a argumentação em trechos da obra o retrato de dorian gray, de ...
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REVISTA LETRA MAGNA<br />
Revista Eletrônica <strong>de</strong> Divulgação Científica <strong>em</strong> Língua Portuguesa, Lingüística e Literatura - Ano 04 n.08 - 1º S<strong>em</strong>estre <strong>de</strong> 2008<br />
ISSN 1807-5193<br />
1.2. A seleção lexical e as figuras <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong>.<br />
Um recurso argumentativo <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>o valor é <strong>da</strong> seleção lexical, através <strong>da</strong> qual se estabelec<strong>em</strong><br />
as oposições, os jogos <strong>de</strong> palavras, as metáforas, o paralelismo. A escolha <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado termo po<strong>de</strong><br />
conferir ao texto o el<strong>em</strong>ento <strong>da</strong> distinção, <strong>da</strong> familiari<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> <strong>argumentação</strong>, como no uso <strong>de</strong> um termo<br />
ou colocação não habitual na língua cotidiana.<br />
Citelli (2001) trata <strong>de</strong> duas figuras <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> cruciais para a <strong>argumentação</strong>, a metáfora e a<br />
metonímia. Define a primeira como aquela usa<strong>da</strong> quando não se encontra um <strong>de</strong>signativo mais apropriado<br />
para certas representações. Uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> é a passag<strong>em</strong> <strong>da</strong> significação <strong>da</strong> palavra para um plano mais<br />
figurativo, ou a associação <strong>de</strong>sta com seu efeito figurativo. Em nosso trabalho, encontramos o uso <strong>da</strong><br />
expressão... "a música <strong>de</strong> outra pessoa” significando a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um ser humano.<br />
A metonímia é a figura que utiliza um termo <strong>em</strong> lugar <strong>de</strong> outro, <strong>de</strong> maior abrangência. Em nossa<br />
análise encontramos a utilização <strong>de</strong> hom<strong>em</strong> e pessoa <strong>em</strong> lugar <strong>de</strong> a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, a humani<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Citelli (2002) trata to discurso polêmico, cujo grau <strong>de</strong> persuasão é extr<strong>em</strong>o. Nele há uma luta on<strong>de</strong><br />
uma voz <strong>de</strong>rrotará outra. O grau polissêmico é baixo, pois o dêitico eu ten<strong>de</strong> a dominar o discurso. Os<br />
locutores não se apresentam, mas ao contrário, tentam reprimir seu interlocutor, <strong>da</strong>ndo-lhe uma orientação<br />
e aconselhando condutas características.<br />
1.3 A coesão textual.<br />
Fávero (2002) <strong>de</strong>fine alguns el<strong>em</strong>entos coesivos do texto. Na coesão referencial, por ex<strong>em</strong>plo,<br />
t<strong>em</strong>os a situação <strong>de</strong> uma retoma<strong>da</strong> <strong>de</strong> um componente previamente citado, como na anáfora, ou na<br />
sucessão, a catáfora. Em nosso primeiro excerto, t<strong>em</strong>os: Você prece<strong>de</strong>ndo Basil, um dos personagens<br />
citados, <strong>da</strong>ndo ao argumento um maior direcionamento. Cita a autora o uso <strong>da</strong> ilha anafórica, quando um<br />
pronome substitui el<strong>em</strong>entos <strong>da</strong> estrutura superficial do texto, como o nome. Em nossa análise t<strong>em</strong>os o<br />
uso dos pronomes o e lhe, substituindo o nome do personag<strong>em</strong> principal, o Sr. Gray.<br />
Quanto à sinonímia, diz que não há um sinônimo perfeito, mas sim aproximações possíveis, como<br />
<strong>em</strong> casa e mansão, cão e cachorro. No trabalho <strong>de</strong> Wil<strong>de</strong>, perceb<strong>em</strong>os o uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo e vonta<strong>de</strong>, como<br />
uma série sinonímica no discurso e ain<strong>da</strong> os antônimos prazer e <strong>de</strong>sgosto.<br />
O uso <strong>de</strong> hipônimos e hiperônimos é também um fator coesivo <strong>em</strong> discurso, como nas relações <strong>de</strong>:<br />
“Gorgonzola é um tipo <strong>de</strong> queijo”, (hipônimo) e “Como um tipo <strong>de</strong> flor citamos a rosa” (hiperônimo)<br />
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