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Medidas I - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

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<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Estadual</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong><br />

Curso <strong>de</strong> Física (2 a Licenciatura) - Física Experimental A<br />

MEDIDAS I<br />

1 Objetivos<br />

Efetuar e registrar medidas consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os erros e incertezas<br />

envolvidas no processo.<br />

2 Introdução<br />

Apesar <strong>de</strong> se afirmar que a Física é uma ciência exata,<br />

não existe uma única medida em toda a Física que esteja<br />

isenta <strong>de</strong> algum erro. Por mais que seja sofisticada<br />

a aparelhagem utilizada os erros são uma presença constante<br />

e o bom experimenta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve apren<strong>de</strong>r a conviver<br />

com eles e minimizar os seus efeitos.<br />

Ao fazermos a medida <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong>za física, o<br />

valor encontra<strong>do</strong> não coinci<strong>de</strong> com o real da mesma.<br />

Quan<strong>do</strong> este resulta<strong>do</strong> vai ser aplica<strong>do</strong>, é necessário<br />

saber com que certeza a gran<strong>de</strong>za física é representada<br />

pelo número obti<strong>do</strong>. Deve-se, então, po<strong>de</strong>r expressar<br />

a incerteza <strong>de</strong> uma medida em termos que sejam compreensíveis<br />

a outras pessoas e para isto usa-se uma linguagem<br />

padronizada e méto<strong>do</strong>s a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para combinar<br />

incertezas <strong>do</strong>s diversos fatores que influenciam no<br />

resulta<strong>do</strong>.<br />

3 Erros<br />

Os erros são classifica<strong>do</strong>s em três gran<strong>de</strong>s grupos: grosseiros,<br />

sistemáticos e aleatórios.<br />

3.1 Erros Grosseiros<br />

São aqueles que ocorrem por inabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> experimenta<strong>do</strong>r<br />

e são provenientes <strong>de</strong> enganos , uso ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

instrumentos, técnicas <strong>de</strong>ficientes, etc.<br />

3.2 Erros Sistemáticos<br />

São aqueles que ocorrem sempre <strong>do</strong> mesmo jeito e são<br />

provenientes <strong>de</strong>: erros <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong> instrumentos, erros<br />

<strong>do</strong> observa<strong>do</strong>r na leitura <strong>do</strong> instrumento, instrumentos<br />

utiliza<strong>do</strong>s em condiçõe ina<strong>de</strong>quadas, etc. Os erros<br />

sistemáticos po<strong>de</strong>m ser elimina<strong>do</strong>s ou compensa<strong>do</strong>s.<br />

3.3 Erros Aleatórios ou Aci<strong>de</strong>ntais<br />

Ocorrem quan<strong>do</strong> em uma série <strong>de</strong> medidas ora obtemos<br />

um valor, ora outro <strong>de</strong> forma imprevisível. Com este tipo<br />

<strong>de</strong> erro é mais difícil <strong>de</strong> lidar e com ele po<strong>de</strong>mos apenas<br />

1<br />

obter uma minimização <strong>de</strong> seus efeitos. Ele nunca é totalmente<br />

elimina<strong>do</strong>. Geralmente são <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s a condições<br />

que flutuam como por exemplo, variações na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia<br />

elétrica, variações verificadas no comprimento <strong>de</strong><br />

um objeto por irregularida<strong>de</strong>s da superfície, etc.<br />

4 Instrumentos <strong>de</strong> Medida<br />

Para <strong>de</strong>terminarmos o valor <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong>za física precisamos<br />

comparar com um padrão previamente <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>.<br />

Logo a qualida<strong>de</strong> da medida <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>do</strong> padrão<br />

utiliza<strong>do</strong>. Os padrões <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> precisão (primários) são<br />

<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maneira bastante complexa e necessitam <strong>de</strong><br />

tecnologia avançada para serem reproduzi<strong>do</strong>s. Desta<br />

forma utilizamos padrões mais simples (secundários)<br />

aferi<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong>s padrões primários, porém menos<br />

precisos.<br />

A imprecisão <strong>do</strong>s instrumentos utiliza<strong>do</strong>s como<br />

padrões secundários será estimada pela incerteza instrumental,<br />

e caracteriza a faixa <strong>de</strong> valores <strong>de</strong>ntro da qual se<br />

encontra o valor verda<strong>de</strong>iro da gran<strong>de</strong>za medida. Dentre<br />

as características <strong>do</strong>s instrumentos que influenciam em<br />

sua precisão po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar:<br />

• Resolução: expressão quantitativa da aptidão<br />

<strong>de</strong> um instrumento <strong>de</strong> distinguir valores muito<br />

próximos da gran<strong>de</strong>za a medir. Esta é composta<br />

<strong>de</strong> diversas marcas e a diferença entre os valores <strong>de</strong><br />

duas marcas sucessivas, valor <strong>de</strong> uma divisão, caracteriza<br />

a resolução <strong>do</strong> instrumento. A indicação,<br />

valor <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong>za medida fornecida pelo instrumento,<br />

po<strong>de</strong>, em muitos casos, ser feita com<br />

interpolação da escala <strong>de</strong> medida.<br />

• Limiar: menor variação <strong>de</strong> um estímulo que<br />

provoca a variação perceptível na resposta <strong>de</strong> um<br />

instrumento <strong>de</strong> medir. Ele po<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> diversos<br />

fatores como o ruí<strong>do</strong>, o atrito, o amortecimento<br />

ou a inércia. Exemplo: se uma balança só acusa<br />

variação na sua indicação com a adição <strong>de</strong> 0,1 g ou<br />

mais à massa medida seu limiar <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> é <strong>de</strong><br />

0,1 g.<br />

• Estabilida<strong>de</strong>: aptidão <strong>de</strong> um instrumento <strong>de</strong><br />

medir em conservar constantes seus parâmetros<br />

metrológicos. O mais comum é consi<strong>de</strong>rar a estabilida<strong>de</strong><br />

em função <strong>do</strong> tempo, embora também possa<br />

estar relacionada a outros parâmetros como temperatura<br />

e umida<strong>de</strong>. Nesses casos é preciso especificar<br />

a gran<strong>de</strong>za à qual a estabilida<strong>de</strong> está relacionada.


• Justeza: aptidão <strong>de</strong> um instrumento <strong>de</strong> medir para<br />

dar indicações isentas <strong>de</strong> erros sistemáticos.<br />

• Fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>: aptidão <strong>de</strong> um instrumento <strong>de</strong> medir<br />

para dar, sob condições <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>finidas, respostas<br />

próximas para aplicações repetidas <strong>de</strong> um<br />

mesmo estímulo.<br />

Além disso é necessário ainda satisfazer as condições<br />

<strong>de</strong> referência, ou seja, condições <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> um instrumento<br />

prescritas para assegurar a valida<strong>de</strong> na comparação<br />

<strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> medições.<br />

5 Algarismos Significativos<br />

A exatidão <strong>de</strong> uma experiência <strong>de</strong>ve ser evi<strong>de</strong>nciada<br />

na forma pela qual o resulta<strong>do</strong> é escrito. O primeiro<br />

cuida<strong>do</strong> a ser toma<strong>do</strong>, no registro <strong>de</strong> uma medidal, é<br />

com relação ao significa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s algarismos que aparecem<br />

no registro. A leitura <strong>do</strong> valor da medida <strong>de</strong>ve se prolongar<br />

até o algarismo correspon<strong>de</strong>nte ao da incerteza<br />

instrumental. Por exemplo, se a incerteza na medida<br />

feita com um paquímetro é <strong>de</strong> ±0, 1mm, a leitura <strong>de</strong>ve<br />

registrar até o décimo <strong>do</strong> milímetro, ou seja, um comprimento<br />

L <strong>de</strong>ve ser li<strong>do</strong> na forma L = 12, 3mm.<br />

No caso <strong>de</strong> não se saber qual é a incerteza da medida,<br />

esta <strong>de</strong>ver ser assumida como sen<strong>do</strong> igual à meta<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

menor intervalo <strong>de</strong> medida <strong>do</strong> instrumento. Uma<br />

régua milimetrada <strong>de</strong>ve, em princípio, garantir a leitura<br />

<strong>do</strong> milímetro e, por convenção, permitir a observação<br />

<strong>de</strong> mais um algarismo sobre o qual inci<strong>de</strong> a incerteza instrumental<br />

<strong>de</strong> ±0, 5mm. Por exemplo: o valor 514, 0mm<br />

indica que se pô<strong>de</strong> observar o milímetro e que há uma<br />

dúvida sobre o algarismo correspon<strong>de</strong>nte ao décimo <strong>de</strong><br />

milímetro. Caso fosse possível observar este algarismo<br />

através <strong>de</strong> um instrumento mais exato, e este fosse zero,<br />

a medida seria escrita na forma 514, 00mm, na qual o algarismo<br />

correspon<strong>de</strong>nte ao centésimo <strong>de</strong> milímetro teria<br />

si<strong>do</strong> estima<strong>do</strong>.<br />

O número <strong>de</strong> algarismos significativos em um resulta<strong>do</strong><br />

inclui to<strong>do</strong>s aqueles li<strong>do</strong>s diretamente mais o estima<strong>do</strong>,<br />

quan<strong>do</strong> for o caso. Esse número é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> por:<br />

1. o algarismo mais a esquerda não-nulo é o algarismo<br />

mais significativo (exemplo: 0, 05140m);<br />

2. o algarismo mais a direita é o menos significativo,<br />

mesmo sen<strong>do</strong> zero (exemplo: 51, 40m);<br />

3. to<strong>do</strong>s os algarismos entre o mais e o menos significativo<br />

são conta<strong>do</strong>s como significativos (exemplos:<br />

0, 05140m, 51, 40cm, 5, 140x10 5 µm ou 514, 0mm,<br />

to<strong>do</strong>s com 4 algarismos significativos).<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algarismos significativos <strong>de</strong> uma<br />

medida não se altera mediante uma transformação <strong>de</strong><br />

unida<strong>de</strong>s, como po<strong>de</strong> ser ver nos exemplos acima. Mas,<br />

precisamos ter cuida<strong>do</strong> ao efetuarmos mudanças <strong>de</strong><br />

unida<strong>de</strong>. Por exemplo: 3, 50m = 350cm e 3, 5m =<br />

350cm Neste casos o procedimento correto é lançarmos<br />

mão da notação em potência <strong>de</strong> <strong>de</strong>z e escrevermos:<br />

3, 5m = 3, 5x10 2 cm<br />

2<br />

Alguns autores estabelecem que, nos casos em que não<br />

há vírgula <strong>de</strong>cimal, o algarismo menos significativo é<br />

o não-nulo mais a direita. Por exemplo, quan<strong>do</strong> dizemos<br />

que, no curso <strong>de</strong> Física Experimental A, existem<br />

1000 alunos matricula<strong>do</strong>s, estamos apenas informan<strong>do</strong><br />

o dígito 1. Os três zeros aparecem apenas para indicar a<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za. Essa forma <strong>de</strong> escrever é muito utilizada<br />

em textos não-científicos. Se quiséssemos aplicar<br />

o critério <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>, nos três itens anteriores, <strong>de</strong>veríamos<br />

escrever 1x10 3 alunos, o que sobrecarregaria a redação.<br />

Por isso, para se evitar ambigüida<strong>de</strong>, nos casos em que<br />

se <strong>de</strong>seja dar significa<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s os algarismos, <strong>de</strong>ve-se<br />

escrever o valor na forma 1,000x10 3 alunos. Nestes, to<strong>do</strong>s<br />

os quatro algarismos são significativos.<br />

5.1 Operações com Algarismos Significativos<br />

Já estamos conscientes que o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma medida<br />

direta possui uma incerteza. Todavia, em nossos trabalhos,<br />

inúmeras vezes não po<strong>de</strong>mos medir diretamente<br />

a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> interesse. Somos então força<strong>do</strong>s a obter<br />

esse valor através <strong>de</strong> outros, ou seja, necessitamos realizar<br />

uma medida indireta. Por exemplo, ao <strong>de</strong>terminar<br />

a velocida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> um móvel, necessitamos medir o<br />

tempo e o espaço percorri<strong>do</strong>.<br />

Aqui se coloca o problema <strong>de</strong> como expressar o resulta<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>sta medida indireta, pois as medidas diretas<br />

feitas apresentam sempre alguma incerteza.<br />

Os algarismos significativos obti<strong>do</strong>s por operações aritméticas<br />

po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> algumas<br />

regras elementares <strong>de</strong> operação com algarismos significativos.<br />

5.1.1 Adição e Subtração<br />

Para que o resulta<strong>do</strong> da adição ou subtração contenha<br />

apenas algarismos significativos, você <strong>de</strong>verá, inicialmente,<br />

observar se todas das parcelas estão expressas<br />

na mesma potência <strong>de</strong> <strong>de</strong>z e qual das parcelas possui<br />

o menor número <strong>de</strong> casas <strong>de</strong>cimais, pois, o resulta<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>verá ser expresso com o mesmo número <strong>de</strong> casas <strong>de</strong>cimais<br />

<strong>de</strong>sta parcela. Os algarismos exce<strong>de</strong>ntes que porventura<br />

existirem no resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>vem ser aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s<br />

por arre<strong>do</strong>ndamento, isto também po<strong>de</strong>rá ser feito nas<br />

parcelas antes <strong>de</strong> se efetuar a operação. Exemplos:<br />

• 12, 784cm − 5, 48cm = 7, 30cm<br />

• 0, 0128m + 18, 02m = 18, 03m<br />

5.1.2 Multiplicação e Divisão<br />

Prevalece o número <strong>de</strong> algarismos significativos da<br />

parcela <strong>de</strong> menor número <strong>de</strong> algarismos. Exemplos:<br />

• 12, 13N x 0, 021m = 0, 25Nm<br />

• 1, 0cm ÷ 24, 375s = 0, 041cm/s


5.2 Arre<strong>do</strong>ndamentos<br />

Freqüentemente ocorre que números <strong>de</strong>vem ser<br />

arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong>s. Ao se processarem os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma<br />

experiência, <strong>de</strong>ve-se tomar o cuida<strong>do</strong> <strong>de</strong> só se fazerem<br />

arre<strong>do</strong>ndamentos na apresentação <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> final,<br />

para que não sejam introduzi<strong>do</strong>s erros acumulativos<br />

durante as aproximações intermediárias.<br />

O arre<strong>do</strong>ndamento po<strong>de</strong> ser aplica<strong>do</strong> para eliminação<br />

<strong>de</strong> algarismos significativos exce<strong>de</strong>ntes ou para eliminação<br />

<strong>de</strong> algarismos não significativos.<br />

Ao aban<strong>do</strong>narmos algarismos em um número, o<br />

último algarismo manti<strong>do</strong> será acresci<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong><br />

ou não conforme as regras a seguir (X significa o algarismo<br />

a ser arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong>):<br />

• <strong>de</strong> X000... a X499..., os algarismos exce<strong>de</strong>ntes<br />

são simplesmente elimina<strong>do</strong>s (arre<strong>do</strong>ndamento para<br />

baixo);<br />

• <strong>de</strong> X500...1 a X999..., os algarismos exce<strong>de</strong>ntes<br />

são elimina<strong>do</strong>s e o algarismo X aumenta <strong>de</strong> 1<br />

(arre<strong>do</strong>ndamento para cima);<br />

• No caso X5000000..., então o arre<strong>do</strong>ndamento <strong>de</strong>ve<br />

ser tal que o algarismo X <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> arre<strong>do</strong>ndamento<br />

<strong>de</strong>ve ser par.<br />

Exemplos:<br />

• 2, 4<br />

<br />

3 =⇒ 2, 4<br />

• 3, 68<br />

<br />

8 =⇒ 3, 69<br />

• 5, 6<br />

<br />

499 =⇒ 5, 6<br />

• 5, 6<br />

<br />

501 =⇒ 5, 7<br />

• 5, 6<br />

<br />

500 =⇒ 5, 6<br />

• 5, 7<br />

<br />

500 =⇒ 5, 8<br />

• 9, 47<br />

<br />

5 =⇒ 9, 48<br />

• 3, 32<br />

<br />

5 =⇒ 3, 32<br />

6 Incerteza<br />

A importância <strong>do</strong> registro correto <strong>de</strong> uma medida é<br />

porque, através <strong>de</strong>le, é possível informar tanto o valor da<br />

medida quanto a incerteza instrumental utilizada. Esta<br />

po<strong>de</strong> ser expressa <strong>de</strong> duas formas: incerteza absoluta e<br />

incerteza relativa. A palavra erro é muitas vezes empregada<br />

no lugar da incerteza. Essa palavra, quan<strong>do</strong> associada<br />

à incerteza da medida, não significa que a medida<br />

está errada <strong>do</strong> valor erro, mas que a ela está associa<strong>do</strong><br />

um erro provável <strong>de</strong> até o valor erro.<br />

3<br />

6.1 Incerteza Absoluta<br />

Representa diretamente a incerteza medida. Assim<br />

se a dimensão <strong>de</strong> uma barra for medida como sen<strong>do</strong><br />

L = 1, 32m com uma incerteza absoluta δL = 0, 01 m,<br />

o registro <strong>de</strong>ssa medida <strong>de</strong>ve ser feito na forma L =<br />

(1, 32 ± 0, 01)m. Deve-se observar que é sobre o algarismo<br />

menos significativo <strong>do</strong> valor medi<strong>do</strong> para L que<br />

recai a incerteza. Em uma medida direta não há<br />

senti<strong>do</strong> em se registrar outros algarismos além<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pela incerteza.<br />

6.2 Incerteza Relativa<br />

É uma forma mais significativa <strong>de</strong> se expressar a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma medida. Uma medida com uma incerteza<br />

absoluta <strong>de</strong> 0, 1m po<strong>de</strong> parecer muito menos exata que<br />

uma outra com uma incerteza absoluta <strong>de</strong> 0, 1mm. Entretanto,<br />

se a primeira incerteza for associada à medida<br />

da altura <strong>de</strong> uma montanha, por exemplo, o pico <strong>de</strong> Itatiaia<br />

com h = (2787, 4±0, 1)m e a segunda, à largura <strong>de</strong><br />

uma caneta, L = (8, 3 ± 0, 1)mm, a opinião seria outra<br />

sobre a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas medidas.<br />

Por isso, é importante associar uma incerteza ao valor<br />

que eatá sen<strong>do</strong> medi<strong>do</strong>, ou seja, informar a incerteza<br />

relativa a uma medida. A melhor forma <strong>de</strong> expressar<br />

esta relação é dividir a incerteza pela medida, quociente<br />

esse <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong> incerteza relativa:<br />

ir = δM<br />

(1)<br />

M<br />

em que M é a medida e δM é a incerteza da medida. No<br />

caso da medida <strong>do</strong> pico <strong>de</strong> Itatiais, a incerteza relativa é<br />

<strong>de</strong> ir = 3, 6x10 −5 , enquanto que, na largura da caneta,<br />

é <strong>de</strong> ir = 1, 2x10 −2 .<br />

6.3 Incerteza Percentual<br />

É a incerteza relativa multiplicada por 100 acrescida<br />

<strong>do</strong> símbolo % (porcento). A vantagem <strong>de</strong> se escrever<br />

a incerteza relativa na forma percentual é que se evita<br />

escrever números muito pequenos. Assim, a incerteza<br />

relativa associada à largura da caneta é expressa como<br />

1,2%.<br />

Mesmo assim, para algumas medidas, as incertezas<br />

relativas são tão pequenas, que mesmo escritas na forma<br />

percentual, ficam com números muito pequenos. É<br />

o caso da altura <strong>do</strong> pico <strong>de</strong> Itatiaia, em que a incerteza<br />

percentual é <strong>de</strong> 0,0036%. Neste casos, utilizamse<br />

outras relações como parte por milhão (ppm=10 6 ),<br />

parte por bilhão (ppb=10 9 ) ou mesmo parte por trilhão<br />

(ppt=10 12 ), mas que não utilizaremos em nosso curso.<br />

7 Questionário<br />

1. Efetua-se uma medida <strong>de</strong> comprimento com uma<br />

régua <strong>de</strong> plástico e repete-se a mesma medida com<br />

uma trena metálica. Em qual das duas situações o<br />

grau <strong>de</strong> confiança da medida é maior? Justifique<br />

sua resposta com base nos erros que po<strong>de</strong>m ocorrer<br />

no procedimento e nas características <strong>do</strong>s intrumentos<br />

<strong>de</strong> medida.


2. Quantos algarismos significativos existem em cada<br />

um <strong>do</strong>s valores a seguir?<br />

(a) 135, 5cm<br />

(b) 0, 010kg<br />

(c) 1, 01x10 −3 s<br />

(d) 4, 123g<br />

(e) 11, 342g/cm 3<br />

(f) 2002, 0cm/s<br />

(g) 978, 7cm/s 2<br />

(h) 6, 02x10 23 s<br />

(i) 3, 14159<br />

(j) 3x10 8 m/s<br />

(k) 60x10 4 kg<br />

(l) 3500cm<br />

(m) 0, 0065kg<br />

3. Faça as mudanças <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s:<br />

(a) 20m = .............................cm<br />

(b) 44, 5x10 3 g = ....................kg<br />

(c) 0, 0068m = .........................mm<br />

(d) 1000l = ..........................m 3<br />

4. Arre<strong>do</strong>n<strong>de</strong> os valores abaixo, para apenas <strong>do</strong>is algarismos<br />

significativos:<br />

(a) 34, 48m<br />

(b) 1, 281m/s<br />

(c) 8, 563x10 3 s<br />

(d) 4, 35cm 3<br />

(e) 9, 97x10 −6 g<br />

(f) 0, 0225N<br />

(g) 2787m<br />

(h) 0, 04095km<br />

(i) 143768900<br />

(j) 2, 54cm<br />

5. Escreva os resulta<strong>do</strong>s das operações matemáticas<br />

a seguir, respeitan<strong>do</strong> o uso <strong>de</strong> algarismos significativos:<br />

(a) 1, 02x10 5 kg ÷ 3, 1m 3<br />

(b) 345m + 23, 3M + 1, 053m<br />

(c) 390, 5g ÷ 22, 4cm 3<br />

(d) 1, 89x10 2 g − 2, 32g<br />

(e) 10, 0m ÷ 0, 01s<br />

6. Um copo e seu conteú<strong>do</strong> pesam (640, 4 ± 0, 6)gf. O<br />

copo sozinho pesa (148, 0 ± 0, 4)gf. Qual o peso <strong>do</strong><br />

conteú<strong>do</strong>?<br />

7. O raio <strong>de</strong> uma esfera <strong>de</strong> metal me<strong>de</strong> (4, 30±0, 5)cm.<br />

Determine o seu volume.<br />

4<br />

8. O valor <strong>de</strong> um ângulo obti<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> medidas<br />

é (60 ± 1) ◦ , qual o seno <strong>de</strong>ste ângulo?<br />

9. Calcule as incertezas relativas, na forma percentual<br />

<strong>de</strong> cada uma das medidas a seguir:<br />

(a) m = (34, 55 ± 0, 05)g<br />

(b) d = (7, 802 ± 0, 001)g/cm 3<br />

(c) c = (2, 998 ± 0, 002)x10 8 m/s<br />

10. Qual é a incerteza absoluta da medida <strong>do</strong> perío<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> um pêndulo T = 1, 58s, feita com uma incerteza<br />

percentual <strong>de</strong> 2%.<br />

8 Bibliografia<br />

1. VUOLO, J.H., Fundamentos da Teoria <strong>de</strong> Erros,<br />

2 edição, São Paulo, Editora Edgar Blucher Ltda.,<br />

1996.<br />

2. BARTHEM, B. R., Tratamento e Análise <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s<br />

em Física Experimental, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Editora da<br />

UFRJ.<br />

3. Roteiros: Laboratório <strong>de</strong> Mecânica e Termodinâmica<br />

- UFMS, 1995.

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