Enilda Cabral Barreto (ERASB).pdf - cchla

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Contexto da produção: Variação regional evidenciada através das falas de jovens de lugares diversos do país que se encontram numa república para dividirem as despesas e estudarem. O fragmento abaixo representa a chegada de cada uma delas na república: Ana Paula: Oxente, num chego ninguém ainda? Vô arrumar a casa porque isso tá uma bagunça. (cantando) vou não, quero não, que a mulé num deixa não, eita cantora arretada (...) Geane: Uai sô Ana Paula: Oi nêga, entra (se abraçam) Geane: Quem é você? Ana Paula: Pode mim chamar de Val, sou de Pernambuco, moro em Ouricuri e tu? Geane: Sou Fernanda, pode me chamar de Nanda sô. (...) (Chega outra estudante) Marinalva: (...)Sou Tatiane, sou da cidade maravilhosa, vim pra Sampa fazer facul de medicina na Unicamp e curtir pra caramba. (chega mais uma estudante) Claudiana: Olá, gurias (todas): Oi Marinalva: aqui é assim, chega, fala o nome, a quê veio e se gosta de curtir como eu. Claudiana: Calma thê, já vou me apresentar. Sou Solange, mas pra ti posso ser Sol. Sou gaúcha do Rio Grande do Sul, vim a São Paulo fazer engenharia na Unicamp. Ana Paula: Vigi que chic! Marinalva: Que nada, guria. (Chega mais uma estudante) Juliane: (...) Sou Claudinha... vim fazer Direito na Unicamp. E tu ainda me pergunta se gosto de farra? Meu velho, se tiver uma latinha batendo,eu já tô no meio. (...) Geane: Calma aí galera, mim falaram que seriam seis pessoas, já estamos em cinco, falta mais uma uai. Adeilda: Quem faltava já chegou
(Discurso de formatura): Geane: Sabemos que a nossa vida depende basicamente de duas coisas: das escolha que fazemos e das oportunidades que tivemos. Ao longo desses anos, além de formarmos laços de amizades, fomos capazes de entender que há várias formas de nos expressar. Convivendo com pessoas de diferentes regiões, observamos que o falar varia..., os costumes variam, assim é a vida! As mudanças ocorrem ao longo de nossas vidas, são apenas formas de adaptação. É como ocorre com as variações linguísticas, por exemplo. Não devemos usar a linguagem coloquial em uma entrevista de emprego ou numa palestra. Precisamos nos adaptar e respeitar o falar dos outros... O texto acima após as revisões e constantes ensaios foi encenado na escola para as turmas, como todos os demais, no dia da culminância do projeto. Tratou-se da 3ª etapa do projeto, fase em que o estudo da variação linguística atingiu seu ápice. De modo que os alunos da nossa entidade de ensino conheceram a essência do nosso estudo e refletiram a cerca das discriminações que muitos usuários da língua portuguesa passam pelo simples fato de falarem diferente das camadas de maior prestígio social. Foram momentos de risos e aplausos dos alunos visitantes, mas também de muita atenção às peças apresentadas. Quanto ao exemplo acima, percebemos a que nível de conhecimento chegaram as participantes. A produção textual, na sua essência, mostrou o conhecimento das produtoras no que tange ao uso das gírias características de cada região (oxente – pernambucana; uai – mineira; thê- gaúcha; caramba – carioca), por outro lado, os diálogos estiveram sempre marcados pelo respeito ao “diferente” como pudemos observar no discurso elaborado pela formanda “... precisamos nos adaptar e respeitar o falar dos outros”. Em todas as produções os alunos demonstraram o cuidado de mostrar a variação da língua para que os ouvintes compreendessem e desfizessem o preconceito linguístico, sem, contudo menosprezar a linguagem padrão. A esse respeito segue o exemplo 02, o qual trata-se de uma apresentação de um telejornal cujo objetivo foi demonstrar um evento comunicativo formal. Vale salientar que em todas as apresentações houve a presença da mediadora a qual intervinha e dava as explicações para os ouvintes (professores e estudantes convidados) sobre os usos da língua. No fragmento abaixo, por exemplo, ela explica o porquê dos repórteres utilizarem o nível formal naquela situação. Vejamos a produção criativa de mais um grupo de estudantes: Exemplo 02
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Page 9 and 10: Filha: Licença! Bom dia! Gostaria
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