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a argumentação em trechos da obra o retrato de dorian gray, de ...

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REVISTA LETRA MAGNA<br />

Revista Eletrônica <strong>de</strong> Divulgação Científica <strong>em</strong> Língua Portuguesa, Lingüística e Literatura - Ano 04 n.08 - 1º S<strong>em</strong>estre <strong>de</strong> 2008<br />

ISSN 1807-5193<br />

marcando no discurso do personag<strong>em</strong> sua própria opinião, que é <strong>de</strong> que as idéias têm valor somente por<br />

seu aspecto intelectual, que é dissociado <strong>da</strong>s vonta<strong>de</strong>s, dos <strong>de</strong>sejos e preconceitos <strong>da</strong>queles que as<br />

postulam. Utiliza-se do presente do indicativo, do pretérito e do futuro do presente para marcar seus<br />

comentários.<br />

O autor insere-se no discurso através dos dêiticos pessoais e dialoga abertamente com o<br />

personag<strong>em</strong>, o Basil, que no romance é marcado como seu opositor, exprimindo suas opiniões e<br />

aconselhando-o. Mais tar<strong>de</strong>, inferimos pela história que Basil representa o lado bom <strong>da</strong> consciência do<br />

personag<strong>em</strong> Sr. Dorian Gray, e Lord Henry, que é o locutor dos <strong>trechos</strong> selecionados, representa o seu<br />

lado mau.<br />

O autor utiliza os adjetivos, mo<strong>da</strong>lizadores e intensificadores para marcar claramente sua posição<br />

e persuadir o leitor a compactuar com suas idéias, <strong>de</strong>struindo o argumento do ci<strong>da</strong>dão inglês normal e<br />

sugerindo uma outra visão do hom<strong>em</strong> intelectualizado.<br />

Ain<strong>da</strong> enfatiza sua afeição por pessoas cujas idéias são autênticas e <strong>de</strong>sprovi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> base moral no<br />

final <strong>de</strong> seu argumento.<br />

2.2. Pg. 13:<br />

‘- Não existe boa influência – respon<strong>de</strong>u Lord Henry. – To<strong>da</strong> influência é imoral – imoral do<br />

ponto <strong>de</strong> vista científico -, porque influenciar uma pessoa é <strong>da</strong>r-lhe sua própria alma. Ela já não pensa<br />

com seus próprios pensamentos n<strong>em</strong> sente suas próprias paixões. Suas virtu<strong>de</strong>s não são reais para ela.<br />

Seus pecados, se exist<strong>em</strong> tais coisas, são <strong>em</strong>prestados. Torna-se um eco <strong>da</strong> música <strong>de</strong> outra pessoa. O<br />

objetivo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> é o auto<strong>de</strong>senvolvimento. Cumprir a própria natureza perfeitamente – essa é a razão por<br />

que estamos aqui. As pessoas têm medo <strong>de</strong> si mesmas, hoje <strong>em</strong> dia. Esqueceram-se <strong>de</strong> seu principal<br />

<strong>de</strong>ver. Claro que são caridosas: alimentam os famintos, vest<strong>em</strong> os mendigos. Mas suas próprias almas<br />

morr<strong>em</strong> <strong>de</strong> fome e estão nuas. O terror <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, que é a base <strong>da</strong> moral, e o terror <strong>de</strong> Deus, que é o<br />

segredo <strong>da</strong> religião, são as duas coisas que nos governam. Mas eu acredito que se um hom<strong>em</strong> vivesse sua<br />

vi<strong>da</strong> completamente, <strong>de</strong>sse forma a todo sentimento, expressão a todo pensamento, a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> a ca<strong>da</strong><br />

sonho, acredito que o mundo ganharia um impulso novo <strong>de</strong> alegria. Mas o mais corajoso dos homens t<strong>em</strong><br />

medo <strong>de</strong> si mesmo. Ca<strong>da</strong> impulso que lutamos para estrangular aninha-se na mente e nos envenena. O<br />

corpo peca uma vez e não t<strong>em</strong> na<strong>da</strong> mais a ver com o pecado, pois a ação é um modo <strong>de</strong> purificação.<br />

Na<strong>da</strong> permanece, a não ser a l<strong>em</strong>brança <strong>de</strong> um prazer ou <strong>de</strong>sgosto. A única maneira <strong>de</strong> se livrar <strong>de</strong> uma<br />

tentação é entregar-se a ela...’<br />

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