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Folheto Semanal O que é EQM? Meditação e Experiências de ...

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<strong>Folheto</strong> <strong>Semanal</strong><br />

Satsang <strong>Semanal</strong>, Semana: n° 36<br />

<strong>Meditação</strong> e <strong>Experiências</strong> <strong>de</strong> Quase Morte<br />

O <strong>que</strong> <strong>é</strong> <strong>EQM</strong>?<br />

Sant Rajin<strong>de</strong>r Singh Ji Maharaj<br />

Antigamente, qual<strong>que</strong>r estudo ou discussão sobre a vida após a morte na socieda<strong>de</strong> dominante<br />

estava limitado à competência da religião. Tal assunto não era tratado nos col<strong>é</strong>gios, nem nos meios <strong>de</strong><br />

comunicação, nem mesmo nos hospitais. Se algu<strong>é</strong>m tivesse alguma experiência, calava-se por medo<br />

<strong>de</strong> ser chamada <strong>de</strong> “doente mental” ou <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada uma pessoa <strong>que</strong> sofre <strong>de</strong> alucinações.<br />

Por<strong>é</strong>m, <strong>de</strong>pois <strong>que</strong> m<strong>é</strong>dicos e cientistas começaram a <strong>de</strong>tectar casos <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> quase-morte e<br />

a documentá-las, verificaram <strong>que</strong> isso estava ocorrendo a um número tão gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas, <strong>que</strong> não<br />

podiam rejeitar a evidência por mais tempo. Avaliações da personalida<strong>de</strong> revelaram <strong>que</strong> as pessoas<br />

<strong>que</strong> tinham essas experiências eram indivíduos normais e <strong>de</strong> confiança. As investigações m<strong>é</strong>dicas<br />

mostraram semelhanças surpreen<strong>de</strong>ntes, <strong>que</strong> ultrapassam as fronteiras da nacionalida<strong>de</strong>, religião,<br />

origem e condição social. Pessoas <strong>de</strong> diferentes religiões, provenientes <strong>de</strong> países diferentes, <strong>que</strong> nunca<br />

tinham ouvido falar <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> quase-morte, <strong>de</strong>screviam os mesmos episódios. Hoje, essas<br />

experiências têm sido objeto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> atenção por parte dos meios <strong>de</strong> comunicação e se<br />

transformaram em tema comum no meio m<strong>é</strong>dico. Isso abriu caminho para pensarmos em novas<br />

dimensões, <strong>que</strong> existem simultaneamente com nosso mundo físico.<br />

Po<strong>de</strong>mos ver a Luz sem uma <strong>EQM</strong>?<br />

Com o crescente interesse pelas experiências <strong>de</strong> quase-morte, aparece outro estudo. As<br />

pessoas estão começando a indagar se <strong>é</strong> possível chegar a esses reinos do al<strong>é</strong>m sem terem<br />

experimentado a quase-morte. Se esses mundos <strong>de</strong> Luz estão ocorrendo simultaneamente e as pessoas<br />

entram neles continuamente por ocasião <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes quase fatais, por <strong>que</strong> não po<strong>de</strong>mos entrar neles<br />

em outras ocasiões?<br />

Essa pergunta po<strong>de</strong> ser nova para os cientistas mo<strong>de</strong>rnos, mas não o <strong>é</strong> para muitos no Oriente,<br />

para os pensadores da Nova Era, ou para os <strong>que</strong> estudam ioga e meditação. De fato, ter experiências<br />

do al<strong>é</strong>m <strong>é</strong> um dos principais propósitos da meditação. Ela fornece um m<strong>é</strong>todo simples para elevar-se<br />

sobre o corpo, fácil e naturalmente. Estudantes <strong>de</strong>ssa ciência têm sido capazes <strong>de</strong> entrar em contato<br />

com a Luz interior. Essa Luz não está lá apenas para os <strong>que</strong> ultrapassam as portas da morte, no fim <strong>de</strong><br />

suas vidas. Ela está esperando <strong>que</strong> cada um <strong>de</strong> nós tamb<strong>é</strong>m a <strong>de</strong>scubra durante a vida.<br />

A Luz interior <strong>é</strong> uma das principais características <strong>de</strong> uma <strong>EQM</strong>, e a ela tamb<strong>é</strong>m se referem<br />

repetidamente à<strong>que</strong>les <strong>que</strong> se elevam sobre o corpo durante a meditação. Místicos e santos <strong>de</strong><br />

diferentes religiões dão-nos numerosas referências sobre a Luz interior. Na Bíblia há <strong>de</strong>scrições da<br />

Luz divina e dos reinos celestiais. Cristo disse: “Se teu olho for único, todo o teu corpo estará cheio <strong>de</strong><br />

Luz”.<br />

Foi no s<strong>é</strong>culo XV, na Índia, <strong>que</strong> gran<strong>de</strong>s santos, como Kabir Sahib e Guru Nanak, começaram<br />

a ensinar a prática da meditação como uma ciência. Eles mostraram <strong>que</strong> a arte <strong>de</strong> elevar-se sobre o<br />

corpo para experienciar o al<strong>é</strong>m era uma ciência <strong>que</strong> podia ser praticada por qual<strong>que</strong>r pessoa, não<br />

importando sua religião. Por isso, eles ensinaram o m<strong>é</strong>todo para os hindus e para os muçulmanos. Sua<br />

tradição continua, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> essa <strong>é</strong>poca a prática da meditação tem sido divulgada como um m<strong>é</strong>todo <strong>que</strong><br />

po<strong>de</strong> ser seguido por pessoas <strong>de</strong> todas as religiões e nacionalida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> todas as condições <strong>de</strong> vida.<br />

Por meio <strong>de</strong>sse m<strong>é</strong>todo po<strong>de</strong>mos entrar nessas regiões espirituais e encontrar paz, felicida<strong>de</strong> e bemaventurança.<br />

Com essa t<strong>é</strong>cnica, a pessoa po<strong>de</strong> ver a Luz interior fácil e naturalmente, sem ter sofrido um<br />

aci<strong>de</strong>nte e estar quase morta. É um processo <strong>que</strong> po<strong>de</strong> ser realizado diariamente, no conforto <strong>de</strong> nossa<br />

própria casa. Muitos vêem a Luz interior com regularida<strong>de</strong>. A concentração na Luz ajuda-os a<br />

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transcen<strong>de</strong>r o corpo físico, e começam a explorar o al<strong>é</strong>m. Por meio da meditação, a pessoa po<strong>de</strong> viajar<br />

pelo al<strong>é</strong>m e gozar da mesma bem-aventurança e amor <strong>de</strong>scritos por a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> tiveram experiências<br />

<strong>de</strong> quase-morte.<br />

Todos a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> experimentaram a quase-morte <strong>de</strong>screvem um mundo <strong>de</strong> Luz. Devemos<br />

lembrar <strong>que</strong> essas pessoas estavam apenas entrando no umbral do mundo espiritual, quando foram<br />

<strong>de</strong>volvidas a seus corpos para continuar vivendo. Mas a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> meditam po<strong>de</strong>m cruzar o umbral do<br />

al<strong>é</strong>m e explorar mais a<strong>que</strong>las regiões interiores. A Luz <strong>que</strong> as pessoas <strong>de</strong>screvem nas <strong>EQM</strong>s <strong>é</strong> somente<br />

o começo. Quando a pessoa explora ainda mais, encontra regiões <strong>de</strong> Luz mais brilhante e mais et<strong>é</strong>rea.<br />

Aqui neste mundo não po<strong>de</strong>mos imaginar uma luz mais brilhante <strong>que</strong> a do Sol. A<strong>que</strong>les <strong>que</strong> voltaram<br />

da morte clínica <strong>de</strong>screvem uma Luz ainda mais brilhante, mas <strong>que</strong> não fere os olhos. Da mesma<br />

forma, há regiões <strong>de</strong> Luz ainda mais brilhante <strong>que</strong> as <strong>de</strong>scritas pelas pessoas <strong>que</strong> tiveram experiências<br />

<strong>de</strong> quase-morte. §<br />

(Fonte: Paz Interna e Externa por meio da <strong>Meditação</strong> cap.8)<br />

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O Cordão <strong>de</strong> Prata<br />

Sant Darshan Singh Ji Maharaj<br />

Os Mestres do Sant Mat com frequência fazem distinção entre crença e f<strong>é</strong>. Uma, diz ele, <strong>é</strong> alguma<br />

coisa <strong>que</strong> po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar como sendo verda<strong>de</strong>ira sem na realida<strong>de</strong> experimentá-la. Contudo,<br />

quando realmente experienciamos alguma coisa, então nossa crença se transforma em f<strong>é</strong>. No reino do<br />

espírito, uma vez <strong>que</strong> experienciamos os planos divinos por meio da meditação, sabemos com certeza<br />

<strong>de</strong> sua existência. Neste texto Sant Darshan Singh Ji Maharaj <strong>de</strong>screve como a alma viaja<br />

interiormente enquanto permanece ligada ao corpo físico. A literatura mística refere-se a esta ligação<br />

como o “cordão <strong>de</strong> prata”.<br />

O cordão <strong>de</strong> prata <strong>é</strong> a conexão mais <strong>de</strong>licada do corpo físico com os planos mais elevados.<br />

Vem conosco quando assumimos o corpo físico e finalmente quando temos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixá-lo, o cordão <strong>de</strong><br />

prata <strong>é</strong> rompido. Seu tempo <strong>de</strong> duração <strong>é</strong> o mesmo <strong>de</strong> nosso corpo físico. Enquanto os Santos <strong>de</strong>ixam<br />

seus corpos regularmente e à vonta<strong>de</strong> durante suas vidas, você verá <strong>que</strong> outras pessoas — com poucas<br />

exceções — não po<strong>de</strong>m abandonar seus corpos durante suas vidas na Terra. Outras, ainda, não po<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>ixar seus corpos totalmente.<br />

Por essa razão, o cordão <strong>de</strong> prata permanece intocado no caso <strong>de</strong> pessoas <strong>que</strong> nunca tiveram<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar aos p<strong>é</strong>s <strong>de</strong> um Santo, <strong>que</strong> nunca souberam o <strong>que</strong> <strong>é</strong> morrer enquanto se vive, e só<br />

funciona uma vez, e essa ocasião <strong>é</strong> <strong>que</strong> chamamos <strong>de</strong> morte. Mas no caso da<strong>que</strong>les <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m a<br />

arte <strong>de</strong> morrer enquanto ainda vivem e <strong>que</strong> o fazem muitas vezes diariamente, o cordão <strong>de</strong> prata<br />

funciona regularmente, por<strong>que</strong> elas abandonam temporariamente o corpo, ascen<strong>de</strong>ndo aos níveis<br />

superiores, mas mantendo a conexão atrav<strong>é</strong>s <strong>de</strong>le. Eles retornam ao corpo no momento em <strong>que</strong><br />

<strong>de</strong>sejam. Muito sutil e muito <strong>de</strong>licado, o cordão <strong>de</strong> prata <strong>é</strong> a ligação sublime entre nosso corpo e os<br />

planos superiores.<br />

A maioria das pessoas nunca apren<strong>de</strong> a morrer enquanto vivem, não apren<strong>de</strong>m a morrer para<br />

po<strong>de</strong>r começar a viver, e, nesse caso, seu cordão permanece intocado. Nunca o usam e por isso ele se<br />

rompe <strong>de</strong> repente no momento da morte. É uma gran<strong>de</strong> infelicida<strong>de</strong>. O cordão <strong>de</strong> prata <strong>é</strong> como a corda<br />

<strong>de</strong> uma lira ou como o cor<strong>de</strong>l <strong>de</strong> um instrumento <strong>de</strong> uma só corda. Na Índia, temos esse tipo <strong>de</strong><br />

instrumento, <strong>que</strong> <strong>é</strong> chamado <strong>de</strong> ektara. Algumas vezes, muito raramente, nosso Amado Mestre<br />

costumava cantar, mas tive a sorte <strong>de</strong> escutá-lo, acompanhado <strong>de</strong>sse instrumento. A palavra ektara<br />

significa um instrumento com uma corda só. Quando um músico toca esse instrumento, começa com<br />

um to<strong>que</strong> <strong>de</strong>licado, muito suave e em tom baixo, e gradualmente o movimento <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>dos aumenta,<br />

at<strong>é</strong> alcançar um clímax tal <strong>que</strong> eles parecem invisíveis sobre o instrumento. O ritmo e o movimento<br />

dos <strong>de</strong>dos são tão rápidos <strong>que</strong> não se po<strong>de</strong> vê-los.<br />

***<br />

Amiú<strong>de</strong> nosso Hazur Baba Sawan Singh Ji nos falava da condição <strong>de</strong> um Santo, <strong>que</strong> <strong>é</strong> igual a<br />

do pássaro da mitologia hindu abençoado com o dom divino <strong>de</strong> voar da terra ao c<strong>é</strong>u num piscar <strong>de</strong><br />

olhos. Cada vez <strong>que</strong> um Santo Mestre se eleva sobre a consciência do corpo, esse cordão produz a<br />

Música Celestial, já <strong>que</strong> <strong>é</strong> tocado pelo Dedo Celestial. E como vocês sabem, se um instrumento<br />

musical for usado regularmente, permanece em forma, produzindo belas melodias. Mas se um<br />

instrumento musical — neste caso, a<strong>que</strong>le <strong>de</strong> uma corda só — permanecer sem ser usado, abandonado<br />

em algum lugar escuro, imperceptível, então, a seu <strong>de</strong>vido tempo, torna-se enferrujado e <strong>que</strong>bradiço.<br />

Kabir Sahib disse <strong>que</strong> estamos dormindo o tempo todo e <strong>que</strong> somente <strong>de</strong>spertamos quando a<br />

foice do Anjo da Morte golpeia nossas cabeças.<br />

***<br />

Mas no caso dos Santos, e ainda no caso <strong>de</strong> seus discípulos <strong>que</strong> se elevam sobre a consciência<br />

do corpo e se elevam aos níveis superiores pela graça <strong>de</strong> seu Mestre, o instrumento sempre permanece<br />

em bom estado. E como está em bom estado, o Dedo Divino a todo o momento o toca. Torna-se mais<br />

e mais sutil e refinado, e no momento do to<strong>que</strong> final, sem nenhuma dor, <strong>de</strong>ixa-se levar na música<br />

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absorvente. Só essa música nos dá bem-aventurança, tranquilida<strong>de</strong>, paz, imortalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com<br />

os diferentes estados pelos quais o discípulo passa. §<br />

(Fonte: O Segredo dos Segredos, cap3)<br />

O Veículo Perfeito<br />

Sant Darshan Singh Ji Maharaj<br />

Sant Darshan Singh Ji Maharaj fala sobre o <strong>que</strong> <strong>é</strong> viajar nos reinos espirituais interiores por<br />

meio da meditação. Ele chama a isso <strong>de</strong> “viajar atrav<strong>é</strong>s do espaço interior”.<br />

Ao empreen<strong>de</strong>r uma viagem, o veículo utilizado nos proporciona um meio <strong>de</strong> transporte e<br />

ainda <strong>de</strong>fine com <strong>que</strong> rapi<strong>de</strong>z e at<strong>é</strong> on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos viajar. Se <strong>que</strong>remos cruzar o Atlântico e o Pacífico,<br />

não po<strong>de</strong>mos fazê-lo em uma nave <strong>que</strong> precise ser abastecida a cada mil milhas. Se quisermos voar at<strong>é</strong><br />

a Lua, nem se<strong>que</strong>r um jato intercontinental terá utilida<strong>de</strong>. Qual<strong>que</strong>r <strong>que</strong> seja a energia utilizada por<br />

uma ioga em particular, na capacitação para o progresso espiritual, inevitavelmente terá <strong>de</strong> fixar um<br />

limite na exploração interna do aspirante, por<strong>que</strong> essas energias só po<strong>de</strong>m levá-lo at<strong>é</strong> o lugar <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

elas se originam.<br />

No caminho interno, como na vida, os meios não po<strong>de</strong>m ser distintos do fim. Se <strong>de</strong>sejarmos<br />

alcançar as regiões do puro espírito, <strong>de</strong>vemos utilizar para a nossa viagem atrav<strong>é</strong>s do espaço interior<br />

um veículo suficientemente sutil para entrar na<strong>que</strong>les reinos. Em outras palavras, <strong>de</strong>vemos utilizar um<br />

veículo puramente espiritual. Qual<strong>que</strong>r meio inferior, quando muito, nos levará at<strong>é</strong> sua própria fonte, e<br />

nossa jornada ficaria incompleta. É aqui <strong>que</strong> os expoentes da Surat Shabd Yoga dão a mais<br />

revolucionária resposta ao <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>safios — a união com o Criador. O veículo <strong>que</strong> eles<br />

nos oferecem para a jornada interna <strong>é</strong> o veículo do Naam, do Shabd, do Verbo ou Palavra.<br />

Que veículo melhor po<strong>de</strong>-se ter para a jornada atrav<strong>é</strong>s do espaço interior <strong>que</strong> o da Corrente<br />

divina, <strong>que</strong> tudo criou? Se pud<strong>é</strong>ssemos embarcar nele, inverteríamos o processo mediante o qual<br />

<strong>de</strong>scemos a esta vida e voltaríamos à nossa própria Fonte. Se pud<strong>é</strong>ssemos utilizá-lo como uma estrada<br />

ou uma rodovia, po<strong>de</strong>ríamos estar certos <strong>de</strong> <strong>que</strong> chegaríamos at<strong>é</strong> o ponto em <strong>que</strong> o Sem Nome se<br />

expressou como nome e forma. Por essa razão, Nanak disse: “Quem <strong>que</strong>r <strong>que</strong> entre no barco do Naam,<br />

alcança seu <strong>de</strong>stino final”.<br />

A primeira coisa <strong>que</strong> se <strong>de</strong>ve compreen<strong>de</strong>r <strong>é</strong> <strong>que</strong> a Surat Shabd Yoga, essa escola <strong>de</strong><br />

misticismo <strong>que</strong> busca realizar seus objetivos unindo a atenção com o Verbo ou Shabd, escolhe como<br />

veículo para a viagem interna uma energia <strong>de</strong> origem puramente espiritual e <strong>que</strong> po<strong>de</strong> levar-nos at<strong>é</strong><br />

nossa meta suprema. Em comparação, outras formas <strong>de</strong> ioga, no melhor dos casos, po<strong>de</strong>m conduzirnos<br />

a etapas intermediárias; elas usam energias cuja natureza não <strong>é</strong> puramente espiritual e limitam a<br />

extensão do <strong>que</strong> a pessoa po<strong>de</strong> explorar interiormente.<br />

***<br />

Há uma história <strong>que</strong> ilustra a diferença entre a Surat Shabd Yoga e as outras formas <strong>de</strong> ioga.<br />

Um gran<strong>de</strong> santo vivia tranquilamente, perto da margem <strong>de</strong> um rio. Um iogue, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> haver<br />

escutado falar a respeito da gran<strong>de</strong>za do santo, visitou-o. Foi, por<strong>é</strong>m, com mais orgulho do <strong>que</strong><br />

humilda<strong>de</strong>. Era um mestre das formas tradicionais <strong>de</strong> ioga e não podia acreditar <strong>que</strong> esse santo fosse<br />

espiritualmente superior a ele. Nada está oculto aos olhos <strong>de</strong> um Mestre. O Santo conhecia a razão da<br />

visita do iogue, mas recebeu-o com gran<strong>de</strong> humilda<strong>de</strong> e cortesia. Era <strong>de</strong> manhã e o iogue <strong>que</strong>ria entrar<br />

em <strong>de</strong>bate sem perda <strong>de</strong> tempo. Mas, durante anos, o santo ia todas as manhãs orar no templo situado<br />

do outro lado do rio. “Não aprendi o suficiente para discutir com você”, disse-lhe o santo, “e estou<br />

certo <strong>de</strong> <strong>que</strong> tenho muito <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>r com você. Todavia, po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar a discussão para quando eu<br />

voltar do templo on<strong>de</strong> oro diariamente neste horário?”<br />

O iogue aceitou relutante. Então, os dois caminharam at<strong>é</strong> a margem do rio. Quando o santo<br />

começou a caminhar em direção ao bote, o iogue perguntou: “Vai usar um bote para atravessar esse<br />

trecho <strong>de</strong> água?” Quando o Santo acenou afirmativamente, o iogue protestou: “Mas ouvi dizer <strong>que</strong><br />

você <strong>é</strong> um homem <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r espiritual. De <strong>que</strong> isso lhe adianta, se nem se<strong>que</strong>r po<strong>de</strong> cruzar o rio<br />

sem a ajuda <strong>de</strong>sse barco?” O iogue <strong>que</strong>ria utilizar seus po<strong>de</strong>res ióguicos para caminhar sobre a água e<br />

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então começou a preparar-se para fazê-lo. Entretanto, o santo subiu no bote e cruzou o rio. Depois <strong>de</strong><br />

suas orações, voltou como havia ido, <strong>de</strong> barco, e encontrou o iogue ainda na margem do rio, ocupado<br />

em suas práticas. “Foi ao templo?”, perguntou-lhe o santo. “Não”, disse o iogue, “mas acabo <strong>de</strong><br />

completar as práticas preliminares para caminhar sobre a água”.<br />

Esse era o momento <strong>que</strong> o santo estava esperando. Os Mestres são encarnações da humilda<strong>de</strong>,<br />

mas ningu<strong>é</strong>m po<strong>de</strong> superá-los quando dizem a verda<strong>de</strong> direta e <strong>de</strong>spretensiosamente. Então, disse ao<br />

iogue: “Você falou com veemência sobre sua ioga, mas vejo <strong>que</strong> não vale nem se<strong>que</strong>r meio centavo.”<br />

O iogue exclamou cheio <strong>de</strong> ira: “Como se atreve a dizer semelhante coisa?” O santo disse:<br />

“Desperdiçou anos e anos <strong>de</strong> sua vida dominando esses po<strong>de</strong>res ióguicos. No entanto, os resultados <strong>de</strong><br />

suas práticas não têm nenhum valor, por<strong>que</strong> meu bar<strong>que</strong>iro po<strong>de</strong> fazê-lo por meio centavo e em menos<br />

tempo.”.<br />

Se tivermos <strong>que</strong> viajar atrav<strong>é</strong>s <strong>de</strong> um continente inteiro, po<strong>de</strong>mos fazê-lo a p<strong>é</strong>, mas quantos<br />

estariam dispostos a suportar uma prova tão rigorosa como essa? Seria melhor viajar <strong>de</strong> trem, ou<br />

melhor, ainda a bordo <strong>de</strong> um avião. Do mesmo modo, po<strong>de</strong>mos utilizar diferentes meios para viajar e<br />

explorar o espaço interior. Mas nessa era dos aviões supersônicos e foguetes <strong>de</strong> propulsão, o veículo<br />

interno i<strong>de</strong>al preparado para nossa viagem <strong>é</strong> o Naam. Po<strong>de</strong>mos aportar seguindo o caminho da Surat<br />

Shabd Yoga, <strong>que</strong> nos levará at<strong>é</strong> nosso <strong>de</strong>stino final — nosso verda<strong>de</strong>iro Lar — no tempo mais curto<br />

possível. §<br />

(Fonte: As Maravilhas do Espaço Interior, cap. 4)<br />

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Transformação atrav<strong>é</strong>s da Viagem Interior<br />

Sant Rajin<strong>de</strong>r Singh Ji Maharaj<br />

Quando meditamos e entramos em contato com a fonte <strong>de</strong> todo amor <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós,<br />

começamos a irradiar esse amor para os outros. Temos lido a respeito da incrível transformação <strong>que</strong><br />

ocorre com as pessoas <strong>que</strong> têm experiências <strong>de</strong> quase-morte. O breve contato <strong>que</strong> elas têm com o Ser<br />

<strong>de</strong> Luz, e a revisão <strong>de</strong> suas vidas fazem com <strong>que</strong> percebam instantaneamente o <strong>que</strong> <strong>é</strong> importante na<br />

vida. Percebem <strong>que</strong> não po<strong>de</strong>m levar nada <strong>de</strong>ste mundo físico, <strong>que</strong> as únicas coisas <strong>que</strong> vão com elas<br />

são sua alma e o registro <strong>de</strong> seus pensamentos, palavras e ações. Elas veem o quanto <strong>é</strong> importante ser<br />

amoroso e prestativo para com os outros neste mundo. Isso <strong>é</strong> o <strong>que</strong> conta no outro mundo. Verificam<br />

<strong>que</strong> as pe<strong>que</strong>nas coisas da vida <strong>que</strong> causam estresse e tensões não parecem importantes, quando<br />

compreen<strong>de</strong>m <strong>que</strong> este mundo físico não <strong>é</strong> realida<strong>de</strong>, mas uma ilusão; quando percebem <strong>que</strong> seu ser<br />

real não <strong>é</strong> o corpo, mas a alma. Por isso, elas mudam totalmente seu modo <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r, quando<br />

retornam a suas vidas. Percebem <strong>que</strong> há um gran<strong>de</strong> propósito para a vida: sermos capazes <strong>de</strong> conhecer<br />

nosso verda<strong>de</strong>iro ser e conhecer Deus. Reconhecem o valor <strong>de</strong> ter um relacionamento amável com os<br />

outros e do serviço à humanida<strong>de</strong> neste mundo. Começam a preocupar-se com as outras pessoas e<br />

procuram levar alegria à vida dos outros.<br />

Experimentamos essa mesma transformação com a meditação. O amor começa a irradiar <strong>de</strong><br />

nós para toda a humanida<strong>de</strong>. Quando entramos em constante contato com a Luz e o amor interiores,<br />

essa divinda<strong>de</strong> começa a esten<strong>de</strong>r-se <strong>de</strong> nós para todos a<strong>que</strong>les com <strong>que</strong>m nos encontramos.<br />

Começamos a amar a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> estão a nossa volta, e os outros obtêm gran<strong>de</strong> paz e consolo em nossa<br />

presença. Começamos a <strong>de</strong>senvolver amor por toda a criação. Tornamo-nos gentis e amáveis com<br />

todos, incluindo os animais e as esp<strong>é</strong>cies mais inferiores <strong>de</strong> vida. Assim como nunca pensaríamos em<br />

prejudicar algu<strong>é</strong>m em nossa família, da mesma forma nos tornamos pacíficos e amáveis com todos na<br />

gran<strong>de</strong> família <strong>de</strong> Deus. Transformamo-nos em morada <strong>de</strong> todas as virtu<strong>de</strong>s <strong>é</strong>ticas.<br />

Se cada um <strong>de</strong> nós apren<strong>de</strong>sse a arte da meditação, este mundo se encheria <strong>de</strong> pessoas<br />

pacíficas e bondosas. Seria o fim das guerras e conflitos. Cada um <strong>de</strong> nós alcançaria a paz e a<br />

felicida<strong>de</strong> interiores, e ajudaríamos a irradiá-las para todos a<strong>que</strong>les em nosso redor. Não obteríamos<br />

apenas a paz interior, mas tamb<strong>é</strong>m a paz exterior. Po<strong>de</strong>ríamos, então, afirmar como Sant Darshan<br />

Singh Ji em seus versos:<br />

Aprendi a amar toda a criação como minha própria,<br />

Tua mensagem <strong>de</strong> amor <strong>é</strong> o próprio sentido <strong>de</strong> minha vida.<br />

Os santos e místicos vêm para compartilhar com toda a humanida<strong>de</strong> a Luz, a paz e a felicida<strong>de</strong><br />

<strong>que</strong> encontraram, vêm para mostrar-nos a Luz, a fim <strong>de</strong> <strong>que</strong> possamos experimentar mais felicida<strong>de</strong>,<br />

tranquilida<strong>de</strong> e paz do <strong>que</strong> jamais po<strong>de</strong>ríamos sonhar. Não temos <strong>de</strong> esperar at<strong>é</strong> a morte para<br />

experienciar os mundos do al<strong>é</strong>m. Não precisamos se<strong>que</strong>r <strong>de</strong> uma experiência <strong>de</strong> quase-morte, e <strong>de</strong><br />

todo o trauma físico <strong>que</strong> isso traz, para encontrarmos a Luz interior. Essa Luz está esperando <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

cada um <strong>de</strong> nós neste momento mesmo. Por meio da meditação, cada um <strong>de</strong> nós po<strong>de</strong> encontrá-la. §<br />

(Fonte: Paz Interna e Externa por meio da <strong>Meditação</strong>, cap. 8)<br />

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