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Estudos tEatrais FEstivais tEatro JuliEta MyriaM szabo ... - Imaginei.net

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5<br />

AAL DIÁRIO<br />

de festivais artísticos específicos. Os apoios<br />

do Estado, nomeadamente do Ministério da<br />

Cultura, são muito difíceis de conseguir. Face<br />

à escassez de grandes empresas públicas<br />

na região e à pouca sensibilização para o<br />

mecenato, não existem praticamente apoios<br />

privados. Acabam por ser as companhias de<br />

teatro, com uma grande ginástica orçamental<br />

e iniciativa própria, a organizar festivais ou<br />

mostras de teatro no Alentejo”, sublinha Rui<br />

Ramos, da direcção da Baal 17 (Serpa).<br />

“Quando as autarquias entendem o<br />

interesse da iniciativa e se disponibilizam<br />

para a apoiar condignamente, quer ao nível<br />

financeiro, quer logístico, as coisas ficam<br />

simplificadas, de contrário é preciso bater<br />

a muitas portas e ter a capacidade para<br />

‘engolir alguns sapos’, porque isto da Cultura<br />

ainda não dá para vender detergentes, nem<br />

enchidos…”, observa, por seu lado, Mário<br />

Primo, da Gato SA (Santo André).<br />

QUE FUTURO?<br />

Neste panorama de dificuldades, em<br />

que são raros os eventos de expressão<br />

cultural que não sobrevivem à custa da<br />

“arte e engenho”dos seus promotores,<br />

subsistem duas “eternas” questões.<br />

Por um lado, tentar saber qual é o futuro<br />

que têm os festivais de teatro? Por outro<br />

lado, tentar descobrir que caminhos têm<br />

estes de, inevitavelmente, percorrer por<br />

forma a garantirem a sua longevidade<br />

temporal e qualitativa?<br />

Para José Maria Pereira, do Teatro<br />

Experimental de Pias (TEP), aos festivais<br />

de teatro resta percorrer “o caminho da<br />

exigência permanente por mais e melhores<br />

condições” em prol das populações<br />

e dos agentes culturais. Um caminho,<br />

advoga, que terá também de passar pelos<br />

PELA CRIAçãO DE<br />

NOVOS PúBLICOS<br />

Nos tempos que correm, é “politicamente<br />

correcto” falar na “criação de novos públicos”<br />

mediante a promoção constante e metódica<br />

de eventos de cariz natural. Um propósito<br />

que se encaixa na perfeição entre aqueles<br />

que devem os grandes objectivos a qualquer<br />

festival de teatro, conforme é reconhecido<br />

pelos seus próprios dinamizadores.<br />

“[As nossas metas são] Promover o<br />

teatro e incentivar o gosto pela expressão<br />

dramática”, observa José Maria Pereira,<br />

do TEP, complementado por Rui Ramos,<br />

do Baal 17: “Na província, o público tem<br />

pontualmente a oportunidade de assistir a<br />

um espectáculo de teatro. Pouca oferta é<br />

um factor dissuasivo para a participação<br />

e o espectáculo que deveria ser uma<br />

oportunidade única, não raro, passa<br />

despercebido. Um festival é sempre um<br />

momento de festa e ritual, as apresentações<br />

enquadram-se num acontecimento e<br />

o publico adere com maior facilidade.<br />

Acontece muitas vezes serem surpreendidos<br />

por espectáculos que à partida não iriam<br />

ver se este não estivesse incluído nessa<br />

“intercâmbios”, pelas “parcerias” e pela<br />

“troca de experiências” entre as diversas<br />

companhias teatrais da região e do país.<br />

“Havendo apoios e havendo público,<br />

estamos em crer que haverão sempre<br />

alguns carolas com vontade de levar por<br />

diante eventos dessa natureza. Até porque<br />

a arte de Talma é ainda uma daquelas que<br />

permite ao Homem tomar consciência da<br />

sua memória temporal, social e colectiva.<br />

Que apesar de se consumir em cada<br />

espectáculo, voltará a renascer das suas<br />

próprias cinzas no espectáculo seguinte e<br />

onde o actor, mais uma vez, irá incomodar,<br />

provocar, comover, exaltar, de tal forma que<br />

um só actor poderá ele próprio viver sozinho<br />

a história de um povo”, complementa<br />

Rogério Fialho, do Grupo de Teatro Jódicus.<br />

‘festa’. A nossa experiência leva-nos a<br />

concluir que os públicos fidelizam-se aos<br />

festivais e assistem cada vez mais a cada<br />

nova edição”.<br />

A opinião de que cada festival de teatro<br />

é uma oportunidade quase única para<br />

despertar em muitos o interesse para a<br />

arte de Moliére é partilhada pela maioria,<br />

mas ainda assim Mário Primo, da Gato SA,<br />

lembra que um certame do género “deve<br />

surgir de uma necessidade já existente”<br />

e não “ser o ponto de partida para o<br />

despertar do interesse por estas práticas”,<br />

sendo que a sua organização “deve estar a<br />

cargo de ‘gente do teatro’, que conheça de<br />

perto as problemáticas específicas que lhe<br />

estão associadas e que seja capaz de tecer<br />

uma rede de contactos e de parcerias que<br />

facilitem a produção”.<br />

“[Em todos os festivais deve haver] Uma<br />

clara preocupação de levar as pessoas ao<br />

teatro mas também levar o teatro junto das<br />

pessoas e, assim, casar os dois principais<br />

objectivos: público e espectáculo”, conclui<br />

Rogério Fialho, do Grupo Jódicus.<br />

*Jornalista

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