20.04.2013 Views

Roma Antiga – A Arte da Guerra

Roma Antiga – A Arte da Guerra

Roma Antiga – A Arte da Guerra

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Por SkyHunter<br />

Introdução<br />

<strong>Roma</strong> <strong>Antiga</strong> <strong>–</strong> A <strong>Arte</strong> <strong>da</strong> <strong>Guerra</strong><br />

O Império <strong>Roma</strong>no foi, indiscutivelmente, um dos maiores e, de certa forma, mais gloriosos<br />

impérios do mundo. Em extensão, cobriu grande parte do mundo conhecido na época em que<br />

existia, abrangendo em seu auge desde as fronteiras do norte <strong>da</strong> Inglaterra aos desertos do norte<br />

<strong>da</strong> África. Como uma pequena monarquia <strong>da</strong> península Itálica, posteriormente república e império<br />

veio a se tornar um dos maiores impérios do mundo?<br />

A expansão romana deve-se, especialmente, a algo que nenhuma outra civilização em sua época<br />

possuía: uma extremamente avança<strong>da</strong> arte de guerrear. Este tópico irá mostrar um pouco <strong>da</strong><br />

organização militar de <strong>Roma</strong>, ponto chave que tornou este um dos maiores e mais poderosos<br />

Impérios do mundo.<br />

Falar do exército romano não implica em falar de uma dimensão à parte, mas discutir <strong>Roma</strong> em<br />

sua integri<strong>da</strong>de, pois a vi<strong>da</strong> militar era a base <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> política romana, religião e <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social.<br />

E como era composto este exército?<br />

A divisão básica do exército romano é uma criação romana que é grande responsável pelo<br />

sucesso <strong>da</strong>s campanhas militares de <strong>Roma</strong>, e é o tema <strong>da</strong> próxima parte deste tópico: a Legião.


A Legião<br />

Composição<br />

A Legião <strong>Roma</strong>na era a divisão fun<strong>da</strong>mental do exército romano. Era composta basicamente por<br />

sol<strong>da</strong>dos chamados Legionários e Auxiliares.<br />

Ca<strong>da</strong> legião era designa<strong>da</strong> por um número e um epíteto (por exemplo, Legio VII Gemina Pia<br />

Fidlis). O lema <strong>da</strong> legião designava uma condição honorável e podia perder-se quando se<br />

castigava colectivamente a uni<strong>da</strong>de. Inicialmente, as forças auxiliares eram atribuí<strong>da</strong>s às legiões,<br />

mas com o tempo acabaram por se converter em uni<strong>da</strong>des independentes.<br />

O procônsul de ca<strong>da</strong> província coman<strong>da</strong>va as legiões aí estaciona<strong>da</strong>s. O chefe de ca<strong>da</strong> legião era<br />

um representante do imperador, livremente nomeado e destituído: o legatus legionis, que pertencia<br />

à ordem senatorial e dirigia a legião por um período de cinco anos.<br />

Os sol<strong>da</strong>dos eram voluntários vindos de to<strong>da</strong>s as partes do Império e se comprometiam a 25 anos<br />

de serviço exaustivo. No início, somente eram aceitos proprietários de terras e bens. Mas no<br />

século I a.C. qualquer pessoa podia se alistar. Os ci<strong>da</strong>dãos romanos podiam se tornar legionários,<br />

enquanto os não-ci<strong>da</strong>dãos podiam ser sol<strong>da</strong>dos auxiliares.<br />

A leal<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s tropas romanas aos seus estan<strong>da</strong>rtes, em que estava a águia e as letras SPQR<br />

(Senatus Populusque <strong>Roma</strong>nus - Senado e Povo de <strong>Roma</strong>), era inspira<strong>da</strong> pela influência conjunta<br />

<strong>da</strong> religião e <strong>da</strong> honra. A águia que rebrilhava à frente <strong>da</strong> legião tornava-se objeto <strong>da</strong> sua mais<br />

profun<strong>da</strong> devoção; era considerado tão ímpio quão ignominioso o abandono dessa insígnia<br />

sagra<strong>da</strong> numa hora de perigo.


A uni<strong>da</strong>de básica do exército era forma<strong>da</strong> por um grupo de oito sol<strong>da</strong>dos chamado de<br />

contubernium e que partilhava uma ten<strong>da</strong>. Havia dez contuberniums em uma centúria (ou seja, 80<br />

homens e não cem!), seis centúrias em um coorte e dez coortes em uma legião. O coorte principal<br />

tinha homens com funções administrativas e de suporte, o que significava que uma legião possuía<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 5.500 homens.<br />

Dos, em média, 5000 homens em uma legião, cerca de 300 eram provenientes de ci<strong>da</strong>des ou<br />

estados vassalos, e faziam o papel de auxiliares de infantaria ou cavalaria. Isto criava uma estrita<br />

linha de comando e uni<strong>da</strong>des de luta disciplina<strong>da</strong>s, eficientes e flexíveis.<br />

As guerras, ca<strong>da</strong> vez mais distantes e difíceis, determinavam o aumento contínuo do número <strong>da</strong>s<br />

legiões.<br />

Estrutura<br />

A estrutura de uma legião constituía-se de três elementos básicos: cavalaria, artilharia e<br />

infantaria.<br />

A cavalaria era organiza<strong>da</strong> por Centuriões; estes tinham auxílio de Vexillarius (porta-estan<strong>da</strong>rte);<br />

Tesserarius; Optio e Pollio.<br />

Cavalaria <strong>Roma</strong>na


Vexillarius<br />

Optio


Centurião <strong>Roma</strong>no


A artilharia (Ballistarii) era forma<strong>da</strong> pelos “experts”, coman<strong>da</strong>dos pelos Libratores, os chefes do<br />

corpo.<br />

Artilharia<br />

A infantaria era o componente principal do exército romano. Era dividi<strong>da</strong> em três categorias<br />

distintas de sol<strong>da</strong>dos, com posição fixa de batalha. Combatiam em três filas.<br />

• Hastati (os homens dos <strong>da</strong>rdos) <strong>–</strong> eram os sol<strong>da</strong>dos mais novos e menos experientes. Ca<strong>da</strong> um<br />

estava armado com duas lanças de arremesso <strong>–</strong> a hasta (<strong>da</strong>rdo pesado) ou o tipicamente romano<br />

pílum. Este tinha quase três metros de comprimento, com uma flecha de metal que se torcia com o<br />

impacto, não podendo portanto ser recupera<strong>da</strong>.<br />

• Princípes <strong>–</strong> sol<strong>da</strong>dos mais velhos e experientes usavam armas semelhantes aos hastatis,<br />

tomavam a iniciativa após o desaparecimento no meio <strong>da</strong>s suas próprias linhas dos hastatis, caso<br />

a linha inimiga aguentasse firme.<br />

• Triarii <strong>–</strong> veteranos <strong>da</strong> guerra, que criavam uma parede defensiva por onde escapuliam os<br />

princípes caso, o seu ataque, também falhasse.<br />

Hastati


Triarii<br />

O comando supremo do exército era confiado a um general, ditador ou mestre de cavalaria. O<br />

tribuno militar coman<strong>da</strong>va a Legião. Mais que o gênio militar dos seus generais foi esta magnífica<br />

organização e o valor dos seus sol<strong>da</strong>dos que provou ser devastadoramente efetiva contra to<strong>da</strong>s as<br />

formações inimigas.<br />

A Transmissão <strong>da</strong>s Ordens no Campo de Batalha<br />

Em primeiro lugar, ca<strong>da</strong> sol<strong>da</strong>do devia manter sempre à vista o estan<strong>da</strong>rte <strong>da</strong> legião.<br />

Ca<strong>da</strong> legião tinha sobre o estan<strong>da</strong>rte a águia romana (adora<strong>da</strong> como uma relíquia) leva<strong>da</strong> por um<br />

Aquilifer. Ca<strong>da</strong> manípulo (reagrupamento de duas centúrias) possuía um Signum, levado por um<br />

Signifer, que indicava o caminho a seguir na marcha ou na batalha. A cavalaria, por sua vez, era<br />

conduzi<strong>da</strong> pelo Vexillum, levado por um Vexilliarius.


Porta-Estan<strong>da</strong>rte<br />

Em segundo lugar, os sol<strong>da</strong>dos deviam seguir os comandos sonoros, a voz dos superiores, mas<br />

também o som <strong>da</strong>s trombetas e dos chifres. A música dos instrumentos servia para o toque de<br />

alvora<strong>da</strong>, para a troca <strong>da</strong> guar<strong>da</strong>, mas principalmente para indicar a tática a seguir na batalha.<br />

No campo, eram utilizados três instrumentos:<br />

• Tuba: a trompa simples, destina<strong>da</strong> a todos os homens; essa <strong>da</strong>va o sinal de parti<strong>da</strong> do campo,<br />

assim como o de avançar e de bater em retira<strong>da</strong>.<br />

• Cornu: o chifre, geralmente uma tuba curva e reforça<strong>da</strong> por uma barra metálica. Servia para os<br />

portadores <strong>da</strong>s insígnias (Signa).<br />

• Bucina: uma tuba mais curta, com um desenho ligeiramente mais arqueado.<br />

Normalmente, eram as tubas e os chifres que indicavam o momento de iniciar o assalto ao inimigo,<br />

mas a batalha era marca<strong>da</strong> a todo instante pelos sons de um e de outro instrumento, para indicar a<br />

posição do manípulo, a aproximação <strong>da</strong> cavalaria, o ataque <strong>da</strong> artilharia, etc.<br />

Cornu


O Legionário<br />

O legionário era o sol<strong>da</strong>do <strong>da</strong> legião; um infante de <strong>Roma</strong>, era conhecido por ser um sol<strong>da</strong>do bem<br />

treinado e organizado. Ele usava basicamente um escudo retangular de 1,5 metros, uma armadura<br />

especial que podia ser produzi<strong>da</strong> em varios locais e depois monta<strong>da</strong> assim acelerando sua<br />

produção(primordios <strong>da</strong> produção militar moderna), uma gládio, uma pilo, san<strong>da</strong>lhas de coro, um<br />

elmo e malha de ferro trança<strong>da</strong>.<br />

Na marcha por entre territórios inimigos, um legionário era equipado com uma armadura (lorica<br />

segmentata ou mais comumente chama<strong>da</strong> lorica hamata) e um escudo (scutum), um capacete<br />

(galae) e dois <strong>da</strong>rdos (um pesado chamado pilum e outro leve), uma espa<strong>da</strong> curta (gladius), uma<br />

a<strong>da</strong>ga (pugio), um par de sandálias resistentes e pesa<strong>da</strong>s (caligae), uma sarcina (bolsa de carga)<br />

que continha comi<strong>da</strong> para algo em torno de 14 dias, , material para cozinhar, duas estacas (sudes<br />

murales) um tipo de cerca romana, uma pá e um cesto de usos gerais.<br />

Recrutamento<br />

Durante a época imperial, os requisitos para converter-se em legionário eram os seguintes:<br />

- ser magro, mas musculoso;<br />

- ter boa visão e audição.<br />

Também era necessário saber ler e escrever e, acima de tudo, ser ci<strong>da</strong>dão romano. Isto não queria<br />

dizer que era necessário ser <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de <strong>Roma</strong>, mas sim que houvesse a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia romana, o


que era conseguido após 25 anos de serviço no exército (o que outorgava direitos e privilégios<br />

especiais ao sol<strong>da</strong>do e a to<strong>da</strong> sua família).<br />

Os aspirantes a sol<strong>da</strong>dos, depois de buscar os escritórios de recrutamento que se encontravam<br />

nas capitais de província, eram submetidos a uma entrevista e a um exame médico. Uma vez<br />

admitidos, prestavam juramento solene de obediência a seus superiores e de não desertar. Seus<br />

documentos pessoais, junto com um certificado do governador e as despesas de viagem (três<br />

moe<strong>da</strong>s de ouro por cabeça), eram entregues a um oficial que o acompanharia em todo o trajeto<br />

até o destacamento marcado.<br />

Instrução e treinamento<br />

Os novos recrutas eram submetidos a um intenso treinamento, de quatro meses. Ao concluir este<br />

período, os recrutas já podiam ser chamados sol<strong>da</strong>dos (milites). Os que não puderam resistir ao<br />

treinamento eram dispensados.<br />

Primeiro era-lhes ensinado a desfilar marcando passo. Logo depois, eram levados à marcha,<br />

forçando-os ao máximo, até que fossem capazes de percorrer 20 milhas romanas (30 km) em<br />

cinco horas. Depois teriam que percorrer a mesma distância carregados com todo seu<br />

equipamento que, completo, pesava ao menos 30 quilos; as armas e armaduras, mais de 20.<br />

O treinamento continuava até que fossem capazes de percorrer 24 milhas (36 km) em cinco horas.<br />

Os legionários realizavam marchas três vezes ao mês durante 25 anos. Este treinamento e a<br />

capaci<strong>da</strong>de de deslocamento foi uma <strong>da</strong>s causas pelas quais o exército romano era tão superior<br />

aos outros. E isto era somente parte <strong>da</strong> instrução, posto que o programa de treinamento também<br />

incluía corri<strong>da</strong>s, saltos, equitação e natação. Quando era considerado em boa forma física, o<br />

recruta iniciava as instruções no manejo <strong>da</strong>s armas.


Os recrutas aprendiam atacando uma grossa estaca crava<strong>da</strong> no solo com uma espa<strong>da</strong> de madeira<br />

pesa<strong>da</strong> e um escudo de mimbre que pesava o dobre que um escudo normal. Era-lhes insistido<br />

para que golpeassem de frente, sem descrever arcos com a espa<strong>da</strong>, o que pode ser evitado com<br />

mais facili<strong>da</strong>de. Também eram treinados no lançamento de pesa<strong>da</strong>s jabalinas de madeira contra<br />

aquelas estacas.<br />

Uma vez superado este passo, eram considerados dignos de empunhar armas autênticas, forra<strong>da</strong>s<br />

de couro para evitar acidentes, as quais deveriam lhes parecer levíssimas em comparação com as<br />

pesa<strong>da</strong>s armas de madeira.<br />

Rotina diária<br />

Ao amanhecer, o legionário se apresentava ao centurião para que este lhe passasse as tarefas do<br />

dia, principalmente guar<strong>da</strong>s ou trabalhos de limpeza. Às vezes patrulhas ou funções de polícia,<br />

mas também construção de estra<strong>da</strong>s e outras obras civis, nas quais deviam quebrar pedras nas<br />

canteras, cavar cimientos, aplainar caminhos e pavimentar. Todo novo legionário procurava<br />

conseguir um destino que lhe afastasse dos trabalhos desagradáveis. Estes trabalhos “melhores”,<br />

destinados aos que conheciam um ofício (ferreiros, açougueiros, enfermeiros, domadores de<br />

cavalos, etc.), eximiam os legionários de realizar outras tarefas.<br />

Os sol<strong>da</strong>dos eram proibidos de se casarem, o que tornava muito usual os matrimônios informais e,<br />

ain<strong>da</strong> que tivessem filhos, estes não seriam legítimos (mas isto era corrigido com a aposentadoria).<br />

De pronto, tão logo qualquer homem se integrasse ao exército, seu matrimônio anterior restava<br />

legalmente anulado. O imperador Sétimo Severo (193-211 d.C.) deu permissão aos sol<strong>da</strong>dos para<br />

que vivessem com suas esposas, ao invés de serem obrigados a voltar to<strong>da</strong> noite ao<br />

acampamento.<br />

Mas existiam algumas vantagens na vi<strong>da</strong> militar: um pagamento regular, consideravelmente<br />

superior ao de um lavrador, e o melhor serviço médico do Império. Também era possível aprender<br />

outros ofícios e, depois <strong>da</strong> derrota do inimigo, muitas vezes havia oportuni<strong>da</strong>des de saques.<br />

Além <strong>da</strong> remuneração se recebiam outras recompensas. Augusto entregou 75 sestércios a ca<strong>da</strong><br />

um dos legionários, enquanto Claudio estabeleceu o costume de se pagar um donativo em dinheiro<br />

no início do man<strong>da</strong>to de um novo imperador.<br />

Augusto também se preocupou em fornecer uma boa e tranqüila aposentadoria aos legionários; os<br />

licenciados recebiam uma parcela de terra ou uma boa quanti<strong>da</strong>de de dinheiro, equivalente à paga<br />

de doze anos de serviço.


Armas e equipamento<br />

Uma breve descrição de algumas armas e equipamentos romanos:<br />

O Gládio era a espa<strong>da</strong> utiliza<strong>da</strong> pelas legiões romanas. Era uma espa<strong>da</strong> curta, de dois gumes, de<br />

mais ou menos 60cm, mais larga na extremi<strong>da</strong>de. Era muito mais uma arma de perfuração do que<br />

de corte, ou seja, devia ser utiliza<strong>da</strong> como um punhal, ou uma a<strong>da</strong>ga, no combate corpo-a-corpo.


Gládio<br />

O Pugio era uma pequena a<strong>da</strong>ga usa<strong>da</strong> pelos romanos como uma arma auxiliar ou reserva. Era<br />

arma comum para assassinatos e suicídios; por exemplo, Julio César foi morto usando-se pugios.<br />

Pugio<br />

O pilo (pillum, em latim) era uma <strong>da</strong>s armas padrão <strong>da</strong> legião romana. Era uma lança composta de<br />

uma parte de ferro, mais fina e pontiagu<strong>da</strong>, e outra de madeira, maior e mais pesa<strong>da</strong>. Essas duas<br />

partes eram uni<strong>da</strong>s de tal maneira que quando o pilo atingisse seu alvo, a junção <strong>da</strong>s duas partes<br />

entortaria, e tornaria difícil para, por exemplo, um adversário arrancar a lança se ela tivesse<br />

cravado no seu escudo. Ele então seria obrigado a jogar seu escudo fora para ter maior agili<strong>da</strong>de,<br />

e então o exército inimigo teria um sol<strong>da</strong>do sem a devi<strong>da</strong> proteção.


Pilo<br />

Scutum era um escudo retangular, curvado, de madeira forrado a couro com reforços metálicos<br />

nas bor<strong>da</strong>s e no centro, para proteger a mão.<br />

Escudo romano<br />

O Galeus (latim Galea) era um capacete de ferro de tipo gálico.<br />

Galeus<br />

Loriga Hamata<br />

Inspira<strong>da</strong> na malha que tradicionalmente usavam os hastati e os príncipes;


Loriga segmenta<strong>da</strong><br />

Este tipo de proteção, era usa<strong>da</strong> pelos legionários de infantaria romanos do século I a.C.<br />

A principal vantagem deste equipamento: oferecia uma maior proteção que as malhas, e sobretudo<br />

maior flexibili<strong>da</strong>de facilitando a liber<strong>da</strong>de de movimentos dos sol<strong>da</strong>dos.<br />

Esquema <strong>da</strong> Loriga Segmenta<strong>da</strong><br />

Cingulum<br />

Um cinto de onde pendiam várias tiras de couro com discos metálicos.<br />

Cigulum<br />

Caliga<br />

Do latim Caligae. Era uma sandália de couro com sola craveja<strong>da</strong>.


Caliga


Bandeiras e Estan<strong>da</strong>rtes<br />

Os estan<strong>da</strong>rtes e bandeiras eram símbolos de muita importância para a Legião, e venerados pelos<br />

sol<strong>da</strong>dos. A partir de 104 a.C., após a reforma de Mario, ca<strong>da</strong> legião passou a usar uma aquila<br />

(águia) como símbolo de estan<strong>da</strong>rte. O símbolo era levado por um oficial conhecido como aquilifer,<br />

e sua per<strong>da</strong> era considera<strong>da</strong> uma grande vergonha e freqüentemente levava à dispersão <strong>da</strong><br />

própria legião.<br />

Com o nascimento do Império <strong>Roma</strong>no, as legiões criaram uma ligação com seu líder, o próprio<br />

Imperador. Ca<strong>da</strong> legião possuia outro oficial, chamado imaginifer, cuja tarefa era carregar uma<br />

lança com um imago (imagem, escultura) do imperador como pontifex maximus.<br />

Além disso, ca<strong>da</strong> legião possuía um vexillifer, que carregava um vexillum ou signum, com nome e<br />

emblema <strong>da</strong> legião descritos, próprios <strong>da</strong> legião.


Vexillum<br />

Era comum para uma legião destacar algumas sub-uni<strong>da</strong>des do acampamento principal para<br />

fortificar outras uni<strong>da</strong>des. Nestes casos, as sub-uni<strong>da</strong>des destaca<strong>da</strong>s carregavam apenas um<br />

vexillum, e não o aquila, e eram chamados, conseqüentemente, vexillationes. Um mini-vexillum,<br />

montado numa base de prata, era as vezes presenteado a oficiais como reconhecimento pelos<br />

seus serviços após a aposentadoria.<br />

Signum<br />

Civis também podiam ser recompensados pela sua assistência às Legiões <strong>Roma</strong>nas. Era lhes<br />

<strong>da</strong>do uma flecha sem a ponta.


Algumas bandeiras legionárias<br />

Touro<br />

Raio<br />

Pégaso<br />

Loba alimentando os gêmeos


Leão<br />

Javali<br />

Escorpião<br />

Elefante


Capricórnio


Formações <strong>da</strong>s Legiões<br />

As formações romanas consistiam em formações em formatos retangulares formados pelos<br />

legionários. Ca<strong>da</strong> coluna possuía certo número de linhas que se diferenciavam por estarem mais<br />

próximas do inimigo, na vanguar<strong>da</strong>, ou mais distantes destes, na retaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> formação.<br />

Os legionários que se localizam na primeira linha começavam o assédio ao inimigo através de um<br />

poderoso ataque à curta distancia com a lança Pillum (descrita no artigo "Os Legionários") e as<br />

fileiras imediatamente anteriores às primeiras realizavam um ataque menos destrutivos com lanças<br />

mais leves. No final <strong>da</strong> formação se localizava um corneteiro e no meio se localizava um portaestan<strong>da</strong>rte.<br />

Na lateral direita de ca<strong>da</strong> formação ficava o centurião. As fileiras possuiam Decuriões<br />

que as organizava.<br />

Após as primeiras cargas, os legionários já se engajavam em combate corpo-a-corpo utilizando a<br />

Gládio Hispaniense, que era afiadíssima. A formação era compacta e <strong>da</strong>va espaço para a<br />

realização de outras táticas, como a formação Tartaruga (Testudo).<br />

Testudo<br />

A formação <strong>da</strong> Legião<br />

Com a força de uma legião, um general poderia dispô-la de modo a formar duas linhas. Ca<strong>da</strong> linha<br />

seria composta de cinco coortes, ligeiramente afasta<strong>da</strong>s. A primeira linha era forma<strong>da</strong> pela<br />

primeira,segun<strong>da</strong>, terceira, quarta e quinta coortes. Já a segun<strong>da</strong> seguia desde a sexta até a<br />

décima coorte, e ficava atrás <strong>da</strong> primeira. A coorte <strong>da</strong> extrema direita possuía uma força de<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 1100 homens e 30 cavaleiros, enquanto as outras dispunham de 550 homens e<br />

65 cavaleiros.<br />

Atrás <strong>da</strong> força principal, se localizavam sete uni<strong>da</strong>des de infantaria leve e outras sete uni<strong>da</strong>des de<br />

reservistas, respectivamente. O papel <strong>da</strong> cavalaria era proteger os flancos <strong>da</strong> legião, já que<br />

possuía alto poder de manobra.


Formação <strong>da</strong> Legião<br />

Formação de uma legião em trânsito<br />

Em uma caminha<strong>da</strong> em terreno hostil, uma formação totalmente diferente era adota<strong>da</strong>. A cavalaria<br />

tomava a vanguar<strong>da</strong> (frente) e era segui<strong>da</strong> por uma longa coluna de coortes. Atrás desta coluna,<br />

vinha a bagagem, servos e veículos, protegidos por muitas uni<strong>da</strong>des de cavalaria. Na retaguar<strong>da</strong>,<br />

estavam localiza<strong>da</strong>s muitas uni<strong>da</strong>des de cavalaria e infantaria, para garantir sua proteção. Nos<br />

limites <strong>da</strong> formação, estavam distribuías as forças mais leves, que serviam de escolta.


Formações de Batalha<br />

Primeira Formação<br />

Um general que tivesse mais homens que seu adversário, lançava mão de uma formação onde<br />

seu exército se fizesse uma linha, deixando por trás uni<strong>da</strong>des de reserva. A manobra consistia na<br />

superiori<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s forças do general <strong>Roma</strong>no. Uma vez percebi<strong>da</strong> a desvantagem, o inimigo iria<br />

tentar flanqueá-lo. Para isso, ele terá que lançar suas alas direita e esquer<strong>da</strong> em torno do exército,<br />

o que deixaria o seu centro desguarnecido.O reservistas surpreenderiam os inimigos na hora em<br />

que tentavam flanquear, fazendo assim com que não conseguissem abraçar totalmente o exército<br />

romano. Assim, livre, o centro romano poderia assediar o centro inimigo, já comprometido.


Segun<strong>da</strong> Formação<br />

Quando um general se julgasse inferior em força, adotaria a tática de atacar a ala esquer<strong>da</strong> do<br />

exército inimigo com a sua ala direita. Uma vez que a ala esquer<strong>da</strong> de um exército era considera<strong>da</strong><br />

mais fraca. Isso se devia ao fato de o lado mais fraco de um guerreiro ser o esquerdo, por ter que<br />

suportar o peso do escudo, sendo assim o lado esquerdo <strong>da</strong> formação. A sua ala direita <strong>da</strong>ria a<br />

volta na ala esquer<strong>da</strong> do oponente, atacando pela retaguar<strong>da</strong>. O centro se manteria alinhado e a<br />

sua ala esquer<strong>da</strong> ficaria à distancia <strong>da</strong> ala direita do inimigo(provavelmente ara evitar que o inimigo<br />

agisse conforme a mesma estratégia). As reservas apoiariam o ataque à ala esquer<strong>da</strong> do inimigo,<br />

ou ficariam para evitar ataques ao centro de sua formação.<br />

Terceira formação<br />

Quando a ala esquer<strong>da</strong> do seu exército é mais forte, você deve atacar a ala direita do seu inimigo.<br />

Esta tarefa era na<strong>da</strong> mais que um gesto desesperado. A sua ala esquer<strong>da</strong>, apoia<strong>da</strong> por forte<br />

cavalaria, atacaria a direita do inimigo. Sua ala direita, mais fraca, ficaria mais atrás do centro e a<br />

esquer<strong>da</strong> dos reservistas, que estariam mais ao fundo, alinhados com o centro.<br />

Quarta Formação<br />

Um general que pode confiar na disciplina de seus homens, deveria se engajar em um ataque com<br />

ambas as alas assediando suas respectivas adversárias. A maior efetivi<strong>da</strong>de do ataque estava no<br />

seu poder de choque. Ambas as alas do exército atacariam o inimigo, causando surpresa.<br />

Contrariamente, o ataque divide o exército em três partes. Assim, se o inimigo sobrevivesse ao à<br />

primeira carga, o centro <strong>Roma</strong>no ficaria vulnerável e as alas poderiam ser derrota<strong>da</strong>s<br />

separa<strong>da</strong>mente.<br />

Quinta formação<br />

Quando a infantaria leve de um exército é boa, coloque-a na frente do seu centro, para servir de<br />

cobertura, atacando ambas as alas. Esta proteção a mais, gera<strong>da</strong> pel infantaria leve e arqueiros,<br />

tornaria o centro menos vulnerável.<br />

Sexta formação<br />

Aquele que não pode confiar no poder e na disciplina de suas topas, deveria atacar a ala esquer<strong>da</strong><br />

de seu oponente coma sua ala direita, quebrando-o. Mantendo-se em linha, coma ala esquer<strong>da</strong> e o<br />

centro lado-a-lado e a reserva atrás deles, os romanos poderiam aproveitar a brecha forneci<strong>da</strong><br />

pelo ataque.<br />

Sétima formação<br />

Quando um exército era muito fraco em força ou quanti<strong>da</strong>de, usava-se a tática de cobrir ambos os<br />

flancos. No lado direito, poderia ser usa<strong>da</strong> a proteção de uma montanha ou rio, e no esquerdo,<br />

uni<strong>da</strong>des de valaria e topas leves cui<strong>da</strong>riam <strong>da</strong> cobertura do flanco. Os romanos teriam pouco a<br />

temer com tal formação.<br />

Li<strong>da</strong>ndo com bigas e elefantes<br />

Os romanos não costumavam usar bigas em seus combates, por serem estas apenas adequa<strong>da</strong>s<br />

a terrenos planos. Assim, quando li<strong>da</strong>vam com elas, costumavam colocar todo tipo de objeto que<br />

pudesse causar <strong>da</strong>no a elas.<br />

Os combatentes tinham muitas maneiras de li<strong>da</strong>r com elefantes montados. De fato, elefantes<br />

podiam carregar muitos sol<strong>da</strong>dos, e estes poderiam matar os legionários que se aproximassem,<br />

antes que eles pudessem causar <strong>da</strong>no ao animal. A primeira coisa era tentar matar o combatentes<br />

com arqueiros, o que era difícil ,pois os de cima do elefante provavelmente eram arqueiros<br />

também, e tinham vantagem de estar elevados. A segun<strong>da</strong> tática era cercar o animal com<br />

cavaleiros, e atirar javelins (<strong>da</strong>rdos) nele. Uma terceira era a de colocar barreiras em seu caminho<br />

e atacá-los pelo flanco.


Epílogo<br />

O Império <strong>Roma</strong>no foi, talvez, o Império que mais influenciou a História <strong>da</strong> Humani<strong>da</strong>de; deixou um<br />

legado que perdura até os diais atuais. Isso não teria sido possível sem o alcance que este Império<br />

teve, proveniente <strong>da</strong>s conquistas de não apenas uma excelente organização militar, avança<strong>da</strong>s<br />

técnicas de combate e rígi<strong>da</strong> disciplina e treinamento, mas <strong>da</strong> honra de seus sol<strong>da</strong>dos. A<br />

consciência de que <strong>Roma</strong> podia ir a qualquer lugar não provinha <strong>da</strong> mera imaginação de homens<br />

sonhadores; mas sim <strong>da</strong>s atitudes de homens que levaram <strong>Roma</strong> a lugares inimagináveis, e a<br />

tornaram o que ela foi e o que ela representa. Com a mesma tecnologia a disposição, teríamos<br />

feito o que eles fizeram? Teríamos chegado aonde eles chegaram?<br />

Talvez o principal legado que o Império <strong>Roma</strong>no tenha nos deixado é: podemos ir a qualquer lugar.<br />

Com organização, disciplina, coragem e honra, podemos ir a qualquer lugar. Com este<br />

pensamento, as legiões romanas tornaram o Império um dos maiores que o mundo já conheceu.<br />

Com este pensamento, podemos tornar nossas vi<strong>da</strong>s igualmente grandiosas.<br />

-SkyHunter


Créditos / Sites de Pesquisa<br />

Wikipedia (EUA)<br />

Wikipedia (BR)<br />

Provincia Brasilia<br />

Discovery Brasil<br />

<strong>Roma</strong> <strong>Antiga</strong><br />

O Império <strong>Roma</strong>no<br />

Victori - The <strong>Roma</strong>n Military<br />

E é claro...<br />

Google<br />

Cade<br />

Por Gabriel ‘SkyHunter’ <strong>–</strong> 2007<br />

Proibi<strong>da</strong> cópia ou reprodução do conteúdo deste arquivo sem autorização do autor.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!