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Enilda Cabral Barreto (ERASB).pdf - cchla

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se realiza”. Trabalhar essa realidade significa oportunizar outras descobertas, as quais foram<br />

deixadas de lado e que, por sua vez, permitiram a expansão do preconceito linguístico, bem<br />

como apoderar os estudantes de argumentos plausíveis para se defenderem caso sejam vítimas<br />

do mesmo.<br />

Sabemos que é papel da escola ensinar o padrão culto, uma vez que o popular, ou<br />

mesmo, o não-padrão, os estudantes já sabem e dominam muito bem, considerando seu<br />

âmbito social extraclasse (família, vizinhança, amigos etc). Possenti (2004, p. 33) afirma:<br />

O objetivo da escola é ensinar o Português padrão, ou, talvez mais<br />

exatamente, o de criar condições para que ele seja aprendido. Qualquer outra<br />

hipótese é um equívoco político e pedagógico.<br />

Logicamente seria contraditória qualquer menção a respeito do dever da escola com<br />

relação ao ensino de português se esse não fosse o de ensinar o padrão. Todavia, a realidade<br />

da sala de aula foge dessa regra. As influências cotidianas dos estudantes com relação à língua<br />

e aos seus usos, na sua maioria, estão marcadas única e exclusivamente pela oralidade.<br />

Embora eles assistam às aulas na modalidade padrão, leiam livros e revistas, pesquisem na<br />

internet e na biblioteca, apresentam resistência, ou talvez, inadaptação ao uso do padrão<br />

formal quer na modalidade oral, quer na escrita.<br />

De acordo com Bechara (2002, p. 38),<br />

O professor de hoje reconhece que o aluno vem com sua modalidade<br />

linguística. Uma língua que só tem uma modalidade é uma língua morta. O<br />

ideal é que o aluno seja poliglota na própria língua, que ele aprenda o maior<br />

número de realidades da sua língua e até a língua padrão porque senão vai<br />

cometer vários erros de tradução na própria língua.<br />

A proposta de ser “poliglota na própria” língua abre espaço para uma série de<br />

alternativas para o professor com relação ao ensino de português. Na atualidade, fala-se em<br />

adequação do discurso. Isso resultaria na prática pedagógica do professor aproveitar os falares<br />

dos alunos (trazidos de casa e da comunidade em geral) e lhes apresentar a ideia de adequar<br />

tais falares às diversas situações comunicativas. Seria a saída para se falar em preconceito<br />

linguístico e, a partir de então, desmistificá-lo.<br />

Como os PCN (1999) de língua reconhecem o caráter múltiplo da linguagem resta,<br />

pois ao professor de Português saber o que fazer com os falares dos estudantes. Na verdade,<br />

como bem argumenta Bortoni-Ricardo (2004), a variação é inerente a toda comunidade<br />

linguística. Nessa visão, na sala de aula há, sem dúvida, a presença de diversas variedades.

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