dia seguinte à<br />

decisão do <strong>STF</strong>, o que extinguia a possibilidade de<br />

não aplicação da sentença.<br />

Entre a chegada do pedido ao tribu<strong>na</strong>l e o envio da<br />

documentação para análise do MPF, que indeferiu a<br />

solicitação, correu prazo de um mês e 17 dias. Em<br />

nova tentativa de protelação, sete dias depois da<br />

publicação do acórdão, em 10 de dezembro, os<br />

advogados entraram com pedido para realização de<br />

sustentação oral no pleno da Corte, para argumentar<br />

sobre supostas dúvidas que teriam <strong>na</strong> sentença, os<br />

chamados embargos declaratórios. A solicitação foi<br />

indeferida pelo MPF no mesmo dia.<br />

O processo ficou então inconcluso, ou seja, esperando<br />

posicio<strong>na</strong>mento do relator da ação, o ministro Ayres<br />

Britto, que seguiu o MPF. A decisão foi para o pleno<br />

e, em 1º de dezembro de 2011, quase um ano depois,<br />

foi julgada, com os ministros negando o pedido de<br />

sustentação oral. Nesse período, a defesa<br />

acrescentou ao processo uma série de documentos<br />

obtidos <strong>na</strong> Receita Federal e <strong>na</strong> Previdência Social.<br />

Também em 1º de dezembro, o ministro Luiz Fux<br />

pediu vista do processo, o que acontece para, por<br />

exemplo, esclarecer dúvidas sobre a ação. Os<br />

documentos só foram devolvidos em 8 de agosto de<br />

2012, oito meses depois de seguirem para o gabinete<br />

de Fux. Em 22 de outubro deste ano, a defesa de<br />

Tatico entrou com documentação "reiterando pedidos<br />

feitos anteriormente". Desde segunda-feira, o processo<br />

está com a Presidência do <strong>STF</strong> para decisão sob<br />

segredo de Justiça. O presidente da Corte, Ayres<br />

Britto, no entanto, se aposentou no domingo por ter<br />

completado 70 anos. O cargo será assumido pelo<br />

ministro Joaquim Barbosa amanhã.<br />

Na avaliação do doutor em direito pe<strong>na</strong>l Luiz Flávio<br />

Gomes, os embargos declaratórios, a forma mais<br />

comum de atrasar o início do cumprimento de uma<br />

pe<strong>na</strong>, deveriam ser julgados mais rapidamente pela<br />

Justiça. "É ape<strong>na</strong>s para esclarecer um ponto ou outro<br />

<strong>na</strong> sentença", diz. Gomes diz que, no entanto, o<br />

grande volume de processos tramitando impede o<br />

Supremo de dar mais velocidade ao andamento das<br />

ações. "Hoje são cerca de 65 mil peças <strong>na</strong> Corte. Ao<br />

todo, 2 mil acórdãos ainda não foram publicados",<br />

afirma. Uma das saídas para reduzir o número de<br />

59


processos no <strong>STF</strong>, conforme o especialista, seria<br />

retirar o foro privilegiado de parlamentares. "Deveriam<br />

ser julgados como qualquer outro cidadão por juízes<br />

de todo o Brasil", argumenta.<br />

<strong>Para</strong> tentar manter o foro, Tatico tentou se lançar<br />

novamente <strong>na</strong> disputa por vaga <strong>na</strong> Câmara dos<br />

Deputados em 2010. Pelo PTB, novamente, mas<br />

dessa vez por Mi<strong>na</strong>s Gerais. O Tribu<strong>na</strong>l Regio<strong>na</strong>l<br />

Eleitoral (TRE-MG), no entanto, indeferiu o pedido de<br />

candidatura com base <strong>na</strong> Lei Ficha Limpa e em outro<br />

processo no qual Tatico era réu, por gastos irregulares<br />

de campanha quando se candidatou a deputado<br />

federal por Goiás.<br />

ESTADO DE MINAS / MG - POLÍTICA - pág.: 03. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

60


Diego Abreu<br />

ESTADO DE MINAS / MG - POLÍTICA - pág.: 04. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

O Supremo sob nova direção<br />

Brasília - Na véspera de tomar posse no cargo de<br />

presidente do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>), o<br />

ministro Joaquim Barbosa exercerá hoje, pela<br />

primeira vez, o comando do plenário durante o<br />

julgamento do processo do mensalão. Ele vai<br />

acumular nesta tarde as funções de relator da Ação<br />

Pe<strong>na</strong>l 470 e de presidente interino da Corte, <strong>na</strong> única<br />

sessão plenária prevista para esta sema<strong>na</strong>. Em pauta<br />

está a continuidade do cálculo das pe<strong>na</strong>s dos réus<br />

conde<strong>na</strong>dos por envolvimento com o esquema de<br />

compra de apoio parlamentar ocorrido no primeiro<br />

mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.<br />

No começo da sessão, três ministros devem se<br />

manifestar sobre a pe<strong>na</strong> aplicada a Rogério Tolentino,<br />

ex-advogado do empresário Marcos Valério, que, por<br />

enquanto, já soma 5 anos e 3 meses de cadeia.<br />

Depois que Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Marco<br />

Aurélio votarem quanto à punição de Tolentino por<br />

lavagem de dinheiro, os ministros devem iniciar a<br />

dosimetria dos deputados, ex-parlamentares e<br />

assessores.<br />

Os ministros não arriscaram a ordem dos réus que<br />

terão as pe<strong>na</strong>s calculadas hoje, uma vez que o relator,<br />

Joaquim Barbosa, pegou todos de surpresa <strong>na</strong><br />

sema<strong>na</strong> passada. Depois de anunciar que apreciaria<br />

inicialmente as pe<strong>na</strong>s dos réus do núcleo fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

ele iniciou a sessão do último dia 12 com a dosimetria<br />

dos conde<strong>na</strong>dos do núcleo político, como o ex-ministro<br />

José Dirceu, conde<strong>na</strong>do a mais de 10 anos de prisão.<br />

Um ministro ouvido pelo Estado de Mi<strong>na</strong>s acredita que<br />

Joaquim Barbosa apresentará hoje as pe<strong>na</strong>s do<br />

deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), expresidente<br />

da Câmara, conde<strong>na</strong>do por corrupção<br />

passiva, peculato e lavagem de dinheiro. A expectativa<br />

é de que, mesmo se a<strong>na</strong>lisarem a situação do petista,<br />

os ministros não avancem ainda no debate sobre a<br />

perda de mandato do parlamentar. A tendência é de<br />

que a definição sobre a cassação imediata dos três<br />

deputados conde<strong>na</strong>dos no processo fique para o fim<br />

do julgamento. Também hoje é possível que o plenário<br />

trate das pe<strong>na</strong>s do ex-diretor de Marketing do Banco<br />

do Brasil Henrique Pizzolato.<br />

Inversão Diante das inovações levadas por Joaquim a<br />

plenário, Marco Aurélio não descarta uma nova<br />

inversão <strong>na</strong> sessão de hoje. "Não sei como vai ser a<br />

sessão de amanhã (hoje). É uma surpresa. A gente vai<br />

ver, porque quando íamos tratar do núcleo fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

tivemos o núcleo político", observou. O ministro disse<br />

esperar que "reine a paz" enquanto Joaquim Barbosa<br />

estiver presidindo as sessões. "Na presidência não há<br />

como a pessoa ser trepidante", frisou.<br />

Iniciado no começo de agosto, o julgamento chega<br />

hoje à 47ª sessão. Entre os 37 réus julgados, 25 foram<br />

conde<strong>na</strong>dos. Até a sema<strong>na</strong> passada, o Supremo havia<br />

definido as pe<strong>na</strong>s de nove deles. Após a conclusão<br />

referente ao último réu do núcleo operacio<strong>na</strong>l, os<br />

ministros do Supremo terão de a<strong>na</strong>lisar a situação dos<br />

acusados de participação em esquema de corrupção<br />

<strong>na</strong> Câmara e no Banco do Brasil, e também dos<br />

deputados e assessores envolvidos <strong>na</strong> compra de<br />

apoio parlamentar.<br />

No rol de conde<strong>na</strong>dos estão congressistas e exparlamentares<br />

que eram filiados ao PP, ao PL (atual<br />

PR), ao PTB e ao PMDB <strong>na</strong> época do mensalão. Até o<br />

fim do mês, somente mais três sessões serão<br />

realizadas no Supremo. Diante do apertado<br />

calendário, é provável que o julgamento se estenda<br />

até dezembro.<br />

"Quietinho"<br />

Dois dias antes de tomar posse no cargo de vicepresidente<br />

do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>), o<br />

ministro Ricardo Lewandowski afirmou que não terá<br />

protagonismo no cargo, pois adotará um estilo low<br />

profile. Depois de mais de três meses de desavenças<br />

com Joaquim Barbosa, que será empossado como<br />

presidente da Corte amanhã, Lewandowski afirmou:<br />

"Eu vou substituir Joaquim nos momentos que se<br />

fizerem necessários. Vou ter um protagonismo<br />

mínimo, low profile. Não vou sugerir absolutamente<br />

<strong>na</strong>da. Vou ficar bem quietinho <strong>na</strong> vice, bem vice, vou<br />

ser tipo assim, um vice José Alencar". <strong>Para</strong> ele, os<br />

bate-bocas em plenário durante o julgamento do<br />

mensalão ficaram para trás.<br />

61


ESTADO DE MINAS / MG - POLÍTICA - pág.: 02. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

<strong>STF</strong> conde<strong>na</strong> médico<br />

Supremo Tribu<strong>na</strong>l expede mandado de prisão e polícia<br />

procura envolvido em pega que matou cinco<br />

Felipe Canêdo<br />

As polícias Civil e Militar de Mar de Espanha, <strong>na</strong> Zo<strong>na</strong><br />

da Mata, procuram o médico Ademar Pessoa Cardoso,<br />

de 66 anos, que teve mandado de prisão expedido<br />

ontem pelo Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>), mas<br />

não foi encontrado em casa, <strong>na</strong> residência da<br />

<strong>na</strong>morada nem no hospital em que trabalha. Ele foi<br />

conde<strong>na</strong>do a 12 anos e nove meses de prisão por ter<br />

participado de um pega que causou a morte de cinco<br />

pessoas de uma mesma família em 1996 <strong>na</strong> MG-126.<br />

Segundo o sargento Luiz Cláudio Ramos, da 33ª<br />

Companhia do 27º Batalhão da PM de Juiz de Fora, o<br />

Ministério Público será acio<strong>na</strong>do hoje se Ademar não<br />

for encontrado. "Acredito que o médico vá se entregar<br />

acompanhado de seu advogado. Caso contrário, será<br />

considerado foragido", afirma o militar.<br />

Segundo publicação de 7 de novembro, o relator do<br />

processo, ministro Gilmar Mendes, manteve decisão<br />

do Tribu<strong>na</strong>l do Júri que condenou o médico em<br />

primeira instância. No mesmo julgamento, o<br />

empresário Ismael Keller Loth foi sentenciado a 12<br />

anos e três meses de prisao. Ele dirigia um carro<br />

emparelhado ao do médico numa curva da rodovia<br />

onde ocorreu o acidente. "Ademar é uma pessoa muito<br />

conhecida <strong>na</strong> cidade, não acho que ele vá fugir", disse<br />

o sargento. Uma funcionária do hospital afirmou que o<br />

médico não trabalhou ontem.<br />

O acidente entre Mar de Espanha e Bicas ocorreu em<br />

5 de abril de 1996. Ademar dirigia uma caminhonete<br />

Blazer e Ismael um Tempra. No sentido oposto da<br />

MG-126, uma família transitava em um Fusca. O caso<br />

ficou conhecido como o "Pega de Mar de Espanha".<br />

Os dois foram acusados de homicídio preterdoloso,<br />

por terem assumido o risco, mesmo que indiretamente,<br />

de matar alguém. Em 16 anos, parentes das vítimas<br />

lutaram para punir os dois envolvidos. Ainda não há<br />

decisão fi<strong>na</strong>l sobre o caso de Ismael.<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

62


ZERO HORA / RS - COLUNAS - pág.: -. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

Basta de violência (Do Leitor)<br />

Quando o caos da insegurança e da a<strong>na</strong>rquia começa<br />

a se instalar no país, é i<strong>na</strong>ceitável que permaneça a<br />

inércia da intervenção federal, para que se convoque a<br />

Força Nacio<strong>na</strong>l de Segurança para atuar.<br />

Onde já se viu deixarem chegar ao ponto em que as<br />

coisas estão? SC já soma mais de 50 ataques. Isso<br />

tem que parar. Que as verbas para este sistema, em<br />

nível <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, brotem milagrosa e vertiginosamente,<br />

como aconteceu para a Copa 2014. Não é de hoje que<br />

vem esse desgaste nos presídios. E nunca se<br />

preocuparam em prevenir o caos a que se chegou.<br />

Graça Garcia<br />

Cantora - Porto Alegre<br />

Estrada ruim<br />

Na RS-324, entre Marau e Nova Bassano, o estado de<br />

deterioração é impressio<strong>na</strong>nte. Difícil e perigoso<br />

trafegar por ali, mas fazer o que para quem precisa<br />

sair de Passo Fundo e ir até Veranópolis?<br />

Nessa mesma rodovia, o impressio<strong>na</strong>nte é ver uma<br />

empresa pintando o asfalto (si<strong>na</strong>lizando). Até aqui tudo<br />

bem, não fosse o absurdo de a tinta estar sendo<br />

depositada em cima de buraco. Ou seja, desperdício<br />

de dinheiro público.<br />

Júlio Cesar Bittarello<br />

Comerciário - Passo Fundo<br />

Trânsito mortal<br />

Lendo as notícias em ZH, sempre me questiono sobre<br />

a quantidade de acidentes graves <strong>na</strong> região<br />

norte/noroeste do Estado. O que me surpreende é as<br />

pessoas não aprenderem com as tragédias<br />

diariamente noticiadas e continuarem a cometer as<br />

mesmas imprudências, como se estivessem a salvo<br />

dos resultados. Quando leio sobre essas tragédias<br />

possíveis de serem evitadas, sempre lembro da frase<br />

de Einstein: "Duas coisas são infinitas: o universo e a<br />

estupidez huma<strong>na</strong>. E se restar alguma dúvida, é sobre<br />

o universo".<br />

Maria Elizabeth Souto de Oliveira<br />

Professora - Caxias do Sul<br />

Aeroporto novo<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

A 175 quilômetros da Capital, entre a nova e duplicada<br />

BR-101 e a Estrada do Mar, a 10 quilômetros do<br />

centro de Torres, temos um ótimo aeroporto, novinho,<br />

com 1,5 mil metros de pista de 30 metros de largura,<br />

com bom pátio para manobras e estacio<strong>na</strong>mento de<br />

aero<strong>na</strong>ves, aparelhagem de rádio, radar e outros<br />

instrumentos para receber aviões médios e alguns<br />

maiores até, em caso de emergência.<br />

Poderia servir perfeitamente para as necessidades e<br />

alter<strong>na</strong>tivas da Copa de 2014.<br />

Ramiro Nunes de Almeida Filho<br />

Representante comercial - Porto Alegre<br />

Reação exagerada<br />

Diante da monumental obra de Monteiro Lobato,<br />

inclusive <strong>na</strong> literatura infantil, uma simples e inofensiva<br />

palavra <strong>na</strong> época causou celeuma, mas não pode<br />

ofuscar a sua grandeza.<br />

O curioso é que nós desconsideramos tanto nossos<br />

descobridores e ancestrais lusitanos, os bravos<br />

<strong>na</strong>vegadores da Escola de Sagres, que arriscavam a<br />

vida em frágeis caravelas para descobrir novas terras,<br />

como o Brasil, as Índias e outras, que consideramos<br />

todos os portugueses "burros", como as indefesas<br />

loiras. Mas qualquer descuido como os<br />

afrodescendentes é crimi<strong>na</strong>lizado.<br />

Luiz Alberto Ibarra<br />

Agrônomo - Porto Alegre<br />

Cotas discrimi<strong>na</strong>m<br />

Sou contra a reserva de cotas raciais para o ingresso<br />

<strong>na</strong>s faculdades. Onde está a prova de que existe<br />

diferença <strong>na</strong> inteligência, <strong>na</strong> capacidade entre as<br />

raças? O ministro do <strong>STF</strong> Joaquim Barbosa, por ser<br />

negro, não precisou de reserva de cotas para<br />

conseguir galgar o mais alto escalão do Poder<br />

Judiciário, assumindo agora a presidência daquela<br />

corte.<br />

Reserva de cotas raciais, para mim, é o próprio<br />

racismo, discrimi<strong>na</strong>ção que tanto combatemos.<br />

Ivanor Pedro Schneider<br />

63


Advogado - Não-Me-Toque<br />

ZERO HORA / RS - COLUNAS - pág.: -. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

64


G1 - PERNAMBUCO - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

MINISTRO DIAS TOFFOLI<br />

Justiça Eleitoral derruba candidatura de<br />

prefeito eleito de Primavera, PE<br />

Pão com Ovo (PRTB) foi impedido por conde<strong>na</strong>ção<br />

por compra de votos.Em segundo lugar, Galego do<br />

Gás (PR) deverá assumir prefeitura.<br />

O Tribu<strong>na</strong>l Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta<br />

terça-feira (20) indeferir o registro de candidatura do<br />

prefeito eleito de Primavera (PE), Rômulo César<br />

Moura Peixoto (PRTB), conhecido como Pão com<br />

Ovo. O tribu<strong>na</strong>l entendeu que ele estava inelegível <strong>na</strong><br />

data do pedido de registro de candidatura por causa<br />

de uma conde<strong>na</strong>ção, de 2006, por compra de votos.<br />

Com a decisão, deverá assumir a prefeitura da cidade<br />

o segundo colocado <strong>na</strong>s eleições, Galego do Gás<br />

(PR), que obteve 42,51% dos votos válidos. Pão com<br />

Ovo havia obtido 50,46% no município, que tem cerca<br />

de 13 mil habitantes.<br />

Em 2006, o Tribu<strong>na</strong>l Regio<strong>na</strong>l Eleitoral de Per<strong>na</strong>mbuco<br />

(TRE-PE) cassou o mandato de prefeito de Pão com<br />

Ovo por doação de pães e cestas básicas <strong>na</strong><br />

campanha eleitoral de 2004. Neste ano, porém, o TRE<br />

aprovou a candidatura porque entendeu que entendeu<br />

que já havia se passado o prazo de oito anos de perda<br />

de direitos políticos.<br />

O tribu<strong>na</strong>l considerou para isso as datas exatas das<br />

eleições de 2004 (3 de outubro) e 2012 (7 de ourubro)<br />

para contar o período. A relatora do caso, ministra<br />

Nancy Andrighi, afirmou, no entanto, que o prazo de<br />

oito anos não se conta por datas específicas, mas pelo<br />

ano inteiro.<br />

Ela acrescentou que esse entendimento deve ser<br />

aplicado para a contagem do prazo em todas as<br />

situações. "A inelegibilidade tem por fim, sem<br />

distinções pontuais, proteger a probidade<br />

administrativa, a moralidade para o exercício de<br />

mandato considerada a vida pregressa do candidato e<br />

a normalidade e legitimidade das eleições contra a<br />

influência do poder econômico, o abuso do exercício<br />

de função, cargo ou emprego <strong>na</strong> administração direta<br />

ou indireta", argumentou.<br />

Dois ministros votaram contra esse entendimento,<br />

Marco Aurélio e Dias Toffoli, mas foram vencidos<br />

pela maioria.<br />

<strong>Para</strong> ler mais sobre Eleições 2012, clique em<br />

g1.globo.com/politica/eleicoes/2012. Siga também<br />

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65


G1 - PERNAMBUCO - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

MINISTRO DIAS TOFFOLI<br />

TSE derruba candidatura de prefeito eleito<br />

de Primavera (PE)<br />

Pão com Ovo (PRTB) foi impedido por conde<strong>na</strong>ção<br />

por compra de votos.Em segundo lugar, Galego do<br />

Gás (PR) deverá assumir prefeitura.<br />

O Tribu<strong>na</strong>l Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta<br />

terça-feira (20) indeferir o registro de candidatura do<br />

prefeito eleito de Primavera (PE), Rômulo César<br />

Moura Peixoto (PRTB), conhecido como Pão com<br />

Ovo. O tribu<strong>na</strong>l entendeu que ele estava inelegível <strong>na</strong><br />

data do pedido de registro de candidatura por causa<br />

de uma conde<strong>na</strong>ção, de 2006, por compra de votos.<br />

Com a decisão, deverá assumir a prefeitura da cidade<br />

o segundo colocado <strong>na</strong>s eleições, Galego do Gás<br />

(PR), que obteve 42,51% dos votos válidos. Pão com<br />

Ovo havia obtido 50,46% no município, que tem cerca<br />

de 13 mil habitantes.<br />

Em 2006, o Tribu<strong>na</strong>l Regio<strong>na</strong>l Eleitoral de Per<strong>na</strong>mbuco<br />

(TRE-PE) cassou o mandato de prefeito de Pão com<br />

Ovo por doação de pães e cestas básicas <strong>na</strong><br />

campanha eleitoral de 2004. Neste ano, porém, o TRE<br />

aprovou a candidatura porque entendeu que entendeu<br />

que já havia se passado o prazo de oito anos de perda<br />

de direitos políticos.<br />

O tribu<strong>na</strong>l considerou para isso as datas exatas das<br />

eleições de 2004 (3 de outubro) e 2012 (7 de ourubro)<br />

para contar o período. A relatora do caso, ministra<br />

Nancy Andrighi, afirmou, no entanto, que o prazo de<br />

oito anos não se conta por datas específicas, mas pelo<br />

ano inteiro.<br />

Ela acrescentou que esse entendimento deve ser<br />

aplicado para a contagem do prazo em todas as<br />

situações. "A inelegibilidade tem por fim, sem<br />

distinções pontuais, proteger a probidade<br />

administrativa, a moralidade para o exercício de<br />

mandato considerada a vida pregressa do candidato e<br />

a normalidade e legitimidade das eleições contra a<br />

influência do poder econômico, o abuso do exercício<br />

de função, cargo ou emprego <strong>na</strong> administração direta<br />

ou indireta", argumentou.<br />

Dois ministros votaram contra esse entendimento,<br />

Marco Aurélio e Dias Toffoli, mas foram vencidos<br />

pela maioria.<br />

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66


G1 - ECONOMIA - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Lewandowski diz que será discreto <strong>na</strong> vicepresidência<br />

do <strong>STF</strong><br />

O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que será<br />

um vice discreto durante a Presidência de Joaquim<br />

Barbosa no Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>). "Serei<br />

um vice-presidente bem tradicio<strong>na</strong>l e o mais<br />

colaborativo possível", enfatizou.<br />

O revisor do mensalão prometeu não interferir <strong>na</strong><br />

condução da Corte pelo novo presidente e se<br />

comparou ao ex-vice-presidente José Alencar, morto<br />

em 2011, que ficou marcado pela discrição com<br />

relação ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.<br />

"Eu vou ficar bem quietinho <strong>na</strong> Vice-Presidência. Serei<br />

um vice do tipo do José Alencar", disse o ministro,<br />

ressaltando que não pretende sugerir "absolutamente<br />

<strong>na</strong>da" a Barbosa. "Eu vou substituir o ministro Joaquim<br />

nos momentos que se fizerem necessários. Vou ter um<br />

protagonismo mínimo, ?low profile"", continuou.<br />

Na sema<strong>na</strong> passada, Barbosa e Lewandowski tiveram<br />

fortes desentendimentos por causa do julgamento do<br />

mensalão. Na última segunda-feira, o revisor chegou a<br />

se retirar do plenário após Barbosa dizer que ele<br />

estaria obstruindo a votação. O episódio aconteceu<br />

após o relator alterar a ordem de votação e definir as<br />

pe<strong>na</strong>s para o ex-ministro-chefe da Casa Civil José<br />

Dirceu.<br />

Lewandowski protestou contra essa mudança e a<br />

discussão entre ambos foi tensa. Na quarta-feira,<br />

Barbosa reclamou que Lewandowski estava<br />

demorando para proferir os seus votos.<br />

"Eu acho que as divergências são sempre em torno de<br />

temas pontuais, jurídicos", disse Lewandowski.<br />

Segundo ele, quando o assunto é o Supremo, "os<br />

integrantes se unem pela instituição". "Eu acho que<br />

precisamos preservar as instituições", ressaltou.<br />

"As desavenças e as divergências pessoais são<br />

circunscritas ao julgamento", continuou o revisor do<br />

mensalão. Ele acrescentou que, mesmo <strong>na</strong> hora do<br />

lanche, se senta junto com Barbosa. "Eu sempre fui<br />

um dos que melhor me dei com Joaquim", enfatizou.<br />

(Juliano Basile | Valor)<br />

67


G1 - POLÍTICA - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Lewandowski diz que será vice estilo "José<br />

Alencar" no Supremo<br />

Ministro disse que terá 'protagonismo mínimo' como<br />

vice de Barbosa.Joaquim Barbosa assume como<br />

presidente do Supremo nesta quinta (22).<br />

O ministro Ricardo Lewandowski disse nesta terçafeira<br />

(20) que pretende ter um "protagonismo mínimo"<br />

como vice-presidente do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal<br />

(<strong>STF</strong>). Ele assume o cargo <strong>na</strong> próxima quinta-feira<br />

(22), ao lado de Joaquim Barbosa, que tomará posse<br />

como presidente da corte.<br />

Indagado sobre se pretendia sugerir a Barbosa que<br />

negociasse o reajuste salarial para magistrados,<br />

Lewandowski disse que ficará "quietinho" como vice e<br />

que pretende agir como o ex-vice-presidente da<br />

República José Alencar agia no governo Lula.<br />

"Eu não vou sugerir absolutamente <strong>na</strong>da. Eu vou ficar<br />

bem quietinho <strong>na</strong> vice, bem vice, vou ser tipo assim<br />

um vice José Alencar", disse Lewandowski, <strong>na</strong> entrada<br />

da reunião da Segunda Turma do <strong>STF</strong> nesta terça. A<br />

sessão foi suspensa por falta de quórum.<br />

Alencar, que morreu em março do ano passado,<br />

costumava dizer que vice "não manda <strong>na</strong>da", mas<br />

atuava fortemente pela redução dos juros no país.<br />

Divergências sobre o relatório fi<strong>na</strong>l e sobre a forma de<br />

conduzir o julgamento do processo do mensalão no<br />

Supremo provocaram vários embates entre Barbosa e<br />

Lewandowski durante os mais de três meses do<br />

julgamento da ação pe<strong>na</strong>l <strong>na</strong> qual Lewandowski é o<br />

ministro-revisor e Barbosa é o relator.<br />

Lewandowski disse considerar, no entanto, a<br />

reivindicação salarial de magistrados e servidores do<br />

Judiciário como "justa". "São seis anos sem aumento."<br />

O presidente do Supremo tem a função de discutir<br />

com a Presidência da República, responsável pelo<br />

Orçamento da União, o reajuste salarial. Antes de<br />

deixar o cargo, o ex-presidente Ayres Britto defendeu<br />

aumento e se reuniu com parlamentares, reunião da<br />

qual Barbosa também participou.<br />

"Low profile"<br />

Lewandowski destacou ainda que pretende agir de<br />

modo "low profile" como vice, sem muitos holofotes.<br />

"Eu vou é substituir o ministro Joaquim nos momentos<br />

que se fizerem necessários. Vou ter um protagonismo<br />

mínimo, low profile."<br />

O ministro disse que as equipes dos gabinetes dele e<br />

de Barbosa têm conversado para definir como vai ser<br />

a atuação no comando do tribu<strong>na</strong>l durante o período<br />

de recesso do Judiciário, que começa a partir do dia<br />

20 de dezembro e termi<strong>na</strong> no início de fevereiro.<br />

"Nossas equipes estão conversando para eventuais<br />

ausências, sobretudo no recesso. Estamos acertando<br />

as datas, vendo conveniências [de quem vai sair<br />

primeiro, em qual período]. É praxe essa conversa. É<br />

praxe que o vice divida com o presidente a gestão da<br />

corte, sobretudo as limi<strong>na</strong>res durante o recesso. Serei<br />

um vice-presidente bem tradicio<strong>na</strong>l e o mais<br />

colaborativo possível."<br />

Lewandowski afirmou que os atritos durante o<br />

julgamento do mensalão não impactarão <strong>na</strong> gestão do<br />

tribu<strong>na</strong>l e comparou o relacio<strong>na</strong>mento dos ministros a<br />

um casamento.<br />

"Eu acho que as divergências são sempre em torno de<br />

temas pontuais, ou jurídicos. Quando se trata da<br />

instituição, integrantes se unem pela instituição.<br />

Desavenças e divergências pessoais são circunscritas<br />

ao julgamento, mesmo no lanche, nos<br />

cumprimentamos, sentamos juntos. Eu sempre fui um<br />

dos que melhor me dei com Joaquim. [...] Os que são<br />

casados sabem que há rusgas, mas a instituição do<br />

casamento é mais forte que eventuais rusgas. Estou<br />

comparando em termos de instituição, acho que<br />

precisamos preservar as instituições."<br />

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68


G1 - ESPÍRITO SANTO - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

MINISTRO LUIZ FUX<br />

"Até morte seria pe<strong>na</strong> mais branda", diz<br />

Cardozo sobre prisões no país<br />

Ministro disse que é importante contextualizar<br />

declaração sobre presídios.Titular da Justiça esteve<br />

em Vitória nesta segunda-feira.<br />

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou<br />

<strong>na</strong> noite desta segunda-feira (19) que "morrer pode ser<br />

uma pe<strong>na</strong> mais branda" do que ir para um presídio.<br />

A frase foi dita quando Cardozo explicou o contexto<br />

em que deu a declaração de que "preferia morrer" a<br />

ficar numa prisão brasileira. O ministro esteve em<br />

Vitória, Espírito Santo, nesta segunda-feira (19), para<br />

participar do Congresso Brasileiro de Direito<br />

Administrativo.<br />

"É importante contextualizar o que eu disse. Disse isso<br />

debatendo uma questão sobre a pe<strong>na</strong> de morte. Ao<br />

falar da pe<strong>na</strong> de morte, disse que não creio que ela<br />

viesse a surtir efeito para coibir delitos, porque, no<br />

Brasil, já temos pe<strong>na</strong>s muito duras. Causa tristeza<br />

verificar as condições dos nosso presídios. Daí a<br />

afirmação: é tão dura a execução da nossa pe<strong>na</strong> que<br />

muitas pessoas gostaríam de ser privados disto, ou<br />

seja, não ter a possibilidade de, se praticar um delito,<br />

vir a conviver atrás das grades. E até morrer seria uma<br />

pe<strong>na</strong> mais branda", disse.<br />

Aposentadoria compulsória<br />

O ministro também afirmou que a aposentadoria<br />

compulsória, em casos de delitos, deveria ser revista.<br />

"Não me parece razoável que alguém pratique atos<br />

ilícitos e tenha como retribuição a aposentadoria.<br />

Qualquer situação em que qualquer pessoa seja<br />

beneficiada em decorrência da legislação em vigor não<br />

pode ser aceita, especialmente quando você fala de<br />

pessoas que cometeram delitos muito fortes. Ou seja,<br />

acho que a aposentadoria compulsória em casos de<br />

delitos é algo que tem que ser alterado", opinou.<br />

Lentidão da Justiça<br />

Outro problema apontado por José Eduardo Cardoso é<br />

a demora nos julgamentos. "A lentidão é um grave<br />

problema porque tor<strong>na</strong> situação de lesão irreparáveis,<br />

o conflito que está posto e gera uma demanda judicial<br />

perenizada. Exatamente para isso é que medidas ao<br />

longo do tempo vem sendo tomadas. O Ministério de<br />

Justiça tem uma secretaria que cuida disso e tem<br />

dialogado muito com o poder Judiciário. Muitas<br />

modificações foram feitas, muitas propostas<br />

legislativas já foram aprovadas e outras tramitam. Mas<br />

a verdade é que há muito ainda a se fazer", afirmou.<br />

Segundo o ministro, uma das coisas que está em<br />

discussão é a alteração do Código do Processo Civil<br />

que busca reduzir os recursos e agilizar a tramitação.<br />

"A proposta é polêmica, foi coorde<strong>na</strong>da pelo ministro<br />

Luiz Fux, e hoje <strong>na</strong> Câmara tem passado por um forte<br />

debate", afirmou.<br />

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69


G1 - NOTÍCIAS - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Juíza nega destituição de advogado a Bruno<br />

e adia julgamento de Dayanne<br />

<strong>Para</strong> juíza, pedido de goleiro visa desmembrar júri do<br />

caso Eliza Samudio.<br />

Julgamento continua com 3 réus; Rui Pimenta não<br />

representa mais Bruno.<br />

http://g1.globo.com/mi<strong>na</strong>s-gerais/julgamento-do-casoeliza-samudio/noticia/2012/11/juiza-nega-destituicaode-advogado-bruno-e-adia-juri-de-dayanne.html<br />

Advogado Rui Pimenta conversa com Bruno dentro da<br />

sala do Tribu<strong>na</strong>l do Júri, <strong>na</strong> segunda-feira (19) (Foto:<br />

Vagner Antonio/Tribu<strong>na</strong>l de Justiça de Mi<strong>na</strong>s Gerais)<br />

A juíza Marixa Fabiane, que preside o julgamento do<br />

caso Eliza Samudio, negou o pedido do goleiro Bruno<br />

Fer<strong>na</strong>ndes para a destituição do seu advogado<br />

Francisco Simim, no Fórum de Contagem, em Mi<strong>na</strong>s<br />

Gerais, nesta terça-feira (20). O goleiro pediu<br />

destituição de toda sua defesa, mas a juíza entendeu<br />

que o goleiro pretendia adiar seu julgamento.<br />

Bruno pediu para falar com a juíza logo ao início da<br />

sessão e afirmou que não se sentia seguro para<br />

continuar com seu advogado, Rui Pimenta. O goleiro<br />

pediu tempo para contratar outro advogado, mas a<br />

juíza Marixa Fabiane lembrou que ele ainda possuía<br />

outro defensor, Francisco Simim, que também<br />

representa sua ex-mulher, a ré Dayanne Rodrigues.<br />

O goleiro retornou ao banco dos réus, mas, depois de<br />

alguns minutos, pediu a palavra novamente. Nesse<br />

momento, a juíza anunciou que ele estava destituindo<br />

também Francisco Simim de sua defesa. A magistrada<br />

afirmou que isso estava ocorrendo "claramente com<br />

vistas ao desmembramento do julgamento".<br />

Bruno, ainda no banco dos réus, negou e afirmou que<br />

não queria prejudicar a defesa de Dayanne. O<br />

promotor Henry Castro, então, pediu para que<br />

Dayanne, que responde em liberdade, tivesse mais<br />

tempo para ser defendida por outro advogado. Bruno,<br />

réu preso, tem preferência de julgamento. A juíza<br />

seguiu este entendimento.<br />

<strong>Para</strong> evitar o adiamento, a juíza determinou que a ré<br />

Dayanne seja julgada em outra data, possivelmente<br />

junto com o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos,<br />

o Bola, acusado de ser o executor de Eliza. Ele foi o<br />

primeiro a ter o júri desmembrado, nesta segunda,<br />

depois que sua equipe de advogados deixou o<br />

plenário.<br />

O advogado destituído, Rui Pimenta, disse ter sido<br />

pego de surpresa pela decisão do goleiro. "O Bruno<br />

agradeceu o trabalho feito, mas disse que queria<br />

mudar de estratégia", afirmou. O defensor disse que o<br />

goleiro perguntou se ele ficaria chateado, e Pimenta<br />

respondeu que de forma nenhuma. "Faço votos que<br />

isso [a destituição] seja bom para ele", comentou.<br />

Segundo o defensor, ele continua atuando para o<br />

goleiro Bruno no pedido de habeas corpus impetrado<br />

no Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>). No dia 1º de<br />

outubro deste ano, o ministro Joaquim Barbosa, do<br />

<strong>STF</strong>, negou limi<strong>na</strong>rmente o pedido. O mérito ainda não<br />

foi julgado.<br />

saiba maisACOMPANHE EM TEMPO REALVEJA A<br />

COBERTURA COMPLETAILUSTRAÇÕES: veja<br />

desenhos da sessãoFOTOS: veja imagens do<br />

júriCRONOLOGIA: veja fotos históricasVÍDEOS:<br />

reveja reportagens do casoFRASES: relembre o que<br />

Bruno falouSaiba quem são as testemunhasEntenda<br />

como funcio<strong>na</strong> o júri popularConfira quem são os<br />

réusEntenda as teses de defesa e acusaçãoLacu<strong>na</strong> <strong>na</strong><br />

acusação pode dividir júri<br />

Multa<br />

No começo do segundo dia do júri do caso Eliza, nesta<br />

terça-feira, a juíza estipulou multa aos advogados do<br />

ex-policial Bola. Eles abando<strong>na</strong>ram o júri <strong>na</strong> segundafeira<br />

(19), atitude que foi considerada "injustificada"<br />

pela magistrada.<br />

A multa é de R$ 18.660 para cada um dos defensores,<br />

o equivalente a 30 salários mínimos. Somados, eles<br />

terão que pagar R$ 55.980 em até 20 dias, de acordo<br />

com a decisão da juíza. Os advogados de Bola são<br />

três: Ércio Quaresma, Zanone de Oliveira Júnior e<br />

Fer<strong>na</strong>ndo Magalhães.<br />

Os responsáveis pela defesa do ex-policial Bola<br />

haviam deixado o júri por discordarem do limite de 20<br />

minutos estipulado pela juíza Marixa para cada defesa<br />

apresentar seus argumentos prelimi<strong>na</strong>res. "A defesa<br />

não vai continuar nos trabalhos, nós não vamos nos<br />

subjugar à aberração jurídica de impor limites onde<br />

não há", disse Quaresma.<br />

70


No entendimento da juíza, o abandono ocorreu "sem<br />

haver razão juridicamente relevante". "Esse tipo de<br />

conduta causa grande prejuízo ao estado e à<br />

sociedade que implica em gasto de dinheiro público",<br />

afirmou ela, durante o julgamento.<br />

O fato será comunicado à Ordem dos Advogados do<br />

Brasil (OAB), que deve avaliar a conduta dos<br />

defensores, ainda de acordo com a magistrada.<br />

Testemunhas<br />

O segundo dia de julgamento deve prosseguir com os<br />

depoimentos das testemunhas de acusação. Na<br />

segunda, o ex-motorista do goleiro Bruno Fer<strong>na</strong>ndes,<br />

Cleiton Gonçalves, foi ouvido no júri. Além de Bruno,<br />

outros dois réus - incluindo Luiz Henrique Ferreira<br />

Romão, o Macarrão - estão sendo julgados por<br />

cárcere privado e pela morte de Eliza, ex-amante do<br />

goleiro.<br />

Nesta terça-feira, a primeira testemunha que deve ser<br />

ouvida é João Batista, que presenciou o depoimento<br />

do ex-motorista à polícia antes do julgamento. Em<br />

seguida, deve ocorrer uma acareação entre João<br />

Batista e Cleiton.<br />

Na sequência, a testemunha que deve depor é a<br />

delegada A<strong>na</strong> Maria Santos, que atuou <strong>na</strong>s<br />

investigações do desaparecimento da ex-amante de<br />

Bruno. Segundo o Tribu<strong>na</strong>l de Justiça de Mi<strong>na</strong>s<br />

Gerais (TJMG), ela foi convocada para comparecer ao<br />

fórum às 9h, assim como a delegada Alessandra<br />

Wilke, que também trabalhou <strong>na</strong> apuração. Apesar de<br />

não ter sido arrolada pelo MP, ela também pode ser<br />

ouvida nesta terça-feira, segundo a Justiça.<br />

Além destes, fazem parte do corpo de testemunhas de<br />

acusação o detento Jaílson Alves de Oliveira, que diz<br />

ter ouvido uma confissão de Marcos Aparecido dos<br />

Santos, o Bola. Por fim, deve ser lido o depoimento de<br />

Re<strong>na</strong>ta Garcia da Costa, assistente do sistema<br />

socioeducativo de Mi<strong>na</strong>s Gerais, que acompanhou os<br />

primeiros depoimentos feitos à polícia.<br />

Somente após a conclusão dos depoimentos das<br />

testemunhas de acusação é que serão ouvidas as<br />

testemunhas de defesa. A previsão é que o julgamento<br />

dure pelo menos duas sema<strong>na</strong>s.<br />

G1 - NOTÍCIAS - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

71


G1 - ESPÍRITO SANTO - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

<strong>STF</strong> deve julgar mensalão do PSDB com<br />

mesmo empenho, diz Britto<br />

No entanto, para o ministro aposentado do <strong>STF</strong>, há<br />

diferença de proporção.Ex-presidente do <strong>STF</strong>, Ayres<br />

Britto esteve em Vitória nesta segunda-feira.<br />

O ex-presidente do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>)<br />

Carlos Ayres Britto afirmou nesta segunda-feira (19),<br />

em entrevista ao jor<strong>na</strong>l "A Gazeta", que o processo<br />

conhecido como mensalão do PSDB, em Mi<strong>na</strong>s<br />

Gerais, deve ser julgado com o mesmo empenho do<br />

mensalão no governo federal.<br />

"Guardadas as proporções, sim [o <strong>STF</strong> vai dedicar o<br />

mesmo esforço para julgá-lo]. O de Mi<strong>na</strong>s Gerais foi<br />

em Mi<strong>na</strong>s Gerais. O outro teve dimensão geográfica<br />

maior, incorporou maior número de pessoas e de<br />

acusações. Mas o dever do Supremo é julgar com o<br />

mesmo empenho, a mesma dedicação, a mesma<br />

equidistância e imparcialidade, todos os processos<br />

que chegam para julgamento", disse Britto.<br />

Britto esteve em Vitória e fez palestra no Congresso<br />

Brasileiro de Direito Administrativo. Ele concedeu sua<br />

primeira entrevista desde que se aposentou como<br />

ministro do Supremo, no domingo, quando fez 70<br />

anos.<br />

<strong>Para</strong> ministro aposentado, o processo do mensalão é<br />

"impactante por ser inusitado". "É diferente, chega a<br />

ser heterodoxo pelo número de réus, número de<br />

testemunhas, número de acusações, imputações feitas<br />

pelo Ministério Público, número de diligências, laudos,<br />

perícias, inspeções, a demandar por parte do<br />

Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal um esforço concentrado,<br />

incomum", afirma.<br />

Ayres Britto acredita que há uma si<strong>na</strong>lização de que<br />

a forma de se fazer política no Brasil vai melhorar.<br />

"Pelos resultados já alcançados, ainda que não<br />

proclamados com definitividade porque o processo<br />

está em andamento, o Supremo si<strong>na</strong>liza que há um<br />

modo de fazer alianças, acordos, coalizões, um modo<br />

não compatível com o orde<strong>na</strong>mento jurídico. Pelo<br />

contrário, um modo execrado pelo orde<strong>na</strong>mento<br />

jurídico. A se confirmar esse resultado, há um<br />

vislumbre, uma si<strong>na</strong>lização de que as coisas mudarão<br />

para melhor no sentido de que teremos uma vida<br />

política mais qualificada", espera.<br />

Ayres Britto também elogiou o presidente eleito do<br />

<strong>STF</strong>, Joaquim Barbosa.<br />

"O ministro Joaquim Barbosa é um qualificadíssimo<br />

operador do Direito. Um homem devotado à causa<br />

pública. É muito culto, ao mesmo tempo é prático,<br />

corajoso, independente, tem as virtudes necessárias<br />

ao bom desempenho da judicatura", afirma.<br />

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72


G1 - BAURU E MARILIA - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

MINISTRO DIAS TOFFOLI<br />

Vereadores aprovam pedido de comissão<br />

contra Takaoka em Marília<br />

Afastamento do cargo de presidente da Câmara<br />

também foi aprovado.Parlamentar pode ser impedido<br />

de assumir o novo mandato.<br />

Foi aprovado, durante a sessão da Câmara de Marília<br />

(SP) desta segunda-feira (19), o novo pedido de<br />

Comissão Processante (CP) contra o presidente da<br />

Câmara, Yoshio Takaoka. Antes do início da votação,<br />

o vereador José Carlos Albuquerque pediu que os<br />

processos de abertura de comissão e de afastamento<br />

do cargo fossem desmembrados.<br />

Os pedidos foram votados separadamente para que<br />

Takaoka tenha três dias para fazer sua defesa em<br />

relação ao pedido de afastamento, conforme<br />

determi<strong>na</strong> o regimento interno da Câmara. Os dois<br />

pedidos acabaram aprovados por u<strong>na</strong>nimidade.<br />

O vereador Júnior da Farmácia, autor do pedido de<br />

abertura da comissão, foi impedido de votar, conforme<br />

prevê o regulamento, por isso, o suplente, José Luiz<br />

Dias Tóffoli, assumiu o cargo ape<strong>na</strong>s para participar<br />

da votação.<br />

"Ninguém pode julgar alguém sendo parte ou estando<br />

envolvido com a pessoa, ou sendo inimigo da pessoa,<br />

não seria um julgamento isento, honesto" , explica<br />

Mário Coraini Júnior.<br />

Takaoka será investigado por quebra de decoro<br />

parlamentar e improbidade administrativa, já que foi<br />

preso pela Polícia Federal por falsificação de<br />

documentos públicos e fraude processual, além de ter<br />

sido indiciado por compra de votos.<br />

Os vereadores ainda escolheram os três membros que<br />

devem integrar a comissão. Um sorteio definiu os<br />

nomes, mas só participaram da escolha os<br />

parlamentares que não se declararam impedidos.<br />

Pedro do Gás, José Carlos Albuquerque e Eduardo<br />

Nascimento devem começar os trabalhos nesta terçafeira<br />

(20).<br />

Os vereadores acreditam que o trabalho deve ser<br />

concluído ainda neste ano. "O tempo é curto, mas se<br />

nós trabalharmos com afinco, se nos dedicarmos à<br />

Comissão Processante, dá tempo. Até porque a<br />

sociedade espera uma resposta da Câmara", garante<br />

Eduardo Nascimento, presidente da CP.<br />

A tramitação da Comissão Processante não vai<br />

interferir no cumprimento do atual mandato de<br />

Takaoka. O parlamentar foi indiciado por crime<br />

eleitoral e, apesar de reeleito, pode ser impedido de<br />

assumir o novo mandato, além de ter os direitos<br />

políticos suspensos por 8 anos.<br />

Férias<br />

Os parlamentares ainda votaram o projeto de lei do<br />

vereador Wilson Damasceno que pretendia acabar<br />

com o recesso parlamentar no mês de julho. O pedido<br />

foi feito porque a Câmara já entra em férias no fim do<br />

ano.<br />

O projeto acabou recusado pela casa por oito votos a<br />

quatro. Ape<strong>na</strong>s os vereadores Mário Coraini, Eduardo<br />

Nascimento, Júnior da Farmácia e o autor do projeto<br />

estavam dispostos a trabalhar no mês de julho.<br />

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73


CONSULTOR JURÍDICO - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Ministro Ayres Britto fará falta ao Supremo<br />

e ao CNJ<br />

*Editorial publicado origi<strong>na</strong>lmente no jor<strong>na</strong>l O Estado<br />

de S. Paulo do dia 20 de novmebro de 2012.<br />

Foi uma home<strong>na</strong>gem a uma convicção sustentada<br />

durante longo tempo. Na última sessão de que<br />

participou no Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Justiça, há uma<br />

sema<strong>na</strong>, o seu presidente, Carlos Ayres Britto, que<br />

exercia o cargo em virtude de sua condição de titular<br />

do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal, viu aprovada uma<br />

ideia que trouxera consigo para o colegiado - a de<br />

fazê-lo acompanhar os processos que envolvem o<br />

exercício da liberdade de imprensa. Criado para<br />

aperfeiçoar o sistema judiciário brasileiro, o CNJ, no<br />

entender de Britto, "não podia deixar de se interessar"<br />

pelo modo como as relações entre a imprensa e o<br />

sistema democrático "são cotidia<strong>na</strong>mente<br />

equacio<strong>na</strong>das" pela Justiça brasileira.<br />

O interesse tomará a forma de uma comissão<br />

denomi<strong>na</strong>da Fórum Nacio<strong>na</strong>l do Poder Judiciário e<br />

Liberdade. Presidido por um membro do CNJ, dele<br />

farão parte outros conselheiros, representantes da<br />

magistratura federal e estadual, da OAB e de<br />

entidades da área da comunicação. Evidentemente,<br />

Ayres Britto deixa claro, o Fórum não terá "nenhuma<br />

interferência <strong>na</strong> autonomia técnica dos magistrados"<br />

no exame de litígios que envolvam a liberdade de<br />

expressão. Ao criar um banco de dados desses<br />

julgamentos, o que lhe permitirá fornecer informações<br />

objetivas aos tribu<strong>na</strong>is para suplementar a tomada de<br />

suas decisões, o Fórum poderá verificar, de acordo<br />

com o seu inspirador, o cumprimento da sentença do<br />

<strong>STF</strong> que extinguiu, por inconstitucio<strong>na</strong>l, a Lei de<br />

Imprensa do regime militar.<br />

Numerosos membros da alta magistratura decerto<br />

têm, ou tiveram a seu tempo, a mesma i<strong>na</strong>balável<br />

convicção de Ayres Britto sobre o "vínculo umbilical",<br />

como diz, entre o direito à informação e a livre<br />

manifestação do pensamento, de um lado, e a<br />

democracia, de outro. Mas dificilmente algum deles o<br />

terá superado em matéria de zelo - juridicamente<br />

alicerçado - em defesa da liberdade fundamental <strong>na</strong>s<br />

sociedades civilizadas. Quanto mais não fosse, o seu<br />

voto pela elimi<strong>na</strong>ção do entulho autoritário configurado<br />

<strong>na</strong> Lei de Imprensa deixou cravada <strong>na</strong> pedra uma<br />

passagem luminosa da trajetória da mais alta Corte do<br />

País - e da presença, nela, de um ministro que não<br />

inspirava expectativas dig<strong>na</strong>s de nota quando o<br />

presidente Lula o nomeou em 2003 para a primeira<br />

vaga que se abria no seu mandato.<br />

Aposentado compulsoriamente no domingo, quando<br />

alcançou a idade-limite de 70 anos, esse sergipano de<br />

Propriá havia ocupado algumas das mais respeitadas<br />

funções no Judiciário de seu Estado, escrito um<br />

punhado de livros de poesia - e tentado, em vão,<br />

eleger-se deputado federal pelo PT, ao qual esteve<br />

filiado por 18 anos. Assumiu a sua cadeira no <strong>STF</strong><br />

praticamente dois anos antes de um acontecimento<br />

que mudaria a sua vida e a dos pares de quem se<br />

despediu <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada dizendo que o Judiciário<br />

está "transformando o País". Foi a entrevista em que o<br />

então deputado Roberto Jefferson denunciou o<br />

esquema de compra de apoio parlamentar ao governo<br />

Lula, fazendo rebentar o escândalo do mensalão. Nos<br />

breves sete meses em que lhe tocou presidir o<br />

Supremo, a contar de abril último, Ayres Britto teve<br />

papel decisivo para impedir que o julgamento do caso<br />

ficasse para o dia de São Nunca.<br />

Durante os trabalhos, impressionou pela mansidão o<br />

grande público que não tinha acesso aos bastidores<br />

da Corte para saber que ele punha a placidez a<br />

serviço da firmeza a fim de que <strong>na</strong>da tirasse do prumo<br />

o fecho da mais importante ação pe<strong>na</strong>l da história do<br />

<strong>STF</strong>. A expressão "algodão entre cristais", tanto usada<br />

para descrever a sua atitude diante da troca de<br />

desaforos entre os ministros Joaquim Barbosa e<br />

Ricardo Lewandowski, não conta tudo. O exercício<br />

do apaziguamento em nenhum momento o levou a<br />

abrandar a sua preocupação primeira com a estrita<br />

obediência à Constituição. "O Supremo", ensinou,<br />

"interfere mais e mais no curso da vida, como deve<br />

ser, como fiel intérprete de uma Constituição<br />

concretista (que não se atém ao enunciado de<br />

princípios gerais e abstratos)."<br />

A lhaneza, a contenção do ego em um ambiente que<br />

não se caracteriza propriamente pela modéstia de<br />

seus ocupantes tampouco o inibiram de disparar <strong>na</strong><br />

despedida uma ardida lição aos remanescentes:<br />

"Derramamento de bílis não combi<strong>na</strong> com a produção<br />

de neurônios". Fará falta.<br />

74


CONSULTOR JURÍDICO - NOTÍCIAS - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

ADI questio<strong>na</strong> exigência de diploma para<br />

policial<br />

A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil<br />

(Adepol/Brasil) ajuizou, no Supremo Tribu<strong>na</strong>l<br />

Federal, Ação Direta de Inconstitucio<strong>na</strong>lidade em que<br />

pede a concessão de limi<strong>na</strong>r para que seja suspensa a<br />

eficácia da Emenda 63, de 5 de setembro deste ano, à<br />

Constituição do estado de Santa Catari<strong>na</strong>. Caso não<br />

seja concedida limi<strong>na</strong>r, pede que a matéria tramite em<br />

regime de rito abreviado. No mérito, pede a declaração<br />

definitiva de inconstitucio<strong>na</strong>lidade dos dispositivos<br />

impug<strong>na</strong>dos.<br />

A Emenda acrescenta dispositivos ao artigo 107 da<br />

Constituição do estado para passar a exigir, além de<br />

concurso público, o diploma de bacharel em Direito<br />

como condição para o exercício do cargo de oficial da<br />

Polícia Militar. Além disso, assegura aos ocupantes de<br />

tal cargo "a independência funcio<strong>na</strong>l pela livre<br />

convicção nos atos de polícia ostensiva e de<br />

preservação da ordem pública".<br />

Alegações<br />

A Adepol alega que a EC invade competência privativa<br />

da União para legislar sobre normas gerais relativas às<br />

Polícias Militares e aos Corpos de Bombeiros Militares<br />

(CBMs), prevista no artigo 22, inciso XXI, combi<strong>na</strong>do<br />

com o artigo 42, parágrafo 1º, da Constituição Federal.<br />

Sustenta, ainda, que o parágrafo 5º do artigo 144 da<br />

CF, ao dispor sobre as funções das PMs, não exige<br />

formação jurídica. Ademais, a definição de carreira<br />

jurídica, regulamentada pelo artigo 2º da Resolução<br />

11/2006, do Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Justiça,<br />

tampouco inclui a obrigatoriedade de curso de Direito<br />

para os oficiais das PMs.<br />

A entidade representativa dos delegados de polícia<br />

cita, nesse contexto, precedentes firmados pelo <strong>STF</strong><br />

no julgamento das ADIs 3.460 e 3.614. Na primeira<br />

delas, relatada pelo ministro Ayres Britto, a corte<br />

admitiu como exceção para considerar de caráter<br />

jurídico o cargo de delegado da Polícia Civil. Na<br />

segunda, relatada pela ministra Cármen Lúcia,<br />

considerou inconstitucio<strong>na</strong>l norma que versava sobre o<br />

atendimento, <strong>na</strong>s delegacias de polícia do <strong>Para</strong>ná, por<br />

integrantes da Polícia Militar, por infração ao parágrafo<br />

4º do artigo 144 da Constituição Federal. Essa norma<br />

atribui à Polícia Civil as funções de polícia judiciária.<br />

Hierarquia<br />

Quanto ao parágrafo 4º da EC 63, a associação alega<br />

ofensa ao artigo 42 da CF, "que estabelece a<br />

hierarquia e a discipli<strong>na</strong> como pilares das<br />

organizações militares". E essa norma, de acordo com<br />

a entidade, aplica-se, além das Forças Armadas,<br />

também às PMs e aos CBMs. Sustenta, ainda, ofensa<br />

ao Decreto-Lei federal 667/1969 que, com suas<br />

alterações posteriores, reorganizou as PMs e os CBMs<br />

dos estados, territórios e do DF. Com informações da<br />

Assessoria de Imprensa do <strong>STF</strong>.<br />

ADI 4.873<br />

75


JB ONLINE / RJ - PAÍS - pág.: -. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa estreia <strong>na</strong> presidência do <strong>STF</strong> com<br />

julgamento do mensalão<br />

O ministro Joaquim Barbosa participa hoje (21) de<br />

sua primeira sessão como presidente do Supremo<br />

Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>) com a retomada do<br />

julgamento da Ação Pe<strong>na</strong>l 470, o processo do<br />

mensalão. De acordo com o gabinete de Barbosa, ele<br />

deverá acumular as funções de presidente interino e<br />

de relator do processo. A posse oficial <strong>na</strong> presidência<br />

do <strong>STF</strong> será amanhã (22).<br />

O julgamento do mensalão entra em sua<br />

quadragésima sétima sessão após uma sema<strong>na</strong> de<br />

intervalo - <strong>na</strong> última quinta-feira (15) foi feriado e a<br />

sessão de segunda-feira (19) foi cancelada. O<br />

processo começou a ser a<strong>na</strong>lisado no dia 2 de agosto<br />

e ainda não há previsão para termi<strong>na</strong>r.<br />

A última etapa do julgamento, de fixação das<br />

conde<strong>na</strong>ções, começou no dia 23 de outubro. Já foram<br />

concluídas as pe<strong>na</strong>s de nove réus dos núcleos<br />

político, fi<strong>na</strong>nceiro e publicitário. Deste último, falta<br />

definir somente a pe<strong>na</strong> do advogado Rogério Tolentino<br />

para o crime de lavagem de dinheiro.<br />

O último núcleo a<strong>na</strong>lisado será o dos réus do<br />

Congresso Nacio<strong>na</strong>l e aqueles ligados a<br />

parlamentares, que tem 15 integrantes no total. O<br />

gabinete de Barbosa não informou qual o primeiro réu<br />

desse grupo que terá a pe<strong>na</strong> fixada, mas a expectativa<br />

é de que seja o deputado federal João Paulo Cunha<br />

(PT-SP).<br />

O julgamento ainda continuará após a fixação das<br />

pe<strong>na</strong>s, pois os ministros terão que a<strong>na</strong>lisar questões<br />

residuais como a responsabilidade pelo decreto de<br />

perda de mandato parlamentar - se do <strong>STF</strong> ou do<br />

Congresso Nacio<strong>na</strong>l -, o pedido de prisão imediata dos<br />

conde<strong>na</strong>dos sem esperar os recursos e a possibilidade<br />

de decretar o ressarcimento de valores desviados do<br />

erário.<br />

Além disso, os ministros devem corrigir incongruências<br />

<strong>na</strong>s pe<strong>na</strong>s, como no caso das multas dos sócios e<br />

subordi<strong>na</strong>dos de Marcos Valério. Em alguns crimes,<br />

elas ficaram maior que a do publicitário, considerado o<br />

maior articulador do esquema. Vários ministros<br />

também já manifestaram interesse em a<strong>na</strong>lisar, no<br />

fi<strong>na</strong>l, várias pe<strong>na</strong>s em conjunto, como um só crime em<br />

continuidade delitiva, o que reduziria significativamente<br />

os tempos de prisão já estipulados.<br />

O julgamento será interrompido amanhã novamente<br />

para a posse de Joaquim Barbosa <strong>na</strong> presidência e<br />

de Ricardo Lewandowski <strong>na</strong> vice-presidência. A<br />

cerimônia será às 15h, no próprio <strong>STF</strong>, com a<br />

presença da presidente Dilma Rousseff e dos<br />

presidentes do Se<strong>na</strong>do, José Sarney, e da Câmara<br />

dos Deputados, Marco Maia. Às 20h, os novos chefes<br />

do Judiciário serão saudados em coquetel oferecido<br />

por associações de juízes em um clube de Brasília. O<br />

mandato é de dois anos.<br />

76


JB ONLINE / RJ - PAÍS - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Relator do Orçamento não incluiu reajustes<br />

do Judiciário no parecer<br />

O relator da proposta orçamentária para 2013,<br />

se<strong>na</strong>dor Romero Jucá (PMDB-RR), disse hoje (20),<br />

após a aprovação do seu parecer prelimi<strong>na</strong>r, que não<br />

incluiu o aumento do Poder Judiciário no seu<br />

parecer. Segundo ele, a discussão sobre o reajuste do<br />

Judiciário será feita durante a a<strong>na</strong>lise do relatório<br />

setorial da área e, posteriormente, <strong>na</strong> apreciação do<br />

texto fi<strong>na</strong>l do Orçamento.<br />

"Não vou incluir o aumento do Judiciário [no relatório<br />

prelimi<strong>na</strong>r]. O que ficou definido depois da limi<strong>na</strong>r do<br />

<strong>STF</strong> é que o Congresso Nacio<strong>na</strong>l vai apreciar as<br />

propostas enviadas também pelo Judiciário. O<br />

aumento de qualquer despesa depende da criação de<br />

receita. Portanto, não há nenhum aumento<br />

caracterizado de nenhuma despesa ainda no relatório<br />

prelimi<strong>na</strong>r", disse Jucá.<br />

Na sema<strong>na</strong> passada, o ministro do Supremo Tribu<strong>na</strong>l<br />

Federal (<strong>STF</strong>) Luiz Fux determinou que o Congresso<br />

Nacio<strong>na</strong>l incluísse a proposta oficial do Poder<br />

Judiciário no Projeto de Lei Orçamentária para 2013.<br />

O documento prevê aumento de 7,12% para o<br />

Judiciário da União, que teria impacto direto de R$ 285<br />

milhões anuais.<br />

O relator-geral do Orçamento explicou que rejeitou<br />

qualquer aumento de despesas em seu parecer<br />

prelimi<strong>na</strong>r, inclusive o aumento no valor das emendas<br />

individuais, que muitos parlamentares queriam que<br />

fosse aumentado de R$ 15 milhões para R$ 16<br />

milhões e também reajustes para os aposentados.<br />

"Ficou como devia ficar [o parecer prelimi<strong>na</strong>r]. A<br />

discussão de mais receita, mais despesa vai ficar para<br />

a confecção do relatório fi<strong>na</strong>l. Vamos ter debates<br />

sobre reajustes salariais, reajustes de aposentados e<br />

outros", declarou.<br />

De acordo com Romero Jucá, a proposta orçamentária<br />

em análise pelo Congresso teve um aumento nomi<strong>na</strong>l<br />

de 1,2% em relação à proposta do ano passado,<br />

(respectivamente, R$ 2,251 trilhões e R$ 2,225<br />

trilhões).<br />

"Temos um aumento nomi<strong>na</strong>l de 1,2 % no Orçamento<br />

como um todo, ou seja, um valor bastante pequeno.<br />

Vamos ter menos recursos para trabalhar neste ano<br />

do que teve o ano passado o relator- geral. Portanto,<br />

temos que fazer um esforço de compatibilidade das<br />

demandas, mas também de cumprimento da<br />

responsabilidade fiscal. É fundamental manter o<br />

controle dos gastos, em um momento em que a<br />

conjuntura econômica inclusive inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l é<br />

adversa", disse Jucá.<br />

77


JB ONLINE / RJ - PAÍS - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

<strong>STF</strong> mantém aposentadoria compulsória de<br />

desembargador aplicada pelo CNJ<br />

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribu<strong>na</strong>l<br />

Federal (<strong>STF</strong>), negou, no mérito, mandado de<br />

segurança ajuizado pelo desembargador Edgard<br />

Antônio Lippmann Júnior, do Tribu<strong>na</strong>l Regio<strong>na</strong>l da 4ª<br />

Região (Região Sul), que pretendia anular a decisão<br />

do Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Justiça (CNJ) o<br />

aposentando compulsoriamente por "violação a<br />

deveres previstos" no Código de Ética e <strong>na</strong> Lei<br />

Orgânica da Magistratura Nacio<strong>na</strong>l (Loman).<br />

A decisão do CNJ, no último dia 30 de julho, foi ao fim<br />

do julgamento do Processo Administrativo Discipli<strong>na</strong>r<br />

(PAD) no qual o magistrado foi acusado de<br />

participação em esquema de venda de decisões<br />

judiciais.Segundo os autos do PAD, o desembargador<br />

concedeu limi<strong>na</strong>r, em troca de vantagens fi<strong>na</strong>nceiras,<br />

em novembro de 2003, para possibilitar a reabertura e<br />

manutenção de uma casa de bingo da empresa Monte<br />

Carlo, em Curitiba. Ele já tinha sido afastado das<br />

funções pelo CNJ em 2009.<br />

No mandado de segurança do qual o ministro Celso<br />

de Mello foi relator, a defesa do desembargador<br />

alegou vício no processo, já que o CNJ teria<br />

competência ape<strong>na</strong>s "subsidiária" <strong>na</strong> apuração de<br />

supostos atos praticados por magistrados. Ou seja, os<br />

fatos em questão deveriam ter sido apurados pelo<br />

tribu<strong>na</strong>l "origi<strong>na</strong>riamente competente". O CNJ<br />

contestou o mandado de segurança, assegurando que<br />

a pe<strong>na</strong> administrativa de aposentadoria foi precedida<br />

de processo instaurado com base <strong>na</strong> Loman e no<br />

Código de Ética<br />

Ao reforçar, mais uma vez, a competência do CNJ<br />

como órgão de controle externo da magistratura, o<br />

ministro Celso de Mello baseou-se no Regimento<br />

Interno do <strong>STF</strong>, que delega competência ao relator<br />

para, monocraticamente, denegar ou conceder a<br />

ordem de mandado de segurança,desde que a matéria<br />

versada no processo constitua "objeto de<br />

jurisprudência consolidada no Tribu<strong>na</strong>l".<br />

No seu despacho, Celso de Mello lembrou que o<br />

plenário do <strong>STF</strong> estabeleceu recentemente, "em<br />

julgamento majoritário, entendimento diverso do ora<br />

sustentado pela parte impetrante, que invocou,<br />

unicamente, como fundamento de sua pretensão<br />

mandamental, ofensa ao princípio da subsidiariedade".<br />

Citou também o MS 28003, no qual a Corte reafirmou<br />

que a competência do CNJ não se releva subsidiária,<br />

ao assentar que "a competência originária do<br />

Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Justiça resulta do texto<br />

constitucio<strong>na</strong>l e independe de motivação, bem como<br />

da satisfação de requisitos específicos".<br />

O relator ainda ressaltou que, no caso, o TRF-4 teve a<br />

possibilidade de, ele próprio, apurar os fatos que<br />

motivaram a instauração de procedimento perante o<br />

CNJ, mas não o fez. Segundo Celso de<br />

Mello,documentos apresentados pela Advocacia-Geral<br />

da União revelam que um juiz federal remeteu cópia<br />

dos autos do processo pe<strong>na</strong>l à Presidência do TRF-4,<br />

por meio de ofício, em setembro de 2009, mas o TRF<br />

se absteve de adotar medidas administrativodiscipli<strong>na</strong>res<br />

para apurar os fatos imputados ao<br />

desembargador.<br />

78


JB ONLINE / RJ - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Mensalão provoca encalhe de ações no <strong>STF</strong><br />

com vistas devolvidas<br />

Com o plenário do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal<br />

dedicado exclusivamente à ação pe<strong>na</strong>l do mensalão,<br />

desde 2 de agosto, chegou a 100 o estoque de ações<br />

e recursos com pedidos de vista já devolvidos e,<br />

portanto, à espera de inclusão em pauta para a<br />

conclusão dos julgamentos.<br />

Desde 2008 deste total, ape<strong>na</strong>s cinco processos foram<br />

devolvidos, neste semestre, pelos ministros que deles<br />

pediram vista. No estoque encalhado nestes últimos<br />

quatro anos, há ações e recursos que foram dados<br />

como prontos para a retomada do julgamento em 2008<br />

(sete) e em 2009 (cinco).<br />

Com as aposentadorias dos ministros Cezar Peluso (a<br />

ser substituído por Teori Zawascki), Ayres Britto<br />

(ainda sem sucessor) e Celso de Mello (esperada<br />

para o início do próximo ano), os novos ministros vão<br />

receber de herança todos os processos da relatoria de<br />

seus antecessores. E também os pedidos de vista.<br />

79


JB ONLINE / RJ - PAÍS - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa mudará para sala da presidência do<br />

<strong>STF</strong> no fi<strong>na</strong>l da sema<strong>na</strong><br />

No primeiro dia como presidente do Supremo<br />

Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>), o ministro Joaquim Barbosa<br />

despachou ontem (19) do mesmo gabinete em que<br />

vem trabalhando nos últimos anos, no Anexo 2 do<br />

<strong>STF</strong>. Ele só deverá se instalar <strong>na</strong> sala da presidência,<br />

localizada no prédio principal do Tribu<strong>na</strong>l, no fi<strong>na</strong>l da<br />

sema<strong>na</strong>, após tomar posse como presidente efetivo da<br />

Suprema Corte.<br />

A transição no comando do <strong>STF</strong> está sendo executada<br />

aos poucos. As tratativas começaram quando Barbosa<br />

foi eleito presidente, em meados de outubro. Uma<br />

comissão coordenou a troca entre as gestões, mas,<br />

até ontem à noite, ape<strong>na</strong>s alguns assessores do<br />

primeiro escalão eram conhecidos, como o novo<br />

diretor-geral Fer<strong>na</strong>ndo Camargo, então secretário de<br />

Gestão de Pessoas do Tribu<strong>na</strong>l de Contas da União.<br />

No Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Justiça (CNJ), que<br />

também será presidido por Barbosa, a transição é<br />

mais lenta. A expectativa é que as nomeações saiam<br />

durante a sema<strong>na</strong> e, inclusive, após a posse do<br />

presidente, <strong>na</strong> próxima quinta-feira (22). Tanto no <strong>STF</strong><br />

quanto no CNJ, ocupantes de cargos comissio<strong>na</strong>dos<br />

<strong>na</strong> gestão de Carlos Ayres Britto devem ser<br />

mantidos, mesmo que remanejados para outras<br />

funções.<br />

Barbosa assumiu interi<strong>na</strong>mente a presidência do <strong>STF</strong><br />

no último sábado, quando começou a valer o decreto<br />

de aposentadoria do ministro Carlos Ayres Britto, que<br />

completou 70 anos no último domingo (18). Na<br />

próxima quarta-feira (21), Barbosa comandará sua<br />

primeira sessão plenária como presidente,<br />

acumulando a função com a de relator da Ação Pe<strong>na</strong>l<br />

470, o processo do mensalão. Além de coorde<strong>na</strong>r a<br />

sessão, o ministro votará normalmente.<br />

A posse oficial será no dia seguinte, em cerimônia com<br />

a presença da presidente Dilma Rousseff e dos<br />

presidentes do Se<strong>na</strong>do e da Câmara dos Deputados,<br />

José Sarney e Marco Maia. No início da noite, Barbosa<br />

participará de coquetel oferecido por entidades de<br />

classe de juízes em um luxuoso clube de Brasília.<br />

80


TERRA - NOTÍCIAS - pág.: -. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa estreia <strong>na</strong> presidência do <strong>STF</strong> com<br />

julgamento do mensalão<br />

Débora Zampier Repórter da Agência Brasil Brasília -<br />

O ministro Joaquim Barbosa participa hoje (21) de<br />

sua primeira sessão como presidente do Supremo<br />

Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>) com a retomada do<br />

julgamento da Ação Pe<strong>na</strong>l 470, o processo do<br />

mensalão. De acordo com o gabinete de Barbosa, ele<br />

deverá acumular as funções de presidente interino e<br />

de relator do processo. A posse oficial <strong>na</strong> presidência<br />

do <strong>STF</strong> será amanhã (22). O julgamento do mensalão<br />

entra amanhã em sua quadragésima sétima sessão<br />

após uma sema<strong>na</strong> de intervalo - <strong>na</strong> última quinta-feira<br />

(15) foi feriado e a sessão de segunda-feira (19) foi<br />

cancelada. O processo começou a ser a<strong>na</strong>lisado no<br />

dia 2 de agosto e ainda não há previsão para termi<strong>na</strong>r.<br />

A última etapa do julgamento, de fixação das<br />

conde<strong>na</strong>ções, começou no dia 23 de outubro. Já foram<br />

concluídas as pe<strong>na</strong>s de nove réus dos núcleos<br />

político, fi<strong>na</strong>nceiro e publicitário. Deste último, falta<br />

definir somente a pe<strong>na</strong> do advogado Rogério Tolentino<br />

para o crime de lavagem de dinheiro. O último núcleo<br />

a<strong>na</strong>lisado será o dos réus do Congresso Nacio<strong>na</strong>l e<br />

aqueles ligados a parlamentares, que tem 15<br />

integrantes no total. O gabinete de Barbosa não<br />

informou qual o primeiro réu desse grupo que terá a<br />

pe<strong>na</strong> fixada, mas a expectativa é de que seja o<br />

deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP). O<br />

julgamento ainda continuará após a fixação das pe<strong>na</strong>s,<br />

pois os ministros terão que a<strong>na</strong>lisar questões residuais<br />

como a responsabilidade pelo decreto de perda de<br />

mandato parlamentar - se do <strong>STF</strong> ou do Congresso<br />

Nacio<strong>na</strong>l -, o pedido de prisão imediata dos<br />

conde<strong>na</strong>dos sem esperar os recursos e a possibilidade<br />

de decretar o ressarcimento de valores desviados do<br />

erário. Além disso, os ministros devem corrigir<br />

incongruências <strong>na</strong>s pe<strong>na</strong>s, como no caso das multas<br />

dos sócios e subordi<strong>na</strong>dos de Marcos Valério. Em<br />

alguns crimes, elas ficaram maior que a do publicitário,<br />

considerado o maior articulador do esquema. Vários<br />

ministros também já manifestaram interesse em<br />

a<strong>na</strong>lisar, no fi<strong>na</strong>l, várias pe<strong>na</strong>s em conjunto, como um<br />

só crime em continuidade delitiva, o que reduziria<br />

significativamente os tempos de prisão já estipulados.<br />

O julgamento será interrompido amanhã novamente<br />

para a posse de Joaquim Barbosa <strong>na</strong> presidência e<br />

de Ricardo Lewandowski <strong>na</strong> vice-presidência. A<br />

cerimônia será às 15h, no próprio <strong>STF</strong>, com a<br />

presença da presidenta Dilma Rousseff e dos<br />

presidentes do Se<strong>na</strong>do, José Sarney, e da Câmara<br />

dos Deputados, Marco Maia. Ás 20h, os novos chefes<br />

do Judiciário serão saudados em coquetel oferecido<br />

por associações de juízes em um clube de Brasília. O<br />

mandato é de dois anos. Edição: Graça Adjuto<br />

81


TERRA - NOTÍCIAS - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Parlamentares irão ao MS mediar conflito<br />

entre índios e fazendeiros<br />

<strong>Para</strong> ajudar <strong>na</strong> solução do conflito envolvendo índios<br />

da etnia Guarani-Kaiowá e fazendeiros em Mato<br />

Grosso do Sul, pelo menos quatro grupos de<br />

deputados e se<strong>na</strong>dores se preparam para ir ao<br />

Estado. Além dos membros da comissão exter<strong>na</strong><br />

criada para acompanhar a disputa pelas terras que<br />

ficam <strong>na</strong> reserva indíge<strong>na</strong>, também pretendem ir ao<br />

local os membros das comissões de Direitos Humanos<br />

da Câmara e do Se<strong>na</strong>do e os integrantes da Frente<br />

Parlamentar de Apoio aos Povos Indíge<strong>na</strong>s.<br />

"Isso demonstra a preocupação do Legislativo. Nunca<br />

vi uma questão indíge<strong>na</strong> levantar tanto interesse no<br />

Congresso. Isso significa que as mobilizações <strong>na</strong>s<br />

redes sociais tiveram grande reflexo no Congresso",<br />

disse o deputado Sarney Filho (PV-MA), que coorde<strong>na</strong><br />

a comissão exter<strong>na</strong> que planeja fazer uma diligência<br />

no fim deste mês.<br />

Segundo ele, se não for possível as comissões e a<br />

frente parlamentar irem juntas para a terra indíge<strong>na</strong>,<br />

certamente farão isso em datas diferentes. A intenção<br />

da comissão exter<strong>na</strong> é chegar à região do território<br />

Pyelito Kue/Mbarakay antes do dia 29, a fim de se<br />

reunir com líderes guaranis-kaiowás que estão em<br />

assembleia até o dia 3 de dezembro.<br />

O deputado acredita que os parlamentares podem<br />

ajudar a solucio<strong>na</strong>r o conflito histórico entre os índios e<br />

fazendeiros que atualmente ocupam a terra, muitos<br />

deles com título concedido em governos anteriores.<br />

"Nós já falamos com o (então presidente do Supremo<br />

Tribu<strong>na</strong>l Federal) ministro Ayres Britto, já falamos<br />

com o Judiciário. Mas o próprio fato de o Executivo<br />

saber que pode contar com o Legislativo para<br />

solucio<strong>na</strong>r essa questão já é muito importante",<br />

declarou Sarney Filho.<br />

Uma das soluções levantadas, segundo ele, seria a de<br />

indenizar os produtores que têm o título da terra e que<br />

chegaram à região com boa-fé. A partir daí, eles<br />

seriam retirados da reserva indíge<strong>na</strong>. De acordo com o<br />

deputado, não é preciso a aprovação de emenda<br />

constitucio<strong>na</strong>l para isso e a proposta dependeria da<br />

concordância do governo federal. "Isso pressupõe que<br />

o Executivo admita que cometeu um erro, e ele pode<br />

corrigir esse erro", ressaltou.<br />

No Se<strong>na</strong>do, os se<strong>na</strong>dores João Capiberibe (PSB-AP)<br />

e Randolfe Rodrigues (Psol-AP), além da bancada de<br />

Mato Grosso do Sul, Waldemir Moka (PMDB) e<br />

Delcídio Amaral (PT), se preparam para também<br />

visitar a região. O presidente da Comissão de Direitos<br />

Humanos, se<strong>na</strong>dor Paulo Paim (PT-RS) ou a vicepresidente<br />

da comissão, A<strong>na</strong> Rita (PT-ES), devem<br />

acompanhar o grupo.<br />

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TERRA - NOTÍCIAS - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

"Serei tipo um José Alencar", diz<br />

Lewandowski sobre ser vice do <strong>STF</strong><br />

O ministro Ricardo Lewandowski, que assume nesta<br />

quinta-feira como vice-presidente do Supremo<br />

Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>), afirmou que pretende atuar<br />

com discrição no cargo, exercendo um "protagonismo<br />

mínimo". Lewandowski e o novo presidente da Corte,<br />

Joaquim Barbosa, protagonizaram nos últimos três<br />

meses embates acalorados durante o julgamento do<br />

mensalão.<br />

Mensalão Kombat: veja as "batalhas" entre Barbosa e<br />

Lewandowski<br />

"Eu não vou sugerir absolutamente <strong>na</strong>da. Vou ficar<br />

bem quietinho <strong>na</strong> vice, bem vice, vou ser tipo um José<br />

Alencar", disse Lewandowski, referindo-se ao ex-vicepresidente<br />

do governo Lula. Alencar, apesar de ter<br />

exercido o cargo de forma discreta, era um contumaz<br />

crítico de políticas do governo, especialmente dos<br />

juros.<br />

O ministro considera normal as rusgas públicas<br />

trocadas com o futuro presidente do <strong>STF</strong> durante o<br />

mensalão. Na opinião de Lewandowski, as duras<br />

trocas de palavras são pontuais, referem-se ape<strong>na</strong>s a<br />

questões técnicas do julgamento e não devem<br />

contami<strong>na</strong>r o ambiente da Corte após o fim do caso.<br />

"As divergências são sempre em torno de temas<br />

pontuais ou jurídicos. Quando se trata de instituição,<br />

integrantes se unem pela instituição. Desavenças e<br />

divergências pessoais são circunscritas ao julgamento.<br />

Mesmo no lanche, nos cumprimentamos, sentamos<br />

juntos", disse Lewandowski.<br />

O ministro informou que as equipes dos gabinetes dele<br />

e de Barbosa têm conversado desde a sema<strong>na</strong><br />

passada para definir como será a atuação de cada um<br />

no comando do tribu<strong>na</strong>l a partir do dia 20 de<br />

dezembro, quando começa o recesso do Judiciário,<br />

até o início de fevereiro do ano que vem.<br />

Tradicio<strong>na</strong>lmente, o presidente e o vice da Corte se<br />

revezam no plantão do Supremo.<br />

"Estamos acertando as datas, vendo conveniências<br />

para definir quem vai sair primeiro, em qual período. É<br />

praxe que o vice divida com o presidente a gestão da<br />

Corte, sobretudo as limi<strong>na</strong>res durante o recesso. Eu<br />

vou substituir o ministro Joaquim nos momentos que<br />

se fizerem necessários. Vou ter um protagonismo<br />

mínimo, low profile", disse.<br />

A posse de Barbosa e Lewandowski está marcada<br />

para esta quinta-feira, às 15h. Por conta das dores<br />

decorrentes da sacroileíte, Barbosa alterou o<br />

cerimonial. Ao invés de receber os cumprimentos no<br />

tribu<strong>na</strong>l, o novo presidente vai participar de um<br />

coquetel para convidados à noite. A ideia é que ele<br />

descanse entre as duas cerimônias.<br />

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TERRA - NOTÍCIAS - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

"Serei tipo um José Alencar", diz<br />

Lewandowski sobre vice-presidência do <strong>STF</strong><br />

O ministro Ricardo Lewandowski, que assume nesta<br />

quinta-feira como vice-presidente do Supremo<br />

Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>), afirmou que pretende atuar<br />

com discrição no cargo, exercendo um "protagonismo<br />

mínimo". Lewandowski e o novo presidente da Corte,<br />

Joaquim Barbosa, protagonizaram nos últimos três<br />

meses embates acalorados durante o julgamento do<br />

mensalão.<br />

Mensalão Kombat: veja as "batalhas" entre Barbosa e<br />

Lewandowski<br />

"Eu não vou sugerir absolutamente <strong>na</strong>da. Vou ficar<br />

bem quietinho <strong>na</strong> vice, bem vice, vou ser tipo um José<br />

Alencar", disse Lewandowski, referindo-se ao ex-vicepresidente<br />

do governo Lula. Alencar, apesar de ter<br />

exercido o cargo de forma discreta, era um contumaz<br />

crítico de políticas do governo, especialmente dos<br />

juros.<br />

O ministro considera normal as rusgas públicas<br />

trocadas com o futuro presidente do <strong>STF</strong> durante o<br />

mensalão. Na opinião de Lewandowski, as duras<br />

trocas de palavras são pontuais, referem-se ape<strong>na</strong>s a<br />

questões técnicas do julgamento e não devem<br />

contami<strong>na</strong>r o ambiente da Corte após o fim do caso.<br />

"As divergências são sempre em torno de temas<br />

pontuais ou jurídicos. Quando se trata de instituição,<br />

integrantes se unem pela instituição. Desavenças e<br />

divergências pessoais são circunscritas ao julgamento.<br />

Mesmo no lanche, nos cumprimentamos, sentamos<br />

juntos", disse Lewandowski.<br />

O ministro informou que as equipes dos gabinetes dele<br />

e de Barbosa têm conversado desde a sema<strong>na</strong><br />

passada para definir como será a atuação de cada um<br />

no comando do tribu<strong>na</strong>l a partir do dia 20 de<br />

dezembro, quando começa o recesso do Judiciário,<br />

até o início de fevereiro do ano que vem.<br />

Tradicio<strong>na</strong>lmente, o presidente e o vice da Corte se<br />

revezam no plantão do Supremo.<br />

"Estamos acertando as datas, vendo conveniências<br />

para definir quem vai sair primeiro, em qual período. É<br />

praxe que o vice divida com o presidente a gestão da<br />

Corte, sobretudo as limi<strong>na</strong>res durante o recesso. Eu<br />

vou substituir o ministro Joaquim nos momentos que<br />

se fizerem necessários. Vou ter um protagonismo<br />

mínimo, low profile", disse.<br />

A posse de Barbosa e Lewandowski está marcada<br />

para esta quinta-feira, às 15h. Por conta das dores<br />

decorrentes da sacroileíte, Barbosa alterou o<br />

cerimonial. Ao invés de receber os cumprimentos no<br />

tribu<strong>na</strong>l, o novo presidente vai participar de um<br />

coquetel para convidados à noite. A ideia é que ele<br />

descanse entre as duas cerimônias.<br />

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TERRA - NOTÍCIAS - pág.: -. Qua, 20 de Novembro de 2012<br />

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />

Barbosa mudará para sala da presidência no<br />

fi<strong>na</strong>l da sema<strong>na</strong><br />

Débora Zampier Repórter da Agência Brasil Brasília -<br />

No primeiro dia como presidente do Supremo<br />

Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>), o ministro Joaquim Barbosa<br />

despachou hoje (19) do mesmo gabinete em que vem<br />

trabalhando nos últimos anos, no Anexo 2 do <strong>STF</strong>. Ele<br />

só deverá se instalar <strong>na</strong> sala da presidência,<br />

localizada no prédio principal do Tribu<strong>na</strong>l, no fi<strong>na</strong>l da<br />

sema<strong>na</strong>, após tomar posse como presidente efetivo da<br />

Suprema Corte. A transição no comando do <strong>STF</strong> está<br />

sendo executada aos poucos. As tratativas<br />

começaram quando Barbosa foi eleito presidente, em<br />

meados de outubro. Uma comissão coordenou a troca<br />

entre as gestões, mas, até esta noite, ape<strong>na</strong>s alguns<br />

assessores do primeiro escalão eram conhecidos,<br />

como o novo diretor-geral Fer<strong>na</strong>ndo Camargo, então<br />

secretário de Gestão de Pessoas do Tribu<strong>na</strong>l de<br />

Contas da União. No Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Justiça<br />

(CNJ), que também será presidido por Barbosa, a<br />

transição é mais lenta. A expectativa é que as<br />

nomeações saiam durante a sema<strong>na</strong> e, inclusive, após<br />

a posse do presidente, <strong>na</strong> próxima quinta-feira (22).<br />

Tanto no <strong>STF</strong> quanto no CNJ, ocupantes de cargos<br />

comissio<strong>na</strong>dos <strong>na</strong> gestão de Carlos Ayres Britto<br />

devem ser mantidos, mesmo que remanejados para<br />

outras funções. Barbosa assumiu interi<strong>na</strong>mente a<br />

presidência do <strong>STF</strong> no último sábado, quando<br />

começou a valer o decreto de aposentadoria do<br />

ministro Carlos Ayres Britto, que completou 70 anos<br />

no último domingo (18). Na próxima quarta-feira (21),<br />

Barbosa comandará sua primeira sessão plenária<br />

como presidente, acumulando a função com a de<br />

relator da Ação Pe<strong>na</strong>l 470, o processo do mensalão.<br />

Além de coorde<strong>na</strong>r a sessão, o ministro votará<br />

normalmente. A posse oficial será no dia seguinte, em<br />

cerimônia com a presença da presidenta Dilma<br />

Rousseff e dos presidentes do Se<strong>na</strong>do e da Câmara<br />

dos Deputados, José Sarney e Marco Maia. No início<br />

da noite, Barbosa participará de coquetel oferecido por<br />

entidades de classe de juízes em um luxuoso clube de<br />

Brasília. Edição: Fábio Massalli<br />

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