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ANÁLISE DE COLIFORMES TOTAIS E TERMOTOLERANTES EM ...

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<strong>ANÁLISE</strong> <strong>DE</strong> <strong>COLIFORMES</strong> <strong>TOTAIS</strong> E<br />

<strong>TERMOTOLERANTES</strong> <strong>EM</strong> LEITES DO TIPO “C”<br />

DO PROGRAMA LEITE <strong>DE</strong> PERNAMBUCO<br />

Klaydson Fernandes Galdino Andrade 1 , Leandro Fragoso Lins 2 , Línthia Lima da Silva 3 , Angerleide Bezerra dos Santos 4 ,<br />

Lizelda Maria Araújo 4 , Luciana Helena da Silva 5 , Elisângela Silva de Assis 4 , Camila Mayara Brito 4 ,<br />

Julianne Melo dos Santos 4 e José do Egito de Paiva 6<br />

<br />

Introdução<br />

O leite é considerado um dos alimentos mais<br />

completos, devido ao seu alto teor de proteínas e sais<br />

minerais, além de outras características [1]. Por ser um<br />

fluido altamente nutritivo, é um dos alimentos mais<br />

populares e de fácil obtenção para as classes menos<br />

favorecidas. Porém, devido a sua riqueza em nutrientes,<br />

torna-se susceptível ao ataque de um grande número de<br />

microrganismos provenientes do próprio animal, do<br />

homem e dos utensílios usados na ordenha.<br />

Por sua composição físico-química e microbiológica,<br />

o leite é considerado um produto perecível. Um dos<br />

cuidados logo após sua obtenção deve ser submetê-lo o<br />

mais rápido possível a algum processo que evite a<br />

multiplicação de microorganismos nele existentes [2].<br />

Atualmente um dos processos mais usados é a<br />

pasteurização.<br />

Entende-se por Leite Pasteurizado tipo C, o produto<br />

classificado quanto ao teor de gordura como integral,<br />

padronizado a 3% m/m, semidesnatado ou desnatado,<br />

submetido à temperatura de 72 a 75ºC durante 15 a 20<br />

segundos, em equipamento de pasteurização a placas,<br />

seguindo-se resfriamento imediato em aparelhagem a<br />

placas até temperatura igual ou inferior a 4ºC e envase<br />

no menor prazo possível, sob condições que<br />

minimizem contaminações [3].<br />

A pasteurização destrói os microrganismos<br />

patogênicos, porém não recupera um leite de má<br />

qualidade, permanecendo uma microbiota viável de 0,1<br />

a 0,5% da contagem inicial. Assim, quanto maior a<br />

contaminação microbiana antes da pasteurização, tanto<br />

maior será sua microbiota residual [4]. Por tal motivo<br />

alguns trabalhos realizados com enfoque para o<br />

controle microbiológico do leite pasteurizado<br />

comercializados em vários Estados do Brasil [5, 6],<br />

ainda detectam valores acima dos padrões<br />

microbiológicos permitidos pela legislação.<br />

Tendo em vista o exposto, o presente trabalho objetivou<br />

avaliar especificamente a presença ou ausência de<br />

coliformes totais e fecais no leite Tipo “C” do programa<br />

Leite de Pernambuco fornecido para o município de São<br />

Lourenço da Mata-PE, confrontando os resultados obtidos<br />

com os padrões legais vigentes.<br />

Material e métodos<br />

As amostras de leite pasteurizado tipo C foram obtidas<br />

em diferentes pontos de distribuição localizados no<br />

município de São Lourenço da Mata-PE. Os pontos de<br />

distribuição foram selecionados aleatoriamente, assim<br />

como todas as amostras eram de lotes diferentes. Foram<br />

coletadas 12 amostras no período do mês de agosto de<br />

2009.<br />

Após a coleta, as amostras foram acondicionadas sob<br />

refrigeração e encaminhadas ao Laboratório de Alimentos<br />

do Departamento de Tecnologia Rural da Universidade<br />

Federal Rural de Pernambuco, para análise imediata.<br />

O teste presuntivo foi realizado empregando-se a técnica<br />

Presença - Ausência (PA) associando-se Caldo Lauril<br />

Sulfato Triptose (LST) e Caldo Lactosado dissolvidos em<br />

água destilada. Neste teste três alíquotas de três diluições<br />

da amostra foram inoculadas em uma série de três tubos do<br />

LST. por diluição. As amostras foram incubadas a 35ºC por<br />

24 a 48 horas em estufa bacteriológica. As diluições que<br />

apresentaram reação presuntiva positiva, evidenciada pela<br />

mudança de coloração do meio (de púrpura para amarelo) e<br />

produção de gás, foram submetidos ao teste confirmatório<br />

em Caldo Lactose Verde Brilhante Bile 2% (CLVBB). Para<br />

o teste confirmativo (coliformes totais) foi distribuído<br />

aproximadamente 10mL em tubos de ensaio contendo tubos<br />

de Durham invertidos. De cada LST positivo, transferiu-se<br />

uma alçada para um tubo de caldo Bile, os quais foram<br />

incubados a 35ºC por 48 horas. Ao mesmo tempo, para<br />

coliformes termotolerantes, as amostras que evidenciaram<br />

retenção de gás em Caldo Lauril Triptose, foram inoculadas<br />

em tubos de ensaio contendo 10 mL de Caldo EC e<br />

________________<br />

1. Licenciado em Biologia, Especialista em Educação Ambiental e Aluno Especial do Departamento de Biologia da Universidade Federal Rural<br />

de Pernambuco. Recife-PE. E-mail: klaydson_biologia@hotmail.com<br />

2. Aluno de Graduação do Curso de Zootecnia e Bolsista do Programa de Educação Tutorial Mec-SESu. Universidade Federal Rural de<br />

Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros s/n. Recife-PE. CEP. 52171-900 E-mail: leandro.fragoso@zootecnista.com.br<br />

3. Bióloga, Colaboradora do Laboratório de Alimentos do Departamento de Tecnologia Rural. Aluna especial do curso de Gastronomia.<br />

Universidade Federal Rural de Pernambuco. Recife-PE. E-mail: linthia.biology@gmail.com<br />

4. Alunos de Graduação da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife-PE.<br />

5. Médica Veterinária, Pós-Graduanda em Gestão da Qualidade e Vigilância Sanitária em Alimentos, Universidade Federal Rural do Semi-árido.<br />

BR 110 - Km 47, Bairro Pres. Costa e Silva. CEP 59.625-900. Mossoró-RN. E-mail: lucianahelenavet@yahoo.com.br<br />

6. Professor Adjunto do Departamento de Tecnologia Rural, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros s/n.<br />

Recife-PE. CEP. 52171-900. E-mail: egito@dtr.ufrpe.br


incubadas em banho-maria a 44,50 ±0,2° por<br />

24/48horas, considerando-se positivos os que<br />

apresentaram retenção de gás no tubo de Durham [7].<br />

Resultados e Discussão<br />

O grupo de coliformes totais inclui bactérias na<br />

forma de bastonetes Gram-negativos, não esporulados,<br />

aeróbios facultativos, capazes de fermentar a lactose<br />

com produção de gás, em 24 às 48h a 35°C. Segundo<br />

Silva [7], altos valores de coliformes são indicativos de<br />

práticas de higiene e sanificação aquém dos padrões<br />

requeridos para o processamento de alimentos.<br />

Os resultados obtidos nas análises para presença ou<br />

ausência de coliformes totais e fecais estão<br />

demonstrados na tabela 1.<br />

Por ser um produto extremamente perecível, a<br />

qualidade do leite é uma constante preocupação para<br />

técnicos e autoridades ligadas à área de saúde,<br />

principalmente pelo risco de veiculação de<br />

microorganismos relacionados com surtos de doenças<br />

de origem alimentar.<br />

Das 12 amostras analisadas todas foram positivas<br />

quanto à presença de coliformes totais, ou seja, 100%.<br />

O leite proveniente de animais sadios se for<br />

ordenhado de forma asséptica, contém poucos<br />

microorganismos, mas posteriormente sofre<br />

contaminação a partir do ambiente e do homem. A<br />

contaminação pelo homem está na dependência dos<br />

métodos utilizados no manejo dos animais, da forma ou<br />

do tipo de ordenha e principalmente do estado<br />

higiênico dos animais, determinando a carga<br />

microbiana e as espécies envolvidas [2].<br />

Quando analisado em relação à Termotolerantes, 7<br />

amostras acusaram a presença de E. Coli,<br />

representando 58,33% das amostras analisadas.<br />

Basicamente o leite, para ser caracterizado como de<br />

boa qualidade, deve apresentar as características<br />

organolépticas, nutricionais, físico-químicas e<br />

microbiológicas dentro dos padrões vigentes: sabor<br />

agradável, alto valor nutritivo, ausência de agentes<br />

patogênicos e contaminantes (antibióticos, pesticidas,<br />

adição de água), reduzida contagem de células<br />

somáticas e baixa carga microbiana [8].<br />

Silva [9] detectou elevada contaminação microbiana<br />

acima do padrão permitido pela legislação brasileira<br />

(coliformes totais e termotolerantes, bactérias mesófilas e<br />

psicrotróficas) em leites pasteurizados distribuídos no<br />

Programa do Leite do Estado de Alagoas. Como conclusão<br />

tem-se que o leite disponibilizado pelo Governo de<br />

Pernambuco através do programa “Leite de Pernambuco”<br />

apresentou, em alguns lotes, presença de coliformes<br />

termotolerantes, onde se ressalta a importância em realizar<br />

estudos que possam investigar tais perigos, alertando aos<br />

consumidores e aos órgãos de fiscalização sobre este tema<br />

tão importante no âmbito da Saúde Pública<br />

Agradecimentos<br />

Agradeço a Deus, à Universidade Federal Rural de<br />

Pernambuco e ao Departamento de Tecnologia Rural por<br />

fomentar pesquisas de nível científico.<br />

Referências<br />

[1] FERREIRA, M. F.; et al. Avaliação da qualidade microbiológica de<br />

leite pasteurizado tipo C integral comercializado na cidade de<br />

Jaboticabal – SP, Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 21, n°<br />

150, abril, p.134, 2006.<br />

[2] TRONCO, V.M. Manual para Inspeção da Qualidade do Leite.<br />

Santa Maria: Ed. da UFSM, 1997, 166p.<br />

[3] Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade do Leite<br />

Tipo C. Disponível em


Tabela 1. Análise da presença ou ausência de coliformes totais e termotolerantes em leites do tipo “C” provenientes do Programa<br />

Leite de Pernambuco.<br />

Amostra Coliformes Totais Termotolerantes<br />

1 + -<br />

2 + +<br />

3 + +<br />

4 + +<br />

5 + +<br />

6 + -<br />

7 + +<br />

8 + +<br />

9 + +<br />

10 + -<br />

11 + -<br />

12 + -<br />

Sinal positivo (+) indica a presença de coliformes e sinal negativo (-) indica a ausência de coliformes

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