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texto do projeto (pdf) - MULTIRIO

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E.M.03.13.005 CESAR AUGUSTO SOARES<br />

BRINCADEIRAS DE ONTEM E HOJE<br />

PROFESSORES ENVOLVIDOS NO PROJETO : TODOS DA ESCOLA<br />

AUTOR: MARILUCI DE SOUSA COSTA<br />

CARGO/ FUNÇÃO : PROF . II / COORDENADORA PEDAGÓGICA<br />

DISCIPLINAS: LÍNGUA PORTUGUESA, ARTES, HISTÓRIA<br />

SÉRIES/ TURMAS : DE EDUCAÇÃO INFANTIL À 3 ª SÉRIE<br />

RESUMO DO PROJETO:<br />

O Projeto “ Brincadeiras de Ontem e Hoje”, realiza<strong>do</strong> com alunos de todas as<br />

turmas da escola , teve por escopo o resgate das brincadeiras antigas e sua utilização na<br />

hora <strong>do</strong> recreio para tentar dizimar a violência observada. Para auxiliar o alcance desta<br />

meta foram utiliza<strong>do</strong>s recursos de mídia como livros, computa<strong>do</strong>r e internet, além de<br />

<strong>texto</strong> <strong>do</strong> site Século XXI sobre violência urbana. Partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> questionamento <strong>do</strong>s<br />

professores sobre o comportamento na hora <strong>do</strong> recreio foram traçadas várias atividades,<br />

entre as quais encontramos: releitura de obras de arte com editor de imagens, confecção<br />

de gifs anima<strong>do</strong>s com bonecos de massinha, criação de blog, envio de e-mail e<br />

confecção de flip book no Paint Brush.<br />

ESTRUTURA DO PROJETO<br />

APRESENTAÇÃO DO TEMA:<br />

Em consonância com o Projeto Político Pedagógico (VALORIZANDO A VIDA) e<br />

de acor<strong>do</strong> com a necessidade observada na hora <strong>do</strong> recreio, surgiram as seguintes<br />

questões nortea<strong>do</strong>ras deste <strong>projeto</strong> :<br />

• Por que as crianças não brincam ou só querem utilizar “brincadeiras” agressivas?<br />

• A área onde moram e/ou a época atual não permitem as brincadeiras ingênuas?<br />

• As crianças não têm quem repasse as brincadeiras de antigamente ?<br />

Consideran<strong>do</strong> que para gostar ou valorizar é necessário primeiro conhecer,<br />

partimos para atividades que fizessem com que o aluno entrasse em contato com as<br />

brincadeiras antigas de formas variadas. Esta seria a resposta educativa que a escola<br />

poderia fornecer para tentar lidar com essas questões.<br />

OBJETIVOS:<br />

• Resgatar as brincadeiras antigas para utilizá-las na hora <strong>do</strong> recreio e minimizar a<br />

violência .<br />

• Apropriar-se da informática para: pesquisar; desenvolver o senso artístico; produção<br />

de <strong>texto</strong>s, intercâmbio cultural e reflexão.<br />

MÍDIAS UTILIZADAS:<br />

• Programas de computa<strong>do</strong>r para edição de <strong>texto</strong>s e de imagens;<br />

• Internet para pesquisas e envio de e-mail;


• Música Bola de Meia , Bola de Gude de Milton Nascimento e Fernan<strong>do</strong> Brant;<br />

• Livro “Portinholas” de Ana Maria Macha<strong>do</strong> com obras de Portinari .<br />

PÚBLICO ALVO:<br />

O <strong>projeto</strong> tem como público-alvo alunos de todas as turmas da Escola Municipal<br />

Cesar Augusto Soares ( de EI à 3ª série)<br />

DURAÇÃO / PERÍODO:<br />

O Projeto tem previsão de quatro meses ( agosto-novembro/2005)<br />

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO<br />

REALIZAÇÃO DO PROJETO:<br />

Integra<strong>do</strong> ao Projeto Político Pedagógico ( Valorizan<strong>do</strong> a Vida), o <strong>projeto</strong><br />

Brincadeiras de Ontem e Hoje surgiu da necessidade, constatada no 2 º Conselho de<br />

Classe, de uma contrapartida da escola em relação às questões observadas no<br />

comportamento <strong>do</strong>s alunos na hora <strong>do</strong> recreio. Para tanto, foram planejadas no primeiro<br />

Centro de Estu<strong>do</strong>s de agosto atividades significativas com o intuito de fazer o aluno<br />

entrar em contato com o universo das brincadeiras tão necessário ao desenvolvimento<br />

infantil. Os ensinamentos de Vygotsky (1988) que “a cultura forma a inteligência e a<br />

brincadeira favorece a criação de situações imaginárias e reorganiza experiências<br />

vividas”, foram a base de nosso <strong>projeto</strong>, pois justamente, através das brincadeiras é que<br />

a criança aprende a criar significações, entender regras, expressar a linguagem e a se<br />

socializar.<br />

Como não há como obter sucesso em um <strong>projeto</strong> sem o engajamento <strong>do</strong>s<br />

professores, partimos para a sensibilização destes, mexen<strong>do</strong> em sua memória afetiva,<br />

na seguinte atividade: De que você brincava quan<strong>do</strong> criança? ( utilização da foto <strong>do</strong><br />

rosto <strong>do</strong> professor para complementar no PAINT BRUSH a ilustração de sua brincadeira<br />

preferida.<br />

Conforme também foi preconiza<strong>do</strong> por Vygotsky, para atuarmos na zona de<br />

desenvolvimento proximal da criança é necessário detectar qual é o seu desenvolvimento<br />

real, ou seja, no caso em questão isto se refere às brincadeiras já conhecidas pelas<br />

crianças. Para identificar isto, cada turma traçou uma lista das brincadeiras utilizadas.<br />

Objetivan<strong>do</strong> a investigação das questões nortea<strong>do</strong>ras, agendamos uma incursão<br />

na Comunidade Dois de Maio ( Engenho Novo) onde reside a maioria de nossas<br />

crianças. Entrevistamos alguns responsáveis para saber de que brincavam quan<strong>do</strong><br />

crianças e vimos de que e onde as crianças brincam ( coleta de da<strong>do</strong>s através de fotos e<br />

gravação - realização no centro de estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> dia 10/08).<br />

As turmas de 3ª série, em grupos, utilizaram o Laboratório de Informática para<br />

fazer pesquisa sobre brincadeiras em sites ( pré-seleciona<strong>do</strong>s). Foi feita a reescrita <strong>do</strong><br />

<strong>texto</strong> sobre as brincadeiras encontradas. Também enviamos e-mail para escolas em<br />

várias regiões <strong>do</strong> Brasil indagan<strong>do</strong> sobre brincadeiras prediletas <strong>do</strong>s alunos.<br />

As turmas <strong>do</strong> Ciclo ( perío<strong>do</strong> intermediário) fizeram acrósticos com a palavra-chave<br />

BRINCADEIRAS, BRINQUEDOS e CANTIGAS.<br />

Utilizan<strong>do</strong> o Livro Portinholas de Ana Maria Macha<strong>do</strong>, feito com quadros de<br />

Portinari sobre o tema de brincadeiras, conversamos com as crianças um pouco sobre o<br />

pintor e sugerimos a brincadeira de estátua imitan<strong>do</strong> poses <strong>do</strong> livro para serem<br />

fotografadas ( quadros vivos)<br />

O perío<strong>do</strong> inicial <strong>do</strong> ciclo fez a releitura das obras de Portnari usan<strong>do</strong> as fotos<br />

recortadas <strong>do</strong>s quadros vivos e programas de edição de imagens ( photo shop e paint<br />

brush).<br />

Utilizan<strong>do</strong> a maquete da escola, os alunos <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> final <strong>do</strong> ciclo representaram


com bonecos de massinha, os bons e maus comportamentos na hora <strong>do</strong> recreio. Esta<br />

atividade permitiu a exteriorização de sentimentos e a desconstrução de atitudes já<br />

automatizadas pelos alunos.<br />

A professora de Sala de leitura fez a interpretação e ilustração da música Bola de<br />

Meia, Bola de Gude (de Milton Nascimento e Fernan<strong>do</strong> Brant) com a turma da<br />

Progressão. No laboratório de Informática estes desenhos digitaliza<strong>do</strong>s foram anima<strong>do</strong>s<br />

por duplas de alunos da mesma turma e a Coordena<strong>do</strong>ra Pedagógica, de acor<strong>do</strong> com a<br />

interpretação da música .<br />

Utilizan<strong>do</strong> um cenário feito com caixa de papelão, os alunos encenaram<br />

brincadeiras com bonecos de massinha, foram tiradas fotos em várias posições para<br />

serem colocadas no programa Gypsee Pro e fazer gifs anima<strong>do</strong>s.<br />

As professoras de Educação Física fizeram oficinas de brinque<strong>do</strong>s com sucata.<br />

Acreditamos que quan<strong>do</strong> a criança cria o seu próprio brinque<strong>do</strong> está descobrin<strong>do</strong> o<br />

encanto nas coisas simples e desmistifica o entendimento ofereci<strong>do</strong> pela mídia de que a<br />

felicidade está associada a brinque<strong>do</strong>s caros. Isso é mais <strong>do</strong> que uma nova forma de<br />

brincar é uma mudança de visão de mun<strong>do</strong>.<br />

Mais uma vez buscamos a integração com a comunidade, trazen<strong>do</strong> alguns<br />

responsáveis para fazer o repasse das brincadeiras de sua infância na aula de Educação<br />

Física, professores e funcionários também entraram nas brincadeiras. Nesta atividade<br />

observamos o disposto por Rubem Alves, pois há brinque<strong>do</strong>s que não se pode tocar<br />

nem pegar, porque são feitos com palavras.<br />

A professora Paula (enquanto seus alunos estavam na aula de Educação Física),<br />

empregou seu talento para desenho orientan<strong>do</strong> alunos numa oficina para criação de um<br />

flip book com jogos de bola, peteca e ioiô em movimento.<br />

A professora Raquel, utilizan<strong>do</strong> os conhecimentos adquiri<strong>do</strong>s no curso de<br />

integração com a Multirio (enquanto sua turma ficava em atividades com a professora de<br />

Sala de Leitura), orientou alunos da 3ª série para a criação <strong>do</strong> blog da escola. Este<br />

trabalho tem seu desenvolvimento durante duas horas semanais. Neste blog estão sen<strong>do</strong><br />

publica<strong>do</strong>s os trabalhos da escola desenvolvi<strong>do</strong>s durante o ano.<br />

Como foi observa<strong>do</strong> , todas as turmas estão participan<strong>do</strong> <strong>do</strong> Projeto, as atividades<br />

foram distribuídas de acor<strong>do</strong> com a faixa etária . A utilização <strong>do</strong> Laboratório está sen<strong>do</strong><br />

feita em pequenos grupos .<br />

O <strong>projeto</strong> está sen<strong>do</strong> avalia<strong>do</strong> após o término de cada atividade de maneira<br />

coletiva; assim como em to<strong>do</strong>s os centros de estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, para replanejamento<br />

e também com a observação de algumas mudanças de atitudes <strong>do</strong> aluno demonstran<strong>do</strong><br />

sua conscientização <strong>do</strong> valor das brincadeiras sem agressividade.<br />

O <strong>texto</strong> sobre violência urbana <strong>do</strong> site <strong>do</strong> século XXI norteou o enfoque da<strong>do</strong> ao<br />

<strong>projeto</strong> no senti<strong>do</strong> de entendermos que nenhum elemento isoladamente pode ser<br />

responsabiliza<strong>do</strong> pelo atual quadro de violência, portanto não procuramos explicar e<br />

buscar soluções simplistas. Estamos fazen<strong>do</strong> o que é possível fazer no âmbito escolar.<br />

Analisan<strong>do</strong> as atividades desenvolvidas até agora no <strong>projeto</strong>, percebemos alguns<br />

da<strong>do</strong>s fundamentais para a compreensão das questões nortea<strong>do</strong>ras. A visita ao local de<br />

moradia foi crucial para percebermos de perto que uma parcela da comunidade veio <strong>do</strong><br />

nordeste e não teve infância, porque começou a trabalhar muito ce<strong>do</strong>. Outra parcela<br />

engravi<strong>do</strong>u precocemente e também quase não teve infância, pois já havia violência<br />

generalizada por ocasião de sua formação. Observamos também <strong>do</strong>is extremos: a<br />

criança que é totalmente solta, exposta a to<strong>do</strong>s os riscos e aquela que a mãe não deixa<br />

nem colocar o pé na porta sozinha, temerosa <strong>do</strong>s perigos inerentes ao local. Com relação<br />

às atividades realizadas com as crianças, todas contribuíram para a reflexão. Tentamos<br />

mudar o foco: colocar brincadeiras saudáveis no lugar <strong>do</strong> que antes eles chamavam de<br />

“brincadeiras”, isto é, encarnações, ofensas e agressões. Sabemos que conflitos sempre<br />

ocorrerão em qualquer lugar de convívio, mesmo na hora das brincadeiras há sempre


aquele que não respeita as regras e desencadeia brigas, porém, o que estamos tentan<strong>do</strong><br />

é mostrar que existem outras maneiras de resolver conflitos , ou seja, de mo<strong>do</strong> pacífico. A<br />

grande dificuldade é que onde moram, vence o que fala mais alto, intimida e fere mais.<br />

Estes são os valores vivencia<strong>do</strong>s lá e na escola prega-se justamente o contrário, eis o<br />

choque de culturas.<br />

Mesmo com toda dificuldade, obtivemos ganhos enormes, pois nenhum discurso<br />

se compara à satisfação estampada no rosto de uma criança ao ver o seu próprio<br />

desenho ou o boneco de massinha que produziu, em movimento na tela de um<br />

computa<strong>do</strong>r. Este aluno teve também a chance de ver a sua comunidade sen<strong>do</strong><br />

importante e motivo de visita; percebeu que correio eletrônico e internet não são só<br />

coisas de televisão e ele mesmo pode ter acesso, ou ainda que ele é capaz de produzir o<br />

seu brinque<strong>do</strong>. Tu<strong>do</strong> isso demonstra que houve um investimento em sua auto-estima e<br />

que ele e seus colegas podem aparecer de forma positiva, ou seja, são capazes de ser<br />

reconheci<strong>do</strong>s por seu la<strong>do</strong> bom. Isto aumenta o seu poder de escolha, pois obviamente<br />

quan<strong>do</strong> só conhecemos um enfoque, ficamos escravos daquela única maneira de ver a<br />

vida. Já com o <strong>projeto</strong> foi garantida a ele a liberdade de fazer sua opção, pois ampliamos<br />

os seus referenciais. Esta é a função precípua da Educação e a informática na escola<br />

precisa servir a este ideal!

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