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Dossier de Imprensa - Atalanta Filmes

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Romeu e Julietta em Portugal<br />

Pardo News | Jasmina Slacanin<br />

Dois adolescentes lutam pelo amor em O CAPACETE DOURADO apresentado na competição internacional<br />

Entre perigosas corridas <strong>de</strong> motos, álcool, faltar à escola e brigas, Jota, um jovem rapaz instável atravessa a<br />

sua vida sem um verda<strong>de</strong>iro objectivo. Um dia, socorre Margarida, a filha do director, extremamente calma e<br />

frágil…<br />

O Capacete Dourado é o seu primeiro filme. É inspirado numa história verda<strong>de</strong>ira…<br />

Sim, a história do filme é baseada num facto que aconteceu no norte <strong>de</strong> Portugal e que faz lembrar a história<br />

<strong>de</strong> Romeu e Julieta: Uma jovem rapariga <strong>de</strong> quinze anos e um rapaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>zoito anos <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m um dia não<br />

voltar mais a casa <strong>de</strong>pois da escola e vão embebedar-se num bar (esta é a versão jornalística). Como os seus<br />

pais se opunham à relação, eles <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m suicidar-se atando ambos uma corda ao pescoço antes <strong>de</strong> se<br />

enforcarem saltando <strong>de</strong> uma ponte. Mas só a jovem adolescente morre, a corda do jovem rapaz ficou mal<br />

atada. Esta história foi muito mediatizada em Portugal e o sobrevivente foi acusado <strong>de</strong> homicídio<br />

involuntário. Durante a rodagem, eu finalmente <strong>de</strong>cidi afastar-me da história popular, para não acabar o<br />

filme com um enforcamento, mas com um final feliz.<br />

Mas O CAPACETE DOURADO não se limita unicamente ao tema do amor. A adolescência, por exemplo, é<br />

retratada na sua total complexida<strong>de</strong>, com ternura e violência ao mesmo tempo.<br />

Eu tentei o mais fielmente possível representar os jovens portugueses. Tendo tido eu mesmo essa ida<strong>de</strong>,<br />

tentei dar às personagens do filme características e problemas das minhas próprias experiências e dos<br />

meus amigos que tinham todos entre vinte e vinte cinco anos.<br />

Todas as dificulda<strong>de</strong>s e frustrações com que nos <strong>de</strong>parámos no trabalho, durante os estudos ou no plano<br />

afectivo ajudaram-me bastante na direcção dos actores. Eu queria mostrar esta ida<strong>de</strong> como crescer e<br />

lembrar a <strong>de</strong>licada transição. Este filme traduz a realida<strong>de</strong>, sobre a vida <strong>de</strong> todos os dias. As personagens<br />

experimentam livremente, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma linguagem familiar. Os seus gestos, muito naturais, seguem essa<br />

mesma lógica.<br />

Também existe no seu trabalho uma dimensão crítica sobre a socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna, as suas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, e<br />

preconceitos que existem entre as diferentes classes sociais…<br />

Sim, essa critica está presente mas ao nível metafórico. Ela está presente notavelmente na representação<br />

das instituições, da escola ou ainda na relação da personagem da Margarida e os seus pais. Uma das minhas<br />

cenas preferidas é aquela em que a jovem rapariga toma o pequeno-almoço com os pais. Eles sentados à<br />

mesa em frente à refeição, sem falarem. Margarida é constantemente super visada pelos olhares insistentes<br />

e inquietantes dos pais. Eu escolhi fazer durar essa cena muito silenciosa para criar um mal-estar e insistir<br />

nos problemas <strong>de</strong> comunicação entre as gerações. Essa cena ilustra perfeitamente, na minha opinião, os<br />

problemas com que as famílias dos nossos dias se <strong>de</strong>param.<br />

Como é que captou em imagem a vida quotidiana com tanto realismo? As interpretações dos actores são<br />

impressionantes, muito naturais.<br />

Para mim, filmar é uma experiência visceral. Eu procuro a verda<strong>de</strong> antes <strong>de</strong> tudo. Em cada cena, em cada<br />

imagem, esforço-me por nunca mentir. Acredito no que filmo, acredito nos meus actores. Filmo até estar<br />

totalmente satisfeito com o resultado. Mas é muito difícil para mim falar à posteriori do meu trabalho. Cada<br />

espectador fará a sua interpretação.

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