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Faculdade de Medicina Veterinária - UTL Repository - Universidade ...

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estabelecido o reflexo, os estímulos sensoriais (visuais, auditivos e olfactivos) são<br />

suficientes para levar ao encerramento da goteira esofágica (Radostitis, Gay, Blood &<br />

Hinchcliff, 2007a).<br />

As alterações só se verificam <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o animal se começar a interessar por alimentos<br />

sólidos, o que acontece por volta das 2 a 3 semanas <strong>de</strong> vida. Nesta fase o abomaso<br />

aumenta gradualmente, ao passo que o rúmen e retículo têm um crescimento exponencial,<br />

alcançando o tamanho do abomaso às 8 semanas <strong>de</strong> vida e atingindo o dobro do abomaso<br />

às 12 semanas <strong>de</strong> vida (Dyce et al., 2004; Habel, 1986; Trent, 2004).<br />

2. Deslocamento do Abomaso<br />

2.1. Introdução<br />

O <strong>de</strong>slocamento do abomaso (DA) é o principal motivo para cirurgia abdominal em vacas<br />

leiteiras (Divers & Peek, 2008). Afecta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> vitelos a animais adultos, po<strong>de</strong>ndo assim<br />

atingir qualquer faixa etária e sexo (Divers & Peek, 2008; Trent, 2004).<br />

O <strong>de</strong>slocamento do abomaso po<strong>de</strong> dar-se à esquerda (DAE) ou à direita (DAD), sendo este<br />

último, por vezes complicado por torção ou vólvulo abomasal (VA). O DAE representa 80% a<br />

90% dos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento do abomaso (Radostitis, Gay, Blood & Hinchcliff, 2007b<br />

Trent, 2004).<br />

O primeiro caso <strong>de</strong> torção abomasal em vitelos foi <strong>de</strong>scrito em 1989, já a publicação dos<br />

casos <strong>de</strong> torção abomasal em vacas adultas datam <strong>de</strong> 1928 e 1930. Os primeiros casos <strong>de</strong><br />

DAE num animal adulto foram <strong>de</strong>scritos por Begg e Ford, ambos em 1950 (Breukink, 1991).<br />

Já o primeiro DAE num bezerro <strong>de</strong> três meses remonta a 1952 e foi <strong>de</strong>scrito por Jones<br />

(Geishauser, 1995).<br />

2.2. Deslocamento do abomaso à esquerda<br />

2.2.1. Etiopatogenia<br />

A etiologia do DAE é multifactorial, no entanto, está primariamente relacionada com a<br />

quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento ingerido antes e <strong>de</strong>pois do parto. O período <strong>de</strong><br />

transição, que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as 2 semanas pré-parto até às 2 a 4 semanas pós-parto, é o que<br />

apresenta maior risco na etiologia do DAE. A diminuição da ingestão <strong>de</strong> alimento no pré-<br />

parto e o seu lento aumento no pós-parto são factores <strong>de</strong> risco que causam diminuição do<br />

estado <strong>de</strong> repleção ruminal. A redução da ingestão <strong>de</strong> matéria seca (MS) é <strong>de</strong><br />

aproximadamente 35% na última semana pré-parto, o que faz aumentar as concentrações<br />

<strong>de</strong> triglicéridos hepáticos no pós-parto imediato (Bertics, Grummer, Cadorniga-Valino, &<br />

Stoddard, 1992). A elevada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentrado, dada na alimentação <strong>de</strong> vacas<br />

leiteiras, no pré-parto, provoca a diminuição da motilida<strong>de</strong> ruminal e o aumento da<br />

acumulação <strong>de</strong> gás no abomaso (Barker, Van Dreumel & Palmer, 1993; Radostitis et al.,<br />

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