Capítulo 5 - DAG - Departamento de Agricultura ( UFLA )
Capítulo 5 - DAG - Departamento de Agricultura ( UFLA )
Capítulo 5 - DAG - Departamento de Agricultura ( UFLA )
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Melhoramento Genético <strong>de</strong> Plantas: Princípios e Procedimentos<br />
O conhecimento dos sistemas reprodutivos é fundamental para o<br />
melhoramento <strong>de</strong> plantas e, portanto, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado na seleção dos<br />
métodos. No restante <strong>de</strong>ste capítulo, serão discutidos alguns sistemas mais<br />
comuns pelos quais as plantas cultivadas se reproduzem. Simplificações das<br />
técnicas <strong>de</strong> melhoramento <strong>de</strong> plantas serão consi<strong>de</strong>radas, <strong>de</strong> maneira geral,<br />
com mais <strong>de</strong>talhes em capítulos posteriores.<br />
50<br />
Mecanismos naturais <strong>de</strong> controle da polinização<br />
Mecanismos diversos <strong>de</strong>terminam se uma planta superior será<br />
preferencialmente autopolinizada ou se estará sujeita a cruzamentos. Em geral,<br />
esquemas eficientes <strong>de</strong> endogamia são mais facilmente <strong>de</strong>senvolvidos <strong>de</strong> que<br />
esquemas igualmente eficientes <strong>de</strong> cruzamentos, porque para a endogamia<br />
não se necessita <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> genética entre os indivíduos. Dificulda<strong>de</strong>s para<br />
o cruzamento são quase sempre <strong>de</strong>vidas à cleistogamia ou a dispositivos com<br />
efeitos semelhantes. Cleistogamia consiste na polinização e fecundação antes<br />
da abertura da flor andrógina. A eficiência dos mecanismos <strong>de</strong> endogamia está<br />
sujeita a modificações, tanto por causas genéticas como ambientais. Assim, a<br />
freqüência <strong>de</strong> cruzamentos varia <strong>de</strong> uma cultivar para outra e com as diferentes<br />
estações do ano e locais. São interessantes alguns exemplos <strong>de</strong> semelhanças<br />
estruturais entre flores <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> sistemas reprodutivos diferentes, como o<br />
trigo e o centeio. Nas flores do trigo, que é uma planta autógama, as anteras<br />
abrem-se antes da sua extrusão, <strong>de</strong> tal modo que as anteras vazias pen<strong>de</strong>ntes<br />
não têm qualquer função. Isso correspon<strong>de</strong> a uma cleistogamia efetiva, que<br />
não ocorre no centeio, que é alógama. O comportamento das flores <strong>de</strong> trigo<br />
permite, entretanto, uma baixa freqüência <strong>de</strong> cruzamentos.<br />
No tomate, a polinização é seguida da abertura da flor, porém, os estames<br />
formam um cone envolvendo o estigma, <strong>de</strong> tal maneira que a autopolinização é<br />
quase garantida. Entre as espécies cultivadas <strong>de</strong> tomate existe alguma variação<br />
no comportamento do estilo, que se prolonga para fora do cone <strong>de</strong> estames,<br />
resultando tipos longistilos. Com essa variação na morfologia floral, po<strong>de</strong> ocorrer<br />
alta freqüência <strong>de</strong> cruzamentos. O importante é consi<strong>de</strong>rar que variações em<br />
caracteres, tais como morfologia floral e época da <strong>de</strong>iscência do pólen por<br />
serem <strong>de</strong>vidas a um único gene, po<strong>de</strong>m alterar drasticamente o sistema<br />
reprodutivo da espécie.<br />
Existem evidências <strong>de</strong> que espécies autógamas se originam por evolução<br />
<strong>de</strong> alógamas, como estratégia adaptativa, porém, a reversibilida<strong>de</strong> da autogamia