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política - Jornal da Metrópole

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11<br />

DEZ<br />

09<br />

<strong>política</strong> 6 <strong>política</strong> 8 ci<strong>da</strong>de 10 esportes 14 cultura 18<br />

Campanha<br />

majoritária de<br />

2010 pode ter<br />

custo oficial de<br />

R$ 15 milhões<br />

O IMPERADOR COMANDOU O MENGÃO NA CONQUISTA DO HEXA BRASILEIRO EM 2009 pág. 15<br />

JORNAL DA<br />

Os desembargadores não apenas elegem hoje o presidente do Tribunal de Justiça <strong>da</strong> Bahia, mas, sobretudo, decidem que caminho<br />

adotará o Poder Judiciário nos próximos dois anos. A mais alta Corte do Estado está dividi<strong>da</strong>. De um lado, os que querem o fim <strong>da</strong> era<br />

Dultra Cintra, votando com Lícia Laranjeira, candi<strong>da</strong>ta <strong>da</strong> atual presidente Sílvia Zarif; de outro, os partidários do desembargador,<br />

que sonha eleger Telma Brito para depois voltar ao comando do TRE e encerrar sua carreira no poder. Págs. 4 e 5<br />

César Borges<br />

joga verde e<br />

flerta com três<br />

candi<strong>da</strong>tos ao<br />

governo baiano<br />

Regulamentação<br />

<strong>da</strong> medicina gera<br />

polêmica com<br />

representantes<br />

de 13 profissões<br />

São Francisco<br />

do Conde<br />

e Serrinha<br />

decidem hoje o<br />

Intermunicipal<br />

ARQUIVO/AE<br />

MONTAGEM SOBRE FOTOS DE REJANE CARNEIRO, WELTON ARAÚJO, JOÃO ALVAREZ/AGÊNCIA A TARDE E ROBSON MENDES/AGECOM<br />

‘Carmens e<br />

Severinas’:<br />

espetáculo une<br />

flamenco e<br />

música regional


2<br />

que p...<br />

é essa? pilha pura<br />

O dono <strong>da</strong> rua e <strong>da</strong>s vagas<br />

Um morador <strong>da</strong> Rua Monte Conselho, número 712, no<br />

Rio Vermelho, está podendo! O sujeito se considera dono<br />

do logradouro público e simplesmente estaciona, todos os<br />

dias, dez peruas de Sedex em frente à sua residência. O<br />

“sem noção” nem lembra que, ao lotear a rua desse jeito,<br />

está impedindo outros ci<strong>da</strong>dãos que pagam impostos de<br />

estacionar nas vagas no local. Até quando?<br />

Expediente<br />

Publisher Mário Kertész<br />

Diretor Executivo Chico Kertész<br />

Re<strong>da</strong>tora-chefe Ana Paula Ramos<br />

DRT 1576/BA<br />

Projeto Gráfico Marcelo Kertész<br />

Editor de Arte Paulo Braga<br />

Conversão e correção de Cor Geraldo Melo<br />

Diagramação Dimitri Argolo Cerqueira<br />

Re<strong>da</strong>ção Carolina Garcia, Florence<br />

Perez, James Martins e Larissa Oliveira<br />

Produção: Laís Buri<br />

FOTOS DO LEITOR/DIVULGAÇÃO<br />

Revisão Cristiane Sampaio<br />

Fotos Ulisses Dumas<br />

Produção Gráfica Evandro Brandão<br />

Comercial (71) 3505-5022<br />

comercial@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

Tiragem 80.000 exemplares<br />

Grupo <strong>Metrópole</strong><br />

Rua Conde Pereira Carneiro, 226<br />

Pernambués CEP 41100-010<br />

Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000<br />

re<strong>da</strong>cao@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br Uma publicação <strong>da</strong> Editora KSZ<br />

Após 17 anos na fila, só comendo carniça, o urubu mais popular do Brasil finalmente<br />

desencantou, quando ninguém botava fé. Ao vencer o Grêmio de vira<strong>da</strong>, o Flamengo<br />

virou a página negra e agora é hexacampeão do Brasileirão. Outros times por aí, no<br />

entanto, parecem que nunca vão sentir o gostinho. Confira! Por James Martins<br />

Esporte Clube Vitória<br />

Não dá para não começar pelo<br />

nosso célebre eterno vice-campeão,<br />

o Vitorinha. Com mais de 100 anos<br />

no couro (ou seria melhor dizer<br />

no pano de chão?), o Rubro-negro<br />

conseguiu a proeza de ser bivice<br />

nas séries A e B. Como o rugido<br />

do Leão mais parece ronronar de<br />

gato, e por nunca ter beijado a<br />

taça do Campeonato Brasileiro,<br />

seus torcedores vivem sofrendo<br />

as mesmas, sempre as mesmas,<br />

gozações <strong>da</strong> torci<strong>da</strong> do Esporte<br />

Clube Bahia. Pelo menos passado<br />

eles têm. Pior: além de não ganhar,<br />

o Vitória empata a dos outros. Ano<br />

passado, tirou as chances do Grêmio<br />

aplicando 4 a 2 no Barradão e<br />

garantindo o título ao São Paulo.<br />

Esporte Clube Goiás<br />

Outro que não toma jeito é o Goiás,<br />

há 66 anos na espera. Por coincidência,<br />

a mesma i<strong>da</strong>de do clube.<br />

O Periquito nunca bicou sequer<br />

um vice-campeonato, como o<br />

Vitória. Mas<br />

SXC<br />

Pontos de distribuição<br />

Pontos fixos<br />

Farmácias Santana<br />

Chame Chame<br />

Iguatemi 1º piso<br />

Salvador Shopping<br />

Cajazeiras<br />

Comércio<br />

Aveni<strong>da</strong> Manoel Dias <strong>da</strong> Silva<br />

Itapuã<br />

Praça <strong>da</strong> Pie<strong>da</strong>de<br />

Vilas do Atlântico<br />

Graça<br />

em compensação, ganhou a Série<br />

B em 1999. O engraçado desses<br />

clubes virgens é que a esperança,<br />

aos poucos, vai diminuindo a<br />

pretensão e, no final, até a vaga<br />

para a Sul-Americana é comemora<strong>da</strong><br />

como o primeiro lugar. Isso<br />

quando o tiro não sai pela culatra<br />

e o time é o campeão <strong>da</strong> tabela de<br />

cabeça para baixo.<br />

Portuguesa de Desportos<br />

A Lusa foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 1920, com a<br />

fusão de cinco clubes. Agora, pire<br />

aí: juntaram cinco e não deu um. O<br />

máximo que rendeu foi aquele vicecampeonato<br />

em 1996, entregue<br />

nas mãos, ou melhor, nos pés de<br />

Aílton, que brocou para o Grêmio<br />

na final. Fora isso, o tricolor do Canindé<br />

esteve sempre ali no meio <strong>da</strong><br />

tabela, com mediocri<strong>da</strong>de bastante<br />

regular – não fedia nem cheirava.<br />

De uns tempos para cá, conseguiu<br />

piorar, inclusive com a proeza de ser<br />

rebaixa<strong>da</strong> em 2007, subir em 2008 e<br />

cair novamente para 2009. Este ano, o<br />

time ficou em quinto na<br />

Subway (Barra)<br />

Shopping Tricenter (aveni<strong>da</strong> ACM)<br />

Banca do Luís (Supermercado Monteiro)<br />

Restaurante Manah (CAB)<br />

Giramundo Turismo (Barra)<br />

Banca Paulo VI (aveni<strong>da</strong> Paulo VI)<br />

Terminal Rodoviário de Salvador<br />

Supemercado GBarbosa (Costa Azul)<br />

Uranus2 (Lucaia e Tancredo Neves)<br />

Distribuição de rua (sexta-feira)<br />

Cruzamento V. <strong>da</strong> Gama X Garibaldi<br />

Sinaleiras do Largo <strong>da</strong> Mariquita<br />

Série B, para não ter que cair de novo<br />

no ano que vem. Já ficou por lá, que<br />

economiza passagem.<br />

Clube Atlético Mineiro<br />

A história do Galo é outra. Os mineiros<br />

paparam o primeiro Campeonato<br />

Brasileiro de todos, em 1971.<br />

E pronto, nunca mais, como diria o<br />

corvo de Edgard Alan Poe. Por ter<br />

vencido o primeiro e já estar há 38<br />

anos na geladeira (no frigorífico?),<br />

o Galo entra aqui no mesmo saco<br />

dos que nunca botaram as patas<br />

na taça. Principalmente porque na<br />

primeira vez de qualquer brincadeira<br />

todo mundo é café com leite.<br />

Ou seja, não vale. Em 1977, o time<br />

conseguiu até perder sem perder,<br />

consagrando-se vice-campeão<br />

invicto. O São Paulo ganhou nos<br />

pênaltis.<br />

Aveni<strong>da</strong> Tancredo Neves<br />

Sinaleira av. ACM (Iguatemi)<br />

Sinaleira do Hiperposto<br />

Sinaleira do Campo Grande/TCA<br />

Praça <strong>da</strong> Pie<strong>da</strong>de<br />

Praça Municipal<br />

Sinaleira Manoel Dias <strong>da</strong> Silva<br />

(praça Nossa Senhora <strong>da</strong> Luz)<br />

Sinaleira Jardim dos Namorados<br />

Sinaleira ASBAC X Bompreço<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009


WILSON DIAS/ABR<br />

Temporal e caos<br />

O dia 8/12 foi um dos piores<br />

do ano para os moradores <strong>da</strong><br />

maior ci<strong>da</strong>de do País. O temporal<br />

que castigou São Paulo<br />

provocou o transbor<strong>da</strong>mento<br />

de três dos principais rios que<br />

cortam a capital paulista, incluindo<br />

o Tietê, e o resultado<br />

foi um congestionamento de<br />

cerca de 100 km que deixou a<br />

ci<strong>da</strong>de para<strong>da</strong> por mais de 12<br />

horas. Foi o segundo dia mais<br />

chuvoso <strong>da</strong> história de São<br />

Paulo desde 2005, e o volume<br />

registrado correspondeu a 38%<br />

do esperado para dezembro.<br />

Seis pessoas morreram em<br />

deslizamentos de terra ocorridos<br />

na região metropolitana.<br />

“Comprem quantos<br />

panetones quiserem”<br />

Presidente Lula, em tom de brincadeira, aos integrantes do<br />

Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, numa referência<br />

à explicação do governador José Roberto Arru<strong>da</strong> sobre o destino<br />

do dinheiro que foi flagrado recebendo<br />

aconteceu<br />

aconteceu@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

Esquenta o fórum sobre o clima<br />

Chefes de Estado de 193 países estão reunidos<br />

desde o dia 7/12, em Copenhague, na Conferência<br />

<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s sobre Mu<strong>da</strong>nças Climáticas,<br />

para buscar um consenso sobre a emissão de<br />

gases do efeito estufa. O vazamento de um texto<br />

que esboça o resultado final pode esquentar ain<strong>da</strong><br />

mais as negociações. O documento sugere<br />

que as metas sejam impostas também aos<br />

países pobres e emergentes, na contramão<br />

do que prega a ONU, que quer que a responsabili<strong>da</strong>de<br />

maior seja dos países ricos.<br />

Salvo pelo recesso?<br />

O recesso de final de ano<br />

<strong>da</strong> Câmara Legislativa pode<br />

protelar a decisão sobre o destino<br />

político do governador<br />

do Distrito Federal, José Roberto<br />

Arru<strong>da</strong> (DEM), acusado<br />

de participar no esquema de<br />

corrupção batizado de “DEMsalão<br />

brasiliense”. A análise dos<br />

três pedidos de impeachment<br />

contra Arru<strong>da</strong> só deve ser feita<br />

em 2010 pela Comissão Especial,<br />

já que, para haver votação,<br />

seria necessária a convocação<br />

de uma sessão extraordinária.<br />

Arru<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> tem maioria na<br />

Casa. Oito deputados distritais<br />

também são acusados de participar<br />

do esquema.<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009 3<br />

AE


4<br />

<strong>política</strong><br />

politica@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

Priori<strong>da</strong>de no Senado<br />

A PEC que estabelece o princípio de ampla defesa para<br />

o relatório do TCU sobre as contas do governo baiano<br />

está entre as priori<strong>da</strong>des de votação no Senado. A<br />

proposta é de autoria do senador César Borges (PR).<br />

Convites formalizados<br />

Para concorrer às vagas de deputado federal, o PSB<br />

regional já convocou o secretário Domingos Leonelli<br />

e o ex-deputado Sérgio Gaudenzi. Para o Senado, o<br />

nome mais cotado é o <strong>da</strong> deputa<strong>da</strong> Lídice <strong>da</strong> Mata.<br />

Justiça parti<strong>da</strong><br />

Eleição de hoje para a presidência do TJ-BA expõe ressentimentos e o ‘racha’ no Judiciário baiano<br />

Daniel Pinto<br />

HOJE, 11/12, AS desembargadoras<br />

Telma Brito e Lícia de Castro<br />

Laranjeira – tendo como coadjuvante<br />

na disputa o desembargador Jerônimo<br />

Santos – se enfrentam nas urnas<br />

para decidir quem vai dirigir o Poder<br />

Judiciário na Bahia nos próximos<br />

dois anos. A eleição, porém, não será<br />

o marco rotineiro e democrático <strong>da</strong><br />

alternância de comando<br />

de um dos poderes<br />

do Estado. Está em<br />

jogo muito mais – os<br />

votos dos 31 magistrados<br />

(dois não poderão participar: Rubem<br />

Dário, afastado pelo Conselho<br />

Nacional de Justiça, e Paulo Furtado,<br />

disponibilizado temporariamente ao<br />

STJ) decidirão se o desembargador<br />

Carlos Alberto Dultra Cintra continuará<br />

ou não a <strong>da</strong>r as cartas no Tribunal<br />

de Justiça <strong>da</strong> Bahia e no Tribunal<br />

Regional Eleitoral.<br />

A divisão é clara na mais alta<br />

Corte do Estado. De um lado, os que<br />

Liderando a oposição a Cintra<br />

está a presidente Sílvia Zarif, cuja<br />

candi<strong>da</strong>ta é a desembargadora Lícia<br />

de Castro Laranjeira. Zarif, cujo<br />

man<strong>da</strong>to se encerra em fevereiro,<br />

se sentiu abandona<strong>da</strong> quando puseram<br />

no seu colo os relatórios <strong>da</strong>s inspeções<br />

do CNJ desancando a Justiça<br />

baiana, que acumula mais de 600<br />

mil processos sem julgamento desde<br />

1995 e é aponta<strong>da</strong> como a mais<br />

ineficiente do País.<br />

Além disso, as diversas denúncias<br />

de corrupção envolvendo<br />

juízes e até um desembargador –<br />

Rubem Dário, acusado de ven<strong>da</strong><br />

‘Racha’ cresceu<br />

após o CNJ<br />

bombardear a<br />

Justiça baiana<br />

querem o fim <strong>da</strong> era Dultra Cintra;<br />

de outro, seus correligionários, que<br />

estão à frente do TJ e do TRE desde<br />

2002, quando o desembargador –<br />

chamado, entre eles, de “Príncipe” –<br />

foi eleito presidente do Tribunal de<br />

Justiça e afastou a ingerência <strong>política</strong><br />

no Judiciário, ao romper com o exsenador<br />

Antonio Carlos Magalhães.<br />

O grupo quer retomar as rédeas <strong>da</strong><br />

administração do aparelho judicial.<br />

Ineficiência e corrupção<br />

O controle foi perdido<br />

ao se acirrarem as divergências<br />

com a atual<br />

presidente, desembargadora<br />

Sílvia Zarif.<br />

A dissensão entre os dois grupos<br />

se aprofundou ao longo dos últimos<br />

meses por conta do bombardeio que<br />

a Justiça baiana sofreu do Conselho<br />

Nacional de Justiça, e os ressentimentos<br />

mútuos, agora, se tornaram<br />

inconciliáveis. Hoje, no voto, se saberá<br />

não apenas quem tem a simpatia<br />

<strong>da</strong> maioria dos desembargadores,<br />

mas, sobretudo, que caminho tomará<br />

o Poder Judiciário na Bahia. Dultra Cintra, chamado de ‘Príncipe’ por seus pares, abandonou Sílvia Zarif em meio ao bombardeio do CNJ<br />

de sentenças – puseram no lixo a<br />

reputação <strong>da</strong> Justiça baiana e infernizaram<br />

a administração de Sílvia<br />

Zarif, que não teve no cargo, até<br />

agora, um dia sequer de sossego.<br />

Não bastasse tudo isso, o CNJ, ao<br />

ser consultado sobre a legali<strong>da</strong>de de<br />

um empréstimo do Ipraj à Secretaria<br />

<strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>, declarou inconstitucional<br />

a própria existência <strong>da</strong> autarquia<br />

e deu prazo de 30 dias para a adoção<br />

de providências que levem à sua<br />

extinção. O Ipraj, todos sabiam, era<br />

ilegal desde a Constituição de 1988,<br />

mas nunca houve iniciativa de transferir<br />

suas atribuições ao próprio TJ.<br />

Cintra, o ‘homem forte’ do Judiciário<br />

Feriu também a desembargadora<br />

Sílvia Zarif a denúncia sobre a<br />

compra de tapetes persas para decorar<br />

uma <strong>da</strong>s salas do Tribunal de<br />

Justiça <strong>da</strong> Bahia, que ganhou repercussão<br />

nacional. Ela não tinha conhecimento<br />

<strong>da</strong> extravagância e não<br />

tem dúvi<strong>da</strong> de que a iniciativa <strong>da</strong><br />

divulgação do fato partiu de um dos<br />

inúmeros aliados de Dultra Cintra,<br />

que ocupam cargos estratégicos no<br />

TJ, com o intuito de desgastá-la.<br />

A queixa de Zarif, segundo pessoas<br />

próximas, é que foi abandona<strong>da</strong><br />

às feras e sequer contou com<br />

a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de do grupo ligado a<br />

WELTON ARAÚJO/AGÊNCIA A TARDE ROBSON MENDES/AGECOM<br />

Dultra Cintra, que coman<strong>da</strong>, de fato,<br />

o Tribunal, desde 2002. Envaidecido<br />

com o título de “libertador” <strong>da</strong> Justiça<br />

baiana do jugo político, Cintra se<br />

transformou – no conceito dos amigos<br />

de Zarif – numa espécie de “ACM<br />

do Judiciário”, indicando sucessores<br />

medíocres para manter o poder, sem<br />

jamais se preocupar com as questões<br />

essenciais para a modernização e<br />

agilização <strong>da</strong> Justiça baiana, que<br />

passam pela contratação de mais servidores,<br />

a nomeação de mais juízes e<br />

investimento em infraestrutura.<br />

Sílvia Zarif sabe, como desembargadores<br />

e operadores do direito<br />

na Bahia, que os problemas que<br />

comprometem o funcionamento do<br />

Poder Judiciário não são recentes –<br />

ao contrário, remontam a déca<strong>da</strong>s.<br />

Assim como as mazelas éticas, que<br />

agora empanam a imagem TJ-BA no<br />

âmbito nacional. Mas nem mesmo<br />

quando to<strong>da</strong>s as deficiências foram<br />

expostas pelo CNJ, Dultra Cintra se<br />

moveu. Alegando problema de saúde,<br />

manteve-se a distância. Sequer<br />

pôs à disposição <strong>da</strong> atual presidente<br />

sua recente fraternal amizade com o<br />

governador Jaques Wagner para socorrer<br />

financeiramente o Judiciário,<br />

de modo a sanar deficiências básicas.<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009


Nomes do PV<br />

O PV ain<strong>da</strong> não confirma, mas são grandes as chances<br />

de Luiz Bassuma e Edson Duarte saírem como<br />

cadi<strong>da</strong>tos para o governo e o Senado, respectivamente.<br />

Mais de 90% <strong>da</strong> base apoia a cadi<strong>da</strong>tura <strong>da</strong> dupla.<br />

Corrupção: crime hediondo<br />

O presidente Lula decidiu encaminhar ao Congresso projeto<br />

de lei que torna a corrupção um crime hediondo quando<br />

cometido por altas autori<strong>da</strong>des. Se for aprovado, corruptos<br />

de primeiro escalão não poderão mais pagar fiança.<br />

As mágoas pessoais dos candi<strong>da</strong>tos<br />

Lícia Castro Laranjeira, a candi<strong>da</strong>ta<br />

<strong>da</strong> chama<strong>da</strong> oposição a<br />

Dultra Cintra, além de solidária<br />

ao sofrimento de Sílvia Zarif no<br />

comando do TJ, tem uma mágoa<br />

pessoal: Cintra, apesar de aju<strong>da</strong>r<br />

a nomear, lavou as mãos e deixou<br />

que seu marido, João Laranjeira,<br />

fosse demitido de forma desonrosa<br />

do cargo de delegado-chefe <strong>da</strong><br />

Polícia Civil.<br />

Também o desembargador<br />

Jerônimo Santos, o terceiro candi<strong>da</strong>to<br />

na disputa de hoje, guar<strong>da</strong><br />

profun<strong>da</strong> mágoa. Isto porque foi<br />

estigmatizado como o “último carlista<br />

do Tribunal” pela turma de<br />

Cintra, com o objetivo de desquali-<br />

Ambição de Cintra é o TRE<br />

Mostrar força e garantir a eleição<br />

de Telma Brito para a presidência<br />

do Tribunal de Justiça <strong>da</strong><br />

Bahia é fun<strong>da</strong>mental para que o<br />

desembargador Carlos Alberto<br />

Dultra Cintra mantenha o poder<br />

na “menina de seus olhos”: o Tribunal<br />

Regional Eleitoral. A três<br />

anos <strong>da</strong> aposentadoria, Cintra quer<br />

voltar a presidir a Corte e dirigir as<br />

eleições de 2010.<br />

Se Telma for eleita, o desembargador<br />

tem certeza de que, em<br />

junho, será indicado pelo TJ para<br />

Relação ‘siamesa’ entre as cortes<br />

O advogado Ademir Ismerin,<br />

um dos mais ba<strong>da</strong>lados eleitoralistas<br />

<strong>da</strong> Bahia, faz uma alusão à<br />

história para comprovar a relação<br />

quase “siamesa” entre os dois tribunais:<br />

“O TRE é composto por<br />

sete juízes, dos quais seis são indicados<br />

pelo Tribunal de Justiça. Assim,<br />

matematicamente, o TJ exerce<br />

a grande maioria. Por isso se dizia<br />

que ACM man<strong>da</strong>va no TRE, justa-<br />

ficá-lo para a assunção à presidência<br />

do TJ. É possível, por isso, que,<br />

hoje, pouco antes <strong>da</strong> votação, retire<br />

sua candi<strong>da</strong>tura e se alinhe com Lícia<br />

Laranjeira.<br />

A desembargadora Telma<br />

Brito é a candi<strong>da</strong>ta de Cintra à<br />

presidência do Tribunal de Justiça<br />

<strong>da</strong> Bahia. E se orgulha disso,<br />

lembrando o papel fun<strong>da</strong>mental<br />

do “padrinho” para a “independência<br />

<strong>da</strong> Justiça”, até então<br />

subjuga<strong>da</strong> à influência do poder<br />

do ex-governador Antonio Carlos<br />

Magalhães. Como seria de se<br />

esperar, Telma acha que o CNJ<br />

está sendo muito “rigoroso” com<br />

o Judiciário baiano.<br />

compor o TRE. Daí a assumir a<br />

presidência <strong>da</strong> Corte, no lugar do<br />

desembargador Sinézio Cabral, é<br />

“pule de dez”, uma vez que conta<br />

com o apoio de cinco dos sete juízes<br />

eleitorais, que foram por ele<br />

nomeados ou indicados. O outro<br />

desembargador que integra o TRE,<br />

Ezeval Rocha, é seu aliado e jamais<br />

se oporia à sua ambição.<br />

Este é, em suma, o objetivo<br />

de Cintra: encerrar a carreira<br />

no Judiciário numa posição de<br />

destaque. E sabe que, para isso,<br />

mente porque ele tinha grande influência<br />

no TJ”.<br />

O TRE tem a missão institucional<br />

de administrar todo o processo<br />

eleitoral, que inclui desde a<br />

organização do pleito, apuração<br />

e julgamento de processos até a<br />

diplomação dos vencedores. Por<br />

isso, magistrados, dirigentes partidários<br />

e marqueteiros políticos<br />

estão hoje de olhos voltados para<br />

JOÃO ALVAREZ/AGÊNCIA A TARDE<br />

Lícia: soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de a Zarif<br />

conta com a simpatia do governador<br />

Jaques Wagner. Embora<br />

confiante de que os planos <strong>da</strong>rão<br />

certo, confessa aos amigos que<br />

hoje sua preocupação é aproveitar<br />

a vi<strong>da</strong>. Com sinceri<strong>da</strong>de, segundo<br />

os interlocutores, Cintra<br />

admite que o exercício do poder<br />

é desgastante e que, em algum<br />

momento, é preciso compreender<br />

que ele vai escorrer entre os<br />

dedos, independentemente <strong>da</strong><br />

vontade de quem o exercita “com<br />

competência e espírito público”.<br />

o prédio do TJ-BA, o famoso “Sukitão”<br />

do CAB, onde acontece a eleição<br />

<strong>da</strong> nova mesa diretora.<br />

“Não adianta negar que historicamente<br />

sempre existiu uma<br />

correlação entre a sucessão no TJ<br />

e a escolha do presidente do TRE.<br />

Mas esperamos que tudo corra<br />

bem, sem nenhuma interferência<br />

externa”, observou o advogado do<br />

PMDB, Manoel Nunes.<br />

Nos últimos anos, paralelamente<br />

à campanha <strong>política</strong>, os<br />

candi<strong>da</strong>tos vitoriosos na Bahia<br />

(e esta é uma tendência nacional)<br />

conseguiram montar um<br />

bom departamento jurídico,<br />

que, se não garantiu a eleição<br />

de seus candi<strong>da</strong>tos, pelo menos<br />

trouxe uma série de<br />

dificul<strong>da</strong>des para os<br />

concorrentes. Também<br />

neste aspecto,<br />

a eleição majoritária<br />

de 2010 vai ser<br />

uma <strong>da</strong>s mais acirra<strong>da</strong>s dos últimos<br />

tempos.<br />

“Não resta dúvi<strong>da</strong>. A tendência<br />

é que a eleição se torne ca<strong>da</strong> dia<br />

mais ‘judicializa<strong>da</strong>’, seja por propagan<strong>da</strong><br />

irregular ou por questões de<br />

abuso de poder político e econômico.<br />

Além de questionar as ações<br />

<strong>da</strong>s demais chapas, as representa-<br />

<strong>política</strong><br />

politica@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

o processo eleitoral<br />

O grupo que conduz a eleição no TJ é sempre formado por<br />

um presidente, dois vices, um corregedor-geral e outro para as<br />

comarcas do interior. Pelo regimento interno, os desembargadores<br />

mais antigos que não exerceram cargo na mesa diretora<br />

na última gestão estão habilitados a disputar a chefia <strong>da</strong> Corte.<br />

A eleição ocorre com voto secreto durante sessão convoca<strong>da</strong><br />

para a segun<strong>da</strong> sexta-feira de dezembro, com a presença de<br />

dois terços dos membros efetivos do Tribunal. Este ano, se houver<br />

quórum máximo, o presidente e a mesa diretora precisarão<br />

de, no mínimo, 17 votos para vencer.<br />

O poder do departamento jurídico<br />

A eleição de<br />

2010 promete<br />

uma ‘guerra<br />

jurídica’<br />

ções servem para <strong>da</strong>r respaldo às<br />

estratégias de campanha do próprio<br />

candi<strong>da</strong>to”, afirma o advogado<br />

do PMDB, Manoel Nunes.<br />

O eleitoralista Ademir Ismerin<br />

– que já trabalhou com candi<strong>da</strong>tos<br />

do PMDB, PSDB, DEM, PT, dentre<br />

outros – vai além e revela a estratégia<br />

de sucesso: “Na<br />

minha concepção, a<br />

principal tarefa do jurídico<br />

é evitar que os<br />

candi<strong>da</strong>tos cometam<br />

equívocos passíveis<br />

de punições. Por isso, é necessária<br />

uma ação integra<strong>da</strong> entre todos<br />

os setores para que o candi<strong>da</strong>to<br />

não se exponha e saiba o que fazer.<br />

Caso contrário, haverá brechas<br />

para as sanções <strong>da</strong> lei, como per<strong>da</strong><br />

de tempo de propagan<strong>da</strong>, aplicação<br />

de multa e até impugnação de<br />

candi<strong>da</strong>turas”.<br />

LUCIANO DA MATTA/AGÊNCIA A TARDE<br />

Manoel Nunes, advogado do PMDB: “Eleição será ca<strong>da</strong> vez mais judicializa<strong>da</strong>”<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009 5


6<br />

<strong>política</strong><br />

politica@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

Líder do governo faz proposta...<br />

Prevendo uma guerra de denúncias e para evitar que o<br />

clima eleitoral impere, o líder do governo, Waldenor Pereira,<br />

propôs que sejam votados apenas mais dois projetos: a Lei<br />

Orçamentária e o empréstimo de US$ 60 milhões com o Bird.<br />

…e a oposição rechaça<br />

A proposta de Pereira foi rechaça<strong>da</strong> pela oposição. “É<br />

indecorosa! Votar dois projetos e ir para o recesso! Cadê o<br />

compromisso de man<strong>da</strong>r o aumento dos servidores antes<br />

do dia 15/12?”, disparou o deputado Carlos Gaban (DEM).<br />

Governo pode custar até R$ 15 milhões<br />

A estimativa de gastos <strong>da</strong> campanha de 2010 leva em conta apenas as doações ‘por dentro’<br />

COM A CALCULADORA<br />

na mão, os principais candi<strong>da</strong>tos<br />

ao governo <strong>da</strong> Bahia e seus marqueteiros<br />

já começam a fazer as<br />

contas de olho nas eleições de<br />

2010. A estimativa dos entendidos<br />

no assunto é que o custo de<br />

uma campanha de ponta para<br />

o governo gire em torno de<br />

R$ 10 milhões a R$ 15 milhões<br />

“por dentro”, ou seja, excluindose<br />

recursos “não contabilizados”,<br />

eufemismo para o famoso caixadois.<br />

A prática, embora ilegal, é<br />

corriqueira no Brasil e consiste<br />

em captar doações que não são<br />

registra<strong>da</strong>s pelos<br />

candi<strong>da</strong>tos e seus comitês<br />

financeiros nas<br />

campanhas eleitorais.<br />

Em 2006, a campanha<br />

mais cara para o Palácio<br />

de Ondina foi a do então governador<br />

Paulo Souto (DEM). Na<br />

disputa pela reeleição, o democrata<br />

torrou R$ 9,2 milhões, valor<br />

declarado por ele à Justiça Eleitoral.<br />

Jaques Wagner (PT), que<br />

surpreendentemente sagrou-se<br />

vencedor do pleito, só declarou<br />

ter gasto R$ 4,2 milhões. Em<br />

2010, a tendência é que Wagner<br />

gaste mais e Souto menos, mas a<br />

diferença não deve ser tão grande.<br />

Isso porque quem está no poder<br />

sempre tem mais chances de<br />

Cálculo exclui<br />

o caixa-dois,<br />

corriqueiro<br />

no Brasil<br />

conseguir a “boquinha” maior.<br />

No quartel-general do DEM,<br />

ain<strong>da</strong> não se fala abertamente<br />

em valores ou estimativas de<br />

gastos de campanha. O assunto<br />

está sendo discutido apenas<br />

internamente. “Ain<strong>da</strong> não temos<br />

uma estimativa de custos.<br />

Já começamos a falar sobre<br />

isso, só que de forma vaga ain<strong>da</strong>.<br />

A campanha foi antecipa<strong>da</strong>,<br />

sabemos disso, mas é muito<br />

cedo para falar em gastos”,<br />

desconversou João Paulo Costa,<br />

assessor de comunicação de<br />

Paulo Souto e ex-secretário de<br />

Comunicação do<br />

Estado, no governo<br />

do democrata.<br />

Ele lembrou<br />

que Souto ain<strong>da</strong><br />

não tem nem marqueteiro. Ao<br />

contrário do governador Jaques<br />

Wagner, que conta com<br />

Sidônio Palmeira, <strong>da</strong> Leiaute –<br />

empresa que tem as principais<br />

contas do governo e que fez a<br />

campanha do petista em 2006<br />

–, e do ministro <strong>da</strong> Integração,<br />

Geddel Vieira Lima, que tem a<br />

seu lado o publicitário Maurício<br />

Carvalho, o popular “Maurição”,<br />

que coordenou a comunicação<br />

<strong>da</strong> campanha do prefeito João<br />

Henrique Carneiro (PMDB) no<br />

ano passado.<br />

média de R$ 7,6 milhões em 2006<br />

A média de gastos dos candi<strong>da</strong>tos eleitos a governador em 2006, em<br />

todo o País, foi de R$ 7,6 milhões, segundo o Tribunal Superior Eleitoral<br />

(TSE). A maioria <strong>da</strong>s campanhas vitoriosas foi financia<strong>da</strong> principalmente<br />

por grandes indústrias, construtoras e empresas de comércio<br />

exterior. A maior parte dos financiadores tinha interesses locais na região<br />

para a qual destinaram a doação ou ligação direta ou indireta com<br />

o candi<strong>da</strong>to. O total de despesas dos 27 governadores eleitos foi de<br />

R$ 207.005.755,88 – valor 62,6% superior aos gastos dos eleitos em 2002.<br />

Wagner: voto valeu R$ 1,32 em 2006<br />

GERALDO MELO<br />

Em 2006, entre os eleitos no primeiro turno, Jaques<br />

Wagner foi quem menos gastou<br />

Entre os eleitos no primeiro turno, em 2006, o governador<br />

Jaques Wagner foi o candi<strong>da</strong>to que menos<br />

gastou nos pleitos estaduais em todo o País. Com despesas<br />

declara<strong>da</strong>s de R$ 4,2 milhões e 3.242.336 votos<br />

válidos, o petista gastou, em média, R$ 1,32 por ca<strong>da</strong><br />

voto recebido. No segundo turno, o posto ficou com<br />

Ye<strong>da</strong> Crusius GERALDO (PSDB), MELO eleita governadora do Rio Grande<br />

do Sul. Proporcionalmente, o voto mais caro na<br />

disputa foi o do eleitor de Tocantins. Para continuar<br />

no governo, o peemedebista Marcelo Miran<strong>da</strong> gastou<br />

uma média de R$ 20,25 por voto, em 2006.<br />

Mas, para a oposição, o valor declarado por Wagner<br />

à Justiça Eleitoral não correspondeu à reali<strong>da</strong>de.<br />

Ou seja, o petista teria feito caixa-dois e recebido mais<br />

recursos do que o declarado. “Wagner andou de helicóptero<br />

na campanha, teve programa de televisão<br />

caro e disse que gastou menos <strong>da</strong> metade do que o exgovernador<br />

Paulo Souto declarou. Isso é surreal. Não<br />

existe”, avaliou o deputado estadual Carlos Gaban<br />

(DEM). “Esperamos que, em 2010, o que seja declarado<br />

seja o efetivamente gasto. Caso contrário, a Justiça<br />

Eleitoral precisa ficar mais atenta”, acrescentou.<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009<br />

SXC


Quando o assunto é a eleição<br />

presidencial, as cifras são bem<br />

maiores. O PT foi o primeiro partido<br />

a divulgar uma estimativa de quanto<br />

vai custar, ao menos oficialmente<br />

– ou seja, com tudo declarado –,<br />

a campanha <strong>da</strong> ministra <strong>da</strong> Casa<br />

Civil, Dilma Rousseff. O valor estimado<br />

é de R$ 200 milhões. Outras<br />

legen<strong>da</strong>s também divulgaram<br />

estimativas, a exemplo do PSB do<br />

deputado federal Ciro Gomes (CE),<br />

que calcula algo em torno de R$ 100<br />

milhões. Já o PSDB, que vive o dilema<br />

interno entre os governadores<br />

José Serra (SP) e Aécio Neves (MG),<br />

prefere ain<strong>da</strong> não falar em valores.<br />

Alcântara investe pesado<br />

Deu no Portal Transparência: o líder do PR, Pedro Alcântara,<br />

torrou R$ 15,7 mil em novembro com a divulgação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de<br />

parlamentar. Já Arthur Maia (PMDB) gastou R$ 670. Maia<br />

tem assessoria mais eficiente ou Alcântara é um fanfarrão?<br />

PMDB: soma de R$ 10 milhões é ‘razoável’<br />

Fontes liga<strong>da</strong>s ao PMDB e à<br />

campanha do ministro Geddel<br />

Vieira Lima ao governo do Estado,<br />

em 2010, afirmam que a soma de<br />

R$ 10 milhões é bastante razoável.<br />

Embora ain<strong>da</strong> não tenham uma<br />

estimativa oficial sobre quanto cus-<br />

Mas se os tucanos repetirem<br />

os gastos registrados com<br />

a candi<strong>da</strong>tura de Geraldo Alckmin<br />

em 2006, quando foram<br />

consumidos mais de R$ 160 milhões,<br />

de acordo com o Tribunal<br />

Superior Eleitoral, as principais<br />

campanhas presidenciais deverão<br />

custar, soma<strong>da</strong>s, pelo menos<br />

R$ 500 milhões. Esse valor ficará<br />

bem acima dos R$ 321,4 milhões<br />

consumidos na eleição de 2006<br />

pelos quatro principais candi<strong>da</strong>tos<br />

à Presidência. O comitê de<br />

campanha do presidente Lula e o<br />

PT, juntos, gastaram R$ 168,2 milhões<br />

no processo de reeleição.<br />

Mais doações <strong>da</strong> iniciativa priva<strong>da</strong><br />

O PT, que nacionalmente já<br />

admitiu a prática de caixa-dois,<br />

depois do escân<strong>da</strong>lo do mensalão,<br />

nega que a campanha<br />

majoritária de 2006 na Bahia<br />

tenha recebido recursos “por<br />

fora”. O partido garantiu que<br />

to<strong>da</strong>s as doações foram declara<strong>da</strong>s<br />

à Justiça Eleitoral e que<br />

Jaques Wagner fez campanha<br />

DIVULGAÇÃO<br />

tará a eleição, eles já começaram a<br />

fazer as contas levando em consideração<br />

gastos com material gráfico,<br />

viagens, agência de publici<strong>da</strong>de,<br />

comícios, aeronaves e o contrato<br />

com uma grande produtora.<br />

Em julho, o PMDB se reunirá<br />

de acordo com os recursos disponíveis.<br />

Em 2006, a maior<br />

parte dos recursos foi banca<strong>da</strong><br />

pelo próprio PT nacional, com<br />

mais de R$ 1 milhão.<br />

Para 2010, a tendência é que<br />

o petista receba mais recursos <strong>da</strong><br />

iniciativa priva<strong>da</strong>. Entre os principais<br />

doadores de Wagner em<br />

2006, estão as construtoras Bar-<br />

para conversar sobre a “evolução”<br />

<strong>da</strong> campanha e reavaliar o orçamento,<br />

levando em conta as chances<br />

de Geddel de ir para o segundo<br />

turno e a necessi<strong>da</strong>de de visitar<br />

mais municípios. Tudo influenciará<br />

no cálculo final.<br />

Presidência: total de R$ 500 milhões<br />

financiamento público é solução?<br />

WILLIAM VOLVOV/AE<br />

Serra prefere não falar em cifras<br />

O novo presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, que vai<br />

coordenar a campanha <strong>da</strong> ministra Dilma Rousseff, admitiu que<br />

há risco de caixa-dois nas eleições de 2010 em todos as siglas. Sob<br />

a alegação de que o modelo de financiamento eleitoral no Brasil<br />

está “absolutamente esgotado”, ele afirma que o atual sistema é<br />

“indutor” de ações irregulares e ilegais. Para o petista, a única saí<strong>da</strong><br />

é o financiamento público de campanha: “Fora disso, a gente<br />

vai continuar nessa relação hipócrita”.<br />

bosa Melo S/A e Camargo Corrêa<br />

(R$ 200 mil) – integrante do<br />

Consórcio Metrosal, cujos diretores<br />

foram presos na Operação<br />

Castelo de Areia, que investiga<br />

corrupção na licitação do metrô<br />

de Salvador –, a Companhia Siderúrgica<br />

Nacional (R$ 250 mil) e a<br />

Caemi Mineração Metalúrgica<br />

Lt<strong>da</strong>. (R$ 200 mil).<br />

Vitórias mais baratas<br />

Como ficou claro nas últimas<br />

eleições para o governo na Bahia,<br />

nem sempre quem gasta mais<br />

leva. Outro exemplo aconteceu<br />

em Alagoas. Em 2006, Teotônio<br />

Brandão Vilela Filho (PSDB) foi<br />

eleito com 56% dos votos, gastando<br />

R$ 7,7 milhões. Seu adversário,<br />

João Lyra (PTB), gastou um pouco<br />

mais: R$ 8 milhões.<br />

<strong>política</strong><br />

politica@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

ideia-xeque<br />

Andréa Mendonça é manobrista?!<br />

O flagrante foi registrado no<br />

início <strong>da</strong> semana no estacionamento<br />

do Pituba Parque Center,<br />

no bairro do Itaigara. Um assessor<br />

parlamentar, que passava na hora,<br />

pensou em voz alta: “Não sabia<br />

que a vereadora Andréa Mendonça<br />

(DEM) era manobrista <strong>da</strong>qui”.<br />

Coita<strong>da</strong>! Mal<strong>da</strong>de pura!<br />

O delírio...<br />

O vereador Alcindo <strong>da</strong><br />

Anunciação (PSL), o “homembomba”<br />

<strong>da</strong> Câmara Municipal<br />

de Salvador, tem usado o próprio<br />

programa de rádio para<br />

desqualificar a atuação <strong>da</strong><br />

oposição. Ele diz que nunca<br />

viu uma minoria tão medíocre<br />

no Legislativo soteropolitano.<br />

Vive la décadence!<br />

Os irmãos José e Maurício<br />

Trin<strong>da</strong>de man<strong>da</strong>vam e desman<strong>da</strong>vam.<br />

Enquanto o último, como<br />

deputado federal, tinha grande<br />

influência na Prefeitura, o outro<br />

era diretor <strong>da</strong> Câmara. Agora, Zé<br />

sumiu e Maurício só aparece distribuindo<br />

receitas médicas e pedido<br />

voto em templos evangélicos.<br />

O voto de ACM Neto<br />

Hoje o DEM decide o futuro<br />

do governador do Distrito Federal,<br />

José Roberto Arru<strong>da</strong>. Mas, se<br />

depender do deputado ACM Neto,<br />

que participará <strong>da</strong> reunião, o destino<br />

de Arru<strong>da</strong> já está selado: expulsão.<br />

“O DEM não pode passar a<br />

mão na cabeça de ninguém”, disse.<br />

Natal ‘made in China’<br />

O secretário Fábio Mota ganhou<br />

pontos com o prefeito após<br />

inaugurar a iluminação <strong>da</strong> Ponta de<br />

Humaitá. Mas a iniciativa não valerá<br />

muito se o Papai Noel inflável não<br />

for colocado, de novo, sobre a sede<br />

<strong>da</strong> Prefeitura. Dizem que JH adora!<br />

...e o diagnóstico<br />

Não contente, Alcindo <strong>da</strong><br />

Anunciação an<strong>da</strong> alardeando<br />

que ele, que é <strong>da</strong> base do Thomé<br />

de Souza, precisa tomar<br />

iniciativas típicas <strong>da</strong> oposição.<br />

Pela contradição entre o que<br />

diz e o que faz, Alcindo deve ser<br />

um caso clássico de transtorno<br />

bipolar ou dupla personali<strong>da</strong>de.<br />

Assistente de palco<br />

O deputado Misael Neto, líder<br />

do DEM na Assembleia e chicleteiro<br />

nos fins de semana, está preocupado.<br />

Como nunca teve grande<br />

ativi<strong>da</strong>de nas bases nem no parlamento,<br />

dizem que “Misa” tem pouca<br />

chance de reeleição. Se o “pior”<br />

acontecer, ele pode conseguir uma<br />

boquinha como assistente de palco.<br />

Deputado muito louco<br />

Teve deputado que queria<br />

prestigiar a Marcha <strong>da</strong> Maconha<br />

e foi desencorajado por assessores.<br />

O argumento: “O senhor vai tentar<br />

a reeleição, não pega bem se meter<br />

em questões tão polêmicas. Além<br />

disso, não sabemos como votam<br />

os maconheiros”. Faz sentido...<br />

Inimigo de peso<br />

Além de meio atrapalhado na<br />

luta pelo pagamento <strong>da</strong> URV, o pre-<br />

sidente <strong>da</strong> Associação dos Servido-<br />

res, Guilherme Santiago, ganhou a<br />

antipatia do chefe <strong>da</strong> Câmara, Alan<br />

Sanches. Não os convidem para o<br />

mesmo almoço de confraternização!<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009 7<br />

DIVULGAÇÃO


8<br />

<strong>política</strong><br />

politica@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

Troca de afagos na Ford<br />

Wagner elogiou Borges, governador na época <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

Ford. Borges retribuiu, apoiando a ampliação dos incentivos<br />

fiscais. Há dez anos, os dois estavam em lados opostos, com<br />

Wagner contra os incentivos para agra<strong>da</strong>r ao PT gaúcho.<br />

Mais chamego<br />

O governador convidou o senador a participar <strong>da</strong><br />

soleni<strong>da</strong>de de assinatura <strong>da</strong> licitação para a recuperação<br />

de 72 km <strong>da</strong> BR-325, que liga Remanso a Casa Nova, no<br />

dia 10/12. Embevecido, César Borges atendeu ao convite.<br />

César Borges ‘joga verde’<br />

Movimento do senador confunde alguns, mas quem embaralha o jogo é o conselheiro Otto Alencar<br />

ENQUANTO O CENÁRIO<br />

de disputa pelo governo do Estado<br />

está ca<strong>da</strong> vez mais definido, com três<br />

candi<strong>da</strong>turas competitivas – Jaques<br />

Wagner (PT), Paulo Souto (DEM)<br />

e Geddel Vieira Lima (PMDB) –,<br />

quando o assunto é o Senado, ain<strong>da</strong><br />

há uma espessa cortina de fumaça,<br />

tanto sobre o nome dos postulantes<br />

quanto sobre a formação <strong>da</strong>s chapas.<br />

Nos últimos dias, o movimento<br />

do senador César Borges (PR), apontado<br />

como favorito absoluto a uma<br />

<strong>da</strong>s duas vagas, de<br />

baixar o tom <strong>da</strong>s críticas<br />

ao governo Wagner<br />

confundiu ain<strong>da</strong><br />

mais o cenário. Principalmente<br />

porque a gentileza foi recíproca.<br />

Mas, para os velhos aliados do<br />

senador – os carlistas e os soutistas –,<br />

tudo não passa de jogo de cena. Ou<br />

seja, Borges está mesmo é “jogando<br />

verde para colher maduro”.<br />

Muita gente no meio político<br />

acha que o senador quer apenas<br />

valorizar seu passe. “Ele busca tirar<br />

proveito dessa situação de indefinição.<br />

Veja que num final de semana<br />

Muitos acham<br />

que Borges só<br />

quer valorizar o<br />

próprio passe<br />

ele viaja com Geddel, no outro está<br />

com Paulo Souto. Agora, flerta com<br />

Wagner. Mas César vai fechar mesmo<br />

é com Paulo Souto, o que é mais<br />

provável, ou com Geddel”, avalia<br />

um importante deputado do DEM.<br />

Cortinas de fumaça à parte, quem<br />

embaralha mesmo o tabuleiro político<br />

baiano é o conselheiro Otto<br />

Alencar, do Tribunal de Contas dos<br />

Municípios.<br />

Considerado o “candi<strong>da</strong>to do PT<br />

ao Senado” por muitos caciques do<br />

partido, Otto vinha se<br />

queixando de não contar<br />

com o apoio maciço<br />

<strong>da</strong> legen<strong>da</strong>, por ser<br />

carlista histórico. Este<br />

fator e os rumores de<br />

que estaria enfrentando problemas<br />

de saúde geraram informações sobre<br />

uma possível desistência de sua<br />

candi<strong>da</strong>tura ao Senado na chapa de<br />

Wagner. Mas aquele que pode ser<br />

um dos principais oponentes de<br />

Borges em seu projeto de reeleição<br />

avisou recentemente aos amigos:<br />

lança a candi<strong>da</strong>tura na segun<strong>da</strong> semana<br />

de janeiro.<br />

Senador César Borges: indefinição real ou mero jogo de cena?<br />

WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO<br />

os caminhos do conselheiro<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Oficialmente, o conselheiro<br />

Otto Alencar fará uma cirurgia<br />

eletiva de pequeno porte, antes<br />

de deixar o TCM para se dedicar<br />

exclusivamente à campanha. Ele<br />

teria batido o martelo na semana<br />

passa<strong>da</strong>, em conversa com o<br />

governador Jaques Wagner. Ou<br />

seja, uma <strong>da</strong>s vagas na chapa do<br />

PT já estaria defini<strong>da</strong>, embora o<br />

partido, em nome <strong>da</strong> boa vizinhança<br />

com os demais aliados, não confirme oficialmente. Otto<br />

ain<strong>da</strong> precisa definir o seu futuro partidário. Ele está entre o PP e<br />

o PDT, duas legen<strong>da</strong>s que tiveram o espaço no governo generosamente<br />

ampliado com cargos no primeiro, segundo e terceiro escalões.<br />

O conselheiro recebeu convites <strong>da</strong>s duas siglas, mas, segundo<br />

um aliado próximo, já teria se definido pelo PP, que ocupou parte do<br />

espaço deixado pelo PMDB no governo.<br />

Críticas um<br />

tom abaixo<br />

Uma reportagem <strong>da</strong> Rádio <strong>Metrópole</strong>,<br />

que foi ao ar em 4/12, evidenciou<br />

a mu<strong>da</strong>nça no discurso de<br />

César Borges. Em duas entrevistas<br />

ao âncora Mário Kertész, nos dias<br />

4/9 e 9/11, o parlamentar endurece<br />

o tom <strong>da</strong>s críticas ao governo<br />

Wagner. Na primeira, ao comentar<br />

o apoio do PR ao PT no plano nacional,<br />

decretou: “O presidente Lula é<br />

bom para o Brasil. Jaques Wagner<br />

não é bom para a Bahia”. Dois meses<br />

depois, afirmou que “o projeto<br />

do governador Jaques Wagner tem<br />

criado frustrações para a população<br />

baiana”, antes de disparar contra as<br />

<strong>política</strong>s de saúde, educação e segurança<br />

pública: “Eu diria que o crime<br />

está organizado e o governo desorganizado<br />

para combatê-lo”.<br />

Até no plenário do Senado,<br />

Borges era um dos críticos mais<br />

ferrenhos do governo, mas depois<br />

<strong>da</strong> visita do presidente Lula à Ford<br />

e <strong>da</strong> troca de afagos com Wagner,<br />

decidiu “pegar leve”. Na mais recente<br />

entrevista à <strong>Metrópole</strong>, em 3/12,<br />

o tom do discurso foi bem mais<br />

ameno. Borges disse que, “quando<br />

se trata de assuntos do interesse <strong>da</strong><br />

Bahia”, não tem dificul<strong>da</strong>de de diálogo<br />

com ninguém, elogiou Wagner<br />

por sua “educação e civili<strong>da</strong>de”<br />

e assinalou que suas críticas ao governo<br />

sempre foram “construtivas”.<br />

Apesar do recente oba-oba, a<br />

tese <strong>da</strong> cortina de fumaça é reforça<strong>da</strong><br />

por um fato concreto: se houvesse<br />

possibili<strong>da</strong>de de Borges apoiar Wagner,<br />

alguns deputados governistas<br />

do PR não teriam deixado o partido,<br />

a exemplo do federal João Carlos<br />

Araújo, hoje no PDT, e do estadual<br />

Ângelo Coronel, que foi para o PP.<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009


“Seria o caminho mais natural.<br />

Não há hipótese de<br />

apoiarmos esse governo”<br />

Deputado estadual Sandro Régis, apostando que<br />

César Borges apoiará Paulo Souto em 2010<br />

<strong>política</strong><br />

politica@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

“Era Balbino que financiava o <strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> Semana”<br />

Esta semana, o jornalista, escritor, diplomata e político Sebastião Nery conversou com Mário Kertész sobre o seu mais novo livro, ‘A Nuvem – o que<br />

ficou do que passou – 50 anos <strong>da</strong> história do Brasil’, lançado em Salvador no dia 9/12. A obra relata segredos, romances proibidos, denúncias, revelações<br />

sobre os coman<strong>da</strong>ntes do País, sutilezas e histórias cômicas presentes na trajetória <strong>política</strong> brasileira. Um misto de memórias e manifesto político<br />

sentimental. Confira os principais trechos <strong>da</strong> entrevista.<br />

Mário Kertész – Como foi escrever<br />

um livro relatando importantes<br />

episódios <strong>da</strong> história<br />

<strong>política</strong> do Brasil?<br />

Sebastião Nery – Este é um livro<br />

cheio de emoções pessoais<br />

para mim. Eu adoeci escrevendo,<br />

comecei a exagerar, escrevia<br />

10, 12 horas por dia, e tive uma<br />

labirintite. O médico disse para<br />

ir devagar senão não iria terminar<br />

de escrever o livro.<br />

MK – Dentre os trechos do livro,<br />

queria que você comentasse<br />

sobre sua campanha contra<br />

Juracy Magalhães quando ele<br />

foi governador <strong>da</strong> Bahia. Ele<br />

era mais poderoso do que Antonio<br />

Carlos Magalhães?<br />

SN – Sim, porque a Bahia era<br />

menor. Além disso, ele era<br />

maior que Antonio Carlos, do<br />

ponto de vista nacional. Ele<br />

veio <strong>da</strong> Revolução de 30, <strong>da</strong><br />

Revolta dos Tenentes também,<br />

presidiu a Vale do Rio Doce e a<br />

Petrobras. Na época, eu escrevia<br />

uma coluna de <strong>política</strong> no<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> Bahia e meu saudoso<br />

amigo Mário Lima e outros<br />

tinham fun<strong>da</strong>do o primeiro<br />

sindicato dos petroleiros do<br />

Brasil, o Sindpetro. Só que os<br />

baianos, pioneiros <strong>da</strong> Petrobras,<br />

ganhavam 30% a 40% a<br />

menos que os petroleiros de<br />

São Paulo e do Rio. Eu comprei<br />

a briga e publiquei uma<br />

matéria dizendo que Juracy<br />

estava ameaçando colocar a<br />

polícia no sindicato. Também<br />

DIVULGAÇÃO<br />

fiz um artigo com o título “Ele<br />

é o mesmo: batia de rebenque,<br />

agora bate de terço”. Aí ficou<br />

inviável minha continui<strong>da</strong>de<br />

no <strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> Bahia. Então<br />

fundei um jornal: <strong>Jornal</strong> <strong>da</strong><br />

Semana, com o slogan “conta<br />

sábado o que os outros esconderam<br />

durante a semana”. O<br />

jornal funcionou por quatro<br />

anos até que a ditadura militar<br />

chegou. Eles me fecharam. Foi<br />

a polícia de Juracy.<br />

MK – Você também escreveu<br />

um livro chamado ‘Sepulcro<br />

Caiado: o ver<strong>da</strong>deiro Juracy’.<br />

SN – Este livro é outra coincidência.<br />

Comecei a fazer oposição<br />

a Juracy Magalhães por<br />

causa dos outros. Só que Juracy<br />

foi disputar o Senado pelo Rio<br />

com o apoio de Carlos Lacer<strong>da</strong><br />

(jornalista e governador do então<br />

Estado <strong>da</strong> Guanabara, entre<br />

1960 e 1965). E lá eu fui chamado<br />

pela equipe do Aurélio Viana,<br />

que também disputava o cargo,<br />

porque precisavam de um depoimento<br />

baiano sobre o que<br />

era de fato o governo do Juracy.<br />

Sentei e, em uma semana, escrevi<br />

o livro. Ele foi distribuído de<br />

graça e foi um sucesso.<br />

MK – Nesse mesmo<br />

ano, foram<br />

eleitos Lomanto,<br />

na Bahia, e o senador<br />

Antônio Balbino. Ele era<br />

amigo seu, não?<br />

SN – Apoiei Balbino, e é outra<br />

história que conto no livro. Era<br />

ele que financiava o <strong>Jornal</strong> <strong>da</strong><br />

Semana. Quando ele era candi<strong>da</strong>to<br />

ao Senado, fui ao seu<br />

escritório, no Rio, e pedi que<br />

ele me aju<strong>da</strong>sse, convencendo<br />

o PTB a assinar meu jornal para<br />

garanti-lo financeiramente. Ele<br />

abriu uma gaveta, puxou um<br />

talão de cheques e perguntou se<br />

eu tinha feito o orçamento. Eu<br />

disse que não. Ele assinou um<br />

cheque e mandou que eu descontasse<br />

naquela hora e abrisse<br />

o jornal. Prometi nunca contar a<br />

ninguém. Todo fim de mês eu<br />

voltava para buscar outro cheque.<br />

Ele argumentou que não<br />

estava fazendo aquilo por mim,<br />

mas para o PTB e o PSB <strong>da</strong> Bahia,<br />

e nunca cobrou na<strong>da</strong> em troca.<br />

MK – Outro personagem baiano<br />

que muita gente não conhece<br />

porque morreu há algum<br />

tempo é Raimundo Reis. No<br />

regime militar, ele até foi chamado<br />

de marxista...<br />

Nery afirma que<br />

o livro é cheio<br />

de ‘emoções<br />

pessoais’<br />

SN – Ele tinha um programa no<br />

rádio. Quando houve a tentativa<br />

<strong>da</strong> invasão <strong>da</strong> Baía dos Porcos,<br />

em 1961, ele propôs na Assembleia<br />

que a Bahia man<strong>da</strong>sse um<br />

navio cheio de voluntários, inclusive<br />

ele, para defender Cuba.<br />

Quando veio o<br />

Golpe de 64, pegaram<br />

ele e disseram:<br />

então você é defensor<br />

de Cuba, comunista,<br />

um revolucionário, um<br />

marxista. Ele logo disse que não<br />

sabia o que eram esses termos e<br />

falou que era do PSB: “Eu só entendo<br />

de Diário Oficial”.<br />

MK – E sobre Jânio Quadros?<br />

SN – É um sujeito que sinto ter<br />

descoberto após a renúncia.<br />

Quando ele saiu candi<strong>da</strong>to à<br />

Presidência, eu e to<strong>da</strong> a esquer<strong>da</strong><br />

apoiamos Lott (marechal<br />

Henrique Lott, derrotado por<br />

Jânio na eleição de 1960). Mas<br />

assisti a alguns comícios dele<br />

no interior e conto no livro,<br />

inclusive a história <strong>da</strong> cadela<br />

Muriçoca. Nunca vi na<strong>da</strong> igual.<br />

Shakespeare puro! E eu acabei<br />

cavando a cova <strong>da</strong> cadela porque<br />

Jânio chorava muito, ele<br />

estava enlouquecido. Um amigo<br />

nosso, Aparecido, tentou<br />

aju<strong>da</strong>r, mas havia 30 dias que<br />

ele tinha operado o coração e<br />

eu acabei como coveiro de Muriçoca.<br />

Leia mais na próxima edição do<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> <strong>Metrópole</strong><br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009 9<br />

PARRACHO<br />

entrevistaentrevista Sebastião nery


10<br />

ci<strong>da</strong>de<br />

ci<strong>da</strong>de@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

Remédios pesam no bolso<br />

Uma pesquisa feita pelo IBGE divulgou, pela primeira<br />

vez, as contas <strong>da</strong> saúde no Brasil. Entre 2005 e 2007, as<br />

famílias gastaram 10 vezes mais com medicamentos<br />

do que o governo com o próprio País.<br />

Atendimento em Plataforma<br />

A Uni<strong>da</strong>de de Pronto Atendimento de Plataforma<br />

foi reaberta à população. Novos serviços serão<br />

oferecidos, como odontologia de emergência,<br />

raios-X e ortopedia.<br />

Ato de restrições<br />

Projeto de lei que regulamenta a medicina gera polêmica com profissionais de 13 ativi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> área de saúde<br />

Larissa Oliveira<br />

larissa.oliveira@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

A MEDICINA É UMA<br />

ciência milenar, que remonta<br />

aos egípcios e gregos, mas o<br />

exercício <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de nunca<br />

foi regulamentado no Brasil,<br />

como ocorreu com outras profissões<br />

<strong>da</strong> área de saúde, como<br />

fisioterapia e fonoaudiologia.<br />

Para corrigir a distorção, em<br />

2002, começou a tramitar no<br />

Senado Federal o projeto de lei<br />

nº 7.703/06, de autoria do senador<br />

Benício Sampaio (PPB-PI).<br />

O já denominado Ato Médico,<br />

portanto, estabelece quais são<br />

as ativi<strong>da</strong>des exclusivas desses<br />

profissionais – ou seja, que<br />

só podem ser realiza<strong>da</strong>s por<br />

eles ou com sua autorização.<br />

De 2002 para cá, o projeto, que<br />

foi aprovado na Câmara dos<br />

Deputados em setembro des-<br />

A opinião de três milhões de<br />

profissionais de saúde (contra<br />

340 mil médicos) no Brasil é praticamente<br />

unânime. Ninguém<br />

tem na<strong>da</strong> contra a normatização<br />

<strong>da</strong> profissão, e sim quanto à possível<br />

per<strong>da</strong> <strong>da</strong> autonomia. Dentre<br />

as profissões que mais seriam<br />

afeta<strong>da</strong>s com a aprovação do<br />

Ato Médico está a fisioterapia,<br />

que passaria a depender diretamente<br />

<strong>da</strong> avaliação clínica de um<br />

médico. “A ‘não-regulamentação’<br />

<strong>da</strong> medicina nunca impediu seu<br />

exercício. Se, por acaso, a lei for<br />

aprova<strong>da</strong>, vamos recorrer, porque<br />

não podemos permitir o cerce-<br />

te ano, sofreu algumas alterações,<br />

mas mantêm as quatro<br />

principais premissas no quesito<br />

exclusivi<strong>da</strong>de: diagnóstico<br />

de doenças, indicação de tratamentos,<br />

decisão sobre cirurgias<br />

e determinação de procedimentos<br />

invasivos.<br />

Muitos temem<br />

ficar sob a<br />

eterna tutela<br />

dos médicos<br />

Eis a polêmica. De um lado,<br />

os médicos defendem a regulamentação<br />

<strong>da</strong> profissão, sob<br />

o argumento de que tais procedimentos<br />

sempre foram feitos<br />

pela classe, e que só mu<strong>da</strong><br />

o fato de fazer com que isso<br />

Per<strong>da</strong> de autonomia<br />

amento de nossas ativi<strong>da</strong>des”,<br />

argumenta o fisioterapeuta e professor<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Católica<br />

do Salvador (Ucsal) Cleber Sady.<br />

A professora de fisioterapia<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de do Estado <strong>da</strong><br />

Bahia (Uneb) Mara Rúbia Teixeira<br />

vê o Ato Médico como um<br />

retrocesso. “Enfermagem, por<br />

exemplo, tem cem anos de ativi<strong>da</strong>de.<br />

Aí vem uma única classe<br />

e acaba com tudo? O ato coloca<br />

em risco a saúde, porque um médico<br />

não tem o mesmo conhecimento<br />

que eu, que estudei durante<br />

cinco anos. Eles são o quê,<br />

deuses?”, questiona.<br />

raio-X do setor<br />

DIVULGAÇÃO<br />

conste em lei. De outro, representantes<br />

<strong>da</strong>s 13 profissões <strong>da</strong><br />

área <strong>da</strong> saúde – exceto odontologia<br />

–, que reúnem cerca<br />

de três milhões de pessoas,<br />

protestam quanto à suposta<br />

retira<strong>da</strong> de sua autonomia<br />

e temem ser condenados, na<br />

prática, a viver “sob a tutela”<br />

dos médicos.<br />

O projeto, apesar de ter nascido<br />

no Senado, retorna à Casa<br />

para mais uma votação por ter<br />

sofrido alterações na Câmara. A<br />

matéria só voltará a ser aprecia<strong>da</strong><br />

em 2o10, e, até lá, muita água ain<strong>da</strong><br />

pode rolar. A principal dúvi<strong>da</strong><br />

é se os pacientes poderão procurar<br />

psicólogos, fonoaudiólogos e<br />

educadores físicos ou se dependerão<br />

do diagnóstico prévio de<br />

médicos – mesmo que esse “veredito”,<br />

no SUS, dure não mais que<br />

cinco minutos (veja box).<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009


Prazo no Detran<br />

O prazo para justificar as infrações cometi<strong>da</strong>s por<br />

motoristas que estão sendo processados pelo Detran<br />

vai até o dia 4/1/10. A documentação deve ser entregue<br />

no SAC ou nos postos <strong>da</strong> Ciretran.<br />

Olho no taxímetro<br />

Até 31/12, os táxis irão cobrar pela tarifa <strong>da</strong> bandeira<br />

2, independentemente do horário e do percurso. A<br />

medi<strong>da</strong>, libera<strong>da</strong> por decreto municipal, é adota<strong>da</strong><br />

para servir de 13º salário para os taxistas.<br />

Confusão e falta de informação<br />

A estu<strong>da</strong>nte Clarissa Guedes,<br />

22 anos, cursa o 6º semestre de<br />

psicologia <strong>da</strong> Ufba e participa <strong>da</strong><br />

Coordenação Nacional de Estudos<br />

de Psicologia (Conep). Ela discor<strong>da</strong><br />

que o Ato Médico não afetará<br />

sua futura profissão. “Se aprovado,<br />

afetará, sim, principalmente os<br />

profissionais que trabalham com<br />

saúde básica, uma área que está<br />

crescendo muito. Em Salvador, o<br />

projeto de lei ain<strong>da</strong> não teve muita<br />

repercussão, por isso estamos articulando<br />

alguma ação”, adianta.<br />

Já Juliana Grimaldi, 25, estu<strong>da</strong>nte<br />

de 8º semestre de fisioterapia<br />

<strong>da</strong> Ucsal, diz que recebe<br />

e-mails todos os dias sobre o assunto,<br />

mas que as informações são<br />

muito confusas e que a universi<strong>da</strong>-<br />

só eles podem fazer<br />

‘Esta interpretação é um equívoco’<br />

O representante do Conselho<br />

Federal de Medicina na Bahia,<br />

Jecé Brandão, é categórico: o Ato<br />

Médico é necessário, e a polêmica<br />

se dá por uma má interpretação do<br />

projeto de lei. “Isso é um equívoco.<br />

No projeto, está previsto que as outras<br />

profissões continuarão agindo<br />

de acordo com suas leis próprias.<br />

Entendemos que o médico não dá<br />

conta de tudo, então é preciso ler e<br />

interpretar o projeto de lei corretamente”,<br />

defende.<br />

O presidente do Conselho<br />

Regional de Medicina na Bahia<br />

(Cremeb), Jorge Cerqueira, tem<br />

a mesma opinião. “Não consegui-<br />

Jorge Cerqueira, presidente do Cremeb: “Eles não vão perder na<strong>da</strong>”<br />

mos compreender e aceitar as reivindicações<br />

dos outros profissionais<br />

de saúde, afinal o tratamento é<br />

dividido, partilhado. Nunca esteve<br />

escrito que um paciente poderia<br />

procurar um fonoaudiólogo sem<br />

antes passar pelo médico. Eles não<br />

vão perder na<strong>da</strong>”, justifica.<br />

de não se preocupa em esclarecer<br />

o que se passa. “Me disseram que<br />

o projeto havia sido modificado<br />

de novo, chove informação, mas<br />

estamos todos perdidos. Confesso<br />

que estou desestimula<strong>da</strong> com<br />

curso também por causa do Ato<br />

Médico. A fisioterapia é um trabalho<br />

importante que não está sendo<br />

reconhecido”, desabafa.<br />

ci<strong>da</strong>de<br />

ci<strong>da</strong>de@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

Dissenso na classe<br />

Se os representantes de enti<strong>da</strong>des<br />

liga<strong>da</strong>s ao exercício <strong>da</strong> medicina<br />

na Bahia afirmam, em uníssono, que<br />

a polêmica é desmotiva<strong>da</strong> e equivoca<strong>da</strong>,<br />

não há consenso na interpretação<br />

<strong>da</strong> lei dentro <strong>da</strong> própria classe.<br />

O diretor <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Medicina<br />

<strong>da</strong> Ufba, José Tavares Neto, também<br />

defende a necessi<strong>da</strong>de do Ato Médico,<br />

mas concor<strong>da</strong> que uma de suas<br />

consequências é a temi<strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

autonomia de outros profissionais.<br />

“É lógico que o diagnóstico e a<br />

A determinação <strong>da</strong> Prefeitura<br />

é que ca<strong>da</strong> médico aten<strong>da</strong><br />

um mínimo de 20 pacientes por<br />

turno em postos do Sistema Único<br />

de Saúde (SUS), mas o diretor<br />

administrativo do Centro de Saúde<br />

Edson Teixeira Barbosa, em<br />

Pernambués, diz que esse número<br />

pode chegar a 25. Como ca<strong>da</strong> turno<br />

corresponde a quatro horas de<br />

atendimento, ca<strong>da</strong> consulta dura<br />

apenas de seis a 12 minutos.<br />

Entretanto, os pacientes afirmam<br />

que, na maioria <strong>da</strong>s vezes, as<br />

indicação do tratamento são exclusivos<br />

do médico. Um fisioterapeuta<br />

não recebeu treinamento específico<br />

para isso. Uma avaliação clínica<br />

e diagnóstica incorreta pode<br />

comprometer a saúde do paciente.<br />

Na medicina, isso já está bem<br />

definido”, arremata. Quanto aos<br />

profissionais <strong>da</strong> área de psicologia,<br />

Tavares Neto faz uma ponderação<br />

diferente: “Um psicólogo tem outra<br />

autonomia e pode precisar ou<br />

não do médico”.<br />

Consultas de cinco minutos<br />

consultas duram menos de cinco<br />

minutos, enquanto que, para um<br />

bom diagnóstico, são necessários<br />

pelo menos 20 minutos com o paciente.<br />

Quem reclama <strong>da</strong> ausência<br />

de relação médico-paciente é a dona<br />

de casa Andreia Machado. Ela conta<br />

que levou sua filha ao posto de<br />

saúde e que o médico nem chegou<br />

a tocá-la. “Ela se queixava de dores,<br />

inclusive na garganta, e febre, mas<br />

ele só fez colocá-la no soro e nos<br />

mandou para casa. Isso demorou<br />

uns três minutos. É muito pouco!”<br />

Aveni<strong>da</strong> Reitor Miguel Calmon<br />

(1912 - 1967) – Canela<br />

O soteropolitano Miguel Calmon<br />

du Pin e Almei<strong>da</strong> Sobrinho foi<br />

nomeado reitor <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />

Federal <strong>da</strong> Bahia em 1964. Formado<br />

em engenharia civil, Calmon<br />

foi professor, diretor-presidente<br />

do Banco Econômico <strong>da</strong> Bahia,<br />

que pertencia à sua família, por 22<br />

anos e ain<strong>da</strong> diretor <strong>da</strong> Associação<br />

Comercial <strong>da</strong> Bahia. Destacou-se<br />

ain<strong>da</strong> na carreira <strong>política</strong>, tendo<br />

sido o último ministro <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong><br />

do regime parlamentarista.<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009 11<br />

DIVULGAÇÃO


12<br />

ci<strong>da</strong>de<br />

ci<strong>da</strong>de@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

Atriz faz uso medicinal<br />

A atriz Maria de Souza, que tem endometriose, doença uterina,<br />

faz uso medicinal <strong>da</strong> maconha há seis anos para reduzir as<br />

fortes dores. Estudos comprovam que a Cannabis pode<br />

também minimizar os efeitos colaterais <strong>da</strong> quimioterapia.<br />

Enquete no Portal <strong>da</strong> <strong>Metrópole</strong><br />

O Grupo <strong>Metrópole</strong> quer saber a opinião de leitores<br />

e ouvintes sobre o assunto: você é a favor <strong>da</strong><br />

descriminalização <strong>da</strong> maconha? Respon<strong>da</strong> à enquete no<br />

Portal <strong>da</strong> <strong>Metrópole</strong>: www.radiometropole.com.br.<br />

Descriminalizar é o caminho?<br />

Justiça libera Marcha <strong>da</strong> Maconha e reacende debate sobre a liberação de cultivo e posse para uso individual<br />

João Gabriel Galdea<br />

APÓS SUCESSIVAS proibições<br />

por ordens judiciais<br />

em anos anteriores, a Advocacia<br />

Geral <strong>da</strong> União deu parecer<br />

favorável à realização<br />

<strong>da</strong> Marcha <strong>da</strong> Maconha em<br />

todo o País por não considerar<br />

crime as manifestações<br />

públicas em defesa <strong>da</strong> descriminalização<br />

<strong>da</strong>s drogas. Em<br />

Salvador, após anos de veto, o<br />

evento ocorreu no último sábado,<br />

5/12, no Farol <strong>da</strong> Barra,<br />

com a participação de artistas,<br />

políticos e intelectuais.<br />

A decisão reacendeu o debate<br />

sobre o combate ao tráfico<br />

de drogas no Brasil, que sofre<br />

críticas de importantes figuras<br />

<strong>da</strong> nossa <strong>política</strong>, a exemplo<br />

do ex-presidente Fernando<br />

Henrique Cardoso (PSDB-SP),<br />

do deputado federal Fernando<br />

Gabeira (PV-RJ) e do ministro<br />

Carlos Minc (PV-RJ). Todos<br />

compartilham <strong>da</strong> ideia de que<br />

a atual <strong>política</strong> antidrogas é<br />

ineficaz, por entenderem que<br />

o usuário não é caso de polícia,<br />

Redução de <strong>da</strong>nos<br />

O antropólogo Sérgio Vi<strong>da</strong>l,<br />

fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> Anan<strong>da</strong>, associação<br />

soteropolitana de usuários ativistas<br />

pró-legalização <strong>da</strong> maconha,<br />

sustenta ideia semelhante à do<br />

deputado Paulo Teixeira. Para<br />

ele, “a <strong>política</strong> de redução <strong>da</strong> oferta,<br />

através <strong>da</strong> repressão ao tráfico,<br />

deve ser substituí<strong>da</strong> por uma <strong>política</strong><br />

de redução de <strong>da</strong>nos”, que<br />

é menos violenta e dá oportuni<strong>da</strong>de<br />

ao usuário de não colaborar<br />

com o crime organizado.<br />

Políticos querem<br />

mu<strong>da</strong>nças na<br />

lei antidrogas<br />

vigente no País<br />

mas de <strong>política</strong> social.<br />

Partidário <strong>da</strong> mesma corrente,<br />

o deputado federal Paulo<br />

Teixeira (PT-SP) foi escolhido<br />

pelo Ministério <strong>da</strong> Justiça<br />

como interlocutor do governo<br />

para revisão <strong>da</strong> lei sobre drogas.<br />

Ele defende a legalização<br />

<strong>da</strong> maconha e do porte de<br />

pequenas quanti<strong>da</strong>des para<br />

consumo pessoal. Teixeira<br />

pretende apresentar sua proposta<br />

de descriminalização<br />

ao Conselho Nacional de Políticas<br />

sobre Drogas (Conad).<br />

Para o parlamentar, é preciso<br />

pensar em formas de minimizar<br />

os prejuízos provocados<br />

pelo tráfico. “Ain<strong>da</strong> que nós<br />

saibamos que o uso de drogas<br />

pode gerar problemas de<br />

saúde, os problemas gerados<br />

pela criminali<strong>da</strong>de são muito<br />

maiores”, afirma.<br />

Caso de polícia<br />

A proposta de descriminalização<br />

ain<strong>da</strong> sofre resistência de<br />

alguns setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, a<br />

exemplo <strong>da</strong> polícia. Para o PM Miraldo<br />

Santos, “é preciso pensar no<br />

impacto que a descriminalização<br />

pode causar, principalmente nas<br />

pessoas que não usam a droga”.<br />

Santos acredita que uma decisão<br />

como esta seria precipita<strong>da</strong>. “É preciso<br />

discutir mais, mas, na minha<br />

opinião, o correto seria a não-liberação”,<br />

concluiu.<br />

Após anos de proibição, a Marcha <strong>da</strong> Maconha tomou conta do Farol <strong>da</strong> Barra<br />

Você é contra<br />

ou a favor <strong>da</strong><br />

descriminalização?<br />

Naomar Almei<strong>da</strong>,<br />

reitor <strong>da</strong> Ufba<br />

“Sou a favor<br />

porque isso vai<br />

potencializar<br />

a redução <strong>da</strong><br />

violência associa<strong>da</strong><br />

ao tráfico<br />

ilegal. Haverá<br />

possibili<strong>da</strong>de de<br />

controle”<br />

THIAGO TEIXEIRA/AGÊNCIA A TARDE<br />

Joselito Bispo, delegadochefe<br />

<strong>da</strong> Polícia Civil<br />

“Sou contra. O<br />

uso de drogas<br />

aumenta a<br />

violência, a<br />

evasão escolar<br />

e desestrutura<br />

famílias”<br />

Rastafári<br />

defende uso<br />

religioso<br />

Kamarphew Tawá, membro<br />

<strong>da</strong> religião rastafári, acha que a<br />

decisão sobre a descriminalização<br />

está demorando de ser toma<strong>da</strong><br />

– pelo menos no que diz<br />

respeito à autorização para uso<br />

religioso <strong>da</strong> substância e seus<br />

derivados.<br />

Há 22 anos, quando o então<br />

Conselho Federal de Entorpecentes<br />

negou aos rastas<br />

o uso ritualístico <strong>da</strong> Cannabis<br />

sativa, Tawá aguar<strong>da</strong> a oportuni<strong>da</strong>de<br />

de fazer uso <strong>da</strong> maconha<br />

fora <strong>da</strong> marginali<strong>da</strong>de. “As<br />

pessoas ficam criminalizando<br />

a erva, mas esquecem que ela<br />

é natural, que é uma dádiva de<br />

Deus”, prega.<br />

confira a opinião de quem nunca falou sobre o tema<br />

HUMBERTO FARIAS HUMBERTO FARIAS GERALDO MELO<br />

Mário Kertész, presidente<br />

do Grupo <strong>Metrópole</strong><br />

“Sou a favor porque<br />

acho que é a única<br />

forma de combater<br />

uma parte do<br />

tráfico. Além disso,<br />

o Brasil poderia<br />

observar se a<br />

medi<strong>da</strong> funcionaria<br />

ou não aqui”<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009


Ceia mais barata<br />

De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados,<br />

produtos importados <strong>da</strong> ceia natalina estarão mais baratos<br />

este ano. Os descontos podem chegar a 20% para queijos,<br />

vinhos e bacalhau.<br />

ci<strong>da</strong>de@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

Cupim criminoso<br />

Ex-aluna <strong>da</strong> Ufba solicita 2ª via de diploma estragado por inseto e é obriga<strong>da</strong> a registrar ocorrência em delegacia<br />

Larissa Oliveira<br />

larissa.oliveira@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

A burocracia brasileira, por<br />

definição, já é uma pia<strong>da</strong> pronta,<br />

mas alguns episódios, de tão bizarros,<br />

beiram a ópera bufa. Em<br />

Salvador, acumulam-se histórias<br />

absur<strong>da</strong>mente ridículas em<br />

cartórios, empresas de telefonia<br />

e até instituições de ensino,<br />

como a Universi<strong>da</strong>de Federal<br />

<strong>da</strong> Bahia (Ufba), onde, pelo me-<br />

nos teoricamente,<br />

se produz conhecimento<br />

para melhorar<br />

a quali<strong>da</strong>de de<br />

vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de.<br />

Mas, no espantoso caso vivido<br />

pela economista Maria Luiza<br />

Ribeiro, 54 anos, o que se produziu<br />

foi um constrangimento que<br />

supera qualquer obra de realismo<br />

fantástico.<br />

A economista teve seu diploma<br />

de graduação – expedido<br />

em 1979 – perdido pela<br />

ação de cupins e, ao tentar<br />

obter uma segun<strong>da</strong> via, foi<br />

O que a economista Maria Luiza<br />

Ribeiro questiona é a manutenção<br />

de uma norma tão antiga. De<br />

fato, a Portaria 33 é de 2 de agosto<br />

de 1978, pertence ao Departamento<br />

de Assuntos Universitários e estabelece:<br />

“A 2ª via de um diploma<br />

ou certificado pode ser expedi<strong>da</strong><br />

tanto por motivo de extravio, roubo<br />

ou per<strong>da</strong>, como por <strong>da</strong>nificação<br />

do original. Para ser expedido, será<br />

necessário registrar a ocorrência<br />

em uma delegacia, trazendo a com-<br />

Maria Luiza<br />

se recusa a<br />

prestar queixa<br />

contra o cupim<br />

orienta<strong>da</strong> pela Secretaria Geral<br />

de Cursos (SGC) <strong>da</strong> Ufba a<br />

seguir os seguintes procedimentos:<br />

pagar uma taxa de R$<br />

80, anexar CPF e RG e ain<strong>da</strong> ter<br />

de esperar 70 dias pela emissão<br />

do documento. Já era burocracia<br />

suficiente, porém, ao<br />

chegar à SGC com tudo que lhe<br />

foi requisitado, ain<strong>da</strong> fizeram<br />

outra exigência: Maria Luiza<br />

teria de registrar a ocorrência<br />

em uma delegacia<br />

e anexar o boletim<br />

ao pedido.<br />

Na prática, isso<br />

significa que a<br />

economista teria de prestar à<br />

polícia uma surreal queixa contra<br />

o cupim ou esconder o real<br />

motivo <strong>da</strong> per<strong>da</strong> do documento,<br />

atitude que ela, corretamente,<br />

se recusa a tomar. “O meu diploma<br />

não foi extraviado nem<br />

roubado. O que vou dizer na<br />

delegacia? Me recuso a mentir<br />

e prefiro ficar sem a segun<strong>da</strong><br />

via”, argumenta.<br />

Norma questiona<strong>da</strong><br />

provação. No caso de <strong>da</strong>nificação,<br />

deverá ser anexado à petição o diploma<br />

ou certificado <strong>da</strong>nificado”.<br />

Maria Luiza diz que ninguém na<br />

SGC soube esclarecer a norma. “Entendo<br />

que fazia sentido na ditadura<br />

militar, mas não hoje. Disseram que,<br />

se eu tivesse parte do documento,<br />

não precisaria do boletim de ocorrência,<br />

mas só tenho uma xerox, que<br />

não serve. Sou uma ci<strong>da</strong>dã, tenho<br />

meus direitos e não vou recorrer ao<br />

‘jeitinho brasileiro’”, bra<strong>da</strong>.<br />

Salão do Artesanato<br />

O Instituto Mauá prorrogou até 31/1 as inscrições para<br />

o Salão de Artesanato e Arte Popular <strong>da</strong> Bahia, que<br />

podem ser feitas pelos Correios, na sede <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de,<br />

ou pelo site do evento.<br />

Maria Luiza Ribeiro mostra a xerox do diploma de economia <strong>da</strong> Ufba, <strong>da</strong>nificado por cupins<br />

‘Não é preciso inventar na<strong>da</strong>’<br />

De acordo com o pró-reitor de<br />

Ensino e Graduação <strong>da</strong> Ufba, Maerbal<br />

Marinho (foto), o diploma é um<br />

documento tal qual é o passaporte e<br />

que, portanto, seja qual for o motivo<br />

do pedido de segun<strong>da</strong> via, ele precisa<br />

ser justificado e comprovado. “A<br />

ex-aluna precisa chegar à delegacia<br />

e explicar os motivos <strong>da</strong> solicitação,<br />

dizer o que realmente aconteceu.<br />

Se ela tivesse perdido o documento<br />

por conta de uma chuva, por exemplo,<br />

ela teria de dizer. Não é preciso<br />

inventar na<strong>da</strong>”, garante.<br />

Já a delega<strong>da</strong> e supervisora <strong>da</strong><br />

Central de Telecomunicações <strong>da</strong>s<br />

Polícias Civil e Militar (Centel),<br />

ci<strong>da</strong>de<br />

FOTOS ULISSES DUMAS<br />

Maria Imperatriz Cardoso, reconhece<br />

que Maria Luiza corre o risco<br />

de não ter sua queixa aceita em<br />

alguma delegacia, mas defende<br />

que a ver<strong>da</strong>de seja dita. “Ela pode<br />

registrar a per<strong>da</strong> em decorrência<br />

de um fenômeno natural, afinal,<br />

ninguém pode prever a ação de<br />

cupins, e per<strong>da</strong> não é crime. A regulamentação<br />

<strong>da</strong> Ufba é normal<br />

e estes cui<strong>da</strong>dos são necessários<br />

porque se, por acaso, alguém tivesse<br />

achado o diploma dela e<br />

falsificado, poderia utilizá-lo no<br />

seu nome. A Polícia Civil também<br />

existe para a prevenção deste tipo<br />

de delito”, justifica.<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009 13


Festa do interior<br />

As seleções de São Francisco do Conde e Serrinha decidem hoje o Campeonato Intermunicipal<br />

SERRINHA E SÃO FRAN-<br />

CISCO DO CONDE decidem<br />

hoje, no Estádio Municipal<br />

de Serrinha, o Campeonato<br />

Intermunicipal. No primeiro<br />

jogo <strong>da</strong> final, realizado domingo<br />

passado, em São Francisco<br />

do Conde, Serrinha, que<br />

jogava por dois empates, venceu<br />

por 2 a 0 e aumentou sua<br />

vantagem. Agora, pode até<br />

perder por um gol de diferença<br />

para comemorar o título.<br />

O Intermunicipal, maior<br />

competição de futebol amador<br />

do mundo, reuniu 55 equipes<br />

de todo o interior baiano e contabiliza<br />

287 parti<strong>da</strong>s, 802 gols<br />

e uma média de público de<br />

quase três mil torcedores. São<br />

Francisco do Conde tem o ataque<br />

mais positivo, com 40 gols,<br />

mas Serrinha, que é coman<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

pelo técnico Dinho Libório,<br />

tem a defesa menos vaza<strong>da</strong>: sofreu<br />

apenas oito gols.<br />

14<br />

esportes<br />

esporte@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

O presidente <strong>da</strong> Federação<br />

Bahiana de Futebol, Ednaldo<br />

Rodrigues, destaca que, este<br />

ano, o Intermunicipal teve um<br />

excelente nível técnico e, mais<br />

uma vez, revelou bons jogadores,<br />

como Ró (Santa Luz),<br />

Pithaco (Serrinha), Clodoaldo<br />

(Ilhéus) e Cristiano (Porto Seguro).<br />

Ró marcou 15 gols; Pithaco,<br />

15; e Clodoaldo, 14. Cristiano,<br />

de apenas 20 anos, é zagueiro<br />

e já foi procurado até pelo pessoal<br />

do Vitória, que sonha tê-lo<br />

na Toca do Leão na próxima<br />

tempora<strong>da</strong>. Também o meia<br />

Pablo, 21 anos, do São Francisco<br />

do Conde, está nos planos do<br />

Rubro-negro.<br />

Federação<br />

destaca bom<br />

nível técnico <strong>da</strong><br />

competição<br />

MARCELO XIMENEZ/AE<br />

‘Fofômeno’ é Mengão!<br />

Na entrega do prêmio ‘Brasileiros do Ano’, <strong>da</strong> revista IstoÉ,<br />

Ronaldo mostrou que é “Mengão até morrer”. Ele disse que<br />

2009 foi um ano maravilhoso com a conquista <strong>da</strong> Copa do<br />

Brasil pelo Corinthians e do Brasileiro pelo Flamengo.<br />

as principais revelações<br />

Disputa começou em 1946<br />

O Torneio Intermunicipal surgiu<br />

em 1946, porque o Baiano só<br />

era disputado pelos times <strong>da</strong> capital,<br />

mas foi a partir de 1975 que<br />

a Federação Bahiana de Futebol<br />

o transformou no Campeonato<br />

Intermunicipal. Nesse período, a<br />

disputa passou a contar com maior<br />

número de seleções, e, a ca<strong>da</strong> ano,<br />

o nível técnico cresce, sempre revelando<br />

novos valores.<br />

Na déca<strong>da</strong> de 1960, Itabuna ga-<br />

nhou o título oito vezes, revelando<br />

Gajé e Zé Reis, que brilharam no<br />

Leônico, e os irmãos Riela. Nos<br />

anos de 1970, a sensação foi Cachoeira,<br />

que ganhou quatro títulos<br />

e revelou Tião, Ainho e Iberê.<br />

as campanhas dos finalistas os maiores<br />

vencedores<br />

Competição revela talentos<br />

Todos os anos, Ednaldo Rodrigues,<br />

presidente <strong>da</strong> Federação<br />

Bahiana de Futebol, faz<br />

uma relatório com jogadores<br />

que despontam no Intermunicipal<br />

e o disponibiliza para<br />

Bahia, Vitória e os outros clubes<br />

filiados. Ele sempre diz que<br />

o maior objetivo <strong>da</strong> competição<br />

é revelar talentos para o futebol<br />

baiano. Por isso, desde o ano<br />

passado, fez uma mu<strong>da</strong>nça no<br />

regulamento: ca<strong>da</strong> seleção só<br />

pode utilizar três jogadores com<br />

i<strong>da</strong>de superior a 23 anos.<br />

Visando revelar um maior<br />

número de atletas, a FBF resolveu,<br />

desde 2004, promover também<br />

o Intermunicipal na categoria<br />

Sub-17. Bons valores já foram<br />

revelados nesses cinco anos<br />

de disputa. Alguns exemplos<br />

são Deon, hoje nos juniores do<br />

Bahia, mas já profissionalizado;<br />

Souza, artilheiro do Campeonato<br />

Baiano de 2008 pelo Fluminense<br />

de Feira; e Rafael, do Vitória <strong>da</strong><br />

Conquista, que disputou o Brasileiro<br />

<strong>da</strong> Série B pelo ABC e cujo<br />

passe foi comprado pelo Vitória.<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009


Brasil viajará menos na Copa<br />

Muita gente, incluindo Dunga, achou difícil o Grupo G <strong>da</strong><br />

Copa, com Brasil, Portugal, Costa do Marfim e Coreia do<br />

Norte. Mas a Seleção terá vantagem especial: tempo livre<br />

para descansar, porque viajará menos na primeira fase.<br />

MARCOS DI PAULA/AE<br />

Recor<strong>da</strong>r é viver<br />

Bahia e Inter reeditam jogo que marcou conquista do título de 1988<br />

Raphael Carneiro<br />

O TÍTULO BRASILEIRO<br />

de 1988 é o maior orgulho <strong>da</strong> história<br />

recente do Bahia. Nem todos<br />

os tricolores puderam acompanhar<br />

a conquista, mas qualquer<br />

torcedor comemora as duas estrelas<br />

no peito. A importância <strong>da</strong><br />

conquista do segundo campeonato<br />

nacional – o Bahia foi campeão<br />

<strong>da</strong> Taça Brasil em 1959, derrubando<br />

o quase imbatível Santos,<br />

do Rei Pelé – é indiscutível, mas<br />

a diretoria parece não ter <strong>da</strong>do a<br />

devi<strong>da</strong> importância ao feito.<br />

No dia 19/2/2009, foi festeja<strong>da</strong><br />

a segun<strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>da</strong> conquista.<br />

Isso mesmo – o Brasileiro foi o<br />

de 1988, mas a final aconteceu somente<br />

no início do ano seguinte.<br />

Só que a <strong>da</strong>ta passou em branco<br />

para a diretoria tricolor. Promessas<br />

de jogo e camisas comemorativas<br />

foram feitas, mas, com um departamento<br />

de marketing ineficaz, na<strong>da</strong><br />

saiu do papel.<br />

Com essa brecha, o ex-jogador<br />

Zé Carlos, campeão com o Bahia<br />

naquele ano, entrou em campo.<br />

Juntou alguns amigos e se propôs<br />

a organizar uma parti<strong>da</strong> co-<br />

memorativa, marca<strong>da</strong> para este<br />

domingo, 13/12, em Pituaçu, com<br />

todos os atletas de duas déca<strong>da</strong>s<br />

atrás. Até o árbitro deve ser o mesmo<br />

que apitou a vitória tricolor, de<br />

vira<strong>da</strong>, por 2 a 1, no primeiro jogo<br />

<strong>da</strong> final contra o Internacional:<br />

Romualdo Arpi Filho.<br />

Clube fica fora <strong>da</strong> organização<br />

O jogo deste domingo servirá<br />

para afagar um pouco o ego do torcedor.<br />

“Muitos garotos vibram pela<br />

conquista, mas nem sabem quem<br />

jogou. Agora, poderão nos conhecer,<br />

enquanto seus pais relembram<br />

a <strong>da</strong>ta. Além disso, servirá também<br />

para levantar um pouco mais<br />

a marca Bahia”, explica Zé Carlos.<br />

Os benefícios para o Tricolor são<br />

inquestionáveis. O clube poderia<br />

‘Permitir uso <strong>da</strong> marca Bahia já é uma grande aju<strong>da</strong>’<br />

O presidente do Bahia, Marcelo<br />

Guimarães Filho, afirma que todo<br />

mundo sabe que o clube está com<br />

salários atrasados e procurando um<br />

novo técnico – por isso, não pode fazer<br />

doação em dinheiro para a festa<br />

organiza<strong>da</strong> pelo ex-jogador.<br />

até mesmo lucrar com a ren<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

parti<strong>da</strong>. Mas quem disse que os cardeais<br />

do Fazendão moveram uma<br />

palha para aju<strong>da</strong>r na organização?<br />

“O que o Bahia está me <strong>da</strong>ndo é a<br />

marca. Na<strong>da</strong> mais. O clube só me<br />

prometeu a camisa, que ain<strong>da</strong> nem<br />

recebi”, afirmou o ex-jogador, no final<br />

<strong>da</strong> semana passa<strong>da</strong>.<br />

A ren<strong>da</strong> do jogo, com ingressos<br />

a R$ 20 (inteira), será reverti<strong>da</strong> para<br />

Marcelinho acrescentou que,<br />

na medi<strong>da</strong> do possível, o Bahia está<br />

aju<strong>da</strong>ndo, principalmente ao permitir<br />

que a Lotto, fornecedora de material<br />

esportivo, confeccionasse uma<br />

camisa branca especial para o jogo.<br />

Ele revelou que Zé Carlos queria<br />

ARQUIVO/AGÊNCIA A TARDE<br />

Zé Carlos, campeão brasileiro pelo Bahia, organiza o jogo comemorativo<br />

instituições filantrópicas cujo nome<br />

não foi revelado e para a construção<br />

de um centro de treinamento em<br />

Dias D’Ávila. Apesar <strong>da</strong> negativa<br />

<strong>da</strong> diretoria do Bahia para realizar<br />

o evento, Zé Carlos não se mostra<br />

preocupado. Segundo ele, a intenção<br />

é apenas homenagear os antigos<br />

companheiros: “Este é o um título <strong>da</strong><br />

Bahia, não somente do Bahia. O que<br />

não pode é passar em branco”.<br />

que o clube liberasse a produção de<br />

uma camisa comemorativa para ser<br />

vendi<strong>da</strong>, o que não foi autorizado<br />

– <strong>da</strong>í a revolta do ex-jogador. “Estamos<br />

apoiando e não promovendo o<br />

evento. Só permitir o uso <strong>da</strong> marca<br />

Bahia já é uma grande aju<strong>da</strong>”.<br />

esportes<br />

esporte@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

Renovações tricolores<br />

O Bahia manteve a base <strong>da</strong> defesa<br />

para 2010, com a renovação<br />

dos contratos de Marcelo, Marcos,<br />

Nen, Leandro e Bruno Silva. Nadson<br />

também continua no Tricolor,<br />

que terá ain<strong>da</strong> a volta de Alisson,<br />

Rogério e Ávine. Alex Maranhão é<br />

outro que interessa para 2010.<br />

bagunçando o baba<br />

Definição sobre Chamusca sai hoje<br />

Uma reunião marca<strong>da</strong> para hoje, 11/12, entre<br />

Marcelo Guimarães Filho, Elizeu Godoy<br />

e Péricles Chamusca pode definir o acordo<br />

para o treinador coman<strong>da</strong>r o Bahia em 2010.<br />

Marcelo garante que os outros nomes ventilados<br />

são mera especulação. A ideia é propor<br />

um salário menor a Chamusca, mas com premiação<br />

especial para as metas atingi<strong>da</strong>s.<br />

Déficit rubro-negro<br />

O Vitória fecha 2009 com déficit<br />

de R$ 6 milhões. No dia 17/12,<br />

será definido o orçamento de 2010,<br />

visando reduzir a folha para R$ 700<br />

mil. As dívi<strong>da</strong>s trabalhistas do clube<br />

chegam a R$ 2,5 milhões. Mauro<br />

Galvão será mesmo o gestor de<br />

futebol, e Ricardo Silva, o treinador.<br />

LADEIRA ABAIXO<br />

A torci<strong>da</strong> do Palmeiras tem<br />

motivos de sobra para ficar<br />

verde de raiva... e de vergonha.<br />

Após abrir oito pontos de vantagem<br />

e liderar por 19 ro<strong>da</strong><strong>da</strong>s,<br />

o time despencou no Brasileiro.<br />

Além de <strong>da</strong>r adeus ao título,<br />

se despediu também <strong>da</strong> sonha<strong>da</strong><br />

vaga na Libertadores.<br />

Críticas ao governo<br />

O presidente do Vitória, Alexi<br />

Portela Jr., an<strong>da</strong> reclamando até do<br />

valor pago no programa Sua Nota<br />

É Um Show: R$ 3 por ingresso. Ele<br />

afirma que assim não dá para fazer<br />

um time forte, mas esquece de<br />

dizer que firmou convênio com o<br />

governo para reformar o Barradão.<br />

A cor do dinheiro<br />

Vagner Mancini só não abandonou<br />

o Vitória antes do final do<br />

Brasileiro de olho no prêmio de R$<br />

100 mil pela classificação para a<br />

Sul-Americana. Jorginho Sampaio<br />

levou R$ 60 mil. Os dois deveriam<br />

agradecer a Leandro Domingues,<br />

que deve ir para o Corinthians.<br />

LADEIRA ACIMA<br />

Se o Flamengo, numa arranca<strong>da</strong><br />

espetacular, mereceu<br />

o título, Adriano e Andrade são<br />

os grandes vitoriosos do Brasileirão.<br />

O Imperador deu a volta<br />

por cima após pensar em abandonar<br />

a carreira. Andrade assumiu<br />

o time desacreditado e acabou<br />

eleito o melhor treinador.<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009 15<br />

HUMBERTO FARIAS


16<br />

social<br />

social@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

A tentativa frustra<strong>da</strong><br />

de Claudia Leitte<br />

To<strong>da</strong>s as atenções do<br />

Carnatal estavam volta<strong>da</strong>s<br />

para o retorno <strong>da</strong> musa Ivete<br />

Sangalo aos palcos depois<br />

de dois meses de licençamaterni<strong>da</strong>de,<br />

mas, como não<br />

poderia deixar de ser, Claudia<br />

Leitte tentou contornar<br />

a situação e teve a brilhante<br />

ideia de caprichar no visual.<br />

Só que ninguém esperava que<br />

Claudinha fosse exibir, de forma<br />

constrangedora, as pernas<br />

e boa parte <strong>da</strong> virilha com<br />

uma roupa na<strong>da</strong> comporta<strong>da</strong>.<br />

Fica a dica: menos, Claudinha;<br />

bem menos.<br />

Pelé como cantor...<br />

…é um ótimo jogador de<br />

futebol. Todos poderiam<br />

dormir sem ver e muito menos<br />

ouvir Edson Arantes do<br />

Nascimento, o Pelé, em um<br />

videoclipe cantando belos<br />

versos, como “esse povo não<br />

deixa São Paulo parar”, em homenagem<br />

à capital paulista. O<br />

fato poderia até render mais<br />

críticas maldosas, mas o vídeo<br />

é autoexplicativo e dispensa<br />

mais comentários.<br />

Zeca & Joca Bras<br />

Descaso com a memória<br />

As bandeiras do monumento Luís Eduardo Magalhães, na<br />

Aveni<strong>da</strong> Paralela, estão rotas. A manutenção do espaço seria<br />

de responsabili<strong>da</strong>de de uma suposta “Associação de Amigos<br />

de Luís Eduardo” – leia-se os empresários Carlos Larangeira, o<br />

Cato, que mora em São Paulo e pouco interesse tem na Bahia,<br />

e Nicolau Martins, que hoje é geddelista e nutre certa simpatia<br />

pelo PT. Enquanto todos cui<strong>da</strong>m de seus interesses políticos e<br />

pessoais, e a família Magalhães não toma providências, o monumento,<br />

tão bem cui<strong>da</strong>do enquanto ACM vivia, fica abandonado.<br />

DIVULGAÇÃO<br />

ULISSES DUMAS<br />

Norma Rangel na<br />

Cruzeiro AM<br />

Quem estava com sau<strong>da</strong>des<br />

<strong>da</strong> <strong>da</strong>ma do rádio baiano,<br />

Norma Rangel, pode conferir<br />

o seu novo programa na Rádio<br />

Cruzeiro 590 AM. Ela está no<br />

comando do programa ‘Norma<br />

Rangel na Cruzeiro’, que<br />

abor<strong>da</strong> temas como ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia,<br />

<strong>política</strong>, saúde e arte. “Levo<br />

para a Cruzeiro o que aprendi<br />

e desenvolvi na <strong>Metrópole</strong>, a<br />

minha escola”, afirma.<br />

mídia<br />

midia@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

Nelson Cadena<br />

Tem tudo<br />

Com o slogan ‘Natal Salvador Shopping, Tem Tudo o Que Eu Quero’,<br />

a Morya, agência responsável pela criação, destaca o conforto e o espaço<br />

do shopping, além <strong>da</strong>s lojas inéditas, exclusivas do centro comercial. O<br />

slogan se reporta ao fato de o Salvador Shopping contar hoje com 460<br />

lojas (depois <strong>da</strong> ampliação) e mais de seis mil vagas de estacionamento<br />

para os usuários. O comercial, uma produção <strong>da</strong> Malagueta Filmes, mostra<br />

a beleza do shopping, considerado um dos mais bonitos do Brasil.<br />

Prêmio Colunistas<br />

Propeg (BA) e Plano B (PE) são<br />

as únicas agências do Nordeste<br />

premia<strong>da</strong>s no Prêmio Colunistas<br />

Nacional. A agência baiana conquistou<br />

o ouro <strong>da</strong> categoria de serviços<br />

de saúde com a campanha<br />

‘Considerações sobre o tempo’.<br />

Comercial muito bonito que estimulava<br />

a doação de órgãos.<br />

Prêmio ABMP<br />

Saiu a relação dos indicados<br />

(finalistas) ao Prêmio ABMP 2009,<br />

uma iniciativa <strong>da</strong> Associação Baiana<br />

do Mercado Publicitário. A Engenhonovo<br />

teve sete profissionais<br />

indicados em cinco categorias; a<br />

Ideia 3, três; Propeg e Via Mídia,<br />

dois; e Leiaute, Rocha, Única e Eugênio,<br />

um profissional ca<strong>da</strong>.<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Cartões Unicef<br />

Engenhonovo é parceira do<br />

Unicef na campanha de divulgação<br />

dos cartões de Natal, campanha<br />

veicula<strong>da</strong> em todo o País. A<br />

agência criou um anúncio com o<br />

título: ‘Cartões e presentes cheios<br />

de vi<strong>da</strong>’. Convi<strong>da</strong> as pessoas a<br />

apoiarem as ações do órgão com<br />

a compra dos produtos natalinos.<br />

Prêmio ABMP dois<br />

O resultado do Prêmio ABMP<br />

será divulgado no dia 22 deste mês<br />

em festa a ser realiza<strong>da</strong> no espaço<br />

Unique. Além dos profissionais de<br />

agências de propagan<strong>da</strong>, concorrem<br />

profissionais de veículos de comunicação,<br />

fornecedores, assessores<br />

de imprensa e anunciantes dos segmentos<br />

imobiliário, varejo e serviços.<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009


motorista legal é motorista consciente.<br />

Jamais fale ou mande mensagens<br />

pelo celular quando estiver dirigindo.<br />

No trânsito é preciso ter sempre em mente o perigo que você pode causar aos outros e a si<br />

mesmo. Por isso, na<strong>da</strong> deve distrair a sua atenção. A conversa no celular pode ficar para depois.<br />

Em primeiro lugar vem a sua segurança e a de todos os passageiros. Dirija com consciência.<br />

www.eusoulegalnotransito.com.br<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009 17


18<br />

cultura & lazer<br />

cultura@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz<br />

DIVULGAÇÃO<br />

O primeiro CD <strong>da</strong><br />

Orkestra Rumpilezz,<br />

cria<strong>da</strong> e coman<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

pelo maestro Letieres<br />

Leite, foi muito esperado<br />

por gente como Ed<br />

Motta e Eumir Deo<strong>da</strong>to.<br />

Lançado pelos selos<br />

Biscoito Fino e Caco<br />

Discos, o álbum tem 10<br />

faixas onde a excelência<br />

dos arranjos jazzísticos para a base percussiva do candomblé<br />

mostra to<strong>da</strong> a sua força e beleza. Deixando para trás as abor<strong>da</strong>gens<br />

folclóricas e inautênticas com que a sonori<strong>da</strong>de baiana é<br />

comumente abor<strong>da</strong><strong>da</strong>. Destaque para a mixagem perfeccionista<br />

de Joe Ferla. Ótimo!<br />

teatro<br />

Joana D’Arc<br />

Peça revive a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> mártir francesa<br />

no período em que ela foi julga<strong>da</strong><br />

e executa<strong>da</strong> como herege. A direção<br />

é de Elisa Mendes e o texto de Cleise<br />

Mendes. Teatro Castro Alves,<br />

hoje, amanhã e domingo, às 20h.<br />

Ingressos: R$ 20 (inteira).<br />

A Última Sessão de Teatro<br />

Espetáculo homenageia Harildo<br />

Dé<strong>da</strong> com uma história entre a<br />

ficção e a vi<strong>da</strong> do próprio ator. Um<br />

professor decide abandonar os<br />

Dia Nacional do Forró<br />

O dia de nascimento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, é<br />

13/12 e por isso a <strong>da</strong>ta foi escolhi<strong>da</strong> como Dia Nacional<br />

do Forró. Em comemoração, trios e forrozeiros se<br />

reunirão no Parque <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de, a partir <strong>da</strong>s 13h.<br />

Flamenco nordestino<br />

Espetáculo mistura o ritmo típico <strong>da</strong> Espanha com músicas regionais de Geraldo Azevedo e Zé Ramalho<br />

Larissa Oliveira<br />

larissa.oliveira@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

PENSAR EM flamenco<br />

remete automaticamente<br />

à Espanha, “olés”,<br />

longos vestidos vermelhos,<br />

castanholas e – por<br />

que não? – às cores de<br />

Almodóvar. Porém tem<br />

gente em Salvador quebrando<br />

este conceito e<br />

trazendo o flamenco para<br />

mais perto: o Nordeste<br />

de Geraldo<br />

Azevedo, Zé<br />

Ramalho e<br />

Gilberto Gil.<br />

Este é o espírito<br />

do espetáculo ‘Entre<br />

Carmens e Severinas’, inspirado<br />

nome criado pelo<br />

grupo Flamencantes,<br />

que atua desde 2006, sob<br />

o comando do <strong>da</strong>nçarino<br />

Daniel Moura.<br />

“O grupo é formado<br />

essencialmente por mulheres,<br />

então nós pensamos<br />

em músicas, toca<strong>da</strong>s<br />

ao vivo, que retratem<br />

o feminino em algum<br />

Apresentações<br />

de flamenco<br />

só ocorrem no<br />

final do ano<br />

aspecto, como ‘Moça<br />

Bonita’ e ‘Xote <strong>da</strong>s Meninas’.<br />

Depois de tanto<br />

tempo investindo em<br />

uma cultura que não era<br />

a minha, achei importante<br />

<strong>da</strong>r novo significado a<br />

ela, já que sou baiano e<br />

moro em Salvador”, explica<br />

Moura.<br />

Se montar um espetáculo<br />

de <strong>da</strong>nça ou teatro na<br />

capital baiana é compli-<br />

cado, tudo se<br />

agrava quando<br />

se trata<br />

de flamenco.<br />

Hoje, existem<br />

cerca de seis grupos de<br />

<strong>da</strong>nça flamenca em Salvador,<br />

mas a maioria só<br />

apresenta espetáculos no<br />

final do ano. Há público<br />

interessado no gênero,<br />

mas a falta de apoio efetivo<br />

para garantir inviabiliza<br />

um maior número<br />

de iniciativas. “Eu vivo de<br />

arte, então se invisto o que<br />

ganho nisso, não há lucro<br />

algum”, lamenta Daniel.<br />

Esforço e dedicação<br />

Formado pela Escola de<br />

Dança <strong>da</strong> Ufba, Daniel Moura<br />

iniciou sua carreira como<br />

professor de flamenco em<br />

2000. O grupo Flamencantes<br />

é composto sempre por ele<br />

e pelas pessoas que desejam<br />

acompanhá-lo. “Há cinco<br />

anos o grupo está mais con-<br />

soli<strong>da</strong>do, e hoje conto com<br />

27 membros”, diz Daniel,<br />

acrescentando que é preciso<br />

dedicação para <strong>da</strong>nçar bem<br />

flamenco. “Claro que fica um<br />

pouco mais fácil para quem<br />

tem alguma formação em<br />

<strong>da</strong>nça, mas isso é muito relativo.<br />

Tenho alunos de cinco<br />

palcos, mas seus alunos tentam levá-lo<br />

de volta. Com direção de Luiz<br />

Marfuz. Teatro Vila Velha, hoje,<br />

amanhã e domingo, às 20h. Ingressos:<br />

R$ 10 (inteira).<br />

Peter Pan<br />

Com a<strong>da</strong>ptação e direção de Gil<br />

Santana, o espetáculo traz aos palcos<br />

baianos a saga do menino que<br />

jamais cresceu e vive entre fa<strong>da</strong>s,<br />

piratas e meninos perdidos. Teatro<br />

Gil Santana, amanhã e domingo,<br />

às 15h. Ingressos: R$ 18 (inteira).<br />

PATRÍCIA CARMO/DIVULGAÇÃO<br />

anos de prática que <strong>da</strong>nçam<br />

muito bem, outros de apenas<br />

um ano. Isso varia muito”.<br />

Daniel hoje dá aulas no<br />

Palco 4 – Atelier de Arte e<br />

Cultura, no Itaigara, para 40<br />

alunos, a maioria mulheres<br />

<strong>da</strong>s mais diferentes formações,<br />

desde profissionais<br />

o espetáculo<br />

‘Entre Carmens e Severinas’<br />

Quando? 17 e 18/12<br />

Onde? Teatro Anchieta<br />

Quanto? R$ 30 (inteira)<br />

o curso<br />

Dança Flamenca<br />

Onde? Palco 4 – Atelier<br />

de Arte e Cultura<br />

Frequência? Duas vezes<br />

na semana, com turmas<br />

de segun<strong>da</strong> a quinta-feira<br />

Investimento?<br />

R$ 120 mensais<br />

liberais até médicas e psicólogas.<br />

“Tem uma faixa etária<br />

defini<strong>da</strong>, de 20 aos 50 anos,<br />

mas predominantemente<br />

até os 30. Não trabalho com<br />

crianças e adolescentes pela<br />

imaturi<strong>da</strong>de. Só quando eles<br />

insistem muito é que abro<br />

exceções”, diverte-se.<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009


dica do chef<br />

Cauby em documentário<br />

Depois de ‘Alô, Alô, Terezinha’, o diretor Nelson<br />

Hoineff já prepara um novo documentário, desta vez<br />

sobre a vi<strong>da</strong> do cantor Cauby Peixoto. ‘Começaria<br />

Tudo Outra Vez’ deve ser lançado em abril de 2010.<br />

Sorvetes de <strong>da</strong>r<br />

água na boca<br />

Sorveteria Paccolini oferece cerca de 80 tipos de sorvete<br />

COM TODO O CA-<br />

LOR que está fazendo<br />

em Salvador, na<strong>da</strong> melhor<br />

que um delicioso sorvete<br />

para refrescar.<br />

A Sorveteria Paccolini,<br />

em Pernambués, tem cerca<br />

de 80 tipos de sorvete,<br />

como o napolitano, menina<br />

bonita, chocolate e os de<br />

frutas, como cajá, cupuaçu<br />

e mangaba. Mas, sem dúvi<strong>da</strong>,<br />

o que faz mais sucesso é<br />

o de coco-verde.<br />

No copo, a bola do sorvete<br />

sai por R$ 2,50, já no<br />

cascalho, fica por R$ 2,80.<br />

Quem preferir levar para<br />

casa, o litro é vendido a R$ 7;<br />

e 10 litros, R$ 60.<br />

cinema<br />

FOTOS/DIVULGAÇÃO<br />

Coco Antes de Chanel<br />

Direção: Anne Fontaine. Com Audrey<br />

Tautou, Benoît Poelvoorde,<br />

Alessandro Nivola. Multiplex<br />

12: 11h50, 14h10, 16h30, 18h50,<br />

21h10, 23h30.<br />

O Amor Pede Passagem<br />

Direção: Stephen Belber. Com<br />

Jennifer Aniston, Steve Zahn,<br />

Margo Martin<strong>da</strong>le. Multiplex<br />

7: 11h05, 13h10, 15h15, 17h20,<br />

19h25, 21h30, 23h35. UCI<br />

Paralela 2: 10h50, 13h, 15h10,<br />

17h20,19h30, 21h40, 23h45.<br />

No cascalho, uma bola de sorvete custa R$ 2,80<br />

Embarque Imediato<br />

Direção: Allan Fiterman. Com<br />

Marília Pêra, Jonathan Haagensen,<br />

José Wilker. Multiplex<br />

6: 10h, 12h, 14h, 16h, 18h, 20h,<br />

22h. UCI Paralela 6: 12h, 14h,<br />

16h, 18h, 20h, 22h, 0h. Cinemark<br />

3: 17h50, 20h, 22h10, 0h20.<br />

A Princesa e o Sapo<br />

Direção: Ron Clements, John<br />

Musker. Com John Goodman,<br />

Keith David, Oprah Winfrey.<br />

Multiplex 9: 10h55, 13h, 15h05,<br />

17h10, 19h15, 21h20, 23h25.<br />

UCI Paralela 3: 11h40, 13h50,<br />

16h, 18h10, 20h20. Cinemark 1:<br />

12h30, 14h50, 17h10, 19h30.<br />

cultura & lazer<br />

cultura@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

GERALDO MELO<br />

Avatar 3D<br />

Direção: James Cameron. Com<br />

Sam Worthington , Zoë Sal<strong>da</strong>ña<br />

Sigourney Weaver. Cinemak 5:<br />

18h10, 22h.<br />

Lua Nova<br />

Direção: Chris Weitz. Com Taylor<br />

Lautner, Cameron Bright, Peter<br />

Facinelli. Multiplex 3 (dub):<br />

11h40, 14h20, 16h55, 19h30;<br />

3 (leg): 22h; 4(dub): 10h40,<br />

13h15, 15h50, 18h25; 4(leg):<br />

21h, 23h35. UCI Paralela 4:<br />

10h30, 13h10, 15h50, 18h30, 21h10,<br />

23h50. Cinemark 8 e 5: 12h,<br />

14h40, 17h40, 20h40, 23h40;<br />

13h10, 15h50, 18h40, 21h10,<br />

21h40, 0h10, 0h30.<br />

2012<br />

Direção: Roland Emmerich. Com<br />

Chin Han, Danny Glover, Woody<br />

Harrelson. Multiplex 1 (dub):<br />

11h25, 14h30; 1 (leg): 17h30,<br />

sorvete de<br />

côco<br />

tempo<br />

ingredientes<br />

1 xícara de chá de coco<br />

ralado (1 Côco fresco!)<br />

2 xícaras de chá de açúcar<br />

1 colher de sopa de maisena<br />

1/2 litro de leite<br />

2 claras 1/2 lata de creme<br />

de leite<br />

modo de preparo<br />

1. Ponha o Côco em uma<br />

xícara de açúcar na panela<br />

e leve ao fogo mexendo até<br />

derreter o açúcar (Não deixe<br />

queimar !)<br />

2. Acrescente a maisena bem<br />

dissolvi<strong>da</strong> no leite e mexa<br />

até ferver<br />

3. Desligue o fogo e mexa o<br />

creme até ficar morno<br />

4. Bata as claras em neve e<br />

adicione o açúcar restante, o<br />

creme reservado e o creme<br />

de leite (use uma batedeira<br />

para melhor resultado)<br />

5. Ponha essa mistura em<br />

uma forma, ou forminhas de<br />

gelo, leve ao congelador e<br />

deixe até endurecer<br />

Loris Paccolini é sorveteriro <strong>da</strong><br />

Paccolini (R. Thomaz Gonzaga, 178,<br />

Pernambués – Telefone: 3431-0442)<br />

20h40, 23h45. UCI Paralela 1 (dub):<br />

11h10, 14h20, 17h30; 1(leg): 20h40,<br />

23h45. Cinemark 2: 11h10, 14h30,<br />

15h55, 18h, 19h10, 21h30, 22h25.<br />

Planeta 51<br />

Direção: Jorge Blanco. Com<br />

John Cleese (voz), Justin Long,<br />

Gary Oldman (voz). Multiplex<br />

8: 10h20, 12h15, 14h10, 16h10,<br />

18h05. UCI Paralela 5: 11h, 13h,<br />

15h, 17h. Cinemark 7: 12h10,<br />

14h20, 16h30, 18h50.<br />

Abraços Partidos<br />

Direção: Pedro Almodóvar. Com<br />

Lluís Homar, Blanca Portillo, Penélope<br />

Cruz. Multiplex 8: 20h,<br />

22h30. UCI Paralela 3: 22h30.<br />

Cinemark 3: 12h20, 15h, 21h50.<br />

o que rola<br />

Vander Lee Canta e Conta Histórias<br />

O cantor e compositor vem a Salvador não apenas<br />

para cantar os seus sucessos, mas também contar histórias<br />

de sua vi<strong>da</strong> e conversar com o público, no projeto MPB<br />

Canta e Conta Histórias. Na Madrre, hoje, às 21h. Ingressos:<br />

R$ 40 (pista).<br />

Ana Carolina no<br />

Jardins do Éden<br />

A segun<strong>da</strong> edição do<br />

projeto traz a cantora Ana<br />

Carolina para se apresentar<br />

ao lado de Jauperi. Ela<br />

abre a noite apresentando<br />

o show inédito ‘N9ve’, que<br />

faz parte do lançamento<br />

do CD e DVD homônimos,<br />

com canções que marcaram<br />

10 de carreira. Jau encerra.<br />

No Gran Hotel Stella<br />

Maris, amanhã, às 21 horas.<br />

Ingressos: R$ 180 (inteira).<br />

A Arte de<br />

Almandrade<br />

Exposição mostra trabalhos<br />

do poeta, artista<br />

plástico e arquiteto Almandrade,<br />

realizados nos últimos<br />

30 anos. A economia<br />

de traços, cores e palavras<br />

marca o estilo <strong>da</strong> obra que<br />

será representa<strong>da</strong> por telas,<br />

desenhos, projetos de<br />

instalação e poemas. No<br />

Espaço Caixa Cultural, de<br />

terça a domingo, <strong>da</strong>s 9h às<br />

18h. Entra<strong>da</strong> franca.<br />

Cien Fuegos<br />

A comi<strong>da</strong> mexicana do<br />

Cien Fuegos – tradicionalmente<br />

apimenta<strong>da</strong> – é boa, tudo bem. Mas o tratamento,<br />

nem nos olhos dos outros é refresco.<br />

Uma falta de preparo que não tem sombreiro<br />

que escon<strong>da</strong>. Um pedido feito ao delivery do<br />

local foi recusado 40 minutos depois de feito,<br />

porque eles finalmente lembraram que o<br />

motoboy não foi trabalhar naquele dia. Cien<br />

Fuegos sem noção. Não vá!<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009 19<br />

30 min<br />

LEVINDO CARNEIRO/DIVULGAÇÃO


20<br />

obituário<br />

obituario@jornal<strong>da</strong>metropole.com.br<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Amigos e parentes lamentam a morte de Italvar Filho<br />

UM EXEMPLO DE alegria,<br />

dedicação e, sobretudo, força.<br />

Assim, a família e os amigos<br />

vão lembrar de Italvar Nilson<br />

<strong>da</strong> Cruz Rios Filho, que morreu<br />

no dia 3/12, aos 51 anos.<br />

Médico urologista,<br />

Italvar lutava<br />

há dois anos contra<br />

um câncer no<br />

intestino, mas não<br />

deixou se abater pela doença<br />

e continuou trabalhando até o<br />

último momento.<br />

O sonho de ser médico o<br />

acompanhou desde jovem,<br />

e a paixão pelo ofício acabou<br />

fazendo de Italvar uma referência<br />

entre os colegas.<br />

“A qualquer médico que<br />

perguntassem de que turma<br />

era, bastava dizer que<br />

era <strong>da</strong> turma de Italvar que<br />

todos sabiam<br />

quem era”, conta<br />

a irmã Murita,<br />

que também<br />

é médica. Atencioso<br />

com os pacientes,<br />

fazia questão de não cobrar<br />

pelo atendimento ou<br />

cirurgia <strong>da</strong>queles que não<br />

pudessem pagar. “Era um<br />

excelente profissional. Para<br />

ele, o mais importante era<br />

aju<strong>da</strong>r as pessoas e buscar<br />

o bem-estar do paciente”,<br />

afirma.<br />

Assim como na profissão,<br />

Italvar também dedicava<br />

especial atenção à família<br />

e aos amigos. Na Ilha<br />

dos Coelhos, distrito de<br />

Maragojipe, onde costumava<br />

passar o verão, aproveitava<br />

para fazer as coisas de<br />

que mais gostava: pescar,<br />

velejar e cozinhar uma boa<br />

massa. Os sobrinhos, que<br />

nutriam um carinho especial<br />

pelo médico, eram os<br />

companheiros para as parti<strong>da</strong>s<br />

de tênis, esporte que gostava de<br />

praticar nas horas livres.<br />

Foi em Maragojipe que ele<br />

também fez muitos amigos e<br />

onde manifestou, com especial<br />

atenção, sua preocupação com<br />

o meio ambiente, lutando pela<br />

preservação do Rio Paraguaçu.<br />

O carinho e o afeto ficaram demostrados<br />

na despedi<strong>da</strong>, quando<br />

muitos amigos vieram em<br />

ônibus para acompanhar sua<br />

despedi<strong>da</strong>. O corpo de Italvar<br />

foi cremado no Cemitério Jardim<br />

<strong>da</strong> Sau<strong>da</strong>de. Ele deixou esposa<br />

e quatro filhos.<br />

A despedi<strong>da</strong> de um empreendedor Morre ex-deputado Alborghetti<br />

As Honras Fúnebres para as autori<strong>da</strong>des militares são apenas<br />

para os que morreram na ativa e de acordo com o cargo ocupado. As tropas<br />

se organizam em guar<strong>da</strong>, escolta e salva fúnebres. A guar<strong>da</strong> fúnebre é com-<br />

posta por quatro sentinelas que cercam o caixão em postura facea<strong>da</strong> duran-<br />

te o velório e o acompanham com a direita volta<strong>da</strong> para o lado de onde virá<br />

o cortejo. Apenas em funeral de presidentes ou grandes autori<strong>da</strong>des, a tropa<br />

se organiza em escolta e acompanha o trajeto do caixão até o túmulo, a ca-<br />

valo, motoriza<strong>da</strong> ou a pé. Por fim, o funeral é encerrado com a salva fúnebre,<br />

que é a execução de tiros em intervalos regulares de 30 segundos.<br />

“Pense, acredite,<br />

sonhe e atreva-se”<br />

Walt Disney • 1901 † 1966<br />

O médico especializado em urologia, que falece aos 51 anos, era referência para colegas e pacientes<br />

Médico lutava<br />

há dois anos<br />

contra o câncer<br />

de intestino<br />

ARQUIVO DA FAMÍLIA<br />

As brincadeiras e o bom humor<br />

serão ausências senti<strong>da</strong>s na<br />

família de Euclides Garcez Duarte.<br />

Aos 69 anos, o empresário<br />

não resistiu às complicações do<br />

diabetes e morreu na sexta-feira<br />

passa<strong>da</strong>, dia 4/12.<br />

Sempre com uma pia<strong>da</strong> pronta,<br />

Euclides fazia graça com familiares<br />

e amigos. “Onde ele chegava,<br />

era uma festa”, conta a esposa<br />

Célia. A alegria ficava completa<br />

quando estava diante de uma de<br />

suas grandes paixões: o mar. Ve-<br />

ARQUIVO DA FAMÍLIA<br />

lejava, participava de regatas e<br />

chegava a passar dias no barco<br />

com a família.<br />

Ao espírito alegre somava-se<br />

a força de um homem empreendedor.<br />

Ain<strong>da</strong> jovem, viu na ativi<strong>da</strong>de<br />

industrial uma oportuni<strong>da</strong>de<br />

e montou a fábrica de sabão<br />

de coco que seria seu sutento por<br />

to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>. “Ele sempre foi muito<br />

independente, e apostava nas suas<br />

idéias”. conta Célia. O corpo de Euclides,<br />

que deixa quatro filhos, foi<br />

sepultado no Jardim <strong>da</strong> Sau<strong>da</strong>de.<br />

Autor de famosos bordões<br />

como “bandido bom é bandido<br />

morto”, o apresentador<br />

e ex-deputado federal Luiz<br />

Carlos Alborghetti morreu na<br />

última quarta–feira, dia 9/12,<br />

aos 64 anos. Alborghetti sofria<br />

de câncer no pulmão e<br />

faleceu na própria casa, onde<br />

fazia tratamento.<br />

Com a carreira inicia<strong>da</strong> em<br />

1976, Alborghetti se tornou um<br />

dos fun<strong>da</strong>dores do estilo que hoje<br />

domina os noticiários policialescos<br />

era (ou é) assim... deixaram sau<strong>da</strong>de (ou não)...<br />

11/12 Carlos Zara, ator (2002); Ottomar Pinto, político (2007)<br />

12/12 José de Alencar, escritor (1877); Borges de Barros, ator e dublador (2007)<br />

13/12 Donatello, escultor (1466); Prudente de Morais, ex-presidente do Brasil (1902);<br />

Olga Rubtsova, enxadrista (1994)<br />

14/12 George Washington, ex- presidente dos EUA (1799); Sivuca, músico (2006)<br />

15/12 Francisco Tárrega, violonista (1909); Walt Disney, desenhista (1966);<br />

Ryan Gracie, lutador de jiu-jitsu (2007)<br />

16/12 Wilhelm Grimm, escritor (1859); Gary Stewart, músico (2003)<br />

na TV. Com o programa ‘Cadeia<br />

Nacional’, exibido pela CNT, tornou<br />

seu jeito espalhafatoso e despojado<br />

conhecido em todo o País.<br />

Alborghetti era paulista, mas<br />

foi no Paraná que também fez carreira<br />

na <strong>política</strong>. Elegeu-se vereador<br />

por Londrina, em 1982, e também<br />

pelo Estado foi deputado com<br />

dois man<strong>da</strong>tos, o último em 1998,<br />

quando deixou o comando do programa.<br />

O corpo de Alborghetti foi<br />

cremado na ci<strong>da</strong>de paranaense de<br />

Campina Grande do Sul.<br />

17/12 Simon Bolívar, militar (1830); Artur <strong>da</strong> Costa e Silva, ex-presidente do Brasil (1969)<br />

Salvador, 11 de dezembro de 2009

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