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SISTEMA DE TELEMETRIA BASEADO EM GPS/GPRS PARA ... - GSE

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDA<strong>DE</strong> CATÓLICA DO RIO GRAN<strong>DE</strong> DO SUL<br />

FACULDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> ENGENHARIA – FACULDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> INFORMÁTICA<br />

CURSO <strong>DE</strong> ENGENHARIA <strong>DE</strong> COMPUTAÇÃO<br />

<strong>SIST<strong>EM</strong>A</strong> <strong>DE</strong> <strong>TEL<strong>EM</strong>ETRIA</strong> <strong>BASEADO</strong> <strong>EM</strong> <strong>GPS</strong>/<strong>GPRS</strong> <strong>PARA</strong><br />

TRANSFORMADORES <strong>DE</strong> MÉDIO E <strong>DE</strong> GRAN<strong>DE</strong> PORTE<br />

TRABALHO <strong>DE</strong> CONCLUSÃO <strong>DE</strong> CURSO<br />

ENGENHARIA <strong>DE</strong> COMPUTAÇÃO<br />

AUTORES:<br />

CAROLINA MOMO METZLER<br />

MARCELO GRANDI MAN<strong>DE</strong>LLI<br />

RAFAEL N<strong>EM</strong>ETZ<br />

ORIENTADOR:<br />

EDUARDO AUGUSTO BEZERRA<br />

PORTO ALEGRE, 28 <strong>DE</strong> NOV<strong>EM</strong>BRO <strong>DE</strong> 2008.


AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS<br />

Ao Professor Doutor Engenheiro Eduardo Augusto Bezerra pela sua orientação,<br />

incentivo e oportunidades de aprendizado.<br />

Ao Professor Engenheiro Edgar Bortolini por indicar as informações mais<br />

relevantes para o estudo da viabilidade econômica do projeto.<br />

Ao Mestre em Ciência da Computação Mateus Raeder pelo auxílio referente à<br />

elaboração de textos técnicos.<br />

Ao Engenheiro Leandro Heck pelo auxílio com Javascript.<br />

Aos engenheiros da TRAFO Equipamentos Elétricos S/A Diretor Paulino Ribas,<br />

Fernando Borges, José Bernardo Lehen e José Nemetz por permitir a entrada do grupo<br />

na empresa, disponibilizar na fábrica um transformador para realização de testes e<br />

discutir as últimas tecnologias de monitoramento de transformadores.<br />

À Tecnóloga em Telemática Daniele Ribeiro Delmiro pelo auxílio na pesquisa<br />

de preços dos equipamentos envolvidos.<br />

Aos colegas Bruno de Souza Oliveira e Cícero Pitombo pelo auxílio com<br />

questões operacionais do módulo XT65.<br />

Aos familiares pelo suporte e incentivo na elaboração do trabalho.


RESUMO<br />

Este documento tem por objetivo descrever um sistema de telemetria baseado<br />

em <strong>GPS</strong>/<strong>GPRS</strong> para monitorar informações sobre temperatura e umidade em pontos<br />

estratégicos de transformadores a óleo de médio e de grande porte. São propostas<br />

também alternativas para incorporar monitoramento de tensão e corrente ao sistema.<br />

Além da descrição do projeto, desenvolvimento e funcionamento do sistema,<br />

este documento realiza também uma discussão das tecnologias envolvidas, incluindo<br />

transformadores, sensores, microcontroladores, sistemas WEB e tecnologias<br />

<strong>GPS</strong>/<strong>GPRS</strong>.


ABSTRACT<br />

This document aims to describe a <strong>GPS</strong>/<strong>GPRS</strong> based telemetry system to track<br />

information on temperature and humidity in strategic points of medium and large size<br />

oil transformers. Alternatives for voltage and current measurements are also proposed.<br />

This document describes not only the design and development process, but also<br />

employed technologies including transformers, sensors, microcontrollers, WEB<br />

applications, and <strong>GPS</strong>/<strong>GPRS</strong>.


I. SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 1<br />

1.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................................................................... 3<br />

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................................................. 3<br />

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ............................................................................................................................... 4<br />

2 TECNOLOGIAS ENVOLVIDAS................................................................................................................... 5<br />

2.1 TRANSFORMADORES ..................................................................................................................................... 5<br />

2.1.1 Princípio de Funcionamento ...................................................................................................... 5<br />

2.1.2 Diferentes Tipos de Transformadores e suas Aplicações ........................................................... 6<br />

2.1.3 Transformadores a Óleo de Médio e de Grande Porte .............................................................. 9<br />

2.2 SENSORES ................................................................................................................................................. 11<br />

2.2.1 Sensores Utilizados no Sistema ............................................................................................... 12<br />

2.2.1.1 Sensor de Temperatura PT-100 ......................................................................................................... 12<br />

2.2.1.2 Sensor de Umidade SHT7X ................................................................................................................ 13<br />

2.3 MICROCONTROLADORES .............................................................................................................................. 14<br />

2.3.1 Conversor AD/DA MSC1211 .................................................................................................... 15<br />

2.3.2 Conversor A/D do MSC1211 .................................................................................................... 16<br />

2.3.3 Placa Microcontrolada ............................................................................................................ 19<br />

2.3.3.1 Placa QSK26A ..................................................................................................................................... 19<br />

2.3.3.2 Placa Equipada com MSC1211 ........................................................................................................... 22<br />

2.4 MONITORAMENTO <strong>DE</strong> TENSÃO E CORRENTE .................................................................................................... 23<br />

2.5 <strong>GPS</strong> ......................................................................................................................................................... 26<br />

2.5.1 Aplicações ................................................................................................................................ 27<br />

2.5.2 Protocolo NMEA ...................................................................................................................... 29<br />

2.6 GSM ....................................................................................................................................................... 29<br />

2.6.1 Freqüências de Operação ........................................................................................................ 30<br />

2.6.2 Mobile Station ......................................................................................................................... 31<br />

2.6.3 Arquitetura da Rede ................................................................................................................ 31<br />

2.6.3.1 Network and Switching Subsystem.................................................................................................... 32<br />

2.6.3.2 Base Station Subsystem (BSS) ............................................................................................................ 34<br />

2.6.3.3 Network Menagement Subsystem (NMS) ......................................................................................... 35<br />

2.6.4 <strong>GPRS</strong> (General Packet Radio Service) ...................................................................................... 35<br />

2.7 MÓDULO XT65 ......................................................................................................................................... 36<br />

2.8 WEB ....................................................................................................................................................... 37<br />

I


2.8.1 PHP .......................................................................................................................................... 37<br />

2.8.2 Banco de Dados MySQL ........................................................................................................... 38<br />

2.8.3 JavaScript................................................................................................................................. 38<br />

2.8.4 Google Maps ........................................................................................................................... 39<br />

2.8.4.1 API do Google Maps .......................................................................................................................... 39<br />

3 ESPECIFICAÇÃO FUNCIONAL DO <strong>SIST<strong>EM</strong>A</strong> ............................................................................................ 40<br />

4 PROJETO DO <strong>SIST<strong>EM</strong>A</strong> ......................................................................................................................... 43<br />

4.1 PROGRAMAÇÃO DA PLACA ........................................................................................................................... 43<br />

4.2 INTERFACE DA PLACA COM O PT-100 ............................................................................................................. 49<br />

4.3 INTERFACE DA PLACA COM O SHT71 .............................................................................................................. 53<br />

4.4 INTERFACE DA PLACA COM O MÓDULO XT65 .................................................................................................. 56<br />

4.5 ALIMENTAÇÃO ........................................................................................................................................... 57<br />

4.6 <strong>SIST<strong>EM</strong>A</strong> WEB ........................................................................................................................................... 58<br />

4.6.1 Banco de Dados SQL ................................................................................................................ 58<br />

4.6.2 Programação do Módulo XT65 ................................................................................................ 60<br />

4.6.3 Página WEB ............................................................................................................................. 65<br />

5 CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................... 70<br />

5.1 TESTES REALIZADOS .................................................................................................................................... 70<br />

5.2 VIABILIDA<strong>DE</strong> ECONÔMICA............................................................................................................................. 73<br />

5.3 <strong>SIST<strong>EM</strong>A</strong>S COMERCIAIS <strong>DE</strong> MONITORAMENTO <strong>DE</strong> TRANSFORMADORES ................................................................. 75<br />

5.4 CONCLUSÃO E PROJETOS FUTUROS ................................................................................................................ 76<br />

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 78<br />

ANEXO A (CRONOGRAMA <strong>DE</strong> ATIVIDA<strong>DE</strong>S) ................................................................................................ 82<br />

II


II. ÍNDICE <strong>DE</strong> SIGLAS E ABREVIATURAS<br />

A/D – Analógico / Digital<br />

AC – Authentication Centre<br />

API – Application Programming Interface<br />

ASCII – American Standard Code for Information Interchange<br />

AVR – Automatic Voltage Regulator<br />

BSC – Base Station Controller<br />

BSS – Base State Subsystem<br />

BSS – Base Station Subsystem<br />

BTS – Base Transceiver Station<br />

CI – Circuito Integrado<br />

CPU – Central Processing Unit<br />

CRC – Cyclic Redundancy Check<br />

D/A – Digital / Analógico<br />

DMAC – Data Management and Communications<br />

E-GSM – Global System for Mobile Communications Extension<br />

EIR – Equipment Identify Register<br />

ERB – Estação Rádio Base<br />

ETSI – European Telecommunication Standards Institute<br />

FDMA – Frequency Division Multiple Access<br />

GIF – Graphics Interchange Format<br />

III


GLONASS – Global Navigation Satellite System<br />

GND - Ground<br />

<strong>GPRS</strong> – General Packet Radio Service<br />

<strong>GPS</strong> – Global Positioning System<br />

GSM – Global System for Mobile Communications<br />

HEW – High-performance Embedded Workshop Software<br />

HLR – Home Location Register<br />

HTML – Hypertext Markup Language<br />

HTTP – Hypertext Transfer Protocol<br />

I/O – Input / Output<br />

I2C – Inter-Integrated Circuit<br />

I<strong>DE</strong> – Integrated Development Environment<br />

ILS – Instrument Landing System<br />

IMEI – International Mobile Equipment Identify<br />

JFE – Jens File Editor<br />

J2ME - Java 2 Micro Edition<br />

LCD – Liquid Crystal Display<br />

ME – Mobile Equipment<br />

MS – Mobile Station<br />

MSC – Mobile Services Switching Centre<br />

NDB – Non Directional Beacon<br />

NMEA – National Marine Electronics Association<br />

IV


NMS – Network Management Subsystem<br />

NSS – Network and Switching Subsystem<br />

PC – Personal Computer<br />

PDA – Personal Digital Assistant<br />

PHP – Hypertext Preprocessor<br />

PLL – Phase-Locked Loop<br />

PS2 – Padrão de Conector Criado pela IBM<br />

PRT – Platinium Resistance Thermometer<br />

PWM – Pulse Width Modulation<br />

RAM – Random Access Memory<br />

ROM – Read Only Memory<br />

RS232 – Padrão para Transmissão de Dados Seriais<br />

RS485 – Padrão para Transmissão de Dados Seriais<br />

RTD – Resistance Temperature Detector<br />

SDCC – Small Device C Compiler<br />

SIM – Subscriber Identity Module<br />

SMD – Surface Mount Device<br />

SMS – Short Message Service<br />

SQL – Structured Query Language<br />

TC – Transformador de Corrente<br />

TDMA – Time Division Multiple Access<br />

TP – Transformador de Potencial<br />

V


UART – Universal Asynchronous Receiver/Transmitter<br />

uC – Microcontrolador<br />

USB – Universal Serial Bus<br />

VLR – Visitor Location Register<br />

VOR – Very High Frequence Omnidirectional Range<br />

WEB – World Wide Web<br />

VI


III. ÍNDICE <strong>DE</strong> FIGURAS<br />

Figura 1 - Princípio de Funcionamento de um Transformador ............................................. 6<br />

Figura 2 - PT-100 Utilizado no Sistema ............................................................................ 13<br />

Figura 3 - SHT71 [11] ...................................................................................................... 13<br />

Figura 4 - Interface do Sensor SHT com o uC [11] ........................................................... 13<br />

Figura 5 - Elementos de um Microcontrolador .................................................................. 14<br />

Figura 6 - Conversor AD/DA MSC1211 ........................................................................... 16<br />

Figura 7 - Representação Simplificada de um Conversor A/D ........................................... 17<br />

Figura 8 - Arquitetura do Conversor A/D do MSC1211 [14] ............................................. 17<br />

Figura 9 - Multiplexador do Conversor A/D do MSC1211 [14] ........................................ 18<br />

Figura 10 - Placa QSK26A ............................................................................................... 20<br />

Figura 11 - Conversor A/D da Placa QSK26A .................................................................. 21<br />

Figura 12 - Placa Microcnotrolada Utilizada no Sistema ................................................... 22<br />

Figura 13 - AVR da Treetech e AVR Tapcon 250 da Reinhausen [21][22] ........................ 26<br />

Figura 14 - Arquitetura da Rede GSM [32] ....................................................................... 32<br />

Figura 15 - Funcionamento do Sistema ............................................................................. 41<br />

Figura 16 - Placa com MSC1211 ...................................................................................... 43<br />

Figura 17 - Jens File Editor ............................................................................................... 45<br />

Figura 18 - Display LCD .................................................................................................. 47<br />

Figura 19 - Diagrama de Atividades do Software que roda no MSC1211 .......................... 48<br />

Figura 20 - Diagrama Elétrico da Interface com o PT-100 ................................................ 50<br />

Figura 21 - Régua de Bornes ............................................................................................. 51<br />

Figura 22 - Saída do PT-100 a 3 fios ................................................................................. 51<br />

Figura 23 - Placa Para Adaptação do SHT71..................................................................... 54<br />

Figura 24 - Leitura da Umidade Relativa do Ar - Umidade = 2356 = 75.79% [11] .......... 55<br />

Figura 25 - Demonstração da Não Linearidade da Umidade Relativa [11] ......................... 56<br />

Figura 26 - Protocolo de Comunicação da Placa com Módulo XT65 ................................. 57<br />

Figura 27 - NetBeans [44] ................................................................................................. 61<br />

Figura 28 - Diagrama de Atividades do Programa que Roda no Módulo XT65 ................. 64<br />

Figura 29 - Página Inicial .................................................................................................. 65<br />

Figura 30 - Acesso à Área Restrita .................................................................................... 66<br />

VII


VIII<br />

Figura 31 - Mapa com Localização dos Transformadores.................................................. 66<br />

Figura 32 - Mapa Mostrando Informações Atuais sobre um Transformador ...................... 67<br />

Figura 33 - Busca por Tabela ............................................................................................ 67<br />

Figura 34 - Configuração de Freqüência e Alarmes ........................................................... 68<br />

Figura 35 - Gerência de Alarmes ...................................................................................... 69<br />

Figura 36 - Gráfico de Temperatura Gerado pelo Aplicativo ............................................. 69<br />

Figura 37 - Transformador Utilizado para Testes .............................................................. 71<br />

Figura 38 - Inserção do SHT71 no Tubo de Sílica Gel ...................................................... 72<br />

Figura 39 - Compartimentos do Transformador para PT-100s ........................................... 72<br />

Figura 40 - Gráfico das Medições Realizadas Durante o Teste .......................................... 73


IV. ÍNDICE <strong>DE</strong> TABELAS<br />

Tabela 1 - Estimativa do Preço dos Equipamentos do Sistema .......................................... 73<br />

Tabela 2 - Estimativa do Preço de Transformadores .......................................................... 74<br />

IX


1 INTRODUÇÃO<br />

A popularização da telefonia móvel digital impulsionou pesquisas científicas<br />

visando sempre melhorar a qualidade do sinal, a taxa de transmissão e a segurança das<br />

redes sem fio. Hoje existem sistemas que, além de voz, permitem transmitir dados em<br />

alta velocidade. Como as redes de telefonia móvel abrangem uma quantidade<br />

considerável de cidades brasileiras, se tornam uma ótima ferramenta para além da<br />

transmissão de dados entre celulares, transmitir dados entre equipamentos, eliminando a<br />

necessidade de cabos de dados.<br />

Com a possibilidade de monitorar informações à distância, um grande número<br />

de aplicações tem surgido para estas redes. Entre estas, podem ser citadas as aplicações<br />

de telemetria, que consistem em monitorar remotamente quaisquer tipos de sensores e<br />

medidas que possam ser convertidas em sinais digitais, muito usada na agricultura,<br />

coletando informações climáticas de pontos estratégicos da plantação, ou em ambientes<br />

industriais que necessitem monitoramento constante de temperatura, pressão, umidade,<br />

entre outras grandezas. Mais poder ainda ganha a telemetria quando adicionamos a ela<br />

outras tecnologias como sistemas de <strong>GPS</strong> (Global Positioning System).<br />

Fornecendo as coordenadas exatas de localização, o <strong>GPS</strong> somado a um sistema<br />

de telemetria e rede sem fio, pode disponibilizar remotamente informações sobre<br />

localização do objeto monitorado. Na atualidade, as aplicações que mais tiram proveito<br />

destas tecnologias integradas são nos segmentos da agro-pecuária, automobilismo e<br />

aviação. São aplicações onde é interessante conhecer a localização dos objetos<br />

monitorados e suas características.<br />

No entanto, existem ainda diversas aplicações necessitando de telemetria e que<br />

ainda não foram adequadamente exploradas, como é o caso do sistema que será<br />

apresentado aqui. Este trabalho trata de um sistema de telemetria para transformadores a<br />

óleo de médio e de grande porte.<br />

1


Normalmente a coleta de informações dos transformadores em campo para<br />

manutenção e verificação se dá através de visitas técnicas periódicas, nas quais um<br />

técnico realiza a coleta de amostras de óleo e observa as medições locais de tensão,<br />

corrente, temperatura e umidade [1]. Já existem alguns sistemas que fornecem estas<br />

medições de forma digital e que facilitam a avaliação dos transformadores. A maioria<br />

destes sistemas, porém, possui apenas saída de dados serial RS232 ou o padrão mais<br />

moderno RS485 para monitoramento remoto, que inviabiliza cabos com distâncias<br />

maiores que 1200 metros [2].<br />

No transformador, a instalação de um sensor interno que mensura a temperatura<br />

do óleo e outro externo, mensurando a temperatura ambiente, permite a obtenção da<br />

temperatura de elevação do topo do óleo, que indica falhas e desgastes nos materiais de<br />

isolamento. No cano de respiro que coloca o ar em contanto com o óleo interno se faz<br />

interessante a instalação de um sensor de umidade. A umidade pode contaminar o óleo e<br />

seu monitoramento indica a hora exata de trocar a sílica gel que é responsável por retirar<br />

a umidade que entra no aparelho.<br />

A visualização remota de gráficos históricos sobre as variáveis observadas serve<br />

como uma ferramenta de estudo sobre o comportamento dos transformadores. A<br />

possibilidade da realização de estudos como a relação da corrente com a temperatura, a<br />

corrente consumida nas diversas fases do ano e a influência do controle da umidade na<br />

preservação do transformador acrescentam ainda mais valor ao sistema.<br />

Com a crescente utilização de transformadores ou subestações móveis, a<br />

localização exata destas unidades poderá reduzir o tempo de tomada de decisão frente a<br />

situações de emergência que normalmente ocorrem em sistemas de transmissão e<br />

distribuição de energia elétrica. As subestações móveis minimizam perdas decorrentes<br />

de falhas ou interrupção do fornecimento de energia elétrica que podem resultar em<br />

multas de altíssimo valor. Para os transformadores fixos, a localização servirá como<br />

forma de identificação da unidade.<br />

Sendo assim, este trabalho visa utilizar tecnologias de sensores,<br />

microcontroladores, redes de telefonia celular sem fio, sistemas de localização e Internet<br />

para suprir as carências que ainda existem no mercado de telemetria para<br />

transformadores. À longa distância, sem necessidade de ir a campo, o técnico terá<br />

2


conhecimento prévio de informações importantes para verificações de rotina,<br />

necessidade de troca de peças, ou busca de algum problema específico.<br />

1.1 OBJETIVO GERAL<br />

O objetivo geral do sistema é disponibilizar na Internet um mapa mostrando a<br />

localização e dados atuais ou gráficos históricos sobre temperatura e umidade em pontos<br />

pré-determinados dos transformadores equipados com o sistema. O documento<br />

apresenta também alternativas para incorporar ao sistema a capacidade de<br />

monitoramento de tensão e corrente da rede.<br />

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS<br />

- Estudar transformadores de potência e suas necessidades atuais de supervisão e<br />

monitoramento remoto;<br />

- exercitar, em uma aplicação real, os conceitos de programação em linguagem C<br />

para sistemas embarcados;<br />

- realizar a interface entre diferentes tipos de sensores externos (digitais e analógicos)<br />

com um microcontrolador comercial;<br />

- efetuar a comunicação entre diferentes módulos microprocessados que funcionam<br />

em diferentes plataformas;<br />

- estudar o funcionamento da rede de telefonia celular GSM/<strong>GPRS</strong>;<br />

- estudar o módulo <strong>GPS</strong>/<strong>GPRS</strong> XT65 da Siemens;<br />

- programar o módulo XT65 em Java para coletar dados da porta serial, enviar dados<br />

por <strong>GPRS</strong>, receber mensagens SMS e adquirir sua posição por <strong>GPS</strong>;<br />

- estudar o protocolo de <strong>GPS</strong> NMEA para coletar apenas informações relevantes e<br />

reduzir a quantidade de informações transmitidas;<br />

- construir um servidor na linguagem de programação PHP onde serão postados os<br />

dados emitidos por <strong>GPRS</strong>;<br />

3


- utilizar softwares para criar layouts de páginas HTML;<br />

- construir um banco de dados SQL para armazenar informações históricas sobre as<br />

variáveis monitoradas;<br />

- integrar todas as tecnologias estudadas e fazê-las funcionar em conjunto;<br />

- realizar testes reais em transformadores de potência;<br />

- analisar resultados obtidos e potencialidades de sucesso do produto no mercado;<br />

- adquirir experiência e conhecer os problemas de gestão de projetos na área de<br />

engenharia de computação.<br />

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO<br />

No Capítulo 1 foi realizada uma introdução aos sistemas de telemetria. Foram<br />

apresentadas as carências do mercado na área e as principais motivações que<br />

determinaram as características do sistema construído. Os objetivos gerais e específicos<br />

do trabalho também foram expostos neste capítulo. No Capítulo 2 é apresentada a<br />

fundamentação teórica de todas as tecnologias envolvidas no sistema, tais como<br />

transformadores, sensores, microcontroladores, opções para monitoramento de tensão e<br />

corrente, <strong>GPS</strong>, GSM, módulo XT65 da Siemens e sistemas WEB. O Capítulo 3<br />

apresenta a especificação funcional do sistema. Ele descreve como devem ser o seu<br />

funcionamento e comportamento. O Capítulo 4 apresenta a descrição completa a<br />

respeito da construção do projeto. O capítulo contém relatórios detalhados sobre as<br />

diferentes etapas da construção. No Capítulo 5 estão os testes realizados, questões<br />

financeiras referentes à viabilidade econômica do projeto, sistemas comerciais de<br />

monitoramento de transformadores, projetos futuros e demais conclusões a respeito de<br />

todo o trabalho. No Capítulo 6 estão as referências bibliográficas.<br />

4


2 TECNOLOGIAS ENVOLVIDAS<br />

2.1 TRANSFORMADORES<br />

Transformadores são máquinas eletromagnéticas que, no seu conceito mais<br />

simples, transformam um nível de tensão elétrica em outro com o objetivo de transmitir<br />

energia a um baixo custo (elevação da tensão) ou adequar este nível para sua utilização<br />

de forma segura dentro das residências e indústrias (rebaixamento da tensão) [3].<br />

Basicamente um transformador consiste de bobinas de um material condutor<br />

(cobre ou alumínio), um núcleo magnético formado por diversas chapas de FeSi (ferro<br />

silício), cantoneiras de ferro que prensam o núcleo, materiais isolantes especiais e óleo<br />

isolante no caso de transformadores a óleo.<br />

2.1.1 PRINCÍPIO <strong>DE</strong> FUNCIONAMENTO<br />

A transformação de um nível de tensão para outro se dá pela indução<br />

eletromagnética através do núcleo de FeSi. Ao se energizar uma das bobinas<br />

(enrolamento primário) com uma tensão elétrica, na outra bobina (enrolamento<br />

secundário) surge uma tensão elétrica proporcional ao número de espiras. Esta<br />

transferência de tensão ocorre sem qualquer contato físico entre as bobinas, estando<br />

baseada no princípio eletromagnético da lei de Faraday [4] (variação do fluxo de<br />

indução causa tensão induzida).<br />

5


Figura 1 - Princípio de Funcionamento de um Transformador<br />

V1<br />

N1<br />

I2<br />

Fórmula: = = [5]<br />

V 2 N2<br />

I1<br />

V1 = Tensão de entrada<br />

V2 = Tensão de saída<br />

I1 = Corrente de entrada<br />

I2 = Corrente de saída<br />

N1 = Número de espiras do enrolamento primário<br />

N2 = Número de espiras do enrolamento secundário<br />

Observa-se na Figura 1 que o transformador encontra-se com o enrolamento<br />

secundário em aberto (circuito em vazio). No momento em que forem interligados os<br />

terminais do secundário através de uma carga ou mesmo um curto circuito direto, obter-<br />

se-á a circulação de correntes inversamente proporcionais à tensão.<br />

2.1.2 DIFERENTES TIPOS <strong>DE</strong> TRANSFORMADORES E SUAS APLICAÇÕES<br />

Existem diversos tipos de transformadores disponíveis comercialmente, que se<br />

diferenciam conforme as aplicações a que se destinam. Entre os mais conhecidos pode-<br />

se citar: transformadores elétricos de potência, transformadores elétricos de distribuição,<br />

autotransformadores, reguladores de tensão, transformadores de corrente e de potencial,<br />

transformadores secos, transformadores de aterramento, reatores, transformadores ou<br />

subestações móveis e transformadores para circuitos eletrônicos [6].<br />

- Transformadores Elétricos de Potência<br />

6


Transformadores de médio e de grande porte utilizados para a<br />

transformação de grandes potências no sistema elétrico de potência das<br />

concessionárias de energia elétrica. Podem estar nas usinas para elevação e<br />

posterior transmissão em grandes distâncias e para rebaixamento próximo aos<br />

grandes centros de consumo urbano.<br />

- Transformadores Elétricos de Distribuição<br />

Transformadores utilizados para o rebaixamento da tensão junto aos<br />

pontos de consumo final. São os transformadores mais conhecidos, pois se<br />

encontram presos aos postes nas ruas ou dentro de cabines em grandes prédios e<br />

indústrias.<br />

- Autotransformadores<br />

São transformadores que podem ser enquadrados nos dois itens<br />

anteriores. O diferencial é que o enrolamento primário e secundário encontram-<br />

se fisicamente interligados na mesma bobina. Isto ocorre por questões<br />

econômicas (parte do enrolamento é utilizada tanto para o primário quanto para<br />

o secundário). O principal fator para sua utilização é que a diferença de tensão<br />

especificada entre a sua entrada e a sua saída seja pequena (50% ou menos).<br />

- Reguladores de Tensão<br />

São transformadores utilizados para manter a saída de tensão constante<br />

em um determinado nível nas redes elétricas que sofrem oscilações dentro de<br />

uma determinada faixa. Estas oscilações podem provocar sérios prejuízos tanto<br />

para um sistema de grande potência quanto para uma pequena carga residencial,<br />

danificando aparelhos e prejudicando o sistema elétrico.<br />

- Transformadores de Corrente (TC) e de Potencial (TP)<br />

São transformadores utilizados para medição e proteção das redes<br />

elétricas. Rebaixam a corrente (TC) e/ou a tensão (TP) para níveis adequados<br />

aos instrumentos de medição ou de proteção. Devem apresentar uma exatidão<br />

dentro das especificações requeridas para a sua aplicação.<br />

7


- Transformadores Secos<br />

São transformadores que possuem a vantagem de terem uma baixa<br />

manutenção por não utilizarem o óleo isolante. Possuem características que<br />

atendem requisitos de segurança referentes a não propagação de fogo em casos<br />

de falhas. A limitação do seu uso está focada em problemas de desenvolvimento<br />

técnico para tensões acima de 38kV e nas altas potência por tornar-se<br />

economicamente inviável.<br />

- Transformadores de Aterramento<br />

São transformadores especiais utilizados em “sistemas trifásicos sem<br />

neutro, com a finalidade de prover um neutro acessível onde o sistema possa ser<br />

aterrado” [7].<br />

- Reatores<br />

São transformadores utilizados para ligar em paralelo nas redes elétricas<br />

com o objetivo de manter uma carga indutiva mínima mantendo as<br />

características elétricas da rede dentro de parâmetros aceitáveis. Também<br />

existem reatores que são instalados em série com a rede, objetivando inserir uma<br />

impedância para limitação dos níveis de curto circuito.<br />

- Transformadores e Subestações Móveis<br />

São transformadores cujo projeto é específico para a sua adaptação sobre<br />

caminhões semi-reboques, sendo de grande importância aspectos como<br />

dimensão, peso e redução de vibração, uma vez que deverão transitar pelas<br />

estradas. São utilizados para substituir transformadores que apresentam defeitos,<br />

minimizando o tempo de corte de energia elétrica, fato que também minimiza os<br />

altos custos das multas que são impostas às empresas de energia nestes casos.<br />

São aproveitados também para manutenções programadas por trazerem<br />

rapidamente uma pronta substituição do transformador a ser revisado.<br />

Já existem diversos transformadores móveis cujo óleo isolante tipo<br />

mineral foi substituído pelo óleo isolante tipo vegetal, que são incombustíveis e<br />

não causam danos ambientais em casos de vazamento. Isto é de grande valor<br />

8


para os transformadores móveis, pois estão sempre sendo deslocados, correndo<br />

perigo de sofrerem colisões.<br />

A diferença fundamental entre um transformador e uma subestação<br />

móvel é que nesta, além do transformador, estão integrados também<br />

componentes como: disjuntores, seccionadores, pára-raios, transformadores para<br />

circuitos auxiliares. Muitas vezes estes componentes demandam um semi-<br />

reboque adicional. A vantagem das subestações está no fato de não dependerem<br />

de nenhum acessório da subestação onde vai ser aplicada, aspecto que pode se<br />

tornar importante quando uma falha atinge diversos equipamentos além do<br />

transformador. O custo-benefício deve ser ponderado, pois envolve elevados<br />

custos.<br />

- Transformadores para Circuitos Eletrônicos<br />

São pequenos transformadores utilizados em equipamentos eletrônicos<br />

tais como fontes de alimentação e pontes de retificação.<br />

2.1.3 TRANSFORMADORES A ÓLEO <strong>DE</strong> MÉDIO E <strong>DE</strong> GRAN<strong>DE</strong> PORTE<br />

Os transformadores a óleo de médio e grande porte são enquadrados nas<br />

classificações de transformadores elétricos de potência, autotransformadores e<br />

transformadores móveis. Encontram-se em sistemas de geração, transmissão e<br />

distribuição de energia elétrica, bem como em indústrias de grande porte.<br />

A parte ativa destes transformadores (núcleo e bobinas) é instalada dentro de um<br />

tanque onde ficam totalmente submersas no óleo isolante. Este óleo tem a função de<br />

criar um meio isolante entre as diversas partes energizadas, permitindo distâncias<br />

menores, sem descargas elétricas. O óleo também faz parte do sistema de refrigeração,<br />

mantendo a temperatura dentro dos limites permitidos.<br />

Desta forma, deve-se dar especial atenção às características do óleo isolante,<br />

pois a presença de umidade ou contaminantes no mesmo pode ocasionar sérios danos.<br />

Por este motivo, no óleo a ser utilizado, além do controle das características físico-<br />

químicas específicas, se realiza um tratamento termo-vácuo para a retirada da umidade,<br />

sendo desejáveis valores abaixo de 20ppm. Também se faz um tratamento térmico na<br />

9


parte ativa para eliminar a umidade das bobinas, do material isolante (papel, papelão e<br />

madeira) e do núcleo. É muito utilizado o sistema de vaporphase, no qual se injeta um<br />

solvente vaporizado e simultaneamente realiza-se vácuo, obtendo-se uma impregnação<br />

rápida do vapor quente e uma remoção eficiente da umidade através do vácuo. Após<br />

todo este cuidado, conclui-se que durante a sua operação deve-se evitar ao máximo que<br />

a umidade contamine o óleo isolante ocasionando a redução de suas propriedades<br />

isolantes. Cada vez que o conteúdo de umidade do isolamento se duplica, se reduzirá<br />

pela metade a expectativa de vida do transformador [8].<br />

Existem alguns tipos construtivos para preservação do óleo evitando o seu<br />

contato com fontes de umidade como o ar. Atualmente é amplamente utilizado o<br />

sistema de preservação do óleo através de um tanque de expansão localizado na parte<br />

superior do transformador. Este tanque é ligado ao tanque principal através de um tubo<br />

onde, freqüentemente, instala-se um dispositivo de proteção denominado de relé<br />

buchholz que atua como detector de gás. O tanque de expansão, usualmente, é provido<br />

de uma bolsa de borracha que impede o contato do óleo isolante diretamente com o ar<br />

atmosférico. Saindo do interior da bolsa, existe uma tubulação de saída para o ar<br />

chamada de cano respirador. Ela permite que a bolsa se expanda e contraia conforme a<br />

dilatação do óleo frente às variações de temperatura. O respirador possui um secador de<br />

ar do tipo sílica gel para evitar a entrada de umidade. Em casos de inexistência da bolsa,<br />

o respiro permite o contato do ar diretamente com o óleo do conservador, aumentando a<br />

responsabilidade das condições da sílica gel. Em sistemas mais modernos, há um<br />

sistema de compensação de pressão através de um tubo de gás super seco. Sua<br />

utilização, no entanto, ainda é muito reduzida.<br />

A sílica gel tem papel muito importante na prevenção da entrada de umidade no<br />

transformador e, normalmente, a sua troca ocorre de tempos em tempos, ou baseada na<br />

sua mudança de cor (uma forma pouco precisa e pouco eficiente). A sílica gel custa<br />

aproximadamente R$45,00 o quilo nos fornecedores DPV e Indubras, podendo cada<br />

compartimento conter mais de 10 quilos. Se um sensor de umidade for instalado no<br />

cano respirador, o momento exato de efetuar a troca da sílica pode ser estimado,<br />

podendo representar uma economia significativa.<br />

10


A temperatura de operação de um transformador deve ser mantida dentro dos<br />

limites para o qual foi projetado, uma vez que a sua ultrapassagem traz perda de vida<br />

útil devido à deterioração do material isolante. A refrigeração dos transformadores a<br />

óleo ocorre pela circulação natural ou forçada do óleo. A circulação natural (convecção)<br />

faz com que o óleo aquecido suba e circule através dos radiadores retornando frio para a<br />

parte inferior. Estes radiadores podem ter ventiladores para acelerar a troca de calor com<br />

o ambiente. A circulação forçada acontece através de bombas que forçam a circulação<br />

do óleo através de um trocador de calor retornando resfriado para o transformador.<br />

Para a medição da temperatura do transformador existem poços na tampa do seu<br />

tanque que permitem a inserção de sensores. Estes sensores medirão a temperatura do<br />

topo do óleo, ponto onde ele se encontra mais quente. Por tratar-se de um sistema muito<br />

caro e trazer diversas dificuldades devido a alta tensão nas bobinas, normalmente não<br />

são aplicados sensores para medir a temperatura direta do cobre. Ela é medida de forma<br />

indireta, utilizando os resultados de ensaios de elevação de temperatura nos quais<br />

determina-se o salto térmico do enrolamento sobre o topo do óleo.<br />

Os transformadores, exceto especificação contrária, são projetados para uma<br />

temperatura ambiente máxima de 40°C. Assim, conhecendo-se a classe térmica do<br />

transformador, por exemplo, Classe A (temperatura máxima de 105°C ou elevação de<br />

temperatura sobre o ambiente de 65°C), podemos através da temperatura do topo do<br />

óleo ou através de sua elevação sobre o ambiente, saber exatamente se o limite<br />

especificado foi atingido.<br />

2.2 SENSORES<br />

Sensores são dispositivos que percebem sinais ou estímulos de grandezas físicas<br />

e, a partir deles, alteram o seu comportamento [9]. Para que este comportamento possa<br />

ser transformado em um sinal elétrico (de forma a tornar possível fazer medições<br />

eletronicamente), são utilizados dispositivos chamados de transdutores.<br />

Os sensores podem ser indutivos (perceber variação do campo magnético),<br />

capacitivos (perceber variação na capacitância), resistivos (perceber variação da<br />

11


esistência), ópticos (perceber variação da luz), dentre outros que podem perceber<br />

radiação, vibração, gravidade, elementos químicos. A partir destes sensores, é possível<br />

medir luz, som, temperatura, pressão, umidade, resistência elétrica, tensão elétrica,<br />

corrente elétrica, proximidade, velocidade, posição, vazão, etc.<br />

2.2.1 SENSORES UTILIZADOS NO <strong>SIST<strong>EM</strong>A</strong><br />

No sistema de telemetria que será descrito aqui são monitoradas apenas<br />

grandezas de temperatura e umidade. Alternativas para monitoramento de tensão e<br />

corrente também são fornecidas. Nas seções que seguem, encontram-se informações<br />

sobre os sensores que serão utilizados para mensurar temperatura e umidade.<br />

2.2.1.1 Sensor de Temperatura PT-100<br />

O PT-100 é um tipo de sensor de temperatura muito usado no âmbito industrial<br />

por ser preciso, estável e ter alta durabilidade. Este dispositivo pertence a família de<br />

sensores chamada de termo-resistências ou RTD (Resistance Temperature Detector).<br />

Assim são chamados por serem baseados na variação da resistência de um metal.<br />

Também conhecido como PRT (Platinium Resistance Thermometer), ele é um metal de<br />

platina, e caracteriza-se por ter uma resistência ôhmica de 100Ω à 0°C e 138.4 Ω à<br />

100°C [9].<br />

Por ter uma variação de resistência praticamente linear, variando em torno de<br />

0.384 Ω a cada 1°C, fica fácil gerar uma equação que obtenha a temperatura a partir da<br />

resistência ôhmica [9]. Por conseguinte, o PT-100 já é o sensor de temperatura padrão<br />

utilizado em quase todos os transformadores.<br />

De acordo com a qualidade do metal, os sensores podem apresentar curvas de<br />

convergência diferentes. Sensores de alto custo, produzidos com metais de qualidade,<br />

podem apresentar uma curva de resposta rápida, enquanto que sensores de baixo custo<br />

podem demorar até convergir para o valor de temperatura real do ambiente ao qual estão<br />

expostos. A Figura 2 mostra o PT-100 utilizado nos testes do sistema.<br />

12


2.2.1.2 Sensor de Umidade SHT7X<br />

Figura 2 - PT-100 Utilizado no Sistema<br />

Sensores de umidade são, na sua maioria, sensores capacitivos, formados por um<br />

polímero entre dois eletrodos condutores. A mudança na constante dielétrica de um<br />

sensor de umidade capacitivo é diretamente proporcional à umidade relativa do ar no<br />

ambiente [10].<br />

Os chips da família SHT7x consistem em um sensor capacitivo de umidade de<br />

alta estabilidade e um sensor de temperatura. Os SHT7X permitem operações de leitura<br />

e configuração e já possuem integrado um conversor A/D de 14 bits.<br />

O chip possui 4 pinos e pode ser conectado diretamente ao microcontrolador da<br />

seguinte forma:<br />

Figura 3 - SHT71 [11]<br />

Figura 4 - Interface do Sensor SHT com o uC [11]<br />

13


O pino DATA é bidirecional e pode ser usado tanto para configuração quanto<br />

para leitura dos sensores. O pino SCK é utilizado para sincronização da comunicação<br />

[11]. No Capítulo 4.3, quando for tratada a interface do SHT71 com os outros módulos<br />

do sistema, serão fornecidos maiores detalhes sobre o protocolo de comunicação<br />

específico utilizado pelo SHT71.<br />

2.3 MICROCONTROLADORES<br />

Microcontroladores são usados em sistemas embarcados que não necessitam de<br />

poder computacional e de recursos existentes em desktops e notebooks. Os<br />

microcontroladores são chips que agregam as principais funcionalidades de um<br />

computador, acrescidos de funcionalidades específicas para uso em sistemas<br />

embarcados. Estão presentes nos mais diversos aparelhos tais como carros, televisões,<br />

rádios, máquinas fotográficas digitais, microondas, elevadores.<br />

Por estarem agregados dentro de um único chip memória, CPU, timers,<br />

contadores, UARTs, controladores de interrupção, portas paralelas, conversores<br />

AD/DA, ente outros, os microcontroladores possuem uma grande limitação de recursos<br />

comparados aos computadores, mas adquirem substancial vantagem por seu pequeno<br />

tamanho e baixo preço em relação a computadores completos. Entende-se por<br />

microcontrolador quando a unidade central de processamento, juntamente com as<br />

memórias e periféricos encontram-se dentro de um único chip [12].<br />

Figura 5 - Elementos de um Microcontrolador<br />

14


Em sistemas embarcados existe um software dedicado ao controle do hardware<br />

chamado de firmware, que encontra-se normalmente presente em uma memória não<br />

volátil. O firmware é específico para cada processador.<br />

Existem diversos modelos com diferentes arquiteturas de microcontroladores no<br />

mercado. Os modelos mais comuns são microcontroladores baseados nas arquiteturas<br />

8051, Zilog Z80, PIC e ARM. Na atualidade, se tem como exemplo a família de<br />

conversores A/D com microcontrolador MSCx da Texas, baseada na arquitetura 8051 e<br />

o microcontrolador TMS470 baseado na arquitetura ARM. Os preços dos chips variam<br />

muito, podendo custar desde alguns centavos a centenas de dólares. No sistema<br />

construído foi utilizada uma placa com o microcontrolador MSC1211Y5.<br />

2.3.1 CONVERSOR AD/DA MSC1211<br />

O MSC1211 é um conversor A/D produzido pela Texas Instruments e seu<br />

microcontrolador integrado é baseado na arquitetura 8051, arquitetura que está entre as<br />

mais populares devido a sua simplicidade de programação e ao seu poderoso conjunto<br />

de instruções. Nos microcontroladores baseados nesta arquitetura, a memória de dados<br />

se encontra separada da memória onde está o programa, tornando-se mais veloz que as<br />

arquiteturas nas quais não se pode executar o programa paralelamente com a busca de<br />

dados na memória.<br />

A escolha do 8051 do MSC1211 em meio a outros processadores mais<br />

modernos, com maior capacidade de armazenamento e com opções de debug, deve-se<br />

ao seu conversor A/D preciso, com resolução de 24 bits. Os outros microcontroladores<br />

não costumam possuir conversor A/D com resolução maior que 10 bits, e outros chips<br />

especializados em conversão A/D de alta resolução são caros. O projeto de telemetria<br />

especificado aqui utiliza sensores analógicos que não forneceriam o resultado desejado<br />

com conversores de baixa resolução. A Figura 6 mostra o chip MSC1211Y5.<br />

15


Figura 6 - Conversor AD/DA MSC1211<br />

O MSC1211[13] possui um conversor A/D bipolar de 24 bits com 10 canais<br />

multiplexados, conversor D/A de 16 bits, sensor interno de temperatura, 4 clocks por<br />

ciclo de instrução, 32kB de memória flash, 64kB de memória externa, 2kB de memória<br />

ROM para o boot, 34 pinos de I/O, acumulador de 32 bits, 3 timers de 16 bits, watchdog<br />

timer (monitora a execução e reinicializa em caso de erro), 2 UARTs, multi-master I²C,<br />

PWM de 16 bits, 2 interrupções externas.<br />

2.3.2 CONVERSOR A/D DO MSC1211<br />

Um conversor analógico/digital tem por função converter um sinal de tensão<br />

analógico de uma entrada em uma saída binária, como ilustrado pela Figura 7.<br />

16


Figura 7 - Representação Simplificada de um Conversor A/D<br />

A Figura 7 faz uma representação didática e simplificada de um conversor A/D<br />

com 8 bits de resolução. Neste caso, Vref- determina a tensão de entrada para a qual o<br />

valor de saída será 0 e Vref+ a tensão para qual o valor será 255 (valor decimal máximo<br />

quando todos os bits da saída são 1). Este circuito é capaz de converter em um valor<br />

digital 255 (2 º ) valores para Vin (tensão de entrada) entre Vref+ e Vref-.<br />

O conversor A/D do MSC1211 possui 24 bits de resolução. A Figura 8 apresenta<br />

a arquitetura do conversor.<br />

Figura 8 - Arquitetura do Conversor A/D do MSC1211 [14]<br />

17


Na Figura 8 pode-se observar que, assim como o exemplo apresentado na Figura<br />

7, o conversor do MSC1211 também possui as entradas de referência Vref+ e Vref-. No<br />

MSC1211 a diferença entre Vref+ e Vref- não pode ultrapassar 5V. Quando não são<br />

usadas as tensões de referência externas, o conversor pode ser configurado para operar<br />

com tensões de referência que ele gera internamente: 1.25V ou 2.5V. O conversor<br />

alimenta a saída Vrefout com a tensão de referência interna configurada. Pode-se<br />

também observar que a entrada analógica possui 8 canais. Estes 8 canais são<br />

multiplexados e o conversor pode ler um de cada vez, adquirindo 10 sinais diferentes. A<br />

Figura 9 apresenta o esquemático do multiplexador.<br />

Figura 9 - Multiplexador do Conversor A/D do MSC1211 [14]<br />

O décimo canal, que não aparece como pino de entrada no multiplexador, é<br />

utilizado pelo sensor de temperatura interno. O conversor do MSC1211 é bipolar,<br />

podendo medir tensões tanto positivas quanto negativas. Para tal, deve-se configurar as<br />

portas de entrada. Por padrão, as portas Ain pares são positivas e as Ain ímpares são<br />

negativas. Se o conversor está configurado para modo bipolar, podem ser medidas<br />

tensões de -Vref até +Vref. Se não forem necessárias medições negativas e positivas<br />

simultaneamente, ele pode ser configurado para trabalhar em modo unipolar, ganhando<br />

18


em resolução, pois os 24 estarão medindo uma faixa de variação de tensão menor (0V a<br />

+Vref ou –Vref a 0V) [14].<br />

2.3.3 PLACA MICROCONTROLADA<br />

Para utilização de um microcontrolador é necessária uma placa que forneça<br />

pinos de entrada e saída, circuitos de alimentação, circuitos de adequação de tensão para<br />

saídas de diferentes padrões de comunicação, periféricos, entre outros. Normalmente,<br />

em projetos comerciais, a placa é projetada especificamente para a sua função. Como o<br />

objetivo deste projeto não inclui construir um layout e fabricar uma placa, foram<br />

analisados dois modelos de plataformas de prototipação prontas, cada uma com uma<br />

arquitetura diferente de microcontrolador.<br />

2.3.3.1 Placa QSK26A<br />

A idéia inicial do projeto era utilizar uma placa criada para uso acadêmico<br />

equipada com um microcontrolador baseado na arquitetura M16C. A placa seria do<br />

modelo QSK26A, da Renesas, que possui o microcontrolador M30260F8AGP, pertencente<br />

à família M16C/26A. O M30260F8AGP possui freqüência máxima de operação de 24<br />

MHz quando utilizado o sintetizador PLL (Phase-Locked Loop), normalmente utilizado<br />

para aplicações sem fio [15][16].<br />

O M30260F8AGP possui um timer multifuncional de dezesseis bits, uma UART<br />

(Universal asynchronous receiver/transmitter), um conversor A/D de 10 bits com oito<br />

canais, DMAC (Data Management and Communications) e Cyclic Reduncancy Check<br />

(CRC) para prevenir erros de dados. Possui também Watchdog timer (monitora a<br />

execução e reinicializa o sistema em casos de erro), circuito de geração de clock,<br />

detecção de voltagem e uma memória flash de 64KB com 62KB para uso como<br />

memória ROM (Read Only Memory) e 2KB para uso como memória RAM (Random<br />

Access Memory) [12]. Além disso, a placa dispõe de 4 pushbuttons e 4 colunas de 25<br />

pinos de I/O.<br />

Os compiladores que acompanham a placa QSK26A quando comprada do<br />

próprio fabricante suportam duas linguagens: Assembly (linguagem de baixo nível) e C.<br />

19


O M16C/26A possui 123 instruções mnemônicas para programação Assembly. A<br />

QSK26A possui um ambiente de programação I<strong>DE</strong> (Integrated Development<br />

Environment) chamado HEW (High-performance Embedded Workshop Software) [15].<br />

A Renesas oferece também o HEW Target Server que faz a interface entre o Microsoft<br />

Visual Studio e o HEW. O HEW é um ambiente completo que permite construir<br />

programas em C, compilar e baixar para a placa. O download para<br />

a placa ocorre por uma interface USB conectada entre a placa e um PC. A Figura 10<br />

mostra a placa QSK26A.<br />

Figura 10 - Placa QSK26A<br />

Esta placa oferece mais memória e um ambiente de programação alto nível mais<br />

moderno que a placa utilizada no sistema. Ela oferece, por exemplo, um sistema de<br />

debug que facilita muito a programação. Porém, foi no momento do estudo do<br />

funcionamento do seu conversor A/D que se chegou a conclusão de que seu uso<br />

dificultaria a aquisição da temperatura do PT-100. A Figura 11 mostra a parte do<br />

esquemático da placa referente ao conversor A/D.<br />

20


Figura 11 - Conversor A/D da Placa QSK26A<br />

Diferentemente do conversor A/D do MSC1211, que pode utilizar uma tensão de<br />

referência interna quando desejado, o conversor do M30260F8AGP necessita<br />

obrigatoriamente de uma tensão de referência externa para operar. A placa QSK26A já<br />

traz de fábrica um circuito analógico para medir temperatura de uma RTD (Resistance<br />

Thermometer Detector) ou termoresistência RT101. O objetivo deste circuito é apenas<br />

servir como exemplo de uma aplicação que utiliza o conversor A/D. No entanto, neste<br />

circuito, no pino de entrada da tensão de referência, foi colocado um resistor SMD<br />

(Surface Mount Device) de 10KΩ ligado ao VCC da placa. Este circuito que vem<br />

soldado na placa limita o uso de todos os canais do conversor A/D. Por ser um resistor<br />

muito alto, a tensão de referência máxima fica pequena e, conforme o desenho do<br />

circuito, irá variar juntamente com a temperatura percebida pela RTD. Por conseguinte,<br />

a construção de um circuito para aquisição da temperatura de um PT-100 fica<br />

impossibilitada. Agravando ainda mais a situação, os 10 bits de resolução do conversor<br />

A/D, a uma baixa tensão de referência, não teriam resolução suficiente para fornecer<br />

uma escala de pelo menos 1ºC de temperatura. No Capítulo 4.2 há mais detalhes sobre a<br />

obtenção de uma boa leitura de temperatura do PT-100.<br />

21


2.3.3.2 Placa Equipada com MSC1211<br />

Por ser uma placa desenvolvida pelo próprio grupo de desenvolvedores deste<br />

sistema em conjunto com outros alunos de Engenharia de Computação, é uma placa<br />

com a qual já se tinha grande familiaridade. Além disto, este modelo pode ser<br />

encontrado em grande quantidade dentro da universidade, facilitando a aquisição de<br />

novas placas caso alguma das utilizadas durante os testes apresentasse algum tipo de<br />

problema. Outra vantagem de seu uso está no seu conversor A/D, que possui 24 bits de<br />

resolução e precisão maior que a maioria dos conversores do mercado, que<br />

normalmente não ultrapassam os 10 bits de resolução. Foram estes motivos que<br />

forçaram pela opção da implementação do sistema na placa com o MSC1211. A Figura<br />

12 é uma fotografia da placa.<br />

Figura 12 - Placa Microcnotrolada Utilizada no Sistema<br />

22


Além de um chip MSC1211Y5, a placa consta de um chip MAX232 (converte a<br />

tensão de entrada/saída da UART do microcontrolador de 0V e 5V para a tensão<br />

utilizada pelo protocolo de comunicação RS232 de +12V e -12V), um chip USB FTDI<br />

(gateway USB/serial que permite que o computador se comunique com a UART da<br />

placa através da porta USB), um leitor de cartão smart card, um chip PCDF8574 para<br />

comunicação no protocolo I²C, dois chips TPIC0108 utilizados como driver de potência<br />

para que possam ser ligados motores ou outros dispositivos que trabalham com tensão<br />

externa. Além destes periféricos, a placa conta com um display LCD 20x4, um buzzer e<br />

conectores serial, PS2, USB e diversos pinos para entrada e saída para sinais analógicos<br />

e sinais digitais de uso geral.<br />

Apesar da escolha desta placa, é possível a utilização de outras placas e de outros<br />

microcontroladores desde que os pinos de um conversor A/D disponível estejam livres<br />

para conexão de sinais externos. Esta placa foi criada para fins acadêmicos, sendo de<br />

fácil aquisição. Como o programa é escrito em C, uma linguagem com nível de<br />

abstração acessível, não há maiores impedimentos para se realizar uma transição<br />

completa de ambiente.<br />

2.4 MONITORAMENTO <strong>DE</strong> TENSÃO E CORRENTE<br />

Para o monitoramento de tensão e corrente, seria necessário ter acesso a um<br />

transformador energizado por tempo indeterminado até que os testes e calibrações<br />

apresentassem boa precisão. Tal fato dificulta o trabalho, pois a região ao redor do<br />

transformador trata-se de uma área de periculosidade que exige o acompanhamento de<br />

pessoa autorizada, além de um treinamento específico sobre normas de segurança [17].<br />

O monitoramento destas grandezas, no entanto, é simples, e sugestões para realizá-lo<br />

serão fornecidas no decorrer do capítulo.<br />

Existem algumas alternativas quando se deseja monitorar tensão e corrente em<br />

transformadores. Estas alternativas oferecem vantagens e desvantagens de acordo com<br />

as tecnologias disponíveis. Para a realização das medições é necessário rebaixar a<br />

tensão e a corrente circulante no transformador para que possam servir de entrada para<br />

23


os circuitos de medição. Tal atenuação é obtida através de transformadores de potencial<br />

(TPs) e transformadores de corrente (TCs), presentes nas três fases dos transformadores,<br />

nas entradas e nas saídas. Os TCs, normalmente, já vêm instalados internamente no<br />

transformador. Já os TPs, são externos e estão presentes nas instalações do próprio<br />

transformador.<br />

As tensões nas três fases do transformador são próximas e medir apenas uma fase<br />

é suficiente. Já a corrente, pode variar conforme a carga em cada fase. No entanto, as<br />

concessionárias procuram manter um equilíbrio de carga entre as fases [18]. Serão<br />

discutidas aqui formas de se medir tensão e corrente em apenas uma das fases, não<br />

havendo impedimentos para monitorar as três fases, desde que existam suficientes<br />

portas ou canais de entrada no aparelho de monitoramento.<br />

Abaixo são sugeridas três alternativas para monitoramento da tensão e corrente:<br />

- Monitoramento com o uso de Multímetros Digitais<br />

Conforme a disponibilidade de portas de comunicação digitais do<br />

dispositivo de monitoramento, multímetros com saída digital de mesmo<br />

protocolo podem ser utilizados. Os multímetros estarão conectados aos TPs ou<br />

TCs que se deseja monitorar, configurados para medir tensão ou corrente. Suas<br />

saídas digitais ficam conectadas à placa de monitoramento utilizando o seu<br />

protocolo de comunicação (RS232, RS485, I²C, modbus, entre outros).<br />

- Medição com Aquisição do Sinal Diretamente na Placa<br />

Os sinais de tensão e corrente dos secundários dos TPs e TCs são<br />

atenuados, porém ainda não o são suficientemente para entrarem em um<br />

conversor A/D com um microcontrolador integrado. Com o propósito de atenuar<br />

ainda mais os sinais, um circuito resistivo de divisão de tensão pode ser<br />

acoplado às saídas dos TPs e TCs. Uma vez que o nível dos sinais estiver<br />

adequado para o conversor, este irá receber o sinal alternado senoidal. Desta<br />

forma, além das tensões e correntes efetivas, informações sobre valores de pico e<br />

freqüência também podem ser calculados.<br />

24


Quando o conversor A/D não funcionar em modo bipolar, ou não for<br />

necessário obter tantas informações sobre o sinal, um circuito de retificação<br />

pode ser construído, a fim de que somente sinais contínuos entrem no conversor<br />

A/D.<br />

- Medição com Auxílio de Dispositivos Comerciais Específicos<br />

Nos transformadores equipados com um comutador sob carga<br />

(dispositivo eletro-mecânico que possibilita a troca do número de espiras para<br />

manter a tensão constante), um dispositivo chamado AVR (Automatic Voltage<br />

Regulator) geralmente vem instalado junto. O AVR monitora as tensões da rede<br />

e controla automaticamente o comutador sob carga, deixando constante a tensão<br />

de saída, mesmo com variações na tensão de entrada. O AVR funciona<br />

comparando um sinal de tensão de um TP com um sinal de referência gerado<br />

internamente. Os aparelhos AVR mais modernos possuem, além de saídas em<br />

diversos protocolos industriais padrão, uma saída analógica que pode servir de<br />

entrada para um chip de conversão A/D. A saída analógica pode representar<br />

tanto tensão, quanto corrente, de acordo com a configuração realizada no<br />

aparelho.<br />

Foram analisados AVRs da empresa brasileira Treetech e da empresa<br />

alemã Reinhausen. Ambas as empresas atuam na área de monitoramento e<br />

controle de transformadores. Na Figura 13 podem ser observados modelos de<br />

AVR das 2 empresas, que oferecem saída analógica de 0...1, -1...1, 0...5, -5...5,<br />

0...010, -10...010, 0...20, -20...20 ou 4...20mA programável por software<br />

[19][20].<br />

25


2.5 <strong>GPS</strong><br />

Figura 13 - AVR da Treetech e AVR Tapcon 250 da Reinhausen [21][22]<br />

O <strong>GPS</strong> (Global Positioning System) [23] é um sistema de localização<br />

proprietário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América. Calculando a<br />

sua distância até satélites espalhados na órbita terrestre, o receptor de <strong>GPS</strong> é capaz de<br />

obter sua latitude, longitude, altitude, além de informações de relógio com altíssima<br />

precisão. Já está em vigor um sistema de localização por satélite russo chamado<br />

GLONASS e um sistema novo europeu chamado Galileo também está sendo<br />

desenvolvido. Embora o GLONASS ainda não esteja completamente acabado e ainda<br />

não seja tão preciso quanto o <strong>GPS</strong>, é provável que no futuro se torne uma boa<br />

alternativa para substituí-lo.<br />

Em 1995, o sistema de <strong>GPS</strong> já estava operando, porém era exclusivo para<br />

aplicações militares. Em seguida o sistema foi tornado público, no entanto, para uso não<br />

militar, era induzido um erro no sinal e o receptor não tinha precisão menor do que 90<br />

metros. Foi somente a partir de 2000 que o sistema foi disponibilizado inteiramente para<br />

uso civil. Porém, se for preciso, por motivos militares, o sistema pode se tornar restrito<br />

ao uso militar novamente.<br />

26


Fabricados pela Rockwell, 28 satélites (4 apenas para uso emergencial) realizam<br />

duas voltas ao redor da Terra por dia, viajando a uma velocidade de 11.265km/h a mais<br />

ou menos 22.200km de altitude. Para que o receptor possa calcular a sua posição, é<br />

necessário que ele enxergue no mínimo 3 satélites. Com 4 satélites, pode ser calculada<br />

também a altitude. Os satélites estão localizados de tal forma que, em qualquer ponto da<br />

superfície terrestre, seja possível enxergar pelo menos 4, mas em dias sem nuvens e em<br />

ambientes altos sem obstáculos é possível enxergar mais de 7.<br />

Para fazer o cálculo da distância dos satélites, o receptor se baseia no tempo que<br />

um sinal emitido pelo satélite demora até atingir o receptor. O satélite envia<br />

informações precisas de relógio e com pouca comunicação já é possível obter o tempo<br />

de viagem do sinal. Conhecendo as distâncias dos satélites enxergados, o receptor<br />

calcula a sua posição.<br />

2.5.1 APLICAÇÕES<br />

O <strong>GPS</strong> tornou-se útil em diversas áreas. Para algumas delas, nos dias atuais, é<br />

indispensável o seu uso. A seguir estão listadas algumas aplicações que mais utilizam<br />

esta tecnologia:<br />

- Relógio<br />

Os relógios atômicos são uma opção muito precisa para marcação de<br />

tempo. Eles são baseados na oscilação energética de um átomo (normalmente de<br />

césio). Nos Estados Unidos, o horário padrão é regulado por um relógio atômico.<br />

No Brasil, em São Carlos/SP, já existe um relógio atômico para pesquisas.<br />

Todos os satélites de <strong>GPS</strong> já estão equipados com múltiplos relógios atômicos<br />

com precisão de nanosegundos, não sendo mais necessário que todas as<br />

aplicações que necessitem de marcação precisa de tempo tenham um relógio<br />

atômico associado, bastando obter o tempo emitido pelos satélites. Atividades<br />

econômicas, transações de dinheiro, controle de operadoras de telefonia e<br />

geradores de corrente alternada são apenas alguns exemplos das diversas<br />

27


aplicações que se beneficiam da disponibilidade pública de uma marcação de<br />

tempo tão precisa.<br />

- Agricultura<br />

A utilização de sistemas de <strong>GPS</strong> na agricultura, além da telemetria<br />

coletando dados climáticos e geográficos de pontos específicos da plantação,<br />

ocorre também no auxílio na definição de trajetórias a serem seguidas pelo<br />

operador de máquina agrícola, evitando a sobreposição de passadas. Tal<br />

aplicação reduz o consumo de combustível e representa uma economia<br />

significativa em insumos.<br />

- Marinha<br />

O <strong>GPS</strong> revolucionou a marinha, tornando-se a melhor forma de<br />

navegação, fornecendo a localização e velocidade com ótima precisão em alto<br />

mar e na costa, eliminando a necessidade dos antigos faróis.<br />

- Veículos<br />

Receptores de <strong>GPS</strong> instalados nos veículos automotivos disponibilizam<br />

na tela o mapa do local e a sua posição. Calculam as rotas ideais, avisam as<br />

direções a serem seguidas, indicando o nome das ruas. Facilitam a locomoção<br />

dentro das grandes cidades e nas estradas.<br />

- Aviação<br />

Presente em 100% dos aviões modernos, o <strong>GPS</strong> mudou a forma de voar.<br />

Possibilita a criação de rotas completas sincronizadas com o piloto automático.<br />

O sistema de <strong>GPS</strong> acrescenta facilidade de uso e de interpretação aos sistemas<br />

clássicos de navegação por rádio como NDB (Non Directional Beacon), VOR<br />

(Very High Frequency Omnidirectional Range) e ILS (Instrument Landing<br />

System). Oferece também uma ótima ferramenta para controle de tráfego pelas<br />

torres, que antes tinham apenas os radares para conhecer as posições das<br />

aeronaves.<br />

28


2.5.2 PROTOCOLO NMEA<br />

O protocolo NMEA, assim chamado por ter sido definido pela National Marine<br />

Electronics Association, é o principal protocolo utilizado pelos receptores de <strong>GPS</strong> para<br />

se comunicar com os equipamentos que interpretarão as informações. Os dados do<br />

NMEA são enviados serialmente, em uma string ASCII. O NMEA, além das<br />

coordenadas geográficas calculadas pelo receptor, fornece também outros dados de<br />

relógio e de utilidade apenas para navegação marítima.<br />

2.6 GSM<br />

No início dos anos 80, sistemas analógicos de telefonia celular estavam em<br />

grande difusão em vários países da Europa, porém cada um possuia seu sistema próprio,<br />

sem compatibilidade entre si. Tal fato representava um grande problema, pois causava<br />

uma limitação de mercado, uma vez que equipamentos só poderiam ser vendidos numa<br />

determinada região coberta pelo seu sistema suportado. Além disso, para uma Europa<br />

que estava se integrando, seria de grande utilidade um sistema que cobrisse toda sua<br />

região, sem fronteiras.<br />

Foi com este intuito que, em 1982, com o apoio de empresas européias de<br />

telecomunicação, foi criado um comitê chamado Groupe Spécial Mobile. Este deveria<br />

desenvolver um sistema de comunicação digital celular europeu que pudesse prover,<br />

principalmente, um suporte ao roaming (capacidade de um usuário obter conexão fora<br />

de sua área de registro [24]).<br />

Depois, a responsabilidade do GSM foi transferida para o ETSI (European<br />

Telecommunication Standards Institute) que rebatizou o seu significado para Global<br />

System for Mobile Communication (Sistema Global para Comunicação Móvel),<br />

tornando-o um sistema global devido ao interesse de vários países de fora da Europa<br />

[25][26].<br />

29


O sistema começou a entrar em operação comercial em 1991, sendo que em<br />

1993 já havia 36 redes GSM em operação em 22 países, com mais 25 países escolhendo<br />

ou considerando sua escolha [27].<br />

Segundo a GSM Association, o GSM é atualmente o padrão tecnológico mais<br />

popular de redes de dispositivos móveis no mundo, contando com aproximadamente<br />

86% dos celulares do mercado em 218 países [28].<br />

Este sucesso foi obtido devido a vários fatores [29]:<br />

- padrão aberto (qualquer um pode ter acesso a sua especificação);<br />

- interfaces padronizadas;<br />

- projetado com roaming como pré-requisito (sua arquitetura e<br />

procedimentos de rede);<br />

- transmissão criptografada (assegurando segurança/privacidade de<br />

voz/dados);<br />

- SIM card;<br />

- uso eficiente do espectro de freqüência disponível (FDMA e TDMA)<br />

- exigência de baixa potência;<br />

- transmissão digital;<br />

- conceito de implementação evolucionário (upgrade sem perder a<br />

compatibilidade nas versões anteriores).<br />

2.6.1 FREQÜÊNCIAS <strong>DE</strong> OPERAÇÃO<br />

O sistema GSM foi concebido para operar nas bandas de freqüência de 900MHz<br />

(GSM-900), 1.8GHz (GSM1800) ou 1.9GHz (GSM-1900). GSM-900 é a rede original<br />

GSM inicialmente projetada para cobrir grandes áreas (células macro) e operar com<br />

terminais de alta potência. GSM-1800 e GSM-1900 implementaram o conceito de<br />

serviço de comunicação pessoal. GSM-1800 foi desenvolvido para operar na Europa e o<br />

GSM-1900 foi desenvolvido para operar na América, ambos compreendendo terminais<br />

de pequena potência e cobrindo pequenas áreas (células micro) [30].<br />

Uma nova especificação do GSM definiu o sistema E-GSM. No E-GSM, a<br />

banda original do GSM-900 foi estendida, possibilitando assim a utilização de terminais<br />

de pequena potência e pequenas áreas de cobertura (células micro).<br />

30


2.6.2 MOBILE STATION<br />

A Mobile Station (MS) é o que o assinante usa para fazer e receber chamadas<br />

pela rede GSM. Ela consiste de duas partes distintas: o Subscriber Identity Module<br />

(SIM) e o Mobile Equipment (ME).<br />

O SIM é um pequeno smart card onde se pode armazenar identificação e outras<br />

informações específicas do usuário. Dentre estas, temos a identificação do usuário e a<br />

lista de redes disponíveis, assim como todas as ferramentas necessárias para<br />

autenticação e criptografia. Além disso, dependendo do tipo do cartão, podemos ter<br />

também o armazenamento de mensagens e números de telefones.<br />

Um assinante recebe um SIM card quando assina um serviço em uma operadora<br />

GSM. Outra vantagem do cartão é que ele pode ser tirado de um equipamento e inserido<br />

em outro, assim o usuário poderá facilmente recuperar neste novo aparelho sua lista de<br />

contatos, por exemplo.<br />

O ME é essencialmente um celular ou equipamento móvel onde será colocado o<br />

SIM card. Para que este celular possa receber e fazer chamadas na rede GSM ele terá<br />

que conter um SIM card fornecido por alguma operadora.<br />

2.6.3 ARQUITETURA DA RE<strong>DE</strong><br />

A rede GSM é basicamente dividida em três principais subsistemas: Network<br />

and Switching Subsystem (NSS), Base Station Subsystem (BSS), e Network<br />

Management Subsystem (NMS) [31] [32]. Na Figura 14 é apresentada uma<br />

representação da arquitetura da rede. Nos capítulos seguintes, um detalhamento dos<br />

subsistemas supracitados é realizado.<br />

31


Figura 14 - Arquitetura da Rede GSM [32]<br />

2.6.3.1 Network and Switching Subsystem<br />

O Network Switching Subsystem (NSS) é a parte principal de um sistema GSM.<br />

Suas principais funções são controle de chamadas (identifica o assinante, estabelece a<br />

chamada e fecha a conexão depois da conversação ter terminado), cobrança(coleta as<br />

informações de cobrança de uma ligação transferindo-as para a central responsável),<br />

administração da mobilidade (mantém informações sobre a localização dos assinantes) e<br />

manipulação dos dados do assinante (provém o armazenamento de dados de assinantes).<br />

Os elementos presentes no NSS são: MSC, VLR, HLR, AC e EIR.<br />

- Mobile Services Switching Centre<br />

O Mobile Services Switching Centre (MSC) é o componente central deste<br />

subsistema, sendo responsável pelo controle de chamadas na rede móvel. Ele<br />

identifica a origem e o destino de uma chamada (celulares ou telefones fixos),<br />

assim como o tipo de chamada. Além disso, faz comutação de chamadas entre<br />

redes móveis e fixas, usando um Gateway MSC para fazer esta ponte.<br />

32


Ele é responsável também pelas informações para utilização na cobrança,<br />

coletando os números dos assinantes envolvidos em uma chamada, duração e o<br />

tipo de chamada que foi realizada. Outras funções que são exercidas neste<br />

componente são registro, autenticação e atualização de localização das estações<br />

móveis. Um MSC é responsável pelo controle de vários BSSs, que serão vistos<br />

a seguir.<br />

- Visitor Location Register<br />

Visitor Location Register (VLR) é um banco de dados distribuído que<br />

armazena temporariamente as informações sobre estações móveis ativas que<br />

estão atualmente na área em que o VLR é responsável. Dentre as informações<br />

temos: números de identificação de assinantes, serviços permitidos aos<br />

assinantes e informações de segurança de autenticação do SIM card e de<br />

criptografia.<br />

Uma VLR é associada com cada MSC na rede. O VLR armazena<br />

registros de localização e os atualiza. Isso significa que quando uma nova<br />

estação móvel entra numa área de outro VLR, ele é responsável por copiar as<br />

informações do assinante da HLR para seu banco local. Um assinante deve<br />

sempre estar registrado em um VLR para poder usar os serviços da rede.<br />

O banco de dados do VLR é temporário, ou seja, a informação é mantida<br />

apenas durante o tempo em que o assinante está sem seu serviço de área.<br />

- Home Location Register<br />

Home Location Register (HLR) é o banco de dados central de todos os<br />

usuários registrados em uma rede GSM. Ele mantém um registro permanente de<br />

todos os assinantes, armazenando, por exemplo, o número de identificação e os<br />

serviços contratados. Além de dados fixos, o HLR também mantém a<br />

localização atual dos clientes.<br />

- Authentication Centre<br />

O Authentication Centre (AC) está associado ao HLR e a um centro de<br />

autenticação, sendo responsável pela segurança, efetuando funções de<br />

33


criptografia de cada SIM card de um assinante, no qual se tem uma chave<br />

secreta usada nessas funções.<br />

- Equipment Identify Register<br />

Como o AC, o Equipment Identify Register (EIR) é usado por razões de<br />

segurança. Todavia, enquanto o AC fornece informações para verificar os SIM<br />

cards, o EIR é responsável pela checagem da validade do equipamento móvel.<br />

Para isto, a estação móvel é requisitada a prover seu número de IMEI<br />

(International Mobile Equipment Identify). Tal número é composto por um tipo<br />

de código de homologação, código final de montagem e número de série da<br />

estação móvel.<br />

O EIR contém três listas que classificam os equipamentos: lista branca<br />

(equipamentos com permissão para operar normalmente), lista cinza<br />

(equipamentos com suspeita de defeito) e a lista negra (equipamentos móveis<br />

tidos como roubados ou não autorizados a operar).<br />

A checagem do IMEI é um procedimento opcional, sendo que cada<br />

operadora define se e quando ele vai ser checado.<br />

2.6.3.2 Base Station Subsystem (BSS)<br />

O Base Station Subsystem é responsável pela comunicação com todas as<br />

estações móveis dentro de uma determinada área. Este subsistema é composto por<br />

várias Base Transceiver Stations (BTSs) ou Estações Rádio Base (ERBs) , e um Base<br />

Station Controller (BSC), que controla estas BTSs.<br />

- Base Transceiver Station<br />

A Base Transceiver Station (BTS) inclui todo equipamento de rádio<br />

necessário para transmissão dentro de uma área geográfica chamada célula. Uma<br />

BTS é geralmente localizada no centro da célula, correspondendo aos<br />

transceivers e antenas usadas em cada uma. Podem haver entre 1 e 16<br />

transceivers em uma BTS, dependendo da densidade de usuários da célula.<br />

34


A BTS é responsável assim, pelo estabelecimento do canal para a estação<br />

móvel e pela modulação e demodulação dos sinais de rádio entre a MS (Mobile<br />

Station) e a BTS.<br />

- Base Station Controller<br />

A Base Station Controller (BSC) é o elemento central da rede do BSS,<br />

gerenciando uma ou mais BTSs. Sua função principal é o controle da rede de<br />

rádio, determinando e liberando canais de freqüência e slots de tempo para<br />

estações móveis. Além disso, controla a potência de transmissão do BSS e a MS<br />

na sua área, o hopping de freqüência e o handover entre células.<br />

2.6.3.3 Network Menagement Subsystem (NMS)<br />

O propósito do NMS é monitorar várias funções e elementos da rede. Essas<br />

funções podem ser divididas em três categorias:<br />

- Gerenciamento de defeitos – tem como finalidade assegurar uma operação<br />

da rede sem problemas e a rápida correção de qualquer tipo de problemas<br />

que forem detectados. Além disso, fornece ao operador da rede informações<br />

de status de eventos de alarmes mantendo um banco de dados com o<br />

histórico desses.<br />

- Gerenciamento de configuração – tem como finalidade manter as<br />

informações sobre a operação e configuração dos elementos da rede<br />

atualizados. Algumas funções desta categoria incluem o gerenciamento da<br />

rede de rádio, de software, de hardware e de elementos da rede. Gerenciam<br />

também a sincronização de tempo e operações de segurança.<br />

- Gerenciamento de performance – coleta dados medidos de elementos<br />

individuais da rede e armazena-os em um banco de dados. Baseado nesses<br />

dados, o operador da rede é capaz de comparar a performance atual da rede<br />

com a performance planejada e detectar áreas com boas e más performances.<br />

Estas funções cobrem todos os elementos da rede GSM, desde o nível de BTSs<br />

individuais, até o nível de MSCs e HLRs.<br />

2.6.4 <strong>GPRS</strong> (GENERAL PACKET RADIO SERVICE)<br />

<strong>GPRS</strong> é uma rede sobreposta ao GSM que permite que dados sejam enviados e<br />

recebidos entre estações móveis. É uma solução de conectividade baseada em<br />

35


protocolos de Internet e que suporta uma larga escala de aplicações voltadas a empresas<br />

e ao consumidor comum [29].<br />

Esta tecnologia emergiu devido ao sucesso das redes GSM e do crescimento do<br />

tráfego de dados, impulsionados pela Internet. As operadoras buscaram serviços de<br />

dados usando GSM como uma grande oportunidade de negócios. Além disso, o <strong>GPRS</strong><br />

utiliza-se da infra-estrutura de rádio existente utilizada nas redes GSM, diminuindo seus<br />

custos de implementação [25].<br />

Benefícios do <strong>GPRS</strong> [32]:<br />

- Está sobreposto na rede GSM existente;<br />

- Conexão sempre aberta, reduzindo o tempo de espera abrindo ou fechando<br />

conexões;<br />

- Desenvolvido para suportar aplicações como e-mail, telemetria, serviços em<br />

broadcast, e conexão a WEB sem requerer detecção de conexão.<br />

2.7 MÓDULO XT65<br />

As empresas de tecnologia produzem módulos GSM/<strong>GPRS</strong> prontos que<br />

oferecem o sistema completo, pois são vários os equipamentos que utilizam<br />

GSM/<strong>GPRS</strong>. Estes módulos são programáveis e possuem interfaces padrão para<br />

comunicação, como serial, i2c ou ethernet. Desta maneira, é possível desenvolver um<br />

equipamento GSM/<strong>GPRS</strong> e utilizá-lo da forma que preferir. De acordo com o avanço da<br />

tecnologia, os módulos GSM/<strong>GPRS</strong> começam a incorporar outras tecnologias e, é cada<br />

vez mais comum encontrar <strong>GPS</strong> integrado a estes módulos.<br />

Diversas marcas de módulos estão disponíveis com preços parecidos e qualquer<br />

um poderia ser utilizado para este sistema. Por motivos de disponibilidade, <strong>GPS</strong><br />

integrado e fácil programação em uma linguagem de alto nível, o módulo XT65 da<br />

Siemens foi escolhido.<br />

O XT65 é Quad-Band (opera em quatro diferentes freqüências: 850MHz,<br />

900MHz, 1800MHz, 1900MHz) e <strong>GPRS</strong> Classe 12. O módulo possui diversos pinos de<br />

entrada e saída além das interfaces serial, USB 2.0, SIM card, I2C, duas saídas<br />

36


analógicas e uma digital de áudio, duas entradas analógicas com conversor A/D e uma<br />

saída analógica (PWM) [33].<br />

A programação do módulo pode ser feita através da entrada de comandos AT<br />

por console. AT Command Set (Hayes command set) é uma linguagem de pequenos<br />

comandos de texto criada para fazer a comunicação com modems. Outra forma de se<br />

programar o dispositivo é entrar com os comandos AT através de um programa Java<br />

J2ME, uma plataforma Java direcionada para pequenos dispositivos. O dispositivo<br />

oferece, além da camada física, as camadas de enlace e de rede, nas quais já está<br />

inserido o controle de erro. Para desenvolver aplicações, basta preocupar-se com a<br />

camada da aplicação.<br />

2.8 WEB<br />

Abaixo é apresentada uma breve descrição das tecnologias utilizadas para a<br />

construção da aplicação WEB do sistema.<br />

2.8.1 PHP<br />

PHP (Hypertext Preprocessor ou Pré-processador de hipertexto) [34][35] é uma<br />

linguagem de código aberto utilizada para desenvolvimento WEB. Geralmente<br />

encontra-se embutida em códigos HTML no servidor. Esta linguagem permite<br />

criar scripts que podem se conectar a servidores ou bases de dados, buscando<br />

informações para que sejam mostradas na página. Por este motivo, é usada para<br />

gerar conteúdos dinâmicos.<br />

Conteúdo dinâmico ocorre quando uma página WEB está vinculada a uma base<br />

de dados em um servidor (podendo ser alterada por um administrador), modificando a<br />

página visualizada pelo usuário.<br />

O PHP é um módulo do servidor WEB Apache, um dos mais utilizados do<br />

mercado. Assim, pode-se utilizar os scripts PHP diretamente no servidor, o que<br />

proporciona uma manipulação de dados mais rápida. Além do Apache, o PHP pode ser<br />

utilizado em várias outras plataformas.<br />

37


Outra vantagem da utilização do PHP, trata-se do fato de ser uma linguagem<br />

gratuita, podendo ser utilizada conjuntamente com outras aplicações. O Apache também<br />

é uma opção sem custos, assim como o servidor de banco de dados MySQL. Pode-se,<br />

então, construir uma aplicação WEB de forma totalmente gratuita.<br />

2.8.2 BANCO <strong>DE</strong> DADOS MYSQL<br />

Um banco de dados é uma memória que armazena informações a serem<br />

utilizadas em alguma aplicação. Esses dados são guardados de uma forma em que sejam<br />

facilmente acessíveis quando você precisar utilizá-los. O banco de dados armazena<br />

várias tabelas de dados que podem ser indexadas e relacionadas entre si.<br />

O MySQL é um sistema de gerenciamento de banco de dados gratuito, utilizado<br />

principalmente para aplicações WEB. Ele utiliza-se de um servidor através do qual<br />

podem-se criar novos bancos de dados, alterá-los e fazer buscas inteligentes de<br />

informações [36].<br />

2.8.3 JAVASCRIPT<br />

JavaScript [37] é uma linguagem de script usada para criar páginas WEB<br />

interativas. Esta linguagem está, como em PHP, embutida dentro de códigos HTML,<br />

porém atua de uma forma diferente. A linguagem HTML serve para traduzir ao browser<br />

todos os componentes de uma página, como caixas de texto, botões, estilos de fonte, etc.<br />

O JavaScript trata esses componentes interativamente dependendo de ações de usuários.<br />

Nesta linguagem, assim como o PHP, é usado o paradigma de orientação a<br />

objetos, sendo que cada um dos componentes supracitados são tratados como objetos.<br />

Pode-se, portanto, utilizar métodos para alterar esses objetos ou criar eventos de acordo<br />

com seus status, como por exemplo, ao ser acionado um botão da página.<br />

Diferentemente do PHP, o JavaScript é uma linguagem voltada ao cliente. Todas<br />

as operações que ela realizar ficarão restritas ao usuário, sem a possibilidade de ser<br />

realizada uma busca em um servidor.<br />

38


2.8.4 GOOGLE MAPS<br />

O Google Maps é um serviço WEB oferecido pela Google que propicia ao<br />

usuário uma ferramenta de interação com mapas e informações, tais como endereços,<br />

informações de contato e direções de tráfego.<br />

Nestes mapas é possível visualizar imagens de satélite de diversas cidades e<br />

regiões do mundo, e ampliá-las e reduzi-las. Além disso, podem ser visualizadas ruas,<br />

estradas, imóveis, além de características geográficas como relevo, vegetação e áreas<br />

hidrográficas.<br />

A ferramenta pode buscar lugares pelo endereço ou coordenadas geográficas, e<br />

indicá-las no mapa através de marcadores. Também é possível traçar rotas entre dois<br />

pontos e receber informações de orientação de trânsito.<br />

2.8.4.1 API do Google Maps<br />

A API do Google Maps permite usar JavaScript para incorporá-lo em uma<br />

página na WEB. A API fornece diversos utilitários para manipular mapas e adicionar<br />

conteúdo através de diversos serviços, permitindo a criação de aplicativos com mapas<br />

robustos [38].<br />

39


3 ESPECIFICAÇÃO FUNCIONAL DO <strong>SIST<strong>EM</strong>A</strong><br />

O sistema disponibiliza na Internet um mapa com a localização dos<br />

transformadores equipados com ele. Ao clicar sobre o ícone do transformador desejado,<br />

dados atuais sobre temperatura, umidade e corrente podem ser observados. Gráficos<br />

históricos com diferentes escalas também podem ser observados através do sistema<br />

WEB. Alarmes podem ser configurados independentemente para cada transformador<br />

disponível. Assim, quando alguma variável ultrapassa determinado limite, o ícone muda<br />

de cor ou envia mensagens SMS ou e-mail ao administrador.<br />

A página disponibilizada na Internet fornece também ferramentas de busca que<br />

possibilitam encontrar transformadores específicos pelo mapa, ou por seu identificador.<br />

O administrador do sistema tem acesso a uma área restrita onde pode cadastrar<br />

informações sobre cada transformador e alterar cadastros de transformadores e usuários.<br />

Dois sensores ficam instalados no transformador: um sensor de temperatura PT-<br />

100 no compartimento especial para medição da temperatura do óleo; outro PT-100 no<br />

lado de fora do transformador, coletando a temperatura ambiente; e um sensor de<br />

umidade SHT71 fica inserido no cano respirador do conservador de óleo.<br />

A Figura 15 ilustra o funcionamento completo do sistema e, a partir dela, serão<br />

detalhados todos os processos envolvidos e a comunicação entre eles.<br />

40


Figura 15 - Funcionamento do Sistema<br />

A placa microcontrolada é responsável pela leitura dos sensores e conversão das<br />

medições nas unidades padrão para cada grandeza. Sensores de temperatura PT-100 são<br />

analógicos e seu circuito auxiliar fica diretamente ligado a algum canal do conversor<br />

A/D. O sensor de umidade e temperatura SHT71 tem saída digital e o chip fica<br />

conectado a 2 pinos de expansão de I/O da placa. Quando da inicialização da placa, esta<br />

se responsabiliza por inicializar e configurar o sensor, além de sincronizar a<br />

comunicação e, periodicamente, coletar os dados de umidade relativa do ar. As três<br />

grandezas são lidas por polling (um sensor de cada vez, continuamente), com<br />

prioridades iguais. A cada laço, após a leitura das três grandezas, os valores já<br />

convertidos são mostrados in loco no display de cristal líqüido da placa e enviados pela<br />

porta serial, a qual fica conectada ao módulo XT65.<br />

Por sua vez, o módulo XT65 coleta os dados da porta serial e posta na página do<br />

servidor por <strong>GPRS</strong>. Informações sobre quais sensores estarão ligados e a freqüência<br />

com que os valores de cada um deles serão enviados devem ser inseridas diretamente na<br />

página de configuração do servidor. Sempre que uma mudança ocorrer nas<br />

41


configurações do servidor, através da Internet, é enviada uma mensagem SMS (Short<br />

Message Service) para o módulo com as novas configurações.<br />

Por razões econômicas, das strings do protocolo NMEA fornecidas pelo <strong>GPS</strong>,<br />

são retiradas apenas as informações de coordenadas geográficas para serem enviadas<br />

por <strong>GPRS</strong>. Por padrão, as coordenadas somente são enviadas quando houver alteração<br />

de pelo menos 10 metros ou quando o servidor reinicializar. Naturalmente, também para<br />

o <strong>GPS</strong>, é possível configurar no servidor outras opções de freqüência para recebimento<br />

das informações de posição.<br />

O servidor PHP faz acesso a um banco de dados SQL, que armazena todas as<br />

informações de posição, corrente, umidade relativa e temperatura juntamente com a data<br />

e hora em que chegaram. Na página de configuração do servidor, é possível configurar<br />

quais sensores monitorar e qual a freqüência com que seus valores serão recebidos.<br />

Poderão também ser configurados limites para disparar alarmes quando algum valor for<br />

atingido.<br />

42


4 PROJETO DO <strong>SIST<strong>EM</strong>A</strong><br />

Por envolver diversas tecnologias, o sistema foi construído em diferentes etapas.<br />

Inicialmente, cada etapa foi construída e testada separadamente para só então haver uma<br />

junção de todos os módulos. A seguir serão detalhadas as etapas do projeto, e, ao final,<br />

uma visão globalizada sobre todo o sistema será atingida.<br />

4.1 PROGRAMAÇÃO DA PLACA<br />

Após a decisão pela implementação do sistema na placa equipada com o<br />

MSC1211, a qual pode ser observada na Figura 16, foram decididos os ambientes de<br />

programação e ferramentas que seriam utilizadas. Procurou-se, normalmente, optar por<br />

softwares gratuitos, apesar de existirem ferramentas pagas que ofereçam algumas<br />

funcionalidades adicionais.<br />

Figura 16 - Placa com MSC1211<br />

43


Para rodar um programa, o MSC1211 precisa que ele seja baixado para sua<br />

memória através de uma comunicação serial. Uma vez que a placa está equipada com<br />

um chip USB que simula uma porta serial no PC, a porta USB foi utilizada para baixar<br />

o programa para a placa. Ao se instalar o driver do chip em um PC, ele simula uma<br />

porta serial nova, e, com ele, é possível se comunicar pela porta USB como se fosse<br />

uma porta serial. O programa a ser baixado para a placa se trata de um arquivo no<br />

formato hexa da Intel [39] gerado por um compilador assembly ou C para 8051. Existe<br />

no mercado uma variedade considerável de compiladores e ambientes de<br />

desenvolvimento para gerar código C para microcontroladores desta família. Estes<br />

compiladores estão se tornando cada vez mais robustos e eficientes, não havendo mais<br />

necessidade, na maioria dos casos, de se programar em linguagens de baixo nível. Pela<br />

facilidade e possibilidade de portabilidade, o programa foi todo escrito em C.<br />

Para a edição e compilação do código C foram usados os programas Jen’s File<br />

Editor e SDCC (Small Device C Compiler). JFE é um editor freeware de código C. É<br />

um programa leve e não necessita de nenhuma instalação. Oferece mecanismos de<br />

mudança de cor conforme a sintaxe do programa, mecanismos de busca, entre outros. O<br />

JFE utiliza o compilador SDCC para compilar o código. A Figura 17 mostra uma<br />

captura de tela do JFE contendo o início do código utilizado no projeto.<br />

44


Figura 17 - Jens File Editor<br />

A seguir encontra-se uma lista definindo a finalidade de cada uma das funções<br />

que foram utilizadas pelo programa C. A definição das funções no código C pode ser<br />

observada na Figura 17.<br />

- initlcd: inicializa display LCD da placa com 20x4 caracteres;<br />

- linha2: posiciona o cursor do LCD na segunda linha;<br />

- linha1: posiciona o cursor do LCD na primeira linha;<br />

- linha3: posiciona o cursor do LCD na terceira linha;<br />

- linha4: posiciona o cursor do LCD na quarta linha;<br />

- lcdbl: acende backlight do LCD;<br />

45


- escrevemsg: escreve no LCD a cadeia de caracteres passada por parâmetro;<br />

- wr_char: escreve um caractere no LCD;<br />

- wr_cmd: envia um comando para o LCD;<br />

- delay_5us: espera 5us para continuar a execução;<br />

- delay_5ms: espera 5ms para continuar a execução;<br />

- clearLCD: limpa todos os caracteres escritos no LCD;<br />

- initADC: liga o conversor A/D, configura os canais e a polaridade a ser<br />

utilizada e configura a tensão de referência interna;<br />

- leadc: reservado para leitura de outros canais do conversor A/D além do<br />

padrão, quando outros sensores analógicos forem adicionados ao sistema;<br />

- IntToAsciiDec: converte valores inteiros para caracteres ASCII objetivando<br />

enviá-los pela porta serial, ou escrevê-los no display LCD;<br />

- ADValueToTemperature: converte o valor de 24 bits lido pelo conversor A/D<br />

em temperatura [°C];<br />

- configura_serial: configura a porta serial para funcionar com 9600bps sem<br />

paridade;<br />

- configura_timer: configura timer com tempo correto para fazer com que a<br />

UART opere a 9600bps;<br />

- escreve_serial: escreve na porta serial a cadeia de caracteres passada por<br />

parâmetro;<br />

- sht_write_byte: escreve um byte no sensor de umidade SHT71;<br />

- sht_read_byte: lê um byte do sensor SHT71;<br />

- sht_transstart: envia seqüência de bits que indica início de comunicação ao<br />

SHT71;<br />

- sht_connectionreset: reinicializa conexão com o SHT71;<br />

- sht_softreset: reinicia comunicação com o SHT71;<br />

- sht_read_statusreg: lê registrador de status do SHT71;<br />

- sht_write_statusreg: escreve no registrador de status do SHT71;<br />

- cumi: efetua a leitura da umidade do SHT71 e realiza cálculo para converter o<br />

valor lido em umidade relativa do ar [%];<br />

- ctemp: efetua a leitura da temperatura do SHT71 e realiza cálculo para<br />

converter o valor lido em temperatura [°C];<br />

46


Nos capítulos seguintes serão tratadas detalhadamente as conexões com cada<br />

tipo de sensor e maiores detalhes sobre as funções de conversão e leitura dos sensores<br />

citadas acima serão fornecidos. Pode-se observar também que existem algumas funções<br />

responsáveis por escrever dados no display LCD. Tais funções têm o objetivo de<br />

fornecer informações locais sobre as medições. A Figura 18 mostra o display LCD<br />

quando os sensores estavam expostos ao mesmo ambiente.<br />

Figura 18 - Display LCD<br />

Na Figura 19, pode ser observado um diagrama de atividades simplificado do<br />

software que roda na placa.<br />

47


Figura 19 - Diagrama de Atividades do Software que roda no MSC1211<br />

O compilador utilizado pelo JFE, o SDCC, também é um software freeware. É<br />

uma ferramenta disponível tanto para sistemas Linux e Mac quanto para sistemas<br />

Windows[40]. O SDCC compila códigos para as arquiteturas 8051 e Z80. Atualmente<br />

existe, quase em fase final, um plugin para Eclipse que permite utilizar seu ambiente<br />

moderno de programação para construir aplicações para sistemas embarcados com<br />

arquiteturas 8051 e Z80 através do SDCC [41].<br />

Para cada diferente modelo de microcontroladores de mesma família, geralmente<br />

utiliza-se uma biblioteca específica que define os pinos e os nomes dos registradores<br />

para cada endereço de memória do dispositivo. Estas bibliotecas se diferenciam na sua<br />

sintaxe para cada compilador, e, para o SDCC, as bibliotecas disponíveis para o<br />

MSC1211 encontram-se incompletas. Foi necessário aumentar a biblioteca para que ela<br />

48


agregasse todos os registradores e pinos utilizados pelo sistema. Na Figura 17, na<br />

primeira linha de código, está a inclusão desta biblioteca “msc1211.h”.<br />

Para realizar o download do hexadecimal gerado pelo compilador utiliza-se<br />

qualquer software capaz de abrir uma comunicação serial e enviar um arquivo.<br />

4.2 INTERFACE DA PLACA COM O PT-100<br />

O PT-100 é um sensor de temperatura analógico que varia sua resistência<br />

conforme a quantidade de calor percebida. O conversor A/D do microcontrolador, no<br />

entanto, é capaz apenas de perceber variações de tensão. A partir da variação ôhmica do<br />

PT-100, para obter-se uma variação de tensão ideal, em uma faixa que torne possível a<br />

leitura do sinal com a maior precisão e resolução possível, se faz necessária a<br />

construção de um circuito analógico. Tal circuito deve aplicar uma tensão ao PT-100 de<br />

modo que sua variação ôhmica faça variar a tensão sobre o sensor.<br />

Sabe-se que o conversor A/D do MSC1211 pode fazer uma leitura bipolar (-2.5<br />

até +2.5V utilizando o bit mais significativo para o sinal) ou unipolar (0 até 2.5V<br />

ganhando mais um bit de resolução). Como não haverá tensão negativa no PT-100,<br />

configurando-se o microcontrolador para operar em modo unipolar, seus 24 bits podem<br />

ser usados para marcar tensão positiva na faixa de 0 a 2.5V, aumentando a resolução da<br />

leitura. Variando-se a temperatura de 0°C a 100°C, a resistência do sensor varia de<br />

100Ω a 138.4 Ω [9]. Desta forma, deseja-se que esta variação de resistência faça variar<br />

o máximo de tensão e que esta faixa de variação esteja o mais próximo possível de 0V,<br />

uma vez que a precisão do conversor é maior para tensões mais baixas. Neste ponto<br />

surgem 2 opções: utilizar uma tensão de referência fixa (maior simplicidade no cálculo,<br />

menos uso de memória do microcontrolador, menor faixa de variação) ou utilizar um<br />

circuito que conecte a tensão de referência à saída do PT-100, fazendo com que ela<br />

também varie, objetivando a obtenção de algum aumento na faixa de variação. Após a<br />

realização de cálculos, verificou-se que a segunda opção seria capaz apenas de aumentar<br />

a faixa de variação de tensão na ordem de alguns mV, resultando na escolha da primeira<br />

49


opção. O MSC1211 é configurado, então, para utilizar a tensão de referência gerada<br />

internamente pelo chip de 2.5V.<br />

Outro fator importante a ser observado na construção do circuito é a corrente que<br />

circulará pelo sensor. Até mesmo para evitar seu aquecimento pela corrente circulante,<br />

aconselha-se uma corrente em torno de 3mA [42].<br />

Na Figura 20 pode ser observado o diagrama elétrico do circuito construído.<br />

Figura 20 - Diagrama Elétrico da Interface com o PT-100<br />

O MSC1211 possui um pino de saída Vref-out que se energiza com a tensão de<br />

referência configurada e é deste pino que parte a alimentação de 2.5V para o circuito<br />

analógico em torno do PT-100. Ain+ e Ain- são conectados respectivamente aos pinos<br />

AIN0 e AIN1 (primeiros 2 canais do conversor A/D – AIN0 positivo e AIN1 negativo)<br />

do chip. O valor lido pelo conversor A/D corresponde à diferença de potencial entre<br />

Ain+ e Ain-. O resistor R1 tem por objetivo limitar a corrente circulante no PT-100 e o<br />

capacitor C1 atua como filtro, não permitindo que variações bruscas no PT-100 ou<br />

ligeiras interferências externas sejam sentidas pelo conversor. A presença de C1 não se<br />

faz tão relevante neste circuito, pois o PT-100 utilizado é de baixo custo e apresenta<br />

uma curva de resposta lenta. O GND do circuito é ligado diretamente ao GND da placa.<br />

50


Por ser um circuito simples, não houve necessidade de ser fabricada uma placa<br />

para acomodá-lo e, para eliminar problemas como contatos ruins e interferências<br />

externas (devido à sensibilidade do sensor, interferências podem prejudicar<br />

completamente a leitura do PT-100), o circuito foi construído em uma régua de bornes<br />

utilizando cabos blindados. A régua pode ser observada na Figura 21.<br />

Figura 21 - Régua de Bornes<br />

Os dois fios brancos ligados por uma ponte na Figura 21 têm um ponto em<br />

comum próximo ao PT-100, constituindo um terceiro fio. A finalidade deste terceiro fio<br />

em comum, em sensores PT-100 a 3 fios, está na redução da resistência e dos efeitos da<br />

variação de temperatura sobre ela [43]. A Figura 22 mostra a saída dos 3 fios do PT-<br />

100.<br />

Figura 22 - Saída do PT-100 a 3 fios<br />

Por estar configurado para trabalhar com tensão de referência fixa em 2.5V e<br />

modo unipolar, entre 0V e 2.5V, 2 valores poderão ser medidos pelo conversor A/D<br />

51


do MSC1211 dentro desta faixa. Dividindo-se 2.5V por 2 , se obtém a tensão máxima<br />

que deve variar para que se altere de uma unidade o valor digital gravado nos<br />

registradores pelo conversor A/D. Assim, a cada unidade que o valor digital variar,<br />

houve uma variação analógica de 1.49011 ∗ 10 V.<br />

Para encontrar a fórmula que o software irá aplicar no valor de 24 bits lido pelo<br />

conversor A/D a fim de convertê-lo em ºC, 2 métodos foram utilizados. Primeiramente<br />

foi encontrado o valor teórico de quantas unidades variaria o valor para cada grau de<br />

temperatura e com este valor foi construída uma primeira fórmula. Uma vez encontrada<br />

a fórmula construída a partir dos valores teóricos, uma segunda fórmula foi gerada<br />

através de calibrações e medições práticas.<br />

Aplicando-se a lei das malhas e calculando-se a variação de tensão no PT-100<br />

quando este apresenta resistência relativa a 0°C e a 1°C, descobre se que 1°C faz variar<br />

1.33248mV. Dividindo-se a tensão que varia com a variação de 1ºC pelo valor de tensão<br />

correspondente a cada unidade do valor digital .∗<br />

.∗ , se tem como resultado uma<br />

variação do valor digital retornado pelo conversor A/D de 8942. 8942 unidades para<br />

cada ºC de temperatura. Este valor teórico, no entanto, apresenta problemas, pois<br />

existem as resistências desconhecidas dos cabos e suas conexões, baixa qualidade do<br />

material do PT-100, imprecisão dos resistores, queda de tensão na placa, entre outras<br />

variáveis que não se pode precisar. Surge, então, a necessidade de se encontrar uma<br />

forma para calibrar a leitura do PT-100 que levem em conta estas variáveis<br />

desconhecidas do ambiente.<br />

Ao colocar o PT-100 em contanto com o gelo (0ºC) e esperar até que sua<br />

resistência convirja para um valor, foi lido, em decimal, o valor 2799388 do conversor<br />

A/D. Com o PT-100 submerso na água em ebulição (100ºC), o valor registrado foi de<br />

3679300. Dividindo-se por 100 a diferença entre o valor lido no gelo e o valor lido na<br />

água em ebulição, obtém-se que, para cada ºC, o valor digital varia 8799 unidades.<br />

Os valores obtidos nos testes práticos e no cálculo teórico tiveram uma diferença<br />

significativa e, após alguns testes, foi verificado que nem o valor teórico nem o valor<br />

obtido com as medições estavam retornando com precisão o valor da temperatura.<br />

Aplicando-se uma média ponderada com maior peso para o valor teórico, chegou se a<br />

52


variação de 8850 unidades por ºC de temperatura. Com este valor, resultados<br />

satisfatórios foram obtidos medindo-se temperaturas entre 0ºC e 100ºC. Logicamente<br />

estes resultados são satisfatórios para se obter precisão de pelo menos 1ºC. Para a<br />

obtenção de uma precisão com casas decimais, uma quantidade maior de testes e<br />

calibrações precisaria ser realizada.<br />

=<br />

( )<br />

<br />

53<br />

foi a fórmula encontrada para que o<br />

programa pudesse calcular a temperatura em ºC, mostrar no display LCD e enviar para a<br />

porta serial.<br />

O ideal seria que houvesse dois PT-100s para instalação no protótipo, um para<br />

mensurar a temperatura do óleo e outra para mensurar a temperatura ambiente. No<br />

entanto, não se sentiu necessidade de adquirir um segundo PT-100 para o projeto. Para<br />

este primeiro protótipo, utilizou-se o próprio SHT71 para aproximar a temperatura<br />

ambiente.<br />

4.3 INTERFACE DA PLACA COM O SHT71<br />

Os pinos de interface do chip SHT71 possuem entre eles uma distância de<br />

0.46mm, um valor substancialmente menor que a distância entre os furos das placas de<br />

circuito impresso e das placas de protótipo padrão (2.54mm). Para acomodá-lo não há<br />

disponível nenhum tipo de soquete, nem há disponibilidade de máquinas capazes de<br />

perfurar com esta precisão. A solução foi confeccionar uma placa de circuito impresso<br />

específica para acomodar o sensor e adaptar pinos de saída com maiores espaçamentos.<br />

A placa é feita de um material dielétrico, com uma fina camada de cobre em sua<br />

superfície. O circuito foi desenhado sobre o cobre com uma caneta de retroprojetor, que<br />

protege a região pintada contra corrosão. Por ser um circuito simples, com apenas 4<br />

trilhas, o desenho foi realizado à mão. Após o desenho, a placa foi submersa no<br />

percloreto de ferro até que todo cobre fosse corroído, restando apenas a área pintada.<br />

Finalmente a placa foi limpa com uma palha de aço e foram perfurados os furos onde<br />

estão soldados a barra de pinos e o resistor de pull up. A Figura 23 mostra o resultado<br />

final da placa já com os componentes soldados.


Figura 23 - Placa Para Adaptação do SHT71<br />

O fio vermelho e o fio preto soldados na placa mostrada na Figura 23 estão<br />

respectivamente ligados ao VCC e ao GND. Os dois pinos de dados (fios brancos) estão<br />

conectados a pinos de I/O. É através destes dois pinos de dados que o software faz a<br />

comunicação com o sensor.<br />

As funções em C desenvolvidas para realizar a comunicação com o SHT71<br />

podem ler e escrever no seu registrador de status bem como ler e escrever bytes em<br />

geral. Na Figura 24 pode ser observado um diagrama de ondas completo de uma leitura<br />

da umidade relativa do ar para exemplificar como o software efetua a comunicação.<br />

54


Figura 24 - Leitura da Umidade Relativa do Ar - Umidade = 2356 = 75.79% [11]<br />

Um delay de 0.8s é dado após cada leitura dos registradores, conforme<br />

recomendado em [11], evitando um aquecimento em demasia do chip, o que implicaria<br />

em uma leitura incorreta dos valores de umidade e temperatura.<br />

Após a leitura dos valores de temperatura e umidade lidos do sensor, algumas<br />

equações precisam ser aplicadas para converter estes valores em temperatura [ºC] e<br />

umidade relativa do ar [%]. As constantes das equações variam conforme a tensão de<br />

alimentação e a quantidade de bits utilizados, mas para este projeto, que alimenta o chip<br />

com 5V e utiliza 12 bits para ler umidade e 14 bits para ler temperatura, as equações<br />

ficam da seguinte forma:<br />

- ℃ = −40.1 − 40.2 ∗ <br />

- % = −4 + 0.0405 ∗ − 2.8 ∗ 10 ∗ <br />

- % = ( ℃ − 25)(0.01 + 0.00008 ∗ ) +<br />

% <br />

TR = Valor de Temperatura Lido Direto do Sensor<br />

UR = Valor de Umidade Lido Direto do Sensor<br />

A primeira fórmula apresentada acima se trata da equação que converte o valor<br />

obtido do sensor em °C. A segunda fórmula converte o valor lido do registrador de<br />

umidade do sensor em umidade relativa do ar. A terceira fórmula utiliza a temperatura<br />

obtida na primeira equação e a umidade relativa do ar lida do registrador para calcular a<br />

55


umidade relativa do ar real, compensando sua não linearidade. A umidade relativa do ar<br />

apresenta uma curva quase linear, porém não pode ser considerada como o sendo. Como<br />

nos testes realizados o cálculo da umidade real diferiu apenas nas casas decimais da<br />

umidade relativa linear, o uso da terceira fórmula não se faz crucial no sistema. Na<br />

Figura 25 está um gráfico que demonstra a não linearidade da leitura da umidade.<br />

Figura 25 - Demonstração da Não Linearidade da Umidade Relativa [11]<br />

Apesar de o sensor oferecer precisão de alguns pontos flutuantes, por simplificar<br />

e reduzir o protocolo utilizado pelo <strong>GPRS</strong> e por não ser necessária tanta precisão para o<br />

sistema, as casas decimais são desconsideradas pelas funções em C. Além disto, quando<br />

se utiliza os pontos flutuantes, o limite máximo de memória do MSC1211 é quase<br />

alcançado. Descartando os pontos flutuantes, economizou-se uma quantidade<br />

considerável de recursos.<br />

4.4 INTERFACE DA PLACA COM O MÓDULO XT65<br />

A placa, a cada laço, após a leitura de todos os sensores e após atualizar os<br />

valores mostrados no display LCD (ocorre apenas quando houver modificação na<br />

medida de algum sensor em relação à última medição), envia pela porta serial os dados<br />

adquiridos. Os dados são enviados continuamente e o tempo entre cada envio<br />

caracteriza-se apenas pelo tempo de leitura dos sensores, pelo delay de 0.8s a cada laço<br />

(evita aquecimento do SHT71) e pelo tempo de duração da comunicação serial. Fica<br />

56


claro, então, que todo o controle da freqüência de envio dos valores de cada sensor fica<br />

inteiramente a cargo do módulo <strong>GPS</strong>/<strong>GPRS</strong>.<br />

A porta serial do módulo é configurada para operar a 9600bps, sem bit de<br />

paridade. Para que o módulo pudesse adquirir estes dados e reconhecê-los<br />

separadamente para cada sensor, um protocolo para envio dos dados foi construído. A<br />

Figura 26 mostra como os dados são enviados pela porta serial para serem recebidos<br />

pelo módulo.<br />

4.5 ALIMENTAÇÃO<br />

Figura 26 - Protocolo de Comunicação da Placa com Módulo XT65<br />

Ambos o Módulo XT65 e a placa com MSC1211 trabalham, logicamente, com<br />

tensão de alimentação contínua. Eles já vêm acompanhados por seu retificador de<br />

tensão com entrada de 127V ou 220V. O retificador do módulo atenua a tensão para<br />

15VDC (o módulo aceita tensões entre 8V e 30V) e o retificador da placa para 5VDC.<br />

Da mesma forma que os outros equipamentos de monitoramento de<br />

transformadores, as entradas dos retificadores de tensão são alimentadas diretamente<br />

pelo painel de circuitos auxiliares do transformador. Normalmente este painel apresenta<br />

tensão de 127V ou 220V conforme pedido de cada cliente. Se houver necessidade de ter<br />

57


um sistema que permaneça em funcionamento mesmo durante interrupções de energia e<br />

problemas na rede elétrica, um nobreak pode ser instalado.<br />

4.6 <strong>SIST<strong>EM</strong>A</strong> WEB<br />

4.6.1 BANCO <strong>DE</strong> DADOS SQL<br />

Para armazenar os dados enviados pelos transformadores equipados com o<br />

sistema de telemetria por <strong>GPRS</strong> é necessário organizá-los de forma a simplificar a<br />

busca, inclusão e remoção das informações. Para tal, é utilizado o servidor de banco de<br />

dados MySQL, que roda na mesma máquina servidora onde encontra-se a aplicação<br />

WEB. Os dados ficam organizados em tabelas que são lidas e escritas por uma<br />

aplicação PHP. Dentre os dados armazenados estão informações relativas ao<br />

transformador, à sua localização e às medições dos sensores. Fazem parte do banco de<br />

dados as seguintes tabelas:<br />

- Tabela Transformadores<br />

seguintes valores:<br />

Tabela utilizada para identificar os transformadores. Contém os<br />

- ID – código único gerado automaticamente na ativação do sistema.<br />

Quando um novo transformador é instalado, o sistema de telemetria envia<br />

ao servidor um pedido de cadastro e recebe como retorno este código<br />

único. Este código será usado no futuro para identificação do<br />

transformador. Tanto o sistema do servidor quanto o próprio<br />

transformador conhecerão este valor. Se o sistema de telemetria for<br />

reiniciado, quando for feito o pedido de cadastro ao servidor, o servidor<br />

reconhecerá o transformador e retornará para ele o mesmo código<br />

utilizado anteriormente.<br />

- Telefone – também é utilizado como identificação única de um<br />

transformador. Este número é o próprio número de telefone do sim card<br />

do módulo <strong>GPRS</strong>. O telefone é utilizado pelo servidor para envio de<br />

58


informações ao módulo através de mensagens SMS. O sim card não<br />

fornece informações a respeito de seu número de telefone, apenas seu<br />

simid, um identificador único para cada sim card. Por isto, este número<br />

de telefone deve ser cadastrado manualmente através da página de<br />

configuração na WEB.<br />

- Latitude e Longitude – informações geográficas de localização do<br />

transformador.<br />

- Descrição do transformador – campo reservado para que o cliente possa<br />

entrar com qualquer tipo de texto descrevendo o transformador. Este<br />

campo também deve ser preenchido manualmente através da página de<br />

configuração do sistema.<br />

- Estado – indica o estado do transformador, que pode estar offline<br />

(inativo, sem se comunicar por muito tempo), online (funcionando<br />

corretamente) e disparando alarme (algum limite configurado pelos<br />

alarmes foi atingido).<br />

- Tabela para Sensor<br />

Como cada sensor pode enviar informações com períodos diferentes, foi<br />

construída uma tabela para cada sensor. As tabelas são as seguintes:<br />

Temperatura Interna (temperatura do topo do óleo), Temperatura Externa<br />

(temperatura ambiente), Umidade do Cano (umidade no interior do cano<br />

respirador de ar), Tensão e Corrente. Estas tabelas possuem os mesmos campos:<br />

ID (contador utilizado para identificar cada medição), ID do transformador,<br />

Valor (valor da medição na sua unidade padrão), Data e Hora (data e hora em<br />

que chegou a última medição).<br />

- Tabela Alarmes<br />

Nesta tabela se encontram os alarmes criados pelo usuário através da<br />

página de configuração do sistema WEB. Podem ser criados quantos alarmes<br />

forem desejados. Os alarmes desta tabela são periodicamente varridos e testados<br />

pela aplicação PHP e quando algum deles estiver ligado, a aplicação irá tomar as<br />

59


medidas necessárias (avisos sonoros, envio de mensagens sms, entre outras). A<br />

tabela de alarmes consta dos seguintes campos para cada alarme: ID da alarme<br />

(contador utilizado como identificação de cada alarme), ID do transformador<br />

(identificação única do transformador onde está a variável monitorada por este<br />

alarme), Variável (temperatura externa, temperatura interna, umidade, tensão ou<br />

corrente), Operação (>,


outros) somente são compatíveis com ele. Na Figura 27 pode ser visualizado o ambiente<br />

do Netbens.<br />

Figura 27 - NetBeans [44]<br />

Além da alimentação externa, para a programação do módulo é necessário que<br />

ele esteja tanto conectado ao PC pela porta USB, quanto pela porta serial. Ao conectar o<br />

módulo à porta USB, ele é reconhecido como um disco externo e podem então, ser<br />

gravados e apagados arquivos de sua memória.<br />

O programa foi desenvolvido com o intuito de funcionar em modo plug and<br />

play. Quando da primeira vez de sua inicialização junto ao transformador, o módulo faz<br />

com que o transformador se auto-identifique no servidor WEB e, em seguida, começa<br />

automaticamente a enviar informações relativas aos sensores por <strong>GPRS</strong>.<br />

O primeiro passo realizado pela aplicação é configurar as taxas de transmissão<br />

da porta serial e outros atributos utilizados na recepção de mensagens SMS. Em<br />

seguida, o objetivo passa a ser tentar encontrar a posição do módulo por <strong>GPS</strong>. Até que o<br />

aparelho enxergue a quantidade de satélites necessária para calcular sua posição, vários<br />

minutos podem se passar. Se nos primeiros 15 minutos de tentativa, uma posição válida<br />

61


não for retornada, o programa envia uma mensagem SMS de erro ao administrador,<br />

retorna ao seu fluxo normal e cria uma thread que ficará periodicamente acordando e<br />

tentando achar a posição novamente.<br />

O próximo passo da aplicação é, através de um comando AT, recuperar o<br />

identificador único de seu SIM card. Este identificador, no próximo passo, será enviado<br />

ao servidor. O identificador será útil para o servidor que o utilizará para buscar o<br />

número de telefone do SIM card. Tal telefone será utilizado pelo servidor para enviar<br />

configurações ao módulo.<br />

Uma vez atingido este ponto, são enviadas ao servidor todas as informações<br />

adquiridas até aqui. Para tal, uma conexão HTTP é aberta e as informações são postadas<br />

em uma página PHP específica no servidor. O método utilizado é o GET, no qual é feito<br />

um acesso à página passando os valores por parâmetro após o sinal de ‘?’, da seguinte<br />

forma: http://teletransfo.no-ip.org:8080/dados.php?id=1&tpint=50. Neste caso, as<br />

variáveis enviadas foram id, com valor 1 e tpint (temperatura do óleo), com valor 50.<br />

Ao se abrir uma conexão HTTP, pode-se também ler o conteúdo da página. Desta<br />

forma, o módulo acessa a página e faz uma verificação se os dados foram postados com<br />

sucesso através de mensagens que o próprio servidor gera para serem lidas pelo<br />

aparelho. É possível saber se os dados foram incluídos corretamente no banco de dados.<br />

Se for verificado que os dados foram devidamente recebidos e tratados, a página WEB<br />

retorna também para o módulo o seu ID, valor permanente que é atribuído a cada<br />

aparelho para a identificação daquele transformador. Caso contrário, se houver erro no<br />

envio de dados, o dispositivo ficará tentando acessar o servidor indefinidamente até que<br />

este retorne ao funcionamento normal. Após três tentativas mal sucedidas, o<br />

administrador receberá uma mensagem de erro por SMS em seu celular.<br />

Após a recepção do ID (número identificador) do transformador, começam a ser<br />

lidos os valores dos sensores e enviados para o servidor. Como a freqüência definida<br />

para leitura de cada sensor pode ser configurada separadamente, há a necessidade de se<br />

ter processos rodando em paralelo para cada sensor. Para isto, é criada uma thread para<br />

cada sensor. Cada thread é responsável por ler de uma variável global o valor de<br />

medição correspondente ao seu sensor e postá-lo na página do servidor juntamente com<br />

o ID do transformador.<br />

62


Não é possível que mais de uma thread utilize a função de conexão HTTP<br />

simultaneamente. Então, é utilizado o conceito de exclusão múltipla através de um<br />

monitor que garante que somente uma thread por vez executa a função.<br />

O servidor envia, esporadicamente, novas configurações de freqüência de envio<br />

para os sensores. Estas configurações são enviadas por mensagens SMS. Para o<br />

recebimento de mensagens SMS, mais uma thread é criada. Esta thread fica<br />

responsável por, periodicamente, verificar se alguma mensagem foi recebida. Se houver<br />

uma mensagem e ela for reconhecida, a thread altera a freqüência de leitura dos<br />

sensores.<br />

A Figura 28 apresenta um diagrama de atividades simplificado do programa que<br />

roda no módulo XT65.<br />

63


Figura 28 - Diagrama de Atividades do Programa que Roda no Módulo XT65<br />

64


4.6.3 PÁGINA WEB<br />

Na linguagem PHP foram criadas páginas tanto para coletar as informações<br />

recebidas por <strong>GPRS</strong>, manipular o banco de dados e enviar configurações aos módulos,<br />

quanto para disponibilizar ferramentas e informações de forma visual ao usuário. É<br />

possível ao usuário assistir o estado atual dos transformadores e observar os gráficos<br />

históricos remotamente através de qualquer aparelho com um browser HTTP conectado<br />

à Internet. A página permite também que o usuário busque transformadores cadastrados<br />

e altere informações de cadastro desde que tenha uma senha com privilégios suficientes<br />

para tal.<br />

A descrição das funcionalidades visuais oferecidas pela página WEB será feita<br />

com o uso de fotografias do site. Na Figura 29 pode ser observada a página inicial.<br />

Figura 29 - Página Inicial<br />

Na página inicial podem ser acessadas informações sobre os membros da equipe<br />

e a documentação completa do projeto. Possui também um link para entrar em contato<br />

com a equipe e um link que fornecesse acesso à área restrita, local onde se encontra todo<br />

o sistema de telemetria. Para acessar a área restrita, o usuário precisa informar um login<br />

e senha, como mostra a Figura 30.<br />

65


Figura 30 - Acesso à Área Restrita<br />

Na área restrita já se pode visualizar o mapa indicando a posição dos<br />

transformadores equipados, como mostra a Figura 31. Ao clicar no transformador<br />

desejado, dados atuais sobre as variáveis monitoradas podem ser observados conforme a<br />

Figura 32.<br />

Figura 31 - Mapa com Localização dos Transformadores<br />

66


Figura 32 - Mapa Mostrando Informações Atuais sobre um Transformador<br />

O botão de busca presente tanto na Figura 31 quanto na Figura 32, realiza uma<br />

busca no banco de dados pelo ID do transformador desejado. Ao encontrá-lo, o mapa<br />

automaticamente aproxima-se da unidade.<br />

A Figura 33 mostra a página de busca por tabela.<br />

Figura 33 - Busca por Tabela<br />

67


Na busca por tabela são mostrados todos os transformadores cadastrados e<br />

podem ser observados os seus estados (ativo-verde e alarme disparando-amarelo). Aqui<br />

os transformadores podem ser removidos do sistema. Ao se clicar no ícone do mapa,<br />

uma janela se abre mostrando a localização do transformador. O ícone do gráfico abre<br />

uma página especial onde podem ser gerados gráficos históricos sobre as medições. Ao<br />

ser clicado o ícone de configuração, abre-se uma janela pop-up com opções para<br />

configuração de freqüência dos sensores e criação de alarmes, como pode ser observado<br />

na Figura 34.<br />

Figura 34 - Configuração de Freqüência e Alarmes<br />

Nas configurações de alarme, é fornecido um formulário no qual constam<br />

campos para definição do sensor a ser monitorado, da regra do alarme ou sinal lógico da<br />

expressão do alarme, o valor limite a ser ultrapassado para que o alarme seja disparado e<br />

a forma de envio de alertas de disparo. O formulário para configuração de freqüência<br />

conta com check-boxes que selecionam quais sensores devem ter sua freqüência<br />

alterada. Escolhe-se, então, o novo valor de freqüência e a unidade de tempo. Ao serem<br />

submetidas estas alterações, uma mensagem SMS é envaida ao módulo XT65<br />

requisitando a mudança da freqüência dos sensores selecionados.<br />

É possível, após a criação de alarmes, visualizar os alarmes ativos e removê-los<br />

do sistema através da página mostrada na Figura 35. Através desta página, é possível<br />

também, criar alarmes globais (ID = 0, com validade para todos transformadores).<br />

68


Figura 35 - Gerência de Alarmes<br />

Quanto aos gráficos, eles são gerados pelo servidor no formato GIF, no<br />

momento em que o usuário pressiona o botão “gerar”, após selecionar a data de início e<br />

fim. As imagens são geradas pelo software livre Gnuplot. A Figura 36 apresenta um<br />

gráfico gerado pelo sistema WEB.<br />

Figura 36 - Gráfico de Temperatura Gerado pelo Aplicativo<br />

69


5 CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />

5.1 TESTES REALIZADOS<br />

realizados:<br />

Para validação do sistema como um protótipo inicial, alguns testes foram<br />

- Manter o sistema em funcionamento durante 24 horas para avaliar questões<br />

de confiabilidade;<br />

- viajar com o equipamento em um veículo móvel para verificar se foi correta a<br />

trajetória mostrada no mapa e se permaneceram íntegras as medições durante<br />

o percurso;<br />

- configurar alarmes em quantidades diversas e forçar a mudança das variáveis<br />

lidas pelos sensores para provocar seus disparos;<br />

- variar a freqüência de recebimento da leitura dos sensores para garantir que o<br />

módulo XT65 receberá as mensagens SMS de configuração emitidas pelo<br />

servidor corretamente;<br />

- instalar o sistema em um transformador de potência para garantir que a<br />

adaptação física dos sensores ao transformador é simples e rápida.<br />

A instalação do protótipo em um transformador de potência ocorreu dentro da<br />

fábrica da empresa TRAFO Equipamentos Elétricos S/A, situada em Gravataí-RS. O<br />

transformador utilizado foi de 10000KVA. O transformador pode ser observado na<br />

Figura 37.<br />

70


Figura 37 - Transformador Utilizado para Testes<br />

Para instalação do protótipo, o sensor de umidade SHT71 foi envolvido em um<br />

compartimento plástico protetor e inserido no tubo de sílica gel como mostra a Figura<br />

38.<br />

71


Figura 38 - Inserção do SHT71 no Tubo de Sílica Gel<br />

O PT-100 foi colocado no compartimento auxiliar do transformador. A figura 39<br />

apresenta uma visão superior do transformador, onde ficam os compartimentos para os<br />

PT-100s.<br />

Figura 39 - Compartimentos do Transformador para PT-100s<br />

72


Após a instalação do sistema, o transformador foi energizado e, durante algumas<br />

horas, a temperatura foi monitorada até que estabilizasse. Durante o teste, a umidade<br />

dentro do secador se manteve constante em torno de 42%. A Figura 40 mostra o gráfico<br />

gerado com as medições de temperatura do topo do óleo.<br />

Figura 40 - Gráfico das Medições Realizadas Durante o Teste<br />

5.2 VIABILIDA<strong>DE</strong> ECONÔMICA<br />

Para este trabalho foi realizada uma estimativa do custo do sistema para<br />

demonstrar sua viabilidade econômica. Os valores observados na Tabela 1 são apenas<br />

uma média do preço unitário dos produtos nas suas principais revendedoras. Os valores<br />

dos sensores podem sofrer maiores variações conforme a sua qualidade e o seu<br />

fabricante.<br />

Tabela 1 - Estimativa do Preço dos Equipamentos do Sistema<br />

Lista dos Equipamentos<br />

Nome do Produto Quantidade Valor aproximado em reais Total<br />

Placa Microcontrolada 1 R$ 100,00 R$ 100,00<br />

Módulo XT65 1 R$ 350,00 R$ 350,00<br />

Sensor de Temperatura PT-100 2 R$ 80,00 R$ 160,00<br />

Sensor de Umidade SHT71 1 R$ 143,00 R$ 143,00<br />

Total R$ 753,00<br />

73


Além do custo envolvendo os produtos citados, há também o custo com a<br />

operadora de celular que fornecerá o serviço de <strong>GPRS</strong>. O sistema não necessita tempo-<br />

real e a transmissão trata-se de apenas alguns bytes contendo os valores dos sensores e<br />

coordenadas de <strong>GPS</strong> transmitidos em intervalos grandes de tempo (de minuto em<br />

minuto ou até em intervalos de algumas horas). As operadoras de telefonia celular<br />

oferecem planos de 40MB/mês com valores em torno de R$40,00 mensais. Com<br />

40MB/mês se tem quase 1KB por minuto para comunicação, um valor maior do que o<br />

necessário.<br />

Com a finalidade de comparar o valor do sistema com o valor de um<br />

transformador, alguns preços de transformadores também foram estimados e podem ser<br />

vistos na Tabela 2.<br />

Tabela 2 - Estimativa do Preço de Transformadores<br />

Transformadores<br />

Tipo Potência Alta Tensão Total<br />

Trifásico 5000 KVA 6900V R$ 200.000,00<br />

Trifásico 10000 KVA 6900V R$ 600.000,00<br />

Trifásico 25000 KVA 138000V R$ 1.000.000,00<br />

Trifásico 50000 KVA 230000V R$ 1.800.000,00<br />

Trifásico 150000 KVA 230000V R$ 3.000.000,00<br />

Mesmo para o transformador mais barato, um transformador pequeno de<br />

5000KVA, o valor do sistema (R$741,77) representa menos de 0,5% do valor do<br />

transformador.<br />

Além do custo do material e de fabricação do sistema, deve ser avaliado também<br />

o custo com pesquisa e desenvolvimento. Considerando o salário médio de um<br />

engenheiro e as horas trabalhadas no projeto, estima-se um custo de R$18.000,00. A<br />

forma como este valor poderá ser amortizado no preço unitário do produto dependerá de<br />

futuras pesquisas de mercado.<br />

Acredita-se que o custo-benefício de todo o projeto seja bastante satisfatório ao<br />

se comparar preços, vantagens e desvantagens com outros produtos do mercado. No<br />

74


capítulo seguinte será apresentado um exemplo de equipamentos utilizados para<br />

telemetria em novos transformadores brasileiros.<br />

5.3 <strong>SIST<strong>EM</strong>A</strong>S COMERCIAIS <strong>DE</strong> MONITORAMENTO <strong>DE</strong><br />

TRANSFORMADORES<br />

Entre as empresas especializadas em equipamentos para monitoramento de<br />

transformadores, destacam-se a brasileira Treetech, com matriz na cidade de São Paulo,<br />

e a alemã Reinhausen, localizada em Regensburg. No Brasil, geralmente, são mais<br />

utilizados os equipamentos da Treetech. Foi realizada uma pesquisa sobre os<br />

equipamentos da empresa utilizados para monitorar variáveis semelhantes às<br />

monitoradas por este projeto. Esta pesquisa visa apenas salientar a importância do<br />

monitoramento de transformadores a óleo de grande porte e apontar algumas<br />

desvantagens dos sistemas atuais que o sistema descrito aqui tenta eliminar.<br />

Alguns aparelhos da Treetech são interessantes de serem citados. São eles os<br />

TM1 (medidor de diferencial de temperatura, temperatura do óleo e temperatura de<br />

bobinas), TM2 (utilizado para monitorar temperatura de bobinas adicionais), o AVR<br />

(monitor de tensão e corrente e controlador automático do comutador sob carga que já<br />

foi tratado com mais detalhes no Capítulo 2.4) e o MO (monitor de umidade em óleo).<br />

Vale ressaltar que todos os aparelhos supracitados dispõem de pelo menos uma interface<br />

serial.<br />

A Treetech vende também um software chamado de Software de Digitalização<br />

Smart Trafo. O software recebe informações dos aparelhos de monitoramento da<br />

Treetech por RS485 e disponibiliza as informações na internet via HTTP. Ele gera<br />

gráficos tanto com informações de tempo real, quanto com dados históricos<br />

armazenados em banco de dados. Outras funcionalidades também são oferecidas e<br />

podem ser observadas no catálogo oficial disponível no site da empresa. O Smart Trafo<br />

é escalável e permite ao usuário compor seu próprio sistema de monitoramento,<br />

75


escolhendo a quantidade de dispositivos e de transformadores que deseja monitorar<br />

[45].<br />

A desvantagem dos aparelhos da Treetech está na necessidade de um PC<br />

instalado próximo ao transformador e na quantidade de módulos que precisam ser<br />

comprados separadamente. A utilização de um único sistema embarcado, pequeno,<br />

capaz de monitorar umidade, temperatura, tensão e corrente, enviando os dados por<br />

<strong>GPRS</strong> sem a necessidade de cabos e computadores adicionais, além de tornar o sistema<br />

mais centralizado, pode oferecer uma redução substancial de custos.<br />

5.4 CONCLUSÃO E PROJETOS FUTUROS<br />

O projeto desenvolvido atingiu as metas previstas para os 5 meses de pesquisa e<br />

desenvolvimento. Os 3 dispositivos envolvidos (placa microcontrolada, módulo XT65 e<br />

PC servidor) conseguiram se comunicar com sucesso e funcionar em conjunto com<br />

sincronia. O sistema se mostrou estável e econômico nos testes realizados. A análise<br />

econômica se mostrou favorável aos desenvolvedores. Acredita-se que os resultados<br />

foram positivos e que todos os conhecimentos e tecnologias envolvidas no trabalho<br />

foram dominados pelos componentes da equipe.<br />

Além do conhecimento técnico, grandes projetos em equipe, com prazos curtos<br />

para finalização, exigem o emprego de técnicas de gestão que visam organização,<br />

eficiência, produtividade, responsabilidade, motivação e rápidas tomadas de decisão em<br />

relação ao rumo do projeto. Durante os 5 meses se tentou realizar o trabalho seguindo<br />

estes padrões e esta difícil busca por produtividade agrega experiência relevante no<br />

futuro de qualquer profissional engenheiro.<br />

Vale ressaltar que o projeto de telemetria foi construído inteiramente focado em<br />

aplicações para transformadores, mas seu uso pode ser considerado genérico. Existem<br />

outros departamentos e outros equipamentos para os quais a obtenção de localização por<br />

<strong>GPS</strong> e medições de temperatura e umidade também são importantes. Podem entrar neste<br />

contexto aplicações para monitoramento de motores, veículos subaquáticos, terrestres e<br />

76


aéreos. Monitoramento de temperatura e umidade é útil também em estufas, saunas,<br />

frigoríficos e outros.<br />

Como projetos futuros ficam a inclusão do monitoramento de tensão e corrente<br />

ao protótipo e a incorporação de sensores de umidade interna do óleo, sensores de<br />

temperatura nas bobinas e sistemas de controle automático dos ventiladores de<br />

refrigeração baseados na temperatura do transformador. Além de um sensor de umidade<br />

após a sílica gel, outro sensor pode ser instalado na entrada do cano respirador. Desta<br />

forma será possível avaliar a eficiência da sílica, medindo-se o diferencial da umidade<br />

antes de sua entrada e após a sua passagem pelo secador. Em relação à interface com o<br />

usuário, podem ser construídos programas para celular e PDAs que permitam monitorar<br />

os transformadores sem a necessidade de um PC. Mais funcionalidades podem ser<br />

adicionadas à página WEB, tais como sistemas de busca por endereço, inclusão de<br />

curvas com estudos probabilísticos sobre a vida útil do transformador e de peças<br />

específicas, entre outros.<br />

77


6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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Paulo: Ed. Edgard Blücher LTDA, 1984. 354 p.<br />

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1993. 17 p.<br />

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Globo, 1973. 557 p.<br />

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307 p.<br />

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78


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[22] Reinhausen: TAPCON® 250 Digital On-Load-Changer Controller for<br />

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[23] GREWAL, Mohinder S.; WEILL, Lawrence R.; ANDREWS, Angus P. Global<br />

Positioning Systems, Inertial Navigation, and Integration. Hoboken, New<br />

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79


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3G systems. Chichester, Inglaterra: Ed. Wiley, 2001. 512 p.<br />

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[28] GSM Association. Today’s GSM Platform. Extraído de<br />

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[31] Nokia Networks Oy. GSM Architecture - Training Document. Finlândia:<br />

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[32] Cisco Systems, Inc. Cisco Mobile Exchange (CMX) Solution Guide for<br />

General Packet Radio Service (<strong>GPRS</strong>)/Universal Mobile<br />

Telecommunications System (UMTS) networks. EUA: 2002. Extraído de<br />

http://www.cisco.com/univercd/cc/td/doc/product/wireless/moblwrls/cmx/mmg_<br />

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[33] Siemens AG. Wireless Modules XT65 – The M2M tracking platform. EUA,<br />

2006. 2 p. Extraído de<br />

http://www.mobilesolutions.ch/fileadmin/user_upload/pdf/wm/siemens/XT65_D<br />

atasheet.pdf<br />

[34] CONVERSE, Tim; PARK, Joyce. PHP 4 : a bíblia. Rio de Janeiro: Ed.<br />

Campus Data, 2001. 697 p.<br />

80


[35] ACHOUR, Mehdi et al. Manual do PHP. Extraído de<br />

http://br.php.net/manual/pt_BR/index.php em Agosto de 2008.<br />

[36] VALA<strong>DE</strong>, Janet. PHP & MySQL for dummies. Hoboken, EUA: Ed. Wiley,<br />

2004. 438 p.<br />

[37] VAN<strong>DE</strong>R VEER, Emily A.. JavaScript for dummies. Hoboken, EUA: Ed.<br />

Wiley, 2005. 358 p.<br />

[38] Google, Inc. Google Map API Concepts. Extraído de<br />

http://code.google.com/intl/pt-BR/apis/maps/documentation/ em Agosto de<br />

2008.<br />

[39] Intel: Hexadecimal Object File Format Specification. 1988. 11 p.<br />

[40] Documentação SDCC. Extraído de http://sdcc.sourceforge.net em Novembro<br />

de 2008.<br />

[41] EclipseSDCC Project. Extraído de http://eclipse-sdcc.sourceforge.net em<br />

Novembro de 2008.<br />

[42] Norma DIN-IEC 751/85.<br />

[43] MACIEL, Rudinei. A Correta Medição de PT-100’s Ligadas a 2, 3 ou 4<br />

Fios. ECIL Ltda. Extraído de http://www.help-<br />

temperatura.com.br/html/interesse/files/med_pt.pdf em Novembro de 2008.<br />

[44] NetBeans: NetBeans I<strong>DE</strong> Java Quick Start Tutorial. Extraído de<br />

http://www.netbeans.org/kb/60/java/quickstart.html em Novembro de 2008.<br />

[45] Treetech Sistemas Digitais: Catálogo Subsistemas de Digitalização On-line<br />

Smart Trafo. 2005. 6 p.<br />

81


ANEXO A (CRONOGRAMA <strong>DE</strong> ATIVIDA<strong>DE</strong>S)<br />

Para mostrar como foram organizadas as tarefas e divididas as etapas durante o<br />

semestre em que o trabalho se desenvolveu, foi construído um cronograma de atividades<br />

que está apresentado a seguir.<br />

82

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