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RESOLUÇÃO Nº 1429/2004 – TCE - Pleno - Tribunal de Contas do ...

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS<br />

A:\Resolução n. <strong>1429</strong> - 21.12.<strong>2004</strong>.<strong>do</strong>c<br />

<strong>RESOLUÇÃO</strong> <strong>Nº</strong> <strong>1429</strong>/<strong>2004</strong> <strong>–</strong> <strong>TCE</strong> - <strong>Pleno</strong><br />

1. Processo nº: 05104/2003<br />

2. Classe <strong>de</strong> Assunto: III <strong>–</strong> Consulta<br />

3. Entida<strong>de</strong>: Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> da saú<strong>de</strong><br />

4. Responsável: Petrônio Bezerra Lola<br />

5. Relator: Conselheiro Napoleão <strong>de</strong> Souza Luz Sobrinho<br />

6. Representante <strong>do</strong> MP: Procura<strong>do</strong>r-Geral <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> Márcio Ferreira Brito<br />

7. Advoga<strong>do</strong>: Não atuou<br />

Ementa: Consulta. Conhecida.<br />

Questionamentos sobre: fracionamento <strong>de</strong><br />

licitação. Emissão <strong>de</strong> Nota <strong>de</strong> Empenho.<br />

Convênios com recurso Fe<strong>de</strong>ral e<br />

Contrapartida <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Remessa à origem.<br />

8. Resolução:<br />

VISTOS, relata<strong>do</strong>s e discuti<strong>do</strong>s estes autos <strong>de</strong> nº 05104/2003, que versam sobre Consulta<br />

formulada pelo Secretário <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> da Saú<strong>de</strong>, Sr. Petrônio Bezerra Lola, na qual objetiva<br />

dirimir dúvidas acerca <strong>de</strong> fracionamento <strong>de</strong> licitação, emissão <strong>de</strong> Nota <strong>de</strong> Empenho,<br />

Convênios com recurso Fe<strong>de</strong>ral e contrapartida <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e,<br />

CONSIDERANDO que a consulta preenche os requisitos regimentais <strong>de</strong>ste <strong>Tribunal</strong>;<br />

CONSIDERANDO a Lei nº 4.320/64;<br />

CONSIDERANDO a Lei 8666/93;<br />

CONSIDERANDO os Acórdãos nºs 769/2003, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2003 e 374/2003 <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong><br />

abril <strong>de</strong> 2003, <strong>do</strong> Plenário <strong>de</strong>ste <strong>Tribunal</strong>;<br />

CONSIDERANDO ainda, o Parecer nº 5180/2003 <strong>do</strong> Corpo Especial <strong>de</strong> Auditores;<br />

CONSIDERANDO por fim, tu<strong>do</strong> que <strong>do</strong>s autos consta;<br />

RESOLVEM por unanimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> votos os Conselheiros <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />

reuni<strong>do</strong>s em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator e com fundamentos no art.<br />

1º, inciso XIX da Lei 1.284/2001 c/c arts. 150 e 294, XV <strong>do</strong> Regimento Interno <strong>de</strong>ste<br />

<strong>Tribunal</strong> em:<br />

8.1. conhecer da presente consulta por aten<strong>de</strong>r aos requisitos previstos no Regimento Interno<br />

<strong>de</strong>ste <strong>Tribunal</strong>;<br />

8.2. respon<strong>de</strong>r à consulta nos termos constantes <strong>do</strong> Voto <strong>do</strong> Conselheiro <strong>–</strong> Relator e <strong>do</strong><br />

Parecer nº 5180/2003 <strong>do</strong> Corpo Especial <strong>de</strong> Auditores, os quais passam a fazer parte<br />

integrante <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>cisão;<br />

8.3. <strong>de</strong>terminar a publicação <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>cisão no Diário Oficial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, para que surta os<br />

efeitos necessários;<br />

Processo nº: 05104/2003<br />

Classe <strong>de</strong> Assunto: III <strong>–</strong> Consulta<br />

Origem: Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> da Saú<strong>de</strong><br />

Responsável: Petrônio Bezerra Lola<br />

Relator: Conselheiro Napoleão <strong>de</strong> Souza Luz Sobrinho<br />

Representante <strong>do</strong> MP: Procura<strong>do</strong>r-Geral <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> Márcio Ferreira Brito<br />

Advoga<strong>do</strong>: Não atuou


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS<br />

8.4. <strong>de</strong>terminar o encaminhamento <strong>de</strong> cópia <strong>do</strong> Parecer <strong>do</strong> Corpo Especial <strong>de</strong> Auditores e <strong>do</strong><br />

Relatório, Voto e Resolução ao Secretário <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> da Saú<strong>de</strong> <strong>–</strong> TO;<br />

8.5. <strong>de</strong>terminar o encaminhamento <strong>do</strong>s autos à Diretoria <strong>de</strong> Integração e Apoio Técnico para<br />

cadastro, e posteriormente, a Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ria <strong>de</strong> Protocolo Geral para que provi<strong>de</strong>ncie o<br />

retorno <strong>do</strong>s mesmos à origem.<br />

<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Tocantins, Sala das Sessões Plenárias, em Palmas,<br />

Capital <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, aos 21 dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> <strong>2004</strong>.<br />

4ª Relatoria<br />

Cons. José Jamil Fernan<strong>de</strong>s Martins<br />

Presi<strong>de</strong>nte<br />

Cons. José Wagner Praxe<strong>de</strong>s<br />

Cons. Manoel Pires <strong>do</strong>s Santos<br />

Cons. Severiano José C. <strong>de</strong> Aguiar<br />

A:\Resolução n. <strong>1429</strong> - 21.12.<strong>2004</strong>.<strong>do</strong>c<br />

Cons. Napoleão <strong>de</strong> Souza Luz Sobrinho<br />

Relator<br />

Cons. Herbert Carvalho <strong>de</strong> Almeida<br />

Márcio Aluízio Moreira Gomes<br />

Auditor Substituto <strong>de</strong> Conselheiro<br />

Relator<br />

Fui presente: Márcio Ferreira Brito<br />

Procura<strong>do</strong>r-Geral <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS<br />

Processo nº: 05104/2003<br />

Classe <strong>de</strong> Assunto: III <strong>–</strong> Consulta<br />

Origem: Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> da Saú<strong>de</strong><br />

Responsável: Petrônio Bezerra Lola<br />

Relator: Conselheiro Napoleão <strong>de</strong> Souza Luz Sobrinho<br />

Representante <strong>do</strong> MP: Procura<strong>do</strong>r-Geral <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> Márcio Ferreira Brito<br />

Advoga<strong>do</strong>: Não atuou<br />

A:\Resolução n. <strong>1429</strong> - 21.12.<strong>2004</strong>.<strong>do</strong>c<br />

RELATÓRIO <strong>Nº</strong> 434/<strong>2004</strong><br />

Trata-se <strong>de</strong> Consulta formulada pelo Secretário <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> da Saú<strong>de</strong>, Sr. Petrônio<br />

Bezerra Lola, na qual objetiva dirimir dúvidas acerca das seguintes indagações:<br />

“1) - Ao procedimento da emissão da nota <strong>de</strong> empenho, <strong>de</strong>verá ser prévia ou<br />

posterior ao contrato? 2) <strong>–</strong> A manutenção em diversos veículos em dias<br />

alterna<strong>do</strong>s no mesmo mês, em que o valor total da <strong>de</strong>spesa supera o limite <strong>do</strong><br />

art. 24 item II da Lei 8.666/93 e suas alterações, caracteriza fracionamento?<br />

3) <strong>–</strong> Aos recursos financeiros <strong>do</strong> Tesouro <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> a título <strong>de</strong> contrapartida<br />

na celebração <strong>de</strong> convênios com a União. Para tanto, <strong>de</strong>vemos cumprir o que<br />

consta no item II <strong>do</strong> Acórdão nº 374, <strong>de</strong> 02/04/2003 <strong>do</strong> <strong>TCE</strong>, ou o Art. 1º da<br />

Instrução Normativa nº 04 <strong>de</strong> 19/06/2002 <strong>do</strong> <strong>TCE</strong>?”<br />

O pedi<strong>do</strong> encontra-se instruí<strong>do</strong> às fls. 22/24, com o Parecer nº 001/04, on<strong>de</strong> a<br />

Assessora Jurídica da Secretaria da Saú<strong>de</strong> assevera que: “(...) A nota <strong>de</strong> empenho é a<br />

materialização <strong>de</strong>ste último, na qual constará o nome <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r, a apresentação e a<br />

importância da <strong>de</strong>spesa, bem como a <strong>de</strong>dução <strong>de</strong>sta <strong>do</strong> sal<strong>do</strong> da <strong>do</strong>tação própria (art.<br />

61). O artigo 60 da Lei 4.320/64, em seu Parágrafo 1º diz que ‘em casos especiais<br />

previstos na legislação específica será dispensada a emissão da nota <strong>de</strong> empenho’. Não se<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta forma confundir nota <strong>de</strong> empenho com empenho prévio, inclusive há<br />

<strong>de</strong>spesas que, por sua natureza, dispensam a emissão <strong>de</strong> nota <strong>de</strong> empenho (...) O não<br />

fracionamento é diretriz importante na legislação licitatória, a sua prática constitui<br />

gestão imprevi<strong>de</strong>nte das necessida<strong>de</strong>s da administração, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> incidir inclusive em<br />

crime. Quanto à última indagação sobre possível conflito <strong>de</strong> normas, o Acórdão 374 se<br />

refere a processos que versem sobre recursos exclusivamente da União, portanto quan<strong>do</strong><br />

há contrapartida <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> prevalecerá a Instrução Normativa 004/02 <strong>do</strong> <strong>TCE</strong>/TO.”<br />

A matéria foi examinada pela Assessoria Técnico Jurídica <strong>de</strong>ste <strong>Tribunal</strong>, on<strong>de</strong><br />

via Parecer nº 240/2003, fls. 11/13, manifesta-se nos seguintes termos: “... Assim, a Lei é<br />

clara e suscita não <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> dúvidas <strong>de</strong> que o empenho <strong>de</strong>ve ser prévio ao contrato . (...)<br />

Conclui-se assim, após a exposição acima transcrita que a indagação proferida pela<br />

Secretaria da Saú<strong>de</strong> nos mol<strong>de</strong>s efetua<strong>do</strong>s, caracteriza fracionamento, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> incidir<br />

inclusive em crime (...) Assim, sen<strong>do</strong>, não sen<strong>do</strong> os recursos exclusivamente da União<br />

<strong>de</strong>ve prevalecer a Instrução Normativa nº 04, <strong>de</strong> 19.06.2002, <strong>de</strong>ste <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>.”<br />

(grifei)


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS<br />

4ª Relatoria<br />

O Corpo Especial <strong>de</strong> Auditores emitiu o Parecer nº 2531/<strong>2004</strong>, fls. 27, ratifican<strong>do</strong><br />

o Parecer nº 5180/2003, fls. 14 a 16. Valen<strong>do</strong> <strong>de</strong>stacar, da fundamentação <strong>de</strong>ste, o seguinte:<br />

“Desta maneira, é imperativo a edição prévia da Nota <strong>de</strong> Empenho para formalização<br />

<strong>do</strong> contrato administrativo. (...) Desta maneira, <strong>de</strong>spesas com manutenção <strong>de</strong> veículos<br />

realiza<strong>do</strong>s na forma consultada incorre em fracionamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas públicas previsto<br />

na Lei 8666/1993 e para evita-las a Administração po<strong>de</strong>rá previamente nos mol<strong>de</strong>s<br />

previsto no § 2º <strong>do</strong> Art. 60 da Lei 4320/64 (...) O encaminhamento <strong>do</strong>s atos pratica<strong>do</strong>s<br />

pelos jurisdiciona<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> ao <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>, como editais <strong>de</strong> licitação cujas<br />

<strong>de</strong>spesas não sejam exclusivamente da União, mediante o cumprimento <strong>de</strong>sta Resolução,<br />

far-se-ão: Art. 1º. Para os fins <strong>do</strong> disposto na Lei Orgânica <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> e no<br />

art. 113, § 2º, da Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 8.666/93, os órgãos ou entida<strong>de</strong>s da Administração<br />

Direta <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, bem como os da Administração Indireta e Fundacional,<br />

compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> Autarquias, Empresas Públicas, Socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Economia Mista e<br />

<strong>de</strong>mais entida<strong>de</strong>s controladas direta ou indiretamente pelo Esta<strong>do</strong>, como também os<br />

fun<strong>do</strong>s especiais, os dirigentes <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais Po<strong>de</strong>res e <strong>do</strong> Ministério Público,<br />

encaminharão, por cópia, ao <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>, na forma <strong>de</strong>finida nesta Instrução<br />

Normativa, os editais <strong>de</strong> licitação por tomada <strong>de</strong> preços e concorrência pública para<br />

compras, serviços, obras e serviços, obras e serviços <strong>de</strong> engenharia”. (grifei).<br />

Insta<strong>do</strong> a manifestar-se, o Ministério Público Especial junto a esta Corte <strong>de</strong><br />

<strong>Contas</strong>, emitiu Parecer nº 6219/<strong>2004</strong>, fls. 28/32, da seguinte forma, no essencial: “Pelo<br />

exposto, o Ministério Público junto ao <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>do</strong> Tocantins, nos termos <strong>do</strong><br />

art. 145, V da Lei 1.284/2001, opina pelo CONHECIMENTO da presente consulta,<br />

respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-a nos termos da fundamentação acima. (original sem <strong>de</strong>staques).<br />

É o relatório.<br />

VOTO<br />

Antes da análise <strong>do</strong> mérito verifiquei os pressupostos regimentais para<br />

admissibilida<strong>de</strong> da consulta, eis que legitimada a autorida<strong>de</strong> consulente e pertinente à questão,<br />

sempre lembran<strong>do</strong> a regra <strong>do</strong> § 5º <strong>do</strong> artigo 1º da Lei nº 1284/2001, altera<strong>do</strong> pela Lei nº<br />

1.497/04.<br />

O tema abrange o exame das normativas fixadas pela Lei 4.320, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> março<br />

<strong>de</strong> 1964; Lei 8.666, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1993; Instrução Normativa nº 04, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong><br />

2002 e Acórdão nº 374/2003, <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2003 e relaciona-se aos seguintes<br />

questionamentos:<br />

1) “AO PROCEDIMENTO DA EMISSÃO DA NOTA DE EMPENHO,<br />

DEVERÁ SER PRÉVIA OU POSTERIOR AO CONTRATO?”<br />

Nenhuma <strong>de</strong>spesa po<strong>de</strong>rá ser realizada sem o competente empenho prévio, é o<br />

que estabelece o Artigo 60 da Lei 4.320/64. Verbis: “É vedada a realização <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesa sem<br />

prévio empenho”. E complementan<strong>do</strong> o art. 61 reza que: “Para cada empenho será<br />

extraí<strong>do</strong> um <strong>do</strong>cumento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Nota <strong>de</strong> Empenho, que indicará o nome <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r,<br />

A:\Resolução n. <strong>1429</strong> - 21.12.<strong>2004</strong>.<strong>do</strong>c


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS<br />

a especificação e a importância da <strong>de</strong>spesa, bem como a redução <strong>de</strong>sta <strong>do</strong> sal<strong>do</strong> da<br />

<strong>do</strong>tação própria”.<br />

4ª Relatoria<br />

A propósito esclarece os eminentes <strong>do</strong>utrina<strong>do</strong>res Teixeira Macha<strong>do</strong> Jr. e Heral<strong>do</strong><br />

da Costa Reis, em “A Lei 4320 Comentada”, 28ª edição, pág. 119:<br />

“O empenho é o instrumento <strong>de</strong> que se serve a Administração a fim <strong>de</strong><br />

controlar a execução <strong>do</strong> orçamento. É através <strong>de</strong>le que o Legislativo se<br />

certifica <strong>de</strong> que os créditos concedi<strong>do</strong>s ao Executivo estão sen<strong>do</strong> obe<strong>de</strong>ci<strong>do</strong>s”.<br />

O empenho constitui instrumento <strong>de</strong> programação, pois, ao utilizá-lo<br />

racionalmente, o Executivo tem sempre o panorama <strong>do</strong>s compromissos<br />

assumi<strong>do</strong>s e das <strong>do</strong>tações ainda disponíveis. (...) O conceito <strong>de</strong> empenho<br />

pressupõe anteriorida<strong>de</strong>. O empenho é ex-ante. Daí o receio <strong>de</strong> ter uma<br />

<strong>de</strong>finição legal <strong>de</strong> empenho meramente formal. (...) Pelo conceito da Lei<br />

4.320, não há empenho a posteriori”. (original sem <strong>de</strong>staques)<br />

2) “A MANUTENÇÃO EM DIVERSOS VEÍCULOS EM DIAS<br />

ALTERNADOS NO MESMO MÊS, EM QUE O VALOR TOTAL DA DESPESA<br />

SUPERA O LIMITE DO ART. 24, ITEM II DA LEI 8.666/93 E SUAS ALTERAÇÕES,<br />

CARACTERIZA FRACIONAMENTO”?<br />

Toman<strong>do</strong> por base os artigos 23 e 24 da Lei 8666/93, temos a indicação <strong>de</strong> que, se<br />

as <strong>de</strong>spesas forem previsíveis, mas ocorrer planejamento ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, ou seja, a<br />

Administração tiver condições <strong>de</strong> prever a quantida<strong>de</strong> <strong>do</strong> objeto a ser utiliza<strong>do</strong> no exercício<br />

financeiro, mas não o faz, será reputada ilegal, caracterizan<strong>do</strong> fracionamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesa.<br />

O fracionamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas ocorre quan<strong>do</strong> não há controle <strong>do</strong> processo. É<br />

necessário que exista um setor para centralizar as compras, serviços e licitações, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que<br />

sejam monitoradas, para que o somatório <strong>de</strong> todas as aquisições, durante o exercício, não<br />

extrapole os limites.<br />

Fracionamento <strong>de</strong> objeto para burlar a modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> licitação a<strong>de</strong>quada para a<br />

realização <strong>do</strong> objeto é aponta<strong>do</strong> como irregularida<strong>de</strong> insanável, maculan<strong>do</strong> a norma contida<br />

no inciso XXI, <strong>do</strong> artigo 37 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Neste eito vale transcrever o ensinamento <strong>de</strong> Jorge Ulisses Jacoby Fernan<strong>de</strong>s, em<br />

sua obra “Contratação Direta sem Licitação, 5ª edição, pág 149:<br />

“Continua, porém, veda<strong>do</strong> o chama<strong>do</strong> ‘fracionamento da <strong>de</strong>spesa’, como tal<br />

entendida a conduta <strong>do</strong> administra<strong>do</strong>r que, preten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>de</strong>finir a<br />

modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> licitação inferior à <strong>de</strong>vida ou <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> realizar a licitação <strong>–</strong><br />

com fundamento no art. 24, I e II, reduz o objeto para alcançar o valor<br />

inferior e realiza várias licitações ou dispensa <strong>do</strong> mesmo objeto.<br />

Enquanto parcelar o objeto é a regra, o fracionamento po<strong>de</strong> caracterizar<br />

crime <strong>–</strong> ver arts. 89 e 93 da Lei 8.666/93 -, pois, ao a<strong>do</strong>tar modalida<strong>de</strong><br />

inferior, restringe-se a competição, ou, no caso da contratação direta, esta<br />

<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> existir.<br />

A:\Resolução n. <strong>1429</strong> - 21.12.<strong>2004</strong>.<strong>do</strong>c


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS<br />

4ª Relatoria<br />

As várias <strong>de</strong>cisões citadas ao longo <strong>de</strong>ste item revelam que os Tribunais <strong>de</strong><br />

<strong>Contas</strong> buscam coibir o fracionamento”. (grifei)<br />

3) “AOS RECURSOS FINANCEIROS DO TESOURO DO ESTADO A<br />

TÍTULO DE CONTRAPARTIDA NA CELEBRAÇÃO DE CONVÊNIOS COM A<br />

UNIÃO. PARA TANTO, DEVEMOS CUMPRIR O QUE CONSTA NO ITEM II DO<br />

ACÓRDÃO <strong>Nº</strong> 374, DE 02/04/2003 DO <strong>TCE</strong>, OU O ART. 1º DA INSTRUÇÃO<br />

NORMATIVA <strong>Nº</strong> 04 DE 19/06/2002 DO <strong>TCE</strong>”?<br />

Com relação a este item, anuo integralmente à manifestação <strong>do</strong> Douto Órgão<br />

Ministerial, que diz, verbis:<br />

“Quanto ao item “3” da Consulta, po<strong>de</strong>mos afirmar que se os recursos forem<br />

totalmente fe<strong>de</strong>rais, o <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Tocantins é incompetente<br />

para analisá-lo. Por outro la<strong>do</strong>, haven<strong>do</strong> contrapartida <strong>do</strong> Tesouro Estadual ou<br />

Municipal nos instrumentos <strong>de</strong> convênios, contratos e outros convênios, o<br />

<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Tocantins é competente para analisá-la.<br />

Ressalte-se que a competência para análise e apreciação, apenas e tão somente<br />

quanto à contrapartida <strong>do</strong> Tesouro Estadual e Municipal, é <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Contas</strong> <strong>do</strong> Tocantins, segun<strong>do</strong> o entendimento exposto no Acórdão nº 769/2003<br />

<strong>de</strong>ste <strong>TCE</strong>, cuja ementa esclarece:<br />

‘EMENTA: TOMADA DE CONTAS. CONVÊNIO. RECURSOS FEDERAIS,<br />

ESTADUAIS E MUNICIPAIS. CONTAS IRREGULARES. Incompetência <strong>do</strong><br />

<strong>TCE</strong>/TO em analisar processos com recursos: a) totalmente fe<strong>de</strong>rais; b) total ou<br />

parcialmente provenientes <strong>do</strong> FNAS, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da existência <strong>de</strong><br />

contrapartida; c) totalmente <strong>do</strong> FNDE <strong>–</strong> PNAE e PDDE. Competência <strong>do</strong><br />

<strong>TCE</strong>/TO em analisar as contrapartidas <strong>do</strong> Tesouro Estadual e Municipais.<br />

Julgamento irregular das contas na prestação. Imputação <strong>de</strong> débito e aplicação<br />

<strong>de</strong> multa ao ex-Prefeito.<br />

A:\Resolução n. <strong>1429</strong> - 21.12.<strong>2004</strong>.<strong>do</strong>c<br />

(.....................................................................................................................)<br />

V <strong>–</strong> Determinar, até que se efetive norma própria, que os processos em<br />

tramitação nesta casa com recursos fe<strong>de</strong>rais e contrapartidas continuem sen<strong>do</strong><br />

analisa<strong>do</strong>s pelos setores a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s e das conclusões a que chegarem, o<br />

Plenário <strong>de</strong>verá tomar conhecimento para:<br />

a) Em caso <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s não sanadas representar ao TCU e <strong>de</strong>mais<br />

órgãos fiscaliza<strong>do</strong>res pertinentes e remeter cópia <strong>do</strong> acórdão ao setor<br />

competente para anexar ao processo <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> Anuais Consolidadas e <strong>do</strong>s<br />

Or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res a título <strong>de</strong> subsídio;<br />

b) Em caso <strong>de</strong> regularida<strong>de</strong>, remeter cópia da resolução/acórdão ao setor<br />

competente para anexar ao processo <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> anuais Consolidadas e <strong>do</strong>s<br />

Or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res a título <strong>de</strong> subsídio. (<strong>TCE</strong>/TO, Proc. <strong>Nº</strong> 15.360, 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong><br />

1999, unânime, rel. Conselheira Doris Coutinho.)”


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS<br />

Diante <strong>do</strong> posicionamento <strong>de</strong>sta Corte <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>, <strong>de</strong>claran<strong>do</strong>-se incompetente<br />

para analisar instrumentos <strong>de</strong> convênio, contratos e outros congêneres financia<strong>do</strong>s com<br />

recursos exclusivamente da União, ficam os responsáveis pela aplicação <strong>de</strong>stes recursos,<br />

sujeitos à jurisdição <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> da União, a quem compete, para assegurar a<br />

eficácia <strong>do</strong> controle e para instruir o julgamento das contas, efetuar a fiscalização <strong>do</strong>s atos que<br />

resulte receita ou <strong>de</strong>spesa, pratica<strong>do</strong>s pelos responsáveis, por força <strong>do</strong> art. 71, VI da<br />

Constituição Fe<strong>de</strong>ral; arts. 4º e 5º, VII e 41, VI da Lei 8.443, <strong>de</strong> 16.07.92 e art. 199 <strong>do</strong><br />

Regimento Interno <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> da União.<br />

Assim sen<strong>do</strong> e embasa<strong>do</strong> no entendimento <strong>de</strong>ste <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> e com fulcro<br />

nas Leis 4.320/64; 8.666/93 e Instrução Normativa nº 004/2002-<strong>TCE</strong>/TO, concluo que:<br />

A nota <strong>de</strong> empenho é um mecanismo utiliza<strong>do</strong> pelo Po<strong>de</strong>r Público para<br />

informar sobre a materialização da garantia <strong>de</strong> pagamento assegurada pela relação<br />

contratual entre o Esta<strong>do</strong> e terceiros, ou ainda, para cumprimento <strong>de</strong> obrigações<br />

<strong>de</strong> pagamentos oriun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mandamentos constitucionais e <strong>de</strong> Leis Ordinárias,<br />

<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser prévia, conforme art. 60 da Lei 4.320/64.<br />

Despesa com manutenção <strong>de</strong> veículos realizada na forma consultada<br />

incorre em fracionamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas públicas, conduta vedada, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

inclusive, caracterizar crime previsto na 8.666/93.<br />

Não sen<strong>do</strong> os recursos exclusivamente da União <strong>de</strong>ve prevalecer a<br />

Instrução Normativa nº 004/2002, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2002, <strong>de</strong>ste <strong>Tribunal</strong>.<br />

Ante o exposto e consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> o mais que <strong>do</strong>s autos consta, VOTO no<br />

senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que este <strong>Tribunal</strong> acate as providências abaixo mencionadas, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>cisão,<br />

sob a forma <strong>de</strong> Resolução, que ora submeto a <strong>de</strong>liberação <strong>de</strong>ste Colen<strong>do</strong> <strong>Pleno</strong>:<br />

a) conheça da presente consulta por aten<strong>de</strong>r aos requisitos previstos no Regimento<br />

Interno <strong>de</strong>ste <strong>Tribunal</strong>;<br />

b) responda à consulta nos termos constantes <strong>do</strong> Voto <strong>do</strong> Conselheiro <strong>–</strong> Relator e<br />

<strong>do</strong> Parecer nº 5180/2003 <strong>do</strong> Corpo Especial <strong>de</strong> Auditores, os quais passam a fazer<br />

parte integrante da <strong>de</strong>cisão;<br />

c) <strong>de</strong>termine a publicação da <strong>de</strong>cisão no Diário Oficial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, para que surta<br />

os efeitos necessários;<br />

d) <strong>de</strong>termine o encaminhamento <strong>de</strong> cópia <strong>do</strong> Parecer nº 5180/2003 <strong>do</strong> Corpo<br />

Especial <strong>de</strong> Auditores e <strong>do</strong> Relatório, Voto e Resolução ao Secretário <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong><br />

da Saú<strong>de</strong> <strong>–</strong> TO;<br />

e) <strong>de</strong>termine o encaminhamento <strong>do</strong>s autos à Diretoria <strong>de</strong> Integração e Apoio<br />

Técnico para cadastro e posteriormente, a Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ria <strong>de</strong> Protocolo Geral para<br />

que provi<strong>de</strong>ncie o retorno <strong>do</strong>s mesmos à origem.<br />

A:\Resolução n. <strong>1429</strong> - 21.12.<strong>2004</strong>.<strong>do</strong>c


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS<br />

SALA DAS SESSÕES, em Palmas, Capital <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Tocantins, aos 21 dias<br />

<strong>do</strong> mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> <strong>2004</strong>.<br />

A:\Resolução n. <strong>1429</strong> - 21.12.<strong>2004</strong>.<strong>do</strong>c<br />

Conselheiro NAPOLEÃO DE SOUZA LUZ SOBRINHO<br />

Relator

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